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Jied Jof D’Q




Trilha para os jovens
 Um caminho de luz, auto reflexao
      e busca pela sabedoria
O autor
                         Nome: Arcy Souza da Costa

                               VIDA MAÇÔNICA

                                       1 – Simbolismo.
• Iniciado em 24 de novembro de 1976, na Loja Simbólica Electra nº 21, jurisdicionada
               à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul.
                     • Elevado em 10 de agosto de 1977, na Loja Mãe.
                     • Exaltado em 21 de junho de 1978, na Loja Mãe.
            • Designado M.˙. de CC.˙. para o exercício 79/80, na Loja Mãe.
                   • Eleito 2º Vig.˙. para o período 80/81, na Loja Mãe.
                 • Eleito V.˙. Mestre para o período 81/82, na Loja Mãe.
                 • Eleito V.˙. Mestre para o período 88/89, na Loja Mãe.

                                       2 – Altos Graus.
                     • Iniciado no grau 4 em 02 de dezembro de 1978.
                         • Iniciado no grau 9 em 16 de junho de 1979.
                    • Iniciado no grau 14 em 22 de dezembro de 1979.
                    • Iniciado no grau 15 em 01 de novembro de 1980.
                        • Iniciado no grau 18 em 10 de julho de 1981.
                      • Iniciado no grau 19 em 24 de outubro de 1981.
                         • Iniciado no grau 22 em 22 de maio de 1982
                     • Iniciado no grau 28 em 25 de setembro de 1982.
• Eleito Presidente da Excelsa Loja de Perfeição Gen. Osório para o período 1983/1984.
                       • Iniciado no grau 30 em 26 de março de 1983.
                    • Iniciado no grau 31 em 29 de novembro de 1986.
                        • Iniciado no grau 32 em29 de agosto de 1987.
                       • Investido no grau 33 em 27 de junho de 1994.
            • Eleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1997.
           • Reeleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1998.
 • Designado, interinamente, no Cargo de Grande Inspetor Litúrgico da 1ª Região do
  Estado do Rio Grande do Sul, em 7 de abril de 1998, tendo sido efetivado no cargo
                                   em 5 dezembro de 1998.
  • Designado Representante do Soberano Grande Comendador no "Cuarto Convento
    de SSob.˙. CCap.˙. Rosa Cruces realizado del 4 al 5 de diciembro de 1999 en nel
                                     Valle de Montevideo."
Recomendação



   Este livro é de uso preferencial de maçons do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙.
que pertençam às Lojas Simbólicas da Jurisdição da Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul.



    Ao Ir.˙._________________________________com carinho
fraternal do autor, na data de ___/___/____.

                               ___________________.
Jof D’Q, Jied



        Trilha para os Jovens:
       Um caminho de luz, auto reflexao
    e busca pela sabedoria / Jied Jof D’Q

    Porto Alegre: Age! Comunicação, 2011
       © 2011 – Arcy Souza da Costa




  Direitos em língua portuguesa para o Brasil:
Editora Age! Comunicação – Tel. (51) 3737.7448
           age@agecomunicacao.com
           www.agecomunicacao.com

  Diretor Editorial: Maurício Castro Pinzkoski
            Capa: Guilherme Jardim
        Diagramação: Guilherme Jardim
         Ilustrações: Guilherme Jardim
        Revisão: Walnyr Goulart Jaques
Agradecimento
   Ao G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. por ter proporcionado, nesta atual jornada, a expe-
riência espiritual na matéria.
   Aos queridos Pais, Longuinho e Maria Luiza, por terem proporciona-
do minha decida para esta experiência.
   Aos queridos irmãos de minha Loja Simbólica Electra 21 por me te-
rem ensinado o que hoje posso transmitir com carinho e amor.
Prefacio
                     "Ser maçom é um estado de espírito;
                 é saber exercitar com prazer a fraternidade;
            é deixar-se impregnar pelos princípios institucionais;
                   é aceitar os desígnios Supremo Criador".

   Os jovens maçons, de fato, necessitam de uma orientação mais afina-
da, de conformidade com o sistema litúrgico-ritualístico, o que faz com
que as Lojas mais novas e algumas antigas descuidadas, as quais não
contam em seus quadros com Mestres Instalados capazes para colabora-
rem com interpretações das instruções aos Aprendizes e Companheiros,
fazem com que os jovens maçons interrompam sua caminhada maçônica.
   A fase expansionista em que estamos vivendo exige um aperfeiçoa-
qmento no sistema de orientação das Lojas aos mais novos; não basta
trazer homens de bem, sem faze-los entender o espírito maçônico...
   Há algum tempo constatamos, através dos boletins mensais da Grande Loja,
o número elevado de Aprendizes e Companheiros que abandonam as Lojas,
seja através de "quite placet", seja por eliminação por falta de frequência, o
que nos leva a imaginar quão grande é a falta de orientação e estímulo, desde
o preparo ante-iniciação por parte do apoiador, passando pelo ato da Iniciação,
como pelo seu acompanhamento nas primeiras sessões, fazendo com que o
recém iniciado compreenda o objetivo a que a Maçonaria se propõe, qual seja
de transformar o homem bom no cidadão aperfeiçoado, a fim de cumprir um
nobre missão junto à sociedade, como um verdadeiro líder, e para isso, é pre-
ciso possuir um quadro competente de Mestres Maçons e Mestres Instalados
experientes e capazes de influirem na consciência do "jovem maçom".
   Ao encerrar, valemo-nos de uma chave sábia sempre usada pelo sau-
doso e Respeitabilíssimo Irmão Ary Bernardes Scozziero, ex-Deputado
do Grão-Mestre: "Observemos, é necessário".
   Recebemos o convite para prefaciar este livro orientador sobre o
R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. e ficamos honrado, agradecendo essa consideração do Autor.

                                                      Walnyr Goulart Jacques
Introduçao
    As considerações que o prezado leitor vai encontrar nestas páginas
são os frutos da vivência adquirida ao longo dos anos, estudando o Rito
Escocês Antigo e Aceito; são, também, o reflexo do pedido de um grande
irmão com quem, muitas tardes de quartas-feiras, privamos, tomando
chá com bolo e bebendo de sua Sabedoria.
    Na data de 06 de dezembro de 2010 demos início à concretização de seu
pedido, escrevendo o que nos foi sugerido, como sendo o vestibular para a
iniciação. Tal título não nos pareceu lógico face ao rumo por nós desejado,
isto é, que as considerações expostas naquelas reuniões apontassem para
as singularidades do que tratávamos; primeiro, porque eram assuntos muito
interessantes e segundo, porque deveríamos deixar uma trilha para os mais
jovens, que um dia haverão de nos substituir. Este deixar algo como marcas
na areia foi inspiração do título aqui adotado TRILHA PARA OS JOVENS.
    As reflexões aqui dispostas seguem uma linha de raciocínio como
se uma ponte ligasse um profano ao dia de sua iniciação e depois sua
caminhada ao longo de programas e sessões, isto é, tudo quanto se torna
necessário para que os efeitos mágicos do cerimonial atinjam seus obje-
tivos, para que nasça um novo homem e que todos o reconheçam como
um construtor social e amante de todas as virtudes.
    Querido leitor, preparai o espírito, porque vamos lançar sementes que
poderão mudar a realidade de vosso mundo; deste mundo maçônico que
cada um está a construir para si mesmo.
    Esperamos, sinceramente, que a virtude da FÉ vos faça, pelo menos,
examinar as considerações aqui expressas, como sendo pilastra desta
ponte que liga um profano à vida maçônica e que a travessia seja uma
nova liberdade de pensar.
    As considerações serão como necessidades a serem conquistadas para
que o arquétipo do maçom desejado se forje em base firme, isto é, numa
Loja Justa e Perfeita.
                                                             Jied Jof D´Q*
                                                                   O Autor

* Veja no final as razões deste pseudônimo.

                                              11
Primeira Necessidade




   A primeira necessidade diz respeito à fundação de uma Loja. A
importância é transcendente pelo fato de que Ela representa a Natu-
reza, onde deverá nascer o novo homem. Sua constituição ter ocorri-
do pelo desejo virtuoso de se prospectar na sociedade, futuros mem-
bros da Instituição.
   A constituição de uma Loja requer, no mínimo, quinze Mestres, entre
os quais, três já tenham sido instalados no Trono de Salomão e que todos
estejam sincronizados com a mesma idéia geradora de células, que virão
fazer parte da fraternidade.
   Fundada a Loja com este cuidado, a definição de quem será o Vene-
rável deverá ocorrer por escolha de um dentre os doze Mestres, ficando
os três que já passaram pela função, nos cargos de Orador, Experto e
Guarda do Templo.
   Não há necessidade de aqui lembrar a importância destes três M.˙.I.˙.,
basta ler o Ritual de Instalação e Posse de uma Administração, para que
todos se convençam deste fato e que todos os Oficiais tenham funções

                                  12
importantíssimas no concerto da criação de vida que ocorre na mágica
abertura dos trabalhos de uma Loja.
   Três ou mais M.˙.I.˙. podem instalar um Mestre no Trono de Salomão.
   A Loja, assim fundada, está pronta para ser feita iniciação de profa-
no; dar-lhe a Luz declarando-o Aprendiz, para elevá-lo a Companheiro e
exaltá-lo a Mestre.
   Uma Loja não pode ser fundada porque alguém quer ser Venerável
Mestre; ele tem que ser escolhido por ser o mais preparado para o car-
go. O problema gerado por esta fundação equivocada, onde Aprendizes
e Companheiros são convidados a fazerem parte, demonstra o desco-
nhecimento da responsabilidade que recai sobre os Mestres fundadores.
Walnyr Goulart Jacques, “Past Grão Mestre” no seu Livro “Uma Loja
Simbólica” escreve: “Fundar Loja nada representará, quando ela não
reunir condições mínimas para realizar todas as atividades e compromis-
sos atinentes à sua verdadeira obra”.
   Estas Lojas assim fundadas são obrigadas a colocarem Aprendizes e
Companheiros a exercerem funções de Mestre; pedem socorro para as
demais Lojas para poderem fazer uma iniciação e, já houve caso, em que
um Aprendiz exercia as funções de Guarda do Templo; pode?
   É necessário o conhecimento do Rito como um todo, isto é, do grau 1°
ao 33° e vivenciá-lo para entender porque as coisas estão ali expressas.




                                    13
Segunda Necessidade

   A segunda necessidade é filha da organização correta da fundação de
uma Loja, estando ela sedimentada na correta Instalação de um Venerá-
vel Mestre, no Trono de Salomão e na posse dos oficiais (Mestres) que o
ajudarão no desenvolvimento do Ritual e no magistério das instruções.
   A Instalação tem que ser individual; não se quer dizer que não possa
ser coletiva; o que se quer dizer é que o ato de instalar um Mestre tem
que ser completo, isto é, todos devem receber os paramentos e todos
levados pelos Veneráveis Mestres Instalador e Apresentador e, individu-
almente, sentados no Trono de Salomão. A magia deste ato assim estará
completa; quem foi eleito e só assistiu, não foi instalado.
   Um M.˙.I.˙. é um Guia da Fraternidade, tal qual o é o Experto quando
em sua função recebe, do Padrinho, um profano a ser iniciado; nessa
ocasião ele sussurra ao ouvido esquerdo do candidato: “Eu sou o vosso
Guia, tende confiança em mim e nada receeis”.
   Tal é a responsabilidade de um V.˙. M.˙.; os irmãos da Loja tem que
confiar que, além de reputação ilibada, ser sincero, leal e verdadeiro;
afável no trato e intransigente nos princípios; ser amante da sabedoria
e versado na nobre ciência da A.˙.R.˙., será o Conselheiro que, durante
a efetividade do cargo, cumprirá e fará cumprir, tão estritamente quanto
puder, todas as Leis, Regulamentos e Constituições emanadas da M.˙.R.˙.
Grande Loja; tudo isso ele o fará, com muito amor, fiel e conscientemen-
te como um Guia de seus irmãos e Venerável de sua Loja.
   É importante que cada um entenda as funções de seu cargo. Walnyr
Goulart Jacques, “Past Grão Mestre”, no seu Livro “Uma Loja Maçô-
nica” destaca: “Todas as peças, isto é, todos os cargos e comissões
devem ser desempenhados com dedicação e zelo, a fim de que a Loja
funcione, pois que se existe a função, é porque tem razão de ser”.
   O Livro acima mencionado deve ser lido e mantido ao alcance da mão; se
possível, mantenha-o sobre o criado mudo que está ao lado de vossa cama.



                                  14
Terceira Necessidade




   A Loja fundada, cumpridas as necessidades anteriores, com a Admi-
nistração completa e os cargos preenchidos, estará pronta para dar início
efetivo aos seus trabalhos. Orientados pelo V.˙.M.˙., cada Mestre deverá
prospectar, no seio da sociedade, um candidato que pense como ele; que
deseje se conhecer e se aperfeiçoar; que cultive os aspectos éticos e que
esteja buscando respostas para “o que somos”; “de onde viemos” e
“para onde vamos” e, que tenha paciência e saiba agir com retidão em
todos os momentos.
   Cabe aqui dizer que, com estas preocupações em mente, surgem ní-
veis de responsabilidade atinentes ao Apoiador, aos Sindicantes, ao Ple-
nário da Loja e, finalmente, ao Experto.
   O Apoiador, além das considerações acima, deverá lembrar que ele
estará trazendo alguém em quem deverá ter muita confiança, ao ponto
de, se preciso for, entregar-lhe a chave de sua residência e que o chamará
de irmão; irmão por escolha, porque irmãos de sangue a maioria de nós
os temos e, estes, nós não os escolhemos, foram nossos pais carnais que
os fizeram em um ato de amor. O candidato apresentado e, se aprovado,
será um irmão espiritual de cada um de nós.
   Os semelhantes, nestas ocasiões, se atraem e o desejo inicial da Loja
fundada, deve prevalecer e será sempre o de produzir Aprendizes justos e

                                     15
perfeitos. A responsabilidade é enorme e os cuidados são semelhantes ao
dá laranja podre, que deve ser retirada, para que não apodreça o saco todo.
   Segue-se a esta responsabilidade do Apoiador a dos Sindicantes, que
deverão ter as mesmas preocupações e sondarem o candidato, sem que o
perceba, se ele tem as qualidades que buscamos aprimorar e que, ao pre-
encher sua Sindicância o faço de forma objetiva, a fim de que o Plenário,
também, possa votar com responsabilidade, aprovando o candidato que,
conforme Salmo 24, Ver. 3 a 5 inclusive – Ingresso no Templo – “Quem
subirá na montanha do Senhor? Quem há de permanecer no seu lu-
gar santo? O que tem as mãos inocentes e o coração puro, o que não
dirige os seus desejos à mentira, nem jura com engano. Ele obterá
bênção do Senhor e justiça de seu Deus salvador.” – será declarado,
pelo V.˙.M.˙., suscetível de ser limpo e puro.
   Aproxima-se a iniciação do candidato e a responsabilidade do Experto
deve se fazer presente, primeiro, na preparação do mesmo; uma semana ou
dois ou três dias antes da data fixada o Experto deverá ter uma conversa em
particular com o(s) candidato(s), preparando-o(s) para a Iniciação.
   Esta preparação consiste: na observação de que um dos nossos conse-
lheiros, a visão, ser-lhe-á tirada, para que os outros conselheiros restantes
possam entrar em funcionamento; alertá-lo, sobre algumas coisas que ele
deverá passar ou ver e que lhe serão feitas perguntas, às quais deverá res-
ponder com sinceridade e em voz alta; deverá ser-lhe instigado que busque
entendimento sobre o que é virtude ou o que entende ser o vício. Neste caso
basta sugerir uma verificação, no Dicionário, do significado destas pala-
vras. O Experto deve conduzir a conversa no sentido de que algumas frases
possam nos levar a uma dupla interpretação, citando como exemplo a frase:
“Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te daqui”; deixá-lo pensar alguns
instantes e, caso necessário, perguntar-lhe: se os cientistas não tivessem
sido curiosos, em que estado tecnológico estaríamos agora? Naquela frase,
a curiosidade parece que nenhum benefício trará a ninguém, logo, é de uma
outra qualidade, comportando ao final o retira-te daqui.
   Cada um sabe o que interessa à Loja e nunca é de mais lembrar que
desde a fundação da mesma a EGRÉGORA, cada vez mais, se fortalece
e o ingresso de um novo obreiro terá repercussão nesse progresso; falare-
mos mais detalhadamente sobre este assunto em capítulo especial.
   Finalmente é chegada a hora de se cumprir com esta terceira neces-

                                   16
sidade, isto é, a INICIAÇÃO DE UM PROFANO. No dia aprazado, o
Apoiador deverá conduzir o candidato ao prédio da Loja e entregá-lo,
vendado, ao Experto, que lhe dirá ao ouvido esquerdo: “Eu sou o vosso
guia, tende confiança em mim e nada receeis.”
   Meus queridos leitores, ser o Guia é de uma responsabilidade incrível,
pois na iniciação mexemos com o subconsciente do candidato. Vendado,
ele terá que confiar em seu guia e colocar seus outros quatro conselheiros
em funcionamento, quais sejam: Olfato, Audição, Paladar e Tato.
   Conduzido pelo Experto até à Câmara de Reflexões, ali será preparado,
sendo-lhe retirado tudo que possa representar metais; desnudado seu peito
esquerdo, inclusive o tornozelo e o pé esquerdo, arregaçando a perna da cal-
ça direita até acima do joelho e colocando-lhe uma alpercata no pé direito.(*)
   Assim preparado deverá ser colocado dentro da Câmara de Refle-
xões quando, o Experto, deverá lhe dar explicações sobre tudo quanto
nela existir e de ali estarem.
   Além do significado da Câmara, deverá se dar uma interpretação so-
bre as frases existentes; sobre o Pão e a água, emblemas da simplicidade;
alimento do corpo e do espírito, representando as forças que o profano
necessita para enfrentar as provas pelas quais irá passar.
   Sobre a mesa deverão estar pequenos frascos contendo enxofre, sal
e mercúrio, sendo que o enxofre simboliza o ardor do espírito, o sal a
Sabedoria e o mercúrio a ousadia. Haverá, também, um espelho no qual
deverá estar escrito me-di-ta.
   Pintados na parede poderão estar um Galo, simbolizando a vigilância e
o raiar do dia ou a Luz que será dada ao profano, com uma bandeirola onde
deverá estar escrito Vigilância e Perseverança, alertando para que tenha aten-
ção e minucioso exame de tudo que está sendo colocado à sua interpretação.
   Os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta referem-se a Saturno e,
consequentemente, ao chumbo, simbolizando a morte do profano que
vai renascer para a vida espiritual – transmutação do chumbo em ouro.
   Finalmente, temos ainda o V.I.T.R.I.O.L. “Visita Interiora Terrae,
Retificandoque, Invenies Occultum Lapidem” (convite à procura do


(*) Esta preparação está de acordo com o que Gedalge preconiza. De acordo com Píndaro,
Jasão, aos 20 anos, deixou Centauro, seu mestre, indo ao Ialcos, onde entra com um pé des-
calço. Jasão perdeu uma das sandálias ao atravessar o leito do Anauros.

                                             17
Eu Divino, no silêncio e na meditação).
   A forma como o candidato se apresenta, lembra-nos que a Maçona-
ria era formada, principalmente, por Reis e Príncipes, não se aceitando
escravos. O tornozelo nu era para mostrar que não tinha marcas de gri-
lhões; as mãos limpas à mostra; o peito desnudo mostrando o lado do
coração e seu sentimento puro e, o joelho direito para mostrar que era
de bons costumes e ajoelhava para orar. Assim, ele demonstrava não ser
escravo e que era limpo, puro e de bons costumes.
   Após ingresso no Templo, seguem-se as viagens e as purificações,
todas muito importantes, a primeira necessita que se a aprimore e, neste
sentido ela aqui está abordada com esta intenção.
   A orientação do Ritual diz que a primeira viagem se desenvolve em
terreno com obstáculos, sendo tal providência para que o profano de-
senvolva o Tato. Este é o motivo pelo qual seu pé esquerdo está nu – a
caminhada é levando o pé esquerdo à frente, tendo como segurança e
base o pé direito - caso estivesse de sapato poderia pisar uma brasa e
nada sentiria. Para figurar este terreno irregular, com diversos tipos de
materiais que dêem sensação tátil ao candidato, pode-se confeccionar um
tapete no qual estejam afixados diversos tipos de materiais (tampas de
garrafas, corda enrolada, plástico com bolinhas etc.).
   Enfim, a Luz é dada ao neófito. São-lhe dadas as primeiras instruções.
As batidas tem o significado de batei e sereis atendido; pedi e recebereis
e procurai e encontrareis. A marcha pode estar representando os três rei-
nos da natureza; a busca da perfeição através da retidão, necessária para
vencer na ciência e na virtude, bem como as fases do homem: infância,
juventude e velhice. O Sinal está montado de tal forma que equilibra
razão e sentimento, além de todo seu significado proposto no juramento.
   Pelo polegar flui com mais intensidade a energia de nosso corpo e, a
localização de seu posicionamento abrange o sistema da emissão do ver-
bo, que se propaga através do éter, representado pelos Diáconos. Estudos
mais avançados conduzirão o leitor a identificar e localizar os quatro
elementos: Terra, Água, Fogo e Ar ao longo de sua coluna vertebral.




                                  18
Quarta Necessidade




   Esta quarta necessidade diz respeito ao entendimento relativo à pre-
paração dos irmãos para os trabalhos maçônicos. Cada irmão, antes de
sair de casa, deve preparar-se mental e fisicamente para os trabalhos,
alimentando-se de forma frugal e meditando sobre a Ordem do Dia, pre-
viamente definida pelo Venerável Mestre.
   Ao ingressarem no prédio da Loja, os irmãos dirigir-se-ão à Sala dos Pas-
sos Perdidos e ali permanecerão até que o Mestre de Cerimônias ordene o
caos, formando o cortejo para ingresso no Átrio. É neste momento da orde-
nação do caos que o Mestre de Cerimônias faz as recomendações de praxe.
   Recomendável é que o Guarda do Templo chegue com boa antecedên-
cia para, liturgicamente, preparar o Templo, limpando-o das possíveis ne-
gatividades e preenchendo-o com a presença divina do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.,
invocando a Harmonia e a Paz que deverão reinar durante toda a duração
dos trabalhos. Cada Guarda do Templo deve deixar falar seu coração
para que sua invocação seja plena de amor fraternal.
   Preparado o Templo para a recepção, ninguém mais poderá ingressar
sob pretexto de deixar isto ou aquilo dentro do Templo; convescotes de-
vem ser efetivados na Sala dos Passos Perdidos.
   Após preparar o Templo, o Guarda sairá, ficando armado de espada
à frente da Porta e avisará o Mestre de Cerimônias que o Templo está
preparado para nos receber.
   O Ingresso se dará na forma especificada no Ritual.
   Assim como cada irmão tem que vir preparado para os trabalhos, cada
Oficial deverá fazer o mesmo, estudando suas funções e sabendo, com

                                      19
segurança, as orientações que lhes são peculiares.
   Um Ritual bem executado é uma Criação de Vida, por sua abertura;
uma Existência por sua Ordem do Dia e o Repouso pelo seu fechamento.
   Quando isso tudo ocorre de forma simples, com disciplina e ordem,
todos os irmãos saem satisfeitos com seus salários.
   Aos planejadores sugerimos que nunca programem uma Ordem do
Dia para discussão de assuntos ligados a metais ou assuntos adminis-
trativos; estes devem ser discutidos e analisados fora do Templo. Serão
evitados debates acalorados que em nada beneficiarão os irmãos da Loja.
   Sugerimos, para cada mês, uma sequência de uma Sessão de Aprendiz,
uma de Companheiro, uma de Aprendiz e uma de Mestre; não dispensando os
Aprendizes, nem os Companheiros que poderão visitar uma outra Loja, estrei-
tando os laços de fraternidade ou, se assim o desejarem, ficarem na Sala dos
Passos Perdidos estudando algum tema proposto do qual deverão apresentar
um trabalho, a ser decifrado em Loja por um Relator escolhido dentre eles.
   Um programa desta natureza propicia desenvolvimento e integração,
tornando-se atrativo.
   Muitos são os irmãos na Jurisdição que poderão colocar-se à disposi-
ção para preencher Ordem do Dia com palestra de relevante valor, basta
convidá-los. É característica destes maçons a virtude do servir alegre-
mente, repassando os conhecimentos auferidos. Nestes casos, é aconse-
lhável que sejam dispensadas leituras de Balaústres e de Expedientes,
a fim de que, ao Palestrante, não fique tempo reduzido e, ainda, sobre
espaço para que sejam feitas perguntas. (*)
   Não confundir, meus queridos leitores, um pedido de esclarecimento,
com uma dissertação paralela ao trabalho apresentado pelo Palestrante;
lembrar-se que ele externa um ponto de vista, sobre o qual não cabem
debates motivados por pensarmos diferente. Cabe, isto sim, que o discor-
dante, numa outra Ordem do Dia apresente sua opinião sobre o assunto,
ficando aos irmãos a análise crítica sobre os enfoques apresentados; cada
um tirará conclusões próprias para efeito construtivo de sua realidade.



