SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil
Programa DEBIBrasil
RESUMO DA METODOLOGIA UTILIZADA PELA ESTRATÉGIA
LIDER DE OPINÃO POPULAR (POL)
Resumo e Histórico:
Uma questão chave para a prevenção do HIV é a promoção de normas para o sexo mais
seguro dentro de uma comunidade vulnerável. A teoria que embasa a intervenção
utilizando líderes de opinião popular é conhecida como “difusão da inovação”. Everett
Rogers (1983) desenvolveu sua teoria para compreender como as idéias de uma pessoa ou
de um pequeno grupo de pessoas são difundidas e se tornam aceitas por um grande
número de indivíduos. Rogers descobriu que certos indivíduos são “líderes de opinião”,
fontes confiáveis de informações para outros acerca de um determinado tópico. Se estes
indivíduos adotam um produto ou conceito e divulgam seus benefícios, pouco a pouco
outros indivíduos dentro da comunidade começam a seguir seus exemplos.
Considera-se que a mudança de normas em uma comunidade ocorre mais facilmente
quando:
- As mudanças de comportamento adotadas pelos líderes de opinião parecem valiosas ou
desejáveis.
- Os membros da população estão interconectados em redes sociais coesas e
identificáveis.
- Os líderes de opinião são identificados em cada rede social no interior da população
alvo.
- Há múltiplas redes sociais no interior da comunidade gay e cada rede tem seus próprios
líderes de opinião.
- Um número mínimo de líderes de opinião é identificado e recrutado para demonstrar a
mudança de comportamento ou atitude, de modo a estabelecê-los claramente para os
outros membros da comunidade e, assim, criar uma nova tendência. Rogers acreditava
que cerca de 15% da população priorizada precisa adotar o novo comportamento ou
atitude para que a mudança na norma venha a ocorrer.
Detalhamento da Intervenção:
O POL é uma metodologia de intervenção voltada para a prevenção do HIV que
considera uma comunidade e que ajuda a criar um ambiente social onde determinado
segmento dessa comunidade sinta-se confortável para tomar a decisão de evitar um
comportamento sexual de risco. Desta forma, a força desta intervenção está nas pessoas
que a conduzem, ou seja, membros da própria comunidade. A equipe ou facilitadores
institucionais apenas realizam o trabalho preparatório de planejamento, ensinam técnicas
essenciais de comunicação e acompanham ou dão suporte à intervenção. Portanto, é o
empenho dos membros da comunidade que incentiva as mudanças na maneira de pensar
da própria comunidade sobre como se proteger das DST/HIV. Tais membros da
comunidade, no entanto, têm que ser os indivíduos mais populares e confiáveis, pois a
intervenção “aproveita” sua influência para mudar as normas sociais existentes. Por meio
2
Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil
desse trabalho, toda a comunidade é influenciada, possibilitando assim redução das
infecções pelo HIV.
A intervenção obtém tal resultado ao mobilizar indivíduos chave para atuar e contribuir na
mudança de “normas sociais” de sua comunidade. Entende-se norma social como uma
regra de comportamento não escrita. As normas sociais têm um importante papel na
definição de comportamentos aceitáveis. Infelizmente, em uma comunidade muitas das
normas referentes ao comportamento sexual são ambíguas ou não valorizam a
necessidade de se evitar comportamentos sexuais de risco.
Os indivíduos chave ou mais populares e confiáveis da comunidade são chamados de
“líderes de opinião” ou “formadores de opinião”, pois são os agentes que podem mudar as
normas sociais ao incluir e endossar qualquer assunto (como sexo mais seguro) em suas
conversas informais com amigos. Os líderes de opinião são identificados e recrutados a
partir das principais redes sociais da população priorizada. Como já dito, um líder de
opinião é considerado (pela comunidade e/ou segmento da população) como fonte
confiável de informações e assim é sempre procurado para conversar sobre temas
específicos ou gerais. Os líderes de opinião são pessoas influentes porque apresentam
características que os tornam atraentes para outras pessoas: podem ser engraçados,
