SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 77
Baixar para ler offline
Aula 04
Direito Penal p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulas
Professor: Renan Araujo
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 76
AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO
DE CRIMES
SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação da aula e sumário 01
I Concurso de Pessoas 02
II Concurso de Crimes 17
Lista das Questões 31
Questões comentadas 45
Gabarito 75
Olá, meus amigos concurseiros!
Hoje é dia de estudarmos dois institutos que costumam ser
bastante cobrados em provas de concursos públicos: Concurso de
pessoas e concurso de crimes.
Estes temas são realmente importantes, principalmente em
se tratando de CESPE/UnB. Além disso, temos algumas questões
bem interessantes, algumas do final de 2013.
Portanto, muita atenção, pois há vários pontos polêmicos com
posições jurisprudenciais que podem cair na prova.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo 09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 76
I CONCURSO DE PESSOAS
O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração
de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou
contravenção penal.
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de
pessoas:
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 76
Pluralidade de agentes culpáveis Para que possamos
falar em concurso de pessoas, é necessário que ambos os
agentes sejam imputáveis. Assim, se um maior de 18 anos
(penalmente imputável) determina a um menor de 18 anos
(inimputável) que realize um homicídio, não há concurso de
pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o
mandante, que se valeu de um inimputável para praticar o
crime. Não há concurso, pois um dos agentes não era
imputável. Essa regra só se aplica aos crimes
unissubjetivos (aqueles em que basta um agente para sua
caracterização). Nos crimes plurissubjetivos (aqueles em
que necessariamente deve haver mais de um agente, como
no crime de quadrilha ou bando, por exemplo art. 288 do
CP), se um dos colaboradores é inimputável (ou não é
culpável por qualquer razão), mesmo assim permanece
o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime
de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime
qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra,
unissubjetivo) também não é necessário que todos os agentes
sejam imputáveis, bastando que apenas um o seja. Nessas
duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente
concurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de
concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas.
Relevância da colaboração A participação do agente deve
ser relevante para a produção do resultado, de forma que a
colaboração que em nada contribui para o resultado é um
indiferente penal. Além disso, a colaboração deve ser prévia
ou concomitante à execução, ou seja, anterior à consumação
do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do
delito, como o fato já ocorreu, não há concurso de pessoas,
podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real,
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 76
receptação, etc.). Porém, se a colaboração for posterior à
consumação, mas combinada previamente, há concurso de
pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e
combina com seu namorado para que ele esteja às 20h em
ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a
conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à
consumação, mas fora combinada anteriormente, havendo,
portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no
entanto, se o namorado tivesse ido à casa da namorada sem
saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a
namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em
auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o namorado comete o
crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do
CP). Cuidado com isso!
Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) Também é
conhecido como concurso de vontades. Assim, para que
haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos
agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a
colaboração meramente causal, sem que tenha havido
combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de
pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem
vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria
colateral, e não da coautoria.
Unidade de crime (ou contravenção) para todos os
agentes Nos termos do art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de
qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984). Daí podemos perceber que se 20
pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por
exemplo), todas elas respondem pelo homicídio,
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 76
independentemente da conduta que tenham praticado (um
apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga,
outro atraiu a vítima, etc.). Trata-se da teoria unitária ou
monista, adotada como regra pelo Código Penal. No
entanto, existem exceções à teoria monista, ou seja,
existem casos em que o Código Penal adota a teoria
pluralista, estabelecendo que a colaboração de cada um dos
agentes acarretará no enquadramento de cada um em crime
específico. Por exemplo: Quando um particular oferece
propina a um funcionário público, que aceita, o particular
comete o crime de corrupção ativa (art. 333) e o funcionário
público comete o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP);
Existência de fato punível Trata-se do princípio da
exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo
menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou
crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é
necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato
ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação,
não há fato punível, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31
do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese
de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se o
crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a
determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984).
I.a) Modalidades de concurso de pessoas
A) Coautoria
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 76
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos,
primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito.
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir quem seria o
autor do crime.
A teoria subjetiva ou unitária não diferenciava autor e partícipe,
considerando que todos aqueles que concorriam para o crime eram
autores do delito.
Já a teoria extensiva, apesar de entender, também, que todos os
colaboradores eram autores do crime, estabelecia penas diversas
conforme o grau de culpa de cada um deles.
Por fim, a teoria objetiva ou dualista faz clara distinção entre
autor e partícipe. Foi a teoria adotada pelo CP. Agora que já
sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o
critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram.
A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor
é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes
todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta
descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a
partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor
intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso:
Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém
se vale de um inimputável para cometer um crime).
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é
quem colabora com participação de maior importância para o crime, e
partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente
de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta
criminosa matar, subtrair, etc.).
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 76
A terceira e última teoria, a teoria do domínio final do fato,
criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel, entende que autor é todo
aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor
(quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não. Para esta
teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou
não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por
possui o domínio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da
prática delituosa.
Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a
prática do delito, embora não tenha poder de direção sobre a conduta
delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta
criminosa em si, pois esta não lhe pertence.
O erro desta última teoria é não se aplicar aos crimes culposos, pois
neste não há domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é
buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado.
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal,
considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do
tipo. Entretanto, deve ser usada a teoria do domínio do fato para os
crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma
a complementar a teoria adotada.
Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do
delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso
de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no
núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas
entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas
praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II
do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violência ou grave
ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 76
Porém, no mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o
prática do delito, não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual
a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o
resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a
espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante
coautoria funcional.
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a
hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim,
no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos
seriam coautores mediante coautoria material.
No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipótese
polêmicas de aplicação do instituto da coautoria:
Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos
os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles
que não a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro
agente age nessa qualidade;
Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois
são considerados de conduta infungível, só podendo ser praticados
pelo sujeito especificamente descrito pela lei;
A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes
omissivos, da seguinte forma:
1 Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA
OU PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 76
PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA
AUTÔNOMA;
2 Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de
pessoas, na modalidade de coautoria, mas é minoritário;
3 A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível
PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA.
Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor
mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que
se valeu de alguém sem culpabilidade para a execução do delito;
Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria
mediata, desde que haja colaboração entre os agentes mediatos.
NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR
MEDIATO E AUTOR IMEDIATO;
CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata,
mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não possui
conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a
coação física irresistível é autor direto, não mediato;
Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos
crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser
possível).
B) Participação
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se a teoria objetivo-
formal, distinguindo-se autor e partícipe. Assim, podemos definir a
participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente
colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no
núcleo do tipo penal.
A participação pode ser:
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 76
Moral É aquela na qual o agente não ajuda materialmente
na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o
crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a idéia criminosa,
que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez,
ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
Material A participação material é aquela na qual o
partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para
a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc.
Este auxílio não pode ser prestado após a consumação, salvo
se o auxílio foi previamente ajustado.
Como o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do
tipo penal, como puni-lo?
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à
conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da
teoria da acessoriedade. Porém, três teorias da acessoriedade existem:
Teoria da acessoriedade mínima Entende que a conduta
principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não
um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João
combinam de matar Paulo. Na data combinada para a
execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do
lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão,
Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em
legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não
em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato
ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim
Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João,
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 76
agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a
conduta de João seja considerada apenas típica, mas não
ilícita, Marcio deveria ser punido;
Teoria da acessoriedade limitada Exige que o fato
praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta
típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do
partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal,
apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente
Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR
ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de
legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido;
Teoria da acessoriedade máxima Para esta teoria, o
partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado
por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois
a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não
guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos,
maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por
Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não
poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade
de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é
inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato
apenas típico e ilícito, sem o complemento da
culpabilidade.
Teoria da hiperacessoriedade Exige que, além de o fato
ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido
efetivamente punido para que o partícipe responda pelo
crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José
seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer
do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da
punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta
corrente, como houve extinção da punibilidade em
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 76
relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José)
não poderá mais ser punido.
O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro
teorias, mas com certeza não adotou a teoria da acessoriedade mínima
nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas).
A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao
nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada, exigindo que o
fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo crime.
No entanto, a acessoriedade máxima é a que mais se coaduna com
o instituto da autoria mediata, razão pela qual deve ser citada
quando a questão se referir à autoria mediata.
Questões interessantes acerca da participação:
A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de
menor importância (art. 29, § 1° do CP). Isto não se aplica às
hipóteses de coautoria, mas apenas à participação;
A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por
omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado (art.
13, § 2° do CP);
A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma
faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu
revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em
nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a
matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a
isso, a instigação promovida por A não teve qualquer eficácia, pois
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 76
B já mataria C de qualquer forma;
Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma
arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este último
mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem
auxílio material em cadeia;
A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem
qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa
para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não
tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a
ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato
culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por
furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo
entre ambos (coerência de vontades).
I.c) Circunstâncias incomunicáveis
O art. 30 do CP estabelece que:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias,
devemos diferenciar a mera circunstância da circunstância elementar do
crime.
A circunstância elementar é aquela que se refere a algo
indispensável para a caracterização do crime. Assim, a circunstância
lementar, pois se o fato for
praticado contra um animal, não haverá homicídio.
Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à
caracterização do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente,
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 76
é uma circunstância
não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado
sem essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a
qualificadora.
A) Espécies de elementares e de circunstâncias
Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à
pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, que é
pessoal, pois se refere ao agente.
Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se
referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o
emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma
elementar objetiva.
As condições pessoais não se confundem com as
circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são
fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal.
Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal,
e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar.
Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e
condições pessoais), podemos extrair três regras do CP:
As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se
comunicam Se A contrata B, para que este mate C, em
razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime
de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral
(art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de
As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se
comunicam Porém, é necessário que a circunstância
tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 76
agentes. Imagine que A contra B para matar C. B informa a
A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado,
nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto.
Nesse caso,
meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado
de emboscada, concordou com esta prática por B.
Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não
se comunicaria, por não ter entrado na esfera de
conhecimento de A;
As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas
ou subjetivas No entanto, mais uma vez se exige que
estas elementares tenham entrado no âmbito de
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio,
servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde
trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair
alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de
peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo
desconheça essa circunstância elementar, responde ele
apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa
circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas
a conduta ainda é punível como furto comum.
Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve
haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na
autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um não
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 76
age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B,
desafetos de C, sem que um saiba da existência do outro, escondem-se
atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de matá-lo. Quando
C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve
coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação:
Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto
na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar
de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode
definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de
homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o
homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é
o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo
em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de
pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO,
pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que
levou C a óbito.
I.d) Cooperação dolosamente distinta
A cooperação dolosamente distinta, também chamada de
decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles
decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, §
2° do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 76
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vou dar um exemplo: Imaginem que Camila e Herval combinam de
realizar um furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no
carro enquanto Herval adentra à residência. Entretanto, ao chegar à
residência, Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros com
ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e
subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem.
Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que
efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a
primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente pelo furto.
Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o
latrocínio era provável (se soubesse, por exemplo, que Herval estava
armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na casa), a pena do
crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade.
pode não chegar a
esse patamar. O aumento de pena irá variar conforme o grau de
previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se
predispôs mas era previsível.
II CONCURSO DE CRIMES
Assim como é plenamente possível que duas ou mais pessoas se
unam para praticar determinado delito, é plenamente possível que de
uma mesma conduta (ou de uma série de condutas interligadas) surjam
vários crimes.
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso
formal, concurso material e crime continuado.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 76
A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante
importante, pois isso influenciará na adoção do sistema de aplicação da
pena.
Três também são os sistemas de aplicação da pena:
Sistema do cúmulo material Aqui, ao agente é aplicada a
pena correspondente ao somatório das penas relativas a cada
um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que
tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso
formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no
concurso de penas de multa (art. 72 do CP);
Sistema da exasperação Aplica-se ao agente somente
a pena da infração penal mais grave, acrescida de
determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao
concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira
parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP);
Sistema da absorção Aplica-se somente a pena da
infração penal mais grave, dentre todas as praticadas, sem
que haja qualquer aumento. Foi adotado
(jurisprudencialmente) em relação aos crimes falimentares.
II.a) Concurso material (ou real) de crimes
Está regulado pelo art. 69 do CP:
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 76
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada
pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os
demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre
si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz
dois ou mais resultados. Pode ser homogêneo, quando todos os crimes
praticados são idênticos, ou heterogêneo, quando os crimes são
diferentes.
Esse cúmulo de penas deve ser aplicado pelo Juiz na hora da
sentença, se os processos tiverem sido reunidos por conexão, ou pelo Juiz
da execução, caso tenham sido aplicadas as penas em processos diversos
(nos termos do art. 66, III, a da LEP).
Se for imposta pena de reclusão a um dos crimes e de detenção a
outro, executa-se primeiramente a de reclusão, nos termos do art. 69,
caput, segunda parte, do CP.
Só será possível a aplicação de penas restritivas de direitos a um
dos crimes se em relação aos outros foi aplicada pena também restritiva
de direitos ou, em caso de ter sido aplicada pena privativa de liberdade,
esta foi suspensa (é o chamado sursis), nos termos do art. 69, § 1° do
CP.
As penas restritivas de direitos podem ser cumpridas
simultaneamente, desde que compatíveis. Assim, a pena de limitação de
final de semana não pode ser cumprida simultaneamente com outra
restritiva de direitos idêntica (limitação de final de semana), pois nesse
caso o agente estaria cumprindo apenas uma das penas (e pagando as
duas o malandro!). Entretanto, é plenamente possível o cumprimento
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 76
simultâneo de pena restritiva de direitos consistente em prestação de
serviços à comunidade e outra consistente em prestação pecuniária ($$),
pois isso não importa em prejuízo a ninguém (nem ao Estado nem ao
infrator).
Só é possível a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei
9.099/95) se o somatório das penas mínimas previstas para todos os
crimes for inferior a um ano. Assim, se o acusado praticou dois crimes em
concurso material, sendo a pena mínima de ambos estipulada em 03
meses de detenção, é possível a suspensão condicional do processo.
II.b) Concurso formal de crimes
No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única
conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nos termos do
art. 70 do CP:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver
unidade de conduta e pluralidade de resultados. No entanto, a
unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas
que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 76
que mata outra pessoa com diversas pauladas na cabeça. Embora neste
caso haja diversos atos, há unidade de conduta.
O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos
mediante a conduta única forem idênticos, e será heterogêneo se os
crimes praticados forem diversos.
O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito:
Concurso formal perfeito (próprio) Aqui o agente pratica
uma única conduta e acaba por produzir dois resultados,
embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há
desígnios autônomos (intenção de, com uma única conduta,
praticar dolosamente mais de um crime). Esse tipo de
concurso só pode ocorrer, portanto, entre crimes culposos, ou
entre um crime doloso e um ou vários crimes culposos.
Exemplo: Imaginem que Camila, dirigindo seu Bugatti pelas
ruas de São Paulo, em altíssima velocidade, atropela, sem
querer, um pedestre, que vem a óbito, e causa lesões graves
em outro pedestre. Nesse caso, Camila responde pelos crimes
de homicídio culposo e lesão corporal culposa em concurso
formal, aplicando-se a ela a pena do homicídio culposo (mais
grave) acrescida de 1/6 até a metade;
Concurso formal imperfeito (impróprio) Aqui o agente
se vale de uma única conduta para, dolosamente, produzir
mais de um crime. Imaginem que, no exemplo anterior,
Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto, bem
como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim, com
sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os
crimes, respondendo por ambos em concurso formal
imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos
cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse
concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 76
intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70,
segunda parte, do CP.
A) Aplicação da pena no concurso formal
Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da
exasperação, utilizando-se como base a pena do crime mais grave,
aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte, do
CP).
O quantum do aumento (entre 1/6 e metade da pena usada como
base) será definido mediante a análise da quantidade de crimes
praticados. Se praticados poucos crimes, aplica-se o aumento mínimo; se
praticados diversos crimes mediante a única conduta, aplica-se o
aumento em seu montante máximo.
Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a
beneficiar o réu, em razão do menor desvalor de sua conduta.
Entretanto, se estivermos diante de concurso formal
imperfeito (impróprio), aplica-se a regra estabelecida pelo art. 70,
segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois
o agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de
maneira dolosa, agindo com intenções autônomas (desígnios autônomos).
Há, ainda, a figura que se denominou de concurso material
benéfico, que ocorre quando o sistema da exasperação se mostra
prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação. Explico:
Imaginem que o agente tenha cometido homicídio doloso simples (pena
de 06 a 20 anos) e tenha, culposamente, mediante a mesma conduta,
lesionado levemente uma terceira pessoa, cometendo o crime de lesões
corporais culposas em concurso formal com o homicídio (art. 129, § 6° do
CP, pena de 02 meses a um ano de detenção).
Nesse exemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial
ao réu. Imaginem que o infrator tenha sido condenado pelo crime de
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 76
homicídio a 10 anos de reclusão (crime mais grave). Nesse caso, pelo
sistema da exasperação, por ter havido concurso formal, essa pena deve
ser aumentada de 1/6 até a metade. Logo, a pena dele variará de 11
anos e 08 meses a 15 anos de reclusão (pena base + 1/6 e pena base +
metade). Pelo sistema do cúmulo material, como a pena de lesões
culposas é bem pequena, a pena do agente variaria de 10 anos e dois
meses a 11 anos de reclusão. Nesse caso, percebam, o sistema da
exasperação é prejudicial ao réu. Assim, a lei estabelece que, nesse caso,
ELE NÃO SE APLICA, aplicando-se o sistema do cúmulo material, pois o
sistema da exasperação foi criado para beneficiar o réu e não pode ser
aplicado quando resultar em prejuízo a ele. Nos termos do § único do art.
70 do CP:
Art. 70 (...)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II.c) Crime continuado
Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de
concurso de crimes na qual o agente pratica diversas condutas,
praticando dois ou mais crimes, que por determinadas condições, fazem
entender que todos fazem parte de uma única cadeia delitiva. Nos termos
do art. 71 do CP:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 76
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do
art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Duas teorias buscam explicar este instituto:
Teoria da ficção jurídica Para esta teoria, a
continuidade delitiva é uma ficção, pois, na verdade,
existem diversos crimes, tendo a Lei considerado os diversos
atos como apenas um crime, para fins de aplicação da pena.
Esta teoria foi desenvolvida por Francesco Carrara;
Teoria da realidade, ou da unidade real Para esta teoria, o
crime continuado é, por sua própria natureza, um único delito,
não havendo que se falar em ficção jurídica.
O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a
consideração dos diversos delitos como um único crime se dá apenas para
fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição, eles
são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do
CP:
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade
incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 76
A) Requisitos para a configuração do crime continuado
A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado:
a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma
espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de
execução e outras semelhanças.
Há divergência doutrinária quanto à necessidade de haver ou não
unidade de desígnio.
A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala
A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes
da mesma espécie? A Doutrina e a Jurisprudência não são pacíficas.
Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são aqueles que
tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto,
estelionato, apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma
No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de
que crimes da mesma espécie são aqueles tipificados pelo mesmo
dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada,
consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie
roubo e roubo qualificado.
Vejamos:
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO E FURTO. IMPOSSIBILIDADE DE
RECONHECIMENTO DE CONTINUIDADE DELITIVA. CRIMES DE ESPÉCIES
DIFERENTES. PRECEDENTES DO STF E DO STJ. ORDEM DE HABEAS CORPUS
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 76
DENEGADA.
1. O crime continuado é ficção jurídica que se evidencia quando o agente,
mediante mais de uma ação ou omissão, comete mais de um crime da mesma
espécie, sendo necessário também que os delitos guardem conexão no que diz
respeito ao tempo, ao lugar, à maneira de execução e a outras características
que façam presumir a continuidade delitiva (art. 71, caput, do Código Penal).
2. Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de
roubo e furto, pois são infrações penais de espécies diferentes e que
têm definição legal autônoma. Precedentes do STF e do STJ.
3. Ordem de habeas corpus denegada.
(HC 214.157/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
17/10/2013, DJe 29/10/2013)
Entretanto, essa corrente entende que, além de serem tratados
no mesmo dispositivo legal, devem tutelar o mesmo bem jurídico.
Assim, roubo simples (art. 157) e latrocínio (art. 157, § 3° do CP) não
seriam crimes da mesma espécie, pois o latrocínio tutela, ainda, o direito
à vida, e não somente o patrimônio.
O STJ já solidificou este entendimento:
S CORPUS. PENAL. ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS, EM CONCURSO FORMAL, E
LATROCÍNIO TENTADO. TESE DE APLICABILIDADE DA REGRA DA
CONTINUIDADE DELITIVA. IMPOSSIBILIDADE. DELITOS DE ESPÉCIES
DIVERSAS. DELITOS DE ROUBO PRATICADOS, MEDIANTE UMA SÓ AÇÃO,
CONTRA VÍTIMAS DISTINTAS. PATRIMÔNIOS DISTINTOS. HIPÓTESE DE
CONCURSO FORMAL. LATROCÍNIO TENTADO. CONFIGURAÇÃO. PRETENDIDA
DESCLASSIFICAÇÃO. ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. QUANTUM DA DIMINUIÇÃO PELA TENTATIVA.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 76
PROXIMIDADE DA CONSUMAÇÃO. CRITÉRIO OBJETIVO. MODIFICAÇÃO.
REEXAME DE PROVA. CAUSA DE AUMENTO. PERCENTUAL ACIMA DO MÍNIMO
LEGAL. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. ILEGALIDADE. ORDEM DE HABEAS
CORPUS PARCIALMENTE CONCEDIDA.
1. Os crimes de roubo e latrocínio, apesar de serem do mesmo gênero,
não são da mesma espécie. No crime de roubo, a conduta do agente
ofende o patrimônio. No delito de latrocínio, ocorre lesão ao patrimônio
e à vida da vítima, não havendo homogeneidade de execução na prática
dos dois delitos, razão pela qual tem aplicabilidade a regra do concurso
material.
(...)
(HC 186.575/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
27/08/2013, DJe 04/09/2013)
Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão
de quatro gêneros: temporal, espacial, modal e ocasional.
A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos
na mesma época. Mesma época não implica mesmo momento. A
jurisprudência tem entendido que os crimes não podem ter sido
cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que
se refere aos crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que
pode haver continuidade delitiva desde que os delitos tenham sido
cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos.
A conexão espacial indica que, para que seja considerada
continuidade delitiva, os crimes devem ser cometidos no mesmo local. A
Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará presente se os
crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma
região metropolitana.
A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime
sempre da mesma maneira, seja pelo modo de execução, pela utilização
de comparsas, etc.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 76
A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas
parte da Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros
crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a prática dos
crimes subsequentes.
Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que
todos os crimes praticados na verdade tenham sido partes de um único
projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a maioria da Doutrina,
bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa
unidade de desígnios, de forma que a mera reunião dos demais
requisitos não configura a continuidade delitiva se os crimes
foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vínculo entre
eles. Isso significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam
a teoria objetivo-subjetiva, desprezando a teoria objetiva pura, que não
prevê a necessidade de unidade de desígnios.
B) Aplicação da pena no crime continuado
Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e
específico. Entretanto, em todos os casos se aplica o sistema da
exasperação.
No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as
mesmas. Exemplo: 10 furtos simples praticados em continuidade delitiva.
Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles, acrescida de 1/6 a 2/3
(varia conforme a quantidade de delitos).
No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são
diferentes, de modo que se aplica a pena do mais grave deles, aumentada
de 1/6 a 2/3.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 76
Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do
art. 71 do CP:
Art. 71 (...)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do
