SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 125
Baixar para ler offline
2
Poesia na
Escola
PROFISSIONAIS
Coletânea ano 2016
Rio. Uma cidade de leitores.
3
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Eduardo Paes
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Regina Helena Diniz Bomeny
SUBSECRETARIA MUNICIPAL DE ENSINO
Jurema Holperin
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO
Maria de Nazareth Machado de Barros Vasconcellos
E/SUBE/CED – GERÊNCIA DE MÍDIA-EDUCAÇÃO
Simone Monteiro de Araújo
EQUIPE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO POESIA NA ESCOLA
E/SUBE/CED Gerência de Mídia-Educação
Revisão:
Ana Margarida Ferreira de Sant´Ana Fernandes ,Catharina Harriet
Machado Vasconcellos Soares Baptista, Luciane de Assis Almeida,
Martha Maria Gomes e Martha Rocha.
PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM A SELEÇÃO DE POEMAS
Ana Margarida Ferreira de Sant’ Ana Fernandes
Andrea Cristina Rossi di Gioia
Angela Santana do Nascimento
Fátima Regina dos Santos França
Luciane de Assis Almeida
Mara Jane Felippe Oliveira de Carvalho
Márcia Romualdo da Silva
Rita Cassia Lima Vaz
Produção permitida, citando fonte e autores
4
Prezado Leitor,
É com muita alegria que compartilhamos a edição da Coletânea
de Poemas dos Profissionais da Rede Municipal de Ensino do Rio de
Janeiro, por meio do Projeto Poesia na Escola, versão 2016.
Muitas vezes, o mundo contemporâneo e suas “vertigens”
nos oferecem um cotidiano embrutecido, fazendo-nos deixar de
lado a fruição da beleza tão instantânea da vida. Como atividade
essencialmente humana, a Arte pode ser elemento catalisador desses
momentos e ressignificar muito do que vemos, ouvimos, sentimos e
lemos.
Assim, parafraseando os versos de Carlos Drummond de
Andrade, precisamos deixar que a “poesia de hoje inunde-nos a
vida inteira”, como o fizeram, tão generosamente, os profissionais
de nossa Rede, que se debruçaram sobre diversas inspirações e
compuseram os escritos que ora apresentamos.
Parabenizamos nossos poetas por seus versos e fazemos votos
de que a poesia os persiga vida afora!
Helena Bomeny
Secretária Municipal de Educação
MENSAGEM
5
SUMÁRIO
MENSAGEM....................................... 4
1.ª CRE
INVENÇÃO......................................... 8
Declev Reynier Dib Ferreira
ANDARILHO....................................... 9
Leila Barbosa Visco Vieira
CONSTATAÇÃO I .............................. 10
Carlos Eduardo Soares
O EU-LAR......................................... 11
Otávio Augusto Souza Rodrigues
A ORÍGENES LESSA .......................... 12
Mercedes Formigo Fariña
HOMENAGEM.................................. 14
Maria Inês Garcia
PALAVRAS INVERTIDAS .................... 15
Silvania Vitoria C.onceição do Nascimento
VIDA DA ESCOLA NA VIDA............... 16
Aline Moreira Barrucho
MANIFESTO FILOSÓFICO .................. 17
Antônio Manoel Lima de Holanda
GRITOS NO SILÊNCIO ....................... 19
Marcelo da Rocha Moura
SOLIDÃO.......................................... 20
Silvia da Silva Cardoso de Souza
2.ª CRE
NOSSO AMOR.................................. 21
Márcia Souza
ESCRAVIDÃO.................................... 22
Mônica Borges Menezes
3.ª CRE
AMOR SOBERANO ........................... 23
Elizabeth Frazão dos Santos
DESTINO ......................................... 24
Sandra Lima Machado
BEIJO LENTO.................................... 25
Ana Cláudia de Abreu Soares
LUTAR COM PALAVRAS .................... 26
Carlos Mauricio da Cruz
MEMÓRIAS ..................................... 27
Marisa Alves Macedo
O MENINO POBRE............................ 28
Ana Claudia Leoni
INTENSIDADE................................... 29
Beatriz da Silva Fraga Nunes
ENSINAR É... .................................... 30
Patrícia Cristina da Silva Gomes
SIMPLESMENTE ATÉ ......................... 31
Ana Lúcia da Rocha Marcelino
AMOR NÃO É SENTIMENTO ............. 32
Amanda Cristina Motta Francisco Borges
AMOR DE PROFESSOR ..................... 33
Marilene Regina Calado Julianelli
4.ª CRE
“TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL”..... 34
Sandra Vieira da Costa
FAZER ARTE, FAZER PARTE................ 36
Gabriela Nascimento Santos
FATO................................................ 37
Gabriela Nascimento Santos
SER AVÓ DE MENINO....................... 38
Solange Simões Alves
HORA DA HISTÓRIA ......................... 39
Ana Paula Cardoso Soares
SEJA UM DOADOR ........................... 40
Cláudia Bonavita de Oliveira
LUGAR DE SONHAR.......................... 41
Jaqueline de Araújo
PRAIA BEIRA MAR (RIO DAS OSTRAS )...42
Lúcio Carvalho Ignácio
RIO, ENCANTO MEU......................... 43
Petronilha Alice Almeida Meirelles
CORAGEM ....................................... 44
Elizete Knippél do Carmo
CANTIGA DE NINAR .........................45
Débora Cristina Rodrigues Esteves
5.ª CRE
VIDA................................................46
Liane da Cruz Alves
FELICIDADE......................................47
Maria da Penha Trajano de Oliveira
6
A VIDA: DOM DE DEUS .................... 48
Jocenir Imaculada de Abreu Pereira
SER ESTUDANTE............................... 49
Leandro Gama Junqueira
DELÍRIO HUMANO ........................... 50
Rosana de Souza Pereira Carvalho
INFINITO .......................................... 51
Jéssica Guimarães Ribeiro
PARADOXO ...................................... 52
Liliana Secron Pinto
SER FRATERNAL ............................... 53
Ana Lídia Saldanha Dias Reis
POESIA!........................................... 54
Tereza de Jesus Costa Santos Rocha
CANTO............................................. 55
Murilo dos Santos Antunes
6.ª CRE
E SE? ............................................... 56
Vania Lucia Machado de Feu
A FORMA DA ÁGUA......................... 57
Luciana Nascimento de Almeida
GENTE, OLHA ESSA GENTE.............. 58
Mirian dos Santos Emerick
MAR ................................................ 59
Nice Neves Butta
POEMA DE AMANHÃ ....................... 60
Aira Bruno de Oliveira dos Santos
SONETO MEU ................................. 61
Claudia Alves Moreira
DEPRESSÃO ..................................... 62
Jorge Luiz Monteiro Peçanha
CADEIRA VAZIA................................ 63
Luís Carlos Santos Nicácio
FAZER O QUÊ? ................................. 64
Ester de Barros França
DESPEDIDA ...................................... 65
Vania Maria Rohem Bastos
7.ª CRE
PETRA.............................................. 66
Rodrigo Sant’Izabel Ribeiro
AMARÍLIS......................................... 67
Eloísa Oliveira dos Santos
PORTO – PARATY.............................. 68
Silvia Regina dos Santos e Castro
PALAVRAS SORRATEIRAS.................. 69
Érika Satlher Rolhano Messias
A VIDA E A GANGORRA ................... 70
Diogo Neves Gomes da Silva
AS LEIS DO UNIVERSO...................... 71
Sonia Regina Oliveira Villarinho
PROXIMIDADE DISTANTE ................ 72
Fátima Cristina Dória Ramirez dos Santos
O BARCO ........................................ 73
Luiz Fernando Henriques Martins
QUEM SABE, UM DIA....................... 74
Saionara Cristina da Silva
LIDERANÇA...................................... 75
Aracy de Oliveira Simões
NO MEU TEMPO... ........................... 76
Silvânia Alves dos Santos
SAMPLEANDO II............................... 77
Paulo Fleury
8.ª CRE
A VIDA TOMBA ................................ 78
Edimilson Ramos
“SUCESSO PRA TI, MAS...” ............... 79
Sérgio de Barros Morgado Júnior
PELA JANELA,... ............................... 80
Sérgio de Barros Morgado Júnior
PROFESSOR...................................... 81
Viviane Menezes Mainenti
UMA VOZ ........................................ 82
Cristina de Souza Ferreira da Silva
CALO ............................................... 83
Luciana Ribeiro Leal
ESPELHO.......................................... 85
Alzira de Cassia da Hora Motta
ESPERANÇA ..................................... 86
Ilsa Teixeira do Nascimento
QUEM SOU ...................................... 87
Neila Barsand deLeucas
SEU ESTRANHO PEDIDO DE SOCORRO....88
Katia Zandomingo Soares
9.ª CRE
LÁGRIMAS ....................................... 89
Flávio Itôr da Silva
SÓ MAIS... ....................................... 90
Lucília Lopes
7
FELICIDADE NA CONTRAMÃO ......... 91
Tessa Tavares da Fontoura
VOZ DA IDADE................................. 92
Daniele Silva do Nascimento
AMORTECEDOR ............................... 93
Ana Lucia da Silva Lima Monteiro
BORBOLETA ..................................... 94
Marcela Bazilio da Silva
O TEMPO ......................................... 95
Rosilane Freitas dos Santos
SONHO............................................ 96
Ana Rogéria Gonçalves Rodrigues
FAMÍLIA - MEU MAIOR TESOURO .... 97
Marcos José Xavier Brandão
QUANDO SE TEM ALGUÉM .............. 98
Cláudia Simone Alves
10.ª CRE
MINUTOS INTENSOS ........................ 99
Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues
Bandeira Ribeiro
LUCIDEZ ........................................ 100
Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues
Bandeira Ribeiro
DOCE PARTIDA............................... 101
Denise Francisca Ramos
TEMPO........................................... 102
Cristiano dos Santos Lemos
VIVÊNCIA ...................................... 103
Cristiano dos Santos Lemos
SEM RIMA, SEM MÉTRICA.............. 104
Liane Costa Felizardo
SEU LOBO ...................................... 105
Carlos Eduardo Ferreira de Oliveira
MÃE ATLETA .................................. 106
Antonia Maria Gonçalves
CADÊ MINHA VÓ?.......................... 108
Micheli Pires da Silva
MINHA RAZÃO PRA TE AMAR......... 109
Eduardo Santos de Souza
A DONA ROSA ............................... 110
Cássio Luís Veríssimo
11.ª CRE
AVALIAR PARA QUÊ?......................111
Roberto da Silva Fernandes
CÁLICE NOS BASTIDORES............... 112
Vera Lúcia Bulhões Góes Bastos
VOCÁBULO ................................... 113
Giano José de Azevedo
SELENA ......................................... 114
Giano José de Azevedo
POESIA DOS MUROS ...................... 115
Karla Soares Antunes
A VIOLETA DESTA TARDE................ 116
Diego Knack
O BREVIÁRIO DO POETA................. 118
Diego Knack
REVELAÇÃO ................................... 119
Giovanna Salazar Mousinho Bergo
AMANHÃS ..................................... 120
Marcelo Carreiro Freire
O LIVRO DAS FLORES ..................... 121
Michel Serpa Santos
INSTÂNCIA..................................... 122
Manoel Marcos da Costa
CREJA
NATUREZA QUE HÁ EM MIM.......... 123
Daniel Pereira de Oliveira
DE ONDE VEM A ESPERANÇA?....... 124
Gissele Luanda Cruz da Silva Ferreira
MULHER ........................................ 125
Getúlio Rezende Benevides
8
1.ª CRE
INVENÇÃO
Declev Reynier Dib Ferreira
Eu invento, reinvento, refaço
Jogo fora
E faço tudo de novo.
Eu penso, repenso, invento
Balanço a cabeça
Pra pensar de novo.
Depois eu penso em outras coisas que invento
E como este invento
Já foi inventado
Eu reinvento tudo diferente.
E vou fazendo
Até fazer como eu quero.
Mas como eu nunca faço como eu quero
Eu refaço, reinvento, repenso
Revivo
E revivendo,
Vou vivendo,
E.M. 01.01.007 Marechal Mascarenhas de Moraes
Professor I de Ciências
9
ANDARILHO
Leila Barbosa Visco Vieira
Pelas relvas, pela selva
Pastos, campos a vagar
Entre sonhos da insônia
Pela serra, vale e ar
Ando pelo coração do amante
Na multidão distante
Sem rumo é meu andar
Colho mel das flores
Bebo das fontes sabores
Não me deixo descansar
Terras sem dono
Casas pequenas, rios serenos
Estrelas cadentes, luz reluzente
Meus passos vou deixar
No fosso, no esgoto, no cansaço
Da solidão me afasto
O sorriso da criança abraço
Busco curvas na esperança
É longo meu caminhar
Busco vida
Até a morte chegar.
E. M. 01.02.007 Orlando Villas Boas
Professor II
10
CONSTATAÇÃO I
Carlos Eduardo Soares
Fica aqui.
Não dito,
pensado,
sentido,
imaginado.
Sufoca aqui.
Não dito,
pensado,
sentido,
imaginado.
Amarga aqui.
Não dito,
pensado,
sentido,
imaginado.
Não há som, não há escrita.
Há este aqui sufocante e amargo.
Não dito,
pensado,
sentido,
imaginado.
E. M. 01.03.001 Estados Unidos
Professor I de Artes Plásticas
11
O EU-LAR
Otávio Augusto Souza Rodrigues
Eu sou todos os cômodos de uma casa
A cada instante do dia,
A cada momento sou um cômodo diferente.
Se sou varanda,
Sou observador.
Presto atenção em quem chega
Presto atenção em quem sai
O entrar e sair na minha vida
Tudo observo.
Contemplo o além de mim
Visualizo tudo ao meu redor.
Se sou sala,
Sou receptivo, sou social.
Trato a todos com cordialidade,
Sou comunicativo.
Entro em contato com o mundo.
Preocupo-me com a aparência.
Preocupo-me com o que pensam.
Se sou quarto,
Sou introspectivo
Sou reflexivo
Adormeço em minha consciência
Descanso em minhas ideias
