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Priscyla Patrício
PAPIRVM BIBLIOTECONOMIA
Minicurso: conhecimentos básicos de
Enterprise Content Management
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 1
INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DE ECM – 2.3. Taxonomias.
2.3.1. A nossa aula 02:
Segundo a aula 1.1., o nosso minicurso, contém 09 aulas e material extra. Estamos avançando:
Aula 02 – Ferramentas e instrumentos das práticas de ECM (ECM p).
PDF 2.1. Criação e captura de informação no ambiente corporativo.
PDF 2.2. Metadados.
PDF 2.3. Taxonomia.
PDF 2.4. Segurança e controle, Processos e automação.
PDF 2.5. Pesquisas; Entrega e apresentação; e Tendências e direções.
Nesta aula 2.3. iremos abordar o assunto taxonomia na visão da AIIM pelo ECM p.
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2.3.2. Definindo taxonomia e classificação
Segundo a AIIM, taxonomia é a ciência para classificação da informação. São as regras para a
classificação da informação. O termo taxonomia é muito citado por ser pouco entendido. Nos últimos
anos, o mundo dos negócios ‘caiu de paixão’ pelo termo “taxonomia”. Nós usamos especificamente
para referenciar um arranjo hierárquico de categorias em uma interface do usuário em um site ou na
Internet (AIIM, 2013). No exemplo seguinte, podemos ver o que é, para muitos, taxonomia:
Ao clicar na guia ‘About AIIM’ você está no nível hierárquico maior, pois observa todo o con-
teúdo principal do portal e seus menus principais. Este nível, no exemplo, é o 1 (um). Assim, este
botão na guia principal disponibiliza uma série de submenus, esta série é o nível 2 (dois). A série de
submenus está oculta e só aparecerá ao clicar em 1 (um), por isso 2 (dois) é hierarquicamente infe-
rior, neste exemplo. Ao acionar 2 (dois) um sub-submenu aparece. E este não disponibiliza mais ou-
tros menus inferiores, pois dali se irá para as páginas subsequentes. Então, 4 (quatro) é uma das
páginas que podem ser acionadas a partir de 3 (três).
Está é uma das aplicações mais conhecidas da taxonomia, mas em si, ela não tem a capacidade
de definir a taxonomia. Embora seja um dos exemplos mais fáceis de visualizar.
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
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Para a AIIM, pelo ECM p:
• Uma taxonomia é um sistema de classificação;
Por exemplo, a forma como alguém classifica o conteúdo de seu correio eletrônico, uma coleção
de CD’s ou o conteúdo de um iPod.
• Uma taxonomia é um mapa de conhecimento;
Ela reflete como seu proprietário concebe uma massa de conteúdo (um domínio de conheci-
mento) para efeito de pesquisa, navegação, descoberta e compartilhamento de informação.
• A taxonomia é semântica.
Indica os relacionamentos entre conceitos, tais como, o relacionamento entre um carro e uma
direção, onde a direção é “parte” do carro.
As taxonomias, segundo a AIIM pelo ECM p, podem ser organizadas em: listas, árvores, hierar-
quias, poliierarquias, matrizes, facetas e mapas de sistemas. Vamos a cada uma delas?
2.3.2.1. Listas
É uma coleção simples de coisas relacionadas. O relacionamento é definido pelo propósito da
lista. A situação ideal é quando o domínio é simples e a quantidade de conteúdo é pequena. P. ex.,
Códigos de países, tipos de doenças, etc.
As listas são a base para a construção de todos os outros tipos de representação taxonômica
(AIIM, 2013, p. 12).
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2.3.2.2. Árvores.
Representam a transição de um relacionamento genérico para um mais específico ou do todo
para uma parte. A situação ideal é que quando a lista ficar muito longa, seja ela quebrada natural-
mente em subcategorias. P. ex., páginas amarelas, diretórios, etc.
2.3.2.3. Hierarquias.
Uma estrutura em árvore que tem consistência é aquela que mantém o mesmo tipo de rela-
cionamento em todos os níveis. O “filho” herda todas as características do “pai” e cada filho só pode
estar em um lugar na taxonomia. Funciona melhor com sistemas mais maduros, formais, lógicos.
Exemplos: taxonomias na biologia, etc.
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2.3.2.4. Poliierarquias.
Utilizado quando um item pertence a mais de um lugar na vida real e múltiplos princípios de
organização são necessários. Oferece um “relacionamento virtual” entre hierarquias. Ex.: um con-
junto de conteúdo relacionado a doenças que podem ser organizadas “taxonomizadas” pela parte
do corpo afetada e por causas.
2.3.2.5. Matrizes.
Oferece o cruzamento de taxonomias em duas ou três dimensões e a possibilidade de ofere-
cer diferentes visões do mesmo conteúdo. Por exemplo, o mesmo conteúdo pode ser localizado pelo
gerente do projeto, estágio do projeto e/ou padrões afetados.
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2.3.2.6. Facetas.
Uma taxonomia multidimensional composta de múltiplos rótulos ou identificações, cada um
representando uma taxonomia individual. Assim, o conteúdo é categorizado de múltiplas formas em
uma única interface. Por exemplo, selecionando vinhos baseado nas características, tais como tipo,
preço, região.
2.3.2.7. Mapas de sistemas.
Representação visual de um domínio de conhecimento. As legendas representam categorias
de taxonomia. Por exemplo: um conjunto de conteúdo médico, relacionado ao sistema nervoso hu-
mano está disponível através de um diagrama do corpo humano. Cada componente deste sistema é
ilustrado no contexto e identificado apropriadamente.
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2.3.3. Classificação
Segundo a ISO 154891
, a identificação sistemática e organização de atividades de negócio
e/ou registros em categorias, de acordo com convenções logicamente estruturadas, métodos e re-
gras procedimentais, representadas em um sistema de classificação (ISO, 2018).
Em um portal de e-commerce é agrupar as informações dos produtos: p. ex., o produto carro,
pode ser categorizado por marca, modelo, potência; o produto alimento, pode ser categorizado se é
enlatado ou in natura, pelo tipo, se é carne, vegetais, grãos, etc. O produto programas de TV, pode
ser categorizado em comédia, drama, show, etc. As roupas se para adultos ou crianças, caras ou
baratas, para o inverno ou verão, etc.
SISTEMA DECIMAL DE DEWEY
O Sistema Decimal de Dewey CDD é utilizado para classificar informação no mundo ocidental.
Muito utilizado e disseminado na Europa.
CLASSIFICAÇÃO DE BIBLIOTECA CHINESA
43.600 categorias, constantemente expandindo-se para atender às necessidades de uma na-
ção em face de mudanças. Considerações políticas determinam certa organização.
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ISO 15489-1:2018 Informação e documentação: gestão de documentos de arquivo. Parte 1 – conceitos e definições.
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BIBLIOTECA DO CONGRESSO DOS EUA
A classificação da LC é usada para categorizar livros publicados nos EUA. As categorias expan-
didas enfatizam interesses e história específica dos EUA.
---
O que é um esquema de classificação?
Um esquema de classificação é a estrutura que organizações usam para organizar, acessar,
recuperar, armazenar e gerenciar sua informação. Pode ser usado para classificar registros. Um Es-
quema de Classificação Corporativa ECC, ou Business Classification Scheme BSC, é um esquema de
classificação baseado nas funções e atividades de negócio de uma organização. São predominante-
mente utilizados para fins de gestão de registros.
P. ex., a ICAO Organização Internacional de Aviação Civil possui a sua terminologia para que
operadores de tráfego aéreo, pilotos, operadores de meteorologia, informações aeronáuticas, rota
de voo, torre, APP e ACC, etc., possam utilizar os mesmos termos em suas comunicações durante os
voos, para que não haja falhas na comunicação nos diversos idiomas.
A partir dessa terminologia, é possível organizar uma taxonomia dos documentos, regulamen-
tos e legislações da aviação civil, publicações científicas e técnicas da área. Por si, a Classificação
Decimal Universal, ou a Classificação Decimal de Dewey, não podem dar conta de compor um es-
quema de organização desses documentos, dado que a área de aviação civil é muito especializada e
nesses sistemas não existe a representação dos respectivos níveis de especialização.
Considerando também que a área de aviação civil é muito regulamentada e possui uma infi-
nidade de documentos, em cada área, a serem utilizados e seguidos por todo o pessoal da aviação.
Esquemas de classificação – os tipos de categorização
Normalmente
Preferido
PRINCÍPIOS
DA
CLASSIFICAÇÃO
Funcional
Assunto/Tema
Organizacional
Palavra-Chave / Thesaurus Hierárquico / estilo livre
Implementação
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Esquema hierárquico – árvore BCS
Esquema hierárquico – árvore BCS
ANOTAÇÕES
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Ex.:
Inovação, transferência de conhecimento e infraestrutura técnica (super função).
• Inovação (função)
• Transferência do conhecimento (função)
• Infraestrutura técnica (função)
o Padrões e credenciamento (sub função)
▪ Gestão de políticas (atividade)
▪ Suporte à infraestrutura (atividade)
o Sistema Nacional de Medição (sub função)
▪ Gestão de políticas (atividade)
o Atividade espacial civil (sub função)
▪ Regulação espacial (atividade)
Esquema hierárquico – árvore BCS
2.3.4. Classificação baseada no assunto
Muitas vezes, conforme o exemplo, é válida a criação de múltiplas classificações. É necessá-
ria a audiência dos usuários, identificar o conteúdo ou matéria inerente e o contexto, os fatores tem-
porais, organizacionais ou políticos.
O entendimento dos termos pelo usuário é fundamental. Principalmente, importante para
o e-commerce. Pessoas pesquisam no Google 75x mais por “voos baratos” que por “tarifas baixas”.
Então, quem são os usuários? Os especialistas? Os consumidores?
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O contexto importa. Por que este usuário com este conteúdo?
Hierarquias como semântica implícita. Divide o espaço da informação em categorias e sub-
categorias, trazendo conceitos do mais amplo e mais próximo via relacionamento pai-filho.
▪ Genérico – classes-espécies: espécies B (pardal) é um membro da classe A (pássaro) e herda
as características de seu pai.
▪ Inteiro-parte: B é parte de A (por exemplo, o dedo indicador é parte de uma mão).
▪ Instância: B é uma instância de A (por exemplo, o Oceano índico é um Oceano).
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Simples verdade: pessoas veem (e rotulam) o mundo de diferentes formas ...
Areia, armadilha ou bunker?
2.3.5. Taxonomia pessoal
Classificação pessoal de informação – pastas e e-mail é a manifestação mais comum. Pode
melhorar a relevância e a facilidade de localização para um indivíduo. Algumas abordagens permitem
classificação pessoal em adição à taxonomia “autorizada”. Gmail e alguns outros sistemas usam clas-
sificação facetada também.
Do ponto de vista corporativo, as taxonomias pessoais podem ser bem problemáticas. Sem a
interoperabilidade, o caos linguístico impossibilita de se estabelecer padrões e vocabulários corpo-
rativos. Cada grupo categoriza de uma forma. Cada indivíduo personaliza.
Quando o uso é combinado com os colegas, ou um grupo, pode virar uma ‘folksonomia’.
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2.3.6. Folksonomia
Rotular conteúdo colaborativamente com um mínimo de controle. A relevância entre os me-
tadados e conteúdo, pode ser determinado pelos usuários de forma democrática. Os grupos surgem
e comunidades se auto-organizam em torno destas ‘sabedoria das massas’. Aparece tipicamente em
comunidades baseadas na web onde as pessoas compartilham conteúdo, criando e usando rótulos.
O melhor uso tem uma massa crítica de ‘rotuladores’. Pode ser uma abordagem interessante para
desenvolver uma taxonomia da ‘base para o topo’.
Uso Pessoal
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
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2.3.7. Ontologia
Especificação explícita ou conceitualização de um domínio. Muitas vezes subordina ao the-
saurus, mas emprega relacionamentos semânticos mais ricos entre os termos e atributos. Aplica re-
gras rígidas especificando termos e relacionamentos. É mais que um vocabulário controlado, é uma
representação de conhecimento.
As tecnologias semânticas são, geralmente, centradas em torno de ontologias.
Uma ontologia para salada iria conter a estrutura de como se relaciona a tudo, de ingredientes
a agricultores, a roedores que podem comê-la, bem como a salada é diferente no Japão e na Itália.
Por que desenvolver uma ontologia?
Para melhorar o compartilhamento e reuso de conhecimento e fazer software mais adaptável
a um ambiente. Compartilhar o entendimento comum da estrutura de informação entre pessoas e
desenvolvedores de software.
▪ Permite a reutilização de domínios de conhecimento.
▪ Faz hipótese de domínios de conhecimento.
▪ Separa domínios de conhecimento.
▪ E analisa domínios de conhecimento.
---
O desafio do significado.
Significado é um problema sério para máquinas e humanos. O mesmo termo pode ter múlti-
plos significados. Múltiplos termos podem ter o mesmo significado. Afinal, significado é contextual.
O Dublin Core foi desenhado para tirar ambiguidade no nível mais básico. Por exemplo, dis-
tingue entre “Criador” e “Contribuidor” e “Publicador”
Mas, na realidade, é muito mais difícil alcançar um acordo semântico.