art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Assim, nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa, sendo as vítimas diferentes, poderá o Juiz aplicar a
pena de um deles (ou a mais grave, se diversas), aumentada até o triplo.
Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o §
único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não
estabelece a quantidade mínima nesse caso, mas a
Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui
também é de 1/6.
seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser
aplicado o sistema do cúmulo material.
C) Crime continuado e conflito de leis penais no tempo
Se durante a execução do crime continuado sobrevir lei nova, mais
gravosa ao réu, esta última é aplicada, pois o crime continuado se
considera praticado quando cessa a continuidade delitiva. Assim, sendo o
tempo do crime o momento em que cessa a continuidade, a lei nova
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 76
chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a
lei vigente ao tempo do crime.
Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF:
SÚMULA Nº 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA
VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE
OU DA PERMANÊNCIA.
D) Prescrição
Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime
único, apenas para fins de aplicação da pena, a prescrição é calculada
em relação a cada crime isoladamente.
Entretanto, para o cálculo da prescrição, leva-se em conta a pena
mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o acréscimo que
seria aplicado. Assim, se há dois furtos simples praticados em
continuidade delitiva (penas mínimas de um ano), tendo a sentença
aplicado a pena mínima, por exemplo, acrescida de determinado
percentual, a prescrição é calculada tendo por base a pena mínima
aplicada, e não a pena mínima de um ano acrescida do percentual de
exasperação. Isso é o que consta do verbete n° 497 da súmula do
STF:
SÚMULA Nº 497
QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIÇÃO
REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE
COMPUTANDO O ACRÉSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAÇÃO.
II.d) Multa e o concurso de crimes
Assim prevê o art. 72 do CP:
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas
distinta e integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 76
Assim, o art. 72 do CP prevê a aplicação do sistema do
cúmulo material no que tange às penas de multa. Essa aplicação é
inquestionável no concurso material e no concurso formal.
No entanto, no que se refere ao crime continuado, há forte
divergência.
A primeira corrente (amplamente majoritária na Doutrina) entende
que esta regra também se aplica ao crime continuado, por não ter a Lei
feito qualquer distinção.
A segunda corrente (majoritária na Jurisprudência, inclusive
no STJ), entende que, nesse caso, não se aplica a regra do art. 72,
por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante
ficção jurídica.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
LISTA DAS QUESTÕES
01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ)
No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o tratamento da
acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da
hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o
fato principal seja:
I típico.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 76
II antijurídico.
II culpável.
IV punível.
A quantidade de itens certos é igual a
A) 0.
B) 1.
C) 2.
D) 3.
E) 4.
02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA)
Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta.
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro
quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que atravessava na
faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e Lena deverão
responder pela prática de homicídio culposo.
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação.
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa
supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha ficado
vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os bens; dentro
da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou
agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro,
Mévio narrou o fato para Leo. Considerando essa situação hipotética,
Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, por furto.
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que
instiga age como partícipe e o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e
passivo.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 76
E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam
entre os coautores e partícipes do crime.
03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO -
ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS)
Considere que os indivíduos João e José ambos com animus necani,
mas um desconhecendo a conduta do outro atirem contra Francisco, e
que a perícia, na análise dos atos, identifique que José seja o
responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, José
responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio.
Certo ou Errado?
04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria
monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de
participação, em obediência ao princípio da individualização da pena.
Certo ou Errado?
05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA -
ÁREA DE DIREITO)
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua
execução. Certo ou Errado?
06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 76
Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade não
pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material. Certo
ou Errado?
07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO)
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre
a pena de cada um deles, isoladamente.
08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere a seguinte situação hipotética.
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com
Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato.
Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessários à
prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único
crime.
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá
apenas pelo crime de estelionato, não se caracterizando o delito de
quadrilha ou bando, em face da necessidade de associação de, no
mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente
imputáveis.
09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere a seguinte situação hipotética.
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-
o no arrombamento de uma porta para a prática de um furto, vindo a
adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a observar Pedro,
durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos.
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 76
atuou em atos diversos dos executórios praticados por Pedro, autor
direto.
10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria
monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de
participação, em obediência ao princípio da individualização da pena.
11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria
monista, segundo a qual todos os indivíduos que colaboraram para a
prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime.
Tal situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da
intranscendência das penas, para a hipótese legal em que um dos
colaboradores tenha desejado participar de delito menos grave, caso em
que deverá ser aplicada a pena deste.
12 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA -
ÁREA DE DIREITO)
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua
execução.
13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 76
Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista
no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que
formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado,
comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as condições
e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se aos autores.
14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta típica por
um único agente, houver a adesão de um segundo agente à empreitada
criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um
critério de divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de
interferir na consumação da infração penal.
15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
No tocante à participação, o CP adota o critério da hiperacessoriedade,
razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário se
comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito.
16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma
maneira que a menor participação, tendo ambas como consequência a
incidência de minorante da pena em um sexto a um terço.
17 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA -
REGIONAL)
De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos
partícipes da mesma atividade delituosa penas de intensidades desiguais.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 76
18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se algum dos
concorrentes participar apenas do crime menos grave, será aplicada a
ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado
mais grave.
19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR)
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do
Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta
exemplo de norma de adequação típica mediata.
20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando
definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria na residência
de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, portanto,
a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à
empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado
na casa e Júlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles tivessem
conhecimento, dentro da residência estava um agente de segurança
contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou
que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em
seu colo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em
face da resistência do segurança, findou por atirar em sua direção,
lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que
guarneciam a residência.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 76
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma
vez que o resultado mais grave não foi previsível.
21 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o
item em seguida.
Se Raul estimula Ângelo a matar Honório, o que efetivamente ocorreu,
Raul não deverá responder pelo crime de homicídio em concurso com
Ângelo, porque não praticou a conduta típica "matar alguém".
22 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o
item em seguida.
Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da co-autoria,
seja na modalidade da participação, não há necessidade de que os
agentes tenham combinado previamente a execução do crime.
23 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o
item em seguida.
Pedro, comerciário, auxiliou Igor, funcionário público, a apropriar-se de
dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razão do cargo. Nesse
caso, Pedro deverá responder pelo crime de peculato em concurso com
Igor.
24 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TÉCNICO DE
INTELIGÊNCIA)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 76
Julgue o item a seguir, acerca das causas excludentes de ilicitude e do
concurso de pessoas.
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução.
25 - (CESPE 2002 SEFAZ/AL TÉCNICO DE FINANÇAS)
À luz do direito penal, julgue o item subsequente.
Considere a seguinte situação hipotética.
José e Manuel praticaram um crime de peculato, em concurso de agentes.
Instaurada a ação penal, José veio a falecer. Nessa situação, tomando
conhecimento informalmente do óbito de um dos réus, o juiz declarará a
extinção da punibilidade com relação a José e Manuel.
26 - (CESPE 2010 AGU PROCURADOR FEDERAL)
No que se refere à parte geral do Código Penal, julgue o item
subsequente.
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do
Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta
exemplo de norma de adequação típica mediata.
27 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL)
No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética relativa ao
direito penal, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Juliana era conhecida de Múcio, funcionário de autarquia federal, e sobre
ele a primeira possuía grande ascendência. Juliana não era funcionária
pública e, durante muito tempo, tentou convencê-lo a subtrair um
equipamento, de pequeno porte mas valioso, que havia no ente público,
até que Múcio anuiu e efetuou a subtração. Nessa situação, Múcio
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 76
cometeu peculato e, pelo fato de esse delito ser próprio de funcionário
público, Juliana não poderia ser punida como partícipe do crime.
28 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL)
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética relativa à
legislação penal, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Um agente de polícia resolveu torturar um preso sob sua guarda, e, antes
que isso ocorresse, o delegado responsável tomou conhecimento da
intenção do agente. O delegado não concordava com a tortura e não a
praticou, mas nada fez para evitá-la. Nessa situação, tanto o agente
quanto o delegado poderiam ser responsabilizados penalmente, com base
na lei que define os crimes de tortura.
29 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL)
Acerca dos crimes contra o patrimônio e a administração pública, julgue o
item abaixo.
Por ser a concussão crime próprio, inadmissível é a participação de
pessoa estranha ao quadro do funcionalismo público (particular).
30 - (CESPE 2002 TC/DF PROCURADOR DO MINISTÉRIO
PÚBLICO)
Julgue o item abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética.
Juvenal, servidor público federal, participou de desvio de verbas públicas,
juntamente com outros coautores. Com a soma, adquiriu diversos bens
no Brasil e no exterior. Sua esposa, Vitória, usufruiu de todos os confortos
propiciados pelo desvio dos valores públicos.
Nessa situação, não houve por parte de Vitória ato de execução algum.
No entanto, vislumbra-se sua participação nos crimes, uma vez que tinha
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 76
conhecimento de todos os atos criminais do marido e poderia tê-los
evitado.
31 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL)
Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo
a qual todos os que contribuem para a prática de uma mesma infração
penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores
do delito dos partícipes.
32 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL)
Considere a seguinte situação hipotética.
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado
órgão público, Artur, servidor público, em conluio com Maria, penalmente
responsável, subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha. Maria,
que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur
funcionário público.
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o
delito de furto.
33 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)
Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de
exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem.
No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada,
entre outros requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade
da prática de idêntico ato executivo e crime.
34 - (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 76
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os próximos itens.
Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de
um dos autores do fato em participar de crime menos grave, a pena será
diminuída até a metade, na hipótese de o resultado mais grave ter sido
previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena
cominada ao crime efetivamente praticado.
35 - (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere que Joana, penalmente imputável, tenha determinado a
Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e que
Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação,
Francisco e Joana deverão responder pela prática do delito de homicídio,
podendo Joana beneficiar-se de causa de diminuição de pena.
36 - (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA)
Havendo concurso de pessoas para a prática de crime, caso um dos
agentes participe apenas de crime menos grave, será aplicada a ele a
pena relativa a esse crime, desde que não seja previsível resultado mais
grave.
37 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
ADMINISTRATIVA)
Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto,
oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade
acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e,
consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta
participará de crime culposo.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 76
38 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Em 18/2/2011, às 21 horas, na cidade X, João, que planejara
detalhadamente toda a empreitada criminosa, Pedro, Jerônimo e Paulo,
de forma livre e consciente, em unidade de desígnios com o adolescente
José, que já havia sido processado por atos infracionais, decidiram
subtrair para o grupo uma geladeira, um fogão, um botijão de gás e um
micro-ondas, pertencentes a Lúcia, que não estava em casa naquele
momento. Enquanto João e Pedro permaneceram na rua, dando cobertura
à ação criminosa, Paulo, Jerônimo e José entraram na residência, tendo
pulado um pequeno muro e utilizado grampos para abrir a porta da casa.
Antes da subtração dos bens, Jerônimo, arrependido, evadiu-se do local e
chamou a polícia. Ainda assim, Paulo e José se apossaram de todos os
bens referidos e fugiram antes da chegada da polícia.
Dias depois, o grupo foi preso, mas os bens não foram encontrados.
Na delegacia, verificou-se que João, Pedro e Paulo já haviam sido
condenados anteriormente pelo crime de estelionato, mas a sentença não
havia transitado em julgado e que Jerônimo tinha sido condenado, em
sentença transitada em julgado, por contravenção penal.
De acordo com a teoria objetivo-material, considera-se Paulo autor do
crime de furto e João e Pedro, partícipes.
39 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)
Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de
Fiscalização do DF (AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu
vantagem indevida do comerciante Elias, de R$ 2.000,00 para que o
estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades
constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo,
Rubens, taxista, que o conduziu em seu veículo até o local da fiscalização,
previamente acordado e consciente tanto da ação delituosa que seria
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 76
empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público. Antes
que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu
informar policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão
em flagrante de Ângelo.
A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que
tinha prévia ciência do cargo ocupado por seu primo e acordou sua
vontade com a dele para auxiliá-lo na prática do delito, de forma que os
dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal.
40 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)
Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de
exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem.
