Palestra conclusiva do workshop Caminhos da Memória: marcos da paisagem cultural carioca, realizado a 4/9/2017 no Arquivo Nacional (https://santarita.hypotheses.org/953).
8. Museus sem acervo
Disputa pela memória
histórica não é novidade
Retrofit urbano
devolve a rua ao povo?
Passado fantasioso
ou recalcado
O que se deseja
para o futuro?
12. https://santarita.hypotheses.org/
12
Para quem
é a rua?
Institui o Sistema “Rio Ainda Mais
Fácil Eventos — RIAMFE”,
simplifica os procedimentos
relativos à autorização e à
realização de eventos e
produções de conteúdo
audiovisual em áreas públicas e
particulares no Município do Rio
de Janeiro, e dá outras
DECRETO Nº 43.219
de 26 de maio de
2017
15. Memórias
territoriais
• 34.803/2011: Circuito Histórico e
Arqueológico da Herança
Africana
• 42.929/2017: Museu da
Escravidão e da Liberdade
Decretos municipais
https://santarita.hypotheses.org/
15
• 9 de agosto 2017: Cais do
Valongo, Patrimônio da
Humanidade
UNESCO
16. Útero do Brasil?!?
O Cais do Valongo é a resposta para tudo
porque é onde nosso país foi gestado. É onde
nosso umbigo está conectado. O Cais do
Valongo é o útero do Brasil. Um útero de pedra,
sangue e rotina.
Dodô Azevedo, O Globo, 12/07/2017
https://santarita.hypotheses.org/
16
17. https://santarita.hypotheses.org/
17
What makes Valongo Wharf
Archaeological Site so compelling is not
its historical value as tangible
heritage, despite the extant stone steps
preserved over the years.
Relative historical
value
Rather, its main dimension as World
heritage is its symbolic value and
power to encapsulate the tragedy that
was the trade that brought captive
African people to the Americas.
Symbolic
dimension
Tangible remains retain the fear and
pain of the human beings who spent
time there as well as their capacity for
survival. They remind humankind of
the consequences of denial of human
dignity.
Sensitive Heritage
Três argumentos para a candidatura
18. https://santarita.hypotheses.org/
18
Pesquisa arqueológica
Tratamento do entorno
Valorização do
patrimônio
Centro de referência
Retirada de blocos testemunhos do Cais da
Imperatriz.
Substituição da grama por areia, instalação
de sinalização e orientativa das relações
com a Baía de Guanabara, o Cemitério de
Pretos Novos e demais componentes do
contexto.
Difusão do valor patrimonial e universal do
sítio arqueológico através de ações
educativas com escolas públicas e privadas.
Celebração da herança africana, em
princípio no prédio das Docas, e criação de
um centro de acolhimento turístico.
4
compromissos
visando à
implementação
do título de
Patrimônio da
Humanidade
19. https://santarita.hypotheses.org/
19
❶ ❷
Estabelecer um plano de
gestão estruturante
Resgatar a relação com o
mar através de sinalização
❸
Comunicar ao Comitê do
Patrimônio Mundial os
eventuais impactos ao bem
❹
Solução para a
interpretação do sítio
mediante projetos
❺
Comunicação do
significado do sítio
5 recomendações emanadas pelo
Comitê da UNESCO para até 2018
21. Método do
tráfico negreiro
Controle sanitário e social do espaço
urbano
• Fiscalização sanitária (1758)
• Alfândega
• Quarentena (até 1810)
• Cais
https://santarita.hypotheses.org/
21
22. Dinâmica escravagista
Um complexo de comércio, enfermidade e morte
https://santarita.hypotheses.org/
Lazareto (1810) Casas de engorda
Lojas Cemitérios
22
33. Mantenha o
contato!
JOÃO CARLOS NARA JÚNIOR
Divisão de Preservação do Museu
Nacional/UFRJ
+55 21 998-209-987
narajr@mn.ufrj.br | santarita@narajr.net
Notas do Editor
ANTROPOCENO: alterações geomórficas, além das biomórficas
Movimento Brasil Livre
Such an intricate system deserves a complex narrative. This approach may offer a more insightful perception of the slave monuments and their relationships with landscape and temporalities.
Lumen fidei 25: Na cultura contemporânea, tende-se frequentemente a aceitar como verdade apenas a da tecnologia: é verdadeiro aquilo que o homem consegue construir e medir com a sua ciência; é verdadeiro porque funciona, e assim torna a vida mais cómoda e aprazível. Esta verdade parece ser, hoje, a única certa, a única partilhável com os outros, a única sobre a qual se pode conjuntamente discutir e comprometer-se; depois haveria as verdades do indivíduo, como ser autêntico face àquilo que cada um sente no seu íntimo, válidas apenas para o sujeito mas que não podem ser propostas aos outros com a pretensão de servir o bem comum. A verdade grande, aquela que explica o conjunto da vida pessoal e social, é vista com suspeita. Porventura não foi esta — perguntam-se — a verdade pretendida pelos grandes totalitarismos do século passado, uma verdade que impunha a própria concepção global para esmagar a história concreta do indivíduo? No fim, resta apenas um relativismo, no qual a questão sobre a verdade de tudo — que, no fundo, é também a questão de Deus — já não interessa. Nesta perspectiva, é lógico que se pretenda eliminar a ligação da religião com a verdade, porque esta associação estaria na raiz do fanatismo, que quer emudecer quem não partilha da crença própria. A este respeito, pode-se falar de uma grande obnubilação da memória no nosso mundo contemporâneo; de fato, a busca da verdade é uma questão de memória, de memória profunda, porque visa algo que nos precede e, desta forma, pode conseguir unir-nos para além do nosso «eu» pequeno e limitado; é uma questão relativa à origem de tudo, a cuja luz se pode ver a meta e também o sentido da estrada comum.