---
Os FRBR, uma taxonomia da catalogação
Os FRBR, apesar da maioria dos bibliotecários associarem o modelo para descrição, também
é, mas também possuem essa possibilidade de se retirar a ambiguidade que era a catalogação com
AACR-2, valendo-se, unicamente, de posição, pontuação e significado.
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Quando os FRBR especificam “Obra”, “Expressão”, “Manifestação”, e “Item”, na verdade, os
FRBR atuam como uma taxonomia da descrição bibliográfica. Por isso, é tão complicado entender o
código RDA quando se está acostumado com a AACR-2. Apesar do RDA ter muita coisa da AACR-2,
aqui, temos um nível de representação mais profunda da catalogação, em sua taxonomia.
Assim, os atributos são elementos hierarquicamente subordinados entre as entidades. E Item,
significa que existe Manifestação, Manifestação significa que existe Expressão, Expressão significa
que existe Obra. Necessariamente.
Desta forma, a catalogação, com os FRBR, FRAD e FRSAD, esses modelos conceituais, aplicam
um aspecto naquela, ganha uma realidade taxonômica do contexto da descrição dentro de um am-
biente de dados relacionais. É tão verdade, que os modelos relacionais são desenhados em diagramas
de árvore ou anéis de entidades.
---
2.3.8. Vocabulários controlados
São ferramentas de suporte baseadas em coleções de termos utilizados para identificar, ras-
trear e descrever conteúdo. Por exemplo, usuários podem desejar organizar o conteúdo de acordo
com – setor do negócio; localização geográfica; tipo de produto; tipo de organização; tópicos da po-
lítica. Permite que conteúdo somente seja descrito com o uso de “termos oficiais”.
Tipos de vocabulários controlados.
▪ Simples listas – listas de termos permitidos para serem utilizados na descrição de um recurso
informacional;
▪ Anéis de sinônimos – um anel de termos conectados, todos tratados equivalentemente para
efeitos de pesquisa; Anéis de sinônimos podem ser utilizados para conectar acrônimos, vari-
ações de pronúncia ou termos populares/científicos.
▪ Thesaurus – arranjo hierárquico de significados mais amplos e mais precisos.
- Listas simples e anéis de sinônimos
Ex.: lista simples de doenças bovinas – Anaplasmosis, Babesiosis, Bovine spongiform encepha-
lopathy BSE, Cysticercosis
Anel de sinônimos para doença da vaca louca BSE:
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Thesaurus
Uma coleção de termos de vocabulário controlado em rede, usando relacionamentos. Usado
para gerenciar e identificar os relacionamentos entre termos. Por exemplo, igual a, relacionado a,
oposto de, etc. Alguns exemplos de um domínio hipotético:
Bergamota = mixirica, bergamota é um tipo mais preciso de frutas cítricas,
Alface crespa = alface (exemplo de anel de sinônimos), alface é um tipo de vegetal,
É útil para reconciliar diferentes vocabulários entre unidades de negócio ou grupos funcionais.
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Ontologias, taxonomias e tesauro
Existe um potencial muito mais vasto de informação semântica que uma taxonomia pode
ou não conter: “Alface cresce no chão. Coelhos são um perigo para plantadores de alface. Tomates
e pepinos são normalmente comidos com alface, estas três coisas juntas é chamado de salada. Mas,
uma salada não é a somatória destas três coisas – no Japão, uma mistura de algas e sementes é uma
salada. No centro-oeste americano, a junção de Jell-O e rabanetes é chamado de salada e não tem
alface envolvida”.
Benefícios da Classificação
▪ Provê relacionamentos entre registros individualizados que acumulam para oferecer um re-
gistro contínuo de uma atividade;
▪ Garantir que registros sejam nomeados de uma forma consistente ao longo do tempo;
▪ Ajudar na recuperação de todos os registros relacionados a uma função em particular ou ati-
vidade;
▪ Determinar segurança e níveis apropriados de acesso para conjuntos de registros;
▪ Alocar permissões de usuários para acesso ou ação sobre grupos particulares de registros;
▪ Distribuir responsabilidades de gestão de conjuntos determinados de registros;
▪ Distribuir registros para ações;
▪ Determinar períodos apropriados de retenção e formas de descarte para registros.
2.3.9. Padrões e diretrizes
▪ ISO 15489 Padrão internacional para gestão de registros;
▪ MoReq2 Model Requierements for the Management of Electronic Records – Modelo de re-
quisitos para a gestão de registros eletrônicos;
▪ DIRKS metodologia para desenho e implementação de sistemas de registros;
▪ ISO 2788 Diretrizes para estabelecer thesauri em um idioma
Porém, observe:
Um pouco de biblioteconomia (só um pouquinho), agora:
Para a área de recuperação, é importante considerar:
• Os conhecimentos da área de indexação, coeficientes de precisão e de revocação, busca e
recuperação da informação, tesauros e terminologias, especificidade, exaustividade e den-
sidade, resumos, indexação automática e elaboração automática de resumos;
• Normas internacionais z39.19 e ISO 25964 para elaboração de tesauros e terminologias;
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Há dois tipos de linguagens controladas de indexação baseadas em assuntos: LINGUAGENS
ALFABÉTICAS de indexação, como os tesauros e listas de cabeçalhos de assuntos, os termos que cor-
respondem aos assuntos são nomes dos assuntos postos em ordem alfabética. Exerce-se controle
sobre os termos a serem usados e se indicam as relações entre termos, mas os próprios termos são
palavras usuais. Nos SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO cada assunto é representado por um código ou
notação. Eles têm como principal finalidade localizar os assuntos dentro de uma estrutura que cris-
taliza as relações que eles mantêm entre si.
São dois tipos arranjos de linguagens controladas de indexação – as linguagens alfabéticas e
as linguagens sistemáticas.
São três tipos de complexidade de vocabulários controlados – os esquemas de classificação,
os tesauros e as listas de cabeçalhos de assuntos.
São três os tipos principais de vocabulários controlados: esquemas de classificação bibliográ-
ficas (como a Classificação Decimal de Dewey), listas de cabeçalhos de assuntos e tesauros. Todos
procuram apresentar os termos tanto alfabética quanto ‘sistematicamente’, só que, em cada um,
essa apresentação será predominante. Nas CLASSIFICAÇÕES, o arranjo alfabético é secundário, na
forma de um índice que remete para o arranjo principal, que é hierárquico. No TESAURO, o arranjo
explícito dos termos é alfabético, mas existe uma estrutura hierárquica implícita, incorporada à lista
alfabética por meio de remissivas. A tradicional LISTA DE CABEÇALHOS DE ASSUNTOS é similar ao
tesauro por ser de base alfabética, mas difere dele porque incorpora uma estrutura hierárquica im-
perfeita e por não distinguir claramente as relações hierárquicas das associativas. Os três tipos de
vocabulários controlam sinônimos, distinguem homógrafos e agrupam termos afins, mas empregam
métodos um tanto diferentes para alcançar estes objetivos.
(LANCASTER, 2004, adaptado)
ANOTAÇÕES
TESAUROS
•Controle de sinonímia
(sofisticado);
•Diferenciar homógrafos e
delimitação semântica
(sofisticado);
•Apresentação de forma
alfabética (remissivas e
associação).
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
•Controle de sinonímia
(desenvolvido);
•Diferenciar homógrafis e
delimitação semântica
(desenvolvido);
•Apresentação de forma
sistemática (lógica e
remissivas).
LISTAS DE CABEÇALHOS DE
ASSUNTOS
•Controle de sinonímia
(rudimentar);
•Diferenciar homógrafos e
delimitação semântica
(rudimentar);
•Apresentação de forma
alfabética com mecanismos
rudimentares de remissivas.
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TESAUROS - os tesauros são estruturas consolidadas e padronizadas por normas internacionais,
como a ISO 2788 (1986), a ISO 5964 (1985) e a ANSI/NISO Z39.19-2003 que tratam da construção,
formatação e manutenção de tesauros monolíngues e multilíngues. Com base nessas normas pode-
se sintetizar a estrutura de tesauros em duas partes: Base teórica é a essência e a fundamentação
para a construção de tesauros: conceito, termo, categorias e faceta. Base técnico-operacional abor-
dagem mais prática no desenvolvimento de tesauros: planejamento, coleta de termo, controle ter-
minológico, estabelecimento de relações entre conceitos e formas de divulgação e publicação. Te-
sauros, ontologias e taxonomias não visam a organização física, mas a organização lógica, virtual ou
imaterial (cânones das ideias); Os cânones verbais se relacionam a assuntos e à síntese em resumos,
sendo automáticos ou mecânicos. A modalidade da linguagem documentária irá se relacionar à se-
mântica do sistema de estruturação (GOMES; MOTA; CAMPOS, 2006).
TAXONOMIAS - o ponto de partida das taxonomias é a classificação, por semelhanças e diferenças
entre características do objeto num dado domínio, em que objetos e fenômenos são divididos em
classes, essas subdivididas em subclasses, e em sub-subclasses e assim sucessivamente. As taxono-
mias não são documentos estáticos, pelo contrário, adaptam-se às influências do conteúdo e conhe-
cimento dos trabalhadores que as utilizam. Quanto à estrutura, devem ser objetivas e estratégicas.
Conway e Sligar (2002), descrevem três tipos de taxonomias: descritiva, construída nos modelos de
tesauros ou vocabulários controlados; navegacional, inerente neste conceito é a ideia da relação
gênero/espécie entre vários documentos; e gerenciamento de dados, que contém um pequeno con-
junto de termos controlados rigidamente e tem particular significância enumerativa. As ontologias e
as taxonomias2, dois sistemas de organização e representação do conhecimento, possuem defini-
ções, objetivos e aplicações que se relacionam em uma linha muito tênue, sendo por vezes confun-
didos e abordados de forma equivocada na literatura. Taxonomias estão voltadas para a organização
das informações em ambientes específicos, visando à recuperação eficaz e, para isso, estabelecendo
parâmetros em todo o ciclo de produção da informação, onde profissionais distribuídos por espaços
físicos distintos participam do processo de criação do conhecimento de forma organizada.
ONTOLOGIAS - as ontologias promovem e facilitam a interoperabilidade entre sistemas de informa-
ção. Por meio de um processo “inteligente” dos computadores, é possível compartilhar e reutilizar o
conhecimento entre os sistemas. Na literatura alguns autores definem ontologias como linguagens
documentárias pelos seus elementos de formação: termos, definições e relações. Porém, apesar de
possuírem elementos comuns que outros SOC, as ontologias são mais que linguagens documentárias,
elas possuem funcionalidades que permitem que máquinas possam processar o “raciocínio” auto-
matizado por meio de regras e inferências (SALES, CAMPOS e GOMES, 2008 p. 63).
2 VITUAL, L. P.; CAFÉ, L. M. A. Ontologias e taxonomias: diferenças. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 2, p. 115-130, abr./jun., 2011.
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Para isso, as ontologias são usadas com linguagens OWL (Web Ontology Language), XML (eXtensi-
ble Marckup Language) e XML Scheme, RDF (Resource Description Framework) e RDF Scheme, que
são tecnologias capazes de pesquisar e/ou captar informações de diferentes comunidades.
As ontologias organizam o conhecimento em forma de uma teia de relações, assim como a mente
humana, em uma relação intensional (conforme definição anterior). Essa forma de organização cor-
robora a afirmação de Almeida e Bax (2003, p. 17), de que as ontologias “[...] permitem formas de
representação baseadas em lógica, o que possibilita o uso de mecanismos de inferência para criar
novo conhecimento a partir do existente”. Sendo assim, utiliza em processos de gestão do conheci-
mento, o desenvolvimento de ontologias possibilitando a formação de relação entre conceitos, assim
como, propicia a representação de várias relações de um mesmo objeto.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO - Os sistemas de classificação bibliográfica foram desenvolvidos com o
objetivo de organizar os acervos de bibliotecas facilitando o acesso às informações pelos usuários.
▪ A Classificação Decimal de Dewey (CDD) foi o primeiro sistema de classificação elaborado e
influenciou a construção de muitos outros sistemas. Surgiu em um determinado contexto his-
tórico-científico de muitas décadas atrás, e vem sendo atualizado, revisado e mantido pelo
comitê editorial da CDD, localizado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos desde
1972. A CDD é atualizada a cada sete anos e a sua versão impressa está agora na 22a edição.
Além da CDD existem outros sistemas de classificação citados na literatura e usados em bibli-
otecas de todo o mundo:
▪ Classificação da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos é pouco sistemática e o seu
esquema enumerativo resulta em rigidez e falta de hospitalidade, criada para atender espe-
cialmente as necessidades organizacionais da própria Biblioteca.
▪ Classificação Decimal Universal, criada a partir da CDD com alterações e adições, como o uso
de um enfoque facetado para possibilitar a análise de assunto mais detalhada.
▪ Classificação de dois pontos, primeiro sistema de classificação bibliográfica com bases no
princípio analítico-sintético ou análise por facetas, priorizando as categorias - Personality,
Matter, Energy, Space e Time (PMEST); e,
▪ Classificação de Bliss, primeiro a dizer que um esquema de classificação representava a “or-
ganização do conhecimento” e estabeleceu sua base filosófica e teórica tendo os seguintes
princípios básicos: consenso, arranjo de assuntos correlatos, gradação em especificidade, lo-
calização alternativa e brevidade da notação.