No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o
sistema do cúmulo material e o da exasperação na aplicação da pena.
41 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de
prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou
declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi
até outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou
falsamente chamar-se Alexandre.
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido
recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento
de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena
privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 76
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes.
As ações de Carlos configuram crime continuado, visto que as condições
de tempo, lugar e modo de execução foram as mesmas em ambos os
casos, tendo a ação subsequente dado continuidade à primeira.
QUESTÕES COMENTADAS
01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ)
No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o
tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a
teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do
partícipe, é preciso que o fato principal seja
I típico.
II antijurídico.
II culpável.
IV punível.
A quantidade de itens certos é igual a
A) 0.
B) 1.
C) 2.
D) 3.
E) 4.
COMENTÁRIOS: Conforme estudamos, a teoria da hiperacessoriedade é
a mais radical de todas as quatro, exigindo para a punibilidade do
partícipe, que a conduta principal deva ser típica, ilícita, culpável e
punível. Assim, a alternativa correta é a letra E.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 76
02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA)
Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta.
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro
quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que
atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia
e Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo.
ERRADA: Nesse caso não há concurso de agentes, pois não há
participação culposa em crime culposo;
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação.
ERRADA: A grande maioria da Doutrina entende não haver possibilidade
de concurso de agentes nesse caso, por se tratar de crime de mão-
própria. No entanto, parte da Doutrina entende que pode haver coautoria
quando há coação moral resistível de um terceiro sobre aquele que
comete o crime.
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa
supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha
ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os
bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava
habitada e acabou agredindo o morador; após levarem os objetos
para um local seguro, Mévio narrou o fato para Leo. Considerando
essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de
roubo e Leo, por furto.
CORRETA: Aqui, trata-se da hipótese de cooperação dolosamente
distinta. Leo não pretendeu praticar um roubo, e sim um furto, devendo
responder apenas por este, e não pelo roubo, que foi praticado apenas
por Mévio. Entretanto, nos termos do art. 29, § 2° do CP, se o crime de
roubo era previsível, a pena de Leo pode ser aumentada até a metade,
mas ele sempre responderá pelo crime de furto apenas.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 76
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente
que instiga age como partícipe e o suicida é, ao mesmo tempo,
sujeito ativo e passivo.
ERRADA: No crime de instigação ao suicídio, quem instiga é autor do
crime (pratica o núcleo do tipo), e não mero partícipe do delito. Assim, a
alternativa está errada.
E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se
comunicam entre os coautores e partícipes do crime.
ERRADA: As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se
comunicam, nos termos do art. 30 do CP, salvo se forem elementares do
delito.
03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO -
ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS)
Considere que os indivíduos João e José ambos com animus
necandi, mas um desconhecendo a conduta do outro atirem
contra Francisco, e que a perícia, na análise dos atos, identifique
que José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa
situação hipotética, José responderá por homicídio consumado e
João, por tentativa de homicídio. Certo ou Errado?
CORRETA: Como ambos não agiram com vínculo subjetivo, não há
coautoria, mas autoria colateral, afastando-se, desta forma, o concurso
de pessoas, respondendo cada um apenas pela sua conduta. Assim, a
afirmativa está correta.
04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a
teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 76
certos graus de participação, em obediência ao princípio da
individualização da pena. Certo ou Errado?
CORRETA: Conforme estudamos, o nosso CP adotou a teoria monista no
concurso de pessoas, de forma que todos aqueles que cooperam para a
prática do delito, por ele respondem, nos termos do art. 29 do CP. No
entanto, o CP determina que a pena de cada um dos agentes deve ser
calculada na medida de sua culpabilidade, o que demonstra a adoção de
uma teoria monista mitigada, ou temperada.
05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA -
ÁREA DE DIREITO)
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de
coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta
contribuição independente e essencial à prática do delito, mas
não obrigatoriamente à sua execução. Certo ou Errado?
CORRETA: A teoria do domínio do fato é uma teoria adotada pelo nosso
sistema jurídico como complementação à teoria objetivo-formal, adotada
como regra, pois a teoria objetivo-formal não explica satisfatoriamente a
hipótese de autoria mediata. Assim, pela teoria do domínio do fato, autor
é todo aquele que pratica conduta essencial ao delito, e possui o poder
de definir o seu destino, sua ocorrência ou não.
06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO)
Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de
liberdade não pode exceder a que seria cabível pela regra do
concurso material. Certo ou Errado?
CORRETA: Esta é a previsão do art. 70, § único do CP, pois no concurso
formal se adota, em regra, o sistema da exasperação na aplicação da
pena, como forma de beneficiar o réu em razão do menor desvalor de
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 76
sua conduta. No entanto, se esse sistema se mostrar mais gravoso ao
infrator, deverá ser aplicado o sistema do cúmulo material. Trata-se do
07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO)
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade
incidirá sobre a pena de cada um deles, isoladamente. Certo ou
Errado?
CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 119 do CP: Art. 119 - No
caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a
pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984). Lembrando que pela súmula n° 497 do STF, a prescrição nos
crimes continuados é calculada com base na pena aplicada, sem o
quantum de exasperação aplicado.
08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere a seguinte situação hipotética.
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-
se com Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer
estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os
equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em
conluio, à concretização de um único crime.
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente,
responderá apenas pelo crime de estelionato, não se
caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da
necessidade de associação de, no mínimo, quatro pessoas para a
tipificação desse delito, todas penalmente imputáveis.
COMENTÁRIOS: A afirmativa está errada, pois o nosso sistema jurídico-
penal adotou a teoria da acessoriedade limitada, ainda que não o tenha
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 76
feito de forma expressa, mas é este o entendimento doutrinário
dominante. Por esta teoria, para que haja participação, é suficiente que
o partícipe tenha praticado fato típico e ilícito, não sendo necessário que
seja culpável (o inimputável não é culpável).
Portanto, neste caso, a participação do adolescente é penalmente
relevante para a caracterização do crime de quadrilha ou bando.
Assim, a afirmativa está ERRADA.
09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA)
Considere a seguinte situação hipotética.
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro,
auxiliando-o no arrombamento de uma porta para a prática de
um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou,
apenas, a observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais
tarde repartidos entre ambos.
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito
pois atuou em atos diversos dos executórios praticados por
Pedro, autor direto.
COMENTÁRIOS: Luiz responderá como coautor do delito, pois o
arrombamento da porta é um ato integrante do núcleo do tipo, já que
faz parte do iter da execução do crime.
Assim, a afirmativa está ERRADA.
10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a
teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece
certos graus de participação, em obediência ao princípio da
individualização da pena.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 76
COMENTÁRIOS: O art. 29 do CP diz:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Esse artigo evidencia a adoção da teoria monista, eis que estabelece a
unidade de crime para aqueles que participam do mesmo fato. No
entanto, entende-se que a
possibilidade de aplicação de graus diferentes de culpa a cada
participante.
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA -
ESPECÍFICOS)
Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe
a teoria monista, segundo a qual todos os indivíduos que
colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral,
responder pelo mesmo crime. Tal situação pode ser, todavia,
afastada, por aplicação do princípio da intranscendência das
penas, para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha
desejado participar de delito menos grave, caso em que deverá
ser aplicada a pena deste.
COMENTÁRIOS: A questão está praticamente toda correta. No entanto,
peca ao afirmar que a teoria monista pode ser mitigada pelo princípio da
intranscendência da pena. Está errado. A teoria monista é mitigada pelo
princípio da individualização da pena, pois a pena de cada um deve
corresponder ao seu grau de culpa no fato.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 76
12 - CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA -
ÁREA DE DIREITO)
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de
coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta
contribuição independente e essencial à prática do delito, mas
não obrigatoriamente à sua execução.
COMENTÁRIOS: A teoria do domínio do fato (ou do domínio final do
fato) é a teoria segundo a qual autor é aquele que, mesmo não
realizando o núcleo do tipo (não sendo executor), possui ingerência
decisiva acerca do cometimento ou não da infração (o mandante, por
exemplo).
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO)
Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias,
prevista no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias
pessoais que formam a elementar do injusto, tanto básico como
qualificado, comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual
modo, as condições e circunstâncias pessoais dos partícipes
comunicam-se aos autores.
COMENTÁRIOS: As circunstâncias de caráter pessoal, em regra, não se
comunicam, salvo se elementares do crime. No entanto, mesmo quando
elementares do delito, as circunstâncias pessoais do partícipe não se
comunicam ao autor, por se tratar de participação acessória na conduta
principal.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 76
Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta
típica por um único agente, houver a adesão de um segundo
agente à empreitada criminosa, sendo que as condutas
praticadas por cada um, dentro de um critério de divisão de
tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de interferir na
consumação da infração penal.
COMENTÁRIOS: A afirmativa está perfeita. O concurso de agentes pode
ser prévio, quando ambos se unem antes do início da execução do delito
e sucessiva, quando ambos se unem para a prática do delito após o
início da execução.
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
No tocante à participação, o CP adota o critério da
hiperacessoriedade, razão pela qual, para que o partícipe seja
punível, será necessário se comprovar que ele concorreu para a
prática de fato típico e ilícito.
COMENTÁRIOS: De fato, para que o partícipe seja punível, é necessário
que ele tenha praticado fato típico e ilícito. No entanto, essa teoria não é
a da hiperacessoriedade, mas a da acessoriedade limitada.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma
maneira que a menor participação, tendo ambas como
conseqüência a incidência de minorante da pena em um sexto a
um terço.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 76
COMENTÁRIOS: A participação ínfima ou de somenos (também
é aquela prevista no
art. 29, §1°, que significa a participação de pouquíssima importância,
incidindo a causa de diminuição de pena, de 1/6 a 1/3.
A menor participação, por sua vez, é aquela que se analisa em
comparação com a participação de outro agente, mais importante, e
não gera a diminuição da pena.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
17 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA -
REGIONAL)
De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível
impor aos partícipes da mesma atividade delituosa penas de
intensidades desiguais.
COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, pois se baseia no art. 29 do
CP, que estabelece que a pena deverá corresponder ao grau de
participação do agente no delito. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se
algum dos concorrentes participar apenas do crime menos grave,
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 76
será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja
previsível o resultado mais grave.
COMENTÁRIOS: A questão está MUITO mal formulada. A princípio, a
questão está correta, por corresponder ao que prevê o art. 29, §2° do
CP, que trata da chamada cooperação dolosamente distinta. Vejamos:
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Porém, a questão não fala que no caso de ser previsível o crime mais
grave, a pena a ser aplicada será a do MENOS GRAVE, com o acréscimo
previsto na lei.
A questão é muito mal formulada e deveria ter sido anulada, eis que está
correta, tendo a banca a considerado como errada.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR)
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29
do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo
esta exemplo de norma de adequação típica mediata.
COMENTÁRIOS: A adequação típica imediata é a adequação perfeita da
conduta do agente ao que prevê o tipo penal. Ex.: Matar alguém. Só há
adequação típica imediata na conduta daquele que efetivamente mata
alguém. Entretanto, como punir aquele que dá a arma para o
agente matar a vítima? Isso se dá através de normas de extensão,
que geram a chamada adequação típica mediata. A norma do art. 29 é
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 76
uma delas, pois permite punir pessoas que, a princípio, não praticaram
condutas previstas no tipo penal.
Entretanto, nos crimes PLURISSUBJETIVOS, o concurso de agentes é
NECESSÁRIO, e a conduta de cada um deles já está prevista diretamente
no tipo penal, de forma que não é necessária norma de extensão para
que se dê a adequação típica.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim
ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria
na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando
de férias e, portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro
do carro, dando cobertura à empreitada delitiva. No dia e local
combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no
carro. Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro
da residência estava um agente de segurança contratado por
Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou que ele
estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em
seu colo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto
e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua
direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos
os bens que guarneciam a residência.
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto,
uma vez que o resultado mais grave não foi previsível.
COMENTÁRIOS: A questão procura deixar bem claro que Júlio não tinha
como saber que acabaria ocorrendo um roubo, eis que os donos da casa
estavam viajando e seu comparsa entrou DESARMADO na casa. Assim,
não tendo sido previsível o crime mais grave (roubo), aplica-se ao
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 76
comparsa que não o cometeu, a pena do crime menos grave (furto), em
razão do art. 29, §2° do CP:
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será
aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
21 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas,
julgue o item em seguida.
Se Raul estimula Ângelo a matar Honório, o que efetivamente
ocorreu, Raul não deverá responder pelo crime de homicídio em
concurso com Ângelo, porque não praticou a conduta típica "matar
alguém".
COMENTÁRIO: A conduta de Raul, neste caso, é punível, pois embora
não tenha praticado o núcleo do tipo penal (matar alguém), contribuiu de
alguma forma para o resultado (Induziu o agente a cometê-lo).
O art. 29 do CP determina a punição de Raul neste caso, vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
09456908607
Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014)
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo Aula 04
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 76
22 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas,
julgue o item em seguida.
Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da
coautoria, seja na modalidade da participação, não há necessidade
de que os agentes tenham combinado previamente a execução do
crime.
COMENTÁRIO: Para que haja concurso de pessoas, é necessário que a
colaboração dos agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a
colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre
os agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do
princípio da convergência. Caso haja colaboração dos agentes para a
conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, estaremos
diante da autoria colateral, e não da coautoria.
No entanto, não se exige que a combinação, que o vínculo subjetivo entre
os agentes seja anterior à prática do delito, sendo absolutamente possível
o concurso de agentes cujo vínculo subjetivo é concomitante à prática
delituosa.
EXEMPLO: Jorge está esfaqueando Bruno, que tenta se livrar dos golpes.
O crime já está em andamento. Nesse momento, Carlos passa e,
desejando a morte de Bruno, ajuda Jorge a matá-lo, segurando a vítima.
Portanto, a afirmativa está CORRETA.
23 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO)
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas,
julgue o item em seguida.
Pedro, comerciário, auxiliou Igor, funcionário público, a apropriar-
se de dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razão do
09456908607
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014
Aula 04  direito penal p pf   agente - 2014