inteligentes, bonitos, sexy, criativos, ou uma combinação destas e muitas outras
qualidades. Qualquer que seja a razão, os líderes de opinião exercem um papel muito
importante na comunidade porque seus comportamentos e valores são geralmente
absorvidos e imitados pelos outros. A influência do líder de opinião pode estar limitada
por sua própria “rede social” ou pode estender-se para outras redes.
Entende-se como rede social um grupo de pessoas que compartilham interesses comuns.
Cada comunidade é composta de muitas redes sociais diferentes. Cada uma delas tem
seus próprios líderes de opinião que podem ser captados/sensibilizados para defender o
sexo mais seguro (por exemplo) dentro da rede social. Dessa maneira, os líderes de
opinião oferecem apoio para que seus amigos e conhecidos evitem comportamentos
sexuais de risco. Se um grande número de pessoas começar a defender mudanças de
comportamento, (sexo mais seguro por exemplo) essa mudança ocorre de fato, alterando a
norma naquela rede (sego mais seguro transforma-se na maneira “correta” de agir). Na
medida em que um número crescente de redes sociais começa a defender de um
comportamento mais seguro, a comunidade inteira adotará esse comportamento (sexo
mais seguro) como norma. Assim, ficará mais fácil para os membros da comunidade
adotar medidas que reduzam o risco do HIV e sustentar estas mudanças. Novas infecções
poderão ser evitadas, portanto.
A metodologia do POL foi testada e sua eficácia comprovada. Observou-se, por exemplo,
e via pesquisas randômicas com homens gays, que a aplicação desse tipo de intervenção
aumentou o uso de preservativos em 50% e reduziu o percentual de homens relatando
sexo desprotegido em 30%.
3
Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil
Um aspecto fundamental dessa intervenção é a participação de pelo menos 15% da
comunidade alvo nos treinamentos e no início das conversas sobre redução de
comportamentos de risco com outros membros da comunidade. Já foi demonstrado e
documentado que essa é a porcentagem mínima necessária para que as normas sociais
comecem a mudar. Portanto, se a instituição executora consegue recrutar e treinar pelo
menos 15% da população priorizada é bastante provável que o sexo mais seguro se torne
a norma da comunidade.
O modelo dessa intervenção considera quatro momentos distintos. No primeiro trabalha-
se com os conceitos da intervenção e uma breve história do seu desenvolvimento. No
segundo momento (pré-implantação), a instituição identifica a população a ser priorizada,
constrói o apoio comunitário para a intervenção e identifica e recruta os líderes de opinião
que participarão do treinamento. No terceiro momento (implantação) o manual do
facilitador responsável pelas quatro sessões de treinamento é lido e absorvido como
prática a ser executada. Por fim, numa ultima etapa, discute-se e define-se a “manutenção
e avaliação” da intervenção. Cabe salientar que essa última etapa também está fortemente
ligada à etapa 2 acima descrita (planejamento), uma vez que se trata de refletir sobre
como sustentar a intervenção no decorrer do tempo e como avaliar os seus efeitos. Esta
divisão feita aqui feita e posicionamento dessa etapa como ultima do processo, tem
objetivo também de facilitar a utilização do Manual POL, que deve ser seguido por todas
as instituições que implementam intervenções.projetos com esta metodologia.
A assistência técnica é um forte e necessário componente para a implantação do POL,
pois entende-se ser provável fornecer maiores subsídios também para os seguintes desta
intervenção: Identificação de redes sociais; Conversas defendendo a redução de
comportamentos de risco; Recrutamento de líderes de opinião; Fornecimento de retorno
positivo para os líderes de opinião; Exercício de dramatização com os líderes de opinião;
Manutenção da intervenção; Início das conversas sobre redução de comportamentos de
risco pelos líderes de opinião.
Os POL participam de quatro sessões de treinamento durante as quais discutem os fatos e
