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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
INSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO (CCSE)
HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
Prof.ª Dra. Cátia Macedo
GEOGRAFIA CLÁSSICA
Seminário sobre: O Pensamento Geográfico Brasileiro -
Vol. 1 : As Matrizes Clássicas Originárias
Ruy Moreira
Apresentado por:
Hellen Santos
Natália Negrão
Larissa Silva
Evelly Matias
Tiago Angelin
Belém
2016
A Geografia moderna e a Geografia
Clássica
A geografia moderna nasce como um projeto da revolução burguesa.
Como um fenômeno alemão, onde a revolução burguesa mais se
atrasa, a base geográfica que conhecemos nasce com Kant.
Kant, filósofo do iluminismo, ele como filósofo não vê com bons olhos,
o estado que a filosofia se encontra perante o avanço da ciência no
século XVIII, principalmente o avanço da ciência no campo da
interpretação da natureza, ciência que se desliga do campo
aristotélico, e traz consigo o nascimento da astronomia de Copérnico
e a Física Galileu – Newton, o novo conceito matemático e inorgânico,
exclui uma concepção orgânica – humana, da qual deriva uma
dualidade natureza – homem que, ao lado da dualidade sujeito –
objeto de descartes, incomoda Kant.
Revolução Burguesa e Industrial.
Acontece no Europa dois divisores de águas, para
ciência em geral, as revoluções burguesa e
industrial, eventos que ocorrem na Inglaterra
(Séc.17) e na França (Séc.18), trazendo dessa
forma o homem para primeiro plano no cenário.
A busca da combinação de uma sistematização do
conhecimento criado pela ciência no plano da
natureza e de uma incorporação do homem em seu
discurso, e que agora desafia o pensamento tanto
científico quanto filosófico.
Kant, então, busca fazer uma
sistematização onde pudesse estabelecer conexões entre a
empiria e o
racionalismo. Daí ele necessita buscar um ponto em comum
de se pensar a natureza e o homem e este ponto é o que ele
chama de categoria de espaço e tempo. Assim a geografia fica
encarregada de estudar os conhecimentos empíricos
concernentes a natureza. Porém a geografia que Kant conhece
é um agregado de conhecimentos empíricos, organizados em
grupos de Paisagens, fazendo-nos perceber, contudo, que ele
não realiza grandes transformações na
ciência geográfica.
Ritter e a Geografia Comparativa
Será Ritter que irá realizar transformações significativas na geografia, pois
ele a tira da fase taxonômica e descritiva de representação clássica, para
uma representação moderna centrada no conceito e na explicação. Ritter
cria então uma nova fase da geografia, e designa-a de Geografia Comparada.
Ele imagina que as pesquisas em geografia devem ser feitas pela
diferenciação da paisagem, formando assim um mosaico de diferentes
paisagens. O mesmo define a paisagem como um recorte paisagístico que
materializa a arrumação da superfície terrestre numa ordem de
classificação taxonômica ao tempo, que propícia ao geógrafo organizar sua
discussão. Isto seria o princípio de um método na geografia e trata-se de
tirar a geografia do estágio meramente taxonômico e descritivo que se
encontrava, para elevá-la a condição de ciência. Isto é, de um saber
orientado por uma teoria e uma explicação metodológica. Ritter busca
assim, um sentido da organização corográfica na superfície terrestre que ele
identifica pelo nome de individualidade regional dos recortes do espaço. Já,
Humboldt orienta-se no mesmo fundamento de Ritter e parte da ordem de
classificação e da corografia, porém para classificar a vegetação.
A Geografia e o Positivismo
Logo após, as ciências passam por um processo de fragmentação, levando
a geografia a uma estagnação de cinqüenta anos longe do cenário mundial. Já na
segunda metade do século XIX a geografia passa por um novo paradigma onde a
necessidade de fragmentar-se para estar “compatível” com o pensamento
científico deste determinado momento, se contrapunha ao resgate da integralidade
de visão de mundo, característico da mesma. Vivia-se em um momento de grande
desenvolvimento, tanto científico, quanto econômico (II Revolução Industrial) que
fragmentou o trabalho, o homem, e o pensamento. O positivismo (modelo vigente
da época) referenda a visão física e matemática de natureza do projeto cientifico
renascentista, separa o inorgânico, o orgânico e o humano em esferas dissociadas
e proclama o paradigma do inorgânico da Física como base, orientando as demais
ciências nessa padronagem.