(*) A dispensa de Balaústre poderá ser resgatada em sessão administrativa, dos cargos ele-
tivos, desde que, no mesmo, não hajam assuntos que tenham sido submetidos à aprovação
do plenário e, registrado o fato na primeira sessão de mesmo grau.

                                          20
Quinta Necessidade




   Esta necessidade é a de se conhecer o Rito como um Todo. Aqui o gran-
de problema uma vez que existem várias vertentes e posições definidas so-
bre aspectos do Rito; qual o ano do ritual que mais se aproxima de uma dita
verdade; se a redação está certa ou não; se os painéis foram importados de
outro Rito; se esta ou aquela cerimônia é verdadeiramente do Rito.
   Em verdade o Rito foi sendo composto ao longo dos anos, chegan-
do ao número de 33 graus nos Estados Unidos da América. Dispersou-
se para o mundo como sendo os Supremos Conselhos do Grau 33 do
R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. dos quais emana toda a AUTORIDADE MAÇÔNICA
ESCOCESA. Portanto, cada Supremo Conselho, no Território de sua Ju-
risdição, é o CHEFE DO RITO, cabendo-lhe a intransferível responsabi-
lidade pela inalterabilidade dos Rituais.
   De acordo com a Grande Constituição promulgada e aprovada em
1786, haverá apenas UM SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO
R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. REGULAR para cada Nação, exceto para os Estados
Unidos da América do Norte, para onde foram previstos dois Supremos
Conselhos do Grau 33 do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙..
   O Supremo Conselho fundado em 12 de março de 1829, por autoriza-
ção do atual Supremo Conselho da Bélgica, outorgada a FRANCISCO
GÊ ACAYABA DE MONTEZUMA, Visconde de Jequitinhonha, insta-

                                     21
lado em 12 de novembro de 1832, foi aclamado e reconhecido como
único Supremo Conselho Regular para o Brasil pelos Supremos Con-
selhos Regulares do Mundo, em 1929, em Paris.
   A História da Maçonaria Brasileira tem um marco que é o ano de
1927, quando Mário Marinho de Carvalho Behring, sentindo o compro-
misso assumido em Lousanne, perante os Supremos Conselhos do Mun-
do, reunidos em Congresso, estimulou a fundação das Grandes Lojas
Brasileiras, tendo, pelo Ato n° 8, datado de 19 de agosto de 1927, criado
as Inspetorias Litúrgicas nos Estados.
   No Estado do Rio Grande do Sul, Mário Behring logrou sucesso emi-
tindo a Carta Constitutiva da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio
Grande do Sul, com data de 08 de janeiro de 1928, para trabalhar no Rito
Escocês Antigo e Aceito.
   Na ocasião foram distribuídos rituais de Aprendiz, Companheiro e
Mestre, para todas as Grandes Lojas fundadas, registrando-se, na Bibliote-
ca Nacional, sob n° 6526, exemplares para garantia dos direitos autorais.
   Podemos pesquisar e estudar, mas, não podemos modificar o que re-
cebemos através da Carta Constitutiva (nossa certidão de nascimento) e
nem renegar o que juramos no dia de nossa iniciação; só para lembrar,
numa Assembléia Geral Ordinária da Grande Loja, foi aprovada por una-
nimidade o retorno aos Rituais de 1928.
   Como estamos fazendo considerações, deixo, para os rábulas, uma pe-
quena questão jurídica: Quem são os Chefes dos Ritos de York e Schrö-
der? Pode a Grande Loja, cuja Carta Constitutiva diz que é para trabalhar
no Rito Escocês Antigo e Aceito, expedir carta constitutiva para Lojas
desses dois ritos? O Chefe desses Ritos deu autorização para a Grande
Loja expedir cartas constitutivas?
   Deixamos à consideração dos irmãos a possibilidade de haver, caso
existam os Chefes desses ritos, uma interpelação judicial interessante.
   Não desejamos abrir debate sobre todas as controvérsias possíveis,
mas, sempre podemos externar uma opinião baseada numa unanimidade,
qual seja, o desejo da jurisdição do retorno aos rituais de 1928; logo cer-
tos procedimentos, atualmente adotados, são incompatíveis com o que
está escrito, por exemplo:
   O procedimento da circulação em Loja está descrito no ritual de 1928,
registrado na Biblioteca Nacional sob o número 6526, para garantia dos

                                   22
direitos autorais, de acordo com os dispositivos do Código Civil. Este pro-
cedimento, em nota de rodapé, na página 25, do referido ritual, está assim:
       (3) No caminhar pelo Templo, deve sempre ser observada a
   seguinte formalidade: indo do Sul para o Oriente, passar pelo
   Ocidente e pelo Norte; do Ocidente para o Sul, passar pelo Nor-
   te e pelo Oriente (grade); do Oriente para o Ocidente ou Norte,
   passar pelo Sul.
    A redação da nota de rodapé deixa clara a forma de se circular no Tem-
plo. Se alguma dúvida restar, pode-se buscar o mesmo entendimento através
do significado da caminhada do maçom em busca da Luz e seu retorno às
trevas, ou na movimentação dos astros entorno do Sol. Os estudos no grau
de Companheiro podem auxiliar em muito na interpretação deste assunto,
bastando lembrar a Astronomia e a Lógica que devem ser aplicadas ao caso.
No Rito Escocês, em todos os graus a circulação no Templo se faz, sempre,
na forma acima destacada. Não há que se fazer paradas desnecessárias nem
argumentar que outras Potências amigas assim o fazem.
    O argumento mais contundente para este assunto é o de que a Grande Loja
resolveu adotar o Ritual de 1928, com as correções ortográficas necessárias
e, a circulação no Templo, está expressa no exemplar registrado na Biblioteca
Nacional, não havendo nenhuma dúvida sobre o que nele está escrito.
    Lembramos, neste caso, que este ir e vir do maçom, na direção do
mundo espiritual (representado pelo Oriente) e sua volta à matéria (re-
presentada pelo Ocidente) é uma forma de interpretar a reencarnação.
    Outro exemplo é o da Saudação; em qualquer grau o sinal só é execu-
tado na posição estática de estar de Pé e à Ordem, não se andando com o
mesmo, com exceção nas caminhadas de ingresso ritualístico de Apren-
diz, Companheiro e Mestre. A Saudação é o gesto de se desfazer o Sinal.
    Parece não haver dúvidas na interpretação do Sinal e quando ele deve
ser executado. Com relação à Saudação parece haver uma incorreção
interpretativa, quando o Venerável Mestre, na abertura e fechamento dos
trabalhos, comanda: pelo Sinal, pela Bateria e pela Aclamação. O enten-
dimento possível só pode ser o de desfazer o Sinal, configurando uma
Saudação, uma vez que todos estão de Pé e à Ordem. Assim, aqui a pro-
posição coerente é de que seja pela Saudação e não pelo Sinal.
    Como estas palavras começam com “S” é fácil se fazer confusão in-
terpretativa, quando as mesmas estão isoladas. No Ritual de 1928, a bem

                                      23
da verdade, verificamos estar por extenso a palavra “signal”, entretanto,
analisemos o que está escrito, na abertura e no fechamento:

Na abertura.
     Ven.˙. – (!) A mim, meus Irmãos, pelo signal e pela aclamação.
     Todos – (depois de feito o signal) Huzzé-Huzzé-Huzzé.
     Ven.˙. – (!) Sentemo-nos, meus Irmãos.

No fechamento.
     Ven.˙. – (!) A mim, meus irmãos, pela bateria e pela exclamação.
     Todos – (depois de dada a bateria) Huzzé-Huzzé-Huzzé

   É importante notar que na abertura está definido que é pelo signal
(seria mais correto pela saudação, conforme expresso acima?) e pela
aclamação e que, no encerramento, está pela bateria e pela exclamação.
   Aqui temos duas palavras diferentes aclamação e exclamação. Acla-
mação é ovação e, exclamação é grito, brado, clamor, não sendo esta
última muito coerente com nossos propósitos.
   Na abertura, o indicativo de que se volta a fazer o sinal antes da acla-
mação, remete para o procedimento de que o Sinal foi desfeito, configu-
rando uma Saudação, fortalecendo a coerência de que é pela Saudação e
não pelo Sinal.
   Considerando estas análises a proposição é no sentido de que na aber-
tura seja dito: Pela Saudação, seja refeito o Sinal, para então fazer-se
a aclamação. No encerramento seja dito: pela Bateria, refazendo-se o
Sinal, para fazer-se a aclamação.
   Analisados estes aspectos nos graus de Companheiro e Mestre nota-
se a inexistência, no grau de Companheiro desses indicativos e, que no
grau de Mestre os indicativos são mais completos, isto é, corrigindo-se
Sinal por Saudação, tanto na abertura como no fechamento, seria Pela
Saudação, Pela Bateria e Pela Aclamação.
   A coerência deve ser mantida, motivo pelo qual se devem incluir os
indicativos na abertura e fechamento no grau de Companheiro.
   Ainda outro exemplo: A Transmissão da Palavra.
   Na página 24 do Ritual de Aprendiz Maçom, em negrito, após a fala do 2°
Vigilante, onde o mesmo se refere ao fato de ser meio dia em ponto, está escrito:

                                     24
“O Ven.˙. Mestre dá, com o malhete, a bateria, que é repetida pe-
   los VVig.˙. e todos ficam de pé e a ordem. O 1° Diac.˙. sobe os degraus
   do trono, saúda o Ven.˙. Mestre que, após corresponder a saudação
   dá-lhe a P.˙.S.˙. aos ouvidos, começando pelo ouvido esquerdo.
       Recebida a P.˙.S.˙. o 1° Diac.˙. saúda o Ven.˙. Mestre e vai,
   com as mesmas formalidades levá-la ao Ir.˙. 1° Vig.˙., que a
   transmite, pela mesma forma ao Ir.˙. 2° Vig.˙. por intermédio do
   Ir.˙. 2° Diac.˙.”
    A análise desta redação ressalta um fato muito importante, qual seja,
que há saudação ao Ven.˙. Mestre, por parte do 1° Diácono, não havendo
nenhuma indicação de que ocorra a execução de algum toque. Este oficial,
fazendo saudação, não pode estar com a mão direita ocupada. Outro aspec-
to importante é o de que a Palavra Sagrada é dada aos ouvidos, começando
pelo ouvido esquerdo, podendo-se pressupor que é da mesma forma como
foi ensinada no dia da iniciação, isto é, letra por letra e silaba por silaba.
    Do acima exposto, tendo em vista o que consta nos Rituais de Com-
panheiro e Mestre Maçom, de 1928, a transmissão da P.˙.S.˙. deve ser da
seguinte forma:
    Aprendiz – deverá ser dada letra por letra e sílaba por sílaba, come-
çando pelo ouvido esquerdo de quem recebe.
    Companheiro – dada por silabas, começando pelo ouvido esquerdo de
quem recebe.
    Mestre – emissão única da palavra no ouvido esquerdo de quem recebe.
    Finalmente, o último exemplo: A forma de portar os bastões.
    Para antecipar qualquer interpretação, para o grau de Companheiro,
rogamos aos queridos leitores que lembrem estarem os Diáconos exer-
cendo funções Litúrgicas e que em qualquer um dos graus eles fazem as
saudações sem largar seus bastões.
    O Ritual de Aprendiz Maçom de 1928, na página 21, tratando da en-
trada do Templo, informa, no último parágrafo o seguinte:
       “Organizada a fila dupla, o Mestre de Cerimônias, pondo-se
   à frente, dará um golpe com o seu bastão e o Cobridor abrirá a
   porta do Templo.”
    Alguns estudiosos dizem que no Rito Escocês não existiam bastões e sim
eram usadas espadas. Nestas considerações respeitamos o que está escrito e
registrado, analisando alguns aspectos pelo senso da coerência, não havendo

                                       25
aqui nenhum motivo para que se descartem os bastões desde então usados.
   No exemplo da Saudação registrou-se o que está descrito: que o 1°
Diácono sobe os degraus do Trono e Saúda o Venerável Mestre; tal sau-
dação só pode ser feita não existindo nenhum objeto na mão direita, logo,
se estes Oficiais, no dia de seu juramento e posse receberam os bastões
como insígnias dos cargos, eles deverão portá-los com a mão esquerda a
fim de poderem Saudar as Luzes em cada caso particular.
   Em todos os casos devemos usar de coerência, no sentido de que se revi-
gore o uso e o costume dos anos iniciais da Grande Loja, passando o Mestre
de Cerimônia e os Diáconos a portarem seus bastões com a mão esquerda.
   Quando se tirou os bastões da mão esquerda, passando-os para a direita,
por determinação de uma Grande Comissão de Liturgia da Grande Loja,
logo a seguir a Grande Loja mandou colocar dispositivos junto aos Altares
do Venerável Mestre e dos Vigilantes, com a finalidade de não deixar cair
os bastões no chão; os diáconos encostavam os bastões na parede.
   O Rito Escocês exige vivência, é juntar o conhecimento completo de
todos os seus graus para formar senso crítico e isto só se consegue lendo
e relendo, com profundidade, os rituais e as instruções de cada grau.
   Você, caro leitor estaria disposto, após ter lido 100 livros sobre cirurgia
de tórax, ir a um hospital e efetivar uma intervenção de transplante de co-
ração? Creio que não, ia lhe faltar os anos de Faculdade e de Residência e
muitos acompanhamentos deste tipo de intervenção; loucura total querer
dizer que lendo muitos livros se conhece todo um sistema qualquer.
   Muito cuidado com os falsos conhecedores do Rito, eles podem estar
nos enganando.
   Poderíamos dar alguns exemplos que fortaleceriam o uso dos bastões
na mão esquerda, mas, nosso desejo com estas considerações é justamen-
te instigá-los a ingressarem nos Graus Superiores; aprenderiam muitas
outras coisas que os livros não ensinam. Falo de livros de autores maçons
que se quer deveriam estar nas prateleiras das Livrarias.




                                    26
Sexta Necessidade




   Esta necessidade é a da Espiritualidade e, consequentemente a da
Conduta que devemos desenvolver. Uma vez que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos
dotou de inteligência, convidamos a todos ao exercício de torná-la susce-
tível de progresso e de aperfeiçoamento pois acredito que aqui se produz
a espontânea e permanente comunhão com Ele.
   Esta comunhão é incompatível com a vida normal, sendo dependente
do interesse que transcende às coisas materiais e penetra o mundo es-
piritual. Este antagonismo entre a horizontalidade material e a vertica-
lidade espiritual é a causa do abandono precoce do interesse espiritual,
pela falta de perseverança, em face dos apelos profissionais, sendo este o
motivo pelo qual ainda não conseguimos um meio termo entre vivência
espiritual e o dinamismo voraz da materialidade.
   Entretanto é necessário encontrar os meios para induzir a que nos
transformemos naquilo que devemos “ser”, um homem espiritual.
   Através da inteligência, rumo ao Universo do espírito é compreen-
sível que encontremos dificuldades, para entender algo vago, imponde-

                                     27
rável, quase irreal, quando o único mundo real é o do espírito, causa da
matéria ao passo que esta é apenas o efeito daquele.
   A Causa Primeira é denominada de Deus, sendo infinitamente mais
real do que a soma dos seus efeitos. O vivenciar ético transforma o mun-
do real objetivo em um mundo real subjetivo e, à medida que o interesse
aumenta, este mundo subjetivo vai se tornando cada vez mais concreto,
a ponto de afirmarmos como São Paulo: “A minha pátria é o céu; a Terra
o veículo da minha peregrinação”.
   Nessa jornada aprenderemos uma visão mais completa e exata da re-
alidade total. A filosofia maçônica culmina com uma visão panorâmica,
em que a ignorância, o egoísmo, o preconceito e os erros são iluminados
pela Luz da Verdade e, consequentemente, que não existe um mundo
sem Deus, nem um Deus sem o mundo.
   Descobre-se que cada coisa material é canal ou veículo para se chegar
a Deus. Da obra ao Obreiro, das pequenas correntes de água ao vasto
oceano, de onde as águas vieram e para onde sempre voltarão.
   O Homem espiritualizado é um sábio, um poeta que descobriu a Verdade
Absoluta, que se transformou numa epopéia de vida. Eliminou o egoísmo e
por isso pode fazer algo benéfico para a humanidade. O egoísta só pensa em
calcular se o serviço que irá prestar à humanidade lhe dará algum benefício
individual, político ou social. O homem espiritual consagra-se à idéia de servir,
sem se servir das instituições; sua felicidade não depende dos ganhos materiais,
não é escravo de resultados sujeitos ao seu controle, sendo suas conquistas um
prêmio pela forma desinteressada com que trabalhou em prol de um objetivo
puro maior, o triunfo de uma vida consagrada ao serviço do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙..
   “Conhecereis a Verdade – e a Verdade vos libertará”, sendo Ela a Ver-
dade Eterna e Suprema ao homem só resta buscá-la.
   Somos o ser mais evoluído em grau de consciência sobre a face da
terra; ultrapassamos o estágio do mineral, do vegetal e do plano sensitivo
do animal. Entramos no mundo da inteligência ou da consciência indivi-
dual e podemos distinguir o bem do mal e, consequentemente, responsá-
veis pelos nossos próprios atos. (Leis do Livre Arbítrio e Causa e Efeito).
   Apesar de seu porte ereto, o homem não conseguiu fazer a ligação de
sua parte superior (cabeça), que aponta para as regiões da Luz Cósmica,
de onde vem a libertação da gravitação material. Todo esse processo evo-
lutivo está contido no Rito Escocês Antigo e Aceito, no “Conhece-te a ti

                                     28
mesmo”. Tal proceder confere uma consciência espiritual.
   A maior parte dos homens tem uma ligeira percepção dessa consciên-
cia; basta ler os jornais para entendermos que 99% está preocupado com
o vil metal, representado nos aspetos da corrupção política administrati-
va de nossos governantes e o resultado das CPIs, dos tapinhas nas costas
e do que virou pizza.
   Pelo acima exposto, é improvável que 1% de consciência espiritual faça
alguma melhora na sociedade humana. O conjunto da consciência espiri-
tual reflete a soma da consciência individual dos seus componentes. Meus
irmãos, o trabalho dessa jornada não pode cessar nunca! Enquanto não
descobrirmos em nós uma outra realidade superior, enquanto não desco-
brirmos nosso Verdadeiro Eu Espiritual, imagem e semelhança de Deus.
   Enquanto isto não ocorrer seremos apenas peregrinos da periferia;
amadores do mundo da matéria e do intelecto, isto é, egoístas. Precisa-
mos passar por uma profunda transformação mental.
   Convidamos a todos que meditemos sobre esta necessidade, como for-
ma de alcançarmos um patamar de consciência espiritual maior, o senso de
responsabilidade que temos no ingresso de novos afiliados à Maçonaria.
   Ao ingressarmos na Ordem Maçônica, no Rito Escocês Antigo e
Aceito, assumimos compromissos com a verdade e, prestamos, a cada
grau, um juramento; mesmo assim, encontramos entre nós, irmãos que
não apreenderam os princípios básicos de nossa Sublime Instituição.
   Se a virtude é uma disposição da alma; se trabalhamos para adaptar
nosso espírito às grandes afeições e a só concebermos idéias sólidas de
virtude, porque alguns não regulam suas ações pelos eternos princípios
da moral? Como classificar uma denúncia anônima?
   Ações que fogem da retidão ou que denotem desvio de conduta, com
o passar do tempo, arrastam o homem a hábitos desgraçados que o con-
duzem ao mal; perde o horizonte da razão, omite-se de responsabilidade
quando esta lhe exige o gravame de seu “ne varietur”, talvez, o mais sim-
ples e verdadeiro dever de um maçom, pois a inexistência deste requisito
elimina a credibilidade de um documento, proporciona dúvida e impede
a abertura de um processo maçônico equitativo e justo.
   Se tivermos que gravar uma denúncia, sejamos prudentes. Deixemos
que os pensamentos surjam, procuremos retê-los, não os divulguemos de
imediato; aguardar para que eles se condensem na contenção do silêncio,

                                    29
adquirindo força, como o vapor de água sob compressão.
   A pressão e a compressão geram propriedade de uma reação magné-
tica, segundo a Lei de que o mais forte atrai o mais fraco. De maneira
semelhante formas mentais análogas serão atraídas, fixadas e reforçando
o poder do pensamento próprio e primitivo.
   Desta forma o pensamento amadurecerá, dentro de cada um, “bons
pensamentos”; a realização ou a ação ocorrerá, mediante manifestação
oral ou escrita, “boas palavras”, para concretizar-se em ação equilibrada
pelo cunho do amor e da justiça, “bons sentimentos”.
   Esta nova forma de ação reveste-se de responsabilidade e compro-
misso com a verdade e, nos impele a gravar o “ne varietur”, naquilo que
desde há muito já existia espiritualmente.
   Cautela é preciso; provar é ônus de denunciante. A irreflexão se paga
amargamente, numa arena de influências estranhas, que nos tornam irri-
tados, inconstantes e injustos para com os que nos rodeiam.
   Nisso se baseia a responsabilidade que o ser humano tem consigo
mesmo, em consequência da Lei da reciprocidade, que nunca falha.
   Sejamos verdadeiros maçons, cumpramos os deveres de forma ética,
não nos esquivando jamais de gravar, quando a causa estiver sob o manto
da Justiça e da Equidade.

                   PORQUE DEVEMOS ESTUDAR
     “O Caminho, é o conjunto de práticas que postas em obra, em rela-
  ção aos princípios da ciência esotérica, permite ao homem evoluir”.
                                                        (Boris Mouravieff)

   A ciência esotérica está além da ciência positiva; entre elas existe um
vazio, uma zona de ilusão, que se constitui em obstáculo a ser vencido
pela expansão de consciência. Este vazio, ou precipício, só é transposto
pela formação de caráter e de esforço superior, que diferem e dependem
da natureza e grau de deformação do espírito do homem exterior.
   Vencer o precipício requer estudos teóricos e apresentação de traba-
lhos práticos individuais, que demonstrem o merecimento da ascensão a
um novo grau.
   Fugir desta orientação é querer encurtar o caminho a ser trilhado, é
burlar o Estatuto e enganar a si mesmo.