mitos sobre HIV/Aids, recebem conselhos práticos para trabalhar com a mudança de
comportamento, e aprendem e praticam maneiras de reforçar normas para o sexo mais
seguro por meio de conversas sobre redução de comportamentos de risco com seus
amigos e conhecidos. Após as sessões de treinamento, os líderes de opinião são
convidados a conduzir conversas sobre redução de comportamentos de risco com seus
amigos na comunidade. Essas conversas são facilitadas pelo uso de pôsteres e bottons
(pins) que exibem uma logomarca associada à intervenção/projeto. Os pôsteres expostos
em locais comunitários e o uso dos bottons pelos líderes de opinião ajudam a que as
pessoas da comunidade façam perguntas sobre o projeto e assim facilita a conversa sobre
prevenção e sexo mais seguro.
Para ajudar no recrutamento dos POL, pode-se pedir que cada grupo de líderes de opinião
convide dois amigos para participar do treinamento. Assim, a nova onda de líderes de
4
Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil
opinião começa o treinamento logo que o primeiro grupo termina. Quando o segundo
grupo completar o treinamento, os membros recrutam um terceiro grupo e assim
sucessivamente. sta forma, cada grupo de líderes de opinião convida o grupo seguinte e
consegue-se chegar ao numero total de pessoas que deve ser atingido pelo projeto (15%).
Este processo chama-se “bola de neve”, pois permite que a intervenção ganhe impulso
com pouco esforço da equipe institucional. Como conseqüência, o número de líderes de
opinião aumenta drasticamente, levando a um crescimento correspondente do número de
conversas sobre redução de comportamentos de risco na comunidade.
Os elementos-chave ou diretrizes principais do POL podem ser resumidos da seguinte
forma:
1. Direcionado a uma população identificável, em locais comunitários bem
definidos, onde o tamanho da população possa ser estimado.
2. Deve-se usar sistematicamente técnicas etnográficas para identificar os
segmentos da população e reconhecer as pessoas mais populares, estimadas e
dignas de confiança em cada um desses segmentos.
3. Durante a vida do projeto 15% da população priorizada e do local onde a
intervenção acontece deve ser treinadas como POL.
4. O treinamento (sessões) para os POL os habilita a iniciar conversas rotineiras
com amigos e conhecidos, onde mensagens sobre a redução de
comportamentos de risco são utilizadas/repassadas
5. O treinamento (sessões) para os POL os instrumentaliza em formas de
comunicação eficazes voltadas para a mudança efetiva de comportamento,
tendo como alvo atitudes, normas e intenções.
6. O(s) grupo(s) de POL devem se encontrar semanalmente para
sessões/reuniões/conversas visando compartilhar experiência e também
aprimorar suas habilidades e aumentar sua autoconfiança (considerando
avanços e desafios). Nessas sessões/reuniões utilizam-se, sobretudo, exercícios
de dramatização para auxiliar os POL, demonstrando assim (e também) como a
comunicação com outros membros da comunidade sobre prevenção do HIV
pode ser mais eficaz e efetiva
7. Tais grupos devem ser pequenos o suficiente para possibilitar melhores
oportunidades em relação aos exercícios práticos, de modo que todos os POL
possam desenvolver suas habilidades comunicacionais e se sintam confortáveis
na transmissão de mensagens sobre prevenção e sexo mais seguro.
8. Entre essas sessões, os POL estabelecem metas a serem alcançadas em termos
de conversas com amigos e conhecidos da população priorizada sobre a
redução de comportamentos de risco (i.e. quatro conversas com diferentes
amigos a serem feitas no prazo de 08 dias).
9. O resultado alcançado pelas conversas realizadas (metas estabelecidas) é revisto
e discutido nas sessões de treinamento subseqüentes repactuando, novas metas
a serem alcançadas.
10. Logomarcas ou símbolos são usados como identificação e facilitados de
conversas na interação entre os POL e outros membros da comunidade.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Relação cintura quadril
Relação cintura quadrilRelação cintura quadril
Relação cintura quadril
Marcelo Souza
 
