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STARTUP
ENGINEERING
L I Ç Õ E S E I N S I G H T S D O U N I V E R S O D E
S O F T WA R E E M E M P R E S A S I N O VA D O R A S
ROTEIRO
• About
• Startup: que diabos é isso?
– O que saber para não falar besteira?
• Engenharia de Software
– Ontem, hoje e amanhã
• O que startups usam?
– Sobre a pesquisa, seus resultados e aprendizados
• Wrap up!
2
ABOUT - MARVIN FERREIRA
[2009-2012]
B.Sc. Computer Science – PUCSP
[2013-2016]
M.Sc. Computer Engineering – POLI-USP
Software Engineer - Team Lead
Webmotors S/A
Professor
Universidade Anhembi Morumbi
More info:
https://www.linkedin.com/in/marvinferreira
3
STARTUP: QUE
DIABOS É ISSO?
A L G U N S C O N C E I TO S PA R A N Ã O
FA L A R M O S B E S T E I R A
4
“STARTUP É UM NEGÓCIO QUE VOCÊ
CRIA UMA EMPRESA E VAI AJEITANDO
ELA ATÉ O NEGÓCIO COMEÇAR A
ANDAR E VENDE O MAIS RÁPIDO
POSSÍVEL PARA NÃO TER QUE
APRENDER A ADMINISTRAR TODOS
OS PROBLEMAS DE UMA EMPRESA”
- EXECUTIVO EM UM CENTRO COMERCIAL DE SP
5
UM POUCO DE FORMALIDADE
- O QUE É UMA STARTUP?
“Uma pequena companhia explorando novas oportunidades de negócios, trabalhando
para resolver problemas onde a solução não é bem conhecida e o mercado é altamente
volátil.” (GIARDINO; ET AL, 2014)
“Um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente,
escalável e em condições de extrema incerteza.” (SEBRAE, 2014)
“Uma instituição humana designada para criar um novo produto ou serviço sobre
condições de extrema incerteza.” (RIES, 2011)
6
CARACTERÍSTICAS
• Jovens e imaturas:
– é uma empresa (não se assuste) nova e sem experiência, em relação a outros tipos de empresas
e negócios
• Recursos limitados:
– Financeiro, pessoal e tempo. Os primeiros recursos que este tipo de empresa investe são na
produção, na promoção do produto e na construção de alianças estratégicas
• Influências múltiplas:
– Investidores, clientes, parceiros e por outras empresas que competem no mesmo mercado, atuais
ou potenciais
• Tecnologias e mercados dinâmicos:
– Geralmente surgem com as mudanças na área de tecnologia
7
ALGUNS DADOS
• 65% das startups não sobrevivem aos primeiros cinco anos de existência e 75% das
startups que recebem investimentos de venture capital falham (NOBEL, 2011)
– Isso se mantém atual, um estudo da Fundação Dom Cabral (2014) constatou que ao menos
50% das startups brasileiras não sobrevivem aos primeiros 4 anos
• Estudos relacionados a Engenharia de Software tem negligenciado estas
empresas
• Não sabemos até que ponto a Engenharia de Software influência em seu fator de
sucesso
8
FATORES MAIS IMPORTANTES E MENOS
IMPORTANTES PARA A SOBREVIVÊNCIA*
Mais importantes:
• Aceitação do produto/tecnologia/serviço comercializado pelo mercado
• Sintonia entre os fundadores (e do time principalmente)
• Capacidade de adaptação dos gestores às necessidades/mudanças do mercado
Menos importantes:
• Facilidade na produção da tecnologia/produto inicialmente idealizado
• Bom relacionamento e entendimento entre fundadores e investidores
• Disponibilidade de capital para investir no negócio
*Fundação Dom Cabral, 2014 9
UM FATOR MEGA IMPORTANTE: TUDO
É TRABALHO DE FORMIGUINHA
• TENHA UMA VISÃO DE PRODUTO (BUSINESS PLAN)
• EXPERIMENTE DIREÇÕES DISTINTAS PARA O QUE ESTÁ FAZENDO (E MEÇA)
• CONSTRUA POUCO A POUCO E TESTE HIPÓTESES (MVP E DESIGN THINKING SÃO
GRANDES ALIADOS)
• VOCÊS NÃO SÃO UM CORINGA, BUSQUEM PESSOAS QUE OS COMPLEMENTEM
• TENHA SEMPRE EM MENTE O “PORQUÊ” DAQUILO QUE FAZ (Simon Sinek)
11
E O QUE A
ENGENHARIA DE
SOFTWARE TEM A
VER COM ISSO?O P A P E L D O P R O C E S S O D E
D E S E N V O L V I M E N T O C O M O F A T O R D E
S U C E S S O
12
UM POUCO DE FORMALIDADE?