Construo a minha identidade
Preservo a minha individualidade.
Se sou cozinha,
Sou espontâneo.
Coloco em prática o que almejo
Ajo conforme a minha vontade
Tempero a minha vida.
Cozinho o meu tempo
Coloco os problemas em banho-Maria.
Se sou banheiro,
Sou depurador.
Descarrego minhas energias.
Limpo os maus pensamentos.
Lavo a minha alma.
Me renovo.
Me transformo.
E.M. 01.03.005 Mário Cláudio
Professor I de Geografia
12
A ORÍGENES LESSA
Mercedes Formigo Fariña
Suas obras me levam à infância,
A sonhar com as memórias de um cabo de vassoura,
Com as memórias de um fusca, confissões de um vira-lata ou
de Juca Jabuti.
Cresci.
Fui ler o feijão e o sonho,
Dividida, divertida, ingenuidade palavrosa,
Caindo do real para o ficcional,
Esse jogo divertido, muitas vezes sofrido.
Poesia não dá casa e comida,
Dizia minha mãe ao saber da minha opção por literatura.
Case com a Matemática! Lhe dará juros e dividendos.
Pobre personagem Campos Lara,
Alter-ego de Orígenes?
Quem poderá saber?
Mas de baixo daquela mangueira
Sonhando a vida inteira em ser,
Maria Rosa não o podia entender.
Pobre Orígenes!
Digo: pobre Campos Lara!
Sinfonia atravessada da direita para a esquerda
Não perde as convicções
De ganhar a vida como escritor.
Romancista social, representa os anos trinta.
Diga trinta e três.
Leitor paulista de Lençóis
Preso e levado para Ilha grande
Por viver sonhos de liberdade.
Às vezes, fugindo pra ficção,
Outras catando o feijão.
O feijão de cada dia.
Feijão duro de ganhar
Levantar às cinco e ir para o jornal.
Buscar notícia fresca ou contar em cordel
A vida do Coronel.
13
Getúlio Vargas vai pro cordel.
Bota o homem na parede
Tira, tira da parede...
Quanta história pra contar.
Preso na Ilha Grande,
Escreve como resposta
“Não há de ser nada”
E esse original Orígenes
De tudo isso fez canção.
Ganhou pão e prêmios.
E até entrou pra academia.
Vejam, só!!!
E.M. 01.03.005 Mário Cláudio
Professor I de Língua Portuguesa
14
HOMENAGEM
Maria Inês Garcia
Formosa, elegante
Graciosa e fulgurante
Desliza na avenida e na vida
Cores, matizes, espelhos, reflexo, irmãos
Para além do tempo e do espaço
Na singela engrenagem do cotidiano
Alfa e Ômega
Riscos, desafios, descobertas
Honras e homenagens ventiladas no além mar
No horizonte paciente do dia
No deslizar da noite
Canta, encanta, empolga, celebra
Convida, convive, partilha
Protege e acalenta seus filhos do luar samba
Alimenta, nutre e embala uma História
Em seus pés ... o seu bailar
Na estrada, na quadra, linguagens de esperança
Na morte, que ninguém escapa reluz seu brilho
Respeito !
Na alma de cada ser um presente, pressente uma luz
No silêncio fecundo, no ruar da cuíca
Em cada passo ofegante
Ei-la, Mangueira !
E.M.01.07.006 Marechal Trompowsky
Professor II
15
PALAVRAS INVERTIDAS
Silvania Vitoria Conceição do Nascimento
EVA liberta a AVE
que esvoaça
para a AMORA
exalando
seu AROMA
até ROMA,
Cidade do AMOR
e do ATOR
que em sua
ROTA
interpreta
somente o
que lhe satisfaz
passando assim
PAZ.
E a platéia
extasiada
manda-lhe
um ZAP,
parabenizando
pelo que faz!
E.M. 01.23.002 Santa Catarina
Professor II
16
VIDA DA ESCOLA NA VIDA
Aline Moreira Barrucho
Na escola da vida
Aprendi a dizer não,
Aprendi que um sorriso
Vale mais que um milhão.
Saber não é tudo,
Nem tudo é preciso saber
Saber viver é coisa rara
Que nem todos sabem fazer
A vida ensina,
Na calma ou na marra
Ou se abre ou se fecha
Ou se fala ou se cala
A razão e a emoção
São as bases da pirâmide
Há de ter um equilíbrio
Se não vira um turbilhão!
E.M. 01.23.004 Juan Antonio Samaranch
Professor I de Língua Inglesa
17
MANIFESTO FILOSÓFICO
Antônio Manoel Lima de Holanda
Acorda, homem!
Traga tua alma
E espanta teus medos.
Que não haja Deus...
Que sejas Deus!
Conhece teu mundo,
Esse doce brinquedo, conquistas,
E depois te leva a vida.
Lambe teus pensamentos
E sente o gosto da esperança.
Não estamos sós,
Somos muitos.
E o homem é eterno.
Santifica teus instantes,
E conhece e ama cada coisa,
Pois amanhã, quem sabe, a morte
Roubará teus sonhos,
E não poderás mais...
Cheira a flor!
Afaga teu semelhante!
E faz o possível,
Para homens livres e iguais...
Saca teu tempo, homem,
Transforma teu minuto,
Em segundos de luz...
Dê significado a cada ação e desejo.
Te apaixona não pelo chegar
Mas pela caminhada...
Beija teu filho como se fosse
nunca mais...
Vive como a morte fosse
amanhã...
Não espere o momento especial,
18
Cada instante o é...
Vista suas melhores ideias,
e saia por aí...
O tempo é sábio e tem magia;
E precisa de ti e de cada um de nós,
Para fazer valer o “estar vivo”.
Ama e conhece! E faz da tua vida,
A minha vida! A nossa vida!
Qualquer vida! Todas as vidas!!!
E.M. 01.23.004 Juan Antônio Samaranch
Professor I de Educação Física
19
GRITOS NO SILÊNCIO
Marcelo da Rocha Moura
Não sinto fome,
Embora não tenha me alimentado.
Uma fraqueza me envolve o corpo
Feito o abraço que não tenho.
Essa ausência consome minha dignidade
E me lanço aos pés descalços da solidão
Suplico aos céus uma saída e é lá que eu a encontro,
Do chão sujo e seco por onde ando.
Ah, caminhos tortuosos por onde tenho andado,
Até onde me levarás?
Anseio enxergar um oásis neste deserto
E me banhar nas águas da felicidade,
E saciar minha sede,
E descansar como um trabalhador após a labuta.
Estampar um sorriso, mesmo que insano,
Mas que disfarce em mim a penumbra deste tempo.
Me leva e me eleva em direção ao sol
Onde há luz e calor.
E. M. 01.07.016 Josué de Sousa Montello
Agente Educador II
20
SOLIDÃO
Silvia da Silva Cardoso de Souza
Solidão espaço sem fim
Noite de angústias
Tempo ruim
Solidão espaço vazio
Vertigens no escuro
Eco do nada
Solidão, noite vazia
Triste argumento
De quem é só.
E.M. 01.02.001 Celestino da Silva
Responsável
21
NOSSO AMOR
Márcia Souza
Nosso amor baseado em desencontros
De momentos tão difíceis não deu
Mais pra segurar
Nosso amor tanto tempo dedicamos
Refizemos nossos planos
E de nada adiantou
Começamos sem começo
Era lindo o nosso apreço
Que o tempo afastou
Nosso amor
Tinha tudo pra dar certo
Era água no deserto
Foi de alma e coração
Se morrer, morro contigo
Sou teu ombro, teu amigo
Muito mais que uma paixão
Nosso amor, se perdeu
Do seu caminho.
Virou água, não deu vinho
A distância aconteceu
Insistir não vai dar jeito
Já não bate em nosso peito
Nem dispara o coração.
E.M. 02.04.010 Francisco Alves
Professor II
2.ª CRE
22
ESCRAVIDÃO
Mônica Borges Menezes
Preciso me libertar
Não suporto mais esta escravidão
Me liberto então em pensamento,
através dele, faço o que quero.
Vivo livre!
A pressão me consome
A pressão me enjaula
A escrita me liberta!!!
Vivo presa...
Presa no meu corpo,
na minha casa
nos meus desejos...
Ah! Mas no meu pensamento?!
No meu pensamento voo livre...
E.M. 02.09.001 Benedito Ottoni
Professor II
23
AMOR SOBERANO
Elizabeth Frazão dos Santos
Não sabemos quando nasce um grande amor.
Sabemos quando ele torna-se presente.
Existe amor proibido ou impossível?
Certo ou errado?
O amor é livre de julgamentos,
Pois liberta os escravos do medo.
Ilumina os caminhos sombrios
“Amolece” os corações “duros”
O amor...
Passaria longa horas escrevendo
Sobre esse sentimento, mas não.
Prefiro vivê-lo intensamente
Os meses se passaram
O presente é só amor.
E o futuro?
Quando se tornar passado,
Fará parte das minhas doces lembranças.
E.M. 03.13.020 Bento Ribeiro
Professor I de Ciências
3.ª CRE
24
DESTINO
Sandra Lima Machado
Minh’alma eu lavo na poesia
É ela quem cura minhas tristezas
Limando as asperezas
Da vida sofrida
Angústia vivida
Em palavras
Humanidade buscada
Nesse mundo cão
Traição e confusão
Ferem o íntimo
Trazendo um turbilhão
De emoções
Que esperar de quem não se solidariza?
Que vê chorar a um irmão?
Não consola e ri bestamente
Da dor de outrém
Na solidão?
Sofre o poeta porque pensa
Que sua dor pode estar
Em qualquer um
Desnudando sua cerne
Ao infinito
Sentindo-se como um verme
Em oração
Pedindo perdão ao Pai
Por sentir raiva
Daquele que lhe feriu
Em luto deixou
Seu coração
Mas mesquinhez é comum
Na atualidade
Ó raça tão devastadora!
Que faço parte também
Em minha pequenez realidade!!
E.M. 03.13.033 Maria Isabel Bivar
Professor I de Língua Portuguesa
25
BEIJO LENTO
Ana Cláudia de Abreu Soares
Corre, passa logo tempo! Entrega, limpa, arruma, faz!
Acorda agora, é pra amanhã!
Vamos, tá pronto? Envia já!
Passa poste, passa prédio, monumento, carro, trem.
Perdi o metrô!
Passa homem. Assine o contrato. É tanto retrato...
Vê mais um café?
E viva à Tecnologia!
São tantas as teclas e sempre a dançar!
Um mar de palavras que vem e que vão...
A vida, não para?
E nas entrelinhas da agenda fiel
O novo, o sutil, prestes a se revelar.
Tão branco e negro
Inocente e sábio
Infinito céu de contradições...
Envolve-me inteira sem pedir licença
O meu Amor...
Seu sorriso? Sim, tem flores!
Traz a vida, tira o chão...
Inda esqueço “desflutuar”!
Minha nossa, já são 6?!
A planilha, a caneta! O relógio despertou?
Vai, separa, sim, segura!
Corre, para, pega, solta!
Sorri agora: olha a foto! Chega, parte, apronta a mala.
Cadê o contrato? Imposto de Renda! Fez supermercado?
Pague o boleto gerado.
Cadê meu sapato? Rescinda o contrato! A festa é na sexta?
Comprei os ingressos. Vou ler meus impressos.
Cadê meu Amor?
Vou pôr nesta agenda: PRE-CI-SO-DE-BEI-JO!
E.M. 03.12.005 Dom João VI
Professor II
26
LUTAR COM PALAVRAS
Carlos Mauricio da Cruz
Muito embora a luta seja vã,
conforme diz o poeta,
eis-me aqui, mais uma vez,
a lutar com as palavras.
Em meio a metáforas,
hipérboles e paradoxos,
a vida segue e nos surpreende
a cada palavra dita ou calada.
Se falo, me decifro
Se calo, me devoro
Se grito, me agito
Se indago, me exploro.
E são tantas afirmações
E negações de exclamações
Que termino reticente...
Diante da grande interrogação
Que é viver.
Resgatar o pretérito
Para viver um incerto futuro?
Ou investir num certo presente
Para constatar que o tempo
É mera ilusão?
Fingindo não me importar com o resultado,
Adjetivo nomes
Conjugo hipóteses
Discordo de regências
E pontuo concordâncias
Na luta verbal de todos os dias.
E.M. 03.13.042 Goiás
Professor I de Língua Portuguesa
27
MEMÓRIAS
Marisa Alves Macedo
O dia passou
Com uma névoa
Embaçando a memória,
Que insiste em se revelar...
Cheiros
Cores
Aromas
Sabores
E sensações
Inquietam a alma,
Revisitando
Fatos
Lugares
Pessoas
Saudade...
Um vazio estranho no peito.
Que vontade de voltar no tempo!
Que vontade de rever vocês...
E.M. 03.12.006 Ministro Orosimbo Nonato
Professor I de Língua Portuguesa
28
O MENINO POBRE
Ana Claudia Leoni
O menino é pobre, mas o menino pode
Acredita no menino
Pega essa criança, cuida, ama
Faça o menino sonhar
Transmuta pobreza em superação.
O menino é pobre, mas o menino pode
Menino lindo:
Pele cor de jambo, cabelo de mola, olhos de jabuticaba
Com energia de um furacão
Olha para esse menino, escuta essa criança
Ama.
Acredita nessa vida, acredita no menino humilde
Porque a pobreza é nada
Perto da alegria de ver o menino pobre
Crescer, vencer e ser feliz apesar de tantas injustiças sociais.
E.M. 03.12.032 Reverendo Álvaro Reis
PEF de Inglês
29
INTENSIDADE
Beatriz da Silva Fraga Nunes
Se o amor atendesse por outro nome,
todos os poetas clamariam por apenas um:
o seu,
pois como as esmeraldas,
brilham nas bolsas de aristocratas
E as estrelas queimam incandescentes
nos mais altos céus.
Assim também meus sonhos
Vagam por espaços nunca antes imaginados.
E encontram nos seus braços
O único alento que um mortal encontraria como um bem
Mais precioso e duradouro do que a própria imortalidade
Minha vida se entrega com a suavidade de uma flor
Que se curva ante o vento para sentir seus lábios.
No seu perfume encontro a paz
que nunca imaginei existir
Seria ousadia consentir que o desejo se rende aos seus pés?
Talvez não.
Chama-me quando quiseres,
que rendida
Estou aos seus encantos.
Seus olhos me chamam
Eu simplesmente respondo:
Aqui estou!!!!!
E.M. 03.12.032 Reverendo Álvaro Reis
Professor II
30
ENSINAR É...
Patrícia Cristina da Silva Gomes
Eu, professora,
nessa missão de ensinar,
aprendendo com a dor,
a profissão que se resume a doar...
Meus aprendizes pequenos,
seguindo a estudar,
são promissores doutores,
o seu valor a buscar...
Vale a pena se falar,
que o verdadeiro educador,
dedica-se a aprender
e busca sempre entender...
Precisamos ser como criança
e desvendar o dilema:
com amor, ensinar e aprender.
Como sempre, é o nosso tema.
Paciência, Tolerância e Amor.
Amor, Tolerância e Paciência.
Sem receio, necessitamos expor,
nem precisamos seguir a sequência.
Doar-se e se dar valor,
sem resistência, vale a pena.
Educação pública com ânimo e vigor,
dedicação, ensino e aprendizagem de preferência!
E.M. 03.13.013 Ministro Gama Filho
Professor I de Língua Portuguesa
31
SIMPLESMENTE ATÉ
Ana Lúcia da Rocha Marcelino
Sorrisos muitos
Brincadeiras diversas
Carinho, amizade, amor...
Choros, sim. Eu chorei.
Chorei ao ver que você insistia
Em se esconder
