2. Quem eram os sofistas?
A Democracia ateniense, devido ao espírito de competição política e judiciária
exigia uma preparação intelectual muito completa dos cidadãos.
Vindos de toda a parte do mundo grego, os sofistas (mestres de sabedoria),
dedicam-se a fazer conferências e a dar aulas (ensinavam técnicas que auxiliavam
as pessoas a defenderem o seu pensamento particular) nas várias cidades-estados.
Eles se opunham à filosofia pré-socrática dizendo que estes ensinavam coisas
contraditórias e repletas de erros que não apresentavam utilidade nas pólis
(cidades). Dessa forma, substituíram a natureza, que antes era o principal objeto de
reflexão, pela arte da persuasão.
3. “A argumentação se reduz, muitas vezes, a nosso interesse revestido de alguma
racionalidade ou aparência lógica.”
4. O que são falácias e sofismas?
Falácias e sofismas são designações dadas a silogismos e argumentos capciosos e
falsos.
Constituem-se de raciocínios onde se cometem infrações contra algumas das
regras logicas.
L
ó
g
i
c
a
“ferramentas para o raciocínio correto”
5. Cuidado com as palavras! Cuidado com o que você ouve, lê ou escreve. Você não
deve acreditar em tudo o que ouve ou lê. Você deve ter habilidade para lidar com
discursos, com textos, com o que lhe dizem, com argumentos que lhe apresentam
nos debates do dia-a-dia. Deve distinguir o que o vulgo confunde. Deve ter
critérios para aceitar ou rejeitar enunciados, argumentos, declarações feitas. Muitas
carecem de fundamentação.
São ardilosas. Enganadoras. Fraudulentas. Falsas. Falaciosas.
7. Ataques pessoais (ad hominem)
Definição: Ataca-se pessoa que apresentou um argumento e não o argumento que
apresentou. Ataca, por exemplo, o caráter, a nacionalidade, a raça ou a religião da
pessoa. Pensa-se que, ao se atacar a pessoa, pode-se enfraquecer ou anular sua
argumentação.
Exemplo: “Depois de Ana apresentar de maneira eloquente e convincente uma possível
mudança na UFMT, Samuel pergunta aos presentes se eles deveriam mesmo acreditar
em qualquer coisa dita por uma mulher que não é casada, já foi presa e, pra ser sincero,
tem um cheiro meio estranho.”
Contra argumentação: Identifique o ataque e mostre que o caráter ou as circunstâncias
da pessoa nada tem a ver com a verdade ou falsidade da proposição defendida.
8. Apelo à autoridade
Definição: Você usa a sua posição como figura ou instituição de autoridade no
lugar de um argumento válido.
Exemplo: “Um professor de matemática se vê questionado de maneira insistente
por um aluno especialmente chato. Lá pelas tantas, irritado após cometer um
deslize em sua fala, o professor argumenta que tem mestrado pós-doutorado e
isso é mais do que suficiente para o aluno confiar nele.”
Contra argumentação: Mostre que a pessoa citada não é autoridade qualificada. Ou
que muitas vezes é perigoso aceitar uma opinião porque simplesmente é
defendida por uma autoridade. Isso pode nos levar a erro.
9. Espantalho
Definição: Você desvirtua um argumento para torná-lo mais fácil de atacar. O
argumentador, em vez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um
argumento diferente, mais fraco ou tendenciosamente interpretado.
Exemplo: “Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e
educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a
ponto de querer deixar o nosso país completamente indefeso, sem verba militar.”
Contra argumentação: Mostre que o argumento oposto foi mal representado,
mostrando que os opositores têm argumentos mais fortes. Descreva um argumento
mais forte.
10. Apelo às consequências
(ad consequentiam)
Definição: O argumentador, para “mostrar” que uma crença é falsa, aponta
consequências desagradáveis que advirão da sua defesa.
Exemplo: “Não pode aceitar que a teoria da evolução é verdadeira, porque se fosse
verdadeira estaríamos no nível dos macacos.”
Contra argumentação: Identifique as consequências e argumente que a realidade
não tem de se adaptar aos nossos desejos.
11. Apelo à Ignorância (ad ignorantiam)
Definição: Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se
ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é
verdadeiro.
Exemplo: “Como os cientistas não podem provar que se vai ter uma guerra global,
ela provavelmente não ocorrerá.”
Contra argumentação: Identifique a proposição em questão. Argumente que ela
pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por agora, não o saibamos.
12. Apelo à Novidade
(argumentum ad novitatem)
Definição: Consiste no erro de afirmar que algo é melhor ou mais correto porque é
novo, ou mais novo.
Exemplo: “Saiu a nova geladeira Polo Sul. Com design moderno, arrojado, ela é
perfeita para sua família, sintonizada com o futuro.”
Contra argumentação: Mostre que o progresso ou a inovação tecnológica não
implica necessariamente que algo seja melhor.
13. Depois Disso, logo por Causa Disso
(post hoc ergo propter hoc)
Definição: Um autor comete a falácia quando pressupõe que, por uma coisa se
seguir a outra, então aquela teve de ser causada por esta.
É o erro de acreditar que em dois eventos em sequência um seja a causa do outro.
Exemplo: “O chá de quebra-pedra é bom para cálculos renais. Tomei e dois dias
depois expeli a pedra.”
Contra argumentação: Mostre que a correlação é coincidência, mostrando: 1) que o
"efeito" teria ocorrido mesmo sem a alegada causa ocorrer, ou que 2) o efeito teve
uma causa diferente da que foi indicada.
14. Bola de Neve
(reductio ad absurdum)
Definição: Para mostrar que uma proposição, P, é inaceitável, extraem-se consequências
inaceitáveis de P e consequências das consequências... O argumento é falacioso quando
pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso.
Exemplo: “Se aprovarmos leis contra armas automáticas, não demorará muito até
aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os
nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos
banir as armas automáticas.”
Contra argumentação: Argumente dizendo que as consequências, os fatos, os eventos
podem não ocorrer.
15. Inversão do ônus da prova
Definição: Consiste em transferir ao ouvinte o ônus de provar um enunciado, uma
afirmação.
Exemplo: “Deus existe. Você não acredita? Então prove que eu estou errado.”
Contra argumentação: Mostre que o ônus da prova, isto é, a responsabilidade de
provar um enunciado cabe a quem faz a afirmação.
16. Outras falácias
Falso dilema
Pergunta complexa
Apelo à motivos
Apelo à força
Apelo à Piedade
Apelo à preconceitos
Apelo ao povo
Fugir ao assunto
Estilo sem substância
Generalização precipitada
Amostra limitada
Falsa analogia
Indução preguiçosa
Omissão de dados
Falácia do acidente
Falácia inversa do acidente
Falácias causais
Causa genuína, mas insignificante
Tomar o efeito pela causa
Causa complexa
Petição de principio
Conclusão irrelevante
Equivoco
Anfibologia
Ênfase
Etc...
17. Conclusão
Nem toda falácia é intencional. Conhecendo-as podemos nos abster de tal tipo de
argumentação, que pode ser prejudicial pois induz ao erro, tanto á nós quanto a
quem se dirigi a informação.
O conhecimento sobre falácias e lógica é sempre útil em conversas, debates, em
qualquer ocasião que peça algum tipo de análise, construção e exposição de
raciocínio ou argumentação. Dependemos disso pra nos relacionarmos uns com os
outros, para nos fazer entender claramente, melhorar nossa forma de pensar e para
resolvermos as coisas práticas da vida, pode ser bem útil conhecer e entender estes
processos, ainda que superficialmente.
18. Bibliografia
CABRAL, Gabriela. Sofistas. Mundo educação. Disponivel em
http://www.mundoeducacao.com.br/filosofia/sofistas.htm. Acesso em 11 de maio 2013
Como evitar falácias. Pontifícia Universidade Católica, Rio grande do Sul. Disponível em:
http://www.pucrs.br/gpt/falacias.php. Acesso em: 11 de maio 2013.
DOWNES, Stephen. Guia das Falácias. Universidade de Alberta, Canadá. Disponível em
http://www.onegoodmove.org/fallacy/welcome.htm. Acesso em: 11 de maio 2013.
Escola Sofistica. Wikipédia. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_sof%C3%Adstica.
Acesso em 11 de maio 2013.
RODRIGUES, Fabio. Não cometerás nenhuma dessas 24 falácias lógicas. Papo de Homem.
Disponível em http://papodehomem.com.br/falacias-logicas/. Acesso em 11 de maio 2013.
Sofistas. A filosofia. Disponível em http://afilosofia.no.sapo.pt/sofistas.htm. Acesso em 11 de maio
2013.
Notas do Editor
Argumento usado normalmente pelos teístas contra os ateus.