Depressão infantil: causas, sintomas e tratamentos
1. EPISÓDIO DEPRESSIVO E
“DOENÇA DEPRESSIVA” NA
CRIANÇA
Depressão Em Crianças Negada Por
Muito Tempo.
Episódio Depressivo # Doença
Depressiva
Episódio Depressivo: Semiologia
Definida
Existência ou não de uma continuidade
depressiva da infância à idade adulta.
2. • Melanie klein: medo da criança de perder os
bons objetos
• Winnicott: inquietude ou compaixão para definir
o momento em que a criança percebe o caráter
impiedoso de sua conduta anterior em relação à
mãe.
• M. Mahler: momento depressivo corresponde a
esse duplo movimento de relativa decepção em
relação ao objeto maternal e de melhor
percepção de sua individualidade, ao mesmo
tempo de sua fraqueza.
3. • Spitz: lactentes após brutal separação da mãe
– depressão anaclítica (falta de apoio da mãe
para se desenvolver)
• Bowlby: separação da mãe
a) Fase de protesto
b) Fase de desespero- estado de luto
c) Fase de desligamento
Resposta depressiva é uma reação afetiva de
base: representa uma das respostas possíveis
a um estado de sofrimento
Reação depressiva traduz a perda de um estado
de bem-estar anterior no qual está incluída a
relação com o objeto
4. • A reação depressiva, situada logo antes do
estágio de resignação impotente, está
intimamente ligada ao desenvolvimento da
agressividade não descarregada.
• 2 pontos fundamentais no processo
depressivo:
- A importância das pulsões agressivas com a
possibilidade de sua elaboração e/ou expressão
pelo sujeito
- A importância da perda ou da separaçãono
passado da criança depressiva
5. O Episódio Depressivo da Criança;
Sobrevindo no decorrer de um acontecimento com valor
de perda ou de luto, esse episódio sobrevém
progressivamente, embora o comportamento da criança
se mostre claramente modificado em relação à situação
anterior:
• abrandamento psicomotor e inibição motora
• rosto pouco expressivo, pouco móvel, pouco sorridente
• momentos de agitação e de inércia
• perda de auto-estima
• sentimento de desvalorização e de culpabilidade
• fracasso escolar
• Distúrbios do apetite, do sono
• Idéias de morte, de suicídio
• Temática do fracasso e da impossibilidade está em
primeiro plano na consulta clínica
6. Episódio depressivo pode apresentar uma
sintomatologia mais pobre, mais
duradoura e negada pelos pais.
Depressão duradoura:
• Fracasso escolar
• Desleixo
• Condutas auto-agressivas
Sintomas como equivalentes depressivos:
Enurese, asma, eczema, obesidade,
anorexia isolada.
7. Depressão em função da idade:
Depressão do bebê e da criança bem pequena
(até 30 meses)
Depressão da criança pequena( 3 a 5-6 anos)
conduta de luta contra os afetos depressivos
isolamento, retraimento, calma excessiva
agitação, condutas agressivas, condutas
masturbatórias crônicas e compulsivas
aquisições sociais são perturbadas
perturbações somáticas
busca de punição
perda de autonomia
8. Diagnóstico
A “depressão” na criança é mais frequentemente
subavaliada do que diagnosticada por excesso.
Existência de dor crônica em criança pequena
Epidemiologia:
6 a 11 anos – 0,6% / 2,7% / 17%
População clínica a frequência é maior
Prevalência de meninos
Risco evolutivo não negligenciável
Risco de suicídio onze vezes maior
9. Contexto Etiopatológico:
• Existência de perda ou de separação –
constante na história de crianças deprimidas –
perdas reais e/ou fantasmáticas, interativas,
banais.
• Ambiente familiar – frequência de antecedentes
de depressão dos pais, em particular, da mãe
frequência de carência parental
excessiva severidade educativa
desenvolvimento da instância superegóica
impiedosa (crianças vítimas de maus tratos)
10. Psicopatologia
2 tipos de depressão na criança:
- As que são consecutivas a uma privação
precoce e massiva – alteração do
equilíbrio psicossomático e das condições
da maturação e do desenvolvimento
( figura do vazio e do irrepresentável)
- As que são consecutivas a uma ausência,
uma perda, uma falta secundária
(figura do cheio do objeto que falta)
11. A doença maníaco-depressiva e/ou
bipolar na criança:
Kraepelin: 10 critérios de reconhecimento
de uma psicose maníaco-depressiva em
crianças – nenhuma criança antes da
adolescência reúne mais de 7 critérios; 3
casos respondem a mais de 5 critérios
Uma doença maníaco-depressiva em sua
forma monopolar e em sua forma bipolar
típica pode ser reconhecida e isolada nas
crianças desde os 6/7 anos, mas são
formas muito raras – diagnóstico difícil
12. Abordagem Terapêutica
• Prevenção
• Reconhecimento da depressão e a identificação
empática com o sofrimento da criança
• A doença depressiva e a negação do sofrimento
depressivo
• Terapias
• Intervenções no ambiente
• Tratamentos medicamentosos – reservar a
prescrição de anti-depressivos às formas
clínicas graves
Carbonato de lítio