A esfera do humano é um processo tardio. É necessário esperar
o nascimento dos modelos matemáticos ou algo equivalente que
de conta dos fenômenos ligados ao homem. Teme-se que sem o
parâmetro matemático uma ciência rigorosa por fim não se
sustente. A solução vem na forma de um duplo tipo de
legalidade: a matemática para a esfera de tratamento científico
da natureza e a institucional para a esfera do tratamento
científico do homem. Nascem as Ciências Naturais e as
Ciências Humanas. E conseqüentemente a geografia fragmenta-
se surgindo à geografia física e a humana. O que acarreta em
grandes perdas para a geografia em geral. Por um lado,
enquanto a geografia física, por sua maior facilidade de adaptar-
se a modelos matemáticos ia bem, a geografia humana não se
encontrava.
Linhas de força da Geografia
O período que se estende dos meados do séc.XIX aos meados do Séc.XX,
talvez seja um dos mais ricos e contraditórios no campo do pensamento
empírico-real
Na história. Transformações e permanências coexistem lado a lado em
conflitos.
No campo da ciência, uma sequencia de questionamentos e reavaliações da
física de newton põe fim a uma representação da natureza que dominava
desde
O século 17, a descoberta em 1915 da relatividade geral, acentua a crise
newtoniana, com a incerteza quântica de Heisenberg dando fim a uma era, no
campo das ciências humanas, a longa lista de tensões e conflitos que
referenciavam ideologias, seja pela autocracia, ou pela representatividade, em
uma reiteção seja da utopia socialista, ou liberalista, o positivismo vê sua
técnica intangível abalada pelo fluído e contraditório, esse período que vai
conhecer a
Riqueza da geografia clásica, principalmente com pensadores franceses e
americanos
Reclus,Vidal e Brunhes
Reclus nasce em 1830, Vidal em 1845 e
Brunhes em 1869, e morrem respectivamente,
em 1905, 1918 e 1940. O texto de Reclus
antecipa a Geografia
de tom social e político, ao passo que o texto
de Vidal exprime o tom de aparência neutra
que no geral veremos instituir-se como
modelo intelectual típico da academia.
Élisée Reclus (1830-1905)
Reclus vem de uma formação iluminista para a qual
a razão é um instrumento de emancipação do
homem, que tomando por princípio a origem
racional e livre da natureza humana, encarna no
papel da educação individual elibertária.
Compreender e conhecer a natureza para
compreender, conhecer e fazer aflorar a natureza
do homem, um ser que nasce racional e livre e que
só as cadeias da sujeição social aprisionam e
escravizam, este é o papel científico da
Geografia, aqui se manifestando plenamente o viés
rousseauniano de Reclus.
Vidal de La Blache (1845-1918)
Paul Vidal de La Blache é historiador de formação com áreas de
interesse
na Antiguidade. Será o primeiro professor regular de Geografia em
uma
universidade francesa. Três livros indicam a diversidade de linhas e
direções que
segue o seu pensamento. O primeiro e o ultimo vão orientar a
Geografia
lablacheana para duas distintas direções: a Geografia Regional e a
Geografia da
Civilização. Surge assim, a noção de uma diversidade de regiões,
cada qual
dotada de uma face singular na sua peculiaridade.
Jean Brunhes (1869-1930)
Jean Brunhes é um terceiro caso e gerador de um discurso
de Geografia
surpreendente. O conceito-chave de Brunhes é o que
chama de fatos essenciais,
um modo de valorizar o dado visual e empírico, e assim, de
conferir a paisagem e
ao seu viés cartográfico o valor metodológico central da
reflexão geográfica. “Só é
fato o que se relaciona”, diz ele, advertindo para a
necessidade de um cuidado
com o empirismo e remetendo sua teoria e seu método
para o plano necessário
da totalidade, sem a qual o fato geográfico não revela seu
real significado
Max Sorre (1880-1962)
É praticamente com Sorre (1880-1962) que a técnica vai passar a ter
força
como elemento-chave da interpretação das paisagens e dos espaços
que tem
hoje a Geografia. Ele tem o cuidado de dar continuidade a Geografia
dos clássicos
que o antecedem, mas fazendo-o no quadro teórico conceitual e
metodológico
novo que está criando. O centro da análise de Sorre é o conceito de
complexidade, foco pelo qual ele vê o todo e as partes da superfície
terrestre. A
exemplo do ecúmeno terrestre, que conceitua como uma rede de
complexos.
Pierre George (1920-2005), Jean Tricart (1920-2003)
Pierre George, estudioso de vários assuntos, escreveu e
publicou ensaios e livros em praticamente todos os campos em que a
Geografia se quebrou e se dividiu em seu tempo. O foco de George é o
espaço, embora
nunca o defina com clareza, o espaço e para ele o estruturador
geográfico das
sociedades na história.
