3. Nossa Missão, Nossos Valores
_______________________________
A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições
de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores
da Anhanguera.
Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
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5. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Apresentação
____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a
qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-
tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.
Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um
desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-
des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a
Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-
ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-
dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados
em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação
continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias
dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-
flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado
e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua
aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
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7. Autores
____________________
AMIRTES MENEZES DE CARVALHO E SILVA
Graduação: Pedagogia – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1998
Pós-graduação: Fundamentos da Educação – Área de Concentração:
Psicologia da Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2001
Mestrado: Em Educação – Área de Concentração: Psicologia –
Universidade de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2003
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidades Católica
de Mato Grosso – FUCMT – 1986
Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores em Educação
de Jovens e Adultos – Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Pós-graduação Lato Sensu: Gestão de Iniciativas Sociais –
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – 2002
Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing
e Comércio Exterior – UCDB – 1998
ANgELA CRISTINA DIAS DO REgO CATONIO
Graduação: Letras – Língua Portuguesa e Língua Inglesa/Universidade Católica Dom Bosco
– UCDB, Campo Grande/MS – 1996
Especialização: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, São
Paulo/SP, 1999
Mestrado: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – IMESP, São Bernardo
do Campo/SP, 2000
MARIA CLOTILDE PIRES BASTOS
Graduação: Pedagogia com Habilitação em Administração e Supervisão
Escolar de 1º e 2º Graus – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 1981
Pós-graduação Lato Sensu: Metodologia do Ensino Superior – Universidade
para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP – 1988
Pós-graduação Strictu Sensu: Educação – Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1997
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9. Sumário
____________________
MÓDULO – COMUNICAÇÃO E METODOLOgIA DA PESQUISA
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁgIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL
AULA 1
Estágio supervisionado e a prática do saber ...................................................................................... 3
AULA 2
Legislação e a profissão do assistente social ....................................................................................... 13
UNIDADE DIDÁTICA – COMUNICAÇÃO SOCIAL
AULA 1
Linguagem e sua função social ........................................................................................................... 23
AULA 2
Modalidades verbais e não verbais na comunicação ......................................................................... 29
AULA 3
Comunicação: conceitos e modelos ................................................................................................... 33
AULA 4
Funções da linguagem e tipos de comunicação................................................................................. 38
AULA 5
Habilidades em comunicação............................................................................................................. 42
AULA 6
Comunicação e novas tecnologias da comunicação ......................................................................... 46
AULA 7
Relações humanas ............................................................................................................................... 49
AULA 8
Comportamento e moda .................................................................................................................... 51
UNIDADE DIDÁTICA – METODOLOgIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
AULA 1
O conhecimento e a ciência ................................................................................................................ 59
AULA 2
O método científico ............................................................................................................................ 63
AULA 3
O processo de pesquisa ....................................................................................................................... 67
AULA 4
A pesquisa qualitativa ......................................................................................................................... 72
AULA 5
Leitura e registro ................................................................................................................................. 76
AULA 6
Apresentação de trabalhos acadêmicos – Normas da ABNT ............................................................ 79
SEMINÁRIO INTEGRADO..................................................................................................................... 94
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10. MÓDULO – DIREITO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNIDADE DIDÁTICA – DIREITO E LEgISLAÇÃO SOCIAL
AULA 1
A aplicabilidade do direito no serviço social ..................................................................................... 97
AULA 2
A pessoa e seu inter-relacionamento social ....................................................................................... 106
AULA 3
A institucionalização da sociedade..................................................................................................... 118
AULA 4
O direito familiar ................................................................................................................................ 132
AULA 5
A estruturação dos direitos constitucionais e as garantias fundamentais: direitos humanos
e cidadania ........................................................................................................................................... 143
AULA 6
O direito infraconstitucional e suas aplicações no serviço social – a legislação social e a proteção
da sociedade ........................................................................................................................................ 160
AULA 7
O direito trabalhista e as relações políticas de trabalho .................................................................... 169
AULA 8
O direito previdenciário – sistema brasileiro de seguridade social .................................................. 193
UNIDADE DIDÁTICA – MOVIMENTOS SOCIAIS
AULA 1
Movimentos sociais............................................................................................................................. 209
AULA 2
Aspectos teóricos – histórico dos movimentos sociais no Brasil ...................................................... 212
AULA 3
Movimentos sociais e cidadania ......................................................................................................... 215
AULA 4
Políticas sociais – a contribuição dos movimentos sociais ............................................................... 218
AULA 5
A sociedade civil e a construção de espaços públicos........................................................................ 221
AULA 6
O caráter educativo do movimento social popular ........................................................................... 223
AULA 7
Os movimentos sociais e a articulação entre educação não formal e sistema formal de ensino .... 226
AULA 8
Movimentos sociais em suas diferentes expressões ........................................................................... 229
AULA 9
Tendências dos movimentos sociais na realidade brasileira contemporânea .................................. 232
AULA 10
Redes de ações coletivas ...................................................................................................................... 239
SEMINÁRIO INTEGRADO..................................................................................................................... 243
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11. Módulo
COMUNICAÇÃO
E METODOLOGIA
DA PESQUISA
Professora Ma. Amirtes Menezes de Carvalho e Silva
Professora Ma. Angela Cristina Dias do Rego Catonio
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12. Unidade Didática — Comunicação Social
Apresentação
O homem é um ser essencialmente social, e essa natureza social e sociável o leva a uma vida de convivências
recíprocas. A maior parte de sua vida é de convivência, é a simultaneidade de vivências entre uns e outros. A
comunicação constitui um dos alicerces da sociedade e das relações sociais.
Seja pela escrita, pela palavra falada, pela imagem ou pelo som, os meios informativos passaram a compor
um mundo peculiar, no qual o homem tem a oportunidade de saber, de conhecer, de se atualizar.