ANOTAÇÕES
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AS TAXONOMIAS E AS ONTOLOGIAS
ONTOLOGIAS. A palavra ontologia deriva do grego onto (ser) + logia (estudo). Ciência que estuda
o ser, como tal. As primeiras definições de ontologia surgiram na Filosofia, com o uso do termo me-
tafísico (o que vem antes da física), designando “aquilo que existe”, no mesmo sentido de ontologia
(SMITH, 2003). O filósofo alemão Edmund Husserl, no início do século XX, definia a ontologia como
sendo a ciência das essências. Ele dividia as ontologias em: a) Formais – fundamentos de todas as
ciências e interessando-se pelas essências e b) Materiais – conjunto de ontologias setoriais que se
preocupa dos fatos (HUSSERL, 1996). Na organização e representação do conhecimento, o sentido é
diferente. A partir de uma determinada área de domínio (campo do conhecimento que se deseja
representar), a ontologia se propõe a classificar as coisas em categorias, na perspectiva do sujeito
e da linguagem do domínio. Partindo da definição de Gruber (1996, p.1) onde “Uma ontologia é uma
especificação explícita de uma conceitualização”, Guarino e Giaretta (1995 apud ALMEIDA; BAX,
2003, p. 2) explicam que: 1.1.2. i) Uma conceitualização é um grupo de relações extensionais des-
crevendo um ‘estado das coisas’ particular, enquanto a noção que temos em mente é uma relação
intensional, nomeando algo como uma rede conceitual a qual se superpõe a vários possíveis ‘estados
das coisas’; 1.1.2. ii) Dahlberg (1978b, p. 105), que afirma que “a intensão do conceito é a soma total
das suas características. É também a soma total dos respectivos conceitos genéricos e das diferenças
específicas ou características especificadoras”; 1.1.2. iii) Guarino (1998 apud ALMEIDA e BAX, 2003,
p. 9) afirma que “[...] ontologia se refere a um artefato constituído por um vocabulário usado para
descrever certa realidade, mais um conjunto de fatos explícitos e aceitos que dizem respeito ao sen-
tido pretendido para as palavras do vocabulário”; 1.1.2. iv) Segundo Neches (1991 apud FEITOSA,
2005, p. 26), “uma ontologia define os termos básicos e as relações, compreendendo o vocabulário
de uma área de tópico, bem como as regras para a combinação de termos e as relações para definir
as extensões do vocabulário”; 1.1.2. v) Na área da Ciência da Computação apresenta a seguinte de-
finição: “uma ontologia é uma especificação formal e explícita de uma conceitualização comparti-
lhada” (BORST, 1997, p. 12); 1.1.2. vi) “formal” significa legível para computadores; “especificação
explícita” diz respeito a conceitos, propriedades, relações, funções restrições, axiomas, explicita-
mente definidos; “compartilhado” quer dizer conhecimento consensual; e “conceitualização” diz
respeito a um modelo abstrato de algum fenômeno do mundo real.
Uma ONTOLOGIA contém: a) classes (organizadas em uma taxonomia); b) relações (re-
presentam o tipo de interação entre os conceitos de um domínio); c) axiomas (usados
para modelar sentenças sempre verdadeiras); e d) instâncias (utilizadas para represen-
tar elementos específicos, ou seja, os próprios dados).
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 22
TAXONOMIAS. Taxonomia vem do grego taxis=ordem e onoma=nombre e derivou-se de um dos ra-
mos da Biologia que trata da classificação lógica e científica dos seres vivos, fruto do trabalho do
médico e botânico sueco Carolus Linnaeus (ou Karl von Linné). Apesar das taxonomias terem sido
primeiramente empregadas na área da Biologia, nos ambientes digitais, seu uso, segundo autores
como Edols (2001), Adams (2000) e Plosker (2005), está relacionado com as formas automatizadas
de organização da informação, tornando-se alvo de estudos da Ciência da Informação. No âmbito
da Gestão do Conhecimento, as taxonomias são definidas como “elementos estruturantes, estraté-
gicos e centrais para negócios baseados em informação e conhecimento [...] para classificar e faci-
litar o acesso à informação” (TERRA et al., 2005, p. 1). Para Martinez et al. (2004, p. 106) “a taxono-
mia, em um sentido amplo, é a criação da estrutura (ordem) e dos rótulos (nomes) que ajudam a
localizar a informação relevante. Em um sentido mais específico, é o ordenamento e rotulação de
metadados, que permite organizar sistematicamente a informação primária”. É interessante notar
que a estrutura mais citada na literatura para a taxonomia é a hierárquica, sendo uma forma de ca-
racterizá-la. A taxonomia organiza a informação da mais genérica a mais específica, utilizando-se da
relação hierárquica ou relação de gênero-espécie entre os termos. Essa relação é definida por Dahl-
berg (1978b, p. 104) como sendo aquela que aparece “[...] entre dois conceitos que têm idênticas
características, sendo, porém, que uma em relação à outra, apresenta uma característica adicional,
de modo que surge entre eles uma hierarquia”. Mas, as taxonomias corporativas não se limitam a
essa relação, somente, como veremos adiante. Seu objetivo é: [...] representar conceitos através de
termos, agilizar a comunicação entre especialistas e outros públicos; encontrar o consenso; propor
formas de controle da diversidade de significação e oferecer um mapa de área que servirá como guia
em processo de conhecimento (TERRA et al., 2005, p. 1). “[...] taxonomias organizam e criam signi-
ficados para os relacionamentos entre coisas ou ideias”.
--
ASPECTOS ESTRUTURAIS DOS TESAUROS
A árvore de porfírio pressupõe as relações de gênero/espécie e todo/parte e relações de
implicitação, em que “os nós baixos da classificação implicitam necessariamente os nós altos. Mas,
cuidado! Embora o tesauro possa se prestar a uma representação gráfica semelhante à da Árvore de
Porfírio, não podemos fazer uma associação direta entre ambos. O tesauro, muitas vezes, relega essa
classificação proposta de início – preditiva, portanto, - a um segundo plano.
Assim... A relação existente entre os descritores do tesauro aproxima-se dos procedimentos
utilizados nas teorias de classificação mais modernas, ditas facetas. Com associações de descritores
de diferentes naturezas. Desse modo, a organização hierárquica fundamental do tesauro funciona
de forma dicionarial. Ela pressupõe uma definição do tipo “se > então”, calcada num código de na-
tureza institucional: seus limites dependem dos contratos de natureza social, socioculturais e ideoló-
gicos. O tesauro é um objeto cultural que registra e representa o conhecimento segundo parâmetros
estáveis e previamente determinados, sob a forma de redes de relações entre descritores.
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 23
O PROCESSO DE DENOMINAÇÃO
A árvore de Porfírio é uma construção que depende da escolha da qualidade que se apli-
cará às subdivisões sucessivas.
Basicamente, são relações A e não A que importam aqui
PROCESSO DE DENOMINAÇÃO
Corpórea e
não corpórea
Animada e
Não-animada
Sensível
Não-sensível
Racional e
Não-racional
Princípio da Divisão Dicotômica – o mais básico existente no tesauro. O mais útil tam-
bém! Apresenta breves traços de hierarquização, mas que são importantíssimos!!!!
Como resultado, cada descritor acaba por recobrir o espectro bastante amplo de significados,
no qual cabem informações contraditórias e contrárias. Mas, os tesauros não analisam a significa-
ção discursiva com referência às circunstâncias de emissão, mas sim uma interpretação amarrada
em definições conceituais. O uso do tesauro fica comprometido pelo aparecimento de qualidades
do texto individual que não são passíveis de serem enquadrados em parâmetros prévios e preditivos.
Assim, no lugar de análise da significação discursiva com referências às circunstâncias de emis-
são, supõe-se uma interpretação amarrada em definições conceituais (das propriedades da palavra)
quase sempre intuídas, já que, as relações semânticas entre os descritores não são suficientemente
rigorosas.
A representação em forma de dicionário implica a discussão sobre o verdadeiro ou falso. No
caso dos tesauros, esse recorte é delimitado, inicialmente, pela escolha de um princípio de organiza-
ção do conhecimento, na forma de recorte feito na literatura da área – que funciona como fonte para
a seleção de termos e conceitos mais recorrentes – a já citada “garantia literária”.
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 24
As limitações do tesauro para controlar a terminologia e representar informação - a constru-
ção dos tesauros, através de signos linguísticos (que passam a constituir os signos documentários),
resultantes de um processo onomasiológico, esse procedimento, "parte da consideração da substân-
cia do conteúdo (conceito) para chegar à forma de conteúdo (signos linguísticos que correspondem
ao recorte do campo conceitual).
---
Tenho, particularmente, mais adesão à z39.19 para a finalidade de se estudar o tema.
NORMA ISO 25964 ANSI/NISO Z39.19
• É uma norma internacional destinada a
tesauros;
• Inclui: tesauros monolíngues e
multilíngues;
• É um padrão para vocabulários
controlados;
• Inclui: lista de termos controlados;
anéis de sinônimos; taxonomias e
tesauros;
Segundo a z39.19-2005, os vocabulários controlados têm cinco propósitos - 1. Tradução: for-
neça um meio de converter o idioma natural dos autores, indexadores e usuários em um vocabulário
que possa ser usado para identificação e recuperação; 2 – Consistência: promover uniformidade for-
mal e na atribuição de termos; 3. Indicação de relacionamentos: os relacionamentos semânticos
entre os termos; 4. Identificação e navegação: para que forneça hierarquias consistentes e claras em
um sistema de navegação para ajudar os usuários a localizar os objetos de conteúdo desejados. E, 5.
Recuperação: serve como auxiliar de busca na localização de objetos de conteúdo. Segundo essa
mesma norma, os vocabulários controlados – listas, anéis de sinônimos, taxonomias e tesauros – são
estruturados de acordo com diferentes níveis de complexidade:
Por que? Porque numa organização, ou empresa, é muito difícil se chegar no nível do tesauro
com a colaboração adequada de todos os empregados da empresa. Cada um tem o seu contexto de
conhecimento, experiência, aderência, etc., ao programa de gestão da informação.
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 25
Conforme visto na imagem, a z 39.19 engloba os vocabulários controlados, sejam eles – listas,
anéis de sinônimos, taxonomias e tesauros – e que são estruturados de acordo com diferentes níveis
de complexidade.
Uma das críticas para a AIIM ECM p é não considerar as ontologias com a devida importância
que elas vêm ganhando no mundo corporativo, atém mais do que as taxonomias e os tesauros.
Outra crítica que podemos fazer é mencionar brevemente as facetas, e considerar o sistema
CDD como um exemplo pertinente para o estudo, quando para nós bibliotecários, o sistema de dois
pontos, ou a Cólon Classification, é que faz todo o sentido no estudo. Até a CDU seria mais adequada
para exemplo do que a CDD.
Seria de muita pertinência analisar o PMEST neste preparatório.
--
Uma última contribuição da biblioteconomia:
RENQUES E CADEIAS.
RENQUES - são classes de termos formadas a partir de uma única característica de divisão.
O ponto de partida para a formação de renques seria, então, a definição de cada conceito a fim de
identificar a característica genérica. O conjunto de termos com esta característica comum formaria
um renque onde seus componentes guardam entre si uma relação de coordenação, formando uma
série horizontal.
Por exemplo, no universo da Economia, os conceitos "ações", "cadernetas de poupança", "co-
tas de fundos de investimentos", "debêntures", "depósitos a prazo", "RDBs" seriam termos coorde-
nados e formariam um renque, já que sua característica comum é serem todos "títulos financeiros",
ou seja, "documentos ou registros contábeis representativos de quantia disponível, ou que se tornará
disponível para o seu detentor".
Outro exemplo: "política comercial", "política fiscal" e "política monetária" seriam termos co-
ordenados e formariam um renque, já que sua característica comum é serem todos uma "política",
ou seja, "um conjunto de diretrizes, normas ou medidas".
Títulos
Financeiros
Ações Poupança CDB Debêntures
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
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CADEIA - é uma série vertical de classes. Por exemplo, Instrumento de sopro -> Flauta ->
Flauta nasal.
Mas uma ressalva importante a se fazer como crítica para melhoria do material da AIIM
pelo ECM p é que o sistema de conceitos do tesauro tem três tipos de possiblidades, o hierár-
quico, o ontológico e o relacional.
Pois bem, num dos momentos da apostila deles, as relações entre termos que são onto-
lógicas, foram elencadas como se fossem hierárquicas. Então, cuidado:
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
RELAÇÕES LÓGICAS
(por vezes também chamadas relações diretas);
RELAÇÕES ONTOLÓGICAS
(por vezes também chamadas relações indiretas).
São relações de Superordenação e subordinação São relações Partitivas e sequenciais
...