Jean Tricart, tem como ponto de partida a Geomorfologia, a
Climatologia, a Hidrologia, a Geologia e a Biogeografia numa teoria e
num método
unificados, realizando a primeira de uma série de ondas de
integralização das
“geografias físicas” no sentido de chegar a um conceito mais completo
e integrado
de meio ambiente
Richard Hartshorne (1889-1992)
Richard Hartshorne (1899-1992) vem da tradição norte-americana e corre
em raia própria e, por isso, melhor pôde entender a necessidade de
clarificar os
rumos da Geografia nos Estados Unidos, onde a percepção dos rumos da
história
transparecia mais que em outro lugar, indo buscar a resposta na Geografia
alemã
dos séculos XVIII e XIX, principalmente em Hettner, aprimorando os
estudos do mesmo.
Ruy Moreira (Autor)
Nascido em 31 de dezembro de 1941, graduado em Geografia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1970), doutor em Geografia Humana pela Universidade de
São Paulo (1994) Ruy Moreira é um dos principais representantes da geografia crítica
no Brasil. Entre os anos de 1980 e 1982 ocupou o cargo de presidente da Associação
dos Geógrafos Brasileiros, participando ativamente do processo marxista de
renovação da geografia brasileira.
Teve diversas obras publicadas durante sua carreira, sendo elas O Movimento
Operário e a Questão Cidade-Campo no Brasil, Formação do Espaço Agrário
Brasileiro, O Que é Geografia, Para Onde Vai o Pensamento Geográfico?, Pensar e Ser
em Geografia, O pensamento geográfico brasileiro e Geografia e Práxis.
Ruy Moreira enfatiza em suas pesquisas as relações da sociedade com a
natureza e o espaço; como esse foi estruturado e se reestrutura a todo tempo. Para
isso, analisa a conexão entre fatores como o espaço, o trabalho, a técnica, a vivência,
a teoria da ciência geográfica e sua aplicação na realidade geográfica,
principalmente no que diz respeito ao Brasil.
Recentemente, o referido geógrafo direciona sua atenção ao estudo da
organização socioespacial brasileira, transpondo-a com a teoria e a epistemologia
geográfica em busca de um paradigma, uma teoria geral que expresse um olhar
peculiar da ciência geográfica no que concerne à estrutura mundial e nacional.
OBRIGADO!!

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O pensamento geográfico brasileiro: matrizes clássicas originais.

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ INSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO (CCSE) HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO Prof.ª Dra. Cátia Macedo GEOGRAFIA CLÁSSICA Seminário sobre: O Pensamento Geográfico Brasileiro - Vol. 1 : As Matrizes Clássicas Originárias Ruy Moreira Apresentado por: Hellen Santos Natália Negrão Larissa Silva Evelly Matias Tiago Angelin Belém 2016
  • 2. A Geografia moderna e a Geografia Clássica A geografia moderna nasce como um projeto da revolução burguesa. Como um fenômeno alemão, onde a revolução burguesa mais se atrasa, a base geográfica que conhecemos nasce com Kant. Kant, filósofo do iluminismo, ele como filósofo não vê com bons olhos, o estado que a filosofia se encontra perante o avanço da ciência no século XVIII, principalmente o avanço da ciência no campo da interpretação da natureza, ciência que se desliga do campo aristotélico, e traz consigo o nascimento da astronomia de Copérnico e a Física Galileu – Newton, o novo conceito matemático e inorgânico, exclui uma concepção orgânica – humana, da qual deriva uma dualidade natureza – homem que, ao lado da dualidade sujeito – objeto de descartes, incomoda Kant.
  • 3. Revolução Burguesa e Industrial. Acontece no Europa dois divisores de águas, para ciência em geral, as revoluções burguesa e industrial, eventos que ocorrem na Inglaterra (Séc.17) e na França (Séc.18), trazendo dessa forma o homem para primeiro plano no cenário. A busca da combinação de uma sistematização do conhecimento criado pela ciência no plano da natureza e de uma incorporação do homem em seu discurso, e que agora desafia o pensamento tanto científico quanto filosófico.
  • 4. Kant, então, busca fazer uma sistematização onde pudesse estabelecer conexões entre a empiria e o racionalismo. Daí ele necessita buscar um ponto em comum de se pensar a natureza e o homem e este ponto é o que ele chama de categoria de espaço e tempo. Assim a geografia fica encarregada de estudar os conhecimentos empíricos concernentes a natureza. Porém a geografia que Kant conhece é um agregado de conhecimentos empíricos, organizados em grupos de Paisagens, fazendo-nos perceber, contudo, que ele não realiza grandes transformações na ciência geográfica.