Aula metodologia trabalho acadêmico
Aula metodologia trabalho acadêmicoAula metodologia trabalho acadêmico
Aula metodologia trabalho acadêmico
Alelis Gomes
 
Febre amarela e Rubéola
Febre amarela e RubéolaFebre amarela e Rubéola
Febre amarela e Rubéola
Natália Maciel
 
19 elaboração da metodologia
19 elaboração da metodologia19 elaboração da metodologia
19 elaboração da metodologia
Joao Balbi
 

Destaque (17)

Metodologia do trabalho
Metodologia do trabalhoMetodologia do trabalho
Metodologia do trabalho
 
Relação cintura quadril
Relação cintura quadrilRelação cintura quadril
Relação cintura quadril
 
Ulceras recidivantes ulcera pressao
Ulceras recidivantes    ulcera pressaoUlceras recidivantes    ulcera pressao
Ulceras recidivantes ulcera pressao
 
Metodologia de gestão de projectos
Metodologia de gestão de projectosMetodologia de gestão de projectos
Metodologia de gestão de projectos
 
Slaids artigo
Slaids artigoSlaids artigo
Slaids artigo
 
Aula metodologia trabalho acadêmico
Aula metodologia trabalho acadêmicoAula metodologia trabalho acadêmico
Aula metodologia trabalho acadêmico
 
SaúDe Coletiva ImunizaçãO Parte 2
SaúDe Coletiva ImunizaçãO Parte 2SaúDe Coletiva ImunizaçãO Parte 2
SaúDe Coletiva ImunizaçãO Parte 2
 
Febre amarela e Rubéola
Febre amarela e RubéolaFebre amarela e Rubéola
Febre amarela e Rubéola
 
Teorias e modelos de enfermagem
Teorias e modelos de enfermagem Teorias e modelos de enfermagem
Teorias e modelos de enfermagem
 
Apresentação Febre amarela
Apresentação Febre amarelaApresentação Febre amarela
Apresentação Febre amarela
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascular
 
Semninário Febre Amarela
Semninário Febre AmarelaSemninário Febre Amarela
Semninário Febre Amarela
 
Aula 1 metodologia científica
Aula 1   metodologia científicaAula 1   metodologia científica
Aula 1 metodologia científica
 
Febre Amarela epidemiologia
Febre Amarela epidemiologiaFebre Amarela epidemiologia
Febre Amarela epidemiologia
 
Febre amarela
Febre amarelaFebre amarela
Febre amarela
 
19 elaboração da metodologia
19 elaboração da metodologia19 elaboração da metodologia
19 elaboração da metodologia
 
Terapia com celulas tronco nas doencas neurodegenerativas
Terapia com celulas tronco nas doencas neurodegenerativasTerapia com celulas tronco nas doencas neurodegenerativas
Terapia com celulas tronco nas doencas neurodegenerativas
 

Semelhante a Pol resumo da metodologia utilizada pela estratégia

Intervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho socialIntervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho social
isaias tafulane
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOPROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
xiaowu8637
 
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOCST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
xiaowu8637
 
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOCST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Colaborar Educacional
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOPROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Colaborar Educacional
 
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura   tr60 - youth engagingPpt por natália moura   tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Isabel Santos
 
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
Rede de Formação Telecentros.BR
 

Semelhante a Pol resumo da metodologia utilizada pela estratégia (20)

MEVI - Projeto
MEVI - ProjetoMEVI - Projeto
MEVI - Projeto
 
(Transformar) Impacto II
(Transformar) Impacto II(Transformar) Impacto II
(Transformar) Impacto II
 
Projeto MEVI Apresentação
Projeto MEVI ApresentaçãoProjeto MEVI Apresentação
Projeto MEVI Apresentação
 
Intervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho socialIntervencoes do trabalho social
Intervencoes do trabalho social
 
Intervenção social
Intervenção social Intervenção social
Intervenção social
 
Guia de Elaboração de Projetos
Guia de Elaboração de ProjetosGuia de Elaboração de Projetos
Guia de Elaboração de Projetos
 
O papel da_entrevista_na_pratica_do_servico_social
O papel da_entrevista_na_pratica_do_servico_socialO papel da_entrevista_na_pratica_do_servico_social
O papel da_entrevista_na_pratica_do_servico_social
 