Por trás do escuro de seus olhos
Queria provar o que nunca existiu.
Hoje me alegro ao ver
Que estás de volta
E, depois da tempestade,
Vem sempre um lindo sol.
A nossa amizade não terá nunca um ponto final
E sim um até logo
Até breve...
Ou, simplesmente,
Até!
E.M. 03.12.005 Dom João VI
Agente Educador
32
AMOR NÃO É SENTIMENTO
Amanda Cristina Motta Francisco Borges
Amor não é sentimento. É decisão!
Decido amar quem me feriu
E quem nunca me estendeu a mão.
Amor não é sentimento. É decisão!
Olvido todas as mágoas
E me entrego de coração!
Amor não é sentimento. É decisão!
Abraço o que mendiga,
E não lhe nego um pedaço de pão!
Amor não é sentimento. É muito mais!
É estar em meio a uma guerra
E ainda assim ter paz.
Amor nasce no meio do nada,
Na areia mais frívola do deserto triste
Nasce no coração de quem é HUMANO
Nos lugares onde a empatia existe.
E.M. 03.13.15 República do Peru
Professor I de Língua Portuguesa
33
AMOR DE PROFESSOR
Marilene Regina Calado Julianelli
De repente não há mais voz!
De repente estamos sós!
De repente houve um fim.
E você nunca mais ficará perto de mim.
Sonhos, devaneios, buscas insensatas!
Caminhos entrelaçados, amores disfarçados.
Uma noite, uma despedida!
Uma noite alguém perde a vida!
Sem busca, sem outrora, sem saída.
A moto rodou, se perdeu numa nuvem escura e fria!
O silêncio se fez,
A música parou de tocar!
Não há mais surpresas no ar!
Não há mais ideal a buscar.
Raul e Gonzaguinha, meu amor,
Vieram te encontrar!
Em meio a estrada aberta,
Um mundo ali se encerra!
E você foi embora!
Na carona das estrelas, Augusto José.
E.M. 03.13.15 República do Peru
Professor II
34
“TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL”
Sandra Vieira da Costa
Se o dia nasceu belo
O sol a nos encantar
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas, se a chuva inundou cidades
Levou casas e há corpos para enterrar
“Tá tranquilo, tá favorável “
Se o meu time venceu
na segunda divisão
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se há violência nos estádios
E o cartão vermelho é seu
“Tá tranquilo, tá favorável”
Se a criança nasceu
Robusta e perfeita
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se a ignorância ou a maldade
Vitimou embriões
“Tá tranquilo, tá favorável”
Se a paisagem é paradisíaca
E atrai multidões
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se um mísero inseto
Vira gigante e a nação adoece
“Tá tranquilo, tá favorável”
Se a minha casa é minha vida
E as bolsas estão cheias
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se lares são invadidos
4.ª CRE
35
Por balas perdidas
E a violência é minha vizinha
“Tá tranqüilo, ta favorável”
Se o meu grande amor me presenteia
Com flores e chocolate
“Tá tranquilo, tá favorável”
E se indiferença nos cega a vista
Vira capa de revista
“Tá tranquilo, tá favorável”
Se o subo a rampa com faixa no peito
Clamando respeito
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se minha palavra tornou-se piada
Só enxergo desgraça
“Tá tranquilo, tá favorável”
Se o futuro é um gigante
Que almeja esperança
“Tá tranquilo, tá favorável”
Mas se o dinheiro dá pro feijão comprar
Pior do está não pode ficar
Será?...
E.M. 04.30.003 Bahia
Professor II
36
FAZER ARTE, FAZER PARTE
Gabriela Nascimento Santos
Se você gosta de Arte
Artista pode ser.
Pontos, linhas, cores, formas
Para o desenho aparecer.
O pintor é um poeta,
Um poeta diferente.
Seus quadros são os versos
Que encantam tanta gente.
Artista ou arteiro,
Poeta ou pintor.
Da vida a Arte faz pArte
E o mundo ganha mais cor.
E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi
Professor I de Artes Plásticas
37
FATO
Gabriela Nascimento Santos
Numa terra de Chiquinha,
Joaquina e Carmem Miranda
Estupram mulheres, moças
E crianças.
Cadê a evolução?
Ficou apenas na canção.
Cadê a liberdade?
Procura-se por toda parte.
E a doce alegria?
É perdida a cada dia
Neste mar de agonia.
E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi
Professor I de Artes Plásticas
38
SER AVÓ DE MENINO
Solange Simões Alves
É jogar bola e rodar pião,
Brincar de carrinho e caminhão.
Pingue-pongue, totó,
E futebol de botão.
É subir em árvore e soltar pipa,
É brincar de barquinho de papel
E andar de carrossel.
É sonhar e brincar na imaginação.
É viajar no mundo com as histórias,
É ser princesa, protegida pelo príncipe
sem medo de bruxas e de bicho papão.
É descobrir que a melhor cor é a do céu.
É amar, é sorrir, é brincar
Ser feliz!
Descobrir nesse sonho,
Que o bem maior é ser avó.
E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo
Professor II
39
HORA DA HISTÓRIA
Ana Paula Cardoso Soares
Cada gesto.
Cada olhar.
Cada sorriso,
A esperar.
É a hora,
Da história,
Que a Sala de Leitura,
Vai anunciar!
E já vai começar...
Se tem suspense,
Paira no ar.
Se tem mistério,
É de arrepiar!
E se tem música,
Vamos cantar?
Quando é de romance,
Coração vai acelerar.
Quando é de aventura
Quem vai se arriscar?
Cada história,
Cada sonho,
Cada sentimento.
É a leitura,
Que contagia
A todos
Aqui neste lugar!
Lugar de livros.
Lugar de criar.
Lugar de descobertas.
Lugar de sonhar.
Lugar de saborear,
Palavras escondidas.
Lugar de encontrar,
Histórias perdidas.
Lugar mágico.
Lugar feliz.
Lugar de crianças,
Ouvindo histórias...
Criando histórias...
E pedindo bis!
E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo
Professor II
40
SEJA UM DOADOR
Cláudia Bonavita de Oliveira
Doe,
Doe com amor
Doe com o coração
Doe com alegria
E receba gratidão.
Doe,
Doe amizade
Doe compaixão
Doe gentileza
E recolha com emoção.
Doe
Doe o seu tempo
Doe o seu ouvido
Doe os seus conselhos
E ganhe um amigo.
Doe
Doe o seu corpo
Doe o seu útero
Doe o seu sangue
E dê à luz uma dádiva.
E. M. 04.31.006 São João Batista
Merendeira
41
LUGAR DE SONHAR
Jaqueline de Araújo
Sabe aquele lugarzinho
Que toca o coração?
Ao passar pela porta,
Sentimos a emoção!
Lugar de gente feliz!
Feliz e muito antenada
Aqui convivem adultos, jovens
E toda criançada.
O saber, o livro e a caneta
Se tornam nossos amores
Nosso lugar de sonhos
E de muitos sabores.
Se você não adivinha
Vem com a gente conhecer.
Nossa escola de leitores,
Você vai amar
Você vai ver!
Ainda não adivinhou,
O lugar que estou falando?
É nossa escola amada
Nossa Conde de Agrolongo
E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo
Professor II
42
PRAIA BEIRA MAR (RIO DAS OSTRAS )
Lúcio Carvalho Ignácio
Longe a espuma se espalha,
das ondas leves beijadas pelo vento.
Puro sabor de sal marinho em teu corpo.
Que percorro com os olhos.
A traçar um roteiro de desejos.
Espero em silêncio que tu percebas meu olhar
Enquanto quem te acompanha não pode me ver
E também não (sabe) contemplar-te a beleza
Como a mim, agora, é permitido por algum deus distraído . . .
Pudesse eu agora tomar o lugar deste deus
E fazer das ondas meus braços, te envolveira,
Conduzindo-a ao meu reino e a faria rainha.
Mas fico a olhar a espuma num devaneio caótico
Pois não sou um deus e o mar não me pertence.
Nem o sabor de tua pele com as rosas de sal
Poderei sentir . . .
O meu olhar não tem a força desta brisa
Que agora, te revolvem os cabelos, cobrindo-lhe o rosto,
Que te agita em gestos suaves a arrumá-los
Num sorriso sem propósito, mas tão rico de detalhes e encanto,
Concorrendo com toda beleza e imensidão desta praia . . .
Em mais esta tarde de solidão e sossego.
E.M. 04.10.016 Chile
Professor I de História
43
RIO, ENCANTO MEU
Petronilha Alice Almeida Meirelles
Quantas ruas, becos e vielas
Transpassam dentro de mim
São as esquinas da vida
Que escondem meus fragmentos.
Nas largas avenidas
Que amolecem o meu pisar
Ah, princesinha do mar!
Garota encanto de Ipanema
Ah, sol da Prainha!
Barraca do Pepê
Reserva Marinha
Desenrola meu espírito.
Alô, alô!!! Realengo, Madureira, Penha!
Trilhas de profundas caminhadas
Tijuca, Andaraí e Vila Isabel
Marchinhas de muitos carnavais
Meu Império Serrano
Nascido no alto da Serrinha
Tudo cantas meu Rio de Janeiro
És tu que mora nos cantos de mim.
E.M. 04.11.014 João de Deus
Professor II
44
CORAGEM
Elizete Knippél do Carmo
É preciso coragem!
Coragem para enfrentar problemas,
Desfazer dilemas...
Ir à luta,
Viver...
Ter coragem é necessário;
Para aceitar o difícil
Orientar um “irmão”
Aceitar o inaceitável...
Driblar o inevitável: dizer não!
Ter coragem dá TRA-BA-LHO...
Não o trabalho árduo do dia-a-dia.
É a dificuldade de ter controle...
É lutar para vencer dores...
É defender amores...
É saber também perder.
Ter coragem é necessário: sempre!
Ficar sem ela?
Jamais!
Mas... se fraquejar, temer...
Isso faz parte da vida, do viver.
E.M. 04.30.003 Bahia
Professor I de Língua Portuguesa
45
CANTIGA DE NINAR
Débora Cristina Rodrigues Esteves
De onde vem sua luz?
Brilhava em outro lugar
Agora a vida lá fora
Sorri pra você chegar...
Teus pés pequeninos
Mal tocam o chão
Mas correm desbravando caminhos
Que se abrem em meu coração...
Pedro, pedrinha de rio,
Risos no quintal.
Parede desenhada, roupinha pendurada
Colorindo mundo e varal...
Pedro, pé de moleque,
Bolinhas de sabão.
E uma fada encantada, pede a lua emprestada
Pra enfeitar tua canção...
E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi
Professor I de Educação Física
46
VIDA
Liane da Cruz Alves
Com tolerância na vida
Nós devemos aprender
Que tudo passa
Até um novo amanhecer
Pessoas nascem
Pessoas morrem
Pessoas aprendem
A sobreviver!
Esperando uma vida
Que seja melhor
Onde a tolerância
Esteja ao nosso redor
Vida minha
Vida tua
Vida nossa
Vida misericordiosa
Vida mansa
Vida cheia
Vida que seja
Para todos maravilhosa!
E.M. 05.14.019 Rosa Bettiato Zattera
Merendeira
5.ª CRE
47
FELICIDADE
Maria da Penha Trajano de Oliveira
Feliz,
idades,
felicidades.
Aos 8, cheiros de bonecas,
Goiabas tiradas do pé.
Corridas descalça,
Pele sentindo o calor do chão.
Aos 13, cabelos soltos,
Banhos demorados,
Bala de hortelã, chiclete de tuti-fruti,
Risinhos, carinhos, selinhos.
Aos 15, o primeiro amor.
O calor do corpo.
Beijos molhados.
Cheiros e paixões.
O proibido, as emoções.
Na juventude fazemos barulho.
Estamos perto e longe.
Corremos mesmo parados.
Somos filhos dos ventos.
Amantes das brisas.
Aos 30, somos donos.
Agora já temos.
Cuidamos, amamos.
Às vezes caímos,
Às vezes levantamos.
Felicidades,
Feliz idades.
Elas estão sempre conosco.
Nos nossos rostos,
Nos nossos corpos.
São marcas, sorrisos e, às vezes, lágrimas.
Viva a sua idade,
Viva a sua felicidade.
E.M. 05.015.040 Professor Souza da Silveira
Professor II
48
A VIDA: DOM DE DEUS
Jocenir Imaculada de Abreu Pereira
A vida é um dom
Um presente belo e santo
Que acontece todo dia
Numa caminhada infinita
Nas estradas iluminadas
E inusitadas do nosso ser.
Existir é divino e desafiador.
Existir é empolgante e confortador
É uma luta constante
cheia de medo e de coragem
ao mesmo tempo segura
e também temerosa.
Mas é uma luta do dia a dia
intensa, profunda e verdadeira
Assim é viver e isso basta!
A vida é divina,
É corpo e alma
Sangue e divindade
Soma que nos faz livres
Nos faz filhos
De alma contida, remida, amada!
Nesta estrada, a vida se passa
A história se faz,
O coração se completa
Muitas vezes puro
Como de uma criança
Outros sábios como os de uma mulher.
Fortes como homens sensatos
Lindos como Deus na humanidade.
Somos um pedaço de tudo,
E nada que está em nós,
Nunca fica só
Pois quem tem fé
Sempre acredita no melhor
Reconhecendo que o muito
que se conquista
Compreende o Tudo
que Deus nos dá.
E.M. 05.15.004 Luís de Camões
Professor I de Língua Portuguesa
49
SER ESTUDANTE
Leandro Gama Junqueira
Ser estudante é ter na mente o improvável
E sentir que pode realizar o impossível.
É ter os olhos no horizonte infinito
E fazer dele o destino da caminhada,
Da incansável imaginação.
É ter a mochila cheia de sonhos voláteis
E bolsos na calça para aquecer as mãos.
Ser estudante é ser sonhador.
É sentir instintivamente a fragrância das estações.
É beber feliz a água da chuva,
Dançando alegre sobre as poças formadas,
Sentindo na pele o peso do ar.
É ser tão plenamente leve
Capaz de, sem dificuldades, decolar.
Ser estudante é ser revolucionário
E revolucionar-se todos os dias
Evolucionando, dia-a-dia, mente e coração.
É ser espelho, referência anônima,
De todos que sonham voar.
É fazer da experiência extraordinária
O seu mais tangível cotidiano.
Ser estudante é nunca desistir,
É do pódium enxergar novos desafios
E aprender todo o tempo.
É ter tanta saudade da escola
Que a estende por tudo,
Fazendo da experiência, professora
E da vida, sala de aula.
E.M. 05.14.021 Nun’Alvares Pereira
Professor I de Língua Portuguesa
50
DELÍRIO HUMANO
Rosana de Souza Pereira Carvalho
Eu tenho medo da morte,
Sofro por não ser imortal,
Mas minha alma é eterna
E essa esperança me conforta.
Enxergo a vida com amargura
Um corpo sem sangue,
Indiferente e duro,
Esperando uma onda do mar
Que venha me resgatar
Desse sentimento incontrolável
E que pode ser fatal.
E.M. 05.14.021 Nun’Alvares Pereira
