SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 18
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE GEOGRAFIA
TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA GERAL:
ALEXANDRE DA SILVA CHAVES
Uma primeira manifestação dessa filiação
positivista está na redução da realidade ao
mundo dos sentidos, isto é, em circunscrever
todo trabalho científico ao domínio da
aparência dos fenômenos. Assim, para o
positivismo, os estudos devem restringir-se
aos aspectos visíveis do real, mensuráveis,
palpáveis. Como se os fenômenos se
demonstrassem diretamente ao cientista, o
qual seria mero observador.
O Positivismo como fundamento da Geografia Tradicional
O rótulo Geografia é bastante antigo, sua origem
remonta à Antiguidade Clássica, especificamente ao
pensamento grego. Entretanto, apesar da difusão do
uso deste termo, o conteúdo a ele referido era por
demais variado. Ficando apenas ao nível do
pensamento grego, aí já se delineiam algumas
perspectivas distintas de Geografia: uma, com Tales
e Anaximandro, privilegia a medição do espaço e a
discussão da forma da Terra, englobando um
conteúdo hoje definido como da Geodésia; outra,
com Heródoto, se preocupa com a descrição dos
lugares, numa perspectiva regional. Isto para não
falar daquelas discussões, hoje tidas como
geográficas, mas que não apareciam sob esta
designação, como a da relação entre o homem e o
meio, presente em Hipócrates, cuja principal obra se
intitula Dos ares, dos mares e dos lugares.
Origens e pressupostos da Geografia
A sistematização do conhecimento geográfico só vai
ocorrer no início do século XIX. E nem
poderia ser de outro modo, pois pensar que a Geografia
como um conhecimento autônomo,
particular, demandava um certo numero de condições
históricas, que somente nesta época estarão
suficientemente maturadas. Estes pressupostos
históricos da sistematização geográfica objetivam-se
no processo de produção. Assim, na própria
constituição do modo de produção capitalista.
Propor a explicação racional do mundo implicava
deslegitimar a visão religiosa, logo, a ordem social por ela
legitimada.
Esta perspectiva, de explicar todos os fenômenos,
englobava também aqueles tratados pela Geografia, sendo
assim um fundamento geral de sua sistematização. Porém,
havia discussões filosóficas especificas, que diretamente
tratavam de temas geográficos. Os autores que se dedicaram
à Filosofia do Conhecimento, como Kant ou Liebniz,
enfatizaram a questão do espaço. No caso de Kant, sem
articular esta discussão (posta ao nível da “razão pura”)
com aquela por ele efetuada com o rótulo explícito de
Geografia (posta ao nível da “razão prática”).
Outra fonte da sistematização geográfica pode ser detectada nos
pensadores políticos do Iluminismo. Estes autores foram os porta-
vozes do novo regime político, os ideólogos das revoluções
burguesas, os propositores da organização institucional, que
interessava ao modo de produção emergente. Em suas
argumentações, passaram por temas próprios da Geografia,
notadamente ao discutir as formas de poder e de organização do
Estado. Rousseau, por exemplo, discutiu a relação entre a gestão
do Estado, as formas de representação e a extensão do território
de uma sociedade. Dizia ele que a democracia só era possível nas
nações pouco extensas, e que os Estados de grandes dimensões
territoriais tendiam necessariamente a formas de governo
autocráticas. Outro autor iluminista, Montesquieu, em
O Evolucionismo, visto como conjunto de teorias, que
partem das formulações de Darwin e Lamarck, dá um lugar
de destaque, em sua explicação, ao papel desempenhado
pelas condições ambientes; na evolução das espécies, a
adaptação ao meio seria um dos processos fundamentais.
São inúmeras as alusões a Darwin e Lamarck, nas obras dos
primeiros geógrafos. Também um discípulo deste, Haeckel,
vai ser bastante citado; desenvolveu a idéia de Ecologia, isto
é, do estudo da inter-relação dos elementos que coabitam um
dado espaço. Dada a difusão das teorias evolucionistas, no
meio acadêmico da época, a Geografia nelas teve uma base
científica sólida para suas indagações. Tal fonte foi, em
grande parte, responsável pela metodologia naturalista, que
impregnou as propostas dos primeiros geógrafos e que
passou, como herança, aos seus sucessores.
Ratzel e a Antropogeografia
Um revigoramento do processo de sistematização da
Geografia vai ocorrer com as formulações de Friedrich
Ratzel. Este autor, também alemão e prussiano, publica
suas obras no último quartel do século XIX. Enquanto
Humboldt e Ritter vivenciaram o aparecimento do ideal
de unificação alemã, Ratzel vivencia a constituição real
do Estado nacional alemão e suas primeiras décadas.
Suas formulações só são compreensíveis em função da
época e da sociedade que as engendram. A Geografia de
Ratzel foi um instrumento poderoso de legitimação dos
desígnios expansionistas do Estado alemão recém-
constituído.
Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um geógrafo e
etnólogo alemão, notável por ter criado o termo
LEBENSRAUM(espaço vital) e por ser considerado
um determinista, apesar de deixar bem claro no
início da sua obra Antropogeografia que é contra o
determinismo simplista e vários autores já
apontaram esse equívoco de interpretação nas
leituras ratzelianas, porém esses erros persistem em
obras pouco apuradas.
Para Ratzel, o elemento fundador, formador do Estado, foi o
enraizamento no solo de comunidades que exploraram as
potencialidades territoriais. A análise ratzeliana se desenvolveu
tanto sincrônica como diacronicamente, vindo daí o recurso a
historiadores. Ratzel viu muito bem o papel e a influência
que poderiam desempenhar as representações geográficas,
assim como as ideias religiosas e nacionais na evolução do
Estado. Mas, sem dúvida, ele concentrou os seus esforços nos
conceitos espaciais e, em particular, na posição, que é um dos
conceitos fundamentais da geografia política.
Ratzel
Vidal de La Blache e a Geografia Humana
Escola da Geografia, que se opõe às colocações de
Ratzel, vai ser eminentemente francesa, e tem seu
principal formulador em Paul Vidal de La Blache. Para
compreender o processo de eclosão do pensamento
geográfico na França, e o tipo de reflexão que este
engendrou, é necessário enfocar os traços gerais do
desenvolvimento histórico francês no século XIX, e, em
detalhe, a conjuntura da Terceira República e o conflito
de interesses com a Alemanha.
Defendeu o componente criativo (a liberdade) contido na
ação humana que não seria apenas uma resposta às
imposições do meio. Assim, valorizou a História,
valendo-se de sua formação acadêmica de historiador.
Aqui, residiu sem dúvida a contribuição mais importante
de Vidal de La Blache para o desenvolvimento do
pensamento geográfico.
Vidal de La Blache definiu o objeto da Geografia como a relação
homem-natureza, na perspectiva de paisagem. Colocou o homem
como um ser ativo, que sofre a influência do meio, porém que atua
sobre este, transformando-o. Observou que as necessidades humanas
são condicionadas pela natureza, e que o homem busca as soluções
para satisfazê-las nos materiais e nas condições oferecidos pelo meio.
Neste processo, de trocas mútuas com a natureza, o homem
transforma a matéria natural, cria formas sobre a superfície terrestre:
para Vidal, é aí que começa a “obra geográfica do homem”. Assim, na
perspectiva vidalina, a natureza passou a ser vista como possibilidades
para a ação humana; daí o nome de Possibilismo dado a esta corrente
por Lucien Febvre. A teoria de Vidal concebia o homem como
hóspede antigo de vários pontos da superfície terrestre, que em cada
lugar se adaptou ao meio que o envolvia, criando, no relacionamento
constante e cumulativo com a natureza, um acervo de técnicas,
hábitos, usos e constumes, que lhe permitiram utilizar os recursos
naturais disponíveis. A este conjunto de técnicas e costumes,
construído e passado socialmente, Vidal denominou “gênero de vida”,
unisuam_geo_geral2.ppt
unisuam_geo_geral2.ppt
unisuam_geo_geral2.ppt

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a unisuam_geo_geral2.ppt

Educação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciaisEducação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciaisNilton Goulart
 
Geografia pequena historia critica.pdf 3
Geografia pequena historia critica.pdf 3Geografia pequena historia critica.pdf 3
Geografia pequena historia critica.pdf 3Luis Hamilton Arruda
 
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraes
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraesGeografia pequena historia critica antonio carlos robert moraes
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraesGildecelle Araujo Silva
 
02 geografia e o conceito de lugar
02   geografia e o conceito de lugar02   geografia e o conceito de lugar
02 geografia e o conceito de lugarreginaldopedroso7
 
Introdução geo e teorias determinismo
Introdução geo e teorias determinismoIntrodução geo e teorias determinismo
Introdução geo e teorias determinismoAdriana Gomes Messias
 
Apostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certaApostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certaRenato Brasil
 
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema  das ciências e o lugar da Geografia - HettnerO sistema  das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - HettnerAntônio Anjos
 
Bases e evolução da ciência geográfica
Bases e evolução da ciência geográfica Bases e evolução da ciência geográfica
Bases e evolução da ciência geográfica Gustavo C. Souza
 
educação em geografia
educação em geografiaeducação em geografia
educação em geografiaNilton Goulart
 
Relevo semi árido
Relevo semi áridoRelevo semi árido
Relevo semi áridoJosi Leo
 
O que é geografia slide
O que é geografia   slideO que é geografia   slide
O que é geografia slideMónica Sousa
 
Conceitos basicos da ciencia geografica
Conceitos basicos da ciencia geograficaConceitos basicos da ciencia geografica
Conceitos basicos da ciencia geograficabruno pedro
 
A evolução do conceito de espaço geográfico
A evolução do conceito de espaço geográficoA evolução do conceito de espaço geográfico
A evolução do conceito de espaço geográficoLadislau Reis
 
Introdução geografia
Introdução geografiaIntrodução geografia
Introdução geografiaaroudus
 

Semelhante a unisuam_geo_geral2.ppt (20)

Educação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciaisEducação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciais
 
Geografia pequena historia critica.pdf 3
Geografia pequena historia critica.pdf 3Geografia pequena historia critica.pdf 3
Geografia pequena historia critica.pdf 3
 
1428 5494-1-pb
1428 5494-1-pb1428 5494-1-pb
1428 5494-1-pb
 
39 149-1-pb
39 149-1-pb39 149-1-pb
39 149-1-pb
 
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraes
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraesGeografia pequena historia critica antonio carlos robert moraes
Geografia pequena historia critica antonio carlos robert moraes
 
02 geografia e o conceito de lugar
02   geografia e o conceito de lugar02   geografia e o conceito de lugar
02 geografia e o conceito de lugar
 
Introdução geo e teorias determinismo
Introdução geo e teorias determinismoIntrodução geo e teorias determinismo
Introdução geo e teorias determinismo
 
5199 (1) henri
5199 (1) henri5199 (1) henri
5199 (1) henri
 
Apostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certaApostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certa
 
Materialismo Histórico Dialético
Materialismo Histórico DialéticoMaterialismo Histórico Dialético
Materialismo Histórico Dialético
 
Ajuda
Ajuda Ajuda
Ajuda
 
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema  das ciências e o lugar da Geografia - HettnerO sistema  das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
O sistema das ciências e o lugar da Geografia - Hettner
 
Bases e evolução da ciência geográfica
Bases e evolução da ciência geográfica Bases e evolução da ciência geográfica
Bases e evolução da ciência geográfica
 
educação em geografia
educação em geografiaeducação em geografia
educação em geografia
 
Relevo semi árido
Relevo semi áridoRelevo semi árido
Relevo semi árido
 
O que é geografia slide
O que é geografia   slideO que é geografia   slide
O que é geografia slide
 
Conceitos basicos da ciencia geografica
Conceitos basicos da ciencia geograficaConceitos basicos da ciencia geografica
Conceitos basicos da ciencia geografica
 