Módulo IV Aula 7
Módulo IV Aula 7Módulo IV Aula 7
Módulo IV Aula 7
 
Quadro-dos-Modelos1intervenção social.pdf
Quadro-dos-Modelos1intervenção social.pdfQuadro-dos-Modelos1intervenção social.pdf
Quadro-dos-Modelos1intervenção social.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOPROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
 
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOCST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
 
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOCST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
CST EM COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANOPROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
PROJETO DE EXTENSÃO I - COACHING E DESENVOLVIMENTO HUMANO
 
Pós Graduação em Marketing Digital :: Aula de redes sociais
Pós Graduação em Marketing Digital :: Aula de redes sociaisPós Graduação em Marketing Digital :: Aula de redes sociais
Pós Graduação em Marketing Digital :: Aula de redes sociais
 
Indicador Social
Indicador SocialIndicador Social
Indicador Social
 
Pesquisa ação
Pesquisa açãoPesquisa ação
Pesquisa ação
 
(ConSePS 2015) Imersão 3
(ConSePS 2015) Imersão 3(ConSePS 2015) Imersão 3
(ConSePS 2015) Imersão 3
 
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura   tr60 - youth engagingPpt por natália moura   tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
 
(Transformar 16) Impacto social 2
(Transformar 16) Impacto social 2(Transformar 16) Impacto social 2
(Transformar 16) Impacto social 2
 
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
Síntese dos Grupos de Trabalho - Proposta da Formação - 2º Seminário da Rede ...
 

Mais de Nádia Elizabeth Barbosa Villas Bôas

2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
Nádia Elizabeth Barbosa Villas Bôas
 

Mais de Nádia Elizabeth Barbosa Villas Bôas (20)

Hepatocarcinoma critérios de milão e barcelona
Hepatocarcinoma  critérios de milão e barcelonaHepatocarcinoma  critérios de milão e barcelona
Hepatocarcinoma critérios de milão e barcelona
 
Manual de orientações aos pacientes inscritos em fila espera para transplante...
Manual de orientações aos pacientes inscritos em fila espera para transplante...Manual de orientações aos pacientes inscritos em fila espera para transplante...
Manual de orientações aos pacientes inscritos em fila espera para transplante...
 
2012 manual dos cuidados de enfermagem em pacientes candidatos a transplante ...
2012 manual dos cuidados de enfermagem em pacientes candidatos a transplante ...2012 manual dos cuidados de enfermagem em pacientes candidatos a transplante ...
2012 manual dos cuidados de enfermagem em pacientes candidatos a transplante ...
 
2012 manual do paciente transplante de figado ses pr
2012 manual do paciente   transplante de figado ses pr2012 manual do paciente   transplante de figado ses pr
2012 manual do paciente transplante de figado ses pr
 
2011 aguardando o transplante de fígado orientações para o paciente - hospit...
2011 aguardando o transplante de fígado  orientações para o paciente - hospit...2011 aguardando o transplante de fígado  orientações para o paciente - hospit...
2011 aguardando o transplante de fígado orientações para o paciente - hospit...
 
2007 manual de orientações para pacientes e familiares transplantes de fíga...
2007 manual de orientações para pacientes e familiares   transplantes de fíga...2007 manual de orientações para pacientes e familiares   transplantes de fíga...
2007 manual de orientações para pacientes e familiares transplantes de fíga...
 
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
 
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
2011 determinantes clínicos e laboratoriais da concentração sanguínea do tacr...
 
2006 aspectos da farmacocinética do tacrolimus nos quatro primeiros dias após...
2006 aspectos da farmacocinética do tacrolimus nos quatro primeiros dias após...2006 aspectos da farmacocinética do tacrolimus nos quatro primeiros dias após...
2006 aspectos da farmacocinética do tacrolimus nos quatro primeiros dias após...
 