  • 5. Ritter e a Geografia Comparativa Será Ritter que irá realizar transformações significativas na geografia, pois ele a tira da fase taxonômica e descritiva de representação clássica, para uma representação moderna centrada no conceito e na explicação. Ritter cria então uma nova fase da geografia, e designa-a de Geografia Comparada. Ele imagina que as pesquisas em geografia devem ser feitas pela diferenciação da paisagem, formando assim um mosaico de diferentes paisagens. O mesmo define a paisagem como um recorte paisagístico que materializa a arrumação da superfície terrestre numa ordem de classificação taxonômica ao tempo, que propícia ao geógrafo organizar sua discussão. Isto seria o princípio de um método na geografia e trata-se de tirar a geografia do estágio meramente taxonômico e descritivo que se encontrava, para elevá-la a condição de ciência. Isto é, de um saber orientado por uma teoria e uma explicação metodológica. Ritter busca assim, um sentido da organização corográfica na superfície terrestre que ele identifica pelo nome de individualidade regional dos recortes do espaço. Já, Humboldt orienta-se no mesmo fundamento de Ritter e parte da ordem de classificação e da corografia, porém para classificar a vegetação.
  • 6. A Geografia e o Positivismo Logo após, as ciências passam por um processo de fragmentação, levando a geografia a uma estagnação de cinqüenta anos longe do cenário mundial. Já na segunda metade do século XIX a geografia passa por um novo paradigma onde a necessidade de fragmentar-se para estar “compatível” com o pensamento científico deste determinado momento, se contrapunha ao resgate da integralidade de visão de mundo, característico da mesma. Vivia-se em um momento de grande desenvolvimento, tanto científico, quanto econômico (II Revolução Industrial) que fragmentou o trabalho, o homem, e o pensamento. O positivismo (modelo vigente da época) referenda a visão física e matemática de natureza do projeto cientifico renascentista, separa o inorgânico, o orgânico e o humano em esferas dissociadas e proclama o paradigma do inorgânico da Física como base, orientando as demais ciências nessa padronagem.
  • 7. A esfera do humano é um processo tardio. É necessário esperar o nascimento dos modelos matemáticos ou algo equivalente que de conta dos fenômenos ligados ao homem. Teme-se que sem o parâmetro matemático uma ciência rigorosa por fim não se sustente. A solução vem na forma de um duplo tipo de legalidade: a matemática para a esfera de tratamento científico da natureza e a institucional para a esfera do tratamento científico do homem. Nascem as Ciências Naturais e as Ciências Humanas. E conseqüentemente a geografia fragmenta- se surgindo à geografia física e a humana. O que acarreta em grandes perdas para a geografia em geral. Por um lado, enquanto a geografia física, por sua maior facilidade de adaptar- se a modelos matemáticos ia bem, a geografia humana não se encontrava.
  • 8. Linhas de força da Geografia O período que se estende dos meados do séc.XIX aos meados do Séc.XX, talvez seja um dos mais ricos e contraditórios no campo do pensamento empírico-real Na história. Transformações e permanências coexistem lado a lado em conflitos. No campo da ciência, uma sequencia de questionamentos e reavaliações da física de newton põe fim a uma representação da natureza que dominava desde O século 17, a descoberta em 1915 da relatividade geral, acentua a crise newtoniana, com a incerteza quântica de Heisenberg dando fim a uma era, no campo das ciências humanas, a longa lista de tensões e conflitos que referenciavam ideologias, seja pela autocracia, ou pela representatividade, em uma reiteção seja da utopia socialista, ou liberalista, o positivismo vê sua técnica intangível abalada pelo fluído e contraditório, esse período que vai conhecer a Riqueza da geografia clásica, principalmente com pensadores franceses e americanos
  • 9. Reclus,Vidal e Brunhes Reclus nasce em 1830, Vidal em 1845 e Brunhes em 1869, e morrem respectivamente, em 1905, 1918 e 1940. O texto de Reclus antecipa a Geografia de tom social e político, ao passo que o texto de Vidal exprime o tom de aparência neutra que no geral veremos instituir-se como modelo intelectual típico da academia.
