27. O Pedro vai passar o fim-de-semana na casa do tio Joaquim que é guarda
florestal para ver de perto como é o OUTONO.
De vez em quando para e aprecia a beleza das folhas no chão.
- A floresta está tão bonita! – pensou o Pedro, apanhando a folha que caía
devagarinho do alto da árvore.
28. O tio do Pedro é guarda florestal, tem que tomar conta da floresta e
impedir que alguém faça mal aos animais e às plantas.
O tio Joaquim gostou da visita do sobrinho e disse-lhe:
- Se queres visitar a floresta, temos de começar já, pois ela é grande e
não podemos chegar a casa de noite, podemos perder-nos.
29. Admirado, por ver tantas folhas a cair, o Pedro perguntou:
- Tio, porque é que as folhas caem no OUTONO?
- É assim que as árvores se preparam para os dias frios. Elas não têm frio,
estão protegidas pela madeira; mas as folhas não estão, com o frio congelariam e
a árvore não ia aguentar o frio. Por isso, as folhas, no OUTONO começam a
secar e deixam-se cair no chão.
30. De repente, um ruído chamou a atenção do Pedro. Curioso, foi espreitar.
Devagarinho, foi-se aproximando do sítio de onde vinha o barulho. Quem irá
Pedro encontrar?
31. - Ah! Um esquilo a chorar!
Para não o assustar, o Pedro aproximou-se e disse baixinho:
- Olá esquilo! Porque estás a chorar?
32. Mas o pequeno esquilo assustou-se tanto que até deu um grito:
- AAAAAHHH!!!... Quem és tu?
- Calma! Eu sou o Pedro, não tenhas medo, sou teu amigo. O meu tio é
guarda da floresta, toma conta dos animais e das plantas, pode ajudar-te se me
contares o que se passa contigo.
33. O pequeno esquilo contou ao Pedro que no OUTONO todos os esquilos têm de
apanhar bolotas para encherem as despensas das suas tocas. É assim que se
preparam para o INVERNO.
O seu problema é ter-se esquecido do local da sua toca.
- As árvores parecem-me todas iguais!... E eu já tinha tantas bolotas!...
- Não te preocupes! Eu vou falar com o meu tio – disse o Pedro.
34. Passado algum tempo, o Pedro voltou a correr, todo contente com uma
casinha na mão.
- Olha, esquilo, é para ti! Estas casinhas são penduradas nas árvores porque
às vezes na floresta não há sítios que cheguem para todos fazerem as suas
casas. Esta é para ti! Gostas?
O esquilinho ficou todo contente e ainda não sabia que o Pedro trazia no bolso
um monte de bolotas que o tio lhe dera.
35. - Obrigada, Pedro, agora já tenho uma casinha nova e cheia de bolotas. Já não estou
tão preocupado com o INVERNO.
O OUTONO é assim, não se pode perder tempo, todos têm que se preparar para o
frio.
O Pedro despediu-se:
- Adeus, esquilo, até para o ano e tem cuidado, não te esqueças do caminho para
casa outra vez. Eu também me vou preparar para o INVERNO, quer dizer, vou
preparar-me para começar a escola.
36. Quando chegou junto do tio Joaquim, este explicou-lhe que os esquilos dormem
durante quase todo o inverno e, por isso, precisam de ter uma casinha; de vez em
quando acordam e comem as bolotas que apanharam durante o OUTONO.
37. O Pedro deitou-se no tapete de folhas para ver as andorinhas no céu, a
voarem para longe.
- Para onde irão elas?
38. Estava o Pedro a dizer adeus às andorinhas que passavam e se afastavam
no céu, quando sentiu que, de repente, alguma coisa lhe entrava para dentro
do chapéu.
- O que é isto? Assustou-se o Pedro.
39. - Olha … uma andorinha!...
- Estou atrasada! Estou atrasada! – exclamou a andorinha.
- Estás atrasada para quê? – perguntou o Pedro.
- Para quê? - admirou-se a pequena andorinha. Então, tu não sabes que
estamos no OUTONO? O frio está a chegar e todas as andorinhas já partiram?
Todas menos eu! E agora? Vou para norte? Para sul? É a primeira vez que faço
esta viagem e sozinha nunca encontrarei o caminho.
40. Então apareceu um cervo que andava por ali e que tinha escutado a
conversa, disse:
- Eu posso ajudar. Sobe para as minhas costas, Pedro. Eu sei que todas as
andorinhas viajam para sul. Chama-se a essa viagem uma migração.
- Então, vamos! Estou atrasada! – disse a andorinha mais contente.
41. O Pedro agarrou-se com força às costas do grande cervo que era rápido
como o vento.
De repente, o Pedro grita:
- Olhem! Ali vão! Vai pequena andorinha, não percas mais tempo!
42. Antes de partir, a pequena andorinha despediu-se do Pedro e do grande cervo
da floresta:
- Obrigada, por me terem ajudado a encontrar as minhas irmãs e o caminho
para sul. Volto para o ano na Primavera e espero encontrar-vos outra vez.
- Cá estaremos! – respondeu o Pedro – Boa viagem e passa um bom
INVERNO!
- Vocês também – disse a pequena andorinha antes de subir no céu e juntar-se
finalmente às suas amigas.
43. De volta para junto do tio Joaquim, o Pedro e o cervo despediram-se também,
o menino perguntou:
- Vais ficar na floresta durante o INVERNO ou também vais para algum lado?
O cervo respondeu que durante, o OUTONO e o INVERNO, come as ervas
que encontra e até as cascas das árvores, mas que nunca sai da floresta.
- Adeus grande cervo, gostei de conhecer-te!
44. - Por onde tens andado, Pedro? Queres visitar as rochas onde fica a caverna do
urso pardo? – perguntou o tio Joaquim.
- Gostava muito! – respondeu o Pedro.
O tio Joaquim contou ao Pedro que, durante a PRIMAVERA e o VERÃO, os
ursinhos comem muito ervas, frutos, carne e peixe, porque precisam de estar muito
gordinhos quando o OUTONO chegar. Depois, procuram um buraco nas rochas onde
irão dormir durante todo o INVERNO, sem comer nem beber.
45. - Naquela caverna, dorme o ursinho durante o INVERNO.
- Ele está lá dentro? – perguntou o Pedro.
- Não! Anda pela floresta à procura de comida, mas vem aqui dormir à noite.
Se quiseres ver a caverna, aproveita agora.
46. O Pedro estava mesmo curioso. Como será a caverna? Aproximou-se
devagarinho e espreitou lá para dentro. Que escuro! Mas como é um menino
valente, não teve medo e entrou.
47. Não se via nada.
- Mas que grande caverna! É melhor ter cuidado senão ainda me perco – pensou
o Pedro.
Foi então que, do fundo da caverna, ouviu um som muito estranho.
O tio Joaquim não disse que a caverna estava vazia? Então que será este
barulho? De repente, o mesmo som outra vez e agora tão alto que fez eco nas
paredes da grande caverna.
48. O Pedro estava mesmo a fugir dali a sete pés, quando ouviu:
- Ai!... Estou doente. Dói-me tanto a barriga!...
Voltou-se e viu o ursinho deitado na cama de folhas. Disse o Pedro:
- O que é que tens? Não devias andar lá fora a comeres para estares gordinho
quando o INVERNO chegar?
- Devia – respondeu o ursinho – mas estou doente. Deve ter sido alguma coisa
que comi que me fez mal. E agora o que faço?
- Espera aí que eu vou chamar o meu tio. Ele vai ajudar-te.
49. Quando o Pedro contou ao tio que o ursinho estava doente, tio deu-lhe um
xarope e, passado um bocadinho, o ursinho já estava bom e tão contente que saiu
da caverna a correr.
- Obrigado a todos, já não me dói nada e estou cheio de fome outra vez – disse o
ursinho.
- Para a próxima tem mais cuidado com a comida que comes – aconselhou o tio
Joaquim.
O Pedro estava muito orgulhoso por ter ajudado mais um amigo neste OUTONO.
50. O dia chegou ao fim e o passeio também. O Pedro sabia que, no dia seguinte,
a escola ia começar e ainda bem, tinha aprendido muitas coisas sobre o
OUTONO e podia contar tudo aos outros meninos.
Olhou para trás e fez um último adeus a todos os amigos que tinha
encontrado, menos à andorinha, que já deve ir muito longe.
- Adeus, amigos, prometo voltar para o ano! Bom OUTONO para todos!
55. O vento sopra com força
e traz o frio….
Começamos a sentir frio e vestimos casacos
quentinhos e camisolas e calças.
56. No Outono comemos
frutos muito saborosos:
Pêras
Castanhas
Nozes e…
Marmelos
para a avó fazer
marmelada!
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61. Canção do OutonoCanção do Outono
Quando chega o Outono
Voa a Andorinha
Parte para sul
P’rá nova casinha.
Voa, voa, voa, voa
Voa a Andorinha,
Voa, voa, voa, voa
P’rá nova casinha
Quando chega o Outono
Colhe-se na vinha
Arrefece o tempo
Cai uma chuvinha.
Plim,plim, plim,plim
Colhe-se na vinha
Plim,plim, plim,plim
Cai uma chuvinha.
Quando chega o Outono
solta-se a folhinha
Aparece o vento
Uma brisa fresquinha.
Vu,vu,vu,vu,
Solta-se a folhinha
Vu,vu,vu,vu,
Uma brisa fresquinha.