Nesse panorama, o profissional de relações humanas assume importância fundamental no processo de
comunicação.
A disciplina de Comunicação Social está voltada para os profissionais que têm como um dos principais
instrumentos de trabalho a palavra.
Desenvolver as habilidades de comunicação é o principal objetivo da disciplina. O conteúdo aqui minis-
trado permitirá ao acadêmico de Serviço Social melhor observar e empregar a comunicação no seu dia a dia,
possibilitando-lhe maior possibilidade de interação com seus pares.
É obrigação de qualquer profissional na área de comunicação aperfeiçoar-se e enriquecer-se no uso da
língua como meio de compreensão e expressão. O desenvolvimento do hábito da reflexão faz o profissional
preparar-se para desempenhar satisfatoriamente suas atividades.
A importância da comunicação extrapola os limites do papel, porque a mensagem transmitida de forma
eficiente permite atingir melhor as pessoas, o que poderá melhorar os relacionamentos sociais. O assistente
social deve estar preparado para fazer uma leitura fiel e exata dos acontecimentos, sem deixar de lado a sim-
plicidade e a clareza necessárias para a eficiência na comunicação.
Professora Ma. Angela Cristina Dias do Rego Catonio
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13. AULA 1 — Linguagem e sua Função Social
AULA
____________________ 1
Unidade Didática – Comunicação Social
LINGUAGEM E SUA FUNÇÃO SOCIAL
Conteúdo
• Conceito de linguagem
Competências e habilidades
• Levar os acadêmicos a compreenderem o papel da linguagem na organização do pensamento, para
que desenvolvam estratégias de comunicação no Serviço Social
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
LINHA DO TEMPO DA COMUNICAÇÃO
A seguir, temos um breve histórico do desenvol-
vimento da comunicação. A linha do tempo abaixo
demonstra as grandes transformações da comuni-
cação ocorridas desde os primórdios do homem até
os dias atuais. Observe-a atentamente.
EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Pré-história ........... comunicação visual
50.000 a.C. ......desenhos (sinais, traços) fumaça co- 4000 a 3000 a.C. .......desenhos pequenos, sinais explica-
municação verbal sons, ruídos sons tivos (pictogramas dos sumérios)
(primórdios da música) comunica- 3300 a.C. ................ egípcios (descoberta do papiro -
ção física (gestos, dança) planta de folhas fortes)
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14. Unidade Didática — Comunicação Social
2400 a.C. .................sinais regulares (sons das palavras)
1500 a.C. ................ primeiras inscrições chinesas
1000 a.C. ................ alfabeto fenício - sem as vogais.
Alfabeto grego - com as vogais
1455-56 ................. advento da tipografia - Gutem-
776 a.C. .................. primeiro registro do uso de um berg - 1.º livro impresso foi a
pombo-correio para envio de Bíblia
mensagens
1780 ..................... primeira caneta tinteiro-Sheller
200 a 100 a.C. ........ mensageiros humanos a pé ou
1792 ..................... telégrafo ótico - Chappe
a cavalo são comuns no Egito e
na China. Primeiras estações de
entrega das mensagens
197 - 150 a.C. ........ Europa (escrita no couro - per-
gaminho)
14 d.C. ................... os romanos estabelecem os ser-
viços postais
200 d.C. ................. invenção da bússola (China).
200 d.C. ................. invenção do papel pelos chineses
200 – 250 d.C......... biblioteca de Alexandria (fuda-
da pelos ptolomeus)
Roma - primeiros jornais eram pregados na parede
do senado
Teatro grego - histórias e diálogos 1821 ...................... corrente elétrica – Faraday
Trovadores - literatura ambulante, jornais falados 1827-37 .................. fotografia - Niepce e Daguerre
1829 ....................... invenção da máquina de escrever
por Willian Austin Burst
1837 ...................... código morse - alfabeto de sons
1880 .......................... fonógrafo - Edison conseguir gra-
var e conservar a voz humana
1876 ...................... telefone - Graham Bell
1878 ...................... lâmpada elétrica - Thomas Edison
1896 ...................... rádio - Marconi
1895 ...................... cinema - irmãos Lumiere
1896 ...................... realizada a primeira sessão de
305 d.C. ................. primeiras prensas de madeira cinema no Brasil
inventadas na China (símbolos 1925 ..................... televisão – primeiras imagens
eram entalhados em blocos de de televisão
madeira) 1927 ..................... cinema falado - Lee de Forest
1200 d.C. ............... primeiras universidades são cantor de jazz
fundadas na Europa 1945 ...................... válvula
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15. AULA 1 — Linguagem e sua Função Social
1946 ...................... antecessor do computador mo- de tempo cada vez menor. O homem passou quase
derno - Universidade de Pensil- 50.000 anos para descobrir os primeiros sinais grá-
vânia ficos. Em compensação, levou apenas 50 anos para
1948 ...................... disco long-play - Peter Goldmark inventar o cinema, o rádio e a televisão, fatos que
1948 ...................... transistor - Bardeen, Brattai e
modificaram profundamente o quadro cultural, o
Shockley
que acontece de forma cada vez mais rápida.
1954 ...................... TV em cores - EUA
Pensar na relevância da linguagem para a humani-
dade produz uma reflexão, hoje, centrada no papel da
linguagem como um instrumento de inserção social.
No entanto, essa atitude também reflete uma aborda-
gem sociohistórica para o desenvolvimento humano.