  • 10. Élisée Reclus (1830-1905) Reclus vem de uma formação iluminista para a qual a razão é um instrumento de emancipação do homem, que tomando por princípio a origem racional e livre da natureza humana, encarna no papel da educação individual elibertária. Compreender e conhecer a natureza para compreender, conhecer e fazer aflorar a natureza do homem, um ser que nasce racional e livre e que só as cadeias da sujeição social aprisionam e escravizam, este é o papel científico da Geografia, aqui se manifestando plenamente o viés rousseauniano de Reclus.
  • 11. Vidal de La Blache (1845-1918) Paul Vidal de La Blache é historiador de formação com áreas de interesse na Antiguidade. Será o primeiro professor regular de Geografia em uma universidade francesa. Três livros indicam a diversidade de linhas e direções que segue o seu pensamento. O primeiro e o ultimo vão orientar a Geografia lablacheana para duas distintas direções: a Geografia Regional e a Geografia da Civilização. Surge assim, a noção de uma diversidade de regiões, cada qual dotada de uma face singular na sua peculiaridade.
  • 12. Jean Brunhes (1869-1930) Jean Brunhes é um terceiro caso e gerador de um discurso de Geografia surpreendente. O conceito-chave de Brunhes é o que chama de fatos essenciais, um modo de valorizar o dado visual e empírico, e assim, de conferir a paisagem e ao seu viés cartográfico o valor metodológico central da reflexão geográfica. “Só é fato o que se relaciona”, diz ele, advertindo para a necessidade de um cuidado com o empirismo e remetendo sua teoria e seu método para o plano necessário da totalidade, sem a qual o fato geográfico não revela seu real significado
  • 13. Max Sorre (1880-1962) É praticamente com Sorre (1880-1962) que a técnica vai passar a ter força como elemento-chave da interpretação das paisagens e dos espaços que tem hoje a Geografia. Ele tem o cuidado de dar continuidade a Geografia dos clássicos que o antecedem, mas fazendo-o no quadro teórico conceitual e metodológico novo que está criando. O centro da análise de Sorre é o conceito de complexidade, foco pelo qual ele vê o todo e as partes da superfície terrestre. A exemplo do ecúmeno terrestre, que conceitua como uma rede de complexos.
  • 14. Pierre George (1920-2005), Jean Tricart (1920-2003) Pierre George, estudioso de vários assuntos, escreveu e publicou ensaios e livros em praticamente todos os campos em que a Geografia se quebrou e se dividiu em seu tempo. O foco de George é o espaço, embora nunca o defina com clareza, o espaço e para ele o estruturador geográfico das sociedades na história. Jean Tricart, tem como ponto de partida a Geomorfologia, a Climatologia, a Hidrologia, a Geologia e a Biogeografia numa teoria e num método unificados, realizando a primeira de uma série de ondas de integralização das “geografias físicas” no sentido de chegar a um conceito mais completo e integrado de meio ambiente
  • 15. Richard Hartshorne (1889-1992) Richard Hartshorne (1899-1992) vem da tradição norte-americana e corre em raia própria e, por isso, melhor pôde entender a necessidade de clarificar os rumos da Geografia nos Estados Unidos, onde a percepção dos rumos da história transparecia mais que em outro lugar, indo buscar a resposta na Geografia alemã dos séculos XVIII e XIX, principalmente em Hettner, aprimorando os estudos do mesmo.
  • 16. Ruy Moreira (Autor) Nascido em 31 de dezembro de 1941, graduado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1970), doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (1994) Ruy Moreira é um dos principais representantes da geografia crítica no Brasil. Entre os anos de 1980 e 1982 ocupou o cargo de presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros, participando ativamente do processo marxista de renovação da geografia brasileira. Teve diversas obras publicadas durante sua carreira, sendo elas O Movimento Operário e a Questão Cidade-Campo no Brasil, Formação do Espaço Agrário Brasileiro, O Que é Geografia, Para Onde Vai o Pensamento Geográfico?, Pensar e Ser em Geografia, O pensamento geográfico brasileiro e Geografia e Práxis. Ruy Moreira enfatiza em suas pesquisas as relações da sociedade com a natureza e o espaço; como esse foi estruturado e se reestrutura a todo tempo. Para isso, analisa a conexão entre fatores como o espaço, o trabalho, a técnica, a vivência, a teoria da ciência geográfica e sua aplicação na realidade geográfica, principalmente no que diz respeito ao Brasil. Recentemente, o referido geógrafo direciona sua atenção ao estudo da organização socioespacial brasileira, transpondo-a com a teoria e a epistemologia geográfica em busca de um paradigma, uma teoria geral que expresse um olhar peculiar da ciência geográfica no que concerne à estrutura mundial e nacional.