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1
Navios Graneleiros
Manuel Ventura
Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval
M.Ventura Navios Graneleiros 2
Navios Graneleiros
Definição
• Navios destinados ao transporte de carga homogénea, a
granel (não unitizada), com carga/descarga vertical através
de escotilhas de grandes dimensões.
• Os graneleiros têm a sua origem remota nos navios de carga
a granel que surgiram nos Grandes Lagos dos EUA para o
transporte de minério de ferro. Já em 1900 estes navios
atingiam comprimentos da ordem dos 150 m.
• A configuração actual teve início nos anos 60.
2
M.Ventura Navios Graneleiros 3
Tipos de Navios Graneleiros
• Graneleiro (bulk carrier) - com ou sem meios de
carga/descarga próprios
• Mineraleiro (ore carrier) - com factores de estiva aprox.
0.34 – 0.51 m3/t
• Cimenteiro (cement carrier) - com factores de estiva aprox.
0.79 – 0.83 m3/t
• Grandes Lagos – navios para operar na zona dos Grandes
Lagos, entre os EUA e o Canadá, e que estão sujeitos à boca
máxima do canal de S. Lourenço (22.80 m); caracterizados
por serem auto-descarregadores (baldes/cintas), terem
elevado número de porões e escotilhas e com porte variando
entre aprox. 26,000 – 38,000 t
M.Ventura Navios Graneleiros 4
Navios Combinados
• Navios OBO (ore/bulk/oil), para transporte de granéis
sólidos e líquidos
• ConBulkers (container/bulk), para transporte de contentores
e granéis, geralmente providos de escotilhas largas e meios
de elevação
3
M.Ventura Navios Graneleiros 5
Distribuição dos Tipos de Carga a Granel
M.Ventura Navios Graneleiros 6
Dimensões Típicas
• Handysize – porte aprox. 26,000 – 28,000 t
• Handymax – porte inferior a 50,000 t
• Supramax – navios com 50,000 t ≤ porte < 60,000 t
• Panamax – navios com boca inferior a 32.24 m, porte aprox.
60,000 – 75,000 t
• Capesize – navios com dimensões superiores a Panamax e que
praticam a rota do Cabo da Boa Esperança, com porte
aproximado de 170,000 t
4
M.Ventura Navios Graneleiros 7
Perfil da Frota
M.Ventura Navios Graneleiros 8
Custo Típicos dos Navios Novos
Fontes: (*) Fearnleys Nov. 2002
Supramax
Handysize
35.0 (*)
Capesize
21.0 (*)
Panamax
18.5 (*)
Handymax
Custo
[Milhões US$]
5
M.Ventura Navios Graneleiros 9
Tipos de Grão
23
0.800
Trigo (wheat)
22
0.722
Soja (soybeams)
31
0.735
Sorgo (sorghum)
28
0.530
Sem. de Açafrão (safflower seed)
32
0.750
Centeio (rye)
20
0.773
Arroz (rice)
21
0.516
Aveia (oats)
21
0.645
Linhaça (linseed)
21
0.710
Milho (corn)
46
0.645
Cevada (barley)
Ângulo de Repouso
[graus]
Peso Espec.
[t/m3]
Cereais
M.Ventura Navios Graneleiros 10
Tipos de Minério
28-35
1.025-1.281
Bauxite (bauxite)
32-34
1.055-1.121
Fosfatos (phosphates)
1.554
Carvão mineral (anthracite)
42-48
0.747-0.854
Carvão (coal)
15-60
0.598-2.392
Grenalha de ferro
12-15
2.392-2.990
Minério de ferro (iron ore)
Factor de Estiva
[ft3/LT]
Peso Espec.
[t/m3]
Notas:
1 LT (long ton) = 2240 lb = 1.016 t 1 T (short ton) = 2000 lb = 0.907 t
1 lb (pound) = 0.454 kg
6
M.Ventura Navios Graneleiros 11
Estruturas - Classificação de Graneleiros
Notação Harmonizada da IACS (Janeiro 2002)
Reconhece três categorias de graneleiros:
• BC-I: bulk carriers designed to carry dry bulk cargoes with
a density of less than 1.0 tonnes/m3.
• BC-II: BC-I, plus carriage of cargoes with a density of 1.0
tonnes/m3 and above (with all cargo holds loaded).