- O QUE É ENGENHARIA DE SOFTWARE?
“The systematic application of scientific and technological knowledge, methods, and
experience to the design, implementation, testing, and documentation of software.“
(IEEE Systems and software engineering – Vocabulary)
“An engineering discipline that is concerned with all aspects of software production.”
(Ian Sommerville)
13
DE ONDE VIEMOS?
• Crise do software – décadas de 60 a 70
– Estouro de orçamento e prazo do projeto
– Software de baixa qualidade e que não atingiam seus requisitos
– Projetos ingerenciáveis e de baixa manutenibilidade
• Nesta época surgiu o famoso Waterfall (Royce, 1970)
– E com isso novos problemas
• Processos iterativos e incrementais começam a se popularizar
– Em fevereiro de 2001 é assinado o mítico MANIFESTO ÁGIL
14
DIRETAMENTE DO TÚNEL DO TEMPO...
15
E TODA IDEIA TEM SEUS PRINCÍPIOS
16
DE TUDO ISSO PODEMOS TIRAR 3
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS:
• Transparência continua
• Receptividade a mudança
• Aumento na entrega de valor
Tudo isso pode ser resumido através do conceito de AGILIDADE:
• Highsmith (2002), “a capacidade de criar e responder a mudanças a fim de lucrar em
um ambiente de negócios turbulento”
• Krutchen (2010), “a habilidade de uma organização de reagir à mudança em seu
ambiente mais rapidamente que a taxa de mudanças”.
17
E DEPOIS? O
QUE MAIS
ACONTECEU?
18
ESSE NEGÓCIO SÓ CRESCEU...
Fonte: Version One, 2007-2017
19
E QUAIS MÉTODOS + UTILIZADOS?
Fonte: Version One, 2013
20
TÁ BOM, MAS E HOJE?
Version One 11th Annual State of Agile Survey (2016)
21
E SOBRE AS PRÁTICAS USADAS?
22
E TEM ALGO DE NOVO?
23
TA BOM, MAS O
PAPO NÃO ERA
SOBRE STARTUPS?
24
ONDE ESSE PAPO DE STARTUP E
PRÁTICAS COMEÇOU?
• Estudo desenvolvido entre 2013 e 2016 na POLI-USP
– Título: ANÁLISE DA ADERÊNCIA DE PRÁTICAS ÁGEIS NA CULTURA DE STARTUPS DE
SOFTWARE: O MAPEAMENTO DE PRÁTICAS ATRAVÉS DO SEMAT KERNEL
• Objetivo: Analisar a aderência de práticas ágeis, independentes de seus métodos no
ambiente de startups brasileiras de tecnologia (Ah vá?)
25
MAS NÃO É SÓ USAR O QUE JÁ TEM?
- NÃO!!!
• Os problemas encontrados em startups se diferem dos encontrados em empresas
comuns
• Problemas eficientemente resolvidos pelos métodos ágeis podem NEM EXISTIR em
startups
• Aplicar um método ágil BY THE BOOK é inviável em um ambiente com tantas
restrições como o de startups (por exemplo: pair programming, TDD e etc..)
• Modelos de maturidade e padrões (CMMI ou ISO) NÃO se aplicam
26
E ALGUÉM DEU BOLA PARA ISSO NO
PASSADO?
• Pouquíssimas pesquisas nos últimos 10 anos
• Foco maior no ciclo de desenvolvimento em empresas com negócios consolidados
• A maioria dos estudos analisavam apenas os métodos em si e não a importância e
relevância das práticas que o constituem
• Alguns estudos pioneiros reconheceram a importância e potencial do estudo de
startups
– Fayad 2000, Sutton 2000, Yau e Murphy 2013, Giardino el al 2014 e 2016
27
E O QUE FOI FEITO?