2006 efeitos da solução salina hipertônica na reperfusão hepática em paciente...
2006 efeitos da solução salina hipertônica na reperfusão hepática em paciente...2006 efeitos da solução salina hipertônica na reperfusão hepática em paciente...
2006 efeitos da solução salina hipertônica na reperfusão hepática em paciente...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
2004 hepatite colestática associada ao vírus da hepatite c pós transplante he...
 

Último

8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
Leila Fortes
 

Último (7)

Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
8 - O Teste de sentar e levantar em 1 minuto como indicador de resultado nos ...
 
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdfENFERMAGEM - MÓDULO I -  HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
 

Pol resumo da metodologia utilizada pela estratégia

  • 1. Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil Programa DEBIBrasil RESUMO DA METODOLOGIA UTILIZADA PELA ESTRATÉGIA LIDER DE OPINÃO POPULAR (POL) Resumo e Histórico: Uma questão chave para a prevenção do HIV é a promoção de normas para o sexo mais seguro dentro de uma comunidade vulnerável. A teoria que embasa a intervenção utilizando líderes de opinião popular é conhecida como “difusão da inovação”. Everett Rogers (1983) desenvolveu sua teoria para compreender como as idéias de uma pessoa ou de um pequeno grupo de pessoas são difundidas e se tornam aceitas por um grande número de indivíduos. Rogers descobriu que certos indivíduos são “líderes de opinião”, fontes confiáveis de informações para outros acerca de um determinado tópico. Se estes indivíduos adotam um produto ou conceito e divulgam seus benefícios, pouco a pouco outros indivíduos dentro da comunidade começam a seguir seus exemplos. Considera-se que a mudança de normas em uma comunidade ocorre mais facilmente quando: - As mudanças de comportamento adotadas pelos líderes de opinião parecem valiosas ou desejáveis. - Os membros da população estão interconectados em redes sociais coesas e identificáveis. - Os líderes de opinião são identificados em cada rede social no interior da população alvo. - Há múltiplas redes sociais no interior da comunidade gay e cada rede tem seus próprios líderes de opinião. - Um número mínimo de líderes de opinião é identificado e recrutado para demonstrar a mudança de comportamento ou atitude, de modo a estabelecê-los claramente para os outros membros da comunidade e, assim, criar uma nova tendência. Rogers acreditava que cerca de 15% da população priorizada precisa adotar o novo comportamento ou atitude para que a mudança na norma venha a ocorrer. Detalhamento da Intervenção: O POL é uma metodologia de intervenção voltada para a prevenção do HIV que considera uma comunidade e que ajuda a criar um ambiente social onde determinado segmento dessa comunidade sinta-se confortável para tomar a decisão de evitar um comportamento sexual de risco. Desta forma, a força desta intervenção está nas pessoas que a conduzem, ou seja, membros da própria comunidade. A equipe ou facilitadores institucionais apenas realizam o trabalho preparatório de planejamento, ensinam técnicas essenciais de comunicação e acompanham ou dão suporte à intervenção. Portanto, é o empenho dos membros da comunidade que incentiva as mudanças na maneira de pensar da própria comunidade sobre como se proteger das DST/HIV. Tais membros da comunidade, no entanto, têm que ser os indivíduos mais populares e confiáveis, pois a intervenção “aproveita” sua influência para mudar as normas sociais existentes. Por meio
  • 2. 2 Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil desse trabalho, toda a comunidade é influenciada, possibilitando assim redução das infecções pelo HIV. A intervenção obtém tal resultado ao mobilizar indivíduos chave para atuar e contribuir na mudança de “normas sociais” de sua comunidade. Entende-se norma social como uma regra de comportamento não escrita. As normas sociais têm um importante papel na definição de comportamentos aceitáveis. Infelizmente, em uma comunidade muitas das normas referentes ao comportamento sexual são ambíguas ou não valorizam a necessidade de se evitar comportamentos sexuais de risco. Os indivíduos chave ou mais populares e confiáveis da comunidade são chamados