• BC-III: BC-II, plus carriage of cargoes with a density of
1.0 tonnes/m3 and above (with specified holds empty at full
draught).
M.Ventura Navios Graneleiros 12
IACS Joint Bulker Project (JBP)
• BV, CCS, GL, KR, NK, RINA, RS
• Conjunto completo de regras sobre estruturas de graneleiros
para SSS (Short Sea Shipping) e DSS (Deep Sea Shipping)
• Aplica-se a navios com:
– Comprimento ≥ 90 m
– Casco simples e duplo
• Entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2006
• Ver Anexo A
7
M.Ventura Navios Graneleiros 13
Arranjo Geral Típico
M.Ventura Navios Graneleiros 14
Zona de Carga - Secções Típicas
8
M.Ventura Navios Graneleiros 15
Graneleiros
Navio sem Meios de Carga (gear less)
Navios com Meios de Carga (geared)
M.Ventura Navios Graneleiros 16
Cimenteiros (1)
• Os navios cimenteiros modernos são navios especializados
que transportam apenas este tipo de carga
• Embora ainda classificados como graneleiros, na sua
configuração actual são navios totalmente fechados, mais
parecidos com navios tanques
9
M.Ventura Navios Graneleiros 17
Cimenteiros (2)
• Têm sistemas de
manuseamento da
carga complexos
compostos por:
– um sistema
pneumático,
– um sistema de
tapetes rolantes e
muitas vezes,
– uma torre no
convés principal AV
M.Ventura Navios Graneleiros 18
Cimenteiros (3)
• Podem ser classificados em deep sea e short sea (3000 – 5000 tdw)
• Os navios oceânicos têm porte aprox. de 20,000 t, uma dimensão
imposta
– pelos portos de carga
– pelas instalações de armazenamento nos terminais de descarga
10
M.Ventura Navios Graneleiros 19
Cimenteiros (4)
• A carga, embora razoavelmente inerte, é muito exigente e
requer condições de secura absoluta nos porões, que são
totalmente fechados
• Há que ter cuidado com a estabilidade, já que a carga se
comporta quase como um líquido, escorregando a um bordo
com o adornamento do navio.
• O pó de cimento pode ser um problema sério, o que origina
um manuseamento cauteloso para evitar a passagem do
cimento no ar. O ar que sai dos porões durante a carga é
filtrado e recirculado
M.Ventura Navios Graneleiros 20
Cimenteiros (5)
• São usados sistemas mecânicos para distribuir a carga
dentro dos porões para garantir que ficam cheios
• Tapetes mecânicos são alternativa aos sopradores
pneumáticos.
• Alguns sistemas tem capacidade de carregar um navio a
1,500 t/h e de descarregar com um caudal ligeiramente
inferior.
• Os navios são totalmente fechados e capazes de proceder a
carga/descarga em quaisquer condições climatéricas
11
M.Ventura Navios Graneleiros 21
Navios dos Grandes Lagos (1)
B < 22.80 m (Canal S. Lourenço)
Características típicas:
• Frequentemente equipados com
sistema de descarga próprio
(Self-Unloader)
• Elevado número de porões
M.Ventura Navios Graneleiros 22
Navios dos Grandes Lagos (2)
• Características Típicas:
– Segunda superstrutura a vante
– Formas do casco muito simples
12
M.Ventura Navios Graneleiros 23
Geometria da Secção Mestra
Notas:
• Boca das escotilhas ≅ 50%
- 70% da boca do navio
• Ângulo do wing-tank com a
horizontal ≅ 30° > ângulo de
repouso da carga
• Túnel central ou
assimétrico, para passagem
de encanamentos
Quando a sobre-quilha for substituída
por duas longarinas para formar um
túnel, estas não devem estar separadas
mais do que 3 metros (IACS)
M.Ventura Navios Graneleiros 24
Secções Típicas de Mineraleiros
• Notar:
– Altura do duplo-fundo mais levada em relação aos graneleiros
– Secção do porão
• Objectivo:
– Elevar a posição do Centro de Gravidade da carga
13
M.Ventura Navios Graneleiros 25
Porão/Tanque de Lastro de Emergência
• Em navios graneleiros, o porão central pode também ser
usado para levar lastro adicional, em condições de mau tempo
• Esta dupla funcionalidade tem implicações a nível do
dimensionamento estrutural de:
– Duplo-fundo
– Anteparas (AR e AV)
– Tampa da escotilha
M.Ventura Navios Graneleiros 26
Tampas de Escotilha Tipo Side-Rolling
• Navios graneleiros e
combinados
• Abertura da escotilha
totalmente acessível
• Pequeno intervalo
entre escotilhas
• Accionamento
hidráulico
14
M.Ventura Navios Graneleiros 27
Equipamento de Carga/Descarga
M.Ventura Navios Graneleiros 28
Acidentes com Graneleiros
• A questão da segurança de navios graneleiros foi levantada a
partir do reconhecimento de um número inaceitável de
perdas de vidas, navios e cargas que atingiu um pico nos anos
1990/91:
– em 1990 perderam-se 20 navios e 94 vidas
– em 1991 perderam-se 24 navios e 154 vidas.