• Levantamento de métodos ágeis mais utilizados...
– Scrum, Scrum/XP híbrido, Scrumban, Kanban e Lean
• Mapeamento de suas práticas de forma independentes em um modelo agnóstico*
que represente a essência de todos os aspectos da Engenharia de Software
– Chegando a um total de 26 práticas (algumas foram agrupadas por similaridade)
• Estudo de 27 startups através de um questionário baseado em escalas Likert para a
identificação da aderência de práticas independentes de seus métodos
*OMG ESSENCE (http://www.omg.org/spec/Essence/About-Essence/)28
O QUE VOCÊ DIZ COM AGNÓSTICO?
Fonte: SEMAT, 2012 29
E ONDE AS PRÁTICAS ENTRAM?
Fonte: SEMAT, 2012
30
E ONDE QUE VOCÊ
CHEGOU COM
TUDO ISSO?
S H O W M E T H E D ATA
31
PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO <= 40%
(OU POUCO UTILIZADAS)
• Design Simples
• Planning Poker
• Três perguntas
• Reunião Diária
• Opções de Decisão
• Decidir no Último Momento
32
PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO > 40% E <=
50% (OU MEDIAMENTE UTILIZADAS)
• Seleção Voluntária de Tarefas
• Integração Contínua
• História de Usuário
• Testes (Código)
• Testes (Aplicação)
• Limitação do Trabalho em Progresso
• Realimentação de Informação
33
PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO
> 50% E <= 60% (OU UTILIZADAS)
• Implantação Contínua
• Padrões de Codificação
• Implementar Ciclos de Feedback
• Aumentar Colaborativamente e Evoluir Experimentalmente
• Estimativa Relativa
• Desenvolvimento em Conjunto
34
PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO
> 60% (OU MUITO UTILIZADAS)
• Propriedade Coletiva
• Refatoração
• Visão do Fluxo de Trabalho e Riscos
• Kanban Board
• Tornar o Processo Explícito
• Desenvolvimento Iterativo
• Desenvolvimento Incremental
• Desenvolvimento Timeboxed
• Integridade Conceitual
• Integridade Percebida
• Taskboard
• Backlog
• Tratamento de Backlog (Grooming)
• Estimular o Sistema
• Motivação
35
E Q UA L O
R E S U LTA D O D E S TA
A N Á L I S E ?
• Divisão/Classificação de
práticas por grau de
aderência;
• Identificação de não
homogeneidade de
métodos;
• Identificação de um
conjunto práticas iniciais
para o ambiente de startup
(não somente);
• Confirmação da hipótese de
que o melhor método é
aquele que respeita o
contexto a que se aplica
(composição sempre);
Fonte: Marvin Ferreira (2016)
36
WRAP UP: O QUE PODEMOS
APRENDER DE TUDO ISSO?
• Métodos seguidos à risca (ainda que ágeis) podem engessar o dinamismo do
negócio
– Pense sempre em utlizar práticas, experimentando sempre!
• Valorize seu time! S-E-M-P-R-E !
– Práticas mais usadas lidam com o fator humano!
• Pilote MVPs (trabalho de formiguinha)
– Teste cada hipótese sobre seu produto, colete dados e analise sua performance
• O seu papel como Engenheiro de Software (a.k.a pedreiro digital) vai muito além de
fazer IF’s
– Busque conhecimentos além das fronteiras do mundo do software
• Conselho: Busque DEVOPS (o mínimo) a partir do dia 0
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STARTUP
ENGINEERING
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S O F T WA R E E M E M P R E S A S I N O VA D O R A S
O B R I G A D O !