A linguagem, nesse sentido, muito mais que a
evolução da estrutura cognitiva, é um produto so-
cial e histórico. Recorre-se, nesse caso, à teoria de Vi-
1956 ...................... primeira usina nuclear na In- gotsky, a qual descreve duas funções da linguagem:
glaterra
1957 ...................... primeiro satélite no espaço - A principal função é a de intercâmbio social: é para
Sputinik – URSS se comunicar com seres semelhantes que o homem
1958 ...................... primeiras gravações estereofô- criou e utiliza os sistemas de linguagem.
nicas A segunda função da linguagem: a de pensamento
1962 ...................... primeira transmissão via satélite generalizante. A linguagem ordena o real, agrupan-
1964 ..................... circuitos integrados do todas as ocorrências de uma mesma classe de
1971 ..................... 4004 Intel - primeiro micropro- objetos, eventos, situações, sob uma mesma catego-
cessador produzido em escala ria conceitual (OLIVEIRA, 1995, p. 42-43).
comercial
Vigotsky, ao postular as duas funções para a lin-
guagem humana, reafirma que os traços especifi-
camente humanos são adquiridos no domínio da
cultura por meio da interação com os outros. Para o
autor, a linguagem traduz e ao mesmo tempo repre-
senta um avanço do pensamento, de modo que, em
determinado momento do desenvolvimento huma-
no, pensamento e linguagem se unem.
O surgimento do pensamento verbal e da lingua-
gem como sistema de signos é um momento crucial
no desenvolvimento da espécie humana.
Considerando essa argumentação, a linguagem é
1972 ...................... TV em cores no Brasil um processo psicológico superior. De acordo com
................................ Internet
Vigotsky, processos superiores são:
................................ TV a cabo
................................ Offset [...] mecanismos psicológicos mais sofisticados,
................................ compact disc mais complexos, que são típicos do ser humano e
................................ videodisc... que envolvem o controle consciente do comporta-
mento, a ação intencional e a liberdade do indiví-
*Observe que, com o passar do tempo, as des- duo em relação às características do momento e do
cobertas e os inventos ocorreram em um espaço espaço presente (OLIVEIRA, 1995, p. 62).
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16. Unidade Didática — Comunicação Social
Mediante a abordagem sobre a linguagem, deve- da, no entanto, seu sentido difere entre os indivíduos,
mos compreender que ela se apresenta em duas mo- pois a palavra pode ter múltiplos sentidos para cada
dalidades: a linguagem verbal e a não verbal, as quais pessoa, tais como abandono, violência, carinho ex-
se distinguem por seus mecanismos de funciona- cessivo, superproteção etc.
mento, mas que o homem utiliza simultaneamente. O sentido, portanto, refere-se ao significado da
Ocorrendo alguma interferência na expressão palavra para cada indivíduo, e é composto por rela-
verbal, o homem se utiliza da linguagem não verbal. ções que dizem respeito ao contexto de uso da pala-
O homem no seu dia-a-dia, às vezes, não se dá conta vra e as vivências afetivas.
da diferenciação entres as duas modalidades. Entende-se que, com a linguagem verbal, o ho-
Entretanto, é necessária uma compreensão cla- mem organizou um sistema de significados e senti-
ra do conteúdo de cada modalidade. A linguagem dos que o permite conhecer e ser conhecido, trans-
verbal possui duas funções básicas: a de intercâm- formando o mundo real e, concomitantemente, a si
bio social e a do pensamento generalizante. Desse próprio, haja vista as alterações do conceito e uso
modo, o elemento fundamental da linguagem ver- das palavras ao longo da história.
bal, a palavra, tem uma importância crucial nessa Segundo Leão (1999), se identificamos que o de-
modalidade de comunicação. senvolvimento do homem se dá no processo da ati-
A palavra, segundo Vigotsky, possui duas dimen- vidade, a aquisição da linguagem, além de um pro-
sões: o significado e o sentido. cesso de inserção social, é um processo psicológico
O significado compreende o conceito de cada de comunicação. Para a autora:
objeto e propicia uma mediação entre o sujeito e o
A linguagem tornou-se o processo de transmissão
mundo.
de informação no qual o homem se apóia no pro-
O significado de uma palavra representa um amál- cesso de pensamento e que emprega recursos da
gama tão estreito do pensamento e da linguagem língua.
[...]. Uma palavra sem significado é um vazio, o sig- Na psicologia, entendemos por linguagem huma-
nificado poderia ser visto como um fenômeno da na um complexo sistema de códigos, que designam
fala (OLIVEIRA, 1995, p. 48). objetos, características, ações e relações; e que pos-
sui a função de regrar e transmitir informações, in-
Os significados da linguagem verbal são uma
troduzindo-as em determinados sistemas (LEÃO,
construção da história de grupos humanos a partir 1999, p. 45-46).
das relações entre estes e o mundo físico e social.
Razão pela qual a aquisição da fala é um marco no Essa ideia reforça a compreensão de que a pala-
desenvolvimento do pensamento humano. vra nomeia objetos, indicando sua característica,
O outro elemento, também importante na lin- ações ou relações essenciais e as organizando em
guagem verbal, é o sentido. Se por um lado o signi- categorias, ou seja, constituindo o seu significado.
ficado é um elemento social e cultural, por outro, o Leão (1999) reafirma a ideia de que o significado
sentido tem a característica de ser pessoal. Ou seja, representa um sistema estável de generalizações que
o homem, ao se utilizar das palavras para se comu- os indivíduos reconhecem. E o sentido relaciona-se
aos motivos e ao que o indivíduo quis expressar ao
nicar, transmite, nessa atividade, sua subjetividade.
utilizar a fala.