• A base de dados de acidentes da IACS (International
Association of Classification Societies) mostra que:
– de 1983 até Junho de 1997 inclusive, se perderam 73
graneleiros devido a falha estrutural conhecida ou provável.
– Pelo menos mais 40 navios sofreram avarias graves.
15
M.Ventura Navios Graneleiros 29
Acidentes com Graneleiros
• A investigação levada a cabo pela IACS mostra que 70% das
perdas totais tiveram 3 factores em comum:
– Navio com idade superior a 18 anos
– Transportavam minério pesado
– Sofreram embarque de água nos porões durante situações de
mau tempo.
M.Ventura Navios Graneleiros 30
Acidentes com Graneleiros
• Os factores principais que contribuíram para o acidente
foram:
– Corrosão
– Existência de fendas na estrutura dos espaços de carga
• Outros factores que podem ter concorrido para a falha
estrutural:
– Ocorrência de tensões acima do valor admissível devido a
carregamento incorrecto
– Danos físicos nas estruturas do costado devido a operações de
descarga
16
M.Ventura Navios Graneleiros 31
Acidente do MV “Derbyshire”
• The MV DERBYSHIRE, British flagged, owned and crewed,
disappeared virtually without trace when the vessel was in
the Typhoon Orchid, south of Japan, or about 9 September
1980.
• All on board – 42 crew members and two wives were lost.
• The DERBYSHIRE was a modern (built 1976), fully equipped
and well managed ore-bulk-oil (OBO) combination carrier.
• At over 90,000 gross tons she was, and remains, the largest
UK ship ever to have been lost at sea.
http://www.mv-derbyshire.org.uk/press.htm
Anexo A. IACS Common Structural Rules for
Bulk Carriers
17
M.Ventura Navios Graneleiros 33
Secção Mestra Típica
Notas:
• Sobre-espessura nas chapas do
duplo-fundo para cargas
movimentadas com colheres
• Estrutura do duplo fundo com vão
de baliza reforçado (S)
S < 3.5 m ou S < 4s
• Classificação HC (heavy cargo) para
carga mais densa em porões
alternados
M.Ventura Navios Graneleiros 34
Antepara Corrugada Típica
18
M.Ventura Navios Graneleiros 35
Dimensionamento de Corrugado (1)
A chapa de uma antepara corrugada é calculada como um painel
reforçado em que o espaçamento entre reforços, s, é determinado a
partir da geometria do corrugado, pela expressão:
s = MAX(a,c)
M.Ventura Navios Graneleiros 36
Dimensionamento de Corrugado (2)
• A inércia de um corrugado, em [cm3], é calculada pela expressão:
19
M.Ventura Navios Graneleiros 37
Dimensionamento de Corrugado (3)
• Os valores do vão (l) para
cálculo do corrugado são os
representados na figura
A inércia dos corrugados, em [cm3],
considerados como reforços não
deve ser inferior ao obtido pela
expressão:
M.Ventura Navios Graneleiros 38
Número de Anteparas Estanques
• Todos os navios devem ter pelo menos as anteparas
transversais seguintes:
– Antepara de colisão
– Antepara do pique de ré
– Duas anteparas definindo os limites da casa das máquinas, em
navios com casa das máquinas a meio-navio
– Uma antepara a vante da casa da máquina quando esta for a ré
– Em navios com sistema de propulsão eléctrica, quer a casa dos
geradores quer a casa das máquinas devem ser limitadas por
anteparas transversais estanques
20
M.Ventura Navios Graneleiros 39
Anteparas Adicionais
• Em navios que não tenham que satisfazer regras de
compartimentação, devem existir anteparas estanques igualmente
espaçadas em número não inferior ao indicado na tabela seguinte:
M.Ventura Navios Graneleiros 40
Protecção da Estrutura nos Espaços de
Carga
• Devem ser protegidas por um esquema de
pintura apropriado, com epoxy ou equivalente,
e que tenha em conta o tipo de carga
– Todas as superfícies externas e internas das
braçolas e tampas de escotilha
– Todas as superfícies internas do costado e
– Todas as superfícies internas das anteparas