M A R V I N . F E R R E I R A @ O U T L O O K . C O M
https://goo.gl/JLjjie

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  • 1. STARTUP ENGINEERING L I Ç Õ E S E I N S I G H T S D O U N I V E R S O D E S O F T WA R E E M E M P R E S A S I N O VA D O R A S
  • 2. ROTEIRO • About • Startup: que diabos é isso? – O que saber para não falar besteira? • Engenharia de Software – Ontem, hoje e amanhã • O que startups usam? – Sobre a pesquisa, seus resultados e aprendizados • Wrap up! 2
  • 3. ABOUT - MARVIN FERREIRA [2009-2012] B.Sc. Computer Science – PUCSP [2013-2016] M.Sc. Computer Engineering – POLI-USP Software Engineer - Team Lead Webmotors S/A Professor Universidade Anhembi Morumbi More info: https://www.linkedin.com/in/marvinferreira 3
  • 4. STARTUP: QUE DIABOS É ISSO? A L G U N S C O N C E I TO S PA R A N Ã O FA L A R M O S B E S T E I R A 4
  • 5. “STARTUP É UM NEGÓCIO QUE VOCÊ CRIA UMA EMPRESA E VAI AJEITANDO ELA ATÉ O NEGÓCIO COMEÇAR A ANDAR E VENDE O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL PARA NÃO TER QUE APRENDER A ADMINISTRAR TODOS OS PROBLEMAS DE UMA EMPRESA” - EXECUTIVO EM UM CENTRO COMERCIAL DE SP 5
  • 6. UM POUCO DE FORMALIDADE - O QUE É UMA STARTUP? “Uma pequena companhia explorando novas oportunidades de negócios, trabalhando para resolver problemas onde a solução não é bem conhecida e o mercado é altamente volátil.” (GIARDINO; ET AL, 2014) “Um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em condições de extrema incerteza.” (SEBRAE, 2014) “Uma instituição humana designada para criar um novo produto ou serviço sobre condições de extrema incerteza.” (RIES, 2011) 6
  • 7. CARACTERÍSTICAS • Jovens e imaturas: – é uma empresa (não se assuste) nova e sem experiência, em relação a outros tipos de empresas e negócios • Recursos limitados: – Financeiro, pessoal e tempo. Os primeiros recursos que este tipo de empresa investe são na produção, na promoção do produto e na construção de alianças estratégicas • Influências múltiplas: – Investidores, clientes, parceiros e por outras empresas que competem no mesmo mercado, atuais ou potenciais • Tecnologias e mercados dinâmicos: – Geralmente surgem com as mudanças na área de tecnologia 7
  • 8. ALGUNS DADOS • 65% das startups não sobrevivem aos primeiros cinco anos de existência e 75% das startups que recebem investimentos de venture capital falham (NOBEL, 2011) – Isso se mantém atual, um estudo da Fundação Dom Cabral (2014) constatou que ao menos 50% das startups brasileiras não sobrevivem aos primeiros 4 anos • Estudos relacionados a Engenharia de Software tem negligenciado estas empresas • Não sabemos até que ponto a Engenharia de Software influência em seu fator de sucesso 8
  • 9. FATORES MAIS IMPORTANTES E MENOS IMPORTANTES PARA A SOBREVIVÊNCIA* Mais importantes: • Aceitação do produto/tecnologia/serviço comercializado pelo mercado • Sintonia entre os fundadores (e do time principalmente) • Capacidade de adaptação dos gestores às necessidades/mudanças do mercado Menos importantes: • Facilidade na produção da tecnologia/produto inicialmente idealizado • Bom relacionamento e entendimento entre fundadores e investidores • Disponibilidade de capital para investir no negócio *Fundação Dom Cabral, 2014 9
  • 10. UM FATOR MEGA IMPORTANTE: TUDO É TRABALHO DE FORMIGUINHA • TENHA UMA VISÃO DE PRODUTO (BUSINESS PLAN) • EXPERIMENTE DIREÇÕES DISTINTAS PARA O QUE ESTÁ FAZENDO (E MEÇA) • CONSTRUA POUCO A POUCO E TESTE HIPÓTESES (MVP E DESIGN THINKING SÃO GRANDES ALIADOS) • VOCÊS NÃO SÃO UM CORINGA, BUSQUEM PESSOAS QUE OS COMPLEMENTEM • TENHA SEMPRE EM MENTE O “PORQUÊ” DAQUILO QUE FAZ (Simon Sinek) 11