Desse modo, os indivíduos manifestam ideias e sen-
timento próprios sobre o mundo real. Nesse sentido:
Mesmo que as palavras tenham seus conceitos [...] diz-se que o diálogo real é uma forma de ativi-
reconhecidos pelo grupo, os homens ainda dão sen- dade que normalmente implica a tomada de deci-
tidos individuais para elas. Por exemplo, a palavra sões em comum, na colaboração ou conflito com os
mãe tem o significado de quem gera, protege e cui- outros [...] (LEÃO, 1999, p. 48).
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17. AULA 1 — Linguagem e sua Função Social
Tão importante quanto a linguagem verbal é a de agressão. Facilitadora quando se abre em direção
não verbal, pois na ontogênese os gestos e expres- ao outro, num gesto de acolhida (ARAÚJO, 1999,
sões corporais são importantes para que a criança, p. 104).
ao interagir com o meio social, aprenda a colocar
Aliado ao desenvolvimento dos gestos das mãos,
suas reivindicações. Na decodificação dessa lingua-
o homem ampliou os gestos faciais e corporais ao
gem, o adulto vai informando à criança os códigos
longo de sua história. De tal modo que qualquer
não verbais utilizados pelo grupo social.
texto ou discurso, por melhor que seja a sua estru-
Entende-se que a utilização dos gestos e expres- tura, podem gerar atração ou repulsa em razão da
sões é um mecanismo importante para a aquisição forma como quem os apresenta se comporta, pela
da linguagem verbal e a sua compreensão. À medi- tonalidade da voz ou pelos gestos que são emitidos
da que o homem amplia sua participação na vida na pronuncia dos mesmos.
social, a linguagem não verbal passa a exercer ou-
Araújo (1999) expõe da seguinte maneira a
tra função, ou seja, os gestos e expressões corporais
importância da linguagem não verbal na comuni-
não se relacionam mais exclusivamente a estados
cação:
afetivos e/ou motivos de ordem biológica. Estes se
tornam meios que possibilitam aos indivíduos co- Grandes discursos podem modificar a direção do
nhecer e apropriar-se de códigos linguísticos. seu sentido na maneira como são ditos, pela infle-
xão da voz daquele que fala. O tom emocional da
Sendo a linguagem não verbal um instrumento
entonação e da modulação na voz é que contribui
primordial no processo de interação do indivíduo
para a distinção do sentido da palavra entre todos
com o meio social, a criação e utilização dessa mo-
os seus significados possíveis. A entonação da voz é
dalidade de linguagem também assume um caráter a que provoca no ouvinte as reações emocionais.
sociohistórico. Portanto, na linguagem não verbal Atração ou repulsão se observam principalmente
não se pode considerar que os movimentos corpo- na maneira como as pessoas se apresentam, na for-
rais sejam simplesmente resultado de reflexos con- ma como falam, vestem etc., dentro de classificações
dicionados ou incondicionados, mas sim que gestos já dadas, a priori, dentro de categorias que vamos
são voluntários. Estes são produzidos a partir de um assimilando do nosso meio ambiente (ARAÚJO,
contexto social definido e colaboram para a com- 1999, p. 116).
preensão dos significados e sentidos apresentados
Diante do exposto, é certa a compreensão da rele-
na comunicação com os outros.
vância que as modalidades de linguagem têm na co-
Essa premissa verifica-se quando se entende que o
municação nas mais variadas situações de convivên-
homem, ao produzir o primeiro instrumento de tra-
cia. No entanto, no campo das relações profissionais
balho, o qual facilitou o domínio da natureza e possi-
e no trato com o público, o papel das linguagens
bilitou o aprimoramento de partes do corpo humano,
verbal e não verbal, na sociedade contemporânea, é
tais como a mão, os dedos etc., teve que organizar, pri-
relevante e não pode passar despercebido pelos pro-
meiro, gestos e movimentos para que os demais mem-
fissionais, principalmente os da área social.
bros entendessem a ação a ser realizada.
Em uma situação de contato individual ou em
O desenvolvimento das mãos produziu, também,
grupo, na produção de documentos o uso de ex-
o desenvolvimento de capacidades comunicativas
pressões verbais e corporais inadequadas pode al-
humanas, tais como:
terar substancialmente o sentido e o significado do
A mão como agente da expressão emocional na co- assunto tratado, da decisão a ser tomada ou do en-
municação. Inibidora quando, ao estender a mão caminhamento necessário diante da situação – pro-
em gesto de encontro, o outro a fecha num gesto blema em questão.
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18. Unidade Didática — Comunicação Social
Ressalte-se que na área social é preciso ater-se problemas de relacionamento entre os técnicos, fa-
em propiciar uma comunicação adequada tanto no vorecendo um desempenho qualitativo do trabalho
atendimento ao público como entre os membros das técnico e melhor visibilidade da ação institucional
equipes. O uso correto da linguagem pode eliminar na comunidade.
* ANOTAÇÕES
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19. AULA 1 — Linguagem e sua Função Social
AULA
____________________ 2
MODALIDADES VERBAIS E NÃO VERBAIS
Unidade Didática – Comunicação Social
NA COMUNICAÇÃO
Conteúdo
• Conceito de linguagem verbal e não verbal
• Mecanismo de funcionamento da linguagem verbal e não verbal na comunicação
Competências e habilidades
• Levar o acadêmico a conhecer e entender o funcionamento da linguagem verbal e não verbal na
comunicação
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
LÍNGUA ORAL E LÍNGUA ESCRITA somente a língua falada. As tradições, os costumes e
Como vimos anteriormente, a comunicação en- as histórias de um povo eram passadas apenas pela
tre os indivíduos pode se efetivar de várias formas. tradição oral. Com o tempo, tentou-se reproduzir
A língua foi o principal código desenvolvido pelo cada som emitido pela voz humana em símbo-
homem para expressar suas necessidades e uma los (letras) e, dessa forma, juntando-se os diversos
tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modificação da símbolos para formar as palavras. Mesmo que es-
sociedade. sas letras não reproduzam com exatidão os sons da
Mas você já parou para se perguntar o que é lín- língua falada, a língua escrita é fundamental para o
gua? processo comunicativo.