Professor I de Língua Portuguesa
51
INFINITO
Jéssica Guimarães Ribeiro
Anjo sublime dos meus sonhos Luz na escuridão
Tu foste meu guia na imensidão Paisagem cálida das minhas
lembranças Guardo na memória a imagem
Que em mim sustenta a esperança
De um dia ser capaz de conquistar oinalcançável
Transpor as barreiras
E desafiar o improvável.
Tempo quesetorna umalento E também um desespero Procuro
atento a solução
Para elucidar meu mistério particular Será apenas alucinação
Ou sintomas da paixão?
Só sei que não consigo controlar As batidas de meu coração.
Tento governar o infinito Mas, não há mais limites Nem mesmo
há a gravidade
Que em mím exerça aatração
Ou faça meus pés tocarem o chão E meu mundo inteiro se re-
sume Num ser angelical
Que é a minha salvação.
E.M. 05.15.020 Waldemar Falcão
SecretárioEscolar
52
PARADOXO
Liliana Secron Pinto
Quero falar-te alto
Dizer-te a Deus e a quem vem
Quero gritar teus versos
Bradar teus poemas e ir além
Quero senti-los na carne
por dentro
Faze-los reverberar nas entranhas
E repeti-los até a exaustão
Porque teus versos passam longe do prazer, da placidez, da
ternura
são versos de abrir feridas, de furar com faca,
de destruir utopias, de arrancar dor.
São potência, haraquiri
Abismo.
Mas ao final, exausta
Quero deitar no aconchego de outros versos
E dormir um sono de recuperar forças
E de ter esperança.
Porque nunca se é um só
e pra tudo se tem poesia.
E.M. 05.15.038 França
Professor I de Língua Portuguesa
53
SER FRATERNAL
Ana Lídia Saldanha Dias Reis
O amor é capaz
De milagres remotos
Das mãos luminosas
Que estenderam e ergueram
Crianças que antes pareciam
Jogadas ao vento
Foram amparadas por um ser
Igual a você
Demonstrar fraternidade
Aos olhos de Deus
És, por que não,
Um arcanjo
Enviado a este mundo
Pra fazer parte da poesia
Que a vida te oferecer
Compreender teu ato humilde
Impregnado de delicadeza e gentileza
Que as lágrimas não podem conter
Fazei, Senhor
Com que você sonhe
O sonho dos justos
Viva o infinito das emoções
No grande mar de estrelas
Onde se encontra
Este teu grande coração.
E.M. 05.14.013 Adlai Stevenson
Professor II
54
POESIA!
Tereza de Jesus Costa Santos Rocha
Feitas de versos e encantos
Nascidas palavras
Cruzadas faladas traçadas
Trancadas por choros
L a m e n t o s !
Não sente ... se perde em palavras
Sussurros, segredos
P e n s a m e n t o s .......
Se voam no espaço da mente sadia
Fadada ao destino de ser sempre jovem
Alegre bonita de tão preenchida
Da vida escrita pensada ... editada ... e ditada !
Ensinamentos!!
Nem sempre falada !
Tão linda ... tão lida!
Jamais esgotada, nem envelhecida nunca vazia
Por mais que ditada editada
Des Mem bra da
Renascida
Apontamentos !!!
Amor, escárnio, sonetos prosas ... versos canções paixões
Corações!
Relacionamentos
Inexplicável Etmologia ...
Que afaga, apedreja acaricia jactante e singela:
Poesia!
E.M. 05.15.061 Aspirante Carlos Alfredo
Professor II
55
CANTO
Murilo dos Santos Antunes
Canto neste dia que amanhece
Nessa noite que anoitece
Levo a vida a cantar!
Canto para quem de Deus esquece
Com este mundo que enlouquece
Vendo o amor se acabar
Lindo é poder viver sorrindo
É ver o sol no céu se abrindo
É ver a flor desabrochar
Triste é ver morrer uma esperança
Ouvir o chorar de uma criança
É ver a paz se acabar
Lindo é ver uma esperança
É plantar o amor no campo
É ver a paz de o amor brotar
E.M. 05.14.013 Adlai Stevenson
Responsável
56
E SE?
Vania Lucia Machado de Feu
E se der uma ventania
E acabar com toda poesia,
O que irá acontecer?
O mundo perde cor
E a sua vida todo sabor
E se numa chuvarada
A aventura for acabada,
O que irá acontecer?
Sem heróis para me defender,
Sem bandidos para combater
E se passar um furacão
E acabar com toda canção,
O que irá acontecer?
Apaixonados a chorar
Sem ter o que cantar
Mas se amanhã o sol nascer,
E nas mãos de uma criança um livro eu ver,
Volta a esperança num arco-íris sem fim
Que a Literatura traz pra mim!
CIEP 06.22.203 Oswald de Andrade
Professor II
6.ª CRE
57
A FORMA DA ÁGUA
Luciana Nascimento de Almeida
Vez em quando a água leva
Os sonhos e os sorrisos dela,
Os pensamentos deixados na janela,
Aquele bonito desenho de aquarela.
Mas nem tudo a água leva...
Vez por outra a água traz
Aqueles sonhos deixados pra trás,
Os sorrisos bonitos do rapaz,
Um dia lindo e cheio de paz,
De vez em quando a água traz.
De vez em quando a água leva,
De vez em quando a água traz,
Leva e traz leva e traz.
E ela nem sabe o bem que faz!
De vez em quando a água traz.
E.M. 06.25.030 Telêmaco Gonçalves Maia
PEF de Língua Portuguesa
58
GENTE, OLHA ESSA GENTE
Mirian dos Santos Emerick
Olhem toda essa gente
correndo sem direção.
Eles também fazem parte
do progresso da nação.
Olhem essa gente de pé no chão
lutando por um pedaço de pão.
Gente que é gente.
Gente que é ser humano,
gente que é nosso irmão.
Olhem essa gente pequena
sofrendo sem precisão.
Deus amou os pequenos
porque eles constituem a multidão.
Gente, que gente sofrida
perseguida sem o mínimo de condição
de gritar por seus direitos
e sobressair- se da humilhação.
Gente que sofre e sofre calada
pois em suas bocas já não restam salivas
Para cuspir toda a podridão
que os fizeram engolir.
Gente, gente que é massa
que é a multidão.
Gente que embora sofrendo,
esperam...
Gente,
eles esperam a salvação!
E.M. 06.25.015 Max Fleiuss
Professor II
59
MAR
Nice Neves Butta
Mar
te conjugo nas areias da praia
ao me afogar na tua imensidão.
Ondas que vêm e que vão
levando as marcas deixadas na areia.
Levaste o desenho do meu coração
mas o amor ficou.
Meus castelos desfeitos
não eram feitos de areia?
Momentos de maré alta:
felicidade,
desejo
e paixão.
Momentos de maré baixa:
tristeza,
apatia
e desilusão.
Mar, amar, amor.
Vivo num eterno
movimento das marés
que levam e lavam a minha existência.
Eterna maresia.
Mar
te conjugo nas areia da praia
ao me afogar na tua imensidão.
Mar.
São apenas três letras
que descortinam o infinito.
E.M. 06.25.015 Max Fleiuss
Professor II
60
POEMA DE AMANHÃ
Aira Bruno de Oliveira dos Santos
Procura-se uma jovem
Ela estava aqui inda agora
Cadê a menina que eu fui?
Onde estão meus sonhos?
Roubaram todos
E junto levaram a juventude
A época sadia
De aprendizado e atitude
Alguém viu? Alguém sabe
Onde posso encontrar
A garota do brilho no olhar
Que sorria
Brincava
Sonhava
Amava...
Quero ela aqui
Pra me ajudar a terminar
Aquele poema
Que deixei pra amanhã
Que começou não sei onde
Que não pode acabar
O poema da vida
Da chegada e da partida...
E.M. 06.25.003 Monte Castelo
Professor I de Língua Portuguesa
61
SONETO MEU
Claudia Alves Moreira
Quando surgires num clarão da mente,
Soneto meu, que há tanto tempo espero,
Hei de escrever-te num louvor sincero
E declamar-te enfim solenemente
Hoje a angústia que me corrói pungente
É saber-te em mim tão adormecido
Que tenho medo de ter-te perdido
Tal qual mãe que abortou seu inocente
A concepção, que te trará à história,
Aguardo, a crer-te na forma concreta
Da palavra exata de que estou ávida,
Pois não me basta estar de ideias grávida,
Hás de nascer e me fazer poeta,
Soneto meu, hás de alcançar a glória!
E.M. 06.25.003 Monte Castelo
Professor I de Língua Portuguesa
62
DEPRESSÃO
Jorge Luiz Monteiro Peçanha
Meu coração sangra
Manifesta-se em meus olhos
A dor líquida que umedece
Minhas pálpebras
Para então, furtiva,
Escorrer-se pelo meu rosto
Contorcido de dor, febril de
Desgosto
Tenho que me apegar ao desapego
Para então flutuar no limbo etéreo
De meus próprios devaneios
Desnudo de meu próprio corpo
-Preciso voas-
Sinto que chega a hora
De voltar para as estrelas
E enamorar-me do cosmo
Bailar no vácuo da inexistência
Fundir-me ao nada
Nadar no espaço
A cada dia que amanhece
Anoiteço-me
E vejo na felicidade dos outros
O cruel escárnio do destino
Que teima em me manter
Inconsciente em minha própria
Consciência
Há um ardor amargo
Que queima em minha garganta
Lembro-me que ainda
Existo, sub-existo
Cala em meu peito
O gélido toque
De um desespero surdo
Que me castra de volúpia pela vida
E sublima minha vontade de ser
Já não consigo mais ver o concreto
E metafísico
Dá-se apenas consolo tênue que
não apaga
O fardo de flertar com aquela que
me apara a sorte
Anula-me com chaga forte, pois
É de lídimo mister este flerte com
a...
E.M. 06.22.019 Emílio Carlos
Professor I de Língua Inglesa
63
CADEIRA VAZIA
Luís Carlos Santos Nicácio
A tua cadeira está vazia agora
Na minha mente surge na hora
As palavras e perguntas que não tinha outrora
E o desejo que me consome de estar contigo
E falar-te do amor que tenho por ti
De te dar o carinho que vergonhoso senti
De contar mil histórias que na vida vivi
De ter teu conselho para poder me guiar
De receber o consolo que tua voz sabia dar
Mas não estás mais aqui
E sinto-me perdido
Minha alma pedindo
Que estivesses por aqui
Para ter teu consolo
Confortar meu sono
Aliviar meus ais
Dizer-te que és meu amigo
E que a vida que hoje sigo
Tenho em ti meu modelo
Meu pai, meu herói
E então, a perversa saudade
Me enche de tristeza
E.M 06.22.022 Rose Klabin
Professor I de História
64
FAZER O QUÊ?
Ester de Barros França
Há sempre esse vazio em minha alma
Esse grito contido
Que pulsa querendo sair
Mas como, se não há porta?
Há sempre essa dor infinita
Que machuca e que fica.
Há sempre essa angústia em meu peito
Essa aflição que não tem jeito
E que não me deixa dormir.
Há sempre a presença do passado
Que não quer me deixar seguir
Há sempre essa lembrança má
Por que será que é sempre assim?
Se eu chorasse,
Se eu gritasse,
Se eu falasse...
Mas como se todos os ouvidos
Estão surdos para me escutar
Então, só me resta calar!
E.M. 06.25.003 Monte Castelo
Professor II
65
DESPEDIDA
Vania Maria Rohem Bastos
Todos os dias ao entardecer, a tristeza chegava,
Ela vinha mansa e sorrateira,
Olhando para o nada, via além do horizonte
Pensamentos desatentos tomavam conta da linda paisagem,
E a vida parecia sem sentido.
Longos olhares ao redor. Mas, nada surgia
E o ar de solidão era o único companheiro.
O vento soprava manso, sem alarde.
Sem se importar, a tarde continuava caindo,
Era uma despedida sofrida,
Como queria ter o poder de não deixar anoitecer.
E lhe segurar nos braços, para que não partisse.
Mas, calmamente, você se aproxima e diz:
A minha hora chegou, devo deixá-la
Todavia, você ficará em ótima companhia
A lua está cheia e lhe proporcionará momentos inesquecíveis.
Mesmo que amanhã eu não brilhe, não chore
Estarei sempre presente neste universo maravilhoso.
Tenha uma boa noite, minha princesa.
CIEP 06.22.203 Oswald de Andrade
Secretária Escolar
66
PETRA
Rodrigo Sant’Izabel Ribeiro
Ser humano me atormenta.
Eu queria ser pedra.
pedra, não Pedro.
Dura, resistente, imóvel.
Montanha intransponível.
Nem a insistente água mole furaria.
Insensível.
Coração de pedra.
Não seria pedra preciosa, pedra filosofal ou pedra noventa.
Não, pedra bruta.
Eu provocaria o incômodo, o xingamento.
A pedra da topada; a pedra no sapato.
A pedra no rim; o argueiro no olho.
A pedra no feijão, imastigável.
Sim, eu quebraria dentes.
Sendo pedra, eu causaria verdadeiro estrago.
Revolucionaria.
pedra lascada, eu cortaria fundo.
Perturbaria – eu, pedra de amolar.
Eu me precipitaria.
Granizo.
A pedra na vidraça.
E como pedra, eu seria a primeira.
Aquela que ninguém ousaria atirar.
Seria a pedra no meio do caminho, de Drummond.
Seria a pedra de João Cabral, a que educa.
A pedra lançada ao mar e que devolveria à Jangada de Saramago o
seu rumo.
Seria uma pedra polida, branca e enorme,
Semelhante a um ovo pré-histórico,
Como as apresentadas por Gabriel Garcia Márquez
Em sua Macondo.
E, se pedra eu fosse, faria a minha última arte.
Eu seria meteoro.
Extinguiria, aniquilaria este mundo doente.
Pedra lápide.
E, então, eu seria, por fim (ou início?),
A pedra angular
De uma nova era.
7.ª CRE
E.M. 07.16.056 Noel Nutels
Professor I de Língua Portuguesa
67
AMARÍLIS
Eloísa Oliveira dos Santos
Da minha janela eu as vejo,
da cor do carmim,
majestosas,
agora abertas.
Parecem bocas vermelhas,
prontas para o beijo.
Mas,
aprisionadas num vaso de barro.
Às vezes, sinto-as assim.
Às vezes, solitárias, ansiosas,
à espera
dos olhares embevecidos
por tanta beleza.
Contemplo-as,
de leve,
para não as machucar.
O caule que as sustenta
festeja a chegada de mais uma
que explode também em cor.
Mas uma boca vermelha
sequiosa, sedenta de amor.
Ah! Amarílis...
E.M. 07.16.047 Governador Carlos Lacerda
Professor I de Língua Portuguesa
68
PORTO – PARATY
Silvia Regina dos Santos e Castro
Abrem-se os portais
Silabadas
As vozes vão percorrendo
As ruas de pedras
De um lado
O Vento...
De outro lado
O Sal
E os pés ultrapassam
Saltitantes
Só permanece
O que é voo
Aos tropeços, os descaminhos
Tomam forma
Tombo!
E mais uma vez seremos outros
Revisitados em múltiplas vozes
Que dançam
Eternizadas na memória
Para mim e para ti
E.M. 07.16.053 Professora Dyla Sylvia de Sá