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 10 direito penal p pf agente - 2014
Aula 10 direito penal p pf   agente - 2014Aula 10 direito penal p pf   agente - 2014
Aula 10 direito penal p pf agente - 2014M Raquel Trindade
 
Aula 00 direito penal p pf - agente - 2014
Aula 00  direito penal p pf - agente - 2014Aula 00  direito penal p pf - agente - 2014
Aula 00 direito penal p pf - agente - 2014M Raquel Trindade
 
Infração penal novo padrao alagoas on line
Infração penal   novo padrao alagoas on lineInfração penal   novo padrao alagoas on line
Infração penal novo padrao alagoas on lineandersonfdr1
 
Conflito Aparente De Normas Penais
Conflito Aparente De Normas PenaisConflito Aparente De Normas Penais
Conflito Aparente De Normas PenaisAntonio Pereira
 
Resumo conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...
Resumo   conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...Resumo   conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...
Resumo conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...Estrela Cursos e Concursos Online
 
Dir. penal 2 teoria geral do delito compressed (1) (1)
Dir. penal 2  teoria geral do delito compressed (1) (1)Dir. penal 2  teoria geral do delito compressed (1) (1)
Dir. penal 2 teoria geral do delito compressed (1) (1)Alexandre Bento
 
Resolução de questões
Resolução de questõesResolução de questões
Resolução de questõesthiago sturmer
 
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPE
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPEQuestões de Direito Penal comentadas FCC e CESPE
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPEGabriel Revoredo
 
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...Nilberte
 
Resumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralResumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralFonseca Advocacia
 
Teorias da Conduta no Direito Penal
Teorias da Conduta no Direito PenalTeorias da Conduta no Direito Penal
Teorias da Conduta no Direito PenalSenna Bismarck
 
Lei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisLei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisACS PM RN
 
Material de penal crimes contra a adm
Material de penal   crimes contra a admMaterial de penal   crimes contra a adm
Material de penal crimes contra a admMoacir Panorama
 
Comp aula03 penal_comp
Comp aula03 penal_compComp aula03 penal_comp
Comp aula03 penal_compJ M
 

Mais procurados (20)

Aula 10 direito penal p pf agente - 2014
Aula 10 direito penal p pf   agente - 2014Aula 10 direito penal p pf   agente - 2014
Aula 10 direito penal p pf agente - 2014
 
Aula 00 direito penal p pf - agente - 2014
Aula 00  direito penal p pf - agente - 2014Aula 00  direito penal p pf - agente - 2014
Aula 00 direito penal p pf - agente - 2014
 
Infração penal novo padrao alagoas on line
Infração penal   novo padrao alagoas on lineInfração penal   novo padrao alagoas on line
Infração penal novo padrao alagoas on line
 
Conflito Aparente De Normas Penais
Conflito Aparente De Normas PenaisConflito Aparente De Normas Penais
Conflito Aparente De Normas Penais
 
Resumo conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...
Resumo   conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...Resumo   conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...
Resumo conflito aparente de normas penais. norma penal em branco. elementos...
 
Dir. penal 2 teoria geral do delito compressed (1) (1)
Dir. penal 2  teoria geral do delito compressed (1) (1)Dir. penal 2  teoria geral do delito compressed (1) (1)
Dir. penal 2 teoria geral do delito compressed (1) (1)
 
Resolução de questões
Resolução de questõesResolução de questões
Resolução de questões
 
Resumo penal
Resumo penalResumo penal
Resumo penal
 
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPE
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPEQuestões de Direito Penal comentadas FCC e CESPE
Questões de Direito Penal comentadas FCC e CESPE
 
Resumo contravenção penal
Resumo contravenção penalResumo contravenção penal
Resumo contravenção penal
 
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...
Direito penal,contravenção,imputabilidade penal , dos crimes contra a vida e ...
 
Resumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geralResumão direito penal- parte geral
Resumão direito penal- parte geral
 
Aula 2
Aula 2Aula 2
Aula 2
 
Teorias da Conduta no Direito Penal
Teorias da Conduta no Direito PenalTeorias da Conduta no Direito Penal
Teorias da Conduta no Direito Penal
 
Lei das contravenções penais
Lei das contravenções penaisLei das contravenções penais
Lei das contravenções penais
 
Material de penal crimes contra a adm
Material de penal   crimes contra a admMaterial de penal   crimes contra a adm
Material de penal crimes contra a adm
 
Direito penal ii concurso de crimes
Direito penal ii   concurso de crimesDireito penal ii   concurso de crimes
Direito penal ii concurso de crimes
 
Aulas de Direito Penal Para MPU 2010
Aulas de Direito Penal Para MPU 2010Aulas de Direito Penal Para MPU 2010
Aulas de Direito Penal Para MPU 2010
 
Direito penal I
Direito penal IDireito penal I
Direito penal I
 
Comp aula03 penal_comp
Comp aula03 penal_compComp aula03 penal_comp
Comp aula03 penal_comp
 

Destaque

Noções de Sustentabilidade
Noções de SustentabilidadeNoções de Sustentabilidade
Noções de Sustentabilidaderailuz07
 
Atividade avaliativa princípios do direito contratual
Atividade avaliativa   princípios do direito  contratualAtividade avaliativa   princípios do direito  contratual
Atividade avaliativa princípios do direito contratualSamirya Cristina
 
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJ
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJNoções de Sustentabilidade p/ Concurso STJ
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJEstratégia Concursos
 
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2Estratégia Concursos
 

Destaque (13)

AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 05
AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  05AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  05
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 05
 
AULA 03 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 03 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIAAULA 03 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 03 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
 
Noções de Sustentabilidade
Noções de SustentabilidadeNoções de Sustentabilidade
Noções de Sustentabilidade
 
AULA 00 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 00 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIAAULA 00 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 00 OAB XX PROCESSO CIVIL ESTRATÉGIA
 
Atividade avaliativa princípios do direito contratual
Atividade avaliativa   princípios do direito  contratualAtividade avaliativa   princípios do direito  contratual
Atividade avaliativa princípios do direito contratual
 
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 04
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 04AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 04
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 04
 
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJ
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJNoções de Sustentabilidade p/ Concurso STJ
Noções de Sustentabilidade p/ Concurso STJ
 
AULA 08 OAB XX PRODESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 08 OAB XX PRODESSO CIVIL ESTRATÉGIAAULA 08 OAB XX PRODESSO CIVIL ESTRATÉGIA
AULA 08 OAB XX PRODESSO CIVIL ESTRATÉGIA
 
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 00
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 00AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 00
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 00
 
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 01
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 01AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 01
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 01
 
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2
Curso de Sustentabilidade para Concurso TRF 2
 
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 08
AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  08AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  08
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 08
 
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 07
AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  07AULA OAB XX ESTRATÉGIA  DIREITO CIVIL  07
AULA OAB XX ESTRATÉGIA DIREITO CIVIL 07
 

Semelhante a Aula 04 direito penal p pf agente - 2014

Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...
Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...
Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...ThaisaNovais
 
Concurso de pessoas
Concurso de pessoasConcurso de pessoas
Concurso de pessoasanap_dias3
 
Principio da proporcionalidade
Principio da proporcionalidadePrincipio da proporcionalidade
Principio da proporcionalidadeAdemir Amaral
 
Direito Penal III (Parte 2)
Direito Penal III (Parte 2)Direito Penal III (Parte 2)
Direito Penal III (Parte 2)Fernanda Susin
 
Aula01 penal
Aula01 penalAula01 penal
Aula01 penalJ M
 
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccCrime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccKen Junior
 
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccCrime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccKen Junior
 
Penal direito penal-crime_maria_helenafonte
Penal direito penal-crime_maria_helenafontePenal direito penal-crime_maria_helenafonte
Penal direito penal-crime_maria_helenafontegentilbraga
 
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferraz
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferrazMariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferraz
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferrazANTONIO INACIO FERRAZ
 
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...andersonfdr1
 
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdf
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdfAPOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdf
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdfsantoParaso
 
Direito penal i fontes do direito penal
Direito penal i   fontes do direito penalDireito penal i   fontes do direito penal
Direito penal i fontes do direito penalUrbano Felix Pugliese
 
Direito penal 3ª apostila
Direito penal 3ª apostilaDireito penal 3ª apostila
Direito penal 3ª apostilaDireito2012sl08
 
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdf
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdfresumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdf
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdfLEONICE26
 
Resumo conexão e continência
Resumo conexão e continênciaResumo conexão e continência
Resumo conexão e continênciaMurilo Acquaviva
 

Semelhante a Aula 04 direito penal p pf agente - 2014 (20)

Concurso de pessoa
Concurso de pessoaConcurso de pessoa
Concurso de pessoa
 
Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...
Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...
Homicídio culposo na condução de veículo automotor e a decisão de impronúncia...
 
Concurso de pessoas
Concurso de pessoasConcurso de pessoas
Concurso de pessoas
 
Direito penal i concurso de pessoas
Direito penal i   concurso de pessoasDireito penal i   concurso de pessoas
Direito penal i concurso de pessoas
 
Principio da proporcionalidade
Principio da proporcionalidadePrincipio da proporcionalidade
Principio da proporcionalidade
 
Direito Penal III (Parte 2)
Direito Penal III (Parte 2)Direito Penal III (Parte 2)
Direito Penal III (Parte 2)
 
Aula01 penal
Aula01 penalAula01 penal
Aula01 penal
 
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccCrime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
 
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tccCrime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
Crime tentado kennedy carlos prieto junior tcc
 
Penal direito penal-crime_maria_helenafonte
Penal direito penal-crime_maria_helenafontePenal direito penal-crime_maria_helenafonte
Penal direito penal-crime_maria_helenafonte
 
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferraz
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferrazMariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferraz
Mariana lescano-delação premiada-antonio inacio ferraz
 
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...
Direito Penal- Tipicidade. Sujeito ativo e Sujeito Passivo. Alagoas cursos on...
 
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdf
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdfAPOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdf
APOSTILA DIREITO PENAL - RESUMO OAB.pdf
 
Consumacao e tentativa
Consumacao e tentativaConsumacao e tentativa
Consumacao e tentativa
 
Art 29
Art 29Art 29
Art 29
 
Direito penal i fontes do direito penal
Direito penal i   fontes do direito penalDireito penal i   fontes do direito penal
Direito penal i fontes do direito penal
 
Direito penal 3ª apostila
Direito penal 3ª apostilaDireito penal 3ª apostila
Direito penal 3ª apostila
 
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdf
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdfresumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdf
resumos-frequencia-teoria-da-infracao-penal.pdf
 
Dissertação Teoria da Lei Penal
Dissertação Teoria da Lei PenalDissertação Teoria da Lei Penal
Dissertação Teoria da Lei Penal
 
Resumo conexão e continência
Resumo conexão e continênciaResumo conexão e continência
Resumo conexão e continência
 

Último

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxIlda Bicacro
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...AndreaCavalcante14
 

Último (20)