transversais acima do nível horizontal 300 mm
abaixo do esquadro inferior da baliza (navios de
casco simples) ou abaixo da extremidade
superior do hopper tank (navios de casco duplo)
Exclusões:
• Superfície interior do duplo-fundo
• Superfície dos hopper-tanks
• Superfícies interiores dos stool tanks
21
M.Ventura Navios Graneleiros 41
IACS Unified Requirements
• A definição de navios graneleiros com duplo-casco com
respeito à aplicação das Unified Requirements S17, S18 e
S20 têm sido discutidas na IACS, tendo sido decidido o
seguinte:
– Largura mínima da estrutura do duplo-costado: não deve ser
inferior a 760 mm, para que o navio possa ser considerado como
duplo-casco.
– A largura deverá ainda ser suficiente para permitir acesso e
inspecção.
– Graneleiro híbridos, ou seja, com alguns porões de costado
simples e outros com duplo-costado, serão considerados como
navios de costado simples.
M.Ventura Navios Graneleiros 42
Estrutura de Duplo Casco (proposta)
22
M.Ventura Navios Graneleiros 43
Novos Navios com Duplo-Casco
10,900
10,900
Potência propulsora (MCR) [BHP]
13.6
13.8
Velocidade, de serviço [nós]
9
9
No. de porões
89,800
85,000
Capacidade de carga (grão) [m3]
77,500
74,000
Porte, à imersão máx. [t]
66,000
63,000
Porte, à imersão de projecto [t]
14.10
14.10
Imersão, máx. [m]
12.50
12.50
Imersão, de projecto [m]
19.00
19.00
Pontal [m]
32.24
32.24
Boca, na ossada [m]
240.00
224.60
Comprimento, entre PP. [m]
246.00
228.60
Comprimento, fora a fora [m]
BCT85 (OBO)
BCT70 (bulk)
M.Ventura Navios Graneleiros 44
Arranjo Geral de Navio com Duplo-Casco com
18.500 tdw
23
Anexo B. Medidas de Segurança Adicionais
para Graneleiros
SOLAS Cap. XII
M.Ventura Navios Graneleiros 46
Momento Inclinante devido ao Escorregamento
do Grão
• Deve ser verificada a estabilidade tendo em conta os efeitos do
momento inclinante devido ao escorregamento do grão de acordo
com a IMO (SOLAS Cap. XII)
24
M.Ventura Navios Graneleiros 47
Esgoto de Compartimentos
A SOLAS Cap.XII exige para navios graneleiros:
• Instalação de indicadores do nível da água em porões,
tanques de lastro e espaços vazios, equipados com alarmes
para os níveis máximos (Regra 12)
• Os meios para drenar e bombear água de esgoto de espaços
vazios e de tanques lastro que tenham uma parte para vante
da antepara de colisão, deverão poder ser accionados a
partir de um espaço fechado e sempre acessível (Regra 13)
M.Ventura Navios Graneleiros 48
Novos Graneleiros
Double Side Skin &
Structural requirements in
flooding condition
Free-fall Lifeboat
Bow height &
Reserve buoyancy
Fore castle
Means of access
Fore Deck Fitting
Water level detectors
Water level detectors
Pumping arrangement
Immersion suits
Harmonised notation &
Design loading condition
Hatch cover &
its Securing mechanism
In red: for New Bulk Carriers only
In black: for New & Existing Bulk Carriers
25
M.Ventura Navios Graneleiros 49
Bibliografia
• IACS (2006), “Common Structural Rules for Bulk Carriers”
M.Ventura Navios Graneleiros 50
Links
• http://www.jbprules.com
• http://www.intercargo.org
• http://www.shipstructure.org/derby.shtml

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Navios Graneleiros

  • 1. 1 Navios Graneleiros Manuel Ventura Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval M.Ventura Navios Graneleiros 2 Navios Graneleiros Definição • Navios destinados ao transporte de carga homogénea, a granel (não unitizada), com carga/descarga vertical através de escotilhas de grandes dimensões. • Os graneleiros têm a sua origem remota nos navios de carga a granel que surgiram nos Grandes Lagos dos EUA para o transporte de minério de ferro. Já em 1900 estes navios atingiam comprimentos da ordem dos 150 m. • A configuração actual teve início nos anos 60.