Professor I de Língua Portuguesa
69
PALAVRAS SORRATEIRAS
Érika Satlher Rolhano Messias
Um poeta não acontece
Ele apenas se molda
Aos desejos das palavras
Que simplesmente resolvem falar!
Elas sim são ousadas
Desejam tomar forma
Transitam por questionamentos
Brincam com os seus sons
E quando enfim amadurecem
Resolvem se unir!
Uma abraça a outra
Formam então um emaranhado
Sorrateiramente te enganam
Já não consegues ficar calado!
Quando isso enfim acontece
Entre o aqui e o acolá
Quiçá tu entenderás
Um poema novo aparece!
Surge então um belo mote
Grande tolo tu bem sentes
A cada formação de estrofe
Sou um poeta competente!
Mais uma vez,
As palavras sorrateiras
Da mente resolveram sair
Propuseram verdadeira anarquia
Fizeram um poeta surgir!
E.M. 07.16.056 Noel Nutels
Professor I de Língua Portuguesa
70
A VIDA E A GANGORRA
Diogo Neves Gomes da Silva
Por qualquer parque que sempre passo
Costumo avistar esse modesto brinquedo
Nas praças, toda criança estende o braço,
Dirigindo-se a ele como um torpedo
É composto por materiais elementares:
Ferro e tábua de madeira, basicamente
Tão divertido, faz-nos voar pelos ares
Em um sobe-e-desce muito contente
Não se trata de um brinquedo egoísta
Como o balanço, o pula-pula e o escorregador
Pois ele exige que haja um antagonista
Que te levante do chão como um vencedor
Enquanto um vai descendo, o outro sobe
Para isso, é necessário um grande esforço
O que vai subir jamais pode ser esnobe
E causar, no opositor, uma dor no dorso
Se, de repente, olharmos sob outra perspectiva,
Na relação entre ambos os obstinados guerrilheiros
Podemos dizer que ocorre uma atividade desportiva
Em que os rivais, de fato, tornam-se companheiros
Desse modo, tudo muda: para que um desça,
Não basta apenas querer: depende de um salto
É preciso que o parceiro de baixo se compadeça,
Ganhe impulso e se atire, confiante para bem alto
Assim é a vida: a impotência, às vezes, nos invade
E nos sentimos como que presos numa masmorra
Mas eis que alguém nos dá uma lição de humildade
Mostrando que há altos e baixos até numa simples gangorra
Ciep 07.16.501 Carlos Drummond de Andrade
Professor I de Ciências
71
AS LEIS DO UNIVERSO
Sonia Regina Oliveira Villarinho
As aves aprendem a migrar
Sem que ninguém precise ensinar.
Vão em busca de outra estação
E nunca erram a direção.
As estações do ano acontecem
Como se todas elas soubessem
A hora que devem imperar;
A cada ciclo, a vida recomeça,
Preguiçosamente e sem pressa...
Como as aves, os frutos, as flores,
O universo rege os amores,
E tem suas próprias razões
Quando aproxima dois corações.
Quem sou eu, então, pra questionar
O que nem mesmo sei explicar?
Outros países, outras cidades,
Mundos totalmente diferentes,
Não há nenhuma dificuldade
Que impeça o amor de vingar.
Pra mim é razão suficiente
Pra saber que iria te encontrar.
Não foi por acaso imagino...
Eu nunca sei que nome devo dar;
Alguns chamam isso de destino!
E.M. 07.16.031 General João Mendonça Lima
Professor II
72
PROXIMIDADE DISTANTE
Fátima Cristina Dória Ramirez dos Santos
Tempo que corre...
Mais raro torna-se
Um olhar profundo
Um colo-abrigo
Um sorriso sem pressa
Tecnologia pioneira
No estímulo de toques
Fração de minutos
Além-fronteira
Abreviação
Repetição de frases
De palavras soltas
Redução
Relacionamentos surdos
Humanos suprimidos por telas
Carência de coisas simples
Café com amigos
Gestos e cumprimentos
Plenos de sentimento
Distância na proximidade
Intimidades gélidas
Olhares mendigos de atenção
Mundo tão distante e tão próximo...
Preciso de um fogo do céu
Para aquecer corações
Palavras
Olhares
A essência
A alma...
Preciso de um mundo real
Atemporal?
Que se vale do virtual
Para impactar
Surpreender
Com a arte do amor!
E.M. 07.16.041 Barão da Taquara
Professor I de Língua Portuguesa
73
O BARCO
Luiz Fernando Henriques Martins
Vivo na superfície do mar agitado,
Preocupado com a dilacerante angústia das ondas
De vidas que não valem um momento
E afogo minhas ondas em outros barcos
Mostrando assim como estou
Pudera um dia meu barco naufragar,
Pois ele não é o que sou
É apenas um barco
Em que estou
E que daí eu me afogue
Na profundeza das águas
No fundo da alma
Pois só assim descobrirei o silêncio
A unidade da vida em que estamos ligados
As ondas são muitas
Os barcos são vários
Mas o fundo é um só
Chegando lá,
Não precisarei de um barco,
Apenas do leme de minha essência...
E.M. 07.16.041 Barão da Taquara
Professor I de Educação Física
74
QUEM SABE, UM DIA...
Saionara Cristina da Silva
Não. Eu não sei compor belos poemas
Embora palavras encantadas me fascinem...
Também não aprendi a tocar nenhum instrumento
Mesmo tendo vivido em meio a violas e guitarras
A lista dos meus “não sei” é extensa
A única coisa que sei realmente é viver.
Vivo. E, enquanto isso, amo, choro, sonho e me alegro.
Vejo a juventude escorrer por entre os dedos e me pego con-
statando que o improvável é frequente, que milagres realmente
acontecem e que, para mim, viver sem fé é a mesma coisa que
dar murros no escuro.
Vivo e aprendo. Aprendo e vou vivendo.
E quem sabe um dia eu consiga realmente compor lindas poe-
sias e cantar a vida com mais harmonia?
Quem sabe, um dia...
E.M. 07.16.063 Sobral Pinto
Professor I de Língua Portuguesa
75
LIDERANÇA
Aracy de Oliveira Simões
Ser modelo
Ser exemplo
Coragem diante dos riscos
Determinação para enfrentar os obstáculos
Assumir riscos
Ser paciente
Compreender diversidades de histórias e de pessoas
Sabedoria e equilíbrio
A palavra esperada na hora certa
Autoridade e simplicidade
Ser exposto em uma vitrine que se chama vida
E.M. 07.16.040 Eunice Weaver
Merendeira
76
NO MEU TEMPO...
Silvânia Alves dos Santos
Fala de seu tempo como algo perdido.
Fala de um presente preterido.
Fala, como que já no final da vida.
Compara presente e passado, tenta apartá-los.
Fala de coisas e pessoas melhores.
Repete as frases dos seus pais,
Lamentando o que não volta mais.
Sabe em que tempo está?
Seu tempo é agora!
Hoje, o passado jaz.
E não voltará mais!
Eu sei, pois nele também parei e ansiosa fiquei.
Vivamos o bom de agora, e guardemos as coisas de outrora.
Pois, digo que só o tempo nos mostrará
As coisas boas que perdemos na vida.
Só o tempo pode revelá-las,
Pois agora, não temos tempo para notá-las.
E.M. 07.16.055 Maestro Lorenzo Fernandes
Professor II
77
SAMPLEANDO II
Paulo Fleury
Tenho andado devagar...
Tenho estado a vagar...
Porque a pressa é solitária,
a pressa é solidão...
Tenho andado em terras novas,
com o cuidado que deve ter todo forasteiro...
Tenho me dado conta das incertezas
que nascem da perfeição...
Tenho buscado compreender que rir
É bom, mas que rir de tudo
pode ser apenas tolice...
Tenho procurado acreditar que cada manhã,
que cada por do sol, que cada amor são únicos...
Tenho percebido o que dizem os silêncios...
Talvez esteja reaprendendo a viver...
Sem muita pressa, sem muita precisão...
E.M. 07.16.031 General João Mendonça Lima
Professor I de História
78
A VIDA TOMBA
Edimilson Ramos
A vida tomba
Quem vive na sombra
Quem serra nos bares
Quem aposta em azares
A vida tomba
O demente que zomba
Os homens sem sombras
Que abandonam os lares
A vida tomba
O marido que mente
A esposa que cede
À proposta indecente
A vida tomba
O soldado que pede
A viatura que mede
A cor do rapaz
A vida tomba
O pai que violenta
O filho que parte
E não volta jamais
A vida tomba
A mulher que ostenta
E depois se lamenta
Pela perda do gás
A vida tomba
O aluno que cola
Que guarda na cartola
A carta de Ás
A vida tomba
E só se levanta
O ser que alimenta
A pomba da paz
CIEP 08.33.503 Thomas Jefferson
Secretário Escolar
8.ª CRE
79
“SUCESSO PRA TI, MAS...”
Sérgio de Barros Morgado Júnior
Não te perdoo!
Pelas conversas, pelos esporros
Os desrespeitos, os meus temores
Eu explicava, você sorria
Quero minha carta de alforria!
Não te perdoo!
Pelos gritinhos tão debochados
Pedi silêncio, fui derrotado
Rezei baixinho pro tempo andar
Controlei raiva, cheguei sonhar
Pra tempos novos eu encontrar.
Não te perdoo!
Com meus problemas, e tenho tantos
E ainda assim me dedicando
Dei o meu sangue, tu se lixando
Por fora eu rio , por dentro prantos.
Não te perdoo!
Te dei conselhos , você não ouviu
Te disse à poucos: “Tu é o Brasil !”
Em tempos tristes temor servil
Fui humilhado, você não viu.
Não te perdoo!
Chegando ao fim de sua lição
Tentei passar minha missão
Tu riu de mim, não deu atenção
Não se importou com minha intenção
Fez meu sorriso ser depressão.
Não te perdoo!
Por meus esforços, deixei meu lar
Eu implorava para falar
Tua atenção me fez implorar
“desliga o fone e o celular”.
Sucesso pra ti!
A experiência é sua lição
O teu futuro: Indecisão
Tu foi cruel e sem coração
Torço por ti , perdoar NÃO!
E.M. 08.33.042 Padre Leonel Franca
Professor I de Educação Física
80
PELA JANELA,...
Sérgio de Barros Morgado Júnior
Pela janela da minha alma
Eu vejo coisas que me acalmam
Belos sorrisos, sonho infantil
Vejo o futuro do meu Brasil
Pela Janela da minha casa
Vejo a verdade e muita dor
Crianças soltas, com pouco amor
Violentadas e sem pudor.
Pela janela da minha alma
Tem tantos jovens indo a escola
Estão estudando, jogando bola
Só tem bondade aqui e agora.
Pela janela da minha casa
Vejo o estresse se propagando
O pai batendo, filho chorando
Pois o sistema está sufocando.
Pela janela da minha alma
muitas famílias vivem felizes
Se divertindo com diretrizes
Futuro certo e tão incríveis.
Pela janela da minha casa
Vejo massacre na educação
Tem professores que estão sem rumo
Sem esperança , sem solução.
E.M. 08.33.042 Padre Leonel Franca
Professor I de Educação Física
81
PROFESSOR
Viviane Menezes Mainenti
Expressão de amor
Esperança e fé.
Exemplo de dedicação
Palavras, afeto e doação.
É aprender mais que ensinar
O melhor caminho apontar.
Lida com incertezas,
Alegrias e tristezas.
Tem estrelas no olhar
Nos ensina a pensar.
Seu dia é interminável
Sua bagagem é a esperança.
Tem histórias pra contar...
E muitas lembranças.
Vence obstáculos
Planeja, cria, reinventa
Veste-se de poesia
Muitas mentes alimenta.
Lida com valores
Do mundo prova seus sabores
Do amargo ao doce
Como se fácil fosse.
Educa gerações
Prepara os futuros cidadãos.
Com ternura e encantamento
Doa-se a todo momento.
É amigo, grande mestre
Quanta luta, muito amor.
Seus exemplos, suas lições
Ficarão pra sempre, professor!
E.M. 08.17.021 O’Higgins
Professor II
82
UMA VOZ
Cristina de Souza Ferreira da Silva
E Ele fala comigo
E é minha inspiração.
Levanta-me, me é abrigo,
Apazigua-me a alma
E me deixa quieta.
Eis que vem mais uma vez
Entre nuvens escuras, talvez...
Sons e balas perdidas,
Gritos de guerra,
Desamor,
Caminhões desgovernados,
Inocentes calados,
Medo...
No entanto, Ele fala aos meus ouvidos,
Sereno e firme:
“ Estou contigo.
Muda o pouco que puder
Faz aquilo que há de ser feito
E o mundo, em ti, começa a ser perfeito”.
E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira
Professor II
83
CALO
Luciana Ribeiro Leal
Na vasta escuridão do pensamento
A imagem da lembrança vívida
A fumaça do cigarro...
As lânguidas mãos...
Tão finas mãos, sem calos
Estes estavam na alma
Na memória da infância sofrida
Nas recordações da maturidade precoce
Eram Ele e a Tia... A Tia e Ele...
Os fardos de roupas lavados
As fardas cerzidas entregues
Mas as mãos, estas eram sem calos
Estes estavam na alma...
A voz clamava igualdade
A pinga embalava a alma
Mas agora eram Ele e Ela
Mais a Tia que resmungava seus calos
Enquanto um par de mãos se entrelaçava
As Dela tinha calos
Mas a alma era lisa
As crianças chegaram
A Tia partiu...
Estava velha e desgastada como o tempo
Culpa dos calos...
Ele agora tinha calos no corpo
As frustrações, os receios e a tristeza
Todos cobraram seu tempo
Fizeram Dele um calo
Mas não para Ela
Ela tinha alma lisa...
Havia muitos calos na alma
Ele era um corpo semi-inerte
Acamado
84
Pseudocomatoso.
Mas a mão calosa sustentava
Porque a alma Dela era lisa...
Ele se foi...
Partiu agonizante como viveu
Ela agora tinha na alma um calo
Um único calo...
Mas não cultivava
Seguia em frente
Era a natureza da alma lisa
Vieram mais netos
Mais cabelos brancos
E o progresso incompreendido
Achou que era hora de partir
Para não criar calos na alma
Bastava aquele único
Era seu incômodo calo...
E partiu...
Foi discreta
Sem incômodos
Em silêncio como viveu
Da maneira que fazem as pessoas de alma lisa
Partiu não querendo deixar calos
Eu resisti e fiquei...
Órfã, mas não só
Aprendi a seguir
Sou um meio termo entre Ele e Ela
Mas eventualmente
Apenas eventualmente
Rumino os dois calos que me deixaram na alma
E.M.08.33.018 Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco
Professor I de Ciências
85
ESPELHO
Alzira de Cassia da Hora Motta
Ela me olhava animada, com um sorriso radiante.
Em seu olhar curioso todo dia era uma festa, seu riso iluminava a
vida.
Ela não tinha mais de dezoito anos,
Sonhos era seu sobrenome.
Depois ela passou a me olhar mais intensamente
