Este poema descreve a vida do infante D. João de Portugal, filho do rei D. João I. Ele nunca conseguiu alcançar grandes feitos ou assumir uma posição oficial no reino, sentindo-se "inutilmente eleito" ao lado de figuras históricas maiores. O poema contrasta isso com a natureza ousada e completa dos portugueses que conquistaram os mares.
2. D. FILIPA DE LANCASTRE
D. FILIPA DE LENCASTRE
Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?
Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!
3. QUEM FOI?
C.março 1360- 19 Julho 1415
Princesa inglesa da casa de Lencastre, filha de João de Gante,1º
duque de Lencastre, com a sua mulher Branca de Lencastre. Aos
dezoito anos é-lhe atribuído a distinção inglesa da Ordem da
Jarreteira (ordem militar da cavalaria britânica), o que viria a
contribuir para a sua imagem de rainha santa.
Tornou-se rainha consorte de Portugal ,através do casamento com
João (1387)
Fernão Lopes retrata-a como uma figura generosa e amada pelo seu
povo.
4. Os seus filhos que chegaram á idade adulta são lembrados como a
ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.
Filipa morreu de peste bubónica poucos dias antes da expedição a
Ceuta.
5. QUE ENIGMA HAVIA EM TEU SEIO
QUE SÓ GÉNIOS CONCEBIA?
Referência aos seus herdeiros, os seus filhos que
constituiriam a Ínclita geração:
•Destacam-se o Infante Duarte, Pedro, DE enrique,
João, e o trágico Fernando
6. QUE ARCANJO TEUS SONHOS VEIO
VELAR, MATERNOS, UM DIA?
Referencia ao arcanjo, o braço direito de Deus
como ferramenta para afirmar as futuras
conquistas e feitos gloriosos dos portugueses
nas conquistas marítimas.
Paralelos com a figura pura de Maria, mãe de
Cristo a quem também aparecera um arcanjo.
Os seus filhos virão a ser tão importantes para
a historia portuguesa que também ela deveria
ter recebido tão gloriosa visita.
7. VOLVE A NÓS TEU ROSTO SÉRIO,
PRINCESA DO SANTO GRAL
Santo Graal é uma expressão medieval que designa
normalmente o cálice usado por cristo na Última Ceia, e onde,
na literatura, José de Arimateia colheu o sangue de Jesus
durante a crucificação.
Outra interpretação (embora sem nenhum fundamento
histórico), diz que ele designa a descendência de Jesus. Nesta
versão, o Santo Graal significaria Sangreal ou seja Sangue Real.
Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a
representação do corpo de Maria Madalena,[uma seguidora de
Jesus.
8. Estes versos poderão então ser interpretados como
sendo ela uma «princesa mística», pois esta foi
predestinada por Deus para ser mãe dos príncipes da
ilustre geração
9. HUMANO VENTRE DO IMPÉRIO,
MADRINHA DE PORTUGAL!
Ela foi batizada por Pessoa como «madrinha de
Portugal» devido á educação que esta deu aos seus
filhos e que lhes permitiu serem distintos e gloriosos.
10. O poema pode ser dividido em duas partes: a primeira em que são
feitas perguntas retóricas sobre a importância de D.Filipa na criação
dos heróis da nação , e a segunda que invoca o regresso desta figura
histórica.
11. D. JOÃO INFANTE DE PORTUGAL
D. JOÃO
INFANTE DE PORTUGAL
Não fui alguém. Minha alma estava estreita
Entre tão grandes almas minhas pares,
Inutilmente eleita,
Virgemmente parada;
Porque é do português, pai de amplos mares,
Querer, poder só isto:
O inteiro mar, ou a orla vã desfeita —
O todo, ou o seu nada.
12. João de Portugal (Santarém, 13 de Janeiro de 1400 – Alcácer do
Sal, 18 de Outubro de 1442) foi um infante de Portugal da dinastia de
Avis, filho do rei D. João I e de sua mulher, a rainha Filipa de
Lencastre.
13. NÃO FUI ALGUÉM. MINHA ALMA ESTAVA
ESTREITA
Nunca chega a ter a sua coroa, o seu reino. O seu fado
já estava traçado
Não fui alguém- v.1 refere-se á falha da vida de
D.João que nunca assume nenhuma posição oficial ou
responsabilidade maior no reino.
14. ENTRE TÃO GRANDES ALMAS
MINHAS PARES
Nunca consegue alcançar grandes proezas uma
vez que é apresentado ao lado de grandes
figuras históricas .
Devido a isso a sua alma fica «Inutilmente
eleita» sem que fosse capaz de dar tudo o
que tinha, cumprir todo o seu potencial .
15. PORQUE É DO PORTUGUÊS, PAI DE
AMPLOS MARES,
SEGUNDA ESTROFE
D.João é infeliz e o poeta procura explicar o que ele
sente. Ao contrário do ‘português, pai de amplos
mares’, que é um homem inteiro, completo,ele
não tem coisa nenhuma, nunca poderá ser rei
no seu próprio reino.