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
 

Aula 04 direito penal p pf agente - 2014

  • 1. Aula 04 Direito Penal p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulas Professor: Renan Araujo
  • 2. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 76 AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO DE CRIMES SUMÁRIO PÁGINA Apresentação da aula e sumário 01 I Concurso de Pessoas 02 II Concurso de Crimes 17 Lista das Questões 31 Questões comentadas 45 Gabarito 75 Olá, meus amigos concurseiros! Hoje é dia de estudarmos dois institutos que costumam ser bastante cobrados em provas de concursos públicos: Concurso de pessoas e concurso de crimes. Estes temas são realmente importantes, principalmente em se tratando de CESPE/UnB. Além disso, temos algumas questões bem interessantes, algumas do final de 2013. Portanto, muita atenção, pois há vários pontos polêmicos com posições jurisprudenciais que podem cair na prova. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 09456908607
  • 3. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 76 I CONCURSO DE PESSOAS O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas: 09456908607
  • 4. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 76 Pluralidade de agentes culpáveis Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que ambos os agentes sejam imputáveis. Assim, se um maior de 18 anos (penalmente imputável) determina a um menor de 18 anos (inimputável) que realize um homicídio, não há concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu de um inimputável para praticar o crime. Não há concurso, pois um dos agentes não era imputável. Essa regra só se aplica aos crimes unissubjetivos (aqueles em que basta um agente para sua caracterização). Nos crimes plurissubjetivos (aqueles em que necessariamente deve haver mais de um agente, como no crime de quadrilha ou bando, por exemplo art. 288 do CP), se um dos colaboradores é inimputável (ou não é culpável por qualquer razão), mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que todos os agentes sejam imputáveis, bastando que apenas um o seja. Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente concurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. Relevância da colaboração A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real, 09456908607
  • 5. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 76 receptação, etc.). Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se o namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria. Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes Nos termos do art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Daí podemos perceber que se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, 09456908607
  • 6. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 76 independentemente da conduta que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima, etc.). Trata-se da teoria unitária ou monista, adotada como regra pelo Código Penal. No entanto, existem exceções à teoria monista, ou seja, existem casos em que o Código Penal adota a teoria pluralista, estabelecendo que a colaboração de cada um dos agentes acarretará no enquadramento de cada um em crime específico. Por exemplo: Quando um particular oferece propina a um funcionário público, que aceita, o particular comete o crime de corrupção ativa (art. 333) e o funcionário público comete o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP); Existência de fato punível Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31 do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). I.a) Modalidades de concurso de pessoas A) Coautoria 09456908607
  • 7. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 76 Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito. Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir quem seria o autor do crime. A teoria subjetiva ou unitária não diferenciava autor e partícipe, considerando que todos aqueles que concorriam para o crime eram autores do delito. Já a teoria extensiva, apesar de entender, também, que todos os colaboradores eram autores do crime, estabelecia penas diversas conforme o grau de culpa de cada um deles. Por fim, a teoria objetiva ou dualista faz clara distinção entre autor e partícipe. Foi a teoria adotada pelo CP. Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram. A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputável para cometer um crime). A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com participação de maior importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta criminosa matar, subtrair, etc.). 09456908607
  • 8. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 76 A terceira e última teoria, a teoria do domínio final do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel, entende que autor é todo aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por possui o domínio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa. Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito, embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence. O erro desta última teoria é não se aplicar aos crimes culposos, pois neste não há domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado. A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo. Entretanto, deve ser usada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma a complementar a teoria adotada. Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. 09456908607
  • 9. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 76 Porém, no mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o prática do delito, não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante coautoria funcional. Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material. No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipótese polêmicas de aplicação do instituto da coautoria: Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que não a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro agente age nessa qualidade; Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois são considerados de conduta infungível, só podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei; A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da seguinte forma: 1 Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS 09456908607
  • 10. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 76 PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA AUTÔNOMA; 2 Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na modalidade de coautoria, mas é minoritário; 3 A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA. Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a execução do delito; Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria mediata, desde que haja colaboração entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO; CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a coação física irresistível é autor direto, não mediato; Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser possível). B) Participação Conforme estudamos, no Brasil adotou-se a teoria objetivo- formal, distinguindo-se autor e partícipe. Assim, podemos definir a participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. A participação pode ser: 09456908607
  • 11. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 76 Moral É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico do autor do crime, reforçando a idéia criminosa, que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na mente do autor, que não tinha pensado no delito; Material A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. Este auxílio não pode ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado. Como o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo? Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade. Porém, três teorias da acessoriedade existem: Teoria da acessoriedade mínima Entende que a conduta principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão, Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João, de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João 09456908607
  • 12. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 76 agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada apenas típica, mas não ilícita, Marcio deveria ser punido; Teoria da acessoriedade limitada Exige que o fato praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido; Teoria da acessoriedade máxima Para esta teoria, o partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato apenas típico e ilícito, sem o complemento da culpabilidade. Teoria da hiperacessoriedade Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe responda pelo crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta corrente, como houve extinção da punibilidade em 09456908607
  • 13. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 76 relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José) não poderá mais ser punido. O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro teorias, mas com certeza não adotou a teoria da acessoriedade mínima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas). A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada, exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo crime. No entanto, a acessoriedade máxima é a que mais se coaduna com o instituto da autoria mediata, razão pela qual deve ser citada quando a questão se referir à autoria mediata. Questões interessantes acerca da participação: A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art. 29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação; A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP); A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a isso, a instigação promovida por A não teve qualquer eficácia, pois 09456908607
  • 14. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 76 B já mataria C de qualquer forma; Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem auxílio material em cadeia; A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo entre ambos (coerência de vontades). I.c) Circunstâncias incomunicáveis O art. 30 do CP estabelece que: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, devemos diferenciar a mera circunstância da circunstância elementar do crime. A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a caracterização do crime. Assim, a circunstância lementar, pois se o fato for praticado contra um animal, não haverá homicídio. Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente, 09456908607
  • 15. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 76 é uma circunstância não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado sem essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a qualificadora. A) Espécies de elementares e de circunstâncias Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente. Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma elementar objetiva. As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar. Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e condições pessoais), podemos extrair três regras do CP: As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam Se A contrata B, para que este mate C, em razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral (art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam Porém, é necessário que a circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais 09456908607
  • 16. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 76 agentes. Imagine que A contra B para matar C. B informa a A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto. Nesse caso, meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado de emboscada, concordou com esta prática por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não se comunicaria, por não ter entrado na esfera de conhecimento de A; As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas No entanto, mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no âmbito de conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde ele apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas a conduta ainda é punível como furto comum. Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um não 09456908607
  • 17. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 76 age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem que um saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que levou C a óbito. I.d) Cooperação dolosamente distinta A cooperação dolosamente distinta, também chamada de decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até 09456908607
  • 18. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 76 metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Vou dar um exemplo: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra à residência. Entretanto, ao chegar à residência, Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros com ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem. Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente pelo furto. Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocínio era provável (se soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na casa), a pena do crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade. pode não chegar a esse patamar. O aumento de pena irá variar conforme o grau de previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se predispôs mas era previsível. II CONCURSO DE CRIMES Assim como é plenamente possível que duas ou mais pessoas se unam para praticar determinado delito, é plenamente possível que de uma mesma conduta (ou de uma série de condutas interligadas) surjam vários crimes. O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso formal, concurso material e crime continuado. 09456908607
  • 19. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 76 A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante importante, pois isso influenciará na adoção do sistema de aplicação da pena. Três também são os sistemas de aplicação da pena: Sistema do cúmulo material Aqui, ao agente é aplicada a pena correspondente ao somatório das penas relativas a cada um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no concurso de penas de multa (art. 72 do CP); Sistema da exasperação Aplica-se ao agente somente a pena da infração penal mais grave, acrescida de determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP); Sistema da absorção Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave, dentre todas as praticadas, sem que haja qualquer aumento. Foi adotado (jurisprudencialmente) em relação aos crimes falimentares. II.a) Concurso material (ou real) de crimes Está regulado pelo art. 69 do CP: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 09456908607
  • 20. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 76 § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz dois ou mais resultados. Pode ser homogêneo, quando todos os crimes praticados são idênticos, ou heterogêneo, quando os crimes são diferentes. Esse cúmulo de penas deve ser aplicado pelo Juiz na hora da sentença, se os processos tiverem sido reunidos por conexão, ou pelo Juiz da execução, caso tenham sido aplicadas as penas em processos diversos (nos termos do art. 66, III, a da LEP). Se for imposta pena de reclusão a um dos crimes e de detenção a outro, executa-se primeiramente a de reclusão, nos termos do art. 69, caput, segunda parte, do CP. Só será possível a aplicação de penas restritivas de direitos a um dos crimes se em relação aos outros foi aplicada pena também restritiva de direitos ou, em caso de ter sido aplicada pena privativa de liberdade, esta foi suspensa (é o chamado sursis), nos termos do art. 69, § 1° do CP. As penas restritivas de direitos podem ser cumpridas simultaneamente, desde que compatíveis. Assim, a pena de limitação de final de semana não pode ser cumprida simultaneamente com outra restritiva de direitos idêntica (limitação de final de semana), pois nesse caso o agente estaria cumprindo apenas uma das penas (e pagando as duas o malandro!). Entretanto, é plenamente possível o cumprimento 09456908607
  • 21. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 76 simultâneo de pena restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade e outra consistente em prestação pecuniária ($$), pois isso não importa em prejuízo a ninguém (nem ao Estado nem ao infrator). Só é possível a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95) se o somatório das penas mínimas previstas para todos os crimes for inferior a um ano. Assim, se o acusado praticou dois crimes em concurso material, sendo a pena mínima de ambos estipulada em 03 meses de detenção, é possível a suspensão condicional do processo. II.b) Concurso formal de crimes No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nos termos do art. 70 do CP: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver unidade de conduta e pluralidade de resultados. No entanto, a unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém 09456908607
  • 22. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 76 que mata outra pessoa com diversas pauladas na cabeça. Embora neste caso haja diversos atos, há unidade de conduta. O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos mediante a conduta única forem idênticos, e será heterogêneo se os crimes praticados forem diversos. O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito: Concurso formal perfeito (próprio) Aqui o agente pratica uma única conduta e acaba por produzir dois resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há desígnios autônomos (intenção de, com uma única conduta, praticar dolosamente mais de um crime). Esse tipo de concurso só pode ocorrer, portanto, entre crimes culposos, ou entre um crime doloso e um ou vários crimes culposos. Exemplo: Imaginem que Camila, dirigindo seu Bugatti pelas ruas de São Paulo, em altíssima velocidade, atropela, sem querer, um pedestre, que vem a óbito, e causa lesões graves em outro pedestre. Nesse caso, Camila responde pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa em concurso formal, aplicando-se a ela a pena do homicídio culposo (mais grave) acrescida de 1/6 até a metade; Concurso formal imperfeito (impróprio) Aqui o agente se vale de uma única conduta para, dolosamente, produzir mais de um crime. Imaginem que, no exemplo anterior, Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto, bem como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim, com sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os crimes, respondendo por ambos em concurso formal imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de 09456908607
  • 23. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 76 intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70, segunda parte, do CP. A) Aplicação da pena no concurso formal Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da exasperação, utilizando-se como base a pena do crime mais grave, aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte, do CP). O quantum do aumento (entre 1/6 e metade da pena usada como base) será definido mediante a análise da quantidade de crimes praticados. Se praticados poucos crimes, aplica-se o aumento mínimo; se praticados diversos crimes mediante a única conduta, aplica-se o aumento em seu montante máximo. Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a beneficiar o réu, em razão do menor desvalor de sua conduta. Entretanto, se estivermos diante de concurso formal imperfeito (impróprio), aplica-se a regra estabelecida pelo art. 70, segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois o agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de maneira dolosa, agindo com intenções autônomas (desígnios autônomos). Há, ainda, a figura que se denominou de concurso material benéfico, que ocorre quando o sistema da exasperação se mostra prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação. Explico: Imaginem que o agente tenha cometido homicídio doloso simples (pena de 06 a 20 anos) e tenha, culposamente, mediante a mesma conduta, lesionado levemente uma terceira pessoa, cometendo o crime de lesões corporais culposas em concurso formal com o homicídio (art. 129, § 6° do CP, pena de 02 meses a um ano de detenção). Nesse exemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial ao réu. Imaginem que o infrator tenha sido condenado pelo crime de 09456908607
