4. Olhar cravado no infinito
vazio da parede nua
vivo o silêncio de você.
Nesse parto de solidão,
não há dor ou lágrima.
Tomo sua mão envelhecida,
afago seu cabelo grisalho,
beijo sua boca ardente,
abraço seu abraço terno.
5.
6. Não há queixa na voz
que chama seu nome no escuro.
Há apenas esse ardor amante
de ser agora e sempre,
de ser a primeira novamente:
de ser a marca de seu traço,
o passo do seu caminho;
de ser o desejo forte
que afoga meu peito
7.
8. Olhar cravado no imponderável
silêncio da parede nua,
meu peito seu apoio,
meu braço seu amparo,
seu abandono
minha esperança
12. Ao olhar para o passado
sinto lembranças daquele cômodo vazio,
das paredes já descascadas,
recordo de nós na solidão,
quando ao teu olhar me comoveu,
aconchego em teus braços,
sinto-me beijar e sugar o néctar
de seus lábios e ternas lembranças renascem!
13.
14. Os dois calados,
só olhar um para o outro,
sem forças para agir e falar.
Demonstra desejo e paixão,
neste momento levemente,
em que mexe com seu coração,
Olho para o passado e vejo as
mágoas de árdua marcas
que machucam seu peito.
15.
16. Quando percebo
aquele quarto lúgubre,
sem encontrar uma só ruído,
sem ao menos um apoio,
não consigo prometer uma solução.
Tudo parece perdido!
17.
18. Não se trata de abandono
mas de uma mera separação
sem ao menos reclamar,
sem motivos e sem razões,
tento relembrar do passado,
sem reviver as recordações.
José Ernesto Ferraresso
21. Formatação e Criação: Luzia Gabriele
E-mail: luziagabriele@hotmail.com
Texto: Ciducha e José Ernesto Ferraresso
Imagens: Internet e Arquivo Pessoal
Música: Enrique Chia - Tu Me Acostumbraste, Sin Ti - Instrumental
http://www.slideshare.net/luziagabriele
https://www.youtube.com/channel/UCAdCeCGHGTxtxQskjl4zkow
Data : 22 de Novembro de 2017