- Primo Levi foi um químico e escritor italiano que sobreviveu ao campo de concentração nazista de Auschwitz e escreveu sobre sua experiência no livro "Se isto é um homem".
- Seu trabalho testemunhal sobre o Holocausto ajudou a contar a história das vítimas e alertar sobre os perigos do racismo e da desumanização.
- Apesar de seus esforços, os horrores da Segunda Guerra Mundial continuaram a se repetir em outros genocídios, como na Bósnia
2. Primo Levi 1919, 1987-Turim
Foi químico e escritor.
Escreveu memórias, contos, poemas, e novelas.
É mais conhecido pelo seu trabalho sobre o Holocausto, em
particular, por ter sido um prisioneiro em Auschwitz-Birkenau.
Desse tema e tempo nos dá conta no seu livro
Se isto é um Homem?
3. Judeu italiano foi um dos poucos sobreviventes de
Auschwitz, o campo de concentração onde milhões de
prisioneiros, principalmente judeus como ele, foram
assassinados pelos nazis.
Sobreviveu para regressar a Turim, sua cidade-natal, e
escrever um dos mais extraordinários e comoventes
testemunhos dos campos de extermínio nazis.
4. Primo Levi é lembrado por ter dito que quem passou por campos de
concentração nazis se divide em duas categorias -
“os que calam e os que falam”.
Foi justamente a necessidade de falar, de curar as feridas
espirituais, que o levou a construir uma das obras fundamentais
sobre os horrores criados pelo regime nazi.
A sua obra é uma penosa interrogação sobre a natureza humana.
Um testemunho sobre o “mal absoluto” e de como seres humanos
conseguiram preservar a sua humanidade intacta em face deste
mal.
5. Levi é a testemunha que precisa fazer justiça às vítimas, contando
o processo de desumanização e degradação que sofreram e todas as
aberrações cometidas pela espécie humana nos campos de
extermínio nazis.
Neste impressionante livro, “Se questo è un uomo” (Se isto é um
homem), escrito em 1947, relata o ano que passou em Auschwitz.
Os capítulos não obedecem a uma sucessão lógica, mas são escritos
segundo a ordem de urgência que o autor sente em narrar o que
vivera.
6. O livro inicia-se (assim como os seus outros livros) com uma
poesia, com versos duros e amargos.
Essa poesia é um alerta endereçado a todos os que vivem em
segurança, para que meditem sobre os sofrimentos das
pessoas, gravando-os em pedra no coração e contando-os a seus
filhos para que nunca sejam esquecidos.
7. Mas, nos anos após a Segunda Guerra Mundial, poucos no
mundo queriam saber a verdade sobre a Shoah e os campos
de morte nazis.
O livro é recusado por vários editores que o consideraram
muito triste.
Quando é, finalmente, publicado, apesar de ser bem recebido
pelos críticos, vende muito pouco.
Reeditado em 1958, „Se isto é um homem‟ torna-se um
sucesso.
8. Em 1963, Primo Levi publica um segundo livro „A Trégua‟,
Nele narra os últimos dias em Auschwitz, após os nazis terem
abandonado o campo, e sua viagem de volta para casa, na Itália.
O livro é muito bem acolhido pela crítica e pelo público.
Levi passa a ser reconhecido como um grande escritor.
9. Recordar, contar, refletir e testemunhar continuarão a ser o tema de
todos os seus livros.
Em 1963, logo depois de publicar „A Trégua‟, Levi declara que
considerava encerrado o seu trabalho testemunhal.
Porém nunca lhe foi possível manter esse propósito.
10. Já que afirmava:
“Com o passar dos anos, as recordações não empalidecem nem se
dissipam, ao contrário, enriquecem-se com detalhes que eu
acreditava esquecidos e que, às vezes, adquirem sentido à luz das
recordações de outras pessoas, de cartas que recebo ou de livros
que leio”.
11. Muitas vezes pensamos que estes horrores acontecem nos países
pouco civilizados, em África, na Ásia e que aqui, na Europa, isso
seria impensável!
Constatamos, infelizmente, que não é isso que acontece, os
bárbaros estão aqui à porta!
Isso aconteceu na Europa e, precisamente, no país mais culto da
Europa!
12. - Infelizmente, os mesmos erros
continuam a repetir-se, mesmo no
coração da Europa “civilizada e
culta”.
- Veja-se o caso dos massacres na
Bósnia, cerca de 50 anos depois de
Auschwitz.
13. A leitura deste Livro é um apelo
para que:
• Preservemos a memória
• Aprendamos com o passado
• Não cometamos os mesmos
erros
• No entanto, parece que ou a
humanidade não aprende, ou
dá a ideia que se recusa mesmo
a aprender.