Tinha mais de um caminho para a seguir.
Ela já estava com vinte e cinco anos
Nesse momento dúvida era seu sobrenome
Mais tarde então ela me olhou, com olhos apreensivos,
Um mundo de problemas a perseguiam,
Gritos de mamãe era sua trilha sonora,
Não revelamos mais sua idade,
Primaveras somente se acumulam
Agora seu sobrenome passou a ser preocupação
Então o mundo foi passando,
Seus sonhos foram se tornando realidade
Pedaços de uma vida que o tempo somente foi avançando
Ela me olha cuidadosa, ela conhece meus medos,
Erros e acertos conhecem os enganos, as perdas e ganhos.
Sua idade está gravada, nos olhos que me fitam bondosos, altiva
e graciosa.
Já a essa altura seu sobrenome é sabedoria.
E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira
Merendeira
86
ESPERANÇA
Ilsa Teixeira do Nascimento
Se as estrelas te parecem
Sem brilho
E o sol sem calor,
Se a natureza parece
Sem vida
E o canto dos pássaros sem vigor
Se o teu ser tende a cair
Com os acontecimentos do mundo,
Lembre-te, existe alguém
Que vive e olha por ti
Como se houvesse só você.
E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira
Merendeira
87
QUEM SOU
Neila Barsand de Leucas
Eu sou o que rio
Sou o que choro.
Eu sou o que vejo
Sou o que escondo.
Eu sou o que quero
Sou o que detesto.
Eu sou o que espero
Sou o que desprezo.
Quem sou
Se sou o que não sou.
Me olho e me vejo
No reflexo do teu espelho.
O que vejo não entendo:
Sou o que vejo
Ou sou seu espelho.
Eu me faço
E me desfaço
Nos anseios do teu desejo.
Eu me refaço
E me entrelaço
Nos meus sonhos refeitos.
Sou quem ri,
Quem chora,
Quem se importa,
Quem desdém,
Quem se incomoda,
Quem se reporta,
Quem espera
Quem alcança
Os sonhos de criança.
Assim sou eu.
E.M. 08.17.065 Pablo Picasso
Professor II
88
SEU ESTRANHO PEDIDO DE SOCORRO
Katia Zandomingo Soares
Seu estranho pedido de socorro
Como grito que sai do calabouço
Libertando a voz no infinitivo
Paralisada na madrugada
Pela banalidade bordada
Ocultando os pontos no avesso
Seu estranho pedido de socorro
De pássaro caído do ninho
Tentando voar em desalinho
Libertando-se dos internos rapinantes
Pleiteando distraídos ouvidos errantes
À cata do amor que julga perdido
E.M. 08.33.016 Mário Casasanta
Professor I de Língua Portuguesa
89
LÁGRIMAS
Flávio Itôr da Silva
Como se fossem rios
De águas cristalinas
Que escorrem por minha face
E chegam
Até a minha boca
Soro natural
Sempre temporal
Onde
Face a face
Me deparo
Com minhas
Felicidades e mágoas
Sempre transparentes
Sempre reluzentes
Independente
Da emoção
Seja ela
Forte ou fraca
Nos ataca
Sem esperar
Sempre a rolar
Hoje eu diria
Com mais pura euforia
Correm felizes
Por te amar
E.M. 09.18.078 Alzira Araújo
Professor I de Geografia
9.ª CRE
90
SÓ MAIS...
Lucília Lopes
Pega nada não, é só mais um...
Só mais um moleque,
Só mais um indigente,
Só mais um órfão,
Só mais um nada,
Só mais uma estatística,
Só mais uma bala.
Mas, era só mais uma possibilidade,
Era mais uma promessa,
Era só mais uma história,
Era só mais uma voz,
Era só mais um sonho,
Era só mais uma vida,
Era só mais uma esperança,
Era só mais uma oportunidade,
Era só mais um caminho
E qual a sua parte nisso?
O alívio de não ser na sua porta?
A culpa da omissão?
Estamos todos sujos do sangue da impossibilidade da mudança.
E.M. 09.18.083 Prof. Castro Rebello
Professor I de Artes Visuais
91
FELICIDADE NA CONTRAMÃO
Tessa Tavares da Fontoura
Ser feliz é um estado apenas
E independe de se ter alguém
Se não consegues estar só em cena
Não conseguirás ser feliz com ninguém.
Tem gente que do amor, só entende
Que é “impossível ser feliz sozinho”.
Coitados desses! O “Poetinha” mente!
Cada um é dono do seu caminho.
Entender que não somos, de ninguém, metade
Porque nosso Pai já nos fez felizes inteiros.
Somos todos companheiros de viagem.
Valendo só e apenas se vivermos nossa verdade.
Como quisermos, só ou em um amor verdadeiro
E que se tenha o amor próprio como vantagem.
CIEP 09.18.506 Raymundo Ottoni de Castro Maya
Professor II
92
VOZ DA IDADE
Daniele Silva do Nascimento
Queria, num profundo beijo,
Fazer calar toda a voz da idade.
Essa diferença cruel
Em uma sociedade ingrata.
Esse calor que queima e aumenta a chama,
Nesse corpo que grita e que te clama.
Um sussurro de amor
Da voz da idade da dor.
Ciep 09.18.508 Doutor Ernesto (Che) Guevara
Secretário Escolar
93
AMORTECEDOR
Ana Lucia da Silva Lima Monteiro
No fim da tarde
Quero ouvir o som
Do mar, do ar...
Ouço o trem
Um tremor
Uma dor
Morte!
Amortecer a dor
Uma arte!
Só o amor...
Numa nova tarde!
E.M. 09.18.078 Alzira Araújo
Professor I de Geografia
94
BORBOLETA
Marcela Bazilio da Silva
Com tanto lugar para descansar eternamente,
Ela escolheu um mundo preto e branco.
Um jardim secreto, encontrado no vazio de um deserto,
numa noite sem encanto.
Enquanto todos dormiam
ninguém percebia seu último suspiro ou o seu pranto
Será que triste estava?
Ou a alegria a encontrava por estar em seu canto?
Certamente sabia que este lugar da sua cor necessitava
E da sua visita precisava, cumprindo assim a missão que seu
criador lhe dava.
Sua possível dor trouxe paz, acalento e amor.
Sua, quem sabe, alegria renovou parte da esperança que morre
a cada dia.
Hoje, a luz da manhã nos traz, de surpresa, esse presente...
E admirando a perfeição de suas asas compreendo:
A vida, mesmo que frágil, pode ter mais cor.
Para isso é necessário sair do preto e branco.
Colorir tudo com o arco-íris que existe no nosso interior.
E.M. 09.18.083 Professor Castro Rebello
Professor I de Geografia
95
O TEMPO
Rosilane Freitas dos Santos
Senhor da razão?
Há quem diga que não
Ele é capaz de levar ao esquecimento
Um dos piores sentimentos
A perda de uma pessoa amada
A qual não se estava preparada
Curto ou longo, sempre é um teste de paciência
Que confunde a Ciência
Quando se busca combinação exata
Entre kairós e cronos, com seus ônus e bônus
No céu ou no relógio
Ele sempre tem pressa
Corre sem parar
Em um eterno procurar
Algo para se realizar
Passa o tempo, toda hora
Sem escape e sem demora
Temos que aproveitar
As oportunidades que a vida dá
Não adianta revolta
Porque o tempo não volta
Então ame com veracidade
Aja sem maldade
Pois o tempo não vê idade
Para deixar saudade.
CIEP 09.18.504 Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda
PEF dos Anos Iniciais
96
SONHO
Ana Rogéria Gonçalves Rodrigues
Quando um sonho
aquece a alma
nos consola
e nos acalma.
Faz sorrir
O Universo
Construir
Em prosa e verso.
Lança luz
Por sobre o medo
Acorda a força
Que tem no peito.
Constrói caminho
Levanta a ponte
Descortina
O horizonte.
E.M. 09.18.012 Professora Maria Luíza Lima Silva
Professor I de História
97
FAMÍLIA - MEU MAIOR TESOURO
Marcos José Xavier Brandão
Família, quem diria...
Que sem você eu não viveria
Família...
Lugar de afeto e de paz
A gente que faz
Família...
De várias cores e amores
Minha família é regada a flores
Família...
Meu maior tesouro
Vale mais do que ouro
Família...
Meu eterno amor
Cheia de bom humor
Família...
Já não sei o que dizer
Mas só queria agradecer
Por sempre me enriquecer!
CIEP 09.18.504 Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda
Responsável
98
QUANDO SE TEM ALGUÉM
Cláudia Simone Alves
As manhãs são frias
As noites também
O coração se aquece
Quando se tem alguém.
Alguém com quem contar
Não importa a hora
Mas sim o agora
Às vezes se aquece a alma
Nem sempre o corpo se acalma
Mas o coração se abranda
Quando se tem alguém.
E.M. 09.18.059 Halfeld.
Responsável
99
MINUTOS INTENSOS
Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro
Num corredor de histórias
Pessoas que vêm
Pessoas que vão
Histórias que se repetem
Todos os dias
Como num grande carrossel
Que gira acelerado
Iluminado nas noites escuras
Os gritos parecem estridentes
As pessoas ora sorriem
Ora choram seus prantos
Correm e se escondem
Da multidão que caminha
Caminha e se alinha
Em montes de tropeços
E se encontram
Numa grande ciranda de sonhos
Eu, tu, ele, nós...
Entoando a mesma canção
Aquela que gostaríamos de ouvir
Mas todos os dias
Passamos pelos miseráveis
E não os percebemos
Jogamos esmolas ao vento
E não o alimentamos
O que você tem para dar?
O que te faz acreditar,
Que corpos caídos podem se levantar?
Não pule os que pedem
Fite-os nos olhos
Levante suas cabeças
E lhes ofereça
O que tem de mais valioso
Ofereça AMOR!!
C.M.10.26.803 Padre Carlos Henrique de Souza
Professor II
10.ª CRE
100
LUCIDEZ
Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro
Não me conte teus sonhos escondidos
Não me fale de lágrimas e de lutos
Não espalhe suas amarguras e lamentos
Viva o mais novo contentamento
Sonhe com lagos de alegria
Espalhe sorrisos todos os dias
Pule as tristezas e caminhe
Entre nuvens, rios e delicadezas
Pense todos os dias
Na capacidade de mudar a história
Na possibilidade de inundar fronteiras
Na ousadia de escrever poesias
Acorde todos as manhãs
Pronta para ir à luta
Disposta a fugir do medo
Inteira para expor ideias
Capaz de dirigir seus planos
Quebre corações endurecidos
Moldure canções ao vento
Se prepare para as mudanças desta vida
Não procure entender mistérios
Não acredite nos sussurros falsos em seus ouvidos
Creia do poder que vem do alto
Firme-se todos os dias
E não deixe que lhe falte a lucidez
Me conte teus sonhos mais bonitos
Me fale de sorrisos e de esperança
Espalhe seu perfume e beleza
E viva na leveza de sua própria sensatez
C.M. 10.26.803 Padre Carlos Henrique de Souza
Professor II
101
DOCE PARTIDA
Denise Francisca Ramos
Meu peito explode de dor
Nunca pensei que fosse assim
Perder um grande amor
Amor esse capaz de ultrapassar
Todos os limites da razão
E assim com sua partida
Dilacerar meu coração
Sinto a dor da despedida
Com todo o meu ser
Pois você sempre foi e será minha grande amiga
O mais lindo e puro exemplo de vida
Agora, no céu, você é meu anjo protetor
Se bem que ao seu lado eu sempre me senti protegida
Com todo o seu cuidado
Amor da minha vida
Espero continuar o seu trabalho
Trabalho este que me transformou no que sou
O mais lindo e belo exemplo de amor
E assim que permaneça para sempre
Minha eterna querida
Meu doce anjo protetor
Como fará falta em minha vida!!!
E.M. 10.19.036 Doutor José Antônio Ciraudo
Agente Educador
102
TEMPO
Cristiano dos Santos Lemos
Queria voltar no tempo.
Tempo de sonhos,
Tempo da ausência de medos,
De andar juntos se completando.
Tempo de cumplicidade.
Mas o tempo não volta,
Não para, mascara.
E transforma
Lealdade em saudade.
Saudade da alegria e sorriso,
Do dia a dia, o compromisso.
Agora tenho o tempo,
Mas na verdade
Eu ando só pela cidade.
Por que o tempo faz assim?
A solidão é tão ruim.
Por que toda história tem que acabar?
Sr. Tempo me permita outra vez amar!
E.M 10.19.047 Joaquim da Silva Gomes
Professor II
103
VIVÊNCIA
Cristiano dos Santos Lemos
Engraçado o ser humano,
Só somos bons enquanto nos calamos e tudo aceitamos.
Mas se negamos ou questionamos,
Somos rebeldes e não prestamos.
Julgamos e apontamos defeitos nos outros,
Mas cometemos os mesmos erros tolos.
Pedimos respeito e igualdade,
Sempre olhando nosso umbigo, pura vaidade.
Até quando seremos um só,
Brigando pelos nossos desejos e vontades.
Voltaremos todos ao pó,
E essa é a única verdade.
E.M 10.19.047 Joaquim da Silva Gomes
Professor II
104
SEM RIMA, SEM MÉTRICA
Liane Costa Felizardo
Mulher e menina, dependente e apoio
Fico procurando o que falta, como ser feliz
O tempo é pouco, o que há em frente, não sei
Quero tudo agora, o que não pude e o que não sei
Nas noites sonâmbulas, o futuro, nuvem de talco
Vejo sem olhos o entrevo, a impotência inevitável
Faço de você meu sonho, minha estrela em meu palco
Sou frágil, sou forte, não sei mais; sou instável
Nas noites sem sono só vendo o futuro sem alma
Só seu corpo me estimula, só seu cheiro me perfuma
Só seu rosto me anima, só seu sorriso me acalma
Na insônia e na escuridão a mente viaja em torpor
Suor frio, pesadelo; meio acordado, meio dormindo
Busco em você a salvação, realidade, busco seu amor
E.M.10.19.040 Gandhi
Professor I de Ciências
105
SEU LOBO
Carlos Eduardo Ferreira de Oliveira
Menino não sabe que o mundo
É selva sem frente e sem fundo
E não se revela a ninguém
O ciclo do tempo se esvai
No cinza da noite que cai
Enquanto seu lobo não vem.
Menino ardente e fecundo
No tempo que jaz num segundo
A roda do mal e do bem
E logo o menino é pai
A vida no giro se trai
Enquanto seu lobo não vem.
E a vida prossegue girando
Nas curvas fechadas da rota
Menino sem pai, até quando?
Eis que a esperança se mostra:
- São todos irmãos, um só pai
E o bobo do lobo não vem.
E.M. 10.26.015 Nestor Victor
Secretário Escolar
106
MÃE ATLETA
Antonia Maria Gonçalves
Trabalha o dia inteiro
Faz tudo sem parar
Faz café, põe a mesa
Faz galera levantar
Toma banho, se arruma
#Partiutrabalhar
Sai à frente na largada
É maratona pra chegar!
Consulta o relógio afobada
Faz caminhada apressada