Instrumentos
Instrumentos
de Corda
Instrumentos
de Percussão
Instrumentos
de Sopro
Flauta
Flauta nasal
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SISTEMA DE CONCEITO – Um dos postulados do tesauro é que os conceitos de uma área de assunto
se inter-relacionam formando um sistema. Não existe conceito isolado: ele está sempre relacio-
nado com, pelo menos, um outro conceito. A Faceta – ou Categoria Fundamental –, segundo Ran-
ganathan, é a classe mais geral de um assunto. Com isto, ela reúne todas as classes particulares de
mesma natureza. Cada Faceta, por sua vez, se relaciona com outra, de sorte a mapear o assunto a
que se refere. No maior grau de abstração, podemos afirmar que um assunto sempre pode ser face-
tado, ou seja, nele encontramos conceitos que são manifestações de Coisas (ex.: Produtos, Objetos
manufaturados, Substâncias naturais e/ou artificiais), Partes de Coisas (ex.: componentes, partes,
peças, elementos constitutivos), Propriedades de Ações (ex.: Fenômenos/Processos/Operações/Téc-
nicas), Etapas das Ações, Propriedades de Ações, Agentes das Ações (ex.: Substâncias/ Instrumen-
tos/Equipamentos), Componentes dos Agentes, Propriedades dos Agentes, Medidas, etc. A lista de-
senvolvida pelo Classification Research Group fornece um roteiro seguro para nortear a facetação
de qualquer área de assunto (Ver Anexo 2). Como exemplo, citamos algumas facetas - e suas mani-
festações - que integrariam o sistema de conceitos relativos a Proteção sanitária:
FACETA MANIFESTAÇÕES
Coisas Resíduos, Efluentes, Lodo, Substância perigosa, Substância tóxica
Operações sobre coisas Tratamento de águas residuais, tratamento lodo, Disposição final, Pro-
cessos de decomposição da matéria orgânica, Processos de estabiliza-
ção da matéria orgânica
Agentes do processo Agendes de biodegradação/decomposição, Poluentes
Equipamentos/instalações Unidades de tratamento de resíduos, Instrumentos utilizados no trata-
mento de resíduos, equipamentos utilizados no tratamento de resíduos
Quando nos debruçamos sobre a realidade empírica vemos que podemos reunir como no
exemplo acima -, de um lado, as facetas relacionadas aos aspectos negativos, isto é, Classes de
conceitos relacionados com a poluição e, de outro, aos aspectos positivos, isto é, Classes de con-
ceitos relacionados com a correção dos problemas causados na Natureza pela atividade humana.
E assim estabelecemos outras relações entre as facetas. O exemplo acima permite perceber, em
extensão, a realidade empírica que está sendo objeto de representação conceitual. Esse é um dos
aspectos mais interessantes do Método de Faceta. Quando se consegue fazer este exercício, com-
preende-se melhor quais as facetas relevantes para uma área. Como podemos verificar, o Método
de Faceta é dedutivo: ele fornece as bases para estabelecer as grandes classes, no interior das quais
são incluídas as classes de conceitos, com suas cadeias e renques.
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 28
Mas a aplicação do Método não se restringe à elaboração de tesauros: ele pode ser adotado
no planejamento de um serviço de recuperação de informação fornecendo bases para uma política
de seleção; pode ser empregado, também, para análise dos textos - na indexação - e das perguntas
- na busca. E ainda em muitas áreas que lidam com informação (GOMES, 1998).
APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CONCEITOS
APRESENTAÇÃO DO SISTEMA - O sistema de conceitos deve evidenciar todas as relações pre-
sentes: as relações lógicas (de superordenação e de subordinação) e as ontológicas (partitivas e
sequenciais). Relações entre os conceitos – Os conceitos se definem uns em relação aos outros.
Neste processo, ficam evidenciadas certas relações que fornecem as bases para sua ordenação. Estas
relações podem ser divididas em: a) relações lógicas (por vezes também chamadas relações diretas);
e b) relações ontológicas (por vezes também chamadas relações indiretas).
a) Relações lógicas – As relações lógicas são relações de semelhança. São aquelas que reúnem os
conceitos que têm características comuns entre si. Vimos isto nos exemplos de 'biocida' e 'verniz'.
Outro exemplo: os conceitos 'vinho', 'champanha', 'vermute', 'cerveja', 'chope', têm em comum a
característica 'bebida alcoólica fermentada'. As relações lógicas permitem a identificação de classes
de conceitos. Nos casos acima, temos as classes 'biocida', 'verniz' e 'bebida alcoólica fermentada'.
Esta última classe, se o assunto for bebidas, vai estar subordinado a 'bebida alcoólica' e este conceito,
por sua vez, ainda terá outro conceito superordenado 'bebida'. Completa-se, assim, a série (GOMES,
1998). a) -1 Intensão. O número de características necessárias à identificação de um conceito varia.
Chama-se intensão o conjunto das características que constituem um conceito. A intensão de um
conceito pode ser maior ou menor em relação a outro(s), ou seja, o número de características de um
conceito pode ser maior ou menor em relação a outro(s). a) -2 Relação de subordinação lógica. Existe
uma relação de subordinação lógica quando a intensão do conceito subordinado inclui a intensão
do conceito superordenado e, pelo menos, mais uma característica especificadora. No sistema de
conceitos, o conceito subordinado é chamado, também, de conceito específico e o conceito superor-
denado, de conceito genérico. Por exemplo, o conceito 'bebida' pode ter, entre outros, os seguintes
conceitos subordinados: 'bebida hídrica', 'bebida estimulante', 'bebida láctea', 'bebida alcoólica' to-
dos estes de mesmo nível (conceitos coordenados), formando um renque. O conceito 'bebida hídri-
ca', por sua vez, pode ter os conceitos subordinados 'bebida hídrica natural' e 'bebida hídrica artificial'
(conceitos coordenados). O conceito 'bebida hídrica natural' pode ter, ainda, os conceitos 'água po-
tável' e 'água minera1', (conceitos coordenados) e assim por diante. A intensão dos conceitos esta-
belece entre eles uma ordenação, daí os nomes 'superordenados' e 'subordinados'. Por isto diz-se,
também, que estas relações são hierárquicas. A relação vertical dos conceitos forma uma cadeia. A
relação horizontal (conceitos coordenados) forma um renque!". Nos exemplos anteriores pode-se
derivar várias cadeias e renques (GOMES, 1998).
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 29
b) Relações ontológicas. Por vezes a análise do conceito exige observação do ponto de vista do
objeto - sua relação com outro objeto, processo, etc. Quando isto ocorre, diz-se que as relações
são ontológicas; elas refletem relações que se dão entre objetos numa dada realidade empírica, seja
por contiguidade no tempo, seja no espaço. Aqui se incluem as relações partitivas (no espaço) e as
relações sequenciais (no tempo). Por exemplo, pode-se tentar analisar o conceito 'motor de avião'
por suas características. Mas isto pode não ser suficiente para seu entendimento. O que vai ajudar
na análise é o conhecimento de suas partes (GOMES, 1998). b) - 1 Relação partitiva. Na relação
partitiva existe, também, uma espécie de hierarquia. O conceito abrangente se refere ao todo,
enquanto os conceitos partitivos se referem às partes. Um mesmo objeto pode ser seccionado de
vários modos, conforme o objetivo e o interesse do público a que se destina. Por exemplo, o corpo
humano pode ser seccionado de vários aspectos: do ponto de vista sistêmico – sistema digestivo,
sistema respiratório, etc.; do ponto de vista da natureza da matéria – músculos, nervos, ossos, etc.;
e assim por diante. b) - 2 Relação sequencial. Há relação sequencial - no tempo - quando, por exem-
plo, um objeto dá origem a outro, ou quando um processo ou fenômeno desencadeia outro pro-
cesso ou fenômeno: 'lagarta' - 'borboleta', Urânio - Urânio 235. Outra relação sequencial é a que
ocorre entre um determinado processo que leva a um produto (GOMES, 1998).
c) Outras relações ontológicas – As chamadas relações associativas têm sido apresentadas nos ma-
nuais de elaboração de tesauros sem que se apresentem bases científicas para tal. Isto leva à pre-
sença de relações incompreensíveis e, por vezes, inúteis. Há, no entanto, outras relações entre ob-
jetos - ainda não nomeadas – que podem ser úteis. Por exemplo, se uma determinada substância,
numa área da atividade humana, for necessária para que um dado processo ou fenômeno seja de-
sencadeado, pode-se afirmar que aí existe uma relação associativa (relação agente-processo). Pes-
quisas precisam, ainda, ser realizadas, para a identificação de outras relações. No entanto, um bom
princípio a ser seguido, é o de atentar para o entendimento da realidade empírica, cujas relações
entre os objetos devem estar refletidas entre os conceitos respectivos (GOMES, 1998).
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
RELAÇÕES LÓGICAS RELAÇÕES ONTOLÓGICAS RELAÇÕES ASSOCIATIVAS
Para visualizar melhor o sistema de conceitos utiliza-se meios gráficos como: -lista estruturada: esta
forma é a mais comum. Nela, a subordinação é indicada pela endentação; - gráfico em árvore: neste
esquema, as linhas oblíquas ligam os conceitos superordenados aos subordinados, ficando aqueles
no plano superior e estes no plano inferior. Há vários modelos como nos exemplos a seguir; - gráfico
em chave: usado para relações partitivas. As ligações se dão em linhas verticais para ligar o todo a
suas partes e estas são ligadas por linha horizontal (GOMES, 1998).
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 30
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
a) DO TIPO RELAÇÃO LÓGICA: SUBORDINAÇÃO LÓGICA.
͢ Relação de subordinação lógica. Apresentação em lista estruturada:
Bebida
Bebida hídrica
Bebida hídrica natural
Água potável
Água mineral
Bebida hídrica artificial
Bebida estimulante
Bebida láctea
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
a) DO TIPO RELAÇÃO LÓGICA: SUBORDINAÇÃO LÓGICA.
͢ Gráfico em árvore:
Quando há mais de um tipo de característica no interior de uma classe de conceitos o tipo vem in-
dicado entre parênteses, a menos que haja uma designação própria.
Observação: Na parte alfabética dos tesauros esta relação é indicada pela notação TG (termo
genérico) antecedendo o termo genérico e pela notação TE (termo específico) antecedendo o termo
específico, respectivamente nas entradas de termo específico e termo geral. Exemplo:
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 31
Verniz
TE Verniz fosco
Verniz fosco
TG Verniz
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
a) DO TIPO RELAÇÃO ONTOLÓGICA:
͢ Relação partitiva. A apresentação da relação partitiva em lista estruturada é semelhante à apre-
sentação da lista de termos de subordinação lógica. O que caracteriza é a indicação do tipo de divi-
são, indicado entre parênteses, como característica de divisão. Exemplo:
verniz
(elementos constituintes)
veículo
resina
aditivo
Deve-se entender, neste caso, que 'veículo', 'resina' e 'aditivo' são componentes do verniz. O
gráfico em chave é empregado nas relações partitivas. Na parte superior fica o termo que representa
o objeto no seu todo e na parte inferior os termos que representam os objetos que compõem o
objeto no seu todo. Exemplo:
Obs. Um conceito pode ser analisado tanto no plano lógico como no plano ontológico, ou seja,
pode estar numa subordinação lógica e, ao mesmo tempo, partitiva. Exemplo:
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 32
O primeiro gráfico à esquerda mostra os componentes (relação partitiva) do 'verniz. 'Resina',
no entanto, apresenta dois conceitos subordinados logicamente. O segundo gráfico mostra os con-
ceitos subordinados logicamente a 'verniz'. Se em cada gráfico houver muitos conceitos, pode ser
mais prático apresentá-Ios em separado.
Observação: Na parte alfabética dos tesauros esta relação é indicada pelas notações TGP
(termo genérico partitivo) e TEP (termo específico partitivo), antecedendo os termos, respectiva-
mente nas entradas dos termos partitivo e abrangente. Exemplo:
Verniz
TEP Resina
Resina
TGP Verniz
O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes:
1.4.4.5. c) DO TIPO RELAÇÃO ASSOCIATIVA:
͢ Relação associativa - As relações associativas se dão entre conceitos que têm em comum uma das
características especificadoras ou delimitativas. Graficamente elas são mostradas como linhas hori-
zontais que ligam conceitos de diferentes classes. Exemplo:
Óleo de copaíba ----------------------------------------- copaíba
Observação: Tanto as relações sequenciais como as demais relações identificadas entre os
objetos de uma realidade empines são indicados nos tesauros pela notação TR (Termo relacionado).
Esta denominação, no entanto, é impropria, pois, num tesauro, todos os termos estão relacionados
segundo algum princípio. Por este motivo, achamos mais conveniente a expressão ‘Termo associ-
ado’- TA.
Exemplo: Óleo de copaíba
TA Copaíba
Copaíba
TA Óleo de copaíba
Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3.
Pág. 33
Considerações finais:
Para um ambiente de colaboração entre várias áreas de atuação, é válido sim, os conheci-
mentos em tela. Principalmente, para popularizar essas demandas e levantar colaborações de toda
parte. Também é válido para popularizar os desafios da área.
Os documentos de referência elencados pela AIIM pelo ECM p não são adequados. Não foi
feita referência à norma de tesauro atualizada, e nem a z39.19, o que é um absurdo.
Mais interessante seria se fosse feita uma tradução da z39.19 que valeria todo o alto custo do
curso preparatório.
...
Desafios da classificação
A classificação é trabalhosa e difícil de desenvolver. Pode ser necessária a utilização de mais de
um tipo de linguagem ou vocabulário. A classificação de conteúdo em um esquema de categorização
é um trabalho contínuo. O conteúdo muda, o contexto muda também. E, as experiências dos usuários
podem empurrar novas necessidades de classificação que darão competitividade ao negócio.

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Aula 2.3. Minicurso de ECM

  • 1. Priscyla Patrício PAPIRVM BIBLIOTECONOMIA Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management
  • 2. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 1 INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DE ECM – 2.3. Taxonomias. 2.3.1. A nossa aula 02: Segundo a aula 1.1., o nosso minicurso, contém 09 aulas e material extra. Estamos avançando: Aula 02 – Ferramentas e instrumentos das práticas de ECM (ECM p). PDF 2.1. Criação e captura de informação no ambiente corporativo. PDF 2.2. Metadados. PDF 2.3. Taxonomia. PDF 2.4. Segurança e controle, Processos e automação. PDF 2.5. Pesquisas; Entrega e apresentação; e Tendências e direções. Nesta aula 2.3. iremos abordar o assunto taxonomia na visão da AIIM pelo ECM p.
  • 3. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 2 2.3.2. Definindo taxonomia e classificação Segundo a AIIM, taxonomia é a ciência para classificação da informação. São as regras para a classificação da informação. O termo taxonomia é muito citado por ser pouco entendido. Nos últimos anos, o mundo dos negócios ‘caiu de paixão’ pelo termo “taxonomia”. Nós usamos especificamente para referenciar um arranjo hierárquico de categorias em uma interface do usuário em um site ou na Internet (AIIM, 2013). No exemplo seguinte, podemos ver o que é, para muitos, taxonomia: Ao clicar na guia ‘About AIIM’ você está no nível hierárquico maior, pois observa todo o con- teúdo principal do portal e seus menus principais. Este nível, no exemplo, é o 1 (um). Assim, este botão na guia principal disponibiliza uma série de submenus, esta série é o nível 2 (dois). A série de submenus está oculta e só aparecerá ao clicar em 1 (um), por isso 2 (dois) é hierarquicamente infe- rior, neste exemplo. Ao acionar 2 (dois) um sub-submenu aparece. E este não disponibiliza mais ou- tros menus inferiores, pois dali se irá para as páginas subsequentes. Então, 4 (quatro) é uma das páginas que podem ser acionadas a partir de 3 (três). Está é uma das aplicações mais conhecidas da taxonomia, mas em si, ela não tem a capacidade de definir a taxonomia. Embora seja um dos exemplos mais fáceis de visualizar.
  • 4. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 3 Para a AIIM, pelo ECM p: • Uma taxonomia é um sistema de classificação; Por exemplo, a forma como alguém classifica o conteúdo de seu correio eletrônico, uma coleção de CD’s ou o conteúdo de um iPod. • Uma taxonomia é um mapa de conhecimento; Ela reflete como seu proprietário concebe uma massa de conteúdo (um domínio de conheci- mento) para efeito de pesquisa, navegação, descoberta e compartilhamento de informação. • A taxonomia é semântica. Indica os relacionamentos entre conceitos, tais como, o relacionamento entre um carro e uma direção, onde a direção é “parte” do carro. As taxonomias, segundo a AIIM pelo ECM p, podem ser organizadas em: listas, árvores, hierar- quias, poliierarquias, matrizes, facetas e mapas de sistemas. Vamos a cada uma delas? 2.3.2.1. Listas É uma coleção simples de coisas relacionadas. O relacionamento é definido pelo propósito da lista. A situação ideal é quando o domínio é simples e a quantidade de conteúdo é pequena. P. ex., Códigos de países, tipos de doenças, etc. As listas são a base para a construção de todos os outros tipos de representação taxonômica (AIIM, 2013, p. 12).
  • 5. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 4 2.3.2.2. Árvores. Representam a transição de um relacionamento genérico para um mais específico ou do todo para uma parte. A situação ideal é que quando a lista ficar muito longa, seja ela quebrada natural- mente em subcategorias. P. ex., páginas amarelas, diretórios, etc. 2.3.2.3. Hierarquias. Uma estrutura em árvore que tem consistência é aquela que mantém o mesmo tipo de rela- cionamento em todos os níveis. O “filho” herda todas as características do “pai” e cada filho só pode estar em um lugar na taxonomia. Funciona melhor com sistemas mais maduros, formais, lógicos. Exemplos: taxonomias na biologia, etc.
  • 6. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 5 2.3.2.4. Poliierarquias. Utilizado quando um item pertence a mais de um lugar na vida real e múltiplos princípios de organização são necessários. Oferece um “relacionamento virtual” entre hierarquias. Ex.: um con- junto de conteúdo relacionado a doenças que podem ser organizadas “taxonomizadas” pela parte do corpo afetada e por causas. 2.3.2.5. Matrizes. Oferece o cruzamento de taxonomias em duas ou três dimensões e a possibilidade de ofere- cer diferentes visões do mesmo conteúdo. Por exemplo, o mesmo conteúdo pode ser localizado pelo gerente do projeto, estágio do projeto e/ou padrões afetados.
  • 7. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 6 2.3.2.6. Facetas. Uma taxonomia multidimensional composta de múltiplos rótulos ou identificações, cada um representando uma taxonomia individual. Assim, o conteúdo é categorizado de múltiplas formas em uma única interface. Por exemplo, selecionando vinhos baseado nas características, tais como tipo, preço, região. 2.3.2.7. Mapas de sistemas. Representação visual de um domínio de conhecimento. As legendas representam categorias de taxonomia. Por exemplo: um conjunto de conteúdo médico, relacionado ao sistema nervoso hu- mano está disponível através de um diagrama do corpo humano. Cada componente deste sistema é ilustrado no contexto e identificado apropriadamente.
  • 8. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 7 2.3.3. Classificação Segundo a ISO 154891 , a identificação sistemática e organização de atividades de negócio e/ou registros em categorias, de acordo com convenções logicamente estruturadas, métodos e re- gras procedimentais, representadas em um sistema de classificação (ISO, 2018). Em um portal de e-commerce é agrupar as informações dos produtos: p. ex., o produto carro, pode ser categorizado por marca, modelo, potência; o produto alimento, pode ser categorizado se é enlatado ou in natura, pelo tipo, se é carne, vegetais, grãos, etc. O produto programas de TV, pode ser categorizado em comédia, drama, show, etc. As roupas se para adultos ou crianças, caras ou baratas, para o inverno ou verão, etc. SISTEMA DECIMAL DE DEWEY O Sistema Decimal de Dewey CDD é utilizado para classificar informação no mundo ocidental. Muito utilizado e disseminado na Europa. CLASSIFICAÇÃO DE BIBLIOTECA CHINESA 43.600 categorias, constantemente expandindo-se para atender às necessidades de uma na- ção em face de mudanças. Considerações políticas determinam certa organização. 1 ISO 15489-1:2018 Informação e documentação: gestão de documentos de arquivo. Parte 1 – conceitos e definições.
  • 9. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 8 BIBLIOTECA DO CONGRESSO DOS EUA A classificação da LC é usada para categorizar livros publicados nos EUA. As categorias expan- didas enfatizam interesses e história específica dos EUA. --- O que é um esquema de classificação? Um esquema de classificação é a estrutura que organizações usam para organizar, acessar, recuperar, armazenar e gerenciar sua informação. Pode ser usado para classificar registros. Um Es- quema de Classificação Corporativa ECC, ou Business Classification Scheme BSC, é um esquema de classificação baseado nas funções e atividades de negócio de uma organização. São predominante- mente utilizados para fins de gestão de registros. P. ex., a ICAO Organização Internacional de Aviação Civil possui a sua terminologia para que operadores de tráfego aéreo, pilotos, operadores de meteorologia, informações aeronáuticas, rota de voo, torre, APP e ACC, etc., possam utilizar os mesmos termos em suas comunicações durante os voos, para que não haja falhas na comunicação nos diversos idiomas. A partir dessa terminologia, é possível organizar uma taxonomia dos documentos, regulamen- tos e legislações da aviação civil, publicações científicas e técnicas da área. Por si, a Classificação Decimal Universal, ou a Classificação Decimal de Dewey, não podem dar conta de compor um es- quema de organização desses documentos, dado que a área de aviação civil é muito especializada e nesses sistemas não existe a representação dos respectivos níveis de especialização. Considerando também que a área de aviação civil é muito regulamentada e possui uma infi- nidade de documentos, em cada área, a serem utilizados e seguidos por todo o pessoal da aviação. Esquemas de classificação – os tipos de categorização Normalmente Preferido PRINCÍPIOS DA CLASSIFICAÇÃO Funcional Assunto/Tema Organizacional Palavra-Chave / Thesaurus Hierárquico / estilo livre Implementação
  • 10. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 9 Esquema hierárquico – árvore BCS Esquema hierárquico – árvore BCS ANOTAÇÕES
  • 11. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 10 Ex.: Inovação, transferência de conhecimento e infraestrutura técnica (super função). • Inovação (função) • Transferência do conhecimento (função) • Infraestrutura técnica (função) o Padrões e credenciamento (sub função) ▪ Gestão de políticas (atividade) ▪ Suporte à infraestrutura (atividade) o Sistema Nacional de Medição (sub função) ▪ Gestão de políticas (atividade) o Atividade espacial civil (sub função) ▪ Regulação espacial (atividade) Esquema hierárquico – árvore BCS 2.3.4. Classificação baseada no assunto Muitas vezes, conforme o exemplo, é válida a criação de múltiplas classificações. É necessá- ria a audiência dos usuários, identificar o conteúdo ou matéria inerente e o contexto, os fatores tem- porais, organizacionais ou políticos. O entendimento dos termos pelo usuário é fundamental. Principalmente, importante para o e-commerce. Pessoas pesquisam no Google 75x mais por “voos baratos” que por “tarifas baixas”. Então, quem são os usuários? Os especialistas? Os consumidores?
  • 12. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 11 O contexto importa. Por que este usuário com este conteúdo? Hierarquias como semântica implícita. Divide o espaço da informação em categorias e sub- categorias, trazendo conceitos do mais amplo e mais próximo via relacionamento pai-filho. ▪ Genérico – classes-espécies: espécies B (pardal) é um membro da classe A (pássaro) e herda as características de seu pai. ▪ Inteiro-parte: B é parte de A (por exemplo, o dedo indicador é parte de uma mão). ▪ Instância: B é uma instância de A (por exemplo, o Oceano índico é um Oceano).
  • 13. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 12 Simples verdade: pessoas veem (e rotulam) o mundo de diferentes formas ... Areia, armadilha ou bunker? 2.3.5. Taxonomia pessoal Classificação pessoal de informação – pastas e e-mail é a manifestação mais comum. Pode melhorar a relevância e a facilidade de localização para um indivíduo. Algumas abordagens permitem classificação pessoal em adição à taxonomia “autorizada”. Gmail e alguns outros sistemas usam clas- sificação facetada também. Do ponto de vista corporativo, as taxonomias pessoais podem ser bem problemáticas. Sem a interoperabilidade, o caos linguístico impossibilita de se estabelecer padrões e vocabulários corpo- rativos. Cada grupo categoriza de uma forma. Cada indivíduo personaliza. Quando o uso é combinado com os colegas, ou um grupo, pode virar uma ‘folksonomia’.
  • 14. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 13 2.3.6. Folksonomia Rotular conteúdo colaborativamente com um mínimo de controle. A relevância entre os me- tadados e conteúdo, pode ser determinado pelos usuários de forma democrática. Os grupos surgem e comunidades se auto-organizam em torno destas ‘sabedoria das massas’. Aparece tipicamente em comunidades baseadas na web onde as pessoas compartilham conteúdo, criando e usando rótulos. O melhor uso tem uma massa crítica de ‘rotuladores’. Pode ser uma abordagem interessante para desenvolver uma taxonomia da ‘base para o topo’. Uso Pessoal
  • 15. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 14 2.3.7. Ontologia Especificação explícita ou conceitualização de um domínio. Muitas vezes subordina ao the- saurus, mas emprega relacionamentos semânticos mais ricos entre os termos e atributos. Aplica re- gras rígidas especificando termos e relacionamentos. É mais que um vocabulário controlado, é uma representação de conhecimento. As tecnologias semânticas são, geralmente, centradas em torno de ontologias. Uma ontologia para salada iria conter a estrutura de como se relaciona a tudo, de ingredientes a agricultores, a roedores que podem comê-la, bem como a salada é diferente no Japão e na Itália. Por que desenvolver uma ontologia? Para melhorar o compartilhamento e reuso de conhecimento e fazer software mais adaptável a um ambiente. Compartilhar o entendimento comum da estrutura de informação entre pessoas e desenvolvedores de software. ▪ Permite a reutilização de domínios de conhecimento. ▪ Faz hipótese de domínios de conhecimento. ▪ Separa domínios de conhecimento. ▪ E analisa domínios de conhecimento. --- O desafio do significado. Significado é um problema sério para máquinas e humanos. O mesmo termo pode ter múlti- plos significados. Múltiplos termos podem ter o mesmo significado. Afinal, significado é contextual. O Dublin Core foi desenhado para tirar ambiguidade no nível mais básico. Por exemplo, dis- tingue entre “Criador” e “Contribuidor” e “Publicador” Mas, na realidade, é muito mais difícil alcançar um acordo semântico. --- Os FRBR, uma taxonomia da catalogação Os FRBR, apesar da maioria dos bibliotecários associarem o modelo para descrição, também é, mas também possuem essa possibilidade de se retirar a ambiguidade que era a catalogação com AACR-2, valendo-se, unicamente, de posição, pontuação e significado.