                                  30
A astúcia e a vaidade são formadoras do vazio que deixará o homem
isolado e sem perspectiva de avanço espiritual. A estagnação é contrária
ao progresso e leva à aniquilação do ser.
   Aqui o exemplo que se evoca é o do Paraíso, onde Adão e Eva se en-
contravam em harmonia com a Lei Divina até que, a Serpente seduziu Eva
com o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Este mito cheio
de significado, demonstra que a Serpente personifica a ilusão, isto é, a força
implantada no organismo humano que pode ser despertada para um sentido
construtivo, sendo necessário um trabalho persistente e tenaz; não o sendo
haverá uma inversão negativa, sendo esta a razão do mito da queda de Adão.
   Esse erro de ilusão que arrastou Eva e Adão em sua queda se ma-
nifesta nos homens por numerosas variantes, entre elas o do desejo de
progredir sem merecimento.
   O comprometimento ao longo dos graus do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. é o ca-
minho que o homem maçom deve trilhar e, neste caso, deve o mesmo
adestrar sua força de ilusão no sentido do progresso, evitando a repeti-
ção do erro de nosso ancestral, caindo no irreal e, em lugar de avançar,
cambalear, dando um passo a frente e dois para trás. Esta marcha leva
ao esgotamento físico e moral e, gradativamente à estagnação, à morte.
   É necessário ser um justo, puro por natureza, e não ter sido manchado
pela vida, para que as emoções positivas e o êxito conduzam o trabalho
esotérico. O êxito faz girar a cabeça e a menor parcela dele, quando con-
quistada de forma injusta e interesseira gera influência nociva.
   A humildade é a fonte requerida para afastar o risco de tais influências.
Ser forte nos princípios éticos morais traz benefícios aos que estão no ca-
minho; consequências e efeitos diametralmente opostos podem resultar. A
Lei Divina está disposta da seguinte forma: “Porque a vós foi dado serdes
posto a par dos mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes foi
dado. Pois ao que tem, será dado, e dado abundantemente; ao passo
que ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mateus XIII, 11, 12).
   Na obstinação de justificar sua Personalidade, o homem deixará o
Caminho para embrenhar-se cada vez mais na ilegitimidade de seu grau;
não aceitará sua situação e, em particular, seu estado interior, deixando
de prestar atenção à consciência do Eu.
   Não se pode conquistar avanço sem que se seja justo; entretanto, isto
é muito raro. Ser justo deve ser a atitude, quando se põe o pé no primei-

                                      31
ro degrau do Caminho.
    A atitude é importante desde o início da caminhada; toda conquista
injustificada resulta em fracasso.
    Quem se comprometeu, jurando ao longo da ascensão, sabe que o
Caminho é sem retorno e o avanço será julgado, no fim da jornada, pelo
próprio aspirante. Aos que compreendem esta Verdade não resta nenhu-
ma dúvida. A firmeza de propósitos é indispensável. Se alguém quiser
seguir o Mestre reflita: “ninguém que, no ato de pôr mão ao arado, olha
para trás, é apto para o reino de Deus” (Lucas IX, 62).
    É necessário recordar Platão, segundo o qual, o semelhante não pode
ser percebido e compreendido senão pelo semelhante; por isso, as influ-
ências exteriores não podem atuar sobre o indivíduo senão por meio dos
elementos semelhantes que formam seu mundo interior.
    Na linguagem esotérica se diz que é necessário domesticar a besta,
transformando o lobo em um dócil cão de guarda.
    Estudar é preciso, só assim entenderemos este jogo de regras inver-
tidas, em que sai vencedor quem perde. Enganar-se neste jogo é pensar
que se ganha tempo, quando na realidade a estagnação da evolução espi-
ritual pode acontecer.

                               EQUÍVOCO
   Ao escolhermos um lugar para nosso acampamento somos levados
por uma série de interesses, entre eles, talvez, o mais significativo seja o
que demarque um lugar certo e conhecido, onde poderemos ser encon-
trados a qualquer momento.
   Certo é, também, aquele que diz respeito ao sustento da família. É
normal estabelecermos nosso acampamento no vale ou região, onde de-
senvolvemos o trabalho profissional.
   O acampamento, nestes casos, fica identificado como a residência
onde congregamos mulher e filhos e podemos receber amigos.
   O endereço residencial atualizado é fundamental para as comunica-
ções de qualquer natureza, inclusive as de fraterno carinho.
   Equívoco é não manter esta relação em harmonia, é informar que se está
em um lugar quando se está noutro, ocultando o real motivo dessa decisão.
   Se o interesse é só material e a família está de acordo, ótimo; se busca-
mos a evolução espiritual o equívoco se torna um enganar-se a si mesmo.

                                   32
Quando isto acontece somos responsáveis, produzimos uma causa
cujo efeito se ignora. Sabemos, entretanto que a liberdade de pensar cria,
por magnetismo, um ser energético Imaterial, que se adere ao nosso ovo
cósmico, trazendo influências positivas ou negativas segundo os bons ou
maus pensamentos.
    Por isso, devemos ser éticos e morais no pensar, no uso das palavras e
no agir. Só assim estaremos progredindo com sabedoria. Equívoco é não
estar consciente desta Lei, é agir pensando apenas em conquistar, de forma
escusa ou sub-reptícia, um grau de evolução que ainda não merecemos; é
tirar vantagens materiais em detrimento das vantagens espirituais; é achar
que nossos parceiros de caminhada não vão estranhar tal atitude, ou que
irão aplaudir nossa vivacidade em queimar etapas de maneira açodada.
    Finalmente, devemos evitar a pressa de alcançar um ponto mais alto na
escalada de nosso rito e deixar o fluxo normal traçado para nós se concretizar.
    Uma boa reflexão a todos e que tenhamos a virtude da paciência.

                             O DONO DA OBRA

     Afirma-se que esta estória aconteceu num átimo da existên-
  cia, não havendo uma data que se possa indicar, portanto não
  tem princípio, nem fim.

   Há muito tempo atrás, um Soberano chamou à sua presença um dos
mais destacados Inspetores de seu Reino. Ele chegou do mais longínquo
interior das terras; cansado e desejoso de um banho reconfortante. Se-
guiu, de imediato, rumo à casa de seu Pai.
   Foi recepcionado carinhosamente por todos os familiares e após os
abraços efusivos e dos pedidos de notícias, tão comuns nestes casos,
acomodou-se em um dos cômodos da casa, refrescou-se com um bom
banho e retornou à sala das conferências para procurar saber o motivo do
chamamento do Soberano.
   Colocado à par das razões do Soberano, de mandá-lo buscar dos con-
fins do reino, aquietou-se, dizendo: Querido Pai, este chamamento é a
oportunidade que venho esperando há muito tempo. Se meus conheci-
mentos forem suficientes e do agrado do Soberano, a Obra que ele deseja
construir terá todo o meu empenho. Ombrear-me-ei com meus compa-

                                       33
nheiros e serei mais um Inspetor entre os chamados, para unirmos forças
em um único sentido, qual seja, o de servir bem à causa principal que
move nosso Soberano. Tenho a convicção de que isto seja o interesse de
todos quantos foram os requisitados para a construção da Obra.
   O resto do dia se seguiu com assuntos da família, cumprindo-se a ro-
tina de 24 horas, com espaços para o trabalho, lazer e descanso.
   Como sempre, a noite foi de sono tranquilo, como de quem está pron-
to para as funções de um Inspetor. Após a higiene pessoal, do vestir-se e
do café, deu um até logo a todos e dirigiu-se ao Palácio, para a entrevista
com o Soberano do Reino.
   Ao chegar ao Palácio, notou o alvoroço – era o corre-corre natural da
vida palaciana. Ninguém ocioso, todos trabalhando segundo os planos
estabelecidos. Os aprendizes recebendo apoio dos companheiros e estes
executando os planos traçados pelos mestres.
   A entrevista fora marcada para o meio-dia, o Sol estava no Zênite e o
nosso Inspetor, bem como outros, também chamados, foram introduzidos na
Sala do Soberano que, de seu Trono, lhes deu as boas-vindas e prosseguiu:
   Ilustres Inspetores, o trabalho na fronteira do Reino é fazer feliz todo
o meu povo através do amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes e ensi-
nando-lhe o respeito à autoridade e à religião, sem preocupações com a
diferença de raças. Este é o motivo principal do meu chamamento. Estou
prestes a iniciar uma nova Obra e desejo o concurso de vossas experiên-
cias, de vossas dedicações e conto com o amor incondicional que tendes
pela nossa Causa. Desejais concorrer para o sucesso desta Obra?
   Sim Majestade! – Responderam todos – podemos renovar nosso com-
promisso se necessário for.
   A vossa palavra me basta. Eis aqui os planos para a Obra que pretendo
erigir. Juntai-vos aos demais inspetores, estudai todos os planos e que todos
estejam atentos a tudo que for necessário e justo. Fazei reuniões, anotai as
reclamações dos obreiros e registrai em atas as conclusões a que chegarem.
   Tudo isto faremos, sempre levando em consideração os planos que orde-
nastes. A Obra vos pertence, nós somos os executores. Haveremos de manter
a harmonia entre todos os obreiros, sejam eles aprendizes, companheiros ou
mestres. O importante é erigirmos a Obra de forma Justa e Perfeita e que ela
se mantenha no prumo. Não seremos, entretanto, responsabilizados pelos
acontecimentos alheios a nossa vontade, nem aos produzidos pelas forças da

                                   34
Natureza. Se a base foi bem construída, a estrutura levantada com esmero e
o cimento místico do amor utilizado em todas as etapas de execução, afirma-
mos com toda a convicção: “nada impedirá que a Obra tenha continuidade”.
   Fico contente que assim possa ser. Aceito vossas posturas de Inspeto-
res, reconheço a existência do compromisso assumido entre vós de tudo
fazer em benefício desta Obra. Lembrai-vos que, a vossa participação e
o compromisso individual, aliado ao coletivo, é o fundamento da Obra
que iremos elevar. Esforçai-vos; usai com perseverança o poder do pen-
samento, para que a arte construtiva tenha o dom de formatar, nos planos
infinitos da existência, a Obra/corpo que servirá de morada a cada um de
vós e a todos os obreiros do meu reino.
   Dizem, ainda, que o dialogo se estendeu por várias horas, encerrando-
se, à meia-noite. De tudo ficou uma certeza. “Somos iguais, segundo o
compromisso assumido na execução da Obra; fisicamente ninguém será
tachado de Dono da Obra; pois que esta é Divina.
   O fim desta história está para ser escrito. Sábios antigos dizem que a
Obra não tem começo nem fim.
   Que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos infunda coragem e determinação para aplicar-
mos a técnica construtiva mais correta em todas as ocasiões que isto exigir.

PESQUISA

                     O PODER DOS MELHORES

   As palavras aristos e kratos vêm do grego e significam, respectiva-
mente, o melhor e poder.
   Aristocracia significa o poder dos melhores, sentido este que se des-
viou com o tempo.
   Em cada organização, por mais primitiva que ela seja, existe um coor-
denador das ações, um chefe, porque com a diversidade de aptidões e de
características inerentes à espécie humana, há os incapazes que necessi-
tam de orientação; os fracos a proteger e os abusados a refrear. A autori-
dade, entre os selvagens era destinada, primeiro ao chefe da família, de-
pois aos anciães. Este conceito patriarcal foi o primeiro. Com a explosão
demográfica e a formação das grandes cidades a autoridade patriarcal foi
substituída pela força dos homens mais novos, mais inteligentes, surgin-

                                      35
do os chefes militares. Estes se impuseram pelo valor que representavam
na segurança contra os ataques dos inimigos ou na dominação de novas
terras, apossando-se do poder, face o prestígio conquistado nas guerras.
   A transmissão do poder foi de pai para filho; os fracos e oprimidos,
não ousavam rebelar-se e habituaram-se a considerar tal fato como di-
reito de herança, conquistada pelos pais, surgindo a distinção de duas
classes, os superiores e os inferiores, os que mandam e os que obedecem;
estava plasmada a aristocracia do nascimento, tão poderoso e prepon-
derante quanto a da força, agora dispondo de mais poder, criado pelos
privilégios individuais, ditados pelo egoísmo e pela avareza.
   Para conservar estes privilégios foi necessário dar-lhes o cunho da
legalidade e, esta aristocracia do nascimento fez as leis em seu próprio
proveito, deu-lhes o cunho divino, impedindo o acesso ao conhecimento,
mantendo o povo na ignorância.
   A classe inferior foi ficando cada vez maior, tomando conhecimen-
to das causas que a oprimiam, enquanto a superior perdia condições de
mantê-la na ignorância. Era o dedo da Providência e, a classe oprimida
derrubou os privilégios e proclamou a igualdade de todos perante a Lei.
Estava assim decretada a falência da aristocracia de nascimento.
   Com esta queda nascia um novo conceito de domínio, a do dinheiro, por-
que com ele pode-se dispor do homem e das coisas. Esta potência trouxe
consigo a percepção de que a inteligência agora tinha mais valia do que a
fortuna herdada, uma vez que esta se desfaz nas mãos dos hábeis em gastar.
   Avaliar este processo é interessante; a igualdade de oportunidades come-
çava a aparecer para qualquer um, fosse ele pobre ou rico, bastava ter inte-
ligência para conquistar um espaço ou uma fatia na economia da sociedade.
Era uma nova democracia; mas ainda insuficiente. É preciso mais.
   A Inteligência não é penhor de moralidade uma vez que o mais inteli-
gente pode fazer mau uso de sua faculdade; da mesma forma a moralida-
de, sozinha, pode se transformar em uma incapacidade.
   A união das duas é fundamental, ainda mais se unidas ao conceito
de caridade. Esta tríade marcará o advento de uma nova potência, cujo
conceito é o bem de todos na Terra, é o fazer feliz a humanidade pelo
amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualda-
de e pelo respeito à autoridade e à religião.
   Para que isto aconteça é necessário que a moralidade se instale em

                                   36
definitivo e todos a tenham como princípio. Estamos cercados pelo crime,
pela corrupção, pela imoralidade dos programas de televisão; o Congresso
é um ninho de sanguessugas; os candidatos só pensam em proferir pro-
messas que deixarão de cumprir; eles desejam apenas manter-se no poder.
   Cada obreiro deverá ser artífice de sua própria felicidade; tal proceder
eleva o nível moral da sociedade; os nossos princípios são a garantia de
que podemos transformar o estado presente da humanidade; nos indu-
zem a sonhar com modificações que se realizarão no futuro. Para isso é
preciso haver debate e o esclarecimento de que “A única fé inabalável é
aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da huma-
nidade. Para crer não basta ver, é preciso, acima de tudo, compreender”.
   O homem atual acredita estar mandando. Ledo engano, este homem
ainda não conhece a máquina que deve dirigir. Quando ele pensa man-
dar, na verdade, obedece aos próprios instintos; quando grita que deseja
liberdade, sem o saber, pede a liberdade de obedecer àqueles instintos.
   É sempre no terreno dos instintos, que os traços da ética superior apa-
recem no homem e, a nossa Ordem procura disciplinar, canalizando-os e
respeitando-os, porque constituem a base de planos mais elevados da vida.
   Os impulsos que movem o homem maçom são diversos. Ele os co-
nhece e, sabedor de suas finalidades, domina-os e os dirige, pois havendo
alcançado o conhecimento, pode, agora, mandar em vez de obedecer. É
um iluminado, que avalia as consequências de seus próprios atos.
   Para ter o direito de mandar é preciso possuir inteligência e bondade.
Eis aqui a síntese do poder.*

                    PEREGRINAÇÃO CONSCIENTE
   Do nascimento físico à transcendência do espírito, percorremos um
caminho pelo qual vamos aprendendo, através das perdas e da dor, a ven-
cer as dificuldades que deparamos; ao mesmo tempo fortalecemos prin-
cípios básicos que impulsionam, de forma incessante e através dessas
experiências, rumo ao mais alto ideal de perfeição possível e desejado.
   No amanhecer da vida, fomos amparados pelos pais, depois pelos profes-
sores escolares, para finalmente estarmos à mercê de nosso Livre Arbítrio. Aí,
então, começa a subida íngreme da colina, quando as dificuldades nos ensinam

Bibliografia*

                                       37
a perceber a existência de uma lei coordenada pelas causas primárias, cujos
efeitos se fazem sentir como meio de aprendizado e aperfeiçoamento do ser.
   O Caminho é certo e todos têm que o percorrer; atalhos e outras rotas
são possíveis, mas em todas as direções serão encontradas tentações que
terão que ser enfrentadas; entre elas uma se destaca, a inveja. Para dela
se salvar é preciso contar com guia adestrado, pois o efeito desta causa é
a impossibilidade de se entrar em território sagrado.
   Assim sendo, apressemos o passo; enfrentemos todas as causas; dei-
xemos de lado as dúvidas, pois “queixa-se quem viveu com indiferença
à vida”; ou “quem invejou qualquer sorte”; estes não deixarão marcas.
Não desperdicemos mais tempo com esta causa.
   Mas antes de prosseguir, convém saber “somos torturados pelos nos-
sos desejos” ou, simplesmente, pelas nossas intenções. É por tudo conve-
niente, também, se resguardar contra qualquer juízo precipitado.
   Existem outras causas que devemos combater e, entre elas se encontram
a luxúria, a gula, o ódio, a avareza, a soberba e a ira, todas com efeitos
arrasadores e o seu vivenciar tem que ser contido com regras e limites.

             A PRESENÇA DE UM GRAU EVOLUTIVO.
   Do ensinamento hindu recolhemos a informação de que nas formas
mais inferiores da vida, seja ela no plano mineral, no plano vegetal ou
no humano, existe uma presença de um grau de evolução. Ela admite o
espírito imortal no homem, a existência da fonte original; não como pri-
meira, mas como “causa” eterna, segundo os mundos que se manifestam
por ciclos e segundo os seus próprios critérios.
   O ser humano precisa superar a necessidade de fazer experiências e
de usar o livre-arbítrio para que a Lei dos Ciclos possa agir amplamente.
Esta lei influencia o desenvolvimento de todos nós e sob sua regência
passamos a seguir novos ritmos, alcançando novos graus de consciência.
   Quando tal acontece, 1° - o início de um ciclo evolutivo é reconheci-
do; 2° - a consciência adere ao impulso que ele traz; 3° - a consciência
aprofunda-se na energia em manifestação e prepara-se para o ciclo se-
guinte, produzindo o que podemos chamar de evolução contínua, que se
encontra no Grande Ciclo.
   O Grande Ciclo, como é conhecido, se compõe do Período Ativo do Uni-
verso, do Período de Repouso Relativo e do Repouso Completo, que devem

                                   38
completar um Dia, ou uma Idade ou Vida de Brahma. Um Dia de Brahma
equivale a 4.320.000 anos, depois disso um novo Sol se levanta para a Ca-
deia Setenária que Ele ilumina. Neste fenômeno se inspirou a Lei Mosaica
para seu Pequeno Ciclo, embora este tenha sido posteriormente, pela crono-
logia cristã da Bíblia, sido adaptado com a coincidência do 25 de dezembro,
dia em que se diz terem encarnados todos os Deuses solares. Por isso eles
fizeram registro de que o Messias nasceu neste dia do ano lunar do mundo
4.320. Durante os 4.320.000 anos, que representam o período da criação
progressiva, o éter, o ar, a água e o fogo estão constantemente produzindo
matéria sob o impulso incessante do Espírito, ou do Deus não-revelado, que
preenche toda a criação, pois Ele está em tudo e tudo está Nele. Quando o
ciclo da criação chega ao seu final, a energia da palavra está enfraquecida.
    Enquanto o Grande Ciclo, ou idade, cumpre o seu curso, sete ciclos
menores são percorridos, cada um marcando a evolução de uma nova
raça. Esta raça, ou nova humanidade, divide-se, por sua vez, em famílias,
tribos e nações.
    No que concerne à evolução da humanidade, temos três proposições que
entram em contradição à Ciência Moderna, e também aos dogmas religiosos;
estas proposições são: 1° - a evolução simultânea de sete grupos humanos
em sete diferentes partes do globo; 2° - o nascimento do corpo astral antes do
corpo físico, servindo o primeiro de modelo para o segundo; e 3° - o homem
precedeu a todos os mamíferos (veja-se o Gênesis – 2,18 e 19 “ Depois disse
o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei um auxiliar
igual a ele. Formou, pois, da terra toda sorte de animais campestres e de aves
do céu e os conduziu ao homem, para ver como ele os chamaria...”
    Hermes Trimegisto fala do nascimento simultâneo de sete homens
primordiais, que se desenvolvem da Natureza e do Homem Celeste, no
sentido coletivo dessa designação, ou do Espírito Criador.
    Dos fragmentos das Tábuas Caldéias vêem-se sete seres humanos, com
cara de corvos, isto é, de tez negra. Estes são os Reis de Edom, referidos na
Cabala; a Primeira Raça que era imperfeita nascida antes de existir a balan-
ça (os sexos) e que foi destruída como raça, por transfusão em sua própria
progênie, isto é, a raça sem sexo reencarnou na raça bissexual; esta última
nos andróginos, e estes, por sua vez, na raça sexuada que foi a Terceira Raça;
desta originaram-se os seres Andróginos ou Hermafroditas, que Platão men-
ciona no “Banquete”, descritos como sendo arredondados e terríveis por sua

                                       39
força e robustez, e com uma ambição desmedida, por isso Zeus os dividiu e
estes começaram a se mesclar formando as primeiras raças mistas nas cores;
com eles surgem o Antropomorfismo e a Religião Sexual, perdem o terceiro
olho. Ensinamento Esotérico menciona três divisões: Amarela-Vermelha, a
Negra e a Branca-Escura. A evolução dessas três variantes, sua formação e
desenvolvimento seguiram as linhas paralelas às da formação geológica. A
quinta raça são os sobreviventes do Grande Continente Atlante. Esta evolu-
ção também está ligada aos ciclos do Zodíaco, devendo-se considerar que,
em cada ciclo, existem sub-raças que se complementam.
     O reconhecimento de uma nova humanidade ou raça dominante pres-
supõe mudança de era - passamos de “peixes” para “aquário” - entramos
em um grau evolutivo mais elevado, onde retrocessos e dispersões dei-
xarão de existir e a liberdade de pensar nos dará condições de reativar a
fusão da Religião com a Ciência, fato que deverá ocorrer com o apareci-
mento e evolução da sexta Raça-Mãe.
    As idéias que estão na base de todos os sistemas simbólicos mostram
que Religião e Ciência eram intimamente ligadas, que as duas formavam
um só corpo desde o momento da concepção cósmica, com atributos mu-
tuamente conversíveis, isto é, a Ciência era espiritual e a Religião era cien-
tífica e vise-versa, como o homem andrógino do Gênese – macho/fêmea
– passivo e ativo, fadados a se separar, cair e perder seus poderes; unidas
elas eram infalíveis; separadas cada uma delas é um cadáver sem alma.
    Em todo processo criador há sempre uma consciência elevada que hie-
rarquiza os destinos de uma humanidade. O impulso evolutivo atualiza
valores, critérios, objetivos e metas; aos poucos a consciência deixa de
lado os projetos de cunho pessoal e lança-se à descoberta do ente cósmico.
A busca de satisfação alimenta o egoísmo, enquanto que o contato com a
essência interior alarga limites. A meta da nova humanidade é a fusão da
Religião com a Ciência. É serviço em nome da perpetuação da Luz.
    No Rito Escocês, cada grau é um grau de consciência e neles estão
consubstanciados os contatos com a essência interior, que cada um de-
verá desvendar.**



Bibliografia**

                                    40
A Sala dos Passos Perdidos
                       Uma visao holistica

    Segundo nosso conhecimento, a Sala dos Passos Perdidos tem um sig-
nificado esotérico, pois representa nossa presença fora do Templo. Ela
representa, também, o caos dos pensamentos, quando estes não foram
alinhados pela imaginação concentrada. Com o pensamento podemos
voar e penetrar a onde quisermos. Assim, a Sala dos Passos Perdidos
simboliza que o homem maçom, fora do Templo, pode se perder.
    O mundo mental tem um sobrenome chamado Pensamento. O mun-
do está cheio de seres viventes, criados por nós, compostos do mesmo
material mental. Este reino é uma região do Universo que interpenetra
tudo e, como o mundo físico, tem várias divisões e subdivisões, porém
suas vibrações não respondem senão ao poder do pensamento.
    O pensador constitui seus veículos a cada dia e hora, aplicando-os a
fins elevados que nos conduzem à União com o Eu Íntimo. Despertos
ou adormecidos, estamos criando, com nossos pensamentos, elementos
e materiais para edificar nosso corpo mental.
    Quando o pensamento atua na substância mental que o rodeia, cria vibra-
ções na consciência, atraindo átomos mentais ao corpo mental, ao mesmo
tempo em que emite outros. Percebe-se, por este fato, que a força do pen-
samento é dual, isto é, centrípeta e centrífuga, ou seja, atração e repulsão.
    Os pensamentos baixos e vis atraem ao corpo mental materiais grosseiros,
ao mesmo tempo em que repelem os finos para ocupar seus postos; da mesma
forma ocorre com os pensamentos harmônicos e bons, que, uma vez alojados
na atmosfera mental, desalojam os grosseiros e densos. Este fato nos impõe
responsabilidade na própria formação e na formação e educação das nossas
crianças, infundindo-lhes bons pensamentos que resultem em ações benéficas.
    As vibrações mentais impregnam toda mente, despertando nela áto-
mos que atuam na solução de problemas. O homem é o construtor e
modelador de sua própria mente.
    O segredo consiste em construir, pelo pensamento puro, um corpo
mental puro, apto a receber as manifestações do Íntimo.

                                      41
Do Gênesis: “No princípio, Deus (o Íntimo) criou o céu e a
  terra (emanou de Si o Espírito e o Corpo).

    Para entender podemos traduzir da seguinte maneira: No Princípio
o Íntimo, ao dividir-se ou fazer-se dois para manifestar-se, emanou de
si o Pensador, Pai e Criador do Céu e da Terra; o Modelador, o Grande
Arquiteto do Universo.
    Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro mo-
vimento chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Vir-
gem Maria (Matéria Primordial). Esta ação desperta os átomos e dota-os
de força de atração e repulsão. Desta maneira se formam as subdivisões
inferiores de cada plano. Ordena-se o Caos.
    Este é o objetivo da vida, juntamente com o desenvolvimento da vonta-
de aplicada ao resultado da experiência que nos conduz pela senda da Luz.
    O Íntimo Inefável e Absoluto tem em si três pontos, cada um dos
quais é o assento particular dos aspectos que dominam, a cabeça (Pai), o
coração (Filho) e o sexo (Espírito Santo).
    A mente como instrumento para aquisição de conhecimento é inesti-
mável, quando obedece ao Íntimo para governar por meio de seus três as-
pectos; porém, a mente está limitada pelos desejos e submersa na egoísta
natureza inferior, tornando difícil que o Íntimo possa governar o corpo.
    Quando a mente recebe influência do mundo interno, convida à quietude
e à concentração (entramos no Átrio e saímos da Sala dos Passos Perdidos).
    Esta visão holística nos conduz ao Reino de Deus, que está dentro
de nós, isto é, os três aspectos do Íntimo que se manifestam no Poder,
Amor e Realização, reúnem-se no Coração do Homem.
    O Poder, também denominado vontade-poder e provém da energia do
amor. A consciência percebe que o amor tem origem no Poder Supremo.
    O que chamamos de poder é desvirtuamento dessa energia, gerado pelo
desejo de auto-afirmação e domínio. Para atuar como canal do poder do es-
pírito, é preciso antes encontrar em si a fonte do amor que é sabedoria. A
princípio o poder, como as demais energias, atinge o mundo concreto por
meio da polaridade masculina ou da feminina. O poder masculino é objetivo,
exteriorizado; o feminino, subjetivo, interiorizado. Ao equilibrar em si essas
duas tendências, o indivíduo as transcende e sintetiza.
    O Poder autêntico instrui e redime; emerge na vida pautada por leis

                                    42
evolutivas superiores. A consciência libera-se quando, pela ação do po-
der, afirma a essência na consumação do propósito da existência.
   Ocorre por etapas, é fruto e meta da evolução. A maior realização do ser
humano é trazer ao mundo a vida divina. Ao buscar essa vida vai deixando
de agir por arbítrio pessoal, passa a seguir a vontade de seu eu mais profundo
e procura conduzir-se de acordo com leis superiores. O amor é motriz desse
processo; quanto mais abrangentemente o indivíduo ama, mais se aproxima
da meta espiritual que é o de se fundir ao núcleo de consciência universal.
   O ser humano passa por três etapas em seu processo de realização; a
primeira pode ser representada pelos trabalhos de Hércules ou a senda da
auto-realização e do serviço ao mundo. “Quem se ajoelha se eleva. Con-
quista-se pela total rendição de si mesmo. É renunciando que se ganha.”
   A segunda, com o despertar da compaixão (Buda), quando o indivíduo
canaliza luz para o plano mental da humanidade, levando a compreensão
sobre a raiz do sofrimento e da dor; o significado da morte e o meio de
ultrapassar a transitoriedade da existência material.
    A terceira é o caminho de Cristo, isto é, a ressurreição ou a desintegração
da matéria; segundo antigos ensinamentos, o cálice representava a união in-
dissolúvel entre realização e serviço incondicional. A realização era simboli-
zada pela elevação do cálice e o serviço pelo derramamento do seu conteú-
do. Colaborar de forma crescente com a evolução da humanidade é parte das
etapas sucessivas de realização e, embora hoje não se necessitem cerimônias
externas como antes, perpetua-se a realidade subjacente a elas.
   Até aqui proporcionamos a visão do que representa a Sala dos Passos
Perdidos, resta dividir a Mente, em espaços distintos, na ordem de sua
profundidade na consciência, para melhor resultado e compreensão.

A mente está subdividida em sete níveis que são:

1 – Nível consciente
   Esta é a região em que a Mente Consciente funciona, inteiramente li-
mitada aos cinco sentidos físicos. É a mente do raciocínio, do cálculo, da
suposição e da assimilação. Ela induz sua mente subconsciente a gravar
as imagens mentais de tudo que lhe acontece e dos sentimentos que tais
acontecimentos despertam.


                                       43
2 – Nível do controle subconsciente do corpo.
   Esta região dirige e controla o funcionamento geral dos órgãos de seu corpo.
Este exercício de controle se realiza sem seu conhecimento consciente. Seus
medos, preocupações, ódios e outras emoções podem perturbar este controle.

3 – Nível de memória.
   Esta é uma região de seu subconsciente que armazena as impressões
de sua vivência no mundo exterior, recebidas pelos cinco sentidos. Estas
impressões são registradas como quadros mentais. Ligada a cada quadro
mental está uma sensação que você teve em determinada época da vida.
Isto pode ser recordada por solicitação da Mente Consciente.

4 – Nível de Poder Criador.
   É a região eletromagnética que reage aos desejos ou medos. Quando
seu pensamento está correto, esta força entrará em ação para ajudar a
trazer aquilo que o nosso desejo formulou.

5 – Nível de Poder Curador.
   É o nível que contém a energia vital. Esta energia aparece quando estamos
doente ou ferido, ela entra em ação vitalizando as células do corpo. A convo-
cação dessa energia ocorre quando rezamos, pedindo a volta da saúde.

6 – Nível Intuitivo.
   Este contém a faculdade de Percepção Extra-Sensorial. Estas não se
limitam pelo tempo ou espaço, como ocorre com os cinco sentidos. Ela
funciona por meio do Nível Consciente, na forma de Intuição.

7 -Nível de Consciência Cósmica.
    É o mais alto nível de consciência e se encontra dentro de nós. É nosso elo
com o Infinito. Quando voltamos nossa atenção para o centro do nosso ser,
estabelecemos contato com a Presença de Deus. A partir daí, toda a iluminação
e inspiração verdadeiras aparecem; nível que os Guias Espirituais sintonizam.
   Meus irmãos, que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. possa iluminar nossos pensamen-
tos e permita que, na busca constante da evolução espiritual possamos di-
zer como Menotti del Picchia: “Goza a euforia do vôo do anjo perdido

                                    44
em ti. Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo.
Que sabes tu do fim? Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o
de estrelas. No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã
estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta.
Canta, canta. Talvez as canções adormeçam a fera que espera devorar o
pássaro. Desde que nasceste não és mais que o vôo no tempo rumo ao céu?
Que importa a rota! Voa e canta enquanto existirem as asas”.***
                    A DUALIDADE MAIS MODERNA
    Em qualquer campo da Vida encontramos a dualidade representada uni-
versalmente pelo Bem e o Mal. Ambos, quando unidos são a Unidade. As
faces de uma moeda, a cara e a coroa. Aprendemos que a vontade, a persis-
tência e a inteligência são ferramentas indispensáveis no serviço de encontrar
a Verdade. Assim, ao estudarmos uma dualidade, devemos buscar um termo
intermediário que possa nos dar a noção de equilíbrio existente entre as for-
ças antagônicas. Surge daí a Lei: “Os opostos têm entre si um intermediário
resultante exatamente deles.” Exemplificando: Homem-Mulher tem como in-
termediário resultante a Criança; Sólido-Gasoso apresenta um intermediário
resultante Líquido; na religião Pai-Filho o intermediário resultante é o Espírito
Santo. Infere-se daí uma outra Lei: “Os opostos são apenas a concepção, em
graus diferentes de uma mesma coisa.” No primeiro exemplo temos a concep-
ção dos graus familiares, no segundo o da matéria e no terceiro a de Deus. Se
usarmos o exemplo da dualidade Luz-Sombra perceberemos que a primeira
age e a segunda se opõe, surgindo a Penumbra como resultado intermediário.
Podemos resumir todos estes fatos em Ativo-Passivo-Neutro. Para reforçar o
“caput” desta peça, onde marcamos a universalidade do Bem e do Mal como
sendo componentes de uma unidade, vejamos o quadro (I) a seguir:




Bibliografia***

                                        45
As unidades aqui representadas são 1, 4, 7 e 10 que volta a ser 1 pela redu-
ção teosófica. Estamos diante da chave básica que abre as portas dos mistérios,
resultando a conclusão de que todos os números não são senão representação
dos nove primeiros algarismos; que os nove algarismos não são senão a repre-
sentação dos quatro primeiros e que os quatro primeiros não são senão estados
diversos da unidade. Numa segunda operação podemos desenvolver a soma
teosófica. Exemplo: a soma teosófica de 4 é 10 ( 1+2+3+4=10) ou a de 7 é
28 (1+2+3+4+5+6+7=28). No exemplo do 7 é 28, fazendo a redução teosó-
fica de 28 e teremos (2+8=10). Então, existem aqui duas expressões, no míni-
mo intrigantes, ou seja 4=10 e 7=10 portanto, 4=7. Poderemos ir mais longe
propondo a redução do ternário, por meio do quaternário, à unidade, ou seja:
3+4=7 que, por soma teosófica, já demonstrada acima, é 28 ou, por redução
teosófica, é 10. Esta última já conhecemos e sabemos que sua redução é 1, logo:
4+3=7=28=10=1, ou 4+3=1. Retornando ao quadro (I) verificamos que após as
progressões 1-2-3, 4-5-6 e 7-8-9 voltamos a origem da primeira 1-2-3, sendo
que estas três progressões representam os Três Mundos, nos quais tudo está
contido. Tudo isto foi para demonstrar o “caput” destas peças. Agora podemos
tratar do título proposto, que é “A Dualidade mais Moderna”. Trata-se de uma
visão dual do uso da internet, em outras palavras o Bem e o Mal da unidade tec-
nológica posta ao nosso serviço. O Bem está consubstanciado na possibilidade
do estreitamento das relações entre as pessoas, de forma instantânea, bastando
para tanto um “clic” após a preparação de um “e-mail”. A mensagem percorrerá
o espaço conectando-se com milhões de usuários da internet ou, nas pesquisas
que nos são possibilitadas e na interação das idéias que vão surgindo a respeito
de determinado assunto. A diversidade de idéias confluindo para uma única
unidade, voltada para o bem da humanidade. Eis aí a Bem que a internet pode-
rá trazer se todos a usarem com este objetivo. O outro lado da medalha é o do
Mal, quando “hackers”, usando indevidamente a tecnologia, transmitem “vi-
ros” que prejudicam pesquisas e informações, proporcionando perda de tempo
e de serviços. Em outros casos a internet poderá, nas mãos de um “dominador”,
criar condições para um “blackout” generalizado em todos os computadores
do mundo. Nesta possibilidade os prejuízos serão inimagináveis, como a pa-
ralisação de trens, de hidroelétricas e, principalmente, das bolsas econômicas
dos países. Número fantástico de vítimas poderá ocorrer com o mau uso da in-
ternet. Conectados à internet podemos perder nossa privacidade. Os cadastros
bancários ou outros tipos de cadastro expõem nossa vida íntima, perdemos a

                                     46
privacidade, um “hacker” pode ingressar nos arquivos de qualquer instituição e
resgatar nossos dados pessoais e com eles fazer um mau uso, exemplos comuns
nos meios de comunicação. Surgiu assim o meio intermediário que protege
(equilibra o uso permanente dos computadores) programas e arquivos, man-
tendo certo equilíbrio entre estes bens e males da era moderna. Surge a dúvida
quanto aos interesses dos “hackers”, se o do simples prejuízo aos usuários da
internet, ou se o de faturar com a venda dos programas “antiviros”.
    Por enquanto estamos restritos a uma defesa dos programas e arquivos,
amanhã poderemos estar frente a um problema diplomático internacional,
caso um “hacker” entre no sistema de lançamento de ogivas nucleares exis-
tentes em vários países. O Mal maior estará consubstanciado na Guerra, a
terceira. Nós temos uma responsabilidade com a humanidade e devemos
aproveitar todas as tecnologias existentes em seu favor da mesma. A aplica-
ção adequada desta tecnologia será a resultante intermediária entre o Bem e o
Mal, relativos ao uso da internet.****

                      O SIGNIFICADO DA MORTE
                         Ou a reconstrução do Ser
   O fenômeno da morte, como a conhecemos, faz parte de uma série de
conceitos negativos que, por este aspecto, são parte de uma ilusão, isto é,
fazem parte do “Não-Ser”. Os dois pólos contrários – Ser e Não-Ser – re-
presentam afirmação e negação e constituem o equilíbrio dos opostos que
se condicionam mutuamente e que só existem em função um do outro. A
origem está no pólo positivo em forma de afirmação, sendo a parte ne-
gativa uma concepção daquela como uma derivação. Assim, em todas as
coisas encontramos estes dois pólos - conceitos que constituem o mesmo
princípio - o antes no aspecto positivo e o depois no negativo.
   Se a base está no pólo positivo, em forma de afirmação, temos a vida;
se no pólo negativo, temos a morte, só concebível em função da inversão
polar da vida.
   Resulta desse princípio o estado de perfeição do Ser, onde tudo é vida
e consciência, não havendo lugar para o conceito da morte e inconsci-
ência. No estado do Ser, o espírito permanece em plena luz da consci-
ência. Vida e consciência estão aqui reunidos por que a substância da

Bibliografia****

                                       47
vida é constituída pela consciência do existir, enquanto a substância da
morte é a perda desta consciência. Ao descer, tudo tende a morrer na
inconsciência, que é a propriedade do Não-Ser; e ao subir, tende a viver
na consciência, que é a propriedade do Ser. Explica-se o estado atual do
homem, que tendo percorrido um trecho da subida evolutiva, se acha a
meio do caminho, entre o Não-Ser e o Ser, motivo pelo qual ele divide
a existência na forma-vida e consciente e a forma-morte e inconsciente.
    Perguntareis, que é a morte? A morte é o obscurecimento da consci-
ência, quando da queda no Não-Ser, pela inversão da luz da consciência
que o homem tem no estado de Ser. A morte é cada vez mais morte – per-
da de consciência – quanto mais o homem se encontre imerso no Não-
Ser, “involução”; e que a morte é cada vez menos morte, quanto mais o
homem se aproxima do Ser, “evolução”. Quanto mais se evolui, tanto
menos se morre e menos a morte é morte.
    No momento atual em que nos encontramos, acontece termos a parte
física que pertence ao Não-Ser, e o espírito que pertence ao Ser. Este, ao
repetir o motivo da queda, se encarna, entrando no corpo físico. Estes são
os dois pólos do homem. Não-Ser e Ser, entre os quais, a cada encarna-
ção ele oscila, para que evoluindo, se afaste cada vez mais do primeiro e
avance para o segundo.
    O que acontece então com a morte? Nessa, a parte física, que pertence
ao Não-Ser, morre, mas não morre a parte espiritual, que pertence ao Ser.
Paulo de Tarso já dizia: é necessário morrer o “homem velho”, para re-
nascer o “homem novo”, assim o espírito consegue alçar o seu voo para
planos siderais mais elevados e eternos.
    Meditemos sobre a causa da morte e provavelmente encontraremos
uma resposta muito simples; a morte é o esgotamento dos órgãos. A ma-
téria inerte se decompõe e tende a formar novos organismos e o princípio
vital volta à fonte que lhe deu origem.
    Só assim se explica porque a morte nunca vence, ficando sempre vencida
pela vida. A cada existência o espírito constrói um templo para si, segundo
o seu grau de evolução. A cada morte, o templo é destruído e a reconstru-
ção se inicia a cada nova vida, sob medidas mais complexas e perfeitas. A
vida representa o impulso do Ser que se dobra sobre o Não-Ser para fazê-lo
ressuscitar. A morte é o Não-Ser, que resiste em seu estado de destruição.
    O Fenômeno da reencarnação não é estático é contínua transformação,

                                  48
no sentido de que ele se torna cada vez mais vida e cada vez menos morte.
A evolução tem a função de demolir o Não-Ser para reconstruir o Ser.*****

  OS TRABALHOS MAÇÔNICOS, SEUS MOTIVOS E RESULTADOS
    Todos nós fomos indicados para ingressar na Ordem. Nosso Padrinho
viu, além de nossa condição profana, a pedra suscetível de ser lapidada
para fazer parte da construção social.
    Fomos fraternalmente recebidos como um de seus membros e, no dia
de nossa Iniciação, fomos alertados sobre a importância espiritual deste
significativo passo e das possibilidades de progresso que se abriam para
os estudiosos e perseverantes.
    A Maçonaria é uma Instituição Hermética e o segredo maçônico é de
natureza tal que não pode ser violado. Isto passamos a entender, quando
adquirimos consciência de que a Iniciação é mística e individualmente
realizada por aquele que busca conhecimento para aplicá-lo com sabe-
doria e usá-lo construtivamente, com sinceridade e fervor, com lealdade
e firmeza, nos estudos e na prática da Arte Real.
    A Maçonaria não se revela a não ser àqueles adeptos que a Ela se en-
tregam sem reservas. Para se ter um verdadeiro maçom é necessário que
ele seja Obreiro da Inteligência Universal, que se entregue à Verdadeira
Luz que o ilumina, desde um ponto interno superior, ordenando seus
pensamentos, palavras e ações.
    Quem ingressa, como se estivesse entrando em uma associação qual-
quer, não conhecerá nada do que a Ordem encerra sob sua forma e nos
seus mistérios; não conhecerá seu propósito real e a força oculta que
existe em seus ensinamentos.
    Somente buscando debaixo das aparências podemos encontrar o Tesou-
ro escondido em nosso interior. Sob este ponto de vista, qualquer que venha
a ser o grau a nós conferido seremos forçados a compreender a dificuldade
para superar o grau de aprendiz. Somos e seremos aprendizes. Tempo e
espaço são relativos e o aprendizado pode exigir um tempo muito maior do
que os três anos simbólicos de nossa idade maçônica. Tomara que sejamos
bons aprendizes e que sejamos sempre humildes em toda nossa existência.
Se nos esforçarmos em aprender, distinguiremos a dualidade das coisas,

Bibliografia*****

                                     49
deixaremos de lamentar os efeitos das causas, que deixariam de existir.
    Não se tenha pressa na ascensão aos graus superiores. O grau que nos foi
outorgado e pelo qual somos exteriormente reconhecidos é sempre superior
ao grau efetivo que tenhamos alcançado e realizado interiormente. É incon-
sequente o se denominar excessiva a permanência em um grau.
    A condição ou estado de aprendiz é uma alusão à capacidade de apren-
der; seremos aprendizes enquanto formos receptivos. A mente aberta e a
intensidade dos desejos de progresso determinam esta capacidade.
    Tal atitude distingue o aprendiz do profano; neste predominam a inér-
cia e a passividade e sua aspiração, quando existe, é sepultada pela ma-
terialidade da vida, que converte os homens em escravos das paixões.
    O que se faz visível no estado de aprendiz maçom é o potencial laten-
te que se oculta no interior de cada ser e produz nele um veemente desejo
de progredir, fazendo com que supere todos os obstáculos e limitações,
tirando proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra
em seu caminho.
    Este estado de consciência é a condição primeira para que nos torne-
mos, no sentido verdadeiro da palavra, um Iniciado.
    Toda a vida será para o Iniciado ativo e vigilante, uma aprendizagem constan-
te e a construção do Templo será sempre dedicada à Glória do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.,
isto é, ao Princípio Construtivo e Evolutivo de si mesmos. Tudo é bom, tudo
pode e deve ser utilizado construtivamente para o Bem, mesmo quando o fato
se apresente sob a aparência de uma experiência desagradável.
    O programa a ser seguido por um aprendiz esforçado, começa pelo
trabalho inteligente e perseverante, que o converterá no Verdadeiro
Obreiro da Arte Real.
    O aprendiz deve estudar as Origens da Maçonaria. As Religiões. Os
Mistérios do Egito, da Índia, da Pérsia, dos Caldeus, da Síria, da Grécia,
examinando os traços que curiosamente se repetem em cerimônias e cos-
tumes em todos os povos.
    A doutrina perpetuada por estes mistérios, conserva zelosa e fielmente o
Mistério da Compreensão e do Amor, que nunca deixou de brilhar, mesmo
nas épocas mais obscuras de nossa história. É a doutrina do grão de trigo, que
deve morrer ao ser plantado nas entranhas da terra, para poder renascer como
planta, ao abrir caminho entre as trevas em busca da luz.
    Aprofundando estes estudos o iniciado poderá compreender o Tra-

                                     50
balho a ser desenvolvido. O trabalho Simbólico representa o aprendiz
como matéria prima (pedra bruta), a ser desbastada pela faculdade do
juízo (esquadro), que permite comprovar a retidão da pedra preparada,
com o esforço ativo da vontade (maço) e com propósito inteligente que
deve dirigir a ação da vontade (cinzel).
   Para que a ação conjunta dos dois últimos instrumentos (maço e cin-
zel) seja efetivamente maçônica é necessário ser comprovada e dirigida
pelo primeiro (esquadro), cujo ângulo reto representa a retidão.
   Os motivos de nossos trabalhos estão vinculados a estes instrumentos,
começando-se pelo aspeto do “pensar bem”, ou pensar retamente com o
esquadro do juízo, orientando nosso pensar para o que seja bom e ver-
dadeiro. O pensamento reto é positivo e construtivo, por isso nosso sinal
de aprendiz comporta tal disposição, para que possamos medir nossas
palavras, em conformidade com os ideais e sentimentos mais elevados,
equilibrando de forma harmônica os sentimentos com a razão.
   O domínio da palavra (falar) é mais fácil do que os do pensar, pois
nossas palavras só podem expressar aquilo que se encontra dentro de
nosso coração, enquanto o pensar tem a força de uma criação.
   Da mesma forma com que dominamos nossos pensamentos e pala-
vras, nos será possível dominar nossas ações.
   Com a parte horizontal do esquadro medimos nossas palavras e, com
a parte vertical, retificamos os pensamentos, sendo que as ações devem
estar em harmonia com o uso do nível e do prumo.

                              EGRÉGORA
    Durante o desenvolvimento da Terceira Necessidade, falamos da for-
mação da EGRÉGORA da Loja e que dedicaríamos um capítulo a parte
para este assunto.
    Todos nós já tivemos a oportunidade de ler algo sobre este assun-
to, motivo pelo qual pretendemos expressar nosso sentimento sobre esta
energia fantástica, que está posta ao nosso serviço e poucos lhe dão o
devido valor e interesse.
    Dizíamos que o interesse manifestado de irmãos na Fundação de uma
Loja deverá ser proveniente de um desejo puro nascido no coração.
    Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro movimento
chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Virgem Maria (Ma-

                                     51
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Trilha para os jovens

  • 1. Jied Jof D’Q Trilha para os jovens Um caminho de luz, auto reflexao e busca pela sabedoria
  • 2. O autor Nome: Arcy Souza da Costa VIDA MAÇÔNICA 1 – Simbolismo. • Iniciado em 24 de novembro de 1976, na Loja Simbólica Electra nº 21, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul. • Elevado em 10 de agosto de 1977, na Loja Mãe. • Exaltado em 21 de junho de 1978, na Loja Mãe. • Designado M.˙. de CC.˙. para o exercício 79/80, na Loja Mãe. • Eleito 2º Vig.˙. para o período 80/81, na Loja Mãe. • Eleito V.˙. Mestre para o período 81/82, na Loja Mãe. • Eleito V.˙. Mestre para o período 88/89, na Loja Mãe. 2 – Altos Graus. • Iniciado no grau 4 em 02 de dezembro de 1978. • Iniciado no grau 9 em 16 de junho de 1979. • Iniciado no grau 14 em 22 de dezembro de 1979. • Iniciado no grau 15 em 01 de novembro de 1980. • Iniciado no grau 18 em 10 de julho de 1981. • Iniciado no grau 19 em 24 de outubro de 1981. • Iniciado no grau 22 em 22 de maio de 1982 • Iniciado no grau 28 em 25 de setembro de 1982. • Eleito Presidente da Excelsa Loja de Perfeição Gen. Osório para o período 1983/1984. • Iniciado no grau 30 em 26 de março de 1983. • Iniciado no grau 31 em 29 de novembro de 1986. • Iniciado no grau 32 em29 de agosto de 1987. • Investido no grau 33 em 27 de junho de 1994. • Eleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1997. • Reeleito Presidente do Consistório Moreira Sampaio IV em 1998. • Designado, interinamente, no Cargo de Grande Inspetor Litúrgico da 1ª Região do Estado do Rio Grande do Sul, em 7 de abril de 1998, tendo sido efetivado no cargo em 5 dezembro de 1998. • Designado Representante do Soberano Grande Comendador no "Cuarto Convento de SSob.˙. CCap.˙. Rosa Cruces realizado del 4 al 5 de diciembro de 1999 en nel Valle de Montevideo."
  • 3. Recomendação Este livro é de uso preferencial de maçons do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. que pertençam às Lojas Simbólicas da Jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul. Ao Ir.˙._________________________________com carinho fraternal do autor, na data de ___/___/____. ___________________.
  • 4. Jof D’Q, Jied Trilha para os Jovens: Um caminho de luz, auto reflexao e busca pela sabedoria / Jied Jof D’Q Porto Alegre: Age! Comunicação, 2011 © 2011 – Arcy Souza da Costa Direitos em língua portuguesa para o Brasil: Editora Age! Comunicação – Tel. (51) 3737.7448 age@agecomunicacao.com www.agecomunicacao.com Diretor Editorial: Maurício Castro Pinzkoski Capa: Guilherme Jardim Diagramação: Guilherme Jardim Ilustrações: Guilherme Jardim Revisão: Walnyr Goulart Jaques
  • 5. Agradecimento Ao G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. por ter proporcionado, nesta atual jornada, a expe- riência espiritual na matéria. Aos queridos Pais, Longuinho e Maria Luiza, por terem proporciona- do minha decida para esta experiência. Aos queridos irmãos de minha Loja Simbólica Electra 21 por me te- rem ensinado o que hoje posso transmitir com carinho e amor.
  • 6.
  • 7. Prefacio "Ser maçom é um estado de espírito; é saber exercitar com prazer a fraternidade; é deixar-se impregnar pelos princípios institucionais; é aceitar os desígnios Supremo Criador". Os jovens maçons, de fato, necessitam de uma orientação mais afina- da, de conformidade com o sistema litúrgico-ritualístico, o que faz com que as Lojas mais novas e algumas antigas descuidadas, as quais não contam em seus quadros com Mestres Instalados capazes para colabora- rem com interpretações das instruções aos Aprendizes e Companheiros, fazem com que os jovens maçons interrompam sua caminhada maçônica. A fase expansionista em que estamos vivendo exige um aperfeiçoa- qmento no sistema de orientação das Lojas aos mais novos; não basta trazer homens de bem, sem faze-los entender o espírito maçônico... Há algum tempo constatamos, através dos boletins mensais da Grande Loja, o número elevado de Aprendizes e Companheiros que abandonam as Lojas, seja através de "quite placet", seja por eliminação por falta de frequência, o que nos leva a imaginar quão grande é a falta de orientação e estímulo, desde o preparo ante-iniciação por parte do apoiador, passando pelo ato da Iniciação, como pelo seu acompanhamento nas primeiras sessões, fazendo com que o recém iniciado compreenda o objetivo a que a Maçonaria se propõe, qual seja de transformar o homem bom no cidadão aperfeiçoado, a fim de cumprir um nobre missão junto à sociedade, como um verdadeiro líder, e para isso, é pre- ciso possuir um quadro competente de Mestres Maçons e Mestres Instalados experientes e capazes de influirem na consciência do "jovem maçom". Ao encerrar, valemo-nos de uma chave sábia sempre usada pelo sau- doso e Respeitabilíssimo Irmão Ary Bernardes Scozziero, ex-Deputado do Grão-Mestre: "Observemos, é necessário". Recebemos o convite para prefaciar este livro orientador sobre o R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. e ficamos honrado, agradecendo essa consideração do Autor. Walnyr Goulart Jacques
  • 8.
  • 9. Introduçao As considerações que o prezado leitor vai encontrar nestas páginas são os frutos da vivência adquirida ao longo dos anos, estudando o Rito Escocês Antigo e Aceito; são, também, o reflexo do pedido de um grande irmão com quem, muitas tardes de quartas-feiras, privamos, tomando chá com bolo e bebendo de sua Sabedoria. Na data de 06 de dezembro de 2010 demos início à concretização de seu pedido, escrevendo o que nos foi sugerido, como sendo o vestibular para a iniciação. Tal título não nos pareceu lógico face ao rumo por nós desejado, isto é, que as considerações expostas naquelas reuniões apontassem para as singularidades do que tratávamos; primeiro, porque eram assuntos muito interessantes e segundo, porque deveríamos deixar uma trilha para os mais jovens, que um dia haverão de nos substituir. Este deixar algo como marcas na areia foi inspiração do título aqui adotado TRILHA PARA OS JOVENS. As reflexões aqui dispostas seguem uma linha de raciocínio como se uma ponte ligasse um profano ao dia de sua iniciação e depois sua caminhada ao longo de programas e sessões, isto é, tudo quanto se torna necessário para que os efeitos mágicos do cerimonial atinjam seus obje- tivos, para que nasça um novo homem e que todos o reconheçam como um construtor social e amante de todas as virtudes. Querido leitor, preparai o espírito, porque vamos lançar sementes que poderão mudar a realidade de vosso mundo; deste mundo maçônico que cada um está a construir para si mesmo. Esperamos, sinceramente, que a virtude da FÉ vos faça, pelo menos, examinar as considerações aqui expressas, como sendo pilastra desta ponte que liga um profano à vida maçônica e que a travessia seja uma nova liberdade de pensar. As considerações serão como necessidades a serem conquistadas para que o arquétipo do maçom desejado se forje em base firme, isto é, numa Loja Justa e Perfeita. Jied Jof D´Q* O Autor * Veja no final as razões deste pseudônimo. 11
  • 10. Primeira Necessidade A primeira necessidade diz respeito à fundação de uma Loja. A importância é transcendente pelo fato de que Ela representa a Natu- reza, onde deverá nascer o novo homem. Sua constituição ter ocorri- do pelo desejo virtuoso de se prospectar na sociedade, futuros mem- bros da Instituição. A constituição de uma Loja requer, no mínimo, quinze Mestres, entre os quais, três já tenham sido instalados no Trono de Salomão e que todos estejam sincronizados com a mesma idéia geradora de células, que virão fazer parte da fraternidade. Fundada a Loja com este cuidado, a definição de quem será o Vene- rável deverá ocorrer por escolha de um dentre os doze Mestres, ficando os três que já passaram pela função, nos cargos de Orador, Experto e Guarda do Templo. Não há necessidade de aqui lembrar a importância destes três M.˙.I.˙., basta ler o Ritual de Instalação e Posse de uma Administração, para que todos se convençam deste fato e que todos os Oficiais tenham funções 12
  • 11. importantíssimas no concerto da criação de vida que ocorre na mágica abertura dos trabalhos de uma Loja. Três ou mais M.˙.I.˙. podem instalar um Mestre no Trono de Salomão. A Loja, assim fundada, está pronta para ser feita iniciação de profa- no; dar-lhe a Luz declarando-o Aprendiz, para elevá-lo a Companheiro e exaltá-lo a Mestre. Uma Loja não pode ser fundada porque alguém quer ser Venerável Mestre; ele tem que ser escolhido por ser o mais preparado para o car- go. O problema gerado por esta fundação equivocada, onde Aprendizes e Companheiros são convidados a fazerem parte, demonstra o desco- nhecimento da responsabilidade que recai sobre os Mestres fundadores. Walnyr Goulart Jacques, “Past Grão Mestre” no seu Livro “Uma Loja Simbólica” escreve: “Fundar Loja nada representará, quando ela não reunir condições mínimas para realizar todas as atividades e compromis- sos atinentes à sua verdadeira obra”. Estas Lojas assim fundadas são obrigadas a colocarem Aprendizes e Companheiros a exercerem funções de Mestre; pedem socorro para as demais Lojas para poderem fazer uma iniciação e, já houve caso, em que um Aprendiz exercia as funções de Guarda do Templo; pode? É necessário o conhecimento do Rito como um todo, isto é, do grau 1° ao 33° e vivenciá-lo para entender porque as coisas estão ali expressas. 13
  • 12. Segunda Necessidade A segunda necessidade é filha da organização correta da fundação de uma Loja, estando ela sedimentada na correta Instalação de um Venerá- vel Mestre, no Trono de Salomão e na posse dos oficiais (Mestres) que o ajudarão no desenvolvimento do Ritual e no magistério das instruções. A Instalação tem que ser individual; não se quer dizer que não possa ser coletiva; o que se quer dizer é que o ato de instalar um Mestre tem que ser completo, isto é, todos devem receber os paramentos e todos levados pelos Veneráveis Mestres Instalador e Apresentador e, individu- almente, sentados no Trono de Salomão. A magia deste ato assim estará completa; quem foi eleito e só assistiu, não foi instalado. Um M.˙.I.˙. é um Guia da Fraternidade, tal qual o é o Experto quando em sua função recebe, do Padrinho, um profano a ser iniciado; nessa ocasião ele sussurra ao ouvido esquerdo do candidato: “Eu sou o vosso Guia, tende confiança em mim e nada receeis”. Tal é a responsabilidade de um V.˙. M.˙.; os irmãos da Loja tem que confiar que, além de reputação ilibada, ser sincero, leal e verdadeiro; afável no trato e intransigente nos princípios; ser amante da sabedoria e versado na nobre ciência da A.˙.R.˙., será o Conselheiro que, durante a efetividade do cargo, cumprirá e fará cumprir, tão estritamente quanto puder, todas as Leis, Regulamentos e Constituições emanadas da M.˙.R.˙. Grande Loja; tudo isso ele o fará, com muito amor, fiel e conscientemen- te como um Guia de seus irmãos e Venerável de sua Loja. É importante que cada um entenda as funções de seu cargo. Walnyr Goulart Jacques, “Past Grão Mestre”, no seu Livro “Uma Loja Maçô- nica” destaca: “Todas as peças, isto é, todos os cargos e comissões devem ser desempenhados com dedicação e zelo, a fim de que a Loja funcione, pois que se existe a função, é porque tem razão de ser”. O Livro acima mencionado deve ser lido e mantido ao alcance da mão; se possível, mantenha-o sobre o criado mudo que está ao lado de vossa cama. 14
  • 13. Terceira Necessidade A Loja fundada, cumpridas as necessidades anteriores, com a Admi- nistração completa e os cargos preenchidos, estará pronta para dar início efetivo aos seus trabalhos. Orientados pelo V.˙.M.˙., cada Mestre deverá prospectar, no seio da sociedade, um candidato que pense como ele; que deseje se conhecer e se aperfeiçoar; que cultive os aspectos éticos e que esteja buscando respostas para “o que somos”; “de onde viemos” e “para onde vamos” e, que tenha paciência e saiba agir com retidão em todos os momentos. Cabe aqui dizer que, com estas preocupações em mente, surgem ní- veis de responsabilidade atinentes ao Apoiador, aos Sindicantes, ao Ple- nário da Loja e, finalmente, ao Experto. O Apoiador, além das considerações acima, deverá lembrar que ele estará trazendo alguém em quem deverá ter muita confiança, ao ponto de, se preciso for, entregar-lhe a chave de sua residência e que o chamará de irmão; irmão por escolha, porque irmãos de sangue a maioria de nós os temos e, estes, nós não os escolhemos, foram nossos pais carnais que os fizeram em um ato de amor. O candidato apresentado e, se aprovado, será um irmão espiritual de cada um de nós. Os semelhantes, nestas ocasiões, se atraem e o desejo inicial da Loja fundada, deve prevalecer e será sempre o de produzir Aprendizes justos e 15
  • 14. perfeitos. A responsabilidade é enorme e os cuidados são semelhantes ao dá laranja podre, que deve ser retirada, para que não apodreça o saco todo. Segue-se a esta responsabilidade do Apoiador a dos Sindicantes, que deverão ter as mesmas preocupações e sondarem o candidato, sem que o perceba, se ele tem as qualidades que buscamos aprimorar e que, ao pre- encher sua Sindicância o faço de forma objetiva, a fim de que o Plenário, também, possa votar com responsabilidade, aprovando o candidato que, conforme Salmo 24, Ver. 3 a 5 inclusive – Ingresso no Templo – “Quem subirá na montanha do Senhor? Quem há de permanecer no seu lu- gar santo? O que tem as mãos inocentes e o coração puro, o que não dirige os seus desejos à mentira, nem jura com engano. Ele obterá bênção do Senhor e justiça de seu Deus salvador.” – será declarado, pelo V.˙.M.˙., suscetível de ser limpo e puro. Aproxima-se a iniciação do candidato e a responsabilidade do Experto deve se fazer presente, primeiro, na preparação do mesmo; uma semana ou dois ou três dias antes da data fixada o Experto deverá ter uma conversa em particular com o(s) candidato(s), preparando-o(s) para a Iniciação. Esta preparação consiste: na observação de que um dos nossos conse- lheiros, a visão, ser-lhe-á tirada, para que os outros conselheiros restantes possam entrar em funcionamento; alertá-lo, sobre algumas coisas que ele deverá passar ou ver e que lhe serão feitas perguntas, às quais deverá res- ponder com sinceridade e em voz alta; deverá ser-lhe instigado que busque entendimento sobre o que é virtude ou o que entende ser o vício. Neste caso basta sugerir uma verificação, no Dicionário, do significado destas pala- vras. O Experto deve conduzir a conversa no sentido de que algumas frases possam nos levar a uma dupla interpretação, citando como exemplo a frase: “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te daqui”; deixá-lo pensar alguns instantes e, caso necessário, perguntar-lhe: se os cientistas não tivessem sido curiosos, em que estado tecnológico estaríamos agora? Naquela frase, a curiosidade parece que nenhum benefício trará a ninguém, logo, é de uma outra qualidade, comportando ao final o retira-te daqui. Cada um sabe o que interessa à Loja e nunca é de mais lembrar que desde a fundação da mesma a EGRÉGORA, cada vez mais, se fortalece e o ingresso de um novo obreiro terá repercussão nesse progresso; falare- mos mais detalhadamente sobre este assunto em capítulo especial. Finalmente é chegada a hora de se cumprir com esta terceira neces- 16
  • 15. sidade, isto é, a INICIAÇÃO DE UM PROFANO. No dia aprazado, o Apoiador deverá conduzir o candidato ao prédio da Loja e entregá-lo, vendado, ao Experto, que lhe dirá ao ouvido esquerdo: “Eu sou o vosso guia, tende confiança em mim e nada receeis.” Meus queridos leitores, ser o Guia é de uma responsabilidade incrível, pois na iniciação mexemos com o subconsciente do candidato. Vendado, ele terá que confiar em seu guia e colocar seus outros quatro conselheiros em funcionamento, quais sejam: Olfato, Audição, Paladar e Tato. Conduzido pelo Experto até à Câmara de Reflexões, ali será preparado, sendo-lhe retirado tudo que possa representar metais; desnudado seu peito esquerdo, inclusive o tornozelo e o pé esquerdo, arregaçando a perna da cal- ça direita até acima do joelho e colocando-lhe uma alpercata no pé direito.(*) Assim preparado deverá ser colocado dentro da Câmara de Refle- xões quando, o Experto, deverá lhe dar explicações sobre tudo quanto nela existir e de ali estarem. Além do significado da Câmara, deverá se dar uma interpretação so- bre as frases existentes; sobre o Pão e a água, emblemas da simplicidade; alimento do corpo e do espírito, representando as forças que o profano necessita para enfrentar as provas pelas quais irá passar. Sobre a mesa deverão estar pequenos frascos contendo enxofre, sal e mercúrio, sendo que o enxofre simboliza o ardor do espírito, o sal a Sabedoria e o mercúrio a ousadia. Haverá, também, um espelho no qual deverá estar escrito me-di-ta. Pintados na parede poderão estar um Galo, simbolizando a vigilância e o raiar do dia ou a Luz que será dada ao profano, com uma bandeirola onde deverá estar escrito Vigilância e Perseverança, alertando para que tenha aten- ção e minucioso exame de tudo que está sendo colocado à sua interpretação. Os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta referem-se a Saturno e, consequentemente, ao chumbo, simbolizando a morte do profano que vai renascer para a vida espiritual – transmutação do chumbo em ouro. Finalmente, temos ainda o V.I.T.R.I.O.L. “Visita Interiora Terrae, Retificandoque, Invenies Occultum Lapidem” (convite à procura do (*) Esta preparação está de acordo com o que Gedalge preconiza. De acordo com Píndaro, Jasão, aos 20 anos, deixou Centauro, seu mestre, indo ao Ialcos, onde entra com um pé des- calço. Jasão perdeu uma das sandálias ao atravessar o leito do Anauros. 17
  • 16. Eu Divino, no silêncio e na meditação). A forma como o candidato se apresenta, lembra-nos que a Maçona- ria era formada, principalmente, por Reis e Príncipes, não se aceitando escravos. O tornozelo nu era para mostrar que não tinha marcas de gri- lhões; as mãos limpas à mostra; o peito desnudo mostrando o lado do coração e seu sentimento puro e, o joelho direito para mostrar que era de bons costumes e ajoelhava para orar. Assim, ele demonstrava não ser escravo e que era limpo, puro e de bons costumes. Após ingresso no Templo, seguem-se as viagens e as purificações, todas muito importantes, a primeira necessita que se a aprimore e, neste sentido ela aqui está abordada com esta intenção. A orientação do Ritual diz que a primeira viagem se desenvolve em terreno com obstáculos, sendo tal providência para que o profano de- senvolva o Tato. Este é o motivo pelo qual seu pé esquerdo está nu – a caminhada é levando o pé esquerdo à frente, tendo como segurança e base o pé direito - caso estivesse de sapato poderia pisar uma brasa e nada sentiria. Para figurar este terreno irregular, com diversos tipos de materiais que dêem sensação tátil ao candidato, pode-se confeccionar um tapete no qual estejam afixados diversos tipos de materiais (tampas de garrafas, corda enrolada, plástico com bolinhas etc.). Enfim, a Luz é dada ao neófito. São-lhe dadas as primeiras instruções. As batidas tem o significado de batei e sereis atendido; pedi e recebereis e procurai e encontrareis. A marcha pode estar representando os três rei- nos da natureza; a busca da perfeição através da retidão, necessária para vencer na ciência e na virtude, bem como as fases do homem: infância, juventude e velhice. O Sinal está montado de tal forma que equilibra razão e sentimento, além de todo seu significado proposto no juramento. Pelo polegar flui com mais intensidade a energia de nosso corpo e, a localização de seu posicionamento abrange o sistema da emissão do ver- bo, que se propaga através do éter, representado pelos Diáconos. Estudos mais avançados conduzirão o leitor a identificar e localizar os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar ao longo de sua coluna vertebral. 18
  • 17. Quarta Necessidade Esta quarta necessidade diz respeito ao entendimento relativo à pre- paração dos irmãos para os trabalhos maçônicos. Cada irmão, antes de sair de casa, deve preparar-se mental e fisicamente para os trabalhos, alimentando-se de forma frugal e meditando sobre a Ordem do Dia, pre- viamente definida pelo Venerável Mestre. Ao ingressarem no prédio da Loja, os irmãos dirigir-se-ão à Sala dos Pas- sos Perdidos e ali permanecerão até que o Mestre de Cerimônias ordene o caos, formando o cortejo para ingresso no Átrio. É neste momento da orde- nação do caos que o Mestre de Cerimônias faz as recomendações de praxe. Recomendável é que o Guarda do Templo chegue com boa antecedên- cia para, liturgicamente, preparar o Templo, limpando-o das possíveis ne- gatividades e preenchendo-o com a presença divina do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙., invocando a Harmonia e a Paz que deverão reinar durante toda a duração dos trabalhos. Cada Guarda do Templo deve deixar falar seu coração para que sua invocação seja plena de amor fraternal. Preparado o Templo para a recepção, ninguém mais poderá ingressar sob pretexto de deixar isto ou aquilo dentro do Templo; convescotes de- vem ser efetivados na Sala dos Passos Perdidos. Após preparar o Templo, o Guarda sairá, ficando armado de espada à frente da Porta e avisará o Mestre de Cerimônias que o Templo está preparado para nos receber. O Ingresso se dará na forma especificada no Ritual. Assim como cada irmão tem que vir preparado para os trabalhos, cada Oficial deverá fazer o mesmo, estudando suas funções e sabendo, com 19
  • 18. segurança, as orientações que lhes são peculiares. Um Ritual bem executado é uma Criação de Vida, por sua abertura; uma Existência por sua Ordem do Dia e o Repouso pelo seu fechamento. Quando isso tudo ocorre de forma simples, com disciplina e ordem, todos os irmãos saem satisfeitos com seus salários. Aos planejadores sugerimos que nunca programem uma Ordem do Dia para discussão de assuntos ligados a metais ou assuntos adminis- trativos; estes devem ser discutidos e analisados fora do Templo. Serão evitados debates acalorados que em nada beneficiarão os irmãos da Loja. Sugerimos, para cada mês, uma sequência de uma Sessão de Aprendiz, uma de Companheiro, uma de Aprendiz e uma de Mestre; não dispensando os Aprendizes, nem os Companheiros que poderão visitar uma outra Loja, estrei- tando os laços de fraternidade ou, se assim o desejarem, ficarem na Sala dos Passos Perdidos estudando algum tema proposto do qual deverão apresentar um trabalho, a ser decifrado em Loja por um Relator escolhido dentre eles. Um programa desta natureza propicia desenvolvimento e integração, tornando-se atrativo. Muitos são os irmãos na Jurisdição que poderão colocar-se à disposi- ção para preencher Ordem do Dia com palestra de relevante valor, basta convidá-los. É característica destes maçons a virtude do servir alegre- mente, repassando os conhecimentos auferidos. Nestes casos, é aconse- lhável que sejam dispensadas leituras de Balaústres e de Expedientes, a fim de que, ao Palestrante, não fique tempo reduzido e, ainda, sobre espaço para que sejam feitas perguntas. (*) Não confundir, meus queridos leitores, um pedido de esclarecimento, com uma dissertação paralela ao trabalho apresentado pelo Palestrante; lembrar-se que ele externa um ponto de vista, sobre o qual não cabem debates motivados por pensarmos diferente. Cabe, isto sim, que o discor- dante, numa outra Ordem do Dia apresente sua opinião sobre o assunto, ficando aos irmãos a análise crítica sobre os enfoques apresentados; cada um tirará conclusões próprias para efeito construtivo de sua realidade. (*) A dispensa de Balaústre poderá ser resgatada em sessão administrativa, dos cargos ele- tivos, desde que, no mesmo, não hajam assuntos que tenham sido submetidos à aprovação do plenário e, registrado o fato na primeira sessão de mesmo grau. 20
  • 19. Quinta Necessidade Esta necessidade é a de se conhecer o Rito como um Todo. Aqui o gran- de problema uma vez que existem várias vertentes e posições definidas so- bre aspectos do Rito; qual o ano do ritual que mais se aproxima de uma dita verdade; se a redação está certa ou não; se os painéis foram importados de outro Rito; se esta ou aquela cerimônia é verdadeiramente do Rito. Em verdade o Rito foi sendo composto ao longo dos anos, chegan- do ao número de 33 graus nos Estados Unidos da América. Dispersou- se para o mundo como sendo os Supremos Conselhos do Grau 33 do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. dos quais emana toda a AUTORIDADE MAÇÔNICA ESCOCESA. Portanto, cada Supremo Conselho, no Território de sua Ju- risdição, é o CHEFE DO RITO, cabendo-lhe a intransferível responsabi- lidade pela inalterabilidade dos Rituais. De acordo com a Grande Constituição promulgada e aprovada em 1786, haverá apenas UM SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. REGULAR para cada Nação, exceto para os Estados Unidos da América do Norte, para onde foram previstos dois Supremos Conselhos do Grau 33 do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙.. O Supremo Conselho fundado em 12 de março de 1829, por autoriza- ção do atual Supremo Conselho da Bélgica, outorgada a FRANCISCO GÊ ACAYABA DE MONTEZUMA, Visconde de Jequitinhonha, insta- 21
  • 20. lado em 12 de novembro de 1832, foi aclamado e reconhecido como único Supremo Conselho Regular para o Brasil pelos Supremos Con- selhos Regulares do Mundo, em 1929, em Paris. A História da Maçonaria Brasileira tem um marco que é o ano de 1927, quando Mário Marinho de Carvalho Behring, sentindo o compro- misso assumido em Lousanne, perante os Supremos Conselhos do Mun- do, reunidos em Congresso, estimulou a fundação das Grandes Lojas Brasileiras, tendo, pelo Ato n° 8, datado de 19 de agosto de 1927, criado as Inspetorias Litúrgicas nos Estados. No Estado do Rio Grande do Sul, Mário Behring logrou sucesso emi- tindo a Carta Constitutiva da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, com data de 08 de janeiro de 1928, para trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito. Na ocasião foram distribuídos rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre, para todas as Grandes Lojas fundadas, registrando-se, na Bibliote- ca Nacional, sob n° 6526, exemplares para garantia dos direitos autorais. Podemos pesquisar e estudar, mas, não podemos modificar o que re- cebemos através da Carta Constitutiva (nossa certidão de nascimento) e nem renegar o que juramos no dia de nossa iniciação; só para lembrar, numa Assembléia Geral Ordinária da Grande Loja, foi aprovada por una- nimidade o retorno aos Rituais de 1928. Como estamos fazendo considerações, deixo, para os rábulas, uma pe- quena questão jurídica: Quem são os Chefes dos Ritos de York e Schrö- der? Pode a Grande Loja, cuja Carta Constitutiva diz que é para trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito, expedir carta constitutiva para Lojas desses dois ritos? O Chefe desses Ritos deu autorização para a Grande Loja expedir cartas constitutivas? Deixamos à consideração dos irmãos a possibilidade de haver, caso existam os Chefes desses ritos, uma interpelação judicial interessante. Não desejamos abrir debate sobre todas as controvérsias possíveis, mas, sempre podemos externar uma opinião baseada numa unanimidade, qual seja, o desejo da jurisdição do retorno aos rituais de 1928; logo cer- tos procedimentos, atualmente adotados, são incompatíveis com o que está escrito, por exemplo: O procedimento da circulação em Loja está descrito no ritual de 1928, registrado na Biblioteca Nacional sob o número 6526, para garantia dos 22
  • 21. direitos autorais, de acordo com os dispositivos do Código Civil. Este pro- cedimento, em nota de rodapé, na página 25, do referido ritual, está assim: (3) No caminhar pelo Templo, deve sempre ser observada a seguinte formalidade: indo do Sul para o Oriente, passar pelo Ocidente e pelo Norte; do Ocidente para o Sul, passar pelo Nor- te e pelo Oriente (grade); do Oriente para o Ocidente ou Norte, passar pelo Sul. A redação da nota de rodapé deixa clara a forma de se circular no Tem- plo. Se alguma dúvida restar, pode-se buscar o mesmo entendimento através do significado da caminhada do maçom em busca da Luz e seu retorno às trevas, ou na movimentação dos astros entorno do Sol. Os estudos no grau de Companheiro podem auxiliar em muito na interpretação deste assunto, bastando lembrar a Astronomia e a Lógica que devem ser aplicadas ao caso. No Rito Escocês, em todos os graus a circulação no Templo se faz, sempre, na forma acima destacada. Não há que se fazer paradas desnecessárias nem argumentar que outras Potências amigas assim o fazem. O argumento mais contundente para este assunto é o de que a Grande Loja resolveu adotar o Ritual de 1928, com as correções ortográficas necessárias e, a circulação no Templo, está expressa no exemplar registrado na Biblioteca Nacional, não havendo nenhuma dúvida sobre o que nele está escrito. Lembramos, neste caso, que este ir e vir do maçom, na direção do mundo espiritual (representado pelo Oriente) e sua volta à matéria (re- presentada pelo Ocidente) é uma forma de interpretar a reencarnação. Outro exemplo é o da Saudação; em qualquer grau o sinal só é execu- tado na posição estática de estar de Pé e à Ordem, não se andando com o mesmo, com exceção nas caminhadas de ingresso ritualístico de Apren- diz, Companheiro e Mestre. A Saudação é o gesto de se desfazer o Sinal. Parece não haver dúvidas na interpretação do Sinal e quando ele deve ser executado. Com relação à Saudação parece haver uma incorreção interpretativa, quando o Venerável Mestre, na abertura e fechamento dos trabalhos, comanda: pelo Sinal, pela Bateria e pela Aclamação. O enten- dimento possível só pode ser o de desfazer o Sinal, configurando uma Saudação, uma vez que todos estão de Pé e à Ordem. Assim, aqui a pro- posição coerente é de que seja pela Saudação e não pelo Sinal. Como estas palavras começam com “S” é fácil se fazer confusão in- terpretativa, quando as mesmas estão isoladas. No Ritual de 1928, a bem 23
  • 22. da verdade, verificamos estar por extenso a palavra “signal”, entretanto, analisemos o que está escrito, na abertura e no fechamento: Na abertura. Ven.˙. – (!) A mim, meus Irmãos, pelo signal e pela aclamação. Todos – (depois de feito o signal) Huzzé-Huzzé-Huzzé. Ven.˙. – (!) Sentemo-nos, meus Irmãos. No fechamento. Ven.˙. – (!) A mim, meus irmãos, pela bateria e pela exclamação. Todos – (depois de dada a bateria) Huzzé-Huzzé-Huzzé É importante notar que na abertura está definido que é pelo signal (seria mais correto pela saudação, conforme expresso acima?) e pela aclamação e que, no encerramento, está pela bateria e pela exclamação. Aqui temos duas palavras diferentes aclamação e exclamação. Acla- mação é ovação e, exclamação é grito, brado, clamor, não sendo esta última muito coerente com nossos propósitos. Na abertura, o indicativo de que se volta a fazer o sinal antes da acla- mação, remete para o procedimento de que o Sinal foi desfeito, configu- rando uma Saudação, fortalecendo a coerência de que é pela Saudação e não pelo Sinal. Considerando estas análises a proposição é no sentido de que na aber- tura seja dito: Pela Saudação, seja refeito o Sinal, para então fazer-se a aclamação. No encerramento seja dito: pela Bateria, refazendo-se o Sinal, para fazer-se a aclamação. Analisados estes aspectos nos graus de Companheiro e Mestre nota- se a inexistência, no grau de Companheiro desses indicativos e, que no grau de Mestre os indicativos são mais completos, isto é, corrigindo-se Sinal por Saudação, tanto na abertura como no fechamento, seria Pela Saudação, Pela Bateria e Pela Aclamação. A coerência deve ser mantida, motivo pelo qual se devem incluir os indicativos na abertura e fechamento no grau de Companheiro. Ainda outro exemplo: A Transmissão da Palavra. Na página 24 do Ritual de Aprendiz Maçom, em negrito, após a fala do 2° Vigilante, onde o mesmo se refere ao fato de ser meio dia em ponto, está escrito: 24
  • 23. “O Ven.˙. Mestre dá, com o malhete, a bateria, que é repetida pe- los VVig.˙. e todos ficam de pé e a ordem. O 1° Diac.˙. sobe os degraus do trono, saúda o Ven.˙. Mestre que, após corresponder a saudação dá-lhe a P.˙.S.˙. aos ouvidos, começando pelo ouvido esquerdo. Recebida a P.˙.S.˙. o 1° Diac.˙. saúda o Ven.˙. Mestre e vai, com as mesmas formalidades levá-la ao Ir.˙. 1° Vig.˙., que a transmite, pela mesma forma ao Ir.˙. 2° Vig.˙. por intermédio do Ir.˙. 2° Diac.˙.” A análise desta redação ressalta um fato muito importante, qual seja, que há saudação ao Ven.˙. Mestre, por parte do 1° Diácono, não havendo nenhuma indicação de que ocorra a execução de algum toque. Este oficial, fazendo saudação, não pode estar com a mão direita ocupada. Outro aspec- to importante é o de que a Palavra Sagrada é dada aos ouvidos, começando pelo ouvido esquerdo, podendo-se pressupor que é da mesma forma como foi ensinada no dia da iniciação, isto é, letra por letra e silaba por silaba. Do acima exposto, tendo em vista o que consta nos Rituais de Com- panheiro e Mestre Maçom, de 1928, a transmissão da P.˙.S.˙. deve ser da seguinte forma: Aprendiz – deverá ser dada letra por letra e sílaba por sílaba, come- çando pelo ouvido esquerdo de quem recebe. Companheiro – dada por silabas, começando pelo ouvido esquerdo de quem recebe. Mestre – emissão única da palavra no ouvido esquerdo de quem recebe. Finalmente, o último exemplo: A forma de portar os bastões. Para antecipar qualquer interpretação, para o grau de Companheiro, rogamos aos queridos leitores que lembrem estarem os Diáconos exer- cendo funções Litúrgicas e que em qualquer um dos graus eles fazem as saudações sem largar seus bastões. O Ritual de Aprendiz Maçom de 1928, na página 21, tratando da en- trada do Templo, informa, no último parágrafo o seguinte: “Organizada a fila dupla, o Mestre de Cerimônias, pondo-se à frente, dará um golpe com o seu bastão e o Cobridor abrirá a porta do Templo.” Alguns estudiosos dizem que no Rito Escocês não existiam bastões e sim eram usadas espadas. Nestas considerações respeitamos o que está escrito e registrado, analisando alguns aspectos pelo senso da coerência, não havendo 25
  • 24. aqui nenhum motivo para que se descartem os bastões desde então usados. No exemplo da Saudação registrou-se o que está descrito: que o 1° Diácono sobe os degraus do Trono e Saúda o Venerável Mestre; tal sau- dação só pode ser feita não existindo nenhum objeto na mão direita, logo, se estes Oficiais, no dia de seu juramento e posse receberam os bastões como insígnias dos cargos, eles deverão portá-los com a mão esquerda a fim de poderem Saudar as Luzes em cada caso particular. Em todos os casos devemos usar de coerência, no sentido de que se revi- gore o uso e o costume dos anos iniciais da Grande Loja, passando o Mestre de Cerimônia e os Diáconos a portarem seus bastões com a mão esquerda. Quando se tirou os bastões da mão esquerda, passando-os para a direita, por determinação de uma Grande Comissão de Liturgia da Grande Loja, logo a seguir a Grande Loja mandou colocar dispositivos junto aos Altares do Venerável Mestre e dos Vigilantes, com a finalidade de não deixar cair os bastões no chão; os diáconos encostavam os bastões na parede. O Rito Escocês exige vivência, é juntar o conhecimento completo de todos os seus graus para formar senso crítico e isto só se consegue lendo e relendo, com profundidade, os rituais e as instruções de cada grau. Você, caro leitor estaria disposto, após ter lido 100 livros sobre cirurgia de tórax, ir a um hospital e efetivar uma intervenção de transplante de co- ração? Creio que não, ia lhe faltar os anos de Faculdade e de Residência e muitos acompanhamentos deste tipo de intervenção; loucura total querer dizer que lendo muitos livros se conhece todo um sistema qualquer. Muito cuidado com os falsos conhecedores do Rito, eles podem estar nos enganando. Poderíamos dar alguns exemplos que fortaleceriam o uso dos bastões na mão esquerda, mas, nosso desejo com estas considerações é justamen- te instigá-los a ingressarem nos Graus Superiores; aprenderiam muitas outras coisas que os livros não ensinam. Falo de livros de autores maçons que se quer deveriam estar nas prateleiras das Livrarias. 26
  • 25. Sexta Necessidade Esta necessidade é a da Espiritualidade e, consequentemente a da Conduta que devemos desenvolver. Uma vez que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos dotou de inteligência, convidamos a todos ao exercício de torná-la susce- tível de progresso e de aperfeiçoamento pois acredito que aqui se produz a espontânea e permanente comunhão com Ele. Esta comunhão é incompatível com a vida normal, sendo dependente do interesse que transcende às coisas materiais e penetra o mundo es- piritual. Este antagonismo entre a horizontalidade material e a vertica- lidade espiritual é a causa do abandono precoce do interesse espiritual, pela falta de perseverança, em face dos apelos profissionais, sendo este o motivo pelo qual ainda não conseguimos um meio termo entre vivência espiritual e o dinamismo voraz da materialidade. Entretanto é necessário encontrar os meios para induzir a que nos transformemos naquilo que devemos “ser”, um homem espiritual. Através da inteligência, rumo ao Universo do espírito é compreen- sível que encontremos dificuldades, para entender algo vago, imponde- 27
  • 26. rável, quase irreal, quando o único mundo real é o do espírito, causa da matéria ao passo que esta é apenas o efeito daquele. A Causa Primeira é denominada de Deus, sendo infinitamente mais real do que a soma dos seus efeitos. O vivenciar ético transforma o mun- do real objetivo em um mundo real subjetivo e, à medida que o interesse aumenta, este mundo subjetivo vai se tornando cada vez mais concreto, a ponto de afirmarmos como São Paulo: “A minha pátria é o céu; a Terra o veículo da minha peregrinação”. Nessa jornada aprenderemos uma visão mais completa e exata da re- alidade total. A filosofia maçônica culmina com uma visão panorâmica, em que a ignorância, o egoísmo, o preconceito e os erros são iluminados pela Luz da Verdade e, consequentemente, que não existe um mundo sem Deus, nem um Deus sem o mundo. Descobre-se que cada coisa material é canal ou veículo para se chegar a Deus. Da obra ao Obreiro, das pequenas correntes de água ao vasto oceano, de onde as águas vieram e para onde sempre voltarão. O Homem espiritualizado é um sábio, um poeta que descobriu a Verdade Absoluta, que se transformou numa epopéia de vida. Eliminou o egoísmo e por isso pode fazer algo benéfico para a humanidade. O egoísta só pensa em calcular se o serviço que irá prestar à humanidade lhe dará algum benefício individual, político ou social. O homem espiritual consagra-se à idéia de servir, sem se servir das instituições; sua felicidade não depende dos ganhos materiais, não é escravo de resultados sujeitos ao seu controle, sendo suas conquistas um prêmio pela forma desinteressada com que trabalhou em prol de um objetivo puro maior, o triunfo de uma vida consagrada ao serviço do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.. “Conhecereis a Verdade – e a Verdade vos libertará”, sendo Ela a Ver- dade Eterna e Suprema ao homem só resta buscá-la. Somos o ser mais evoluído em grau de consciência sobre a face da terra; ultrapassamos o estágio do mineral, do vegetal e do plano sensitivo do animal. Entramos no mundo da inteligência ou da consciência indivi- dual e podemos distinguir o bem do mal e, consequentemente, responsá- veis pelos nossos próprios atos. (Leis do Livre Arbítrio e Causa e Efeito). Apesar de seu porte ereto, o homem não conseguiu fazer a ligação de sua parte superior (cabeça), que aponta para as regiões da Luz Cósmica, de onde vem a libertação da gravitação material. Todo esse processo evo- lutivo está contido no Rito Escocês Antigo e Aceito, no “Conhece-te a ti 28
  • 27. mesmo”. Tal proceder confere uma consciência espiritual. A maior parte dos homens tem uma ligeira percepção dessa consciên- cia; basta ler os jornais para entendermos que 99% está preocupado com o vil metal, representado nos aspetos da corrupção política administrati- va de nossos governantes e o resultado das CPIs, dos tapinhas nas costas e do que virou pizza. Pelo acima exposto, é improvável que 1% de consciência espiritual faça alguma melhora na sociedade humana. O conjunto da consciência espiri- tual reflete a soma da consciência individual dos seus componentes. Meus irmãos, o trabalho dessa jornada não pode cessar nunca! Enquanto não descobrirmos em nós uma outra realidade superior, enquanto não desco- brirmos nosso Verdadeiro Eu Espiritual, imagem e semelhança de Deus. Enquanto isto não ocorrer seremos apenas peregrinos da periferia; amadores do mundo da matéria e do intelecto, isto é, egoístas. Precisa- mos passar por uma profunda transformação mental. Convidamos a todos que meditemos sobre esta necessidade, como for- ma de alcançarmos um patamar de consciência espiritual maior, o senso de responsabilidade que temos no ingresso de novos afiliados à Maçonaria. Ao ingressarmos na Ordem Maçônica, no Rito Escocês Antigo e Aceito, assumimos compromissos com a verdade e, prestamos, a cada grau, um juramento; mesmo assim, encontramos entre nós, irmãos que não apreenderam os princípios básicos de nossa Sublime Instituição. Se a virtude é uma disposição da alma; se trabalhamos para adaptar nosso espírito às grandes afeições e a só concebermos idéias sólidas de virtude, porque alguns não regulam suas ações pelos eternos princípios da moral? Como classificar uma denúncia anônima? Ações que fogem da retidão ou que denotem desvio de conduta, com o passar do tempo, arrastam o homem a hábitos desgraçados que o con- duzem ao mal; perde o horizonte da razão, omite-se de responsabilidade quando esta lhe exige o gravame de seu “ne varietur”, talvez, o mais sim- ples e verdadeiro dever de um maçom, pois a inexistência deste requisito elimina a credibilidade de um documento, proporciona dúvida e impede a abertura de um processo maçônico equitativo e justo. Se tivermos que gravar uma denúncia, sejamos prudentes. Deixemos que os pensamentos surjam, procuremos retê-los, não os divulguemos de imediato; aguardar para que eles se condensem na contenção do silêncio, 29
  • 28. adquirindo força, como o vapor de água sob compressão. A pressão e a compressão geram propriedade de uma reação magné- tica, segundo a Lei de que o mais forte atrai o mais fraco. De maneira semelhante formas mentais análogas serão atraídas, fixadas e reforçando o poder do pensamento próprio e primitivo. Desta forma o pensamento amadurecerá, dentro de cada um, “bons pensamentos”; a realização ou a ação ocorrerá, mediante manifestação oral ou escrita, “boas palavras”, para concretizar-se em ação equilibrada pelo cunho do amor e da justiça, “bons sentimentos”. Esta nova forma de ação reveste-se de responsabilidade e compro- misso com a verdade e, nos impele a gravar o “ne varietur”, naquilo que desde há muito já existia espiritualmente. Cautela é preciso; provar é ônus de denunciante. A irreflexão se paga amargamente, numa arena de influências estranhas, que nos tornam irri- tados, inconstantes e injustos para com os que nos rodeiam. Nisso se baseia a responsabilidade que o ser humano tem consigo mesmo, em consequência da Lei da reciprocidade, que nunca falha. Sejamos verdadeiros maçons, cumpramos os deveres de forma ética, não nos esquivando jamais de gravar, quando a causa estiver sob o manto da Justiça e da Equidade. PORQUE DEVEMOS ESTUDAR “O Caminho, é o conjunto de práticas que postas em obra, em rela- ção aos princípios da ciência esotérica, permite ao homem evoluir”. (Boris Mouravieff) A ciência esotérica está além da ciência positiva; entre elas existe um vazio, uma zona de ilusão, que se constitui em obstáculo a ser vencido pela expansão de consciência. Este vazio, ou precipício, só é transposto pela formação de caráter e de esforço superior, que diferem e dependem da natureza e grau de deformação do espírito do homem exterior. Vencer o precipício requer estudos teóricos e apresentação de traba- lhos práticos individuais, que demonstrem o merecimento da ascensão a um novo grau. Fugir desta orientação é querer encurtar o caminho a ser trilhado, é burlar o Estatuto e enganar a si mesmo. 30
  • 29. A astúcia e a vaidade são formadoras do vazio que deixará o homem isolado e sem perspectiva de avanço espiritual. A estagnação é contrária ao progresso e leva à aniquilação do ser. Aqui o exemplo que se evoca é o do Paraíso, onde Adão e Eva se en- contravam em harmonia com a Lei Divina até que, a Serpente seduziu Eva com o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Este mito cheio de significado, demonstra que a Serpente personifica a ilusão, isto é, a força implantada no organismo humano que pode ser despertada para um sentido construtivo, sendo necessário um trabalho persistente e tenaz; não o sendo haverá uma inversão negativa, sendo esta a razão do mito da queda de Adão. Esse erro de ilusão que arrastou Eva e Adão em sua queda se ma- nifesta nos homens por numerosas variantes, entre elas o do desejo de progredir sem merecimento. O comprometimento ao longo dos graus do R.˙.E.˙.A.˙.A.˙. é o ca- minho que o homem maçom deve trilhar e, neste caso, deve o mesmo adestrar sua força de ilusão no sentido do progresso, evitando a repeti- ção do erro de nosso ancestral, caindo no irreal e, em lugar de avançar, cambalear, dando um passo a frente e dois para trás. Esta marcha leva ao esgotamento físico e moral e, gradativamente à estagnação, à morte. É necessário ser um justo, puro por natureza, e não ter sido manchado pela vida, para que as emoções positivas e o êxito conduzam o trabalho esotérico. O êxito faz girar a cabeça e a menor parcela dele, quando con- quistada de forma injusta e interesseira gera influência nociva. A humildade é a fonte requerida para afastar o risco de tais influências. Ser forte nos princípios éticos morais traz benefícios aos que estão no ca- minho; consequências e efeitos diametralmente opostos podem resultar. A Lei Divina está disposta da seguinte forma: “Porque a vós foi dado serdes posto a par dos mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes foi dado. Pois ao que tem, será dado, e dado abundantemente; ao passo que ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mateus XIII, 11, 12). Na obstinação de justificar sua Personalidade, o homem deixará o Caminho para embrenhar-se cada vez mais na ilegitimidade de seu grau; não aceitará sua situação e, em particular, seu estado interior, deixando de prestar atenção à consciência do Eu. Não se pode conquistar avanço sem que se seja justo; entretanto, isto é muito raro. Ser justo deve ser a atitude, quando se põe o pé no primei- 31
  • 30. ro degrau do Caminho. A atitude é importante desde o início da caminhada; toda conquista injustificada resulta em fracasso. Quem se comprometeu, jurando ao longo da ascensão, sabe que o Caminho é sem retorno e o avanço será julgado, no fim da jornada, pelo próprio aspirante. Aos que compreendem esta Verdade não resta nenhu- ma dúvida. A firmeza de propósitos é indispensável. Se alguém quiser seguir o Mestre reflita: “ninguém que, no ato de pôr mão ao arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lucas IX, 62). É necessário recordar Platão, segundo o qual, o semelhante não pode ser percebido e compreendido senão pelo semelhante; por isso, as influ- ências exteriores não podem atuar sobre o indivíduo senão por meio dos elementos semelhantes que formam seu mundo interior. Na linguagem esotérica se diz que é necessário domesticar a besta, transformando o lobo em um dócil cão de guarda. Estudar é preciso, só assim entenderemos este jogo de regras inver- tidas, em que sai vencedor quem perde. Enganar-se neste jogo é pensar que se ganha tempo, quando na realidade a estagnação da evolução espi- ritual pode acontecer. EQUÍVOCO Ao escolhermos um lugar para nosso acampamento somos levados por uma série de interesses, entre eles, talvez, o mais significativo seja o que demarque um lugar certo e conhecido, onde poderemos ser encon- trados a qualquer momento. Certo é, também, aquele que diz respeito ao sustento da família. É normal estabelecermos nosso acampamento no vale ou região, onde de- senvolvemos o trabalho profissional. O acampamento, nestes casos, fica identificado como a residência onde congregamos mulher e filhos e podemos receber amigos. O endereço residencial atualizado é fundamental para as comunica- ções de qualquer natureza, inclusive as de fraterno carinho. Equívoco é não manter esta relação em harmonia, é informar que se está em um lugar quando se está noutro, ocultando o real motivo dessa decisão. Se o interesse é só material e a família está de acordo, ótimo; se busca- mos a evolução espiritual o equívoco se torna um enganar-se a si mesmo. 32
  • 31. Quando isto acontece somos responsáveis, produzimos uma causa cujo efeito se ignora. Sabemos, entretanto que a liberdade de pensar cria, por magnetismo, um ser energético Imaterial, que se adere ao nosso ovo cósmico, trazendo influências positivas ou negativas segundo os bons ou maus pensamentos. Por isso, devemos ser éticos e morais no pensar, no uso das palavras e no agir. Só assim estaremos progredindo com sabedoria. Equívoco é não estar consciente desta Lei, é agir pensando apenas em conquistar, de forma escusa ou sub-reptícia, um grau de evolução que ainda não merecemos; é tirar vantagens materiais em detrimento das vantagens espirituais; é achar que nossos parceiros de caminhada não vão estranhar tal atitude, ou que irão aplaudir nossa vivacidade em queimar etapas de maneira açodada. Finalmente, devemos evitar a pressa de alcançar um ponto mais alto na escalada de nosso rito e deixar o fluxo normal traçado para nós se concretizar. Uma boa reflexão a todos e que tenhamos a virtude da paciência. O DONO DA OBRA Afirma-se que esta estória aconteceu num átimo da existên- cia, não havendo uma data que se possa indicar, portanto não tem princípio, nem fim. Há muito tempo atrás, um Soberano chamou à sua presença um dos mais destacados Inspetores de seu Reino. Ele chegou do mais longínquo interior das terras; cansado e desejoso de um banho reconfortante. Se- guiu, de imediato, rumo à casa de seu Pai. Foi recepcionado carinhosamente por todos os familiares e após os abraços efusivos e dos pedidos de notícias, tão comuns nestes casos, acomodou-se em um dos cômodos da casa, refrescou-se com um bom banho e retornou à sala das conferências para procurar saber o motivo do chamamento do Soberano. Colocado à par das razões do Soberano, de mandá-lo buscar dos con- fins do reino, aquietou-se, dizendo: Querido Pai, este chamamento é a oportunidade que venho esperando há muito tempo. Se meus conheci- mentos forem suficientes e do agrado do Soberano, a Obra que ele deseja construir terá todo o meu empenho. Ombrear-me-ei com meus compa- 33
  • 32. nheiros e serei mais um Inspetor entre os chamados, para unirmos forças em um único sentido, qual seja, o de servir bem à causa principal que move nosso Soberano. Tenho a convicção de que isto seja o interesse de todos quantos foram os requisitados para a construção da Obra. O resto do dia se seguiu com assuntos da família, cumprindo-se a ro- tina de 24 horas, com espaços para o trabalho, lazer e descanso. Como sempre, a noite foi de sono tranquilo, como de quem está pron- to para as funções de um Inspetor. Após a higiene pessoal, do vestir-se e do café, deu um até logo a todos e dirigiu-se ao Palácio, para a entrevista com o Soberano do Reino. Ao chegar ao Palácio, notou o alvoroço – era o corre-corre natural da vida palaciana. Ninguém ocioso, todos trabalhando segundo os planos estabelecidos. Os aprendizes recebendo apoio dos companheiros e estes executando os planos traçados pelos mestres. A entrevista fora marcada para o meio-dia, o Sol estava no Zênite e o nosso Inspetor, bem como outros, também chamados, foram introduzidos na Sala do Soberano que, de seu Trono, lhes deu as boas-vindas e prosseguiu: Ilustres Inspetores, o trabalho na fronteira do Reino é fazer feliz todo o meu povo através do amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes e ensi- nando-lhe o respeito à autoridade e à religião, sem preocupações com a diferença de raças. Este é o motivo principal do meu chamamento. Estou prestes a iniciar uma nova Obra e desejo o concurso de vossas experiên- cias, de vossas dedicações e conto com o amor incondicional que tendes pela nossa Causa. Desejais concorrer para o sucesso desta Obra? Sim Majestade! – Responderam todos – podemos renovar nosso com- promisso se necessário for. A vossa palavra me basta. Eis aqui os planos para a Obra que pretendo erigir. Juntai-vos aos demais inspetores, estudai todos os planos e que todos estejam atentos a tudo que for necessário e justo. Fazei reuniões, anotai as reclamações dos obreiros e registrai em atas as conclusões a que chegarem. Tudo isto faremos, sempre levando em consideração os planos que orde- nastes. A Obra vos pertence, nós somos os executores. Haveremos de manter a harmonia entre todos os obreiros, sejam eles aprendizes, companheiros ou mestres. O importante é erigirmos a Obra de forma Justa e Perfeita e que ela se mantenha no prumo. Não seremos, entretanto, responsabilizados pelos acontecimentos alheios a nossa vontade, nem aos produzidos pelas forças da 34
  • 33. Natureza. Se a base foi bem construída, a estrutura levantada com esmero e o cimento místico do amor utilizado em todas as etapas de execução, afirma- mos com toda a convicção: “nada impedirá que a Obra tenha continuidade”. Fico contente que assim possa ser. Aceito vossas posturas de Inspeto- res, reconheço a existência do compromisso assumido entre vós de tudo fazer em benefício desta Obra. Lembrai-vos que, a vossa participação e o compromisso individual, aliado ao coletivo, é o fundamento da Obra que iremos elevar. Esforçai-vos; usai com perseverança o poder do pen- samento, para que a arte construtiva tenha o dom de formatar, nos planos infinitos da existência, a Obra/corpo que servirá de morada a cada um de vós e a todos os obreiros do meu reino. Dizem, ainda, que o dialogo se estendeu por várias horas, encerrando- se, à meia-noite. De tudo ficou uma certeza. “Somos iguais, segundo o compromisso assumido na execução da Obra; fisicamente ninguém será tachado de Dono da Obra; pois que esta é Divina. O fim desta história está para ser escrito. Sábios antigos dizem que a Obra não tem começo nem fim. Que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. nos infunda coragem e determinação para aplicar- mos a técnica construtiva mais correta em todas as ocasiões que isto exigir. PESQUISA O PODER DOS MELHORES As palavras aristos e kratos vêm do grego e significam, respectiva- mente, o melhor e poder. Aristocracia significa o poder dos melhores, sentido este que se des- viou com o tempo. Em cada organização, por mais primitiva que ela seja, existe um coor- denador das ações, um chefe, porque com a diversidade de aptidões e de características inerentes à espécie humana, há os incapazes que necessi- tam de orientação; os fracos a proteger e os abusados a refrear. A autori- dade, entre os selvagens era destinada, primeiro ao chefe da família, de- pois aos anciães. Este conceito patriarcal foi o primeiro. Com a explosão demográfica e a formação das grandes cidades a autoridade patriarcal foi substituída pela força dos homens mais novos, mais inteligentes, surgin- 35
  • 34. do os chefes militares. Estes se impuseram pelo valor que representavam na segurança contra os ataques dos inimigos ou na dominação de novas terras, apossando-se do poder, face o prestígio conquistado nas guerras. A transmissão do poder foi de pai para filho; os fracos e oprimidos, não ousavam rebelar-se e habituaram-se a considerar tal fato como di- reito de herança, conquistada pelos pais, surgindo a distinção de duas classes, os superiores e os inferiores, os que mandam e os que obedecem; estava plasmada a aristocracia do nascimento, tão poderoso e prepon- derante quanto a da força, agora dispondo de mais poder, criado pelos privilégios individuais, ditados pelo egoísmo e pela avareza. Para conservar estes privilégios foi necessário dar-lhes o cunho da legalidade e, esta aristocracia do nascimento fez as leis em seu próprio proveito, deu-lhes o cunho divino, impedindo o acesso ao conhecimento, mantendo o povo na ignorância. A classe inferior foi ficando cada vez maior, tomando conhecimen- to das causas que a oprimiam, enquanto a superior perdia condições de mantê-la na ignorância. Era o dedo da Providência e, a classe oprimida derrubou os privilégios e proclamou a igualdade de todos perante a Lei. Estava assim decretada a falência da aristocracia de nascimento. Com esta queda nascia um novo conceito de domínio, a do dinheiro, por- que com ele pode-se dispor do homem e das coisas. Esta potência trouxe consigo a percepção de que a inteligência agora tinha mais valia do que a fortuna herdada, uma vez que esta se desfaz nas mãos dos hábeis em gastar. Avaliar este processo é interessante; a igualdade de oportunidades come- çava a aparecer para qualquer um, fosse ele pobre ou rico, bastava ter inte- ligência para conquistar um espaço ou uma fatia na economia da sociedade. Era uma nova democracia; mas ainda insuficiente. É preciso mais. A Inteligência não é penhor de moralidade uma vez que o mais inteli- gente pode fazer mau uso de sua faculdade; da mesma forma a moralida- de, sozinha, pode se transformar em uma incapacidade. A união das duas é fundamental, ainda mais se unidas ao conceito de caridade. Esta tríade marcará o advento de uma nova potência, cujo conceito é o bem de todos na Terra, é o fazer feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualda- de e pelo respeito à autoridade e à religião. Para que isto aconteça é necessário que a moralidade se instale em 36
  • 35. definitivo e todos a tenham como princípio. Estamos cercados pelo crime, pela corrupção, pela imoralidade dos programas de televisão; o Congresso é um ninho de sanguessugas; os candidatos só pensam em proferir pro- messas que deixarão de cumprir; eles desejam apenas manter-se no poder. Cada obreiro deverá ser artífice de sua própria felicidade; tal proceder eleva o nível moral da sociedade; os nossos princípios são a garantia de que podemos transformar o estado presente da humanidade; nos indu- zem a sonhar com modificações que se realizarão no futuro. Para isso é preciso haver debate e o esclarecimento de que “A única fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da huma- nidade. Para crer não basta ver, é preciso, acima de tudo, compreender”. O homem atual acredita estar mandando. Ledo engano, este homem ainda não conhece a máquina que deve dirigir. Quando ele pensa man- dar, na verdade, obedece aos próprios instintos; quando grita que deseja liberdade, sem o saber, pede a liberdade de obedecer àqueles instintos. É sempre no terreno dos instintos, que os traços da ética superior apa- recem no homem e, a nossa Ordem procura disciplinar, canalizando-os e respeitando-os, porque constituem a base de planos mais elevados da vida. Os impulsos que movem o homem maçom são diversos. Ele os co- nhece e, sabedor de suas finalidades, domina-os e os dirige, pois havendo alcançado o conhecimento, pode, agora, mandar em vez de obedecer. É um iluminado, que avalia as consequências de seus próprios atos. Para ter o direito de mandar é preciso possuir inteligência e bondade. Eis aqui a síntese do poder.* PEREGRINAÇÃO CONSCIENTE Do nascimento físico à transcendência do espírito, percorremos um caminho pelo qual vamos aprendendo, através das perdas e da dor, a ven- cer as dificuldades que deparamos; ao mesmo tempo fortalecemos prin- cípios básicos que impulsionam, de forma incessante e através dessas experiências, rumo ao mais alto ideal de perfeição possível e desejado. No amanhecer da vida, fomos amparados pelos pais, depois pelos profes- sores escolares, para finalmente estarmos à mercê de nosso Livre Arbítrio. Aí, então, começa a subida íngreme da colina, quando as dificuldades nos ensinam Bibliografia* 37
  • 36. a perceber a existência de uma lei coordenada pelas causas primárias, cujos efeitos se fazem sentir como meio de aprendizado e aperfeiçoamento do ser. O Caminho é certo e todos têm que o percorrer; atalhos e outras rotas são possíveis, mas em todas as direções serão encontradas tentações que terão que ser enfrentadas; entre elas uma se destaca, a inveja. Para dela se salvar é preciso contar com guia adestrado, pois o efeito desta causa é a impossibilidade de se entrar em território sagrado. Assim sendo, apressemos o passo; enfrentemos todas as causas; dei- xemos de lado as dúvidas, pois “queixa-se quem viveu com indiferença à vida”; ou “quem invejou qualquer sorte”; estes não deixarão marcas. Não desperdicemos mais tempo com esta causa. Mas antes de prosseguir, convém saber “somos torturados pelos nos- sos desejos” ou, simplesmente, pelas nossas intenções. É por tudo conve- niente, também, se resguardar contra qualquer juízo precipitado. Existem outras causas que devemos combater e, entre elas se encontram a luxúria, a gula, o ódio, a avareza, a soberba e a ira, todas com efeitos arrasadores e o seu vivenciar tem que ser contido com regras e limites. A PRESENÇA DE UM GRAU EVOLUTIVO. Do ensinamento hindu recolhemos a informação de que nas formas mais inferiores da vida, seja ela no plano mineral, no plano vegetal ou no humano, existe uma presença de um grau de evolução. Ela admite o espírito imortal no homem, a existência da fonte original; não como pri- meira, mas como “causa” eterna, segundo os mundos que se manifestam por ciclos e segundo os seus próprios critérios. O ser humano precisa superar a necessidade de fazer experiências e de usar o livre-arbítrio para que a Lei dos Ciclos possa agir amplamente. Esta lei influencia o desenvolvimento de todos nós e sob sua regência passamos a seguir novos ritmos, alcançando novos graus de consciência. Quando tal acontece, 1° - o início de um ciclo evolutivo é reconheci- do; 2° - a consciência adere ao impulso que ele traz; 3° - a consciência aprofunda-se na energia em manifestação e prepara-se para o ciclo se- guinte, produzindo o que podemos chamar de evolução contínua, que se encontra no Grande Ciclo. O Grande Ciclo, como é conhecido, se compõe do Período Ativo do Uni- verso, do Período de Repouso Relativo e do Repouso Completo, que devem 38
  • 37. completar um Dia, ou uma Idade ou Vida de Brahma. Um Dia de Brahma equivale a 4.320.000 anos, depois disso um novo Sol se levanta para a Ca- deia Setenária que Ele ilumina. Neste fenômeno se inspirou a Lei Mosaica para seu Pequeno Ciclo, embora este tenha sido posteriormente, pela crono- logia cristã da Bíblia, sido adaptado com a coincidência do 25 de dezembro, dia em que se diz terem encarnados todos os Deuses solares. Por isso eles fizeram registro de que o Messias nasceu neste dia do ano lunar do mundo 4.320. Durante os 4.320.000 anos, que representam o período da criação progressiva, o éter, o ar, a água e o fogo estão constantemente produzindo matéria sob o impulso incessante do Espírito, ou do Deus não-revelado, que preenche toda a criação, pois Ele está em tudo e tudo está Nele. Quando o ciclo da criação chega ao seu final, a energia da palavra está enfraquecida. Enquanto o Grande Ciclo, ou idade, cumpre o seu curso, sete ciclos menores são percorridos, cada um marcando a evolução de uma nova raça. Esta raça, ou nova humanidade, divide-se, por sua vez, em famílias, tribos e nações. No que concerne à evolução da humanidade, temos três proposições que entram em contradição à Ciência Moderna, e também aos dogmas religiosos; estas proposições são: 1° - a evolução simultânea de sete grupos humanos em sete diferentes partes do globo; 2° - o nascimento do corpo astral antes do corpo físico, servindo o primeiro de modelo para o segundo; e 3° - o homem precedeu a todos os mamíferos (veja-se o Gênesis – 2,18 e 19 “ Depois disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei um auxiliar igual a ele. Formou, pois, da terra toda sorte de animais campestres e de aves do céu e os conduziu ao homem, para ver como ele os chamaria...” Hermes Trimegisto fala do nascimento simultâneo de sete homens primordiais, que se desenvolvem da Natureza e do Homem Celeste, no sentido coletivo dessa designação, ou do Espírito Criador. Dos fragmentos das Tábuas Caldéias vêem-se sete seres humanos, com cara de corvos, isto é, de tez negra. Estes são os Reis de Edom, referidos na Cabala; a Primeira Raça que era imperfeita nascida antes de existir a balan- ça (os sexos) e que foi destruída como raça, por transfusão em sua própria progênie, isto é, a raça sem sexo reencarnou na raça bissexual; esta última nos andróginos, e estes, por sua vez, na raça sexuada que foi a Terceira Raça; desta originaram-se os seres Andróginos ou Hermafroditas, que Platão men- ciona no “Banquete”, descritos como sendo arredondados e terríveis por sua 39
  • 38. força e robustez, e com uma ambição desmedida, por isso Zeus os dividiu e estes começaram a se mesclar formando as primeiras raças mistas nas cores; com eles surgem o Antropomorfismo e a Religião Sexual, perdem o terceiro olho. Ensinamento Esotérico menciona três divisões: Amarela-Vermelha, a Negra e a Branca-Escura. A evolução dessas três variantes, sua formação e desenvolvimento seguiram as linhas paralelas às da formação geológica. A quinta raça são os sobreviventes do Grande Continente Atlante. Esta evolu- ção também está ligada aos ciclos do Zodíaco, devendo-se considerar que, em cada ciclo, existem sub-raças que se complementam. O reconhecimento de uma nova humanidade ou raça dominante pres- supõe mudança de era - passamos de “peixes” para “aquário” - entramos em um grau evolutivo mais elevado, onde retrocessos e dispersões dei- xarão de existir e a liberdade de pensar nos dará condições de reativar a fusão da Religião com a Ciência, fato que deverá ocorrer com o apareci- mento e evolução da sexta Raça-Mãe. As idéias que estão na base de todos os sistemas simbólicos mostram que Religião e Ciência eram intimamente ligadas, que as duas formavam um só corpo desde o momento da concepção cósmica, com atributos mu- tuamente conversíveis, isto é, a Ciência era espiritual e a Religião era cien- tífica e vise-versa, como o homem andrógino do Gênese – macho/fêmea – passivo e ativo, fadados a se separar, cair e perder seus poderes; unidas elas eram infalíveis; separadas cada uma delas é um cadáver sem alma. Em todo processo criador há sempre uma consciência elevada que hie- rarquiza os destinos de uma humanidade. O impulso evolutivo atualiza valores, critérios, objetivos e metas; aos poucos a consciência deixa de lado os projetos de cunho pessoal e lança-se à descoberta do ente cósmico. A busca de satisfação alimenta o egoísmo, enquanto que o contato com a essência interior alarga limites. A meta da nova humanidade é a fusão da Religião com a Ciência. É serviço em nome da perpetuação da Luz. No Rito Escocês, cada grau é um grau de consciência e neles estão consubstanciados os contatos com a essência interior, que cada um de- verá desvendar.** Bibliografia** 40
  • 39. A Sala dos Passos Perdidos Uma visao holistica Segundo nosso conhecimento, a Sala dos Passos Perdidos tem um sig- nificado esotérico, pois representa nossa presença fora do Templo. Ela representa, também, o caos dos pensamentos, quando estes não foram alinhados pela imaginação concentrada. Com o pensamento podemos voar e penetrar a onde quisermos. Assim, a Sala dos Passos Perdidos simboliza que o homem maçom, fora do Templo, pode se perder. O mundo mental tem um sobrenome chamado Pensamento. O mun- do está cheio de seres viventes, criados por nós, compostos do mesmo material mental. Este reino é uma região do Universo que interpenetra tudo e, como o mundo físico, tem várias divisões e subdivisões, porém suas vibrações não respondem senão ao poder do pensamento. O pensador constitui seus veículos a cada dia e hora, aplicando-os a fins elevados que nos conduzem à União com o Eu Íntimo. Despertos ou adormecidos, estamos criando, com nossos pensamentos, elementos e materiais para edificar nosso corpo mental. Quando o pensamento atua na substância mental que o rodeia, cria vibra- ções na consciência, atraindo átomos mentais ao corpo mental, ao mesmo tempo em que emite outros. Percebe-se, por este fato, que a força do pen- samento é dual, isto é, centrípeta e centrífuga, ou seja, atração e repulsão. Os pensamentos baixos e vis atraem ao corpo mental materiais grosseiros, ao mesmo tempo em que repelem os finos para ocupar seus postos; da mesma forma ocorre com os pensamentos harmônicos e bons, que, uma vez alojados na atmosfera mental, desalojam os grosseiros e densos. Este fato nos impõe responsabilidade na própria formação e na formação e educação das nossas crianças, infundindo-lhes bons pensamentos que resultem em ações benéficas. As vibrações mentais impregnam toda mente, despertando nela áto- mos que atuam na solução de problemas. O homem é o construtor e modelador de sua própria mente. O segredo consiste em construir, pelo pensamento puro, um corpo mental puro, apto a receber as manifestações do Íntimo. 41
  • 40. Do Gênesis: “No princípio, Deus (o Íntimo) criou o céu e a terra (emanou de Si o Espírito e o Corpo). Para entender podemos traduzir da seguinte maneira: No Princípio o Íntimo, ao dividir-se ou fazer-se dois para manifestar-se, emanou de si o Pensador, Pai e Criador do Céu e da Terra; o Modelador, o Grande Arquiteto do Universo. Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro mo- vimento chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Vir- gem Maria (Matéria Primordial). Esta ação desperta os átomos e dota-os de força de atração e repulsão. Desta maneira se formam as subdivisões inferiores de cada plano. Ordena-se o Caos. Este é o objetivo da vida, juntamente com o desenvolvimento da vonta- de aplicada ao resultado da experiência que nos conduz pela senda da Luz. O Íntimo Inefável e Absoluto tem em si três pontos, cada um dos quais é o assento particular dos aspectos que dominam, a cabeça (Pai), o coração (Filho) e o sexo (Espírito Santo). A mente como instrumento para aquisição de conhecimento é inesti- mável, quando obedece ao Íntimo para governar por meio de seus três as- pectos; porém, a mente está limitada pelos desejos e submersa na egoísta natureza inferior, tornando difícil que o Íntimo possa governar o corpo. Quando a mente recebe influência do mundo interno, convida à quietude e à concentração (entramos no Átrio e saímos da Sala dos Passos Perdidos). Esta visão holística nos conduz ao Reino de Deus, que está dentro de nós, isto é, os três aspectos do Íntimo que se manifestam no Poder, Amor e Realização, reúnem-se no Coração do Homem. O Poder, também denominado vontade-poder e provém da energia do amor. A consciência percebe que o amor tem origem no Poder Supremo. O que chamamos de poder é desvirtuamento dessa energia, gerado pelo desejo de auto-afirmação e domínio. Para atuar como canal do poder do es- pírito, é preciso antes encontrar em si a fonte do amor que é sabedoria. A princípio o poder, como as demais energias, atinge o mundo concreto por meio da polaridade masculina ou da feminina. O poder masculino é objetivo, exteriorizado; o feminino, subjetivo, interiorizado. Ao equilibrar em si essas duas tendências, o indivíduo as transcende e sintetiza. O Poder autêntico instrui e redime; emerge na vida pautada por leis 42
  • 41. evolutivas superiores. A consciência libera-se quando, pela ação do po- der, afirma a essência na consumação do propósito da existência. Ocorre por etapas, é fruto e meta da evolução. A maior realização do ser humano é trazer ao mundo a vida divina. Ao buscar essa vida vai deixando de agir por arbítrio pessoal, passa a seguir a vontade de seu eu mais profundo e procura conduzir-se de acordo com leis superiores. O amor é motriz desse processo; quanto mais abrangentemente o indivíduo ama, mais se aproxima da meta espiritual que é o de se fundir ao núcleo de consciência universal. O ser humano passa por três etapas em seu processo de realização; a primeira pode ser representada pelos trabalhos de Hércules ou a senda da auto-realização e do serviço ao mundo. “Quem se ajoelha se eleva. Con- quista-se pela total rendição de si mesmo. É renunciando que se ganha.” A segunda, com o despertar da compaixão (Buda), quando o indivíduo canaliza luz para o plano mental da humanidade, levando a compreensão sobre a raiz do sofrimento e da dor; o significado da morte e o meio de ultrapassar a transitoriedade da existência material. A terceira é o caminho de Cristo, isto é, a ressurreição ou a desintegração da matéria; segundo antigos ensinamentos, o cálice representava a união in- dissolúvel entre realização e serviço incondicional. A realização era simboli- zada pela elevação do cálice e o serviço pelo derramamento do seu conteú- do. Colaborar de forma crescente com a evolução da humanidade é parte das etapas sucessivas de realização e, embora hoje não se necessitem cerimônias externas como antes, perpetua-se a realidade subjacente a elas. Até aqui proporcionamos a visão do que representa a Sala dos Passos Perdidos, resta dividir a Mente, em espaços distintos, na ordem de sua profundidade na consciência, para melhor resultado e compreensão. A mente está subdividida em sete níveis que são: 1 – Nível consciente Esta é a região em que a Mente Consciente funciona, inteiramente li- mitada aos cinco sentidos físicos. É a mente do raciocínio, do cálculo, da suposição e da assimilação. Ela induz sua mente subconsciente a gravar as imagens mentais de tudo que lhe acontece e dos sentimentos que tais acontecimentos despertam. 43
  • 42. 2 – Nível do controle subconsciente do corpo. Esta região dirige e controla o funcionamento geral dos órgãos de seu corpo. Este exercício de controle se realiza sem seu conhecimento consciente. Seus medos, preocupações, ódios e outras emoções podem perturbar este controle. 3 – Nível de memória. Esta é uma região de seu subconsciente que armazena as impressões de sua vivência no mundo exterior, recebidas pelos cinco sentidos. Estas impressões são registradas como quadros mentais. Ligada a cada quadro mental está uma sensação que você teve em determinada época da vida. Isto pode ser recordada por solicitação da Mente Consciente. 4 – Nível de Poder Criador. É a região eletromagnética que reage aos desejos ou medos. Quando seu pensamento está correto, esta força entrará em ação para ajudar a trazer aquilo que o nosso desejo formulou. 5 – Nível de Poder Curador. É o nível que contém a energia vital. Esta energia aparece quando estamos doente ou ferido, ela entra em ação vitalizando as células do corpo. A convo- cação dessa energia ocorre quando rezamos, pedindo a volta da saúde. 6 – Nível Intuitivo. Este contém a faculdade de Percepção Extra-Sensorial. Estas não se limitam pelo tempo ou espaço, como ocorre com os cinco sentidos. Ela funciona por meio do Nível Consciente, na forma de Intuição. 7 -Nível de Consciência Cósmica. É o mais alto nível de consciência e se encontra dentro de nós. É nosso elo com o Infinito. Quando voltamos nossa atenção para o centro do nosso ser, estabelecemos contato com a Presença de Deus. A partir daí, toda a iluminação e inspiração verdadeiras aparecem; nível que os Guias Espirituais sintonizam. Meus irmãos, que o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. possa iluminar nossos pensamen- tos e permita que, na busca constante da evolução espiritual possamos di- zer como Menotti del Picchia: “Goza a euforia do vôo do anjo perdido 44
  • 43. em ti. Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo. Que sabes tu do fim? Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o de estrelas. No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta. Canta, canta. Talvez as canções adormeçam a fera que espera devorar o pássaro. Desde que nasceste não és mais que o vôo no tempo rumo ao céu? Que importa a rota! Voa e canta enquanto existirem as asas”.*** A DUALIDADE MAIS MODERNA Em qualquer campo da Vida encontramos a dualidade representada uni- versalmente pelo Bem e o Mal. Ambos, quando unidos são a Unidade. As faces de uma moeda, a cara e a coroa. Aprendemos que a vontade, a persis- tência e a inteligência são ferramentas indispensáveis no serviço de encontrar a Verdade. Assim, ao estudarmos uma dualidade, devemos buscar um termo intermediário que possa nos dar a noção de equilíbrio existente entre as for- ças antagônicas. Surge daí a Lei: “Os opostos têm entre si um intermediário resultante exatamente deles.” Exemplificando: Homem-Mulher tem como in- termediário resultante a Criança; Sólido-Gasoso apresenta um intermediário resultante Líquido; na religião Pai-Filho o intermediário resultante é o Espírito Santo. Infere-se daí uma outra Lei: “Os opostos são apenas a concepção, em graus diferentes de uma mesma coisa.” No primeiro exemplo temos a concep- ção dos graus familiares, no segundo o da matéria e no terceiro a de Deus. Se usarmos o exemplo da dualidade Luz-Sombra perceberemos que a primeira age e a segunda se opõe, surgindo a Penumbra como resultado intermediário. Podemos resumir todos estes fatos em Ativo-Passivo-Neutro. Para reforçar o “caput” desta peça, onde marcamos a universalidade do Bem e do Mal como sendo componentes de uma unidade, vejamos o quadro (I) a seguir: Bibliografia*** 45
  • 44. As unidades aqui representadas são 1, 4, 7 e 10 que volta a ser 1 pela redu- ção teosófica. Estamos diante da chave básica que abre as portas dos mistérios, resultando a conclusão de que todos os números não são senão representação dos nove primeiros algarismos; que os nove algarismos não são senão a repre- sentação dos quatro primeiros e que os quatro primeiros não são senão estados diversos da unidade. Numa segunda operação podemos desenvolver a soma teosófica. Exemplo: a soma teosófica de 4 é 10 ( 1+2+3+4=10) ou a de 7 é 28 (1+2+3+4+5+6+7=28). No exemplo do 7 é 28, fazendo a redução teosó- fica de 28 e teremos (2+8=10). Então, existem aqui duas expressões, no míni- mo intrigantes, ou seja 4=10 e 7=10 portanto, 4=7. Poderemos ir mais longe propondo a redução do ternário, por meio do quaternário, à unidade, ou seja: 3+4=7 que, por soma teosófica, já demonstrada acima, é 28 ou, por redução teosófica, é 10. Esta última já conhecemos e sabemos que sua redução é 1, logo: 4+3=7=28=10=1, ou 4+3=1. Retornando ao quadro (I) verificamos que após as progressões 1-2-3, 4-5-6 e 7-8-9 voltamos a origem da primeira 1-2-3, sendo que estas três progressões representam os Três Mundos, nos quais tudo está contido. Tudo isto foi para demonstrar o “caput” destas peças. Agora podemos tratar do título proposto, que é “A Dualidade mais Moderna”. Trata-se de uma visão dual do uso da internet, em outras palavras o Bem e o Mal da unidade tec- nológica posta ao nosso serviço. O Bem está consubstanciado na possibilidade do estreitamento das relações entre as pessoas, de forma instantânea, bastando para tanto um “clic” após a preparação de um “e-mail”. A mensagem percorrerá o espaço conectando-se com milhões de usuários da internet ou, nas pesquisas que nos são possibilitadas e na interação das idéias que vão surgindo a respeito de determinado assunto. A diversidade de idéias confluindo para uma única unidade, voltada para o bem da humanidade. Eis aí a Bem que a internet pode- rá trazer se todos a usarem com este objetivo. O outro lado da medalha é o do Mal, quando “hackers”, usando indevidamente a tecnologia, transmitem “vi- ros” que prejudicam pesquisas e informações, proporcionando perda de tempo e de serviços. Em outros casos a internet poderá, nas mãos de um “dominador”, criar condições para um “blackout” generalizado em todos os computadores do mundo. Nesta possibilidade os prejuízos serão inimagináveis, como a pa- ralisação de trens, de hidroelétricas e, principalmente, das bolsas econômicas dos países. Número fantástico de vítimas poderá ocorrer com o mau uso da in- ternet. Conectados à internet podemos perder nossa privacidade. Os cadastros bancários ou outros tipos de cadastro expõem nossa vida íntima, perdemos a 46
  • 45. privacidade, um “hacker” pode ingressar nos arquivos de qualquer instituição e resgatar nossos dados pessoais e com eles fazer um mau uso, exemplos comuns nos meios de comunicação. Surgiu assim o meio intermediário que protege (equilibra o uso permanente dos computadores) programas e arquivos, man- tendo certo equilíbrio entre estes bens e males da era moderna. Surge a dúvida quanto aos interesses dos “hackers”, se o do simples prejuízo aos usuários da internet, ou se o de faturar com a venda dos programas “antiviros”. Por enquanto estamos restritos a uma defesa dos programas e arquivos, amanhã poderemos estar frente a um problema diplomático internacional, caso um “hacker” entre no sistema de lançamento de ogivas nucleares exis- tentes em vários países. O Mal maior estará consubstanciado na Guerra, a terceira. Nós temos uma responsabilidade com a humanidade e devemos aproveitar todas as tecnologias existentes em seu favor da mesma. A aplica- ção adequada desta tecnologia será a resultante intermediária entre o Bem e o Mal, relativos ao uso da internet.**** O SIGNIFICADO DA MORTE Ou a reconstrução do Ser O fenômeno da morte, como a conhecemos, faz parte de uma série de conceitos negativos que, por este aspecto, são parte de uma ilusão, isto é, fazem parte do “Não-Ser”. Os dois pólos contrários – Ser e Não-Ser – re- presentam afirmação e negação e constituem o equilíbrio dos opostos que se condicionam mutuamente e que só existem em função um do outro. A origem está no pólo positivo em forma de afirmação, sendo a parte ne- gativa uma concepção daquela como uma derivação. Assim, em todas as coisas encontramos estes dois pólos - conceitos que constituem o mesmo princípio - o antes no aspecto positivo e o depois no negativo. Se a base está no pólo positivo, em forma de afirmação, temos a vida; se no pólo negativo, temos a morte, só concebível em função da inversão polar da vida. Resulta desse princípio o estado de perfeição do Ser, onde tudo é vida e consciência, não havendo lugar para o conceito da morte e inconsci- ência. No estado do Ser, o espírito permanece em plena luz da consci- ência. Vida e consciência estão aqui reunidos por que a substância da Bibliografia**** 47
  • 46. vida é constituída pela consciência do existir, enquanto a substância da morte é a perda desta consciência. Ao descer, tudo tende a morrer na inconsciência, que é a propriedade do Não-Ser; e ao subir, tende a viver na consciência, que é a propriedade do Ser. Explica-se o estado atual do homem, que tendo percorrido um trecho da subida evolutiva, se acha a meio do caminho, entre o Não-Ser e o Ser, motivo pelo qual ele divide a existência na forma-vida e consciente e a forma-morte e inconsciente. Perguntareis, que é a morte? A morte é o obscurecimento da consci- ência, quando da queda no Não-Ser, pela inversão da luz da consciência que o homem tem no estado de Ser. A morte é cada vez mais morte – per- da de consciência – quanto mais o homem se encontre imerso no Não- Ser, “involução”; e que a morte é cada vez menos morte, quanto mais o homem se aproxima do Ser, “evolução”. Quanto mais se evolui, tanto menos se morre e menos a morte é morte. No momento atual em que nos encontramos, acontece termos a parte física que pertence ao Não-Ser, e o espírito que pertence ao Ser. Este, ao repetir o motivo da queda, se encarna, entrando no corpo físico. Estes são os dois pólos do homem. Não-Ser e Ser, entre os quais, a cada encarna- ção ele oscila, para que evoluindo, se afaste cada vez mais do primeiro e avance para o segundo. O que acontece então com a morte? Nessa, a parte física, que pertence ao Não-Ser, morre, mas não morre a parte espiritual, que pertence ao Ser. Paulo de Tarso já dizia: é necessário morrer o “homem velho”, para re- nascer o “homem novo”, assim o espírito consegue alçar o seu voo para planos siderais mais elevados e eternos. Meditemos sobre a causa da morte e provavelmente encontraremos uma resposta muito simples; a morte é o esgotamento dos órgãos. A ma- téria inerte se decompõe e tende a formar novos organismos e o princípio vital volta à fonte que lhe deu origem. Só assim se explica porque a morte nunca vence, ficando sempre vencida pela vida. A cada existência o espírito constrói um templo para si, segundo o seu grau de evolução. A cada morte, o templo é destruído e a reconstru- ção se inicia a cada nova vida, sob medidas mais complexas e perfeitas. A vida representa o impulso do Ser que se dobra sobre o Não-Ser para fazê-lo ressuscitar. A morte é o Não-Ser, que resiste em seu estado de destruição. O Fenômeno da reencarnação não é estático é contínua transformação, 48
  • 47. no sentido de que ele se torna cada vez mais vida e cada vez menos morte. A evolução tem a função de demolir o Não-Ser para reconstruir o Ser.***** OS TRABALHOS MAÇÔNICOS, SEUS MOTIVOS E RESULTADOS Todos nós fomos indicados para ingressar na Ordem. Nosso Padrinho viu, além de nossa condição profana, a pedra suscetível de ser lapidada para fazer parte da construção social. Fomos fraternalmente recebidos como um de seus membros e, no dia de nossa Iniciação, fomos alertados sobre a importância espiritual deste significativo passo e das possibilidades de progresso que se abriam para os estudiosos e perseverantes. A Maçonaria é uma Instituição Hermética e o segredo maçônico é de natureza tal que não pode ser violado. Isto passamos a entender, quando adquirimos consciência de que a Iniciação é mística e individualmente realizada por aquele que busca conhecimento para aplicá-lo com sabe- doria e usá-lo construtivamente, com sinceridade e fervor, com lealdade e firmeza, nos estudos e na prática da Arte Real. A Maçonaria não se revela a não ser àqueles adeptos que a Ela se en- tregam sem reservas. Para se ter um verdadeiro maçom é necessário que ele seja Obreiro da Inteligência Universal, que se entregue à Verdadeira Luz que o ilumina, desde um ponto interno superior, ordenando seus pensamentos, palavras e ações. Quem ingressa, como se estivesse entrando em uma associação qual- quer, não conhecerá nada do que a Ordem encerra sob sua forma e nos seus mistérios; não conhecerá seu propósito real e a força oculta que existe em seus ensinamentos. Somente buscando debaixo das aparências podemos encontrar o Tesou- ro escondido em nosso interior. Sob este ponto de vista, qualquer que venha a ser o grau a nós conferido seremos forçados a compreender a dificuldade para superar o grau de aprendiz. Somos e seremos aprendizes. Tempo e espaço são relativos e o aprendizado pode exigir um tempo muito maior do que os três anos simbólicos de nossa idade maçônica. Tomara que sejamos bons aprendizes e que sejamos sempre humildes em toda nossa existência. Se nos esforçarmos em aprender, distinguiremos a dualidade das coisas, Bibliografia***** 49
  • 48. deixaremos de lamentar os efeitos das causas, que deixariam de existir. Não se tenha pressa na ascensão aos graus superiores. O grau que nos foi outorgado e pelo qual somos exteriormente reconhecidos é sempre superior ao grau efetivo que tenhamos alcançado e realizado interiormente. É incon- sequente o se denominar excessiva a permanência em um grau. A condição ou estado de aprendiz é uma alusão à capacidade de apren- der; seremos aprendizes enquanto formos receptivos. A mente aberta e a intensidade dos desejos de progresso determinam esta capacidade. Tal atitude distingue o aprendiz do profano; neste predominam a inér- cia e a passividade e sua aspiração, quando existe, é sepultada pela ma- terialidade da vida, que converte os homens em escravos das paixões. O que se faz visível no estado de aprendiz maçom é o potencial laten- te que se oculta no interior de cada ser e produz nele um veemente desejo de progredir, fazendo com que supere todos os obstáculos e limitações, tirando proveito de todas as experiências e ensinamentos que encontra em seu caminho. Este estado de consciência é a condição primeira para que nos torne- mos, no sentido verdadeiro da palavra, um Iniciado. Toda a vida será para o Iniciado ativo e vigilante, uma aprendizagem constan- te e a construção do Templo será sempre dedicada à Glória do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙., isto é, ao Princípio Construtivo e Evolutivo de si mesmos. Tudo é bom, tudo pode e deve ser utilizado construtivamente para o Bem, mesmo quando o fato se apresente sob a aparência de uma experiência desagradável. O programa a ser seguido por um aprendiz esforçado, começa pelo trabalho inteligente e perseverante, que o converterá no Verdadeiro Obreiro da Arte Real. O aprendiz deve estudar as Origens da Maçonaria. As Religiões. Os Mistérios do Egito, da Índia, da Pérsia, dos Caldeus, da Síria, da Grécia, examinando os traços que curiosamente se repetem em cerimônias e cos- tumes em todos os povos. A doutrina perpetuada por estes mistérios, conserva zelosa e fielmente o Mistério da Compreensão e do Amor, que nunca deixou de brilhar, mesmo nas épocas mais obscuras de nossa história. É a doutrina do grão de trigo, que deve morrer ao ser plantado nas entranhas da terra, para poder renascer como planta, ao abrir caminho entre as trevas em busca da luz. Aprofundando estes estudos o iniciado poderá compreender o Tra- 50
  • 49. balho a ser desenvolvido. O trabalho Simbólico representa o aprendiz como matéria prima (pedra bruta), a ser desbastada pela faculdade do juízo (esquadro), que permite comprovar a retidão da pedra preparada, com o esforço ativo da vontade (maço) e com propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade (cinzel). Para que a ação conjunta dos dois últimos instrumentos (maço e cin- zel) seja efetivamente maçônica é necessário ser comprovada e dirigida pelo primeiro (esquadro), cujo ângulo reto representa a retidão. Os motivos de nossos trabalhos estão vinculados a estes instrumentos, começando-se pelo aspeto do “pensar bem”, ou pensar retamente com o esquadro do juízo, orientando nosso pensar para o que seja bom e ver- dadeiro. O pensamento reto é positivo e construtivo, por isso nosso sinal de aprendiz comporta tal disposição, para que possamos medir nossas palavras, em conformidade com os ideais e sentimentos mais elevados, equilibrando de forma harmônica os sentimentos com a razão. O domínio da palavra (falar) é mais fácil do que os do pensar, pois nossas palavras só podem expressar aquilo que se encontra dentro de nosso coração, enquanto o pensar tem a força de uma criação. Da mesma forma com que dominamos nossos pensamentos e pala- vras, nos será possível dominar nossas ações. Com a parte horizontal do esquadro medimos nossas palavras e, com a parte vertical, retificamos os pensamentos, sendo que as ações devem estar em harmonia com o uso do nível e do prumo. EGRÉGORA Durante o desenvolvimento da Terceira Necessidade, falamos da for- mação da EGRÉGORA da Loja e que dedicaríamos um capítulo a parte para este assunto. Todos nós já tivemos a oportunidade de ler algo sobre este assun- to, motivo pelo qual pretendemos expressar nosso sentimento sobre esta energia fantástica, que está posta ao nosso serviço e poucos lhe dão o devido valor e interesse. Dizíamos que o interesse manifestado de irmãos na Fundação de uma Loja deverá ser proveniente de um desejo puro nascido no coração. Quando o Pensador concebe um pensamento, produz o Primeiro movimento chamado Espírito Santo, o Dispensador da Vida no seio da Virgem Maria (Ma- 51