A evolução do conceito de espaço geográfico
A evolução do conceito de espaço geográficoA evolução do conceito de espaço geográfico
A evolução do conceito de espaço geográfico
 
Introdução geografia
Introdução geografiaIntrodução geografia
Introdução geografia
 
T Geografia
T GeografiaT Geografia
T Geografia
 

Último

DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 

Último (20)

DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 

unisuam_geo_geral2.ppt

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA CURSO DE GEOGRAFIA TÓPICOS ESPECIAIS DE GEOGRAFIA GERAL: ALEXANDRE DA SILVA CHAVES
  • 2. Uma primeira manifestação dessa filiação positivista está na redução da realidade ao mundo dos sentidos, isto é, em circunscrever todo trabalho científico ao domínio da aparência dos fenômenos. Assim, para o positivismo, os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis, palpáveis. Como se os fenômenos se demonstrassem diretamente ao cientista, o qual seria mero observador. O Positivismo como fundamento da Geografia Tradicional
  • 3. O rótulo Geografia é bastante antigo, sua origem remonta à Antiguidade Clássica, especificamente ao pensamento grego. Entretanto, apesar da difusão do uso deste termo, o conteúdo a ele referido era por demais variado. Ficando apenas ao nível do pensamento grego, aí já se delineiam algumas perspectivas distintas de Geografia: uma, com Tales e Anaximandro, privilegia a medição do espaço e a discussão da forma da Terra, englobando um conteúdo hoje definido como da Geodésia; outra, com Heródoto, se preocupa com a descrição dos lugares, numa perspectiva regional. Isto para não falar daquelas discussões, hoje tidas como geográficas, mas que não apareciam sob esta designação, como a da relação entre o homem e o meio, presente em Hipócrates, cuja principal obra se intitula Dos ares, dos mares e dos lugares. Origens e pressupostos da Geografia
  • 4. A sistematização do conhecimento geográfico só vai ocorrer no início do século XIX. E nem poderia ser de outro modo, pois pensar que a Geografia como um conhecimento autônomo, particular, demandava um certo numero de condições históricas, que somente nesta época estarão suficientemente maturadas. Estes pressupostos históricos da sistematização geográfica objetivam-se no processo de produção. Assim, na própria constituição do modo de produção capitalista.
  • 5. Propor a explicação racional do mundo implicava deslegitimar a visão religiosa, logo, a ordem social por ela legitimada. Esta perspectiva, de explicar todos os fenômenos, englobava também aqueles tratados pela Geografia, sendo assim um fundamento geral de sua sistematização. Porém, havia discussões filosóficas especificas, que diretamente tratavam de temas geográficos. Os autores que se dedicaram à Filosofia do Conhecimento, como Kant ou Liebniz, enfatizaram a questão do espaço. No caso de Kant, sem articular esta discussão (posta ao nível da “razão pura”) com aquela por ele efetuada com o rótulo explícito de Geografia (posta ao nível da “razão prática”).
  • 6. Outra fonte da sistematização geográfica pode ser detectada nos pensadores políticos do Iluminismo. Estes autores foram os porta- vozes do novo regime político, os ideólogos das revoluções burguesas, os propositores da organização institucional, que interessava ao modo de produção emergente. Em suas argumentações, passaram por temas próprios da Geografia, notadamente ao discutir as formas de poder e de organização do Estado. Rousseau, por exemplo, discutiu a relação entre a gestão do Estado, as formas de representação e a extensão do território de uma sociedade. Dizia ele que a democracia só era possível nas nações pouco extensas, e que os Estados de grandes dimensões territoriais tendiam necessariamente a formas de governo autocráticas. Outro autor iluminista, Montesquieu, em
  • 7. O Evolucionismo, visto como conjunto de teorias, que partem das formulações de Darwin e Lamarck, dá um lugar de destaque, em sua explicação, ao papel desempenhado pelas condições ambientes; na evolução das espécies, a adaptação ao meio seria um dos processos fundamentais. São inúmeras as alusões a Darwin e Lamarck, nas obras dos primeiros geógrafos. Também um discípulo deste, Haeckel, vai ser bastante citado; desenvolveu a idéia de Ecologia, isto é, do estudo da inter-relação dos elementos que coabitam um dado espaço. Dada a difusão das teorias evolucionistas, no meio acadêmico da época, a Geografia nelas teve uma base científica sólida para suas indagações. Tal fonte foi, em grande parte, responsável pela metodologia naturalista, que impregnou as propostas dos primeiros geógrafos e que passou, como herança, aos seus sucessores.
  • 8. Ratzel e a Antropogeografia Um revigoramento do processo de sistematização da Geografia vai ocorrer com as formulações de Friedrich Ratzel. Este autor, também alemão e prussiano, publica suas obras no último quartel do século XIX. Enquanto Humboldt e Ritter vivenciaram o aparecimento do ideal de unificação alemã, Ratzel vivencia a constituição real do Estado nacional alemão e suas primeiras décadas. Suas formulações só são compreensíveis em função da época e da sociedade que as engendram. A Geografia de Ratzel foi um instrumento poderoso de legitimação dos desígnios expansionistas do Estado alemão recém- constituído.
  • 9. Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um geógrafo e etnólogo alemão, notável por ter criado o termo LEBENSRAUM(espaço vital) e por ser considerado um determinista, apesar de deixar bem claro no início da sua obra Antropogeografia que é contra o determinismo simplista e vários autores já apontaram esse equívoco de interpretação nas leituras ratzelianas, porém esses erros persistem em obras pouco apuradas.
  • 10. Para Ratzel, o elemento fundador, formador do Estado, foi o enraizamento no solo de comunidades que exploraram as potencialidades territoriais. A análise ratzeliana se desenvolveu tanto sincrônica como diacronicamente, vindo daí o recurso a historiadores. Ratzel viu muito bem o papel e a influência que poderiam desempenhar as representações geográficas, assim como as ideias religiosas e nacionais na evolução do Estado. Mas, sem dúvida, ele concentrou os seus esforços nos conceitos espaciais e, em particular, na posição, que é um dos conceitos fundamentais da geografia política.
  • 12. Vidal de La Blache e a Geografia Humana
  • 13. Escola da Geografia, que se opõe às colocações de Ratzel, vai ser eminentemente francesa, e tem seu principal formulador em Paul Vidal de La Blache. Para compreender o processo de eclosão do pensamento geográfico na França, e o tipo de reflexão que este engendrou, é necessário enfocar os traços gerais do desenvolvimento histórico francês no século XIX, e, em detalhe, a conjuntura da Terceira República e o conflito de interesses com a Alemanha.
  • 14. Defendeu o componente criativo (a liberdade) contido na ação humana que não seria apenas uma resposta às imposições do meio. Assim, valorizou a História, valendo-se de sua formação acadêmica de historiador. Aqui, residiu sem dúvida a contribuição mais importante de Vidal de La Blache para o desenvolvimento do pensamento geográfico.
  • 15. Vidal de La Blache definiu o objeto da Geografia como a relação homem-natureza, na perspectiva de paisagem. Colocou o homem como um ser ativo, que sofre a influência do meio, porém que atua sobre este, transformando-o. Observou que as necessidades humanas são condicionadas pela natureza, e que o homem busca as soluções para satisfazê-las nos materiais e nas condições oferecidos pelo meio. Neste processo, de trocas mútuas com a natureza, o homem transforma a matéria natural, cria formas sobre a superfície terrestre: para Vidal, é aí que começa a “obra geográfica do homem”. Assim, na perspectiva vidalina, a natureza passou a ser vista como possibilidades para a ação humana; daí o nome de Possibilismo dado a esta corrente por Lucien Febvre. A teoria de Vidal concebia o homem como hóspede antigo de vários pontos da superfície terrestre, que em cada lugar se adaptou ao meio que o envolvia, criando, no relacionamento constante e cumulativo com a natureza, um acervo de técnicas, hábitos, usos e constumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais disponíveis. A este conjunto de técnicas e costumes, construído e passado socialmente, Vidal denominou “gênero de vida”,