de “líderes de opinião” ou “formadores de opinião”, pois são os agentes que podem mudar as normas sociais ao incluir e endossar qualquer assunto (como sexo mais seguro) em suas conversas informais com amigos. Os líderes de opinião são identificados e recrutados a partir das principais redes sociais da população priorizada. Como já dito, um líder de opinião é considerado (pela comunidade e/ou segmento da população) como fonte confiável de informações e assim é sempre procurado para conversar sobre temas específicos ou gerais. Os líderes de opinião são pessoas influentes porque apresentam características que os tornam atraentes para outras pessoas: podem ser engraçados, inteligentes, bonitos, sexy, criativos, ou uma combinação destas e muitas outras qualidades. Qualquer que seja a razão, os líderes de opinião exercem um papel muito importante na comunidade porque seus comportamentos e valores são geralmente absorvidos e imitados pelos outros. A influência do líder de opinião pode estar limitada por sua própria “rede social” ou pode estender-se para outras redes. Entende-se como rede social um grupo de pessoas que compartilham interesses comuns. Cada comunidade é composta de muitas redes sociais diferentes. Cada uma delas tem seus próprios líderes de opinião que podem ser captados/sensibilizados para defender o sexo mais seguro (por exemplo) dentro da rede social. Dessa maneira, os líderes de opinião oferecem apoio para que seus amigos e conhecidos evitem comportamentos sexuais de risco. Se um grande número de pessoas começar a defender mudanças de comportamento, (sexo mais seguro por exemplo) essa mudança ocorre de fato, alterando a norma naquela rede (sego mais seguro transforma-se na maneira “correta” de agir). Na medida em que um número crescente de redes sociais começa a defender de um comportamento mais seguro, a comunidade inteira adotará esse comportamento (sexo mais seguro) como norma. Assim, ficará mais fácil para os membros da comunidade adotar medidas que reduzam o risco do HIV e sustentar estas mudanças. Novas infecções poderão ser evitadas, portanto. A metodologia do POL foi testada e sua eficácia comprovada. Observou-se, por exemplo, e via pesquisas randômicas com homens gays, que a aplicação desse tipo de intervenção aumentou o uso de preservativos em 50% e reduziu o percentual de homens relatando sexo desprotegido em 30%.
  • 3. 3 Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil Um aspecto fundamental dessa intervenção é a participação de pelo menos 15% da comunidade alvo nos treinamentos e no início das conversas sobre redução de comportamentos de risco com outros membros da comunidade. Já foi demonstrado e documentado que essa é a porcentagem mínima necessária para que as normas sociais comecem a mudar. Portanto, se a instituição executora consegue recrutar e treinar pelo menos 15% da população priorizada é bastante provável que o sexo mais seguro se torne a norma da comunidade. O modelo dessa intervenção considera quatro momentos distintos. No primeiro trabalha- se com os conceitos da intervenção e uma breve história do seu desenvolvimento. No segundo momento (pré-implantação), a instituição identifica a população a ser priorizada, constrói o apoio comunitário para a intervenção e identifica e recruta os líderes de opinião que participarão do treinamento. No terceiro momento (implantação) o manual do facilitador responsável pelas quatro sessões de treinamento é lido e absorvido como prática a ser executada. Por fim, numa ultima etapa, discute-se e define-se a “manutenção e avaliação” da intervenção. Cabe salientar que essa última etapa também está fortemente ligada à etapa 2 acima descrita (planejamento), uma vez que se trata de refletir sobre como sustentar a intervenção no decorrer do tempo e como avaliar os seus efeitos. Esta divisão feita aqui feita e posicionamento dessa etapa como ultima do processo, tem objetivo também de facilitar a utilização do Manual POL, que deve ser seguido por todas as instituições que implementam intervenções.projetos com esta metodologia. A assistência técnica é um forte e necessário componente para a implantação do POL, pois entende-se ser provável fornecer maiores subsídios também para os seguintes desta intervenção: Identificação de redes sociais; Conversas defendendo