Este documento fornece orientações sobre como fazer um trabalho de pesquisa, incluindo como redigir o texto, as divisões principais de um trabalho e como inserir citações e gráficos. Fornece instruções detalhadas sobre a introdução, desenvolvimento e conclusão de um trabalho, além de orientações sobre como elaborar a bibliografia.
1. TEXTO DE APOIO
COMO FAZER UM TRABALHO DE PESQUISA
I – REDACÇÃO DO TEXTO – ALGUNS CONSELHOS
1- Antes de iniciares a redacção do texto do teu trabalho, convém analisares de novo o
esquema/índice provisório e tentar apurá-lo a partir das leituras que entretanto fizeste.
2- Nunca deves utilizar termos/conceitos sem os clarificares.
3- Procura utilizar predominantemente frases afirmativas, em vez de negativas, já, que estas
exigem um maior esforço de compreensão por parte de quem lê o texto.
4- Procura (construir frases curtas e concisas.
5- Procura que a cada parágrafo corresponda apenas uma ideia.
6- Sempre que surja a necessidade de fazeres referência a um título de um livro (ao longo do teu
trabalho), deves fazê-lo sempre em itálico ou sublinhado.
7- Deverás ainda utilizar o itálico ou sublinhado nos seguintes casos:
a) títulos de filmes ou canções;
b) poesias;
c) peças de teatro;
d) obras de arte;
e) palavras estrangeiras;
f) frases ou palavras que queiras evidenciar.
8- Procura espaçar as linhas (sem exagero, é claro) a fim de facilitares a leitura. Caso contrário,
ela pode tornar-se cansativa.
II – DIVISÕES/PARTES DE UM TRABALHO
De uma maneira geral, um trabalho deverá ter a seguinte estrutura:
1. Capa;
2. Índice;
3. Introdução;
4. Desenvolvimento;
5. Conclusão;
6. Bibliografia.
Casos há em que poderás utilizar Anexos.
1. Capa
Fazem parte da capa os seguintes elementos:
Nome da escola
Disciplina ou área a que se destina
Título do trabalho
Identificação do(s) autor(es):
- Nome do aluno ou grupo de alunos que elaboraram o trabalho;
- Ano, turma e número(s);
Ano lectivo em que o trabalho foi feito.
2. 2. Índice
No índice deves apresentar o nome ou a designação das partes que constituem o te trabalho.
A cada uma delas corresponderá uma numeração.
Esta numeração será romana (I, II, III, …) se se tratar de um tema mais geral ou capítulo (o
título deste deve apresentar-se totalmente em maiúsculas). Este tema, por sua vez, poderá dividir-se
em partes. Neste caso a numeração utilizada será a árabe (1, 2, 3, …). A estas partes damos o nome
de subcapítulos. Cada uma destas divisões e subdivisões deve conter, à frente as páginas onde as
podemos encontrar.
Os títulos e subtítulos devem aparecer, ao longo do trabalho, com a mesma numeração e o
mesmo tipo de letra com que foram apresentados no índice.
3. Introdução
Quem vai ler o teu trabalho, logo na introdução deverá ficar com uma ideia daquilo que irá
encontrar. Deste modo, a introdução deverá conter sumariamente o que vais tratar e como o irás
fazer.
A introdução está para o teu trabalho como um mapa para uma cidade. Um mapa é um
esquema com os aspectos/caminhos mais importantes de uma cidade; a introdução do teu trabalho,
mesmo que este seja muito pequeno, também deverá dizer o que fizeste e como fizeste, de forma
bastante resumida (em poucas palavras).
Provavelmente, terás que refazer várias vezes a introdução porque, certamente, escreveste
no início aquilo que pretendes fazer. Porém, à medida que vais construindo o teu trabalho e adquires
novos conhecimentos, é provável que o queiras organizar de outro modo ou completar.
Exemplo de alguns aspectos que poderás colocar na introdução:
O tema é...
Foi escolhido devido a...
O que se pretende tratar é... com o objectivo de demonstrar...
Resolvemos começar por... e continuar...
A seguir faremos um inquérito... etc.
Finalizado o teu trabalho, guarda-o por uns dias, relê-o posteriormente, tendo o cuidado de
verificares se a introdução aborda os seus aspectos fundamentais.
Em caso afirmativo, está pronto a entregar. Em caso negativo, é provável que depares com
uma das seguintes situações:
a) referiste elementos na introdução que posteriormente te esqueceste de analisar no corpo do
trabalho;
b) esqueceste-te de referir na introdução aspectos que o corpo do trabalho possui:
c) podes ainda ter pensado abordar o tema de uma forma e na realidade, fizeste uma abordagem
diferente.
Em qualquer dos casos terás que reformular a tua introdução ou reformular o teu trabalho.
4. Desenvolvimento
O desenvolvimento, também chamado corpo do trabalho, é a parte mais extensa deste. Nele
encontramos um tema a partir do qual formulaste um ou vários problemas, que vais analisando e
solucionando.
Nem sempre é possível uma única resposta, mas sim várias. Umas podem opor-se, outras
complementam-se. Contudo, o teu trabalho deve conter elementos que clarifiquem o(s) referido(s)
problema(s) e resposta(s).
Deves apresentar, de igual modo, os objectivos e as razões que te levaram a tratar este
tema/problema. Para tal, procura responder às seguintes questões:
- Por que é que eu resolvi fazer este trabalho?
- Para quê?
- O que é que eu pretendo saber ou alcançar?
3. O teu trabalho deve ainda manifestar a tua própria reflexão sobre os problemas levantados. É
evidente que não basta dizeres: - Eu tenho esta ou aquela opinião –, mas deves justificar as posições
que tomaste.
Além disso, o teu trabalho deve apresentar dois aspectos:
1 - aquilo que já sabes sobre o tema que escolheste;
2 - a informação que recolheste em revistas, jornais, livros, inquéritos, sondagens de opinião,
entrevistas, etc. Esta informação pode ser apresentada sob a forma de citação, podes utilizar
palavras tuas explicando o que compreendeste daquilo que leste ou, ainda, utilizando os
dois em simultâneo (texto teu e citação).
Toda esta informação – a que já possuías sobre o assunto e a que resultou das tuas leituras –
deve ser apresentada de uma forma organizada a fim de que se possa ver o caminho que percorreste
para solucionar o problema. Por isso, deverás ter muito cuidado para não caíres em contradição.
5. Como fazer uma citação
Citação é uma transcrição de um texto exactamente como o autor o escreveu. Deves pôr
sempre entre aspas [“…”] aquilo que transcreveste. No final deves colocar entre parêntesis [(…)] o
nome do autor da frase, o ano em que de a escreveu e a página.
Ex.: “…” (ECO, 1980: p.12).
Se pretendes transcrever mais do que três ou quatro linhas, deves separar/destacar o que
transcreveste do resto do texto, como está neste exemplo.
A violência é algo com que nos deparamos a cada momento das nossas vidas, Por
exemplo o caso dos jogos de futebol que mobilizam milhares de pessoas e dos
quais quase…Umberto Eco (1986), na sua obra Viagem na Irrealidade Quotidiana,
relata de forma viva estes domingos inesquecíveis:
Aquelas multidões de apaixonados arrasados pelo enfarte nas bancadas, aqueles
árbitros que pagam um domingo de celebridade expondo-se a graves injúrias à
sua pessoa, aqueles excursionistas que descem ensanguentados do autocarro,
feridos pelos vidros estilhaçados à pedrada, aqueles jovens em festa que ébrios, à
noite, correm pelas ruas fazendo surgir a sua bandeira da janela do Fiat 500
superlotado e se esmagam contra um TIR, aqueles atletas arruinados
psiquicamente… (p.172)
Efectivamente podemos deparar-nos com múltiplos tipos de violência - dentro e
fora dos campos - aliados ao desporto.
Se numa citação que já colocaste entre aspas surgir uma frase igualmente entre aspas, deves
usar aspas simples [‘…’].
Atenção, deves ter a preocupação de não citar textos muito longos. Estes deverão ser escritos
por palavras tuas ou “cortados”. Os cortes ou omissões deves assinalá-los com parêntesis [(…)].
Numa citação podes ainda ter necessidade de esclarecer algo para que o texto se compreenda
melhor. Estas explicações que acrescentas deverás colocá-las entre parêntesis recto […]. Por
exemplo, se transcrevemos a seguinte frase de Eco: “Aqui não se tenta absolver…” quem não leu o
livro não sabe a que local se refere o autor. Essa dificuldade pode ser ultrapassada se escrevermos:
“Aqui [no Goethe Instituto] não se tenta absolver…” (ECO, 1986: p.39).
5.1. Como inserir gráficos/imagens
Um gráfico entende-se como um documento onde é apresentada uma informação de modo
visual, com o objectivo de, por esse meio, a comunicar ao leitor. Supõe-se que um gráfico tem uma
leitura mais intuitiva/imediata do que um texto.
4. Porém, este tipo de informação precisa de ser ensinado a ler, isto é, nem toda a gente sabe
“ler”os dados ou elementos do gráfico. É preciso, por isso, que ao lado da informação visual esteja
também uma informação verbal que permita clarificar melhor o gráfico.
Sem isso, o gráfico aparece no meio do texto como se fosse uma colagem, sem sentido. O
que se disse para a utilização de gráficos em trabalhos escritos aplica-se também à inserção de
imagens. Também elas devem ser explicadas sempre que possível com uma legenda ou no próprio
texto que acompanham.
Regras básicas para inserir gráficos/imagens
- toda a imagem/gráfico deve estar sempre em relação com o texto.
- os documentos gráficos são sempre explicados:
a) ou por legendas, que devem funcionar de modo independente do texto, ou
b) no próprio texto, em simultâneo;
c) os gráficos/imagens devem ser colocados sempre próximo ou, simultaneamente, no local
onde são analisados no texto;
Utiliza, equilibradamente, a informação visual. Pensa que se ela, por um lado, alivia o texto,
por outro, quando em exagero, acaba por pesar e dar um sentido de vazio ao trabalho.
6. Conclusão
A conclusão é como que o resumo do teu trabalho. Enquanto que ao longo do
desenvolvimento te preocupaste em apresentar as questões e as diferentes fundamentações
devidamente encadeadas (argumentação/refutação) de modo mais ou menos exaustivo, a conclusão
deve dar ao teu leitor uma visão de conjunto. Ela deve conter a(s) resposta(s) que deste à(s)
pergunta(s) formulada(s), assim como deve abrir a possibilidade de novas questões, passíveis de um
trabalho posterior. Evidentemente, estas questões devem decorrer, logicamente, do trabalho que
realizaste.
7. Bibliografia
Em qualquer trabalho que fazemos nunca partimos do zero. Certamente já outras pessoas
pensaram sobre o assunto que agora te preocupa. Assim sendo, é conveniente que tomes
conhecimento do que disseram.
Ao leres alguns livros encontrarás, para tua surpresa, algumas ideias que já te tinham
passado pela cabeça – neste caso os livros servem para apoiar as tuas opiniões (enfim, para que não
sejas tu o único a dizer e a pensar deste modo). Mas encontrarás também ideias que jamais te
passaram pela cabeça – neste caso amplias os teus conhecimentos e enriqueces o teu trabalho.
Para facilitar a apresentação desta documentação, existem normas internacionais – por
vezes variam em pormenores – que permitem a qualquer pessoa encontrá-la facilmente. Deverás
seguir as normas que te apresentamos. Comecemos pelos livros:
Exemplo:
ROSA, Manuel Ferreira (1973). O Ponto e o Rumo do Ensino Ultramarino. Porto: Porto Editora.
1- Nome do autor: apelido em maiúsculas, vírgula, nome próprio (quando é mais do que um autor,
os seguintes devem ser referidos com o nome próprio, seguido do apelido em maiúsculas).
Exemplo:
CASTILHO, Ataliba de e Dino PRETI
1.1 – Se se tratar de uma publicação SEM AUTOR definido, o título surgirá no início, em
maiúsculas.
Exemplo:
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO: Lei nº 4/83, Boletim da República, I Série, República
Popular de Moçambique
5. 2 - A seguir ao nome do autor é colocada a data em que o livro foi editado, entre parêntesis (cf.
primeiro exemplo).
3- Em seguida coloca-se o título da obra, seguido de ponto. Este deve apresentar-se sublinhado ou
em itálico e em maiúsculas, excepto nas palavras gramaticais.
4- Após o título da obra surge o número da edição, o local de publicação: a cidade, dois pontos e
depois a editora (cf. primeiro exemplo).
No caso de se tratar de um periódico (jornal ou revista), os elementos antes referidos sofrem
alteração de posição e alguns são mesmo excluídos. Observa o exemplo de uma referência de um
artigo de jornal semanário:
CARVALHO, Rui de (1992). Afinal a Terra Gira. Expresso revista. 14 de Novembro. Nº 385.
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Como verificas temos os seguintes elementos:
1. Nome do Autor;
2. Ano da publicação, entre parêntesis ( );
3. Título do artigo, seguido de ponto (.);
4. Nome da revista;
5. Data da publicação;
6. Indicação das páginas.
Extraído do livro: “Eu vou fazer um trabalho”
de Isabel Gomes, Isabel Marcelino, Agostinho Franklin;
Porto Editora, 1994.