  • 24. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 76 homicídio a 10 anos de reclusão (crime mais grave). Nesse caso, pelo sistema da exasperação, por ter havido concurso formal, essa pena deve ser aumentada de 1/6 até a metade. Logo, a pena dele variará de 11 anos e 08 meses a 15 anos de reclusão (pena base + 1/6 e pena base + metade). Pelo sistema do cúmulo material, como a pena de lesões culposas é bem pequena, a pena do agente variaria de 10 anos e dois meses a 11 anos de reclusão. Nesse caso, percebam, o sistema da exasperação é prejudicial ao réu. Assim, a lei estabelece que, nesse caso, ELE NÃO SE APLICA, aplicando-se o sistema do cúmulo material, pois o sistema da exasperação foi criado para beneficiar o réu e não pode ser aplicado quando resultar em prejuízo a ele. Nos termos do § único do art. 70 do CP: Art. 70 (...) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II.c) Crime continuado Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de concurso de crimes na qual o agente pratica diversas condutas, praticando dois ou mais crimes, que por determinadas condições, fazem entender que todos fazem parte de uma única cadeia delitiva. Nos termos do art. 71 do CP: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 09456908607
  • 25. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 76 diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Duas teorias buscam explicar este instituto: Teoria da ficção jurídica Para esta teoria, a continuidade delitiva é uma ficção, pois, na verdade, existem diversos crimes, tendo a Lei considerado os diversos atos como apenas um crime, para fins de aplicação da pena. Esta teoria foi desenvolvida por Francesco Carrara; Teoria da realidade, ou da unidade real Para esta teoria, o crime continuado é, por sua própria natureza, um único delito, não havendo que se falar em ficção jurídica. O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a consideração dos diversos delitos como um único crime se dá apenas para fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição, eles são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do CP: Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 09456908607
  • 26. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 76 A) Requisitos para a configuração do crime continuado A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado: a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhanças. Há divergência doutrinária quanto à necessidade de haver ou não unidade de desígnio. A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes da mesma espécie? A Doutrina e a Jurisprudência não são pacíficas. Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são aqueles que tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto, estelionato, apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de que crimes da mesma espécie são aqueles tipificados pelo mesmo dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada, consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie roubo e roubo qualificado. Vejamos: HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO E FURTO. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE CONTINUIDADE DELITIVA. CRIMES DE ESPÉCIES DIFERENTES. PRECEDENTES DO STF E DO STJ. ORDEM DE HABEAS CORPUS 09456908607
  • 27. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 76 DENEGADA. 1. O crime continuado é ficção jurídica que se evidencia quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, comete mais de um crime da mesma espécie, sendo necessário também que os delitos guardem conexão no que diz respeito ao tempo, ao lugar, à maneira de execução e a outras características que façam presumir a continuidade delitiva (art. 71, caput, do Código Penal). 2. Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e furto, pois são infrações penais de espécies diferentes e que têm definição legal autônoma. Precedentes do STF e do STJ. 3. Ordem de habeas corpus denegada. (HC 214.157/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 29/10/2013) Entretanto, essa corrente entende que, além de serem tratados no mesmo dispositivo legal, devem tutelar o mesmo bem jurídico. Assim, roubo simples (art. 157) e latrocínio (art. 157, § 3° do CP) não seriam crimes da mesma espécie, pois o latrocínio tutela, ainda, o direito à vida, e não somente o patrimônio. O STJ já solidificou este entendimento: S CORPUS. PENAL. ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS, EM CONCURSO FORMAL, E LATROCÍNIO TENTADO. TESE DE APLICABILIDADE DA REGRA DA CONTINUIDADE DELITIVA. IMPOSSIBILIDADE. DELITOS DE ESPÉCIES DIVERSAS. DELITOS DE ROUBO PRATICADOS, MEDIANTE UMA SÓ AÇÃO, CONTRA VÍTIMAS DISTINTAS. PATRIMÔNIOS DISTINTOS. HIPÓTESE DE CONCURSO FORMAL. LATROCÍNIO TENTADO. CONFIGURAÇÃO. PRETENDIDA DESCLASSIFICAÇÃO. ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. QUANTUM DA DIMINUIÇÃO PELA TENTATIVA. 09456908607
  • 28. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 76 PROXIMIDADE DA CONSUMAÇÃO. CRITÉRIO OBJETIVO. MODIFICAÇÃO. REEXAME DE PROVA. CAUSA DE AUMENTO. PERCENTUAL ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. ILEGALIDADE. ORDEM DE HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. Os crimes de roubo e latrocínio, apesar de serem do mesmo gênero, não são da mesma espécie. No crime de roubo, a conduta do agente ofende o patrimônio. No delito de latrocínio, ocorre lesão ao patrimônio e à vida da vítima, não havendo homogeneidade de execução na prática dos dois delitos, razão pela qual tem aplicabilidade a regra do concurso material. (...) (HC 186.575/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 04/09/2013) Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão de quatro gêneros: temporal, espacial, modal e ocasional. A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos na mesma época. Mesma época não implica mesmo momento. A jurisprudência tem entendido que os crimes não podem ter sido cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que se refere aos crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que pode haver continuidade delitiva desde que os delitos tenham sido cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos. A conexão espacial indica que, para que seja considerada continuidade delitiva, os crimes devem ser cometidos no mesmo local. A Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará presente se os crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma região metropolitana. A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime sempre da mesma maneira, seja pelo modo de execução, pela utilização de comparsas, etc. 09456908607
  • 29. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 76 A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas parte da Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a prática dos crimes subsequentes. Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que todos os crimes praticados na verdade tenham sido partes de um único projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a maioria da Doutrina, bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa unidade de desígnios, de forma que a mera reunião dos demais requisitos não configura a continuidade delitiva se os crimes foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vínculo entre eles. Isso significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam a teoria objetivo-subjetiva, desprezando a teoria objetiva pura, que não prevê a necessidade de unidade de desígnios. B) Aplicação da pena no crime continuado Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e específico. Entretanto, em todos os casos se aplica o sistema da exasperação. No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as mesmas. Exemplo: 10 furtos simples praticados em continuidade delitiva. Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles, acrescida de 1/6 a 2/3 (varia conforme a quantidade de delitos). No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são diferentes, de modo que se aplica a pena do mais grave deles, aumentada de 1/6 a 2/3. 09456908607
  • 30. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 76 Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do art. 71 do CP: Art. 71 (...) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, sendo as vítimas diferentes, poderá o Juiz aplicar a pena de um deles (ou a mais grave, se diversas), aumentada até o triplo. Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o § único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não estabelece a quantidade mínima nesse caso, mas a Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui também é de 1/6. seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser aplicado o sistema do cúmulo material. C) Crime continuado e conflito de leis penais no tempo Se durante a execução do crime continuado sobrevir lei nova, mais gravosa ao réu, esta última é aplicada, pois o crime continuado se considera praticado quando cessa a continuidade delitiva. Assim, sendo o tempo do crime o momento em que cessa a continuidade, a lei nova 09456908607
  • 31. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 76 chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a lei vigente ao tempo do crime. Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF: SÚMULA Nº 711 A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. D) Prescrição Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime único, apenas para fins de aplicação da pena, a prescrição é calculada em relação a cada crime isoladamente. Entretanto, para o cálculo da prescrição, leva-se em conta a pena mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o acréscimo que seria aplicado. Assim, se há dois furtos simples praticados em continuidade delitiva (penas mínimas de um ano), tendo a sentença aplicado a pena mínima, por exemplo, acrescida de determinado percentual, a prescrição é calculada tendo por base a pena mínima aplicada, e não a pena mínima de um ano acrescida do percentual de exasperação. Isso é o que consta do verbete n° 497 da súmula do STF: SÚMULA Nº 497 QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIÇÃO REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE COMPUTANDO O ACRÉSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAÇÃO. II.d) Multa e o concurso de crimes Assim prevê o art. 72 do CP: Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 09456908607
  • 32. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 76 Assim, o art. 72 do CP prevê a aplicação do sistema do cúmulo material no que tange às penas de multa. Essa aplicação é inquestionável no concurso material e no concurso formal. No entanto, no que se refere ao crime continuado, há forte divergência. A primeira corrente (amplamente majoritária na Doutrina) entende que esta regra também se aplica ao crime continuado, por não ter a Lei feito qualquer distinção. A segunda corrente (majoritária na Jurisprudência, inclusive no STJ), entende que, nesse caso, não se aplica a regra do art. 72, por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante ficção jurídica. Bons estudos! Prof. Renan Araujo LISTA DAS QUESTÕES 01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o fato principal seja: I típico. 09456908607
  • 33. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 76 II antijurídico. II culpável. IV punível. A quantidade de itens certos é igual a A) 0. B) 1. C) 2. D) 3. E) 4. 02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta. A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro, Mévio narrou o fato para Leo. Considerando essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, por furto. D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que instiga age como partícipe e o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo. 09456908607
  • 34. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 76 E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e partícipes do crime. 03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) Considere que os indivíduos João e José ambos com animus necani, mas um desconhecendo a conduta do outro atirem contra Francisco, e que a perícia, na análise dos atos, identifique que José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, José responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio. Certo ou Errado? 04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. Certo ou Errado? 05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. Certo ou Errado? 06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) 09456908607
  • 35. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 76 Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade não pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material. Certo ou Errado? 07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um deles, isoladamente. 08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único crime. Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente imputáveis. 09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando- o no arrombamento de uma porta para a prática de um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois 09456908607
  • 36. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 76 atuou em atos diversos dos executórios praticados por Pedro, autor direto. 10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria monista, segundo a qual todos os indivíduos que colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime. Tal situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da intranscendência das penas, para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha desejado participar de delito menos grave, caso em que deverá ser aplicada a pena deste. 12 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. 13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) 09456908607
  • 37. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 76 Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado, comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as condições e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se aos autores. 14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta típica por um único agente, houver a adesão de um segundo agente à empreitada criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um critério de divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de interferir na consumação da infração penal. 15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) No tocante à participação, o CP adota o critério da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário se comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito. 16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma maneira que a menor participação, tendo ambas como consequência a incidência de minorante da pena em um sexto a um terço. 17 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos partícipes da mesma atividade delituosa penas de intensidades desiguais. 09456908607
  • 38. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 76 18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se algum dos concorrentes participar apenas do crime menos grave, será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado mais grave. 19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta exemplo de norma de adequação típica mediata. 20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente de segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em seu colo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que guarneciam a residência. 09456908607
  • 39. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 76 Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma vez que o resultado mais grave não foi previsível. 21 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Se Raul estimula Ângelo a matar Honório, o que efetivamente ocorreu, Raul não deverá responder pelo crime de homicídio em concurso com Ângelo, porque não praticou a conduta típica "matar alguém". 22 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da co-autoria, seja na modalidade da participação, não há necessidade de que os agentes tenham combinado previamente a execução do crime. 23 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Pedro, comerciário, auxiliou Igor, funcionário público, a apropriar-se de dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razão do cargo. Nesse caso, Pedro deverá responder pelo crime de peculato em concurso com Igor. 24 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) 09456908607
  • 40. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 76 Julgue o item a seguir, acerca das causas excludentes de ilicitude e do concurso de pessoas. A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. 25 - (CESPE 2002 SEFAZ/AL TÉCNICO DE FINANÇAS) À luz do direito penal, julgue o item subsequente. Considere a seguinte situação hipotética. José e Manuel praticaram um crime de peculato, em concurso de agentes. Instaurada a ação penal, José veio a falecer. Nessa situação, tomando conhecimento informalmente do óbito de um dos réus, o juiz declarará a extinção da punibilidade com relação a José e Manuel. 26 - (CESPE 2010 AGU PROCURADOR FEDERAL) No que se refere à parte geral do Código Penal, julgue o item subsequente. Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta exemplo de norma de adequação típica mediata. 27 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética relativa ao direito penal, seguida de uma assertiva a ser julgada. Juliana era conhecida de Múcio, funcionário de autarquia federal, e sobre ele a primeira possuía grande ascendência. Juliana não era funcionária pública e, durante muito tempo, tentou convencê-lo a subtrair um equipamento, de pequeno porte mas valioso, que havia no ente público, até que Múcio anuiu e efetuou a subtração. Nessa situação, Múcio 09456908607
  • 41. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 76 cometeu peculato e, pelo fato de esse delito ser próprio de funcionário público, Juliana não poderia ser punida como partícipe do crime. 28 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética relativa à legislação penal, seguida de uma assertiva a ser julgada. Um agente de polícia resolveu torturar um preso sob sua guarda, e, antes que isso ocorresse, o delegado responsável tomou conhecimento da intenção do agente. O delegado não concordava com a tortura e não a praticou, mas nada fez para evitá-la. Nessa situação, tanto o agente quanto o delegado poderiam ser responsabilizados penalmente, com base na lei que define os crimes de tortura. 29 - (CESPE 2002 PF ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) Acerca dos crimes contra o patrimônio e a administração pública, julgue o item abaixo. Por ser a concussão crime próprio, inadmissível é a participação de pessoa estranha ao quadro do funcionalismo público (particular). 30 - (CESPE 2002 TC/DF PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Julgue o item abaixo. Considere a seguinte situação hipotética. Juvenal, servidor público federal, participou de desvio de verbas públicas, juntamente com outros coautores. Com a soma, adquiriu diversos bens no Brasil e no exterior. Sua esposa, Vitória, usufruiu de todos os confortos propiciados pelo desvio dos valores públicos. Nessa situação, não houve por parte de Vitória ato de execução algum. No entanto, vislumbra-se sua participação nos crimes, uma vez que tinha 09456908607