  • 2. 2 M.Ventura Navios Graneleiros 3 Tipos de Navios Graneleiros • Graneleiro (bulk carrier) - com ou sem meios de carga/descarga próprios • Mineraleiro (ore carrier) - com factores de estiva aprox. 0.34 – 0.51 m3/t • Cimenteiro (cement carrier) - com factores de estiva aprox. 0.79 – 0.83 m3/t • Grandes Lagos – navios para operar na zona dos Grandes Lagos, entre os EUA e o Canadá, e que estão sujeitos à boca máxima do canal de S. Lourenço (22.80 m); caracterizados por serem auto-descarregadores (baldes/cintas), terem elevado número de porões e escotilhas e com porte variando entre aprox. 26,000 – 38,000 t M.Ventura Navios Graneleiros 4 Navios Combinados • Navios OBO (ore/bulk/oil), para transporte de granéis sólidos e líquidos • ConBulkers (container/bulk), para transporte de contentores e granéis, geralmente providos de escotilhas largas e meios de elevação
  • 3. 3 M.Ventura Navios Graneleiros 5 Distribuição dos Tipos de Carga a Granel M.Ventura Navios Graneleiros 6 Dimensões Típicas • Handysize – porte aprox. 26,000 – 28,000 t • Handymax – porte inferior a 50,000 t • Supramax – navios com 50,000 t ≤ porte < 60,000 t • Panamax – navios com boca inferior a 32.24 m, porte aprox. 60,000 – 75,000 t • Capesize – navios com dimensões superiores a Panamax e que praticam a rota do Cabo da Boa Esperança, com porte aproximado de 170,000 t
  • 4. 4 M.Ventura Navios Graneleiros 7 Perfil da Frota M.Ventura Navios Graneleiros 8 Custo Típicos dos Navios Novos Fontes: (*) Fearnleys Nov. 2002 Supramax Handysize 35.0 (*) Capesize 21.0 (*) Panamax 18.5 (*) Handymax Custo [Milhões US$]
  • 5. 5 M.Ventura Navios Graneleiros 9 Tipos de Grão 23 0.800 Trigo (wheat) 22 0.722 Soja (soybeams) 31 0.735 Sorgo (sorghum) 28 0.530 Sem. de Açafrão (safflower seed) 32 0.750 Centeio (rye) 20 0.773 Arroz (rice) 21 0.516 Aveia (oats) 21 0.645 Linhaça (linseed) 21 0.710 Milho (corn) 46 0.645 Cevada (barley) Ângulo de Repouso [graus] Peso Espec. [t/m3] Cereais M.Ventura Navios Graneleiros 10 Tipos de Minério 28-35 1.025-1.281 Bauxite (bauxite) 32-34 1.055-1.121 Fosfatos (phosphates) 1.554 Carvão mineral (anthracite) 42-48 0.747-0.854 Carvão (coal) 15-60 0.598-2.392 Grenalha de ferro 12-15 2.392-2.990 Minério de ferro (iron ore) Factor de Estiva [ft3/LT] Peso Espec. [t/m3] Notas: 1 LT (long ton) = 2240 lb = 1.016 t 1 T (short ton) = 2000 lb = 0.907 t 1 lb (pound) = 0.454 kg
  • 6. 6 M.Ventura Navios Graneleiros 11 Estruturas - Classificação de Graneleiros Notação Harmonizada da IACS (Janeiro 2002) Reconhece três categorias de graneleiros: • BC-I: bulk carriers designed to carry dry bulk cargoes with a density of less than 1.0 tonnes/m3. • BC-II: BC-I, plus carriage of cargoes with a density of 1.0 tonnes/m3 and above (with all cargo holds loaded). • BC-III: BC-II, plus carriage of cargoes with a density of 1.0 tonnes/m3 and above (with specified holds empty at full draught). M.Ventura Navios Graneleiros 12 IACS Joint Bulker Project (JBP) • BV, CCS, GL, KR, NK, RINA, RS • Conjunto completo de regras sobre estruturas de graneleiros para SSS (Short Sea Shipping) e DSS (Deep Sea Shipping) • Aplica-se a navios com: – Comprimento ≥ 90 m – Casco simples e duplo • Entrada em vigor a 1 de Janeiro de 2006 • Ver Anexo A
  • 7. 7 M.Ventura Navios Graneleiros 13 Arranjo Geral Típico M.Ventura Navios Graneleiros 14 Zona de Carga - Secções Típicas
  • 8. 8 M.Ventura Navios Graneleiros 15 Graneleiros Navio sem Meios de Carga (gear less) Navios com Meios de Carga (geared) M.Ventura Navios Graneleiros 16 Cimenteiros (1) • Os navios cimenteiros modernos são navios especializados que transportam apenas este tipo de carga • Embora ainda classificados como graneleiros, na sua configuração actual são navios totalmente fechados, mais parecidos com navios tanques