Chega no ponto de ônibus
Não tem banco pra esperar
O primeiro que não para
E o segundo a demorar...
Enfim chega ao trabalho
Tem escada a enfrentar
A patroa abre a porta
E reclama sem parar
_ Chegou tarde outra vez,
Do salário vou tirar!
Passo o pano, alonga o braço
Pra limpar vidro embaçado
Agachamento é sem descanso
Pra catar treco espalhado
É criança, é adulto,
Todo mundo relaxado!
Pega firme na vassoura
Pra esquerda, pra direita
O chão limpo aperta o passo
Bem atrás vem a sujeira
107
O almoço não tá pronto
Vai correndo pro fogão
A chama parece a pira
Quase lhe queima a mão!
Põe a mesa, serve o prato
Lava a louça do patrão
No terraço, a piscina
É trabalho e ilusão
Suspira e se imagina
Fazendo natação
Queria dar piruetas
Sincronizar a emoção
Oito horas de trabalho
Mexendo pra lá e pra cá
#Pracasadescansar
Desce os degraus devagar
Como no cansaço do atleta
Antes da fita cruzar
E quando chega exausta
Não dá pra preguiçar
Tudo começa de novo
Sem direito a revezar
Nem uma medalha olímpica
Irá te coroar
Você vale mais que ouro
Mãe atleta do meu lar!
E.M. 10.26.010 Bertha Lutz
Merendeira
108
CADÊ MINHA VÓ?
Micheli Pires da Silva
Cadê minha vó?
Que com comida gostosa
Ela mesma se faz prosa
Faz motivo de prosa
Com sua voz formosa
Cadê minha vó?
Contadora de histórias
Com direito a encenação
Da bruxa ao Dom Ratão
Com verruga ou orelhão
Cadê minha vó?
Que briga com educação
Que deixa a criança feliz
Até com um quadro de giz
Tornando-me sua aprendiz
Cadê minha vó?
Que com seu amor e caridade
Ajuda a quem tem necessidade
E com muita oração
Se excede em bondade
Cadê minha vó?
Que mesmo com dor
Faz a minha passar
Meu pulmão faz voltar a respirar
Por que a noite eu posso abraçar
E.M. 10.19.040 Gandhi
Professor I de Ciências
109
MINHA RAZÃO PRA TE AMAR
Eduardo Santos de Souza
Lembro a primeira vez No sorriso uma flor
Quando eu te conheci Nos seus olhos vejo um coração
O seu jeito diferente No calor da sua pele
Despertou algo em mim Sinto o fogo da paixão
Os segundos não passavam Sua boca é o céu
Antes de te encontrar Seu suor, as ondas do mar
Decidi tomar coragem Isso explica o porquê
E enfim te procurar Minha razão de te amar
O meu charme te encantou
O meu jeito seduziu
Meu amor transpareceu
E num sorriso decidiu
Me pediste um motivo
Pra gostar um tanto assim
Sua voz no meu ouvido
O que é que você viu em mim?
Sem palavras eu fiquei
Pois não podia esperar
Que um amor sincero e puro
Se pudesse indagar
O silêncio então falou
Você não quis mais me ouvir
Com o coração em pedaços
Assisti você partir
Mas novamente estou aqui
Frente a frente com você
Só que vai ser diferente
Pois em vim pra te dizer
Que um dia me perguntou
O que eu via em você
Hoje achei as palavras
Pra enfim te responder
E.M.10.19.040 Gandhi
Professor I de Geografia
110
A DONA ROSA
Cássio Luís Veríssimo
Ela é do tamanho de sua generosidade
E de sua responsabilidade
Seus atentos olhos de castanho sereno
Não são gafes...só verdades
É a força do encanto com um recheio
Macio e doce
É a irmã mais velha da mesma idade
Que ampara, afaga e orienta
Seu passo é firme e macio
Não tem a pressa dos apressados
Seu saber é o puro sabor
Sua fé inabalada
E.M.10.19.040 Gandhi
Professor I de Língua Espanhola
111
AVALIAR PARA QUÊ?
Roberto da Silva Fernandes
Diante da turma, como não questionar?
Avaliar o quê? Avaliar para quê?
Prova, nota, resultado
mensagem que diz o que o aluno tem decorado
Pontuação rotula, marca, limita
não identifica
Aluno, será apenas esse seu potencial?
Quem estuda, passa
decora, memoriza
Quem não decora, não sai da escola
E assim funciona a Educação...
Professor, lousa e giz
aquele que tudo sabe e ensina
Behaviorismo, nada a ver
Criança precisa se desenvolver
Educação precisa mudar
Formação crítica, humanizadora
tudo a ver
A velha canção questiona a todos
“Você tem fome de quê?
Você tem sede de quê?”
Pai, mãe, aluno, educador
a responsabilidade não é só do professor
Aprendendo com alguém a aprender
é assim que deve ser
Conhecer e aprender
E para mudança real acontecer,
a escola, a comunidade deve acolher
Juntos devemos formar cidadãos
A resistência docente não pode morrer
Avaliação centrada na relação sujeito-objeto
é a que deve prevalecer
Professor,
“você tem fome de quê?
Você tem sede de quê?”
Avaliar o quê?
Avaliar para quê?
E.M.11.20.001 Cuba
Professor I de Língua Portuguesa
11.ª CRE
112
CÁLICE NOS BASTIDORES
Vera Lúcia Bulhões Góes Bastos
A alma mora em mim,
animal sedento de muito,
insatisfeito com tudo.
Ermitão que habita
o rosto carrancudo.
A alma chora em mim,
na escuridão que cai.
Gemidos, escuridão, tremores.
A vida torna-se breve,
cálice nos bastidores.
A alma se perde em mim,
na memória que não finda,
na dor não extinta,
nos amores perdidos,
na busca faminta.
A alma se tranca em mim,
na noite infinita,
no dia que não chega,
na falta de amor.
Dentro estou presa.
A alma se arrasta em mim,
nas cenas sem solução ou esperança,
sem mãos dadas pra resolução.
Desespero, gatilho, matança.
A alma morre em mim,
quando o poço é fundo.
E agora?
Não há luz no fim do túnel.
A vida escorre e chora.
E.M.11.20.001 Cuba
Professor I de Língua Portuguesa
113
VOCÁBULO
Giano José de Azevedo
Liberdade...
palavra pronunciada
sem certeza
ou clareza,
nascida de um desejo
ou um vício.
Grito ao vento
para todos lados
menos o de dentro,
silencio algemado
ainda que sem metal
pois trago
enterrado o medo
cravado na pele.
Não quero comprar
pois não tem preço,
conquistar eu deveria
mas como seria
viver esse vocábulo
supremo e ideal.
Restrito sou servo
crendo-me livre
ladeio sua semântica
imprecisa e densa
forjada na dor
exata e lúdica
com a qual deito
feliz a cada noite
sonhando não precisar
exigir o direito
de ser liberto
pois assim nasci
naturalmente
sem palavras
para definir-me.
E.M. 11.20.006 Amadeu Rocha
Professor I de Educação Física
114
SELENA
Giano José de Azevedo
Um dia quem sabe
irei com a brisa
que você soprou
assim de leve
no primeiro sorriso.
Vou com as lágrimas
que você derramou
aqui no meu peito
antes de saber falar
e depois também.
Quem sabe
levo teu brilho
diferente a cada dia
único e intenso
para me iluminar
um pouco mais.
Não te dei a luz
mas você reluziu
todo meu ser
agora sei mais
sobre viver
sobre se dar
sobre amar.
Agora vem
de braços abertos
para um abraço
sem fim
levarei você
aonde eu for
sem nunca deixar-te.
Selena da Lua
filha sempre cheia
do nosso amor.
E.M.11.20.006 Amadeu Rocha
Professor I de Educação Física
115
POESIA DOS MUROS
Karla Soares Antunes
As poesias dos muros são as melhores.
Versos jogados na cara, com uma crueza que não lhes costuma
ser peculiar.
E com lirismo ainda por cima.
Por cima do muro,
a verdade olha.
Verdade que emudece
entontece
dá náuseas.
Olha em torno, alguém reparou?
E sai ajeitando a saia...
Estampados na pedra lisa ou áspera,
muro da fábrica me deixa febril
muro da escola me deixa na dúvida
estudo ou ex-tudo?
os versos não desconversam:
vão direto no âmago
embrulham o estômago
Doem
Como pode picharem o muro?
Diz a decência dos hipócritas
escrita em suas testas.
Por cima do muro,
A verdade faz tsc tsc...
As poesias dos muros são as melhores.
A dos muros, essenciais.
E.M.11.20.019 Rodrigo Otávio
Professor I de Língua Portuguesa
116
A VIOLETA DESTA TARDE
Diego Knack
I.
miro o céu
- teto perpétuo
esta tarde
violeta
esta tarde
viole(n)ta
esta tarde
viola
a sensatez de minha retina
minha rotina:
vio-rápida
esta tarde
viu rápida
que desatina a doer
violeta
arde
esta
que é em si mesma tantas
cores
são parte
da minha pobre flora vocabular.
II.
a violeta desta tarde
está
repleta de memórias
a colher
(loto o cesto)
117
a violeta desta tarde
me parte
- já não há como esquecer
posto
que
a violeta que parte
é
outra
(p)arte
que pasma:
essa lírica insustentável
essa tarde insustentável
essa vida
a violeta desta tarde
me invade
- não há saída.
E.M. 11.20.501 Anísio Teixeira
PEF de História
118
O BREVIÁRIO DO POETA
Diego Knack
A poesia
não vende
não anima festa
não tem freguesia
A poesia
não bate cartão
não tem hora
não pega ônibus
ou trem:
não demora.
A poesia não vai ao banco:
não entende de economia.
Mas a poesia
(ela mesma)
incendeia, alumia
É, ao mesmo tempo,
miserável
ou faz sorrir o riso
de ninguém.
Mas se tudo isso mesmo
é certeiro
não é menos
verdadeiro
que no vasto ventre
do verso
cabe, meus amigos,
o mundo inteiro.
E.M 11.20.501 Anísio Teixeira
PEF de História
119
REVELAÇÃO
Giovanna Salazar Mousinho Bergo
Quero ser minha filosofia
A mais bela sinfonia
Que vem e que toca
Dentro da alma, que morta
Agora brota vida
Vou me integrar
Com a água, com o fogo e com o ar
Fazer parte do todo,
Mas única me transformar
Como uma semente que sente, sofre...
Rente do solo cresce muda e vira gente,
Às vezes inebriante, as vezes insolente
Mas firme, suave e insistente
Quero fazer parte do universo, fluir
Me entregar ao desconhecido sem medo de partir
Sentindo a dor que me atrai
A dor que me trai
A dor que faz e se desfaz...
E se...
D
e
s
f
a
z
E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio
Professor I de Ciências
120
AMANHÃS
Marcelo Carreiro Freire
O corpo, cansado,
Indicava o final do dia.
A mente, agitada,
Abraçava o tempo
Nomear o outro,
Identificar o erro.
Houve o tempo
De viver aventuras,
De criar histórias,
De parir o fato.
O amanhã, sempre ali,
Cobrava a atenção
Da criança travessa
De artimanha à mão,
Ameaçando o estrago.
O fim do dia não chega
E hoje aqui estamos.
Não sei bem
Para onde vamos,
Mas juntos, um time,
É isso que somos.
Encarando desafios,
Superando limites,
Olhando no olho
O outro e eu, prontos,
Para o destino traçado.
E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio
Professor I de História
121
O LIVRO DAS FLORES
Michel Serpa Santos
Não se sabe mais,
O que são flores?
Talvez as plantas refugiadas de sua terra
Tomadas na paz
Tomadas na guerra,
Guerra contra os gafanhotos,
Guerra santa ou de paz.
Serão aquelas plantas que passam fome,
Sede, frio, que vivem nos albergues e
Morrem com medo,
Jogadas nos valões,
Jogadas nos rios.
Não se sabe,
Mas o que são os cravos?
Talvez bons soldados que protegem as plantas,
Quando tem que proteger, ou
Plantas de pétalas azuis,
De uma força de paz,
Que paz a força traz?
E.M. 11.20.019 Rodrigo Otávio
Professor II
122
INSTÂNCIA
Manoel Marcos da Costa
Qualidade do que é instante,
Imediato, hoje, presente...
Sabido aparentemente!
Guardado numa estante?
Sendo às vezes fugaz, não óbvia
Guardada no coração, invisível
Na mente nem eu sei todavia
Sua porção anímica.
Inadiável e tardia
Tem foro desconhecido.
Forte e claudicante...
Inaudível e gritante
Sempre insta em meu ser
Deambulando sem roteiro certo.
E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio
Professor I de Matemática
123
NATUREZA QUE HÁ EM MIM
Daniel Pereira de Oliveira
Tem dias em que eu preciso de noites
E noites em que eu preciso do sol
Eu, hoje, preciso chover
Talvez até trovejar
Certos dias quero ser fundo do mar
E algumas noites, cume de montanha
Há dias de minha garganta secar como deserto
E noites de meus olhos marejarem feito estrelas
Há noites de sentir um vulcão dentro do peito
E dias de senti-lo feito uma geleira.
CREJA 12.02.701
Professor II
CREJA
124
DE ONDE VEM A ESPERANÇA?
Gissele Luanda Cruz da Silva Ferreira
Viajando no transporte público,
Que me leva para casa,
Depois de um dia de labuta,
Penso que a vida podia ser diferente!
Penso que o trabalho é uma atividade que deveria ampliar em
mim a humanidade.
No entanto, a cada golpe sofrido,
Durante o dia, minhas forças fogem.
Mas a cada amanhecer,
Essa mesma força retorna acalentada pela esperança.
De onde vem a esperança?
Vem do abraço do amado ao acordar.
Vem dos beijinhos das filhas, acompanhados de juras de amor.
Vem do olhar de descoberta de cada aluno na viagem pelo con-
hecimento e a alegria da aprendizagem.
Vem dos sonhos mais loucos que cativo e da surpresa de saber
que não sonho só.
Neste momento sorrio tranquila,
Pois as batalhas são longas,
Mas eu sei de onde vem a esperança!
CREJA 12.02.701
Professor II
125
MULHER
Getúlio Rezende Benevides
É melhor se entregar!
Mulher é ímã, quem consegue escapar?
É metal precioso, é ouro!
É teia de aranha, quem consegue fugir?
Conexão impossível de decifrar
Força da gravidade, quem consegue escapar?
Tudo gira ao redor do umbigo, o mundo todo vai pra lá
Seu cheiro, perfume, quem consegue escapar?
É peculiar, nenhuma flor pode alcançar!
Hálito, quem consegue escapar?
Brisa paralisante, só resta se entregar!
Beijo de mulher, quem consegue escapar?
É o corpo, é a alma
Radar, sensor
Não dá pra captar
Labirinto
Pisca o olho, quem consegue escapar?
Revela segredo, chama pra dançar
Mulher é diamante, é ouro!
É borboleta azul, é borboleta lilás
Sobrevoa as flores e desfila no céu
Lúdica e low-profile, quem consegue escapar?
Castelo encantado, porta do céu
Não dá mais pra voltar
É melhor se entregar!
CREJA 12.02.701
Professor I de Inglês