  • 42. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 76 conhecimento de todos os atos criminais do marido e poderia tê-los evitado. 31 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que contribuem para a prática de uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores do delito dos partícipes. 32 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Considere a seguinte situação hipotética. Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, servidor público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha. Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur funcionário público. Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto. 33 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem. No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada, entre outros requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade da prática de idêntico ato executivo e crime. 34 - (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO) 09456908607
  • 43. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 76 Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os próximos itens. Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de um dos autores do fato em participar de crime menos grave, a pena será diminuída até a metade, na hipótese de o resultado mais grave ter sido previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena cominada ao crime efetivamente praticado. 35 - (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que Joana, penalmente imputável, tenha determinado a Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e que Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação, Francisco e Joana deverão responder pela prática do delito de homicídio, podendo Joana beneficiar-se de causa de diminuição de pena. 36 - (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA) Havendo concurso de pessoas para a prática de crime, caso um dos agentes participe apenas de crime menos grave, será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, desde que não seja previsível resultado mais grave. 37 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime culposo. 09456908607
  • 44. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 76 38 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em 18/2/2011, às 21 horas, na cidade X, João, que planejara detalhadamente toda a empreitada criminosa, Pedro, Jerônimo e Paulo, de forma livre e consciente, em unidade de desígnios com o adolescente José, que já havia sido processado por atos infracionais, decidiram subtrair para o grupo uma geladeira, um fogão, um botijão de gás e um micro-ondas, pertencentes a Lúcia, que não estava em casa naquele momento. Enquanto João e Pedro permaneceram na rua, dando cobertura à ação criminosa, Paulo, Jerônimo e José entraram na residência, tendo pulado um pequeno muro e utilizado grampos para abrir a porta da casa. Antes da subtração dos bens, Jerônimo, arrependido, evadiu-se do local e chamou a polícia. Ainda assim, Paulo e José se apossaram de todos os bens referidos e fugiram antes da chegada da polícia. Dias depois, o grupo foi preso, mas os bens não foram encontrados. Na delegacia, verificou-se que João, Pedro e Paulo já haviam sido condenados anteriormente pelo crime de estelionato, mas a sentença não havia transitado em julgado e que Jerônimo tinha sido condenado, em sentença transitada em julgado, por contravenção penal. De acordo com a teoria objetivo-material, considera-se Paulo autor do crime de furto e João e Pedro, partícipes. 39 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de Fiscalização do DF (AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu vantagem indevida do comerciante Elias, de R$ 2.000,00 para que o estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, Rubens, taxista, que o conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, previamente acordado e consciente tanto da ação delituosa que seria 09456908607
  • 45. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 76 empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público. Antes que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu informar policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão em flagrante de Ângelo. A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que tinha prévia ciência do cargo ocupado por seu primo e acordou sua vontade com a dele para auxiliá-lo na prática do delito, de forma que os dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal. 40 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem. No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o sistema do cúmulo material e o da exasperação na aplicação da pena. 41 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi até outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou falsamente chamar-se Alexandre. Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória. 09456908607
  • 46. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 76 Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. As ações de Carlos configuram crime continuado, visto que as condições de tempo, lugar e modo de execução foram as mesmas em ambos os casos, tendo a ação subsequente dado continuidade à primeira. QUESTÕES COMENTADAS 01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o fato principal seja I típico. II antijurídico. II culpável. IV punível. A quantidade de itens certos é igual a A) 0. B) 1. C) 2. D) 3. E) 4. COMENTÁRIOS: Conforme estudamos, a teoria da hiperacessoriedade é a mais radical de todas as quatro, exigindo para a punibilidade do partícipe, que a conduta principal deva ser típica, ilícita, culpável e punível. Assim, a alternativa correta é a letra E. 09456908607
  • 47. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 76 02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta. A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. ERRADA: Nesse caso não há concurso de agentes, pois não há participação culposa em crime culposo; B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. ERRADA: A grande maioria da Doutrina entende não haver possibilidade de concurso de agentes nesse caso, por se tratar de crime de mão- própria. No entanto, parte da Doutrina entende que pode haver coautoria quando há coação moral resistível de um terceiro sobre aquele que comete o crime. C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro, Mévio narrou o fato para Leo. Considerando essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, por furto. CORRETA: Aqui, trata-se da hipótese de cooperação dolosamente distinta. Leo não pretendeu praticar um roubo, e sim um furto, devendo responder apenas por este, e não pelo roubo, que foi praticado apenas por Mévio. Entretanto, nos termos do art. 29, § 2° do CP, se o crime de roubo era previsível, a pena de Leo pode ser aumentada até a metade, mas ele sempre responderá pelo crime de furto apenas. 09456908607
  • 48. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 76 D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que instiga age como partícipe e o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo. ERRADA: No crime de instigação ao suicídio, quem instiga é autor do crime (pratica o núcleo do tipo), e não mero partícipe do delito. Assim, a alternativa está errada. E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e partícipes do crime. ERRADA: As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam, nos termos do art. 30 do CP, salvo se forem elementares do delito. 03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) Considere que os indivíduos João e José ambos com animus necandi, mas um desconhecendo a conduta do outro atirem contra Francisco, e que a perícia, na análise dos atos, identifique que José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, José responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio. Certo ou Errado? CORRETA: Como ambos não agiram com vínculo subjetivo, não há coautoria, mas autoria colateral, afastando-se, desta forma, o concurso de pessoas, respondendo cada um apenas pela sua conduta. Assim, a afirmativa está correta. 04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece 09456908607
  • 49. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 76 certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. Certo ou Errado? CORRETA: Conforme estudamos, o nosso CP adotou a teoria monista no concurso de pessoas, de forma que todos aqueles que cooperam para a prática do delito, por ele respondem, nos termos do art. 29 do CP. No entanto, o CP determina que a pena de cada um dos agentes deve ser calculada na medida de sua culpabilidade, o que demonstra a adoção de uma teoria monista mitigada, ou temperada. 05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. Certo ou Errado? CORRETA: A teoria do domínio do fato é uma teoria adotada pelo nosso sistema jurídico como complementação à teoria objetivo-formal, adotada como regra, pois a teoria objetivo-formal não explica satisfatoriamente a hipótese de autoria mediata. Assim, pela teoria do domínio do fato, autor é todo aquele que pratica conduta essencial ao delito, e possui o poder de definir o seu destino, sua ocorrência ou não. 06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade não pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material. Certo ou Errado? CORRETA: Esta é a previsão do art. 70, § único do CP, pois no concurso formal se adota, em regra, o sistema da exasperação na aplicação da pena, como forma de beneficiar o réu em razão do menor desvalor de 09456908607
  • 50. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 76 sua conduta. No entanto, se esse sistema se mostrar mais gravoso ao infrator, deverá ser aplicado o sistema do cúmulo material. Trata-se do 07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um deles, isoladamente. Certo ou Errado? CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 119 do CP: Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Lembrando que pela súmula n° 497 do STF, a prescrição nos crimes continuados é calculada com base na pena aplicada, sem o quantum de exasperação aplicado. 08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram- se com Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único crime. Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente imputáveis. COMENTÁRIOS: A afirmativa está errada, pois o nosso sistema jurídico- penal adotou a teoria da acessoriedade limitada, ainda que não o tenha 09456908607
  • 51. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 76 feito de forma expressa, mas é este o entendimento doutrinário dominante. Por esta teoria, para que haja participação, é suficiente que o partícipe tenha praticado fato típico e ilícito, não sendo necessário que seja culpável (o inimputável não é culpável). Portanto, neste caso, a participação do adolescente é penalmente relevante para a caracterização do crime de quadrilha ou bando. Assim, a afirmativa está ERRADA. 09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-o no arrombamento de uma porta para a prática de um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois atuou em atos diversos dos executórios praticados por Pedro, autor direto. COMENTÁRIOS: Luiz responderá como coautor do delito, pois o arrombamento da porta é um ato integrante do núcleo do tipo, já que faz parte do iter da execução do crime. Assim, a afirmativa está ERRADA. 10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 09456908607
  • 52. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 76 COMENTÁRIOS: O art. 29 do CP diz: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Esse artigo evidencia a adoção da teoria monista, eis que estabelece a unidade de crime para aqueles que participam do mesmo fato. No entanto, entende-se que a possibilidade de aplicação de graus diferentes de culpa a cada participante. Portanto, a afirmativa está CORRETA. 11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria monista, segundo a qual todos os indivíduos que colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime. Tal situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da intranscendência das penas, para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha desejado participar de delito menos grave, caso em que deverá ser aplicada a pena deste. COMENTÁRIOS: A questão está praticamente toda correta. No entanto, peca ao afirmar que a teoria monista pode ser mitigada pelo princípio da intranscendência da pena. Está errado. A teoria monista é mitigada pelo princípio da individualização da pena, pois a pena de cada um deve corresponder ao seu grau de culpa no fato. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 09456908607
  • 53. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 76 12 - CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. COMENTÁRIOS: A teoria do domínio do fato (ou do domínio final do fato) é a teoria segundo a qual autor é aquele que, mesmo não realizando o núcleo do tipo (não sendo executor), possui ingerência decisiva acerca do cometimento ou não da infração (o mandante, por exemplo). Portanto, a afirmativa está CORRETA. 13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado, comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as condições e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se aos autores. COMENTÁRIOS: As circunstâncias de caráter pessoal, em regra, não se comunicam, salvo se elementares do crime. No entanto, mesmo quando elementares do delito, as circunstâncias pessoais do partícipe não se comunicam ao autor, por se tratar de participação acessória na conduta principal. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) 09456908607
  • 54. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 76 Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta típica por um único agente, houver a adesão de um segundo agente à empreitada criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um critério de divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de interferir na consumação da infração penal. COMENTÁRIOS: A afirmativa está perfeita. O concurso de agentes pode ser prévio, quando ambos se unem antes do início da execução do delito e sucessiva, quando ambos se unem para a prática do delito após o início da execução. Portanto, a afirmativa está CORRETA. 15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) No tocante à participação, o CP adota o critério da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário se comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito. COMENTÁRIOS: De fato, para que o partícipe seja punível, é necessário que ele tenha praticado fato típico e ilícito. No entanto, essa teoria não é a da hiperacessoriedade, mas a da acessoriedade limitada. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma maneira que a menor participação, tendo ambas como conseqüência a incidência de minorante da pena em um sexto a um terço. 09456908607
  • 55. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 76 COMENTÁRIOS: A participação ínfima ou de somenos (também é aquela prevista no art. 29, §1°, que significa a participação de pouquíssima importância, incidindo a causa de diminuição de pena, de 1/6 a 1/3. A menor participação, por sua vez, é aquela que se analisa em comparação com a participação de outro agente, mais importante, e não gera a diminuição da pena. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 17 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos partícipes da mesma atividade delituosa penas de intensidades desiguais. COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, pois se baseia no art. 29 do CP, que estabelece que a pena deverá corresponder ao grau de participação do agente no delito. Vejamos: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se algum dos concorrentes participar apenas do crime menos grave, 09456908607
  • 56. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 76 será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado mais grave. COMENTÁRIOS: A questão está MUITO mal formulada. A princípio, a questão está correta, por corresponder ao que prevê o art. 29, §2° do CP, que trata da chamada cooperação dolosamente distinta. Vejamos: § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Porém, a questão não fala que no caso de ser previsível o crime mais grave, a pena a ser aplicada será a do MENOS GRAVE, com o acréscimo previsto na lei. A questão é muito mal formulada e deveria ter sido anulada, eis que está correta, tendo a banca a considerado como errada. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta exemplo de norma de adequação típica mediata. COMENTÁRIOS: A adequação típica imediata é a adequação perfeita da conduta do agente ao que prevê o tipo penal. Ex.: Matar alguém. Só há adequação típica imediata na conduta daquele que efetivamente mata alguém. Entretanto, como punir aquele que dá a arma para o agente matar a vítima? Isso se dá através de normas de extensão, que geram a chamada adequação típica mediata. A norma do art. 29 é 09456908607
  • 57. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 76 uma delas, pois permite punir pessoas que, a princípio, não praticaram condutas previstas no tipo penal. Entretanto, nos crimes PLURISSUBJETIVOS, o concurso de agentes é NECESSÁRIO, e a conduta de cada um deles já está prevista diretamente no tipo penal, de forma que não é necessária norma de extensão para que se dê a adequação típica. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente de segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em seu colo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que guarneciam a residência. Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma vez que o resultado mais grave não foi previsível. COMENTÁRIOS: A questão procura deixar bem claro que Júlio não tinha como saber que acabaria ocorrendo um roubo, eis que os donos da casa estavam viajando e seu comparsa entrou DESARMADO na casa. Assim, não tendo sido previsível o crime mais grave (roubo), aplica-se ao 09456908607
  • 58. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 76 comparsa que não o cometeu, a pena do crime menos grave (furto), em razão do art. 29, §2° do CP: § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 21 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Se Raul estimula Ângelo a matar Honório, o que efetivamente ocorreu, Raul não deverá responder pelo crime de homicídio em concurso com Ângelo, porque não praticou a conduta típica "matar alguém". COMENTÁRIO: A conduta de Raul, neste caso, é punível, pois embora não tenha praticado o núcleo do tipo penal (matar alguém), contribuiu de alguma forma para o resultado (Induziu o agente a cometê-lo). O art. 29 do CP determina a punição de Raul neste caso, vejamos: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a afirmativa está ERRADA. 09456908607
  • 59. Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 04 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 76 22 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da coautoria, seja na modalidade da participação, não há necessidade de que os agentes tenham combinado previamente a execução do crime. COMENTÁRIO: Para que haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria. No entanto, não se exige que a combinação, que o vínculo subjetivo entre os agentes seja anterior à prática do delito, sendo absolutamente possível o concurso de agentes cujo vínculo subjetivo é concomitante à prática delituosa. EXEMPLO: Jorge está esfaqueando Bruno, que tenta se livrar dos golpes. O crime já está em andamento. Nesse momento, Carlos passa e, desejando a morte de Bruno, ajuda Jorge a matá-lo, segurando a vítima. Portanto, a afirmativa está CORRETA. 23 - (CESPE 2002 SENADO CONSULTOR LEGISLATIVO) Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o item em seguida. Pedro, comerciário, auxiliou Igor, funcionário público, a apropriar- se de dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razão do 09456908607