Uma língua é um conjunto de signos conven- Contudo, mudanças linguísticas ocorrem no
cionados por determinado grupo de indivíduos na decorrer do tempo. A língua sofre variações nas
tentativa de interação social. No princípio, existia formas oral e escrita em virtude de vários aspec-
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20. Unidade Didática — Comunicação Social
tos: localização geográfica de determinados grupos
Língua oral Língua escrita
sociais, contato com línguas estrangeiras etc. Essas
tendências naturais de transformações da lingua- Utilizam-se sons Utilizam-se signos/letras
que formam as palavras
gem ocorrem tanto na oralidade quanto na grafia.
Como exemplo, podemos citar a palavra você, que é Uso de gírias e Uso de referências mais
uma contração do que antigamente falava-se vossa onomatopeias precisas e elaboradas
mercê e que com o tempo passou para vossemecê, até Omissão de termos Todos os termos devem
chegar ao atual você. aparecer de forma clara
As características da linguagem oral são diferen- Modo descontraído e Cuidado na construção
tes das da escrita. A primeira é muito mais alusiva irreverente do período
e subjetiva, conta com recursos impossíveis de se Utilização livre dos Colocação pronominal
traduzir na escrita como: entonação, gestos, ên- pronomes conforme as regras
fases, expressões faciais, pausas, entre outros, que, gramaticais
para Vanoye (1998, p. 39), são as significações não Ambiguidades com Frases bem estruturadas
verbais suplementares. Assim, na língua escrita, frases inacabadas
tenta-se também adequar algumas formas de inte-
Apelos visuais (gestos, Descrição metódica dos
ração emissor-receptor para uma melhor compre- expressões faciais, detalhes
ensão da mensagem. Embora a oralidade afigure-se apontar objeto/pessoas/
de maneira diferente da escrita, o signo é carregado locais)
de significados pessoais e recebe mais intensamente Repetição de palavras Emprego variado da
modificações influenciadas pelo meio social. linguagem para evitar
Enquanto a fala conta com a gesticulação, mo- repetições
vimentos do corpo e entonações para o envio da Improvisada e Evita improvisações e
mensagem, a escrita precisa necessariamente ser espontânea segue os padrões cultos
mais concreta, descritiva e narrativa. da língua
Outro fator a destacar com relação à língua es-
crita, é que, com o passar do tempo, criaram-se pa-
funções pragmáticas, a estruturação do discurso e a
drões facilitadores de apresentação do texto escrito.
transmissão de significados.
Surgiram normas cultas para a língua escrita, so-
No ato da comunicação, o falante e o ouvinte
bretudo a uniformidade da ortografia e as regras de
têm à sua disposição meios verbais, entendidos por
sintaxe, que facultam a compreensão do conteúdo
hesitações, pausas, prosódias, partes de silabas, síla-
e a manutenção da unidade linguística de uma lín-
bas, frases e partes de frases; e os meios não verbais,
gua; a organização do texto em parágrafos favorece
representados por movimentos e não movimentos
a agilidade da leitura; a formação de tópicos e sub-
de cabeça, de olhos, tronco, face e das mãos para a
tópicos proporciona o exame dinâmico do texto.
construção de seu enunciado, assim como para pro-
Observe na tabela ao lado as principais diferenças
ferir sua resposta. Nessa troca de locuções verbais e
entre a língua oral e escrita. não verbais as pessoas constituem diálogos que es-
No entendimento de grande parte dos linguistas, clarecem, provocam ou hesitam seus participantes.
a comunicação face a face é resultado dinâmico das Rodrigues (1998, p. 70-96 apud RODRIGUES,
interações entre a locução verbal e os movimentos 2008), em seus estudos, demonstrou as categorias
do corpo (POYATOS, 1992 apud RODRIGUES, presentes no processo de interação face a face que
2008). Coloca-se que a comunicação é uma ativi- são: o desenvolvimento temático, as relações estru-
dade tripartite, ou seja, envolve o desempenho das turais entre as diferentes unidades conversacionais,
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21. AULA 2 — Modalidades Verbais e Não Verbais na Comunicação
a expressão das emoções e das relações sociais entre tipos: reparação autoiniciada – feita pelo falante as-
os parceiros na função de falante e ouvinte. sim que ocorre o desarranjo; e a reparação alterna-
da-iniciada – na vez seguinte do desarranjo.
Na análise do fenômeno da comunicação face a fa- Ambos os sujeitos da comunicação podem se uti-
ce às unidades, segundo Rodrigues (1998 apud RO- lizar desse mecanismo. A reparação pode acontecer
DRIGUES, 2008), podem ser divididos em grupos: dependendo do grau de prejuízo da harmonia do
• os elementos do enunciado envolvendo o siste- diálogo, ou seja, a reparação preferida é a que menos
ma de alternância de vez, a vez, o ato conversa- ameace a comunicação, não causando desafetos.
cional e os sinais conversacionais; Já a reparação despreferida é que resulta muito
ameaçadora à continuidade da comunicação. Sua
• os fenômenos prosódicos que são analisados
elaboração torna-se necessária e pode ser longa, de-
pelos seguintes pontos: unidade entonacional,
pendendo das reações adversas que esta provocou.
a altura de tom, intensidade da voz e a quanti-
Ainda no campo da comunicação verbal, pode-se
dade de sílabas articuladas;
destacar um aspecto importante a respeito da orali-
• unidade da comunicação não verbal – neste
dade, que é a argumentação.
grupo são dois os aspectos a serem considera-
Quando consideramos a linguagem um meio de
dos: a diferença/descontinuidade/contraste e a
interação, a argumentação é um mecanismo muito
identidade/continuidade/fusão.
utilizado para que os interlocutores possam atingir
seu propósito na comunicação.
