O documentário Capitalism: A Love Story, dirigido por Michael Moore, critica o sistema capitalista americano desde o século XX até os dias atuais, mostrando como ele beneficia grandes corporações e prejudica a classe média e pobre através de exemplos como despejos, privatização de serviços públicos e seguros de vida que lucram com a morte de pessoas. Apesar de mostrar a esperança no presidente Barack Obama, o filme deixa em aberto como exatamente o sistema poderia ser reformado.
1. FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS DE OLINDA - FACHO
Hortencia Isabela (ciências contábeis)
Allison Souza (administração)
CAPITALISMO
Uma história de amor
Olinda
22/10/2015
2. Lançado em dois mil e nove, Capitalism: a love story , ou seja, Capitalismo:
Uma história de amor é um documentário norte-americano que revela o
sistema capitalista desde o século XX até o tempo atual e a democracia
popular. Sua duração é de cento e vinte e sete minutos, dirigido e roteirizado
por Michael Francis Moore. Cineasta, documentarista, escritor e ativista de
esquerda mundialmente conhecido. Ganhador de premiações por vários
trabalhos produzidos, dentre eles, Fahrenheit 9/11 (em 2004), onde
desaprova George Bush e Bowling for Columbine (Tiros em Columbine) (em
2002), abordando a obsessão pelas armas nos Estados Unidos da América,
relacionando-a com o Massacre de Columbine, ocorrido numa escola. Sua
reputação revela sua concepção crítica e seu modo de expressar realidades
deprimentes com uma porção de humor mordaz.
No decorrer do documentário, Michael assumi o papel de jornalista, um estilo
próprio contribuinte para seu sucesso, ou críticas. Sempre buscando o máximo
de informações acerca do tema, utiliza ironias e perguntas retóricas, se torna
um personagem da obra, mas ao mesmo tempo diretor. Explorando entrevistas
com os anônimos afetados pelo sistema, propagandas eleitorais e comerciais,
discursos políticos no senado americano, a desapiedade em grandes
corporações, especialistas na área da economia e demais áreas e mostrando
um pouco da sua história pessoal, dessa forma notamos ópticas diferentes a
respeito do objeto estudado.
Podemos encontrar diversas cenas, curtas, interrompidas estrategicamente,
em preto e branco, desenho animado ou divertidas; composta por
caracterização, linguagem e trilha sonora clássica revelando passado, como
também cenas atuais e até confidenciais, interligadas em um encaixe perfeito.
Levando-nos a compreensão desse câncer na economia global, como prevê
Marx , que se apodera do dinheiro dos mais pobres para que no futuro explore-
os.
O cineasta, se apropria do título que fala de uma história de amor e no decorrer
do filme vemos como um amor inocente pode resultar em tragédia, sofrimento,
decepção, mentira e traição. Deixando a indagação não respondida
3. diretamente, sobre o verdadeiro preço que os americanos podem pagar nessa
história de grande impacto e desastrosa.
Reunindo marcos históricos na economia do país, como a crise de 1929 e seus
efeitos resultantes na quebra de grandes corporações e ações na bolsa de
valores. A eleição de Franklin Roosevelt, mostrado na obra como o herói da
Grande Depredação, que proporcionou equilíbrio e qualidade de vida para os
cidadãos norte-americanos. O fim da Segunda Guerra mundial e a queda dos
países concorrentes, colaborando para a estabilidade econômica do país.
Logo, o sistema capitalista se torna um aliado para a classe média que também
se torna dominante. E durante décadas esse foi o ideal de sociedade desejado
por todos.
Contudo, em 4 de novembro de 1980, Ronald Reagan se torna o presidente
dos Estados Unidos da América e o conduz como uma Corporação, gerida
pelas Companhias e Wall Street. Um exemplo a respeito é o filme Wall Street,
poder e cobiça, onde podemos conhecer o funcionamento desse cassino de
aposta em ações e as vantagens daqueles que possuem informações
antecipadas. A partir desse "novo padrão capitalista", em uma perspectiva está
a economia sendo estimulada e os lucros crescendo continuamente, por outro
angulo o numero de desligamentos trabalhistas também aumenta ,é realizada
a destruição dos sindicatos, a jornada de trabalho é dobrada e os salários
congelados. Tudo isso contribuía apenas para a classe privilegiada.
O resultado dessa depreciação do sistema é mostrado por Michael, que
explora o sentimento dos anônimos participantes, através de cenas do despejo
dessas pessoas por inadimplência aos bancos, executado pelo departamento
de polícia. Deixando muitas famílias sem moradia, em cidades como
Sacramento- Califórnia, Boston- Massachussets, Anderson- Indiana entre
outras. Transferindo-as da classe média e migrando-as para a classe pobre.
Além de numerosas pessoas que são afetadas por esse "sistema que toma e
dá", palavras do cineasta, outros são beneficiados.
Nesse meio encontramos Peter, um abutre de condomínio, que vende essas
residências por preços favoráveis e lucrativos aos seus clientes influentes.
4. Moore também relata outros casos de privilégios indevidos, um deles é ocorrido
na Pensilvânia, onde a privatização da assistência ao menor proporciona
milhões aos empresários, pois o reformatório recebia do governo. Portanto,
juízes eram subornados e aumentavam o numero de detenção de jovens
delinqüentes, independente da sua infração.
Outro caso apresentado é o óbito do esposo de Irma Johnson e o óbito da
esposa de Paul Smith, mostrando que nesse sistema até a morte pode
beneficiar empresas (como Bank of America, Citi Bank, P&G, Nestlé, Wal Mart,
Winn Dixie) cujas quais faziam projeções do futuro óbito de seus funcionários,
e obtinham elevado lucro por meio de apólice de seguro, denominado "Seguro
dos Caipiras Mortos", uma atrocidade.
Algumas definições são sucintas, feitas por indivíduos da classe religiosa,
mostrando outro ponto de vista, que na realidade é apenas complemento da
real definição. Afirmações como: O capitalismo é contrário a tudo o que é bom,
é injusto (Padre Dick) , ou é imoral, é obsceno, é absurdo (Padre Peter) ou o
sistema não tem proporcionado o bem a todas as pessoas (Bispo Thomas).
Logo, é notório a mudança causada na mente do telespectador, pois o mesmo
pode observar todas as frases desde o início do documentário e conseguir
chegar a próprias conclusões a respeito desse sistema que se multiplica como
uma metástase.
E assim, na união dos mais variados exemplos, o documentário mostra que
todas as mudanças que ocorreram desde 1980 foram as responsáveis pela
perda dos gastos de consumo, fazendo com que o país dependesse cada vez
mais do endividamento das famílias. Assim a oferta de crédito bancário
aumentou resultando na crise imobiliária em dois mil e oito, causadora da
ruptura de bancos e financiadoras através da inadimplências dos seus clientes.
Por fim, a esperança de uma reviravolta é depositada em Barack Obama, onde
Moore mostra que os cidadãos acreditam na sua promessa de mudança e
esperança, sendo eleito como o presidente mais votado dos Estados Unidos e
o primeiro afro-americano emocionando com sua vitória no cenário político.
5. Dentre tantas definições mostradas por Michael Moore em seu documentário,
pode-se compreender a idéia de um sistema em que o capital está sob a
administração de empresas privadas que emprega mão de obra assalariada.
Além de denunciar um país que se esconde no título de Primeiro Mundo, onde
a democracia é voltada para as corporações e não para a sociedade. Só que a
interrogação que norteia o telespectador é a solução para exterminar a forma
como o capitalismo é utilizado, pois beneficia apenas determinado percentual
da população mundial. Enquanto os demais são incentivados através do mais
variados meios, a consumir exacerbadamente todos os tipos de produtos e
serviços prestados, transformando-os em lucro, o maior motivador desse
sistema.
Logo, não culpando só o sistema, mas todos os participantes e coniventes com
a alienação que ele causa. Se a sociedade retirasse o "eu" como pronome
único e singular e se transforma-se em "nós", plural, dessa maneira existiria
menos desigualdade social, deixando de agir como máquinas programadas e
se colocando na posição de seres humanos.