  • 9. 9 M.Ventura Navios Graneleiros 17 Cimenteiros (2) • Têm sistemas de manuseamento da carga complexos compostos por: – um sistema pneumático, – um sistema de tapetes rolantes e muitas vezes, – uma torre no convés principal AV M.Ventura Navios Graneleiros 18 Cimenteiros (3) • Podem ser classificados em deep sea e short sea (3000 – 5000 tdw) • Os navios oceânicos têm porte aprox. de 20,000 t, uma dimensão imposta – pelos portos de carga – pelas instalações de armazenamento nos terminais de descarga
  • 10. 10 M.Ventura Navios Graneleiros 19 Cimenteiros (4) • A carga, embora razoavelmente inerte, é muito exigente e requer condições de secura absoluta nos porões, que são totalmente fechados • Há que ter cuidado com a estabilidade, já que a carga se comporta quase como um líquido, escorregando a um bordo com o adornamento do navio. • O pó de cimento pode ser um problema sério, o que origina um manuseamento cauteloso para evitar a passagem do cimento no ar. O ar que sai dos porões durante a carga é filtrado e recirculado M.Ventura Navios Graneleiros 20 Cimenteiros (5) • São usados sistemas mecânicos para distribuir a carga dentro dos porões para garantir que ficam cheios • Tapetes mecânicos são alternativa aos sopradores pneumáticos. • Alguns sistemas tem capacidade de carregar um navio a 1,500 t/h e de descarregar com um caudal ligeiramente inferior. • Os navios são totalmente fechados e capazes de proceder a carga/descarga em quaisquer condições climatéricas
  • 11. 11 M.Ventura Navios Graneleiros 21 Navios dos Grandes Lagos (1) B < 22.80 m (Canal S. Lourenço) Características típicas: • Frequentemente equipados com sistema de descarga próprio (Self-Unloader) • Elevado número de porões M.Ventura Navios Graneleiros 22 Navios dos Grandes Lagos (2) • Características Típicas: – Segunda superstrutura a vante – Formas do casco muito simples
  • 12. 12 M.Ventura Navios Graneleiros 23 Geometria da Secção Mestra Notas: • Boca das escotilhas ≅ 50% - 70% da boca do navio • Ângulo do wing-tank com a horizontal ≅ 30° > ângulo de repouso da carga • Túnel central ou assimétrico, para passagem de encanamentos Quando a sobre-quilha for substituída por duas longarinas para formar um túnel, estas não devem estar separadas mais do que 3 metros (IACS) M.Ventura Navios Graneleiros 24 Secções Típicas de Mineraleiros • Notar: – Altura do duplo-fundo mais levada em relação aos graneleiros – Secção do porão • Objectivo: – Elevar a posição do Centro de Gravidade da carga
  • 13. 13 M.Ventura Navios Graneleiros 25 Porão/Tanque de Lastro de Emergência • Em navios graneleiros, o porão central pode também ser usado para levar lastro adicional, em condições de mau tempo • Esta dupla funcionalidade tem implicações a nível do dimensionamento estrutural de: – Duplo-fundo – Anteparas (AR e AV) – Tampa da escotilha M.Ventura Navios Graneleiros 26 Tampas de Escotilha Tipo Side-Rolling • Navios graneleiros e combinados • Abertura da escotilha totalmente acessível • Pequeno intervalo entre escotilhas • Accionamento hidráulico
  • 14. 14 M.Ventura Navios Graneleiros 27 Equipamento de Carga/Descarga M.Ventura Navios Graneleiros 28 Acidentes com Graneleiros • A questão da segurança de navios graneleiros foi levantada a partir do reconhecimento de um número inaceitável de perdas de vidas, navios e cargas que atingiu um pico nos anos 1990/91: – em 1990 perderam-se 20 navios e 94 vidas – em 1991 perderam-se 24 navios e 154 vidas. • A base de dados de acidentes da IACS (International Association of Classification Societies) mostra que: – de 1983 até Junho de 1997 inclusive, se perderam 73 graneleiros devido a falha estrutural conhecida ou provável. – Pelo menos mais 40 navios sofreram avarias graves.
  • 15. 15 M.Ventura Navios Graneleiros 29 Acidentes com Graneleiros • A investigação levada a cabo pela IACS mostra que 70% das perdas totais tiveram 3 factores em comum: – Navio com idade superior a 18 anos – Transportavam minério pesado – Sofreram embarque de água nos porões durante situações de mau tempo. M.Ventura Navios Graneleiros 30 Acidentes com Graneleiros • Os factores principais que contribuíram para o acidente foram: – Corrosão – Existência de fendas na estrutura dos espaços de carga • Outros factores que podem ter concorrido para a falha estrutural: – Ocorrência de tensões acima do valor admissível devido a carregamento incorrecto – Danos físicos nas estruturas do costado devido a operações de descarga
  • 16. 16 M.Ventura Navios Graneleiros 31 Acidente do MV “Derbyshire” • The MV DERBYSHIRE, British flagged, owned and crewed, disappeared virtually without trace when the vessel was in the Typhoon Orchid, south of Japan, or about 9 September 1980. • All on board – 42 crew members and two wives were lost. • The DERBYSHIRE was a modern (built 1976), fully equipped and well managed ore-bulk-oil (OBO) combination carrier. • At over 90,000 gross tons she was, and remains, the largest UK ship ever to have been lost at sea. http://www.mv-derbyshire.org.uk/press.htm Anexo A. IACS Common Structural Rules for Bulk Carriers
  • 17. 17 M.Ventura Navios Graneleiros 33 Secção Mestra Típica Notas: • Sobre-espessura nas chapas do duplo-fundo para cargas movimentadas com colheres • Estrutura do duplo fundo com vão de baliza reforçado (S) S < 3.5 m ou S < 4s • Classificação HC (heavy cargo) para carga mais densa em porões alternados M.Ventura Navios Graneleiros 34 Antepara Corrugada Típica
  • 18. 18 M.Ventura Navios Graneleiros 35 Dimensionamento de Corrugado (1) A chapa de uma antepara corrugada é calculada como um painel reforçado em que o espaçamento entre reforços, s, é determinado a partir da geometria do corrugado, pela expressão: s = MAX(a,c) M.Ventura Navios Graneleiros 36 Dimensionamento de Corrugado (2) • A inércia de um corrugado, em [cm3], é calculada pela expressão:
  • 19. 19 M.Ventura Navios Graneleiros 37 Dimensionamento de Corrugado (3) • Os valores do vão (l) para cálculo do corrugado são os representados na figura A inércia dos corrugados, em [cm3], considerados como reforços não deve ser inferior ao obtido pela expressão: M.Ventura Navios Graneleiros 38 Número de Anteparas Estanques • Todos os navios devem ter pelo menos as anteparas transversais seguintes: – Antepara de colisão – Antepara do pique de ré – Duas anteparas definindo os limites da casa das máquinas, em navios com casa das máquinas a meio-navio – Uma antepara a vante da casa da máquina quando esta for a ré – Em navios com sistema de propulsão eléctrica, quer a casa dos geradores quer a casa das máquinas devem ser limitadas por anteparas transversais estanques
  • 20. 20 M.Ventura Navios Graneleiros 39 Anteparas Adicionais • Em navios que não tenham que satisfazer regras de compartimentação, devem existir anteparas estanques igualmente espaçadas em número não inferior ao indicado na tabela seguinte: M.Ventura Navios Graneleiros 40 Protecção da Estrutura nos Espaços de Carga • Devem ser protegidas por um esquema de pintura apropriado, com epoxy ou equivalente, e que tenha em conta o tipo de carga – Todas as superfícies externas e internas das braçolas e tampas de escotilha – Todas as superfícies internas do costado e – Todas as superfícies internas das anteparas transversais acima do nível horizontal 300 mm abaixo do esquadro inferior da baliza (navios de casco simples) ou abaixo da extremidade superior do hopper tank (navios de casco duplo) Exclusões: • Superfície interior do duplo-fundo • Superfície dos hopper-tanks • Superfícies interiores dos stool tanks
  • 21. 21 M.Ventura Navios Graneleiros 41 IACS Unified Requirements • A definição de navios graneleiros com duplo-casco com respeito à aplicação das Unified Requirements S17, S18 e S20 têm sido discutidas na IACS, tendo sido decidido o seguinte: – Largura mínima da estrutura do duplo-costado: não deve ser inferior a 760 mm, para que o navio possa ser considerado como duplo-casco. – A largura deverá ainda ser suficiente para permitir acesso e inspecção. – Graneleiro híbridos, ou seja, com alguns porões de costado simples e outros com duplo-costado, serão considerados como navios de costado simples. M.Ventura Navios Graneleiros 42 Estrutura de Duplo Casco (proposta)
  • 22. 22 M.Ventura Navios Graneleiros 43 Novos Navios com Duplo-Casco 10,900 10,900 Potência propulsora (MCR) [BHP] 13.6 13.8 Velocidade, de serviço [nós] 9 9 No. de porões 89,800 85,000 Capacidade de carga (grão) [m3] 77,500 74,000 Porte, à imersão máx. [t] 66,000 63,000 Porte, à imersão de projecto [t] 14.10 14.10 Imersão, máx. [m] 12.50 12.50 Imersão, de projecto [m] 19.00 19.00 Pontal [m] 32.24 32.24 Boca, na ossada [m] 240.00 224.60 Comprimento, entre PP. [m] 246.00 228.60 Comprimento, fora a fora [m] BCT85 (OBO) BCT70 (bulk) M.Ventura Navios Graneleiros 44 Arranjo Geral de Navio com Duplo-Casco com 18.500 tdw
  • 23. 23 Anexo B. Medidas de Segurança Adicionais para Graneleiros SOLAS Cap. XII M.Ventura Navios Graneleiros 46 Momento Inclinante devido ao Escorregamento do Grão • Deve ser verificada a estabilidade tendo em conta os efeitos do momento inclinante devido ao escorregamento do grão de acordo com a IMO (SOLAS Cap. XII)
  • 24. 24 M.Ventura Navios Graneleiros 47 Esgoto de Compartimentos A SOLAS Cap.XII exige para navios graneleiros: • Instalação de indicadores do nível da água em porões, tanques de lastro e espaços vazios, equipados com alarmes para os níveis máximos (Regra 12) • Os meios para drenar e bombear água de esgoto de espaços vazios e de tanques lastro que tenham uma parte para vante da antepara de colisão, deverão poder ser accionados a partir de um espaço fechado e sempre acessível (Regra 13) M.Ventura Navios Graneleiros 48 Novos Graneleiros Double Side Skin & Structural requirements in flooding condition Free-fall Lifeboat Bow height & Reserve buoyancy Fore castle Means of access Fore Deck Fitting Water level detectors Water level detectors Pumping arrangement Immersion suits Harmonised notation & Design loading condition Hatch cover & its Securing mechanism In red: for New Bulk Carriers only In black: for New & Existing Bulk Carriers
  • 25. 25 M.Ventura Navios Graneleiros 49 Bibliografia • IACS (2006), “Common Structural Rules for Bulk Carriers” M.Ventura Navios Graneleiros 50 Links • http://www.jbprules.com • http://www.intercargo.org • http://www.shipstructure.org/derby.shtml