  • 16. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 15 Quando os FRBR especificam “Obra”, “Expressão”, “Manifestação”, e “Item”, na verdade, os FRBR atuam como uma taxonomia da descrição bibliográfica. Por isso, é tão complicado entender o código RDA quando se está acostumado com a AACR-2. Apesar do RDA ter muita coisa da AACR-2, aqui, temos um nível de representação mais profunda da catalogação, em sua taxonomia. Assim, os atributos são elementos hierarquicamente subordinados entre as entidades. E Item, significa que existe Manifestação, Manifestação significa que existe Expressão, Expressão significa que existe Obra. Necessariamente. Desta forma, a catalogação, com os FRBR, FRAD e FRSAD, esses modelos conceituais, aplicam um aspecto naquela, ganha uma realidade taxonômica do contexto da descrição dentro de um am- biente de dados relacionais. É tão verdade, que os modelos relacionais são desenhados em diagramas de árvore ou anéis de entidades. --- 2.3.8. Vocabulários controlados São ferramentas de suporte baseadas em coleções de termos utilizados para identificar, ras- trear e descrever conteúdo. Por exemplo, usuários podem desejar organizar o conteúdo de acordo com – setor do negócio; localização geográfica; tipo de produto; tipo de organização; tópicos da po- lítica. Permite que conteúdo somente seja descrito com o uso de “termos oficiais”. Tipos de vocabulários controlados. ▪ Simples listas – listas de termos permitidos para serem utilizados na descrição de um recurso informacional; ▪ Anéis de sinônimos – um anel de termos conectados, todos tratados equivalentemente para efeitos de pesquisa; Anéis de sinônimos podem ser utilizados para conectar acrônimos, vari- ações de pronúncia ou termos populares/científicos. ▪ Thesaurus – arranjo hierárquico de significados mais amplos e mais precisos. - Listas simples e anéis de sinônimos Ex.: lista simples de doenças bovinas – Anaplasmosis, Babesiosis, Bovine spongiform encepha- lopathy BSE, Cysticercosis Anel de sinônimos para doença da vaca louca BSE:
  • 17. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 16 Thesaurus Uma coleção de termos de vocabulário controlado em rede, usando relacionamentos. Usado para gerenciar e identificar os relacionamentos entre termos. Por exemplo, igual a, relacionado a, oposto de, etc. Alguns exemplos de um domínio hipotético: Bergamota = mixirica, bergamota é um tipo mais preciso de frutas cítricas, Alface crespa = alface (exemplo de anel de sinônimos), alface é um tipo de vegetal, É útil para reconciliar diferentes vocabulários entre unidades de negócio ou grupos funcionais.
  • 18. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 17 Ontologias, taxonomias e tesauro Existe um potencial muito mais vasto de informação semântica que uma taxonomia pode ou não conter: “Alface cresce no chão. Coelhos são um perigo para plantadores de alface. Tomates e pepinos são normalmente comidos com alface, estas três coisas juntas é chamado de salada. Mas, uma salada não é a somatória destas três coisas – no Japão, uma mistura de algas e sementes é uma salada. No centro-oeste americano, a junção de Jell-O e rabanetes é chamado de salada e não tem alface envolvida”. Benefícios da Classificação ▪ Provê relacionamentos entre registros individualizados que acumulam para oferecer um re- gistro contínuo de uma atividade; ▪ Garantir que registros sejam nomeados de uma forma consistente ao longo do tempo; ▪ Ajudar na recuperação de todos os registros relacionados a uma função em particular ou ati- vidade; ▪ Determinar segurança e níveis apropriados de acesso para conjuntos de registros; ▪ Alocar permissões de usuários para acesso ou ação sobre grupos particulares de registros; ▪ Distribuir responsabilidades de gestão de conjuntos determinados de registros; ▪ Distribuir registros para ações; ▪ Determinar períodos apropriados de retenção e formas de descarte para registros. 2.3.9. Padrões e diretrizes ▪ ISO 15489 Padrão internacional para gestão de registros; ▪ MoReq2 Model Requierements for the Management of Electronic Records – Modelo de re- quisitos para a gestão de registros eletrônicos; ▪ DIRKS metodologia para desenho e implementação de sistemas de registros; ▪ ISO 2788 Diretrizes para estabelecer thesauri em um idioma Porém, observe: Um pouco de biblioteconomia (só um pouquinho), agora: Para a área de recuperação, é importante considerar: • Os conhecimentos da área de indexação, coeficientes de precisão e de revocação, busca e recuperação da informação, tesauros e terminologias, especificidade, exaustividade e den- sidade, resumos, indexação automática e elaboração automática de resumos; • Normas internacionais z39.19 e ISO 25964 para elaboração de tesauros e terminologias;
  • 19. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 18 Há dois tipos de linguagens controladas de indexação baseadas em assuntos: LINGUAGENS ALFABÉTICAS de indexação, como os tesauros e listas de cabeçalhos de assuntos, os termos que cor- respondem aos assuntos são nomes dos assuntos postos em ordem alfabética. Exerce-se controle sobre os termos a serem usados e se indicam as relações entre termos, mas os próprios termos são palavras usuais. Nos SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO cada assunto é representado por um código ou notação. Eles têm como principal finalidade localizar os assuntos dentro de uma estrutura que cris- taliza as relações que eles mantêm entre si. São dois tipos arranjos de linguagens controladas de indexação – as linguagens alfabéticas e as linguagens sistemáticas. São três tipos de complexidade de vocabulários controlados – os esquemas de classificação, os tesauros e as listas de cabeçalhos de assuntos. São três os tipos principais de vocabulários controlados: esquemas de classificação bibliográ- ficas (como a Classificação Decimal de Dewey), listas de cabeçalhos de assuntos e tesauros. Todos procuram apresentar os termos tanto alfabética quanto ‘sistematicamente’, só que, em cada um, essa apresentação será predominante. Nas CLASSIFICAÇÕES, o arranjo alfabético é secundário, na forma de um índice que remete para o arranjo principal, que é hierárquico. No TESAURO, o arranjo explícito dos termos é alfabético, mas existe uma estrutura hierárquica implícita, incorporada à lista alfabética por meio de remissivas. A tradicional LISTA DE CABEÇALHOS DE ASSUNTOS é similar ao tesauro por ser de base alfabética, mas difere dele porque incorpora uma estrutura hierárquica im- perfeita e por não distinguir claramente as relações hierárquicas das associativas. Os três tipos de vocabulários controlam sinônimos, distinguem homógrafos e agrupam termos afins, mas empregam métodos um tanto diferentes para alcançar estes objetivos. (LANCASTER, 2004, adaptado) ANOTAÇÕES TESAUROS •Controle de sinonímia (sofisticado); •Diferenciar homógrafos e delimitação semântica (sofisticado); •Apresentação de forma alfabética (remissivas e associação). SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO •Controle de sinonímia (desenvolvido); •Diferenciar homógrafis e delimitação semântica (desenvolvido); •Apresentação de forma sistemática (lógica e remissivas). LISTAS DE CABEÇALHOS DE ASSUNTOS •Controle de sinonímia (rudimentar); •Diferenciar homógrafos e delimitação semântica (rudimentar); •Apresentação de forma alfabética com mecanismos rudimentares de remissivas.
  • 20. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 19 TESAUROS - os tesauros são estruturas consolidadas e padronizadas por normas internacionais, como a ISO 2788 (1986), a ISO 5964 (1985) e a ANSI/NISO Z39.19-2003 que tratam da construção, formatação e manutenção de tesauros monolíngues e multilíngues. Com base nessas normas pode- se sintetizar a estrutura de tesauros em duas partes: Base teórica é a essência e a fundamentação para a construção de tesauros: conceito, termo, categorias e faceta. Base técnico-operacional abor- dagem mais prática no desenvolvimento de tesauros: planejamento, coleta de termo, controle ter- minológico, estabelecimento de relações entre conceitos e formas de divulgação e publicação. Te- sauros, ontologias e taxonomias não visam a organização física, mas a organização lógica, virtual ou imaterial (cânones das ideias); Os cânones verbais se relacionam a assuntos e à síntese em resumos, sendo automáticos ou mecânicos. A modalidade da linguagem documentária irá se relacionar à se- mântica do sistema de estruturação (GOMES; MOTA; CAMPOS, 2006). TAXONOMIAS - o ponto de partida das taxonomias é a classificação, por semelhanças e diferenças entre características do objeto num dado domínio, em que objetos e fenômenos são divididos em classes, essas subdivididas em subclasses, e em sub-subclasses e assim sucessivamente. As taxono- mias não são documentos estáticos, pelo contrário, adaptam-se às influências do conteúdo e conhe- cimento dos trabalhadores que as utilizam. Quanto à estrutura, devem ser objetivas e estratégicas. Conway e Sligar (2002), descrevem três tipos de taxonomias: descritiva, construída nos modelos de tesauros ou vocabulários controlados; navegacional, inerente neste conceito é a ideia da relação gênero/espécie entre vários documentos; e gerenciamento de dados, que contém um pequeno con- junto de termos controlados rigidamente e tem particular significância enumerativa. As ontologias e as taxonomias2, dois sistemas de organização e representação do conhecimento, possuem defini- ções, objetivos e aplicações que se relacionam em uma linha muito tênue, sendo por vezes confun- didos e abordados de forma equivocada na literatura. Taxonomias estão voltadas para a organização das informações em ambientes específicos, visando à recuperação eficaz e, para isso, estabelecendo parâmetros em todo o ciclo de produção da informação, onde profissionais distribuídos por espaços físicos distintos participam do processo de criação do conhecimento de forma organizada. ONTOLOGIAS - as ontologias promovem e facilitam a interoperabilidade entre sistemas de informa- ção. Por meio de um processo “inteligente” dos computadores, é possível compartilhar e reutilizar o conhecimento entre os sistemas. Na literatura alguns autores definem ontologias como linguagens documentárias pelos seus elementos de formação: termos, definições e relações. Porém, apesar de possuírem elementos comuns que outros SOC, as ontologias são mais que linguagens documentárias, elas possuem funcionalidades que permitem que máquinas possam processar o “raciocínio” auto- matizado por meio de regras e inferências (SALES, CAMPOS e GOMES, 2008 p. 63). 2 VITUAL, L. P.; CAFÉ, L. M. A. Ontologias e taxonomias: diferenças. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 2, p. 115-130, abr./jun., 2011.
  • 21. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 20 Para isso, as ontologias são usadas com linguagens OWL (Web Ontology Language), XML (eXtensi- ble Marckup Language) e XML Scheme, RDF (Resource Description Framework) e RDF Scheme, que são tecnologias capazes de pesquisar e/ou captar informações de diferentes comunidades. As ontologias organizam o conhecimento em forma de uma teia de relações, assim como a mente humana, em uma relação intensional (conforme definição anterior). Essa forma de organização cor- robora a afirmação de Almeida e Bax (2003, p. 17), de que as ontologias “[...] permitem formas de representação baseadas em lógica, o que possibilita o uso de mecanismos de inferência para criar novo conhecimento a partir do existente”. Sendo assim, utiliza em processos de gestão do conheci- mento, o desenvolvimento de ontologias possibilitando a formação de relação entre conceitos, assim como, propicia a representação de várias relações de um mesmo objeto. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO - Os sistemas de classificação bibliográfica foram desenvolvidos com o objetivo de organizar os acervos de bibliotecas facilitando o acesso às informações pelos usuários. ▪ A Classificação Decimal de Dewey (CDD) foi o primeiro sistema de classificação elaborado e influenciou a construção de muitos outros sistemas. Surgiu em um determinado contexto his- tórico-científico de muitas décadas atrás, e vem sendo atualizado, revisado e mantido pelo comitê editorial da CDD, localizado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos desde 1972. A CDD é atualizada a cada sete anos e a sua versão impressa está agora na 22a edição. Além da CDD existem outros sistemas de classificação citados na literatura e usados em bibli- otecas de todo o mundo: ▪ Classificação da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos é pouco sistemática e o seu esquema enumerativo resulta em rigidez e falta de hospitalidade, criada para atender espe- cialmente as necessidades organizacionais da própria Biblioteca. ▪ Classificação Decimal Universal, criada a partir da CDD com alterações e adições, como o uso de um enfoque facetado para possibilitar a análise de assunto mais detalhada. ▪ Classificação de dois pontos, primeiro sistema de classificação bibliográfica com bases no princípio analítico-sintético ou análise por facetas, priorizando as categorias - Personality, Matter, Energy, Space e Time (PMEST); e, ▪ Classificação de Bliss, primeiro a dizer que um esquema de classificação representava a “or- ganização do conhecimento” e estabeleceu sua base filosófica e teórica tendo os seguintes princípios básicos: consenso, arranjo de assuntos correlatos, gradação em especificidade, lo- calização alternativa e brevidade da notação. ANOTAÇÕES
  • 22. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 21 AS TAXONOMIAS E AS ONTOLOGIAS ONTOLOGIAS. A palavra ontologia deriva do grego onto (ser) + logia (estudo). Ciência que estuda o ser, como tal. As primeiras definições de ontologia surgiram na Filosofia, com o uso do termo me- tafísico (o que vem antes da física), designando “aquilo que existe”, no mesmo sentido de ontologia (SMITH, 2003). O filósofo alemão Edmund Husserl, no início do século XX, definia a ontologia como sendo a ciência das essências. Ele dividia as ontologias em: a) Formais – fundamentos de todas as ciências e interessando-se pelas essências e b) Materiais – conjunto de ontologias setoriais que se preocupa dos fatos (HUSSERL, 1996). Na organização e representação do conhecimento, o sentido é diferente. A partir de uma determinada área de domínio (campo do conhecimento que se deseja representar), a ontologia se propõe a classificar as coisas em categorias, na perspectiva do sujeito e da linguagem do domínio. Partindo da definição de Gruber (1996, p.1) onde “Uma ontologia é uma especificação explícita de uma conceitualização”, Guarino e Giaretta (1995 apud ALMEIDA; BAX, 2003, p. 2) explicam que: 1.1.2. i) Uma conceitualização é um grupo de relações extensionais des- crevendo um ‘estado das coisas’ particular, enquanto a noção que temos em mente é uma relação intensional, nomeando algo como uma rede conceitual a qual se superpõe a vários possíveis ‘estados das coisas’; 1.1.2. ii) Dahlberg (1978b, p. 105), que afirma que “a intensão do conceito é a soma total das suas características. É também a soma total dos respectivos conceitos genéricos e das diferenças específicas ou características especificadoras”; 1.1.2. iii) Guarino (1998 apud ALMEIDA e BAX, 2003, p. 9) afirma que “[...] ontologia se refere a um artefato constituído por um vocabulário usado para descrever certa realidade, mais um conjunto de fatos explícitos e aceitos que dizem respeito ao sen- tido pretendido para as palavras do vocabulário”; 1.1.2. iv) Segundo Neches (1991 apud FEITOSA, 2005, p. 26), “uma ontologia define os termos básicos e as relações, compreendendo o vocabulário de uma área de tópico, bem como as regras para a combinação de termos e as relações para definir as extensões do vocabulário”; 1.1.2. v) Na área da Ciência da Computação apresenta a seguinte de- finição: “uma ontologia é uma especificação formal e explícita de uma conceitualização comparti- lhada” (BORST, 1997, p. 12); 1.1.2. vi) “formal” significa legível para computadores; “especificação explícita” diz respeito a conceitos, propriedades, relações, funções restrições, axiomas, explicita- mente definidos; “compartilhado” quer dizer conhecimento consensual; e “conceitualização” diz respeito a um modelo abstrato de algum fenômeno do mundo real. Uma ONTOLOGIA contém: a) classes (organizadas em uma taxonomia); b) relações (re- presentam o tipo de interação entre os conceitos de um domínio); c) axiomas (usados para modelar sentenças sempre verdadeiras); e d) instâncias (utilizadas para represen- tar elementos específicos, ou seja, os próprios dados).
  • 23. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 22 TAXONOMIAS. Taxonomia vem do grego taxis=ordem e onoma=nombre e derivou-se de um dos ra- mos da Biologia que trata da classificação lógica e científica dos seres vivos, fruto do trabalho do médico e botânico sueco Carolus Linnaeus (ou Karl von Linné). Apesar das taxonomias terem sido primeiramente empregadas na área da Biologia, nos ambientes digitais, seu uso, segundo autores como Edols (2001), Adams (2000) e Plosker (2005), está relacionado com as formas automatizadas de organização da informação, tornando-se alvo de estudos da Ciência da Informação. No âmbito da Gestão do Conhecimento, as taxonomias são definidas como “elementos estruturantes, estraté- gicos e centrais para negócios baseados em informação e conhecimento [...] para classificar e faci- litar o acesso à informação” (TERRA et al., 2005, p. 1). Para Martinez et al. (2004, p. 106) “a taxono- mia, em um sentido amplo, é a criação da estrutura (ordem) e dos rótulos (nomes) que ajudam a localizar a informação relevante. Em um sentido mais específico, é o ordenamento e rotulação de metadados, que permite organizar sistematicamente a informação primária”. É interessante notar que a estrutura mais citada na literatura para a taxonomia é a hierárquica, sendo uma forma de ca- racterizá-la. A taxonomia organiza a informação da mais genérica a mais específica, utilizando-se da relação hierárquica ou relação de gênero-espécie entre os termos. Essa relação é definida por Dahl- berg (1978b, p. 104) como sendo aquela que aparece “[...] entre dois conceitos que têm idênticas características, sendo, porém, que uma em relação à outra, apresenta uma característica adicional, de modo que surge entre eles uma hierarquia”. Mas, as taxonomias corporativas não se limitam a essa relação, somente, como veremos adiante. Seu objetivo é: [...] representar conceitos através de termos, agilizar a comunicação entre especialistas e outros públicos; encontrar o consenso; propor formas de controle da diversidade de significação e oferecer um mapa de área que servirá como guia em processo de conhecimento (TERRA et al., 2005, p. 1). “[...] taxonomias organizam e criam signi- ficados para os relacionamentos entre coisas ou ideias”. -- ASPECTOS ESTRUTURAIS DOS TESAUROS A árvore de porfírio pressupõe as relações de gênero/espécie e todo/parte e relações de implicitação, em que “os nós baixos da classificação implicitam necessariamente os nós altos. Mas, cuidado! Embora o tesauro possa se prestar a uma representação gráfica semelhante à da Árvore de Porfírio, não podemos fazer uma associação direta entre ambos. O tesauro, muitas vezes, relega essa classificação proposta de início – preditiva, portanto, - a um segundo plano. Assim... A relação existente entre os descritores do tesauro aproxima-se dos procedimentos utilizados nas teorias de classificação mais modernas, ditas facetas. Com associações de descritores de diferentes naturezas. Desse modo, a organização hierárquica fundamental do tesauro funciona de forma dicionarial. Ela pressupõe uma definição do tipo “se > então”, calcada num código de na- tureza institucional: seus limites dependem dos contratos de natureza social, socioculturais e ideoló- gicos. O tesauro é um objeto cultural que registra e representa o conhecimento segundo parâmetros estáveis e previamente determinados, sob a forma de redes de relações entre descritores.
  • 24. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 23 O PROCESSO DE DENOMINAÇÃO A árvore de Porfírio é uma construção que depende da escolha da qualidade que se apli- cará às subdivisões sucessivas. Basicamente, são relações A e não A que importam aqui PROCESSO DE DENOMINAÇÃO Corpórea e não corpórea Animada e Não-animada Sensível Não-sensível Racional e Não-racional Princípio da Divisão Dicotômica – o mais básico existente no tesauro. O mais útil tam- bém! Apresenta breves traços de hierarquização, mas que são importantíssimos!!!! Como resultado, cada descritor acaba por recobrir o espectro bastante amplo de significados, no qual cabem informações contraditórias e contrárias. Mas, os tesauros não analisam a significa- ção discursiva com referência às circunstâncias de emissão, mas sim uma interpretação amarrada em definições conceituais. O uso do tesauro fica comprometido pelo aparecimento de qualidades do texto individual que não são passíveis de serem enquadrados em parâmetros prévios e preditivos. Assim, no lugar de análise da significação discursiva com referências às circunstâncias de emis- são, supõe-se uma interpretação amarrada em definições conceituais (das propriedades da palavra) quase sempre intuídas, já que, as relações semânticas entre os descritores não são suficientemente rigorosas. A representação em forma de dicionário implica a discussão sobre o verdadeiro ou falso. No caso dos tesauros, esse recorte é delimitado, inicialmente, pela escolha de um princípio de organiza- ção do conhecimento, na forma de recorte feito na literatura da área – que funciona como fonte para a seleção de termos e conceitos mais recorrentes – a já citada “garantia literária”.
  • 25. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 24 As limitações do tesauro para controlar a terminologia e representar informação - a constru- ção dos tesauros, através de signos linguísticos (que passam a constituir os signos documentários), resultantes de um processo onomasiológico, esse procedimento, "parte da consideração da substân- cia do conteúdo (conceito) para chegar à forma de conteúdo (signos linguísticos que correspondem ao recorte do campo conceitual). --- Tenho, particularmente, mais adesão à z39.19 para a finalidade de se estudar o tema. NORMA ISO 25964 ANSI/NISO Z39.19 • É uma norma internacional destinada a tesauros; • Inclui: tesauros monolíngues e multilíngues; • É um padrão para vocabulários controlados; • Inclui: lista de termos controlados; anéis de sinônimos; taxonomias e tesauros; Segundo a z39.19-2005, os vocabulários controlados têm cinco propósitos - 1. Tradução: for- neça um meio de converter o idioma natural dos autores, indexadores e usuários em um vocabulário que possa ser usado para identificação e recuperação; 2 – Consistência: promover uniformidade for- mal e na atribuição de termos; 3. Indicação de relacionamentos: os relacionamentos semânticos entre os termos; 4. Identificação e navegação: para que forneça hierarquias consistentes e claras em um sistema de navegação para ajudar os usuários a localizar os objetos de conteúdo desejados. E, 5. Recuperação: serve como auxiliar de busca na localização de objetos de conteúdo. Segundo essa mesma norma, os vocabulários controlados – listas, anéis de sinônimos, taxonomias e tesauros – são estruturados de acordo com diferentes níveis de complexidade: Por que? Porque numa organização, ou empresa, é muito difícil se chegar no nível do tesauro com a colaboração adequada de todos os empregados da empresa. Cada um tem o seu contexto de conhecimento, experiência, aderência, etc., ao programa de gestão da informação.
  • 26. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 25 Conforme visto na imagem, a z 39.19 engloba os vocabulários controlados, sejam eles – listas, anéis de sinônimos, taxonomias e tesauros – e que são estruturados de acordo com diferentes níveis de complexidade. Uma das críticas para a AIIM ECM p é não considerar as ontologias com a devida importância que elas vêm ganhando no mundo corporativo, atém mais do que as taxonomias e os tesauros. Outra crítica que podemos fazer é mencionar brevemente as facetas, e considerar o sistema CDD como um exemplo pertinente para o estudo, quando para nós bibliotecários, o sistema de dois pontos, ou a Cólon Classification, é que faz todo o sentido no estudo. Até a CDU seria mais adequada para exemplo do que a CDD. Seria de muita pertinência analisar o PMEST neste preparatório. -- Uma última contribuição da biblioteconomia: RENQUES E CADEIAS. RENQUES - são classes de termos formadas a partir de uma única característica de divisão. O ponto de partida para a formação de renques seria, então, a definição de cada conceito a fim de identificar a característica genérica. O conjunto de termos com esta característica comum formaria um renque onde seus componentes guardam entre si uma relação de coordenação, formando uma série horizontal. Por exemplo, no universo da Economia, os conceitos "ações", "cadernetas de poupança", "co- tas de fundos de investimentos", "debêntures", "depósitos a prazo", "RDBs" seriam termos coorde- nados e formariam um renque, já que sua característica comum é serem todos "títulos financeiros", ou seja, "documentos ou registros contábeis representativos de quantia disponível, ou que se tornará disponível para o seu detentor". Outro exemplo: "política comercial", "política fiscal" e "política monetária" seriam termos co- ordenados e formariam um renque, já que sua característica comum é serem todos uma "política", ou seja, "um conjunto de diretrizes, normas ou medidas". Títulos Financeiros Ações Poupança CDB Debêntures
  • 27. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 26 CADEIA - é uma série vertical de classes. Por exemplo, Instrumento de sopro -> Flauta -> Flauta nasal. Mas uma ressalva importante a se fazer como crítica para melhoria do material da AIIM pelo ECM p é que o sistema de conceitos do tesauro tem três tipos de possiblidades, o hierár- quico, o ontológico e o relacional. Pois bem, num dos momentos da apostila deles, as relações entre termos que são onto- lógicas, foram elencadas como se fossem hierárquicas. Então, cuidado: O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: RELAÇÕES LÓGICAS (por vezes também chamadas relações diretas); RELAÇÕES ONTOLÓGICAS (por vezes também chamadas relações indiretas). São relações de Superordenação e subordinação São relações Partitivas e sequenciais ... Instrumentos Instrumentos de Corda Instrumentos de Percussão Instrumentos de Sopro Flauta Flauta nasal
  • 28. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 27 SISTEMA DE CONCEITO – Um dos postulados do tesauro é que os conceitos de uma área de assunto se inter-relacionam formando um sistema. Não existe conceito isolado: ele está sempre relacio- nado com, pelo menos, um outro conceito. A Faceta – ou Categoria Fundamental –, segundo Ran- ganathan, é a classe mais geral de um assunto. Com isto, ela reúne todas as classes particulares de mesma natureza. Cada Faceta, por sua vez, se relaciona com outra, de sorte a mapear o assunto a que se refere. No maior grau de abstração, podemos afirmar que um assunto sempre pode ser face- tado, ou seja, nele encontramos conceitos que são manifestações de Coisas (ex.: Produtos, Objetos manufaturados, Substâncias naturais e/ou artificiais), Partes de Coisas (ex.: componentes, partes, peças, elementos constitutivos), Propriedades de Ações (ex.: Fenômenos/Processos/Operações/Téc- nicas), Etapas das Ações, Propriedades de Ações, Agentes das Ações (ex.: Substâncias/ Instrumen- tos/Equipamentos), Componentes dos Agentes, Propriedades dos Agentes, Medidas, etc. A lista de- senvolvida pelo Classification Research Group fornece um roteiro seguro para nortear a facetação de qualquer área de assunto (Ver Anexo 2). Como exemplo, citamos algumas facetas - e suas mani- festações - que integrariam o sistema de conceitos relativos a Proteção sanitária: FACETA MANIFESTAÇÕES Coisas Resíduos, Efluentes, Lodo, Substância perigosa, Substância tóxica Operações sobre coisas Tratamento de águas residuais, tratamento lodo, Disposição final, Pro- cessos de decomposição da matéria orgânica, Processos de estabiliza- ção da matéria orgânica Agentes do processo Agendes de biodegradação/decomposição, Poluentes Equipamentos/instalações Unidades de tratamento de resíduos, Instrumentos utilizados no trata- mento de resíduos, equipamentos utilizados no tratamento de resíduos Quando nos debruçamos sobre a realidade empírica vemos que podemos reunir como no exemplo acima -, de um lado, as facetas relacionadas aos aspectos negativos, isto é, Classes de conceitos relacionados com a poluição e, de outro, aos aspectos positivos, isto é, Classes de con- ceitos relacionados com a correção dos problemas causados na Natureza pela atividade humana. E assim estabelecemos outras relações entre as facetas. O exemplo acima permite perceber, em extensão, a realidade empírica que está sendo objeto de representação conceitual. Esse é um dos aspectos mais interessantes do Método de Faceta. Quando se consegue fazer este exercício, com- preende-se melhor quais as facetas relevantes para uma área. Como podemos verificar, o Método de Faceta é dedutivo: ele fornece as bases para estabelecer as grandes classes, no interior das quais são incluídas as classes de conceitos, com suas cadeias e renques.