  • 11. E O QUE A ENGENHARIA DE SOFTWARE TEM A VER COM ISSO?O P A P E L D O P R O C E S S O D E D E S E N V O L V I M E N T O C O M O F A T O R D E S U C E S S O 12
  • 12. UM POUCO DE FORMALIDADE? - O QUE É ENGENHARIA DE SOFTWARE? “The systematic application of scientific and technological knowledge, methods, and experience to the design, implementation, testing, and documentation of software.“ (IEEE Systems and software engineering – Vocabulary) “An engineering discipline that is concerned with all aspects of software production.” (Ian Sommerville) 13
  • 13. DE ONDE VIEMOS? • Crise do software – décadas de 60 a 70 – Estouro de orçamento e prazo do projeto – Software de baixa qualidade e que não atingiam seus requisitos – Projetos ingerenciáveis e de baixa manutenibilidade • Nesta época surgiu o famoso Waterfall (Royce, 1970) – E com isso novos problemas • Processos iterativos e incrementais começam a se popularizar – Em fevereiro de 2001 é assinado o mítico MANIFESTO ÁGIL 14
  • 14. DIRETAMENTE DO TÚNEL DO TEMPO... 15
  • 15. E TODA IDEIA TEM SEUS PRINCÍPIOS 16
  • 16. DE TUDO ISSO PODEMOS TIRAR 3 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: • Transparência continua • Receptividade a mudança • Aumento na entrega de valor Tudo isso pode ser resumido através do conceito de AGILIDADE: • Highsmith (2002), “a capacidade de criar e responder a mudanças a fim de lucrar em um ambiente de negócios turbulento” • Krutchen (2010), “a habilidade de uma organização de reagir à mudança em seu ambiente mais rapidamente que a taxa de mudanças”. 17
  • 17. E DEPOIS? O QUE MAIS ACONTECEU? 18
  • 18. ESSE NEGÓCIO SÓ CRESCEU... Fonte: Version One, 2007-2017 19
  • 19. E QUAIS MÉTODOS + UTILIZADOS? Fonte: Version One, 2013 20
  • 20. TÁ BOM, MAS E HOJE? Version One 11th Annual State of Agile Survey (2016) 21
  • 21. E SOBRE AS PRÁTICAS USADAS? 22
  • 22. E TEM ALGO DE NOVO? 23
  • 23. TA BOM, MAS O PAPO NÃO ERA SOBRE STARTUPS? 24
  • 24. ONDE ESSE PAPO DE STARTUP E PRÁTICAS COMEÇOU? • Estudo desenvolvido entre 2013 e 2016 na POLI-USP – Título: ANÁLISE DA ADERÊNCIA DE PRÁTICAS ÁGEIS NA CULTURA DE STARTUPS DE SOFTWARE: O MAPEAMENTO DE PRÁTICAS ATRAVÉS DO SEMAT KERNEL • Objetivo: Analisar a aderência de práticas ágeis, independentes de seus métodos no ambiente de startups brasileiras de tecnologia (Ah vá?) 25
  • 25. MAS NÃO É SÓ USAR O QUE JÁ TEM? - NÃO!!! • Os problemas encontrados em startups se diferem dos encontrados em empresas comuns • Problemas eficientemente resolvidos pelos métodos ágeis podem NEM EXISTIR em startups • Aplicar um método ágil BY THE BOOK é inviável em um ambiente com tantas restrições como o de startups (por exemplo: pair programming, TDD e etc..) • Modelos de maturidade e padrões (CMMI ou ISO) NÃO se aplicam 26
  • 26. E ALGUÉM DEU BOLA PARA ISSO NO PASSADO? • Pouquíssimas pesquisas nos últimos 10 anos • Foco maior no ciclo de desenvolvimento em empresas com negócios consolidados • A maioria dos estudos analisavam apenas os métodos em si e não a importância e relevância das práticas que o constituem • Alguns estudos pioneiros reconheceram a importância e potencial do estudo de startups – Fayad 2000, Sutton 2000, Yau e Murphy 2013, Giardino el al 2014 e 2016 27