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A paz - Análise e entendimento da música
A paz   - Análise e entendimento da músicaA paz   - Análise e entendimento da música
A paz - Análise e entendimento da músicaMary Alvarenga
 
Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Dilmara Faria
 
Avaliação ciencias
Avaliação ciencias Avaliação ciencias
Avaliação ciencias Isa ...
 
Mensagem para pais reunião.
Mensagem para pais reunião.Mensagem para pais reunião.
Mensagem para pais reunião.Debora Silva
 
Alimentação saudável - Texto e atividade de Ciências
 Alimentação saudável -  Texto  e atividade de Ciências Alimentação saudável -  Texto  e atividade de Ciências
Alimentação saudável - Texto e atividade de CiênciasMary Alvarenga
 
Frases e tipos de frases
Frases e tipos de frasesFrases e tipos de frases
Frases e tipos de frasesSilmara Robles
 
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racial
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racialAtividades ensino religioso respeito e igualdade racial
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racialAtividades Diversas Cláudia
 
Arte- Cores secundárias.pdf
Arte- Cores secundárias.pdfArte- Cores secundárias.pdf
Arte- Cores secundárias.pdfMary Alvarenga
 
Letra da musica
Letra da musicaLetra da musica
Letra da musicaweleslima
 
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdfCADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdfgiovanagoldnerdiassf
 
Trem bala de Ana Vilela - Análise e entendimento da música
Trem bala de Ana Vilela  - Análise e entendimento da músicaTrem bala de Ana Vilela  - Análise e entendimento da música
Trem bala de Ana Vilela - Análise e entendimento da músicaMary Alvarenga
 
Caça palavras - Bullying
Caça palavras - BullyingCaça palavras - Bullying
Caça palavras - BullyingMary Alvarenga
 
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTAL
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTALSIMULADO 4º ANO FUNDAMENTAL
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTALCristina Brandão
 

Mais procurados (20)

AVALIAÇÃO DE ARTES - 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º BIMESTRE
AVALIAÇÃO DE ARTES - 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º BIMESTRE AVALIAÇÃO DE ARTES - 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º BIMESTRE
AVALIAÇÃO DE ARTES - 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º BIMESTRE
 
Produzindo texto
Produzindo textoProduzindo texto
Produzindo texto
 
A paz - Análise e entendimento da música
A paz   - Análise e entendimento da músicaA paz   - Análise e entendimento da música
A paz - Análise e entendimento da música
 
Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras
 
Avaliação ciencias
Avaliação ciencias Avaliação ciencias
Avaliação ciencias
 
Mensagem para pais reunião.
Mensagem para pais reunião.Mensagem para pais reunião.
Mensagem para pais reunião.
 
PDF: Atividade de Artes: Monocromia, isocromia e policromia – 3º ano do ensin...
PDF: Atividade de Artes: Monocromia, isocromia e policromia – 3º ano do ensin...PDF: Atividade de Artes: Monocromia, isocromia e policromia – 3º ano do ensin...
PDF: Atividade de Artes: Monocromia, isocromia e policromia – 3º ano do ensin...
 
Alimentação saudável - Texto e atividade de Ciências
 Alimentação saudável -  Texto  e atividade de Ciências Alimentação saudável -  Texto  e atividade de Ciências
Alimentação saudável - Texto e atividade de Ciências
 
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: TRÂNSITO E MEIOS DE TRANSPORTE - 3º ANO DO E.F. 1
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: TRÂNSITO E MEIOS DE TRANSPORTE - 3º ANO DO E.F. 1AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: TRÂNSITO E MEIOS DE TRANSPORTE - 3º ANO DO E.F. 1
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: TRÂNSITO E MEIOS DE TRANSPORTE - 3º ANO DO E.F. 1
 
Frases e tipos de frases
Frases e tipos de frasesFrases e tipos de frases
Frases e tipos de frases
 
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racial
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racialAtividades ensino religioso respeito e igualdade racial
Atividades ensino religioso respeito e igualdade racial
 
Arte- Cores secundárias.pdf
Arte- Cores secundárias.pdfArte- Cores secundárias.pdf
Arte- Cores secundárias.pdf
 
AVALIAÇÃO DE ENSINO RELIGIOSO: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - II CICLO
AVALIAÇÃO DE ENSINO RELIGIOSO: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - II CICLOAVALIAÇÃO DE ENSINO RELIGIOSO: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - II CICLO
AVALIAÇÃO DE ENSINO RELIGIOSO: 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - II CICLO
 
Sistema solar
Sistema solar Sistema solar
Sistema solar
 
Letra da musica
Letra da musicaLetra da musica
Letra da musica
 
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdfCADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdf
CADERNO DE ATIVIDADES - FOLCLORE.pdf
 
Trem bala de Ana Vilela - Análise e entendimento da música
Trem bala de Ana Vilela  - Análise e entendimento da músicaTrem bala de Ana Vilela  - Análise e entendimento da música
Trem bala de Ana Vilela - Análise e entendimento da música
 
Caça palavras - Bullying
Caça palavras - BullyingCaça palavras - Bullying
Caça palavras - Bullying
 
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTAL
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTALSIMULADO 4º ANO FUNDAMENTAL
SIMULADO 4º ANO FUNDAMENTAL
 
Geografia 3º ano
Geografia 3º anoGeografia 3º ano
Geografia 3º ano
 

Semelhante a Poesia na Escola 2016

Poesia na escola - alunos
Poesia na escola - alunosPoesia na escola - alunos
Poesia na escola - alunosCazuza Virtual
 
Nosso mundo nossa poesia
Nosso mundo nossa poesia  Nosso mundo nossa poesia
Nosso mundo nossa poesia Sylvia Seny
 
Jose ferreira de_lucena_junior
Jose ferreira de_lucena_juniorJose ferreira de_lucena_junior
Jose ferreira de_lucena_juniorSonia Matias
 
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 20105 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010Confraria Paranaense
 
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 20104 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010Confraria Paranaense
 
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e Artes
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e ArtesAMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e Artes
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e ArtesSammis Reachers
 
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia EvangélicaÁguas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia EvangélicaSammis Reachers
 
3 revista literária voo da gralha azul numero 3 marco abril 2010 final
3 revista literária voo da gralha azul numero 3  marco abril 2010 final3 revista literária voo da gralha azul numero 3  marco abril 2010 final
3 revista literária voo da gralha azul numero 3 marco abril 2010 finalConfraria Paranaense
 
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia Poética
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia PoéticaPoemas sobre Árvores - Uma Antologia Poética
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia PoéticaSammis Reachers
 
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d..."A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...EDSON HANSEN SANT ' ANA
 
+++Livro histórias de amor cereja+++
+++Livro histórias de amor cereja++++++Livro histórias de amor cereja+++
+++Livro histórias de amor cereja+++402040
 
Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999INFISTA
 
Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999INFISTA
 
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...Adriana Rocha
 
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiro
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiroGuia slowfood-100dicas-rio-de-janeiro
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiroJn Dq
 
Guia Slow Food- Restaurantes Rio
Guia Slow Food- Restaurantes RioGuia Slow Food- Restaurantes Rio
Guia Slow Food- Restaurantes RioCarolina Sá
 

Semelhante a Poesia na Escola 2016 (20)

Poesia na escola - alunos
Poesia na escola - alunosPoesia na escola - alunos
Poesia na escola - alunos
 
Nosso mundo nossa poesia
Nosso mundo nossa poesia  Nosso mundo nossa poesia
Nosso mundo nossa poesia
 
Jose ferreira de_lucena_junior
Jose ferreira de_lucena_juniorJose ferreira de_lucena_junior
Jose ferreira de_lucena_junior
 
Movimentos, Trânsitos & Memórias: Temas e Abordagens
Movimentos, Trânsitos & Memórias: Temas e AbordagensMovimentos, Trânsitos & Memórias: Temas e Abordagens
Movimentos, Trânsitