2. Biografia de Carlos Relvas
Carlos Augusto Mascarenhas Relvas
de Campos, nasceu a 13 de
Novembro de 1838, no Palácio do
Outeiro na Golegã, Ribatejo.
Educado por professores particulares,
aprendeu ciências e línguas.
Em 1853, casou-se com Margarida
Mendes de Azevedo. Dessa união
nascem 5 filhos.
A sua profissão principal era fotógrafo
mas além disso surgiram na sua vida
outros interesses tais como a política, a
agricultura, o hipismo, e a música.
Na fotografia teve um grande
destaque tendo produzido uma obra
de grande envergadura, incluído a
esplêndida Casa - Estúdio.
À frente das propriedades da família,
Relvas torna-se um agricultor de
prestigio, onde introduziu máquinas e
processos de produção pioneiros.
Carlos Relvas e a mulher Margarida Mendes.
Ano 1866 -1867.
3.
Começou a exportar os produtos
originados nas suas terras, azeite, mel
e vinho, sendo distinguidos em várias
exposições internacionais
Foi também um distinto toureiro e
cavaleiro, chegando a ter uma
praça de touros na Golegã.
Relvas, sendo um homem de uma
curiosidade insaciável e uma íntegra
necessidade de inventar, concebeu
um bote salva-vidas denominado “o
sempre em pé”.
Em 1887, morre-lhe a sua esposa, mas
um ano depois casa-se novamente
com Mariana Correia.
Juntamente com a sua nova esposa
vão viver para a casa- estúdio que
foi adaptada para habitação.
Carlos Relvas, morre a 23 de Janeiro
de 1894, vítima de uma septicemia
contraída após um acidente de
cavalo.
Demonstração do bote salva-vidas.
Rio Douro, Porto.
Ano 1880.
4. Obra de Relvas
Relvas começou a interessar-se pela fotografia no
início dos anos 60 do século XIX. Fascinado pela nova
arte, adquire livros e revistas da especialidade,
mantendo-se a par da sua evolução. Compra
também as suas primeiras máquinas e instala um
pequeno atelier fotográfico no jardim da sua
propriedade.
Entretanto, viajou pela região centro do país e onde
fotografou vários dos principais monumentos
portugueses e enviou as suas fotografias para os
maiores especialistas franceses e foi admitido em
1869 como membro da prestigiada Sociedade
Francesa de Fotografia.
Com sucesso alcançado projetou um novo e
ambicioso empreendimento: uma casa-estúdio
especificamente destinada ao desenvolvimento da
arte fotográfica, que virá a concluir em 1876,
Carlos Relvas é uma das figuras principais da
fotografia portuguesa, com uma extensa obra
premiada internacionalmente.
Classificava-se com orgulho como fotografo amador,
no entanto, estamos perante um experimentalista e
investigador com um sentido de estética
apuradíssimo e uma procura insaciável pela
perfeição técnica.
Castelo de Leiria.
Ano1870-1880.
5. Torna-se uma tarefa difícil quando se
tenta classifica-lo como fotografo visto
que usava temáticas variadas,
utilizava frequentemente o grande
formato, o modo como executava a
fotografia, os tipos de impressão e a
aplicação da iluminação o que leva a
confirma-lo como um exímio criador.
Foi um grande retratista mas
fotografou também monumentos,
paisagens e animais.
Inventou um aparelho para facilitar as
focagens, aplica a fotografia
estereoscópica, e introduz e divulga
em Portugal o método da fototipia.
Já numa fase mais adiantada da sua
carreira, adopta as novas
possibilidades da fotografia, como a
utilização de câmaras com lentes
rápidas. Começa então a fazer
fotografias que captam o conjunto de
uma cena social, com indivíduos,
movimento e acção, tornando-se no
final da vida um fotógrafo moderno.
Retrato de uma minhota.
Ano1880.
6. Casa - Estúdio
É em 1876 que inaugura o seu magnífico
atelier, a Casa – Estúdio, situada no
jardim da sua casa no Outeiro, única no
seu género a nível mundial, para sempre
ligada à sua obra e ao seu projecto de
vida.
A execução da obra, demorou cerca
de quatro anos a ser concluída, foi
entregue ao arquitecto Henrique Carlos
Afonso, mas a exigência e o rigor postos
na sua construção foram impostos por
Relvas.
A casa de dois pisos apresentava-se
decorada de acordo com as tendências
românticas da época, que lhe conferem
uma certa monumentalidade.
No rés-do-chão funcionavam os
laboratórios e a recepção.
No primeiro andar o espaço de
maquilhagem e as enormes vidraças do
estúdio. Aí, numa ampla área,
encontrava-se todo o tipo de mobiliário
e acessórios fotográficos.
No seu estúdio fotografou toda a
sociedade portuguesa, desde
camponeses e mendigos até à
aristocracia.
Vista da Casa- estúdio.
Golegã.
Ano1876.
7.
Porém, não foi só em Portugal que a casa-estúdio causou impacto.
O major-general James Waterhouse, homem que conhecia toda a
Europa fotográfica, elogiou muito quando a visitou dizendo que se
tratava do mais perfeito atelier fotográfico.
Sujeita em 2003 a um projecto de reabilitação e restauro, a CasaEstúdio Relvas mantém-se, na sua traça original, como um
monumento ímpar de um período heróico da história da fotografia.
Sala de espera, rés-do-chão.
Ano1876.
8. Prémios
Medalha do Progresso (Viena de Áustria, 1873)
Medalha de prata (Madrid, 1873)
Medalha de prata (Sociedade Fotográfica, de
Viena de Áustria, 1875)
Medalha (Filadélfia, 1876)
Primeiro prémio (Cruz de Bronze dourado)
(Exposição de Amesterdão, 1876)
Medalha de ouro (Exposição hortícola do
Palácio de Cristal do Porto, 1877)
Medalha de ouro na Exposição da União
Central das Artes decorativas, no palácio da
Industria, de Paris.
9. Portefólio de Carlos Relvas
Auto – Retratos
Auto – retrato de Carlos Relvas com traje de
cavaleiro tauromáquico.
Ano 1880.
Auto – retrato de Carlos Relvas com traje de
estudante.
Ano 1867.
16. Trabalho realizado por:
Carlos Costa - Al55041
Para:
História das Artes Contemporâneas
Pedro Coutinho Martins Colaço
Universidade de Trás – Os – Montes e Alto
Douro
2013/2014