Esses aspectos são organizadores dos gestos pro- Para Cunha (2008), a argumentação só se apre-
duzidos entre falante e ouvinte durante a comunica- senta inevitável quando os interlocutores têm di-
ção. Assim, o gesto representa um movimento inse- vergências sobre o assunto da comunicação e, para
rido em uma sequência de outros movimentos. Na garantirem ter o sucesso de sua argumentação, estes
análise dos gestos em uma comunicação, Kendon se apóiam em elementos linguísticos, prosódicos e
(1980) refere-se como unidade máxima a unidade paralinguísticos (gestos, expressão facial etc.).
gestual, a qual é composta por gestos, paragem, an- As estratégias argumentativas estão comumente
tegolpe, golpe, paragem pós-golpe e retração. relacionadas ao campo emocional dos ouvintes, en-
No entanto, apesar do conhecimento do meca- volvendo os valores de justiça e igualdade. Emerson
nismo de funcionamento, o sintagma gestual, sua e Grotendorst (1983 apud CUNhA, 2008) referem-
categorização às vezes necessita um tempo de ob- se à argumentação como um fenômeno de comuni-
servação e, dependendo do assunto, algumas cate- cação verbal que deve ser entendido como um pro-
duto específico do discurso, caracterizado pelo uso
gorias podem não ficar claras, pois a transparência
da língua para resolver uma diferença de opinião.
está sujeita a alteração de percurso e interrupções.
Na pesquisa de Cunha (2008), a argumentação é
Além do sintagma gestual, a organização da co-
relacionada com os atos de fala, destacando os atos
municação pode ser também acompanhada por
ilocucionários e perlocutários. O funcionamento
sintagma de movimento, cujos critérios de análise
da argumentação se daria pelo uso da língua, cujos
são: a amplitude e a forma da trajetória do movi- enunciados seriam utilizados para defender uma
mento e o tempo de repouso ou paragem. ideia. Outro ponto que validaria a relação da argu-
Outro mecanismo presente na comunicação é mentação com os atos de fala seriam seus aspectos
a reparação. Trata-se de uma autocorreção que os comunicativos e interativos, uma vez que na argu-
participantes têm para melhorar seus enunciados. mentação os interlocutores demonstram estar ou
Para Schegloff (1992 apud RODRIGUES, 2008), no não convencidos. Desse modo, os que se convencem
mecanismo de reparação podem-se distinguir dois utilizam enunciados de pró-argumentação para ra-
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22. Unidade Didática — Comunicação Social
tificar o propósito, e os que não concordam se uti- • dois ou mais argumentos principais, ambos su-
lizam da contra-argumentação para convencer os ficientes quando combinados;
demais a se oporem. • um ou mais argumentos principais e um ou
A partir dessa lógica, Cunha (2008) anuncia a ar- mais subargumentos.
gumentação como um ato de fala constituída como
um conjunto de enunciados para justificar ou refu- Quando há uma sequência de argumentação, é
tar uma opinião ou ponto de vista. Desse ponto de criada uma convenção de atos de fala entre os inter-
vista, a argumentação constitui-se de: locutores para que haja um prosseguimento racio-
• um argumento principal; nal da comunicação.
• dois ou mais argumentos principais, sendo ca
da um individualmente suficiente para justifi-
car ou refutar a opinião;
* ANOTAÇÕES
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23. Unidade Didática — Comunicação Social
AULA
____________________ 3
Unidade Didática – Comunicação Social
COMUNICAÇÃO: CONCEITOS E MODELOS
Conteúdo
• Conceito de comunicação
• Modelos de comunicação
Competências e habilidades
• Levar o acadêmico a entender os tipos de comunicação para que possa utilizar-se deles como estra-
tégias de comunicação no Serviço Social
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com professor interativo
2 h/a – presenciais com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO comunicar, estabelecendo um elo entre o emissor e
A comunicação pode acontecer de várias formas: o receptor; o receptor decodifica a mensagem para,
por gestos, placas de trânsito, telefone, televisão, es- então, avaliá-la sob seus parâmetros de confiabili-
crita etc. Para que a comunicação aconteça de forma dade. Daí a necessidade de considerar a mensagem
efetiva, é necessária a interação entre determinados não apenas em sua forma, mas também em seu sig-
elementos essenciais do processo de comunicação. nificado.
O processo de comunicação entre os indivíduos
será tanto mais perfeito quanto maior for o grau de
Mensagem
interação entre os sujeitos envolvidos no processo
comunicacional. Já distinguia Aristóteles, na Re- Código
tórica, os principais componentes no processo de
comunicação: o orador, o discurso e o auditório. O Emissor ou remetente: que ou quem emite a men-
emissor transmite a realidade ou a ideia que dese- sagem.
ja comunicar, molda-as conforme seus parâmetros Receptor ou destinatário: que ou quem recebe a
pessoais intrínsecos; a mensagem é o que se propõe mensagem.
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24. Unidade Didática — Comunicação Social
Canal de comunicação: é o meio pelo qual se dá a sua origem de desenvolvimento ligada ao estabele-
comunicação. cimento de leis.
Mensagem: é o conteúdo da informação transmi- Assim, pode-se pensar que todo sistema de co-
tida. municação esteve e estará ancorado em certo códi-
Código: são os signos ou símbolos que constituem go de leis que o normatiza e lhe confere a dimensão
a mensagem. social e cultural de uma sociedade em determinado
período histórico.