  • 27. E O QUE FOI FEITO? • Levantamento de métodos ágeis mais utilizados... – Scrum, Scrum/XP híbrido, Scrumban, Kanban e Lean • Mapeamento de suas práticas de forma independentes em um modelo agnóstico* que represente a essência de todos os aspectos da Engenharia de Software – Chegando a um total de 26 práticas (algumas foram agrupadas por similaridade) • Estudo de 27 startups através de um questionário baseado em escalas Likert para a identificação da aderência de práticas independentes de seus métodos *OMG ESSENCE (http://www.omg.org/spec/Essence/About-Essence/)28
  • 28. O QUE VOCÊ DIZ COM AGNÓSTICO? Fonte: SEMAT, 2012 29
  • 29. E ONDE AS PRÁTICAS ENTRAM? Fonte: SEMAT, 2012 30
  • 30. E ONDE QUE VOCÊ CHEGOU COM TUDO ISSO? S H O W M E T H E D ATA 31
  • 31. PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO <= 40% (OU POUCO UTILIZADAS) • Design Simples • Planning Poker • Três perguntas • Reunião Diária • Opções de Decisão • Decidir no Último Momento 32
  • 32. PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO > 40% E <= 50% (OU MEDIAMENTE UTILIZADAS) • Seleção Voluntária de Tarefas • Integração Contínua • História de Usuário • Testes (Código) • Testes (Aplicação) • Limitação do Trabalho em Progresso • Realimentação de Informação 33
  • 33. PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO > 50% E <= 60% (OU UTILIZADAS) • Implantação Contínua • Padrões de Codificação • Implementar Ciclos de Feedback • Aumentar Colaborativamente e Evoluir Experimentalmente • Estimativa Relativa • Desenvolvimento em Conjunto 34
  • 34. PRÁTICAS COM UTILIZAÇÃO > 60% (OU MUITO UTILIZADAS) • Propriedade Coletiva • Refatoração • Visão do Fluxo de Trabalho e Riscos • Kanban Board • Tornar o Processo Explícito • Desenvolvimento Iterativo • Desenvolvimento Incremental • Desenvolvimento Timeboxed • Integridade Conceitual • Integridade Percebida • Taskboard • Backlog • Tratamento de Backlog (Grooming) • Estimular o Sistema • Motivação 35
  • 35. E Q UA L O R E S U LTA D O D E S TA A N Á L I S E ? • Divisão/Classificação de práticas por grau de aderência; • Identificação de não homogeneidade de métodos; • Identificação de um conjunto práticas iniciais para o ambiente de startup (não somente); • Confirmação da hipótese de que o melhor método é aquele que respeita o contexto a que se aplica (composição sempre); Fonte: Marvin Ferreira (2016) 36
  • 36. WRAP UP: O QUE PODEMOS APRENDER DE TUDO ISSO? • Métodos seguidos à risca (ainda que ágeis) podem engessar o dinamismo do negócio – Pense sempre em utlizar práticas, experimentando sempre! • Valorize seu time! S-E-M-P-R-E ! – Práticas mais usadas lidam com o fator humano! • Pilote MVPs (trabalho de formiguinha) – Teste cada hipótese sobre seu produto, colete dados e analise sua performance • O seu papel como Engenheiro de Software (a.k.a pedreiro digital) vai muito além de fazer IF’s – Busque conhecimentos além das fronteiras do mundo do software • Conselho: Busque DEVOPS (o mínimo) a partir do dia 0 37
  • 37. STARTUP ENGINEERING L I Ç Õ E S E I N S I G H T S D O U N I V E R S O D E S O F T WA R E E M E M P R E S A S I N O VA D O R A S O B R I G A D O ! M A R V I N . F E R R E I R A @ O U T L O O K . C O M https://goo.gl/JLjjie

Notas do Editor

  1.  16,2% de sucesso, onde os projetos foram finalizados no prazo correto e dentro do orçamento esperado com todas as funcionalidades inicialmente especificadas;  52,7% como desafio, o projeto foi finalizado com estouro de orçamento e com estouro no prazo estimado, oferecendo menos funcionalidades do que inicialmente especificado;  31,1% de fracasso, o projeto foi cancelado em algum ponto durante o seu ciclo de desenvolvimento;
  2. E ainda temos os 12 princípios em torno destas ideias centrais...
  3. Link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-29062016-083207/pt-br.php