a redução de comportamentos de risco; Recrutamento de líderes de opinião; Fornecimento de retorno positivo para os líderes de opinião; Exercício de dramatização com os líderes de opinião; Manutenção da intervenção; Início das conversas sobre redução de comportamentos de risco pelos líderes de opinião. Os POL participam de quatro sessões de treinamento durante as quais discutem os fatos e mitos sobre HIV/Aids, recebem conselhos práticos para trabalhar com a mudança de comportamento, e aprendem e praticam maneiras de reforçar normas para o sexo mais seguro por meio de conversas sobre redução de comportamentos de risco com seus amigos e conhecidos. Após as sessões de treinamento, os líderes de opinião são convidados a conduzir conversas sobre redução de comportamentos de risco com seus amigos na comunidade. Essas conversas são facilitadas pelo uso de pôsteres e bottons (pins) que exibem uma logomarca associada à intervenção/projeto. Os pôsteres expostos em locais comunitários e o uso dos bottons pelos líderes de opinião ajudam a que as pessoas da comunidade façam perguntas sobre o projeto e assim facilita a conversa sobre prevenção e sexo mais seguro. Para ajudar no recrutamento dos POL, pode-se pedir que cada grupo de líderes de opinião convide dois amigos para participar do treinamento. Assim, a nova onda de líderes de
  • 4. 4 Depto DST/AIDS/HV # ENSP/FIOCRUZ # CDC/Brasil opinião começa o treinamento logo que o primeiro grupo termina. Quando o segundo grupo completar o treinamento, os membros recrutam um terceiro grupo e assim sucessivamente. sta forma, cada grupo de líderes de opinião convida o grupo seguinte e consegue-se chegar ao numero total de pessoas que deve ser atingido pelo projeto (15%). Este processo chama-se “bola de neve”, pois permite que a intervenção ganhe impulso com pouco esforço da equipe institucional. Como conseqüência, o número de líderes de opinião aumenta drasticamente, levando a um crescimento correspondente do número de conversas sobre redução de comportamentos de risco na comunidade. Os elementos-chave ou diretrizes principais do POL podem ser resumidos da seguinte forma: 1. Direcionado a uma população identificável, em locais comunitários bem definidos, onde o tamanho da população possa ser estimado. 2. Deve-se usar sistematicamente técnicas etnográficas para identificar os segmentos da população e reconhecer as pessoas mais populares, estimadas e dignas de confiança em cada um desses segmentos. 3. Durante a vida do projeto 15% da população priorizada e do local onde a intervenção acontece deve ser treinadas como POL. 4. O treinamento (sessões) para os POL os habilita a iniciar conversas rotineiras com amigos e conhecidos, onde mensagens sobre a redução de comportamentos de risco são utilizadas/repassadas 5. O treinamento (sessões) para os POL os instrumentaliza em formas de comunicação eficazes voltadas para a mudança efetiva de comportamento, tendo como alvo atitudes, normas e intenções. 6. O(s) grupo(s) de POL devem se encontrar semanalmente para sessões/reuniões/conversas visando compartilhar experiência e também aprimorar suas habilidades e aumentar sua autoconfiança (considerando avanços e desafios). Nessas sessões/reuniões utilizam-se, sobretudo, exercícios de dramatização para auxiliar os POL, demonstrando assim (e também) como a comunicação com outros membros da comunidade sobre prevenção do HIV pode ser mais eficaz e efetiva 7. Tais grupos devem ser pequenos o suficiente para possibilitar melhores oportunidades em relação aos exercícios práticos, de modo que todos os POL possam desenvolver suas habilidades comunicacionais e se sintam confortáveis na transmissão de mensagens sobre prevenção e sexo mais seguro. 8. Entre essas sessões, os POL estabelecem metas a serem alcançadas em termos de conversas com amigos e conhecidos da população priorizada sobre a redução de comportamentos de risco (i.e. quatro conversas com diferentes amigos a serem feitas no prazo de 08 dias). 9. O resultado alcançado pelas conversas realizadas (metas estabelecidas) é revisto e discutido nas sessões de treinamento subseqüentes repactuando, novas metas a serem alcançadas. 10. Logomarcas ou símbolos são usados como identificação e facilitados de conversas na interação entre os POL e outros membros da comunidade.