Entretanto, com o grande avanço dos meios de
comunicação, hoje, é preciso buscar uma definição
de comunicação, pois há uma forte tendência a rela-
cionar o conceito aos meios de transmissão. A noção
de comunicação pode ser uma referência a um ato de
relação entre pessoas, a qual evoca um significado e
a informação, um conjunto de dados que possibilita
às pessoas envolvidas compreenderem melhor o seu
contexto e a si mesmas por meio da organização des-
ses dados e utilização como guias para suas ações.
* O principal objetivo da comunicação é a persuasão. Até mes-
mo em um simples ato de informar algo, implicitamente, está a Do ponto de vista antropológico, o termo comu-
intenção de que o receptor acredite na informação emitida. nicação designa o caráter da relação humana en-
quanto relações de compreensão.
A capacidade de se comunicar garantiu à huma- O termo comunicação e a exploração dos diversos
nidade um desenvolvimento muito grande. E foram mecanismos desse processo foram e são matérias de
inúmeros os mecanismos criados pelas gerações vários teóricos. Não se pretende fazer uma expla-
como meio de garantir a transmissão da informação nação definitiva, mas apresentar algumas teorias de
e do conhecimento. A partir de elementos pictóri- autores que colocam a comunicação como objeto
cos à representação de pinturas rupestres, o homem de sua pesquisa e que constituíram uma explicação
vem aprimorando seu sistema de comunicação. acerca da comunicação.
Entretanto, após a construção das primeiras so- Para os profissionais da área social, a posse do
ciedades, os diferentes povos vêm criando supor- conhecimento de diferentes concepções é algo re-
tes materiais para o intercâmbio de mensagens que levante para o desenvolvimento profissional, pois
superassem os rudimentares mecanismos, tais como as múltiplas situações e pessoas envolvidas no trato
dos serviços e atividades da área social requerem do
sinais de fumaça, fogo de tochas e sons de tambores.
profissional a compreensão clara da ideia de comu-
O aprimoramento levou os homens à criação de
nicação e seu mecanismo, pois esta contribui para a
mecanismos duráveis e com mais rapidez de circu-
tomada de decisão, elaboração de programas e/ou
lação. Dentre eles, podemos citar as tábuas de argi- encaminhamentos cujos impactos poderão ser mais
la cozida, o papiro, o pergaminho e depois o papel, ou menos qualitativos em virtude da eficácia e efi-
que marca, também, o momento em que o homem ciência dos processos de comunicação.
estabelece o desenvolvimento da linguagem escrita, Uma primeira noção de comunicação é a de
colocando-a como a modalidade de prevalência na transmissão de sinais. Esse modelo foi criado em
transmissão de mensagem a distância, no tempo e 1949, por C. E. Shamon e W. Weaver, e sua base teó-
no espaço. rica está relacionada a um modelo matemático. Se-
Outro elemento característico da comunicação gundo os autores, a partir dessa ideia seria possível a
social é o controle, haja vista que em todos os pe- transmissão de um conjunto de informações quan-
ríodos históricos a transmissão da informação teve tificáveis de um lugar para outro.
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25. AULA 3 — Comunicação: Conceitos e Modelos
Nesse modelo a comunicação é linear, como um como disputa apresentada pelo sociólogo francês
transporte de informação do ponto A para o pon- Pierre Bourdieu (1987).
to B; sendo assim, estão presentes os conceitos de Na visão desse autor, a comunicação é entendida
emissor, destinatário (receptor), código, sinal, in- como uma disputa simbólica pelas nomeações legí-
formação, codificação e decodificação. timas. Bourdieu (1987) acredita que na sociedade há
Segundo Sampaio (2008), o processo comunica- um mercado de bens simbólicos tão vigorosos quanto
cional é reduzido a uma questão de transmissão, o de bens materiais. E, à medida que estabelecem rela-
no qual as mensagens são tratadas como meros si- ções sociais entre si, os homens realizam não somente
nais a serem identificados e decodificados por um a troca de mercadorias, mas também de significados,
receptor. de símbolos (BOURDIEU, 1987, p. 102-103).
Quando ocorre incompreensão, essas são repeli- Nessa lógica, o autor postula que quem fala não
das como erros, atribuídos a incapacidades, acasos busca somente ser compreendido, mas também
ou acontecimentos não propositais. acreditado e reconhecido, razão pela qual a comu-
Um segundo modelo é o de comunicação como nicação é um instrumento de poder.
diálogo. Esse modelo tem suas influências na filoso- O discurso tem um caráter de bem simbólico,
fia grega de Platão e Sócrates. Um dos teóricos que considerando o local em que é apresentado e quem
elaboraram sua proposta a partir dessa premissa foi o anuncia. Bourdieu reafirma, ainda, a ideia de que
Jügen habermas, para o qual a comunicação é um a comunicação é um processo de disputa. A fala dos
processo de diálogo em que os sujeitos, capazes de agentes sociais não é uma operação e simples codi-
linguagem e ação, interagem com fins de obter um ficação e decodificação, mas uma relação de força
entendimento. simbólica.
Nessa concepção, os aspectos principais são a O quarto modelo é o de comunicação como se-
comunicação como interação; a linguagem como leção apresentado pelo sociólogo Nikolas Luhmann
médium de entendimento; e o entendimento como (1995). Sua tese se apoiou em um alto grau de abs-
objetivo da comunicação. Abordando esses aspectos tração, pois a comunicação é um processo que en-
em sua teoria, habermas incorpora a ideia da fala volve três diferentes seleções:
como um agir socialmente, ideia presente na teoria
da linguagem de Wittgenstein. [...] a seleção da informação; [...] a seleção da par-
ticipação dessa informação; e [...] à compreensão
Assim como, também, falar coisas, significa fazer
seletiva ou não compreensão dessa participação e
pronunciamentos que estabelecem relações sociais.
sua informação (LUhMANN, 1995, p. 115 apud
Ideia postulada pela teoria dos Atos de fala de Austin. SAMPAIO, 2008).
Na proposição de habermas, a comunicação é
vista como um processo racionalmente realizado Sampaio (2001) explica os conceitos acima men-
para se obter o entendimento. E, nesse sentido, há cionados nos seguintes termos: a informação é uma
um privilégio da dimensão cognitiva e uma negli- seleção a partir de um conjunto de possibilidades; a
gência para as outras possibilidades de comunica- participação é a duplicação da informação em uma
ção que não são orientadas para o consenso. forma codificada; a compreensão pressupõe a dife-
Outro teórico que apresentou uma tese, também, rença entre informação e participação, a qual define
a partir da noção de comunicação como diálogo foi uma escolha de conduta, ou seja, é o pressuposto da
o alemão Mikhail Bakhtin. Ele considerou que o continuidade da comunicação.
diálogo não se reduz apenas a enunciados, reconhe- Para Luhmann (1995, p. 118):
cendo a questão da intertextualidade e polissemia
A comunicação é um sistema fechado completo,
no processo comunicacional. formado pelas três seleções básicas mencionadas, as
Diferentemente da concepção de comunicação quais não podem existir uma sem a outra, ou seja,
como diálogo, é o terceiro modelo de comunicação não há informação fora da comunicação, não há
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26. Unidade Didática — Comunicação Social
participação fora da comunicação e não há com- produtivos e integrados; perspectiva interpretativa
preensão fora da comunicação. envolve a organização das construções sociais.
Segundo Manning (1992 apud SAMPAIO, 2008),
Quando se qualifica a comunicação como um
as estratégias de comunicação organizacional en-
sistema fechado, segundo Luhmann, levanta-se a
volvem coleta, processamento, emissão e recepção
ideia de uma comunicação sem objetivo, que é tão
de informações que possibilitem aos agentes da or-
questionável quanto a centrada somente nos agen-
ganização compreender e interagir no ambiente in-
tes sociais.
terno e externo da organização.
Outro ponto questionável é apresentado por
No Brasil, o conceito de comunicação integrada
Schmidt (1996 apud SAMPAIO, 2008) sobre a indi-
foi proposto a partir das ideias de Kunsch (1997
ferenciação entre a comunicação interativa e a me-
apud CASALI, 2008), o qual respalda a interdisci-
diada por meios técnicos segundo Luhmann. Com
plinaridade e atitude conjunta de todos os profissio-
ressalvas, Schmidt (1996) considera a comunicação
nais na compreensão do conceito proposto.
como ação social dos indivíduos, sem, contudo,
Kunsch, considerando importante para a organi-
propor uma redução da comunicação às ideias de
zação social a integração das atividades de comu-
ação ou relações entre indivíduos.
nicação, proporciona o fortalecimento do conceito
Schmidt (1996) entende que comunicação e cogni- institucional, mercadológico e corporativo perante
ção são processos distintos, mas ocorrem sincronizados a todos o seus públicos.
no tempo. Postula, pois, o reconhecimento de uma as-
A ideia de comunicação integrada (KUNSCh,
sociação existente entre a comunicação e a cognição.
1997, p. 116 apud CASALI, 2008) pode ser com-
À guisa de entendimentos, Sampaio (2001) cha- preendida a partir deste esquema:
ma atenção para a necessidade de um procedimento
teórico criterioso que identifique e problematize a Comunicação Institucional
complexidade do processo de comunicação sem se
recorrer ao reducionismo. Composto da Comunicação
Em virtude do avanço das tecnologias da comu- Comunicação Organizacional
nicação, um quinto modelo de comunicação está
Comunicação Institucional
sendo proposto, cuja denominação é comunicação
Relações-públicas
integrada. Esse tipo de comunicação envolve con-
Marketing social
teúdos múltiplos, equipes multidisciplinares, inte- Marketing cultural
gração informatizada de processos, comunicação Jornalismo
em tempo real, atividades virtuais e impõe planeja- Assessoria de imprensa
mento (CASLI, 2004). Identidade corporativa
Com o processo de globalização, grandes mudan- Comunicação Mercadológica
ças estão ocorrendo na economia, na política, na Marketing
área social, das tecnologias e organizacional. Além Propaganda
disso, também está exigindo um volume e velocida- Promoção de vendas
de de informação. Assim, a utilização do conceito de Feiras e exposição
Merchandising
comunicação integrada precisa ser pensada a partir
de novas tecnologias da informação. Comunicação Interna
A comunicação integrada é arte de algo maior
Comunicação Administrativa
à comunicação organizacional (SCROFEMEKES,
2001 apud SAMPAIO, 2008). Entende-se por co- Fluxos
municação organizacional a comunicação com uma Rede formal e informal
Veículos
perspectiva funcionalista que compreende os aspectos
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27. AULA 3 — Comunicação: Conceitos e Modelos
A ideia de comunicação integrada preconiza a que qualquer outra mensagem por si só, razão que
elaboração de uma mensagem organizacional única torna imprescindível, na comunicação integrada, a
mediante diversos meios de comunicação. criação de sinergia entre as mensagens veiculadas
Casali (2008) apóia a ideia de que a comunicação em diferentes meios de comunicação.
integrada é a coordenação de mensagens para um O conceito de comunicação integrada, por pres-
impacto máximo. Esse impacto é obtido por meio cindir da integração das ações, representa uma con-
da sinergia às conexões que são criadas na mente do dição fundamental no aumento da competitividade
receptor, as quais têm um resultado de poder maior da organização e da sua produtividade.
* ANOTAÇÕES
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