1. Professor Pedro Xavier Ano Letivo 2016-17
CASA-ESTÚDIO CARLOS RELVAS
História da Cultura e das Artes
Margarida Almeida
N.º20
12ºP
2. CARLOS RELVAS
Carlos Relvas nasceu em Novembro de 1838, no
Palácio do Outeiro (vila da Golegã). Relvas foi
político, lavrador, criador de cavalos e cavaleiro,
inventor e músico. No entanto, apesar de ser um
homem muito admirado por qualquer atividade
que praticasse, foi na área da fotografia que
viria a deixar o seu maior legado. Carlos Relvas
é considerado uma das figuras centrais da
história da fotografia portuguesa, tendo sido
reconhecido e premiado não só em Portugal
como no estrangeiro. A sua fotografia tinha um
apurado sentido estético, uma grande perfeição
técnica e recorria frequentemente a um grande
formato. Os temas das suas fotografias eram
variados: no seu estúdio retratou a sociedade
portuguesa (de mendigos a aristocratas);
fotografou monumentos e paisagens; e ainda tirava fotografias de animais, em especial
os das touradas que tanto apreciava. Foram apesar de tudo, os registos que fez dos
monumentos portugueses que o levou a ser aceite na prestigiada Sociedade Francesa de
Fotografia. Foi um homem muito ativo, tendo colaborado na realização de exposições, na
organização de clubes de fotografia e no lançamento de publicações especializadas,
como a da revista “A Arte Fotográfica”, editada no Porto. Para além de ativo, foi um
grande inventor, tendo criado um aparelho que facilitava as focagens e introduzindo em
Portugal o método da fototipia (processo de impressão) e da fotografia estereoscópica.
Imagem 1- Autorretrato (1868-69)
Imagem 2- Fotografia Estereoscópica Imagem 3- Região do Porto (c.1865)
Carlos Relvas
3. Casa-estúdio
A Casa-Estúdio da Golegã foi um dos maiores legados deixados por Carlos Relvas, para
além da sua fotografia. Situada no jardim da sua casa do Outeiro, esta Casa-Estúdio é a
única do seu género a nível mundial. O edifício, entregue ao arquiteto Henrique Carlos
Afonso, foi planeado ao pormenor tendo mais tarde se revelado como pioneiro de uma
arquitetura que fundia a arte e a tecnologia (em pedra, estuque, ferro e vidro). Construído
entre 1871 e 1875, o edifício parece seguir o modelo de uma igreja cristã, com três
naves e um transepto ao fundo. A casa de dois pisos, decorada segundo as tendências
românticas da época, une uma estrutura de ferro à elegância e transparência do vidro.
O primeiro andar é constituído por:
um átrio onde é possível observar os
bustos de Niépce e Daguerre, os
inventores da fotografia; uma sala
lateral com um antigo laboratório;
uma sala onde o próprio Carlos Relvas
que apresenta a sua casa, graças à
tecnologia audiovisual; um salão de
visitas repleto de vários tipos de
mobiliário da época, livros, quadros e
acessórios fotográficos; e ainda, uma
grandiosa escadaria de madeira.
No segundo andar, encontra-se o
estúdio tão característico pela sua
luminosidade, visto que todo ele é
construído envolta de enormes
vidraças, com cortinas, que com
sistemas de cordas e roldanas,
permite regular a quantidade de luz exterior pode entrar. É neste amplo estúdio que se
encontram as máquinas e acessórios utilizados por Carlos Relvas para as suas
fotografias.
“Esta pérola arquitetónica” na Golegã foi recebida com enorme interesse e admiração
por parte da imprensa e da sociedade portuguesa, não só pelas suas características,
como também pelo facto de se tratar de uma casa-estúdio dedicada inteiramente à
fotografia.
Imagem 5- Estúdio de Fotografia de Carlos Relvas
Imagem 4 - Apresentação de Carlos Relvas