O documento discute o conformismo e como as pessoas podem se libertar dele. Defende que enfrentar dificuldades traz benefícios como autoaperfeiçoamento e que as pessoas não devem se contentar com problemas, mas sim lutar para vencer ou pelo menos empatar. Convoca as pessoas a se posicionarem de forma diferente e desejarem a liberdade, já que as correntes que as prendem estão dentro delas mesmas.
1. O FIM DO LEGADO CONFORMISTA
Paulo Francisco dos Santos1
Mais um ano se inicia e podemos continuar a trilhar a caminhada da vida. Viver
significa usufruir de todos os benefícios e males que podem surgir no decorrer dos
dias... Cada um de nós gostaria de apenas abraçar as coisas boas, mas como podemos
evitar dificuldades? Sem levantar amores pelo masoquismo quero afirmar que de certa
maneira é bom passar por níveis razoáveis de enfrentamento pró adversidades ou
barreiras, pois o instinto de sobrevivência aliado ao de auto superação são elementos
benéficos para emanar adrenalina para arrancar a monotonia de uma vida sem sal e
vegetativa que poderia existir se percalços não fossem uma força motriz que envolve a
humanidade atual. O quê se pode tirar de proveito dos erros do passado? O quê dizer
dos acertos ou aperfeiçoamentos que as gafes passadas exigiram vir a existência? A
palavra retrospectiva vai além do que simples recordações do que já se passou, ela
levanta um espirito adormecido de analise e replanejamento que evoca uma consciência
sadia e sagaz, que não perde o ânimo. O conformismo existe. A realidade de pessoas
que se contentam com mazelas e cultuam a continuidade de uma vida desprovida de
vitórias é algo intrigante, pois esta situação não é simplesmente uma imposição exterior,
mas uma marca inerente na alma que precisa ser apagada e, porque não dizer substituída
por uma convocação para viver do outro lado, ou seja, desistir da auto piedade e de toda
introspecção que age no senso cognitivo e inviabiliza qualquer ação para vencer ou pelo
menos empatar... Meu discurso não é mutilador ou pedante, mas visionário para
questionar e proclamar um tempo de despertamento que evoca um chamado para se
posicionar de forma diferenciada. Quem está acostumado a este mundo prisional tem de
desejar liberdade, pois as correntes neste plano estão em um dualismo referencial onde
as chaves que as libera esta no âmago do ser; basta para tanto conhecer a sua
acessibilidade e utilizá-la. Que os presos desta ditadura velada possam bradar as
margens do Ipiranga de hoje novamente a celebre frase: “– Independência ou Morte!” –
a morte aqui é a negação ao conformismo, pois ninguém quer morrer na verdade
(quando se está em seu perfeito juízo é lógico!), mas continuar a caminhada da vida. A
independência é uma referência a enxergar a capacidade inerente a todo ser humano de
gerir sua história pessoal e protagonizar com empenho a administração das multi-sociais
funções de cada pessoa. “Ser”: prole, estudante, genitora, profissional, casada, amiga,
companheira, religiosa, vizinha, inspiradora, exemplar, política e legatária.
São Paulo, 02 de Janeiro de 2012.
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Pastor, poeta, escritor e teólogo.
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