  • 29. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 28 Mas a aplicação do Método não se restringe à elaboração de tesauros: ele pode ser adotado no planejamento de um serviço de recuperação de informação fornecendo bases para uma política de seleção; pode ser empregado, também, para análise dos textos - na indexação - e das perguntas - na busca. E ainda em muitas áreas que lidam com informação (GOMES, 1998). APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CONCEITOS APRESENTAÇÃO DO SISTEMA - O sistema de conceitos deve evidenciar todas as relações pre- sentes: as relações lógicas (de superordenação e de subordinação) e as ontológicas (partitivas e sequenciais). Relações entre os conceitos – Os conceitos se definem uns em relação aos outros. Neste processo, ficam evidenciadas certas relações que fornecem as bases para sua ordenação. Estas relações podem ser divididas em: a) relações lógicas (por vezes também chamadas relações diretas); e b) relações ontológicas (por vezes também chamadas relações indiretas). a) Relações lógicas – As relações lógicas são relações de semelhança. São aquelas que reúnem os conceitos que têm características comuns entre si. Vimos isto nos exemplos de 'biocida' e 'verniz'. Outro exemplo: os conceitos 'vinho', 'champanha', 'vermute', 'cerveja', 'chope', têm em comum a característica 'bebida alcoólica fermentada'. As relações lógicas permitem a identificação de classes de conceitos. Nos casos acima, temos as classes 'biocida', 'verniz' e 'bebida alcoólica fermentada'. Esta última classe, se o assunto for bebidas, vai estar subordinado a 'bebida alcoólica' e este conceito, por sua vez, ainda terá outro conceito superordenado 'bebida'. Completa-se, assim, a série (GOMES, 1998). a) -1 Intensão. O número de características necessárias à identificação de um conceito varia. Chama-se intensão o conjunto das características que constituem um conceito. A intensão de um conceito pode ser maior ou menor em relação a outro(s), ou seja, o número de características de um conceito pode ser maior ou menor em relação a outro(s). a) -2 Relação de subordinação lógica. Existe uma relação de subordinação lógica quando a intensão do conceito subordinado inclui a intensão do conceito superordenado e, pelo menos, mais uma característica especificadora. No sistema de conceitos, o conceito subordinado é chamado, também, de conceito específico e o conceito superor- denado, de conceito genérico. Por exemplo, o conceito 'bebida' pode ter, entre outros, os seguintes conceitos subordinados: 'bebida hídrica', 'bebida estimulante', 'bebida láctea', 'bebida alcoólica' to- dos estes de mesmo nível (conceitos coordenados), formando um renque. O conceito 'bebida hídri- ca', por sua vez, pode ter os conceitos subordinados 'bebida hídrica natural' e 'bebida hídrica artificial' (conceitos coordenados). O conceito 'bebida hídrica natural' pode ter, ainda, os conceitos 'água po- tável' e 'água minera1', (conceitos coordenados) e assim por diante. A intensão dos conceitos esta- belece entre eles uma ordenação, daí os nomes 'superordenados' e 'subordinados'. Por isto diz-se, também, que estas relações são hierárquicas. A relação vertical dos conceitos forma uma cadeia. A relação horizontal (conceitos coordenados) forma um renque!". Nos exemplos anteriores pode-se derivar várias cadeias e renques (GOMES, 1998).
  • 30. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 29 b) Relações ontológicas. Por vezes a análise do conceito exige observação do ponto de vista do objeto - sua relação com outro objeto, processo, etc. Quando isto ocorre, diz-se que as relações são ontológicas; elas refletem relações que se dão entre objetos numa dada realidade empírica, seja por contiguidade no tempo, seja no espaço. Aqui se incluem as relações partitivas (no espaço) e as relações sequenciais (no tempo). Por exemplo, pode-se tentar analisar o conceito 'motor de avião' por suas características. Mas isto pode não ser suficiente para seu entendimento. O que vai ajudar na análise é o conhecimento de suas partes (GOMES, 1998). b) - 1 Relação partitiva. Na relação partitiva existe, também, uma espécie de hierarquia. O conceito abrangente se refere ao todo, enquanto os conceitos partitivos se referem às partes. Um mesmo objeto pode ser seccionado de vários modos, conforme o objetivo e o interesse do público a que se destina. Por exemplo, o corpo humano pode ser seccionado de vários aspectos: do ponto de vista sistêmico – sistema digestivo, sistema respiratório, etc.; do ponto de vista da natureza da matéria – músculos, nervos, ossos, etc.; e assim por diante. b) - 2 Relação sequencial. Há relação sequencial - no tempo - quando, por exem- plo, um objeto dá origem a outro, ou quando um processo ou fenômeno desencadeia outro pro- cesso ou fenômeno: 'lagarta' - 'borboleta', Urânio - Urânio 235. Outra relação sequencial é a que ocorre entre um determinado processo que leva a um produto (GOMES, 1998). c) Outras relações ontológicas – As chamadas relações associativas têm sido apresentadas nos ma- nuais de elaboração de tesauros sem que se apresentem bases científicas para tal. Isto leva à pre- sença de relações incompreensíveis e, por vezes, inúteis. Há, no entanto, outras relações entre ob- jetos - ainda não nomeadas – que podem ser úteis. Por exemplo, se uma determinada substância, numa área da atividade humana, for necessária para que um dado processo ou fenômeno seja de- sencadeado, pode-se afirmar que aí existe uma relação associativa (relação agente-processo). Pes- quisas precisam, ainda, ser realizadas, para a identificação de outras relações. No entanto, um bom princípio a ser seguido, é o de atentar para o entendimento da realidade empírica, cujas relações entre os objetos devem estar refletidas entre os conceitos respectivos (GOMES, 1998). O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: RELAÇÕES LÓGICAS RELAÇÕES ONTOLÓGICAS RELAÇÕES ASSOCIATIVAS Para visualizar melhor o sistema de conceitos utiliza-se meios gráficos como: -lista estruturada: esta forma é a mais comum. Nela, a subordinação é indicada pela endentação; - gráfico em árvore: neste esquema, as linhas oblíquas ligam os conceitos superordenados aos subordinados, ficando aqueles no plano superior e estes no plano inferior. Há vários modelos como nos exemplos a seguir; - gráfico em chave: usado para relações partitivas. As ligações se dão em linhas verticais para ligar o todo a suas partes e estas são ligadas por linha horizontal (GOMES, 1998).
  • 31. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 30 O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: a) DO TIPO RELAÇÃO LÓGICA: SUBORDINAÇÃO LÓGICA. ͢ Relação de subordinação lógica. Apresentação em lista estruturada: Bebida Bebida hídrica Bebida hídrica natural Água potável Água mineral Bebida hídrica artificial Bebida estimulante Bebida láctea O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: a) DO TIPO RELAÇÃO LÓGICA: SUBORDINAÇÃO LÓGICA. ͢ Gráfico em árvore: Quando há mais de um tipo de característica no interior de uma classe de conceitos o tipo vem in- dicado entre parênteses, a menos que haja uma designação própria. Observação: Na parte alfabética dos tesauros esta relação é indicada pela notação TG (termo genérico) antecedendo o termo genérico e pela notação TE (termo específico) antecedendo o termo específico, respectivamente nas entradas de termo específico e termo geral. Exemplo:
  • 32. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 31 Verniz TE Verniz fosco Verniz fosco TG Verniz O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: a) DO TIPO RELAÇÃO ONTOLÓGICA: ͢ Relação partitiva. A apresentação da relação partitiva em lista estruturada é semelhante à apre- sentação da lista de termos de subordinação lógica. O que caracteriza é a indicação do tipo de divi- são, indicado entre parênteses, como característica de divisão. Exemplo: verniz (elementos constituintes) veículo resina aditivo Deve-se entender, neste caso, que 'veículo', 'resina' e 'aditivo' são componentes do verniz. O gráfico em chave é empregado nas relações partitivas. Na parte superior fica o termo que representa o objeto no seu todo e na parte inferior os termos que representam os objetos que compõem o objeto no seu todo. Exemplo: Obs. Um conceito pode ser analisado tanto no plano lógico como no plano ontológico, ou seja, pode estar numa subordinação lógica e, ao mesmo tempo, partitiva. Exemplo:
  • 33. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 32 O primeiro gráfico à esquerda mostra os componentes (relação partitiva) do 'verniz. 'Resina', no entanto, apresenta dois conceitos subordinados logicamente. O segundo gráfico mostra os con- ceitos subordinados logicamente a 'verniz'. Se em cada gráfico houver muitos conceitos, pode ser mais prático apresentá-Ios em separado. Observação: Na parte alfabética dos tesauros esta relação é indicada pelas notações TGP (termo genérico partitivo) e TEP (termo específico partitivo), antecedendo os termos, respectiva- mente nas entradas dos termos partitivo e abrangente. Exemplo: Verniz TEP Resina Resina TGP Verniz O SISTEMA DE CONCEITOS - deve evidenciar todas as relações presentes: 1.4.4.5. c) DO TIPO RELAÇÃO ASSOCIATIVA: ͢ Relação associativa - As relações associativas se dão entre conceitos que têm em comum uma das características especificadoras ou delimitativas. Graficamente elas são mostradas como linhas hori- zontais que ligam conceitos de diferentes classes. Exemplo: Óleo de copaíba ----------------------------------------- copaíba Observação: Tanto as relações sequenciais como as demais relações identificadas entre os objetos de uma realidade empines são indicados nos tesauros pela notação TR (Termo relacionado). Esta denominação, no entanto, é impropria, pois, num tesauro, todos os termos estão relacionados segundo algum princípio. Por este motivo, achamos mais conveniente a expressão ‘Termo associ- ado’- TA. Exemplo: Óleo de copaíba TA Copaíba Copaíba TA Óleo de copaíba
  • 34. Minicurso: conhecimentos básicos de Enterprise Content Management AULA 02 – 2.3. Pág. 33 Considerações finais: Para um ambiente de colaboração entre várias áreas de atuação, é válido sim, os conheci- mentos em tela. Principalmente, para popularizar essas demandas e levantar colaborações de toda parte. Também é válido para popularizar os desafios da área. Os documentos de referência elencados pela AIIM pelo ECM p não são adequados. Não foi feita referência à norma de tesauro atualizada, e nem a z39.19, o que é um absurdo. Mais interessante seria se fosse feita uma tradução da z39.19 que valeria todo o alto custo do curso preparatório. ... Desafios da classificação A classificação é trabalhosa e difícil de desenvolver. Pode ser necessária a utilização de mais de um tipo de linguagem ou vocabulário. A classificação de conteúdo em um esquema de categorização é um trabalho contínuo. O conteúdo muda, o contexto muda também. E, as experiências dos usuários podem empurrar novas necessidades de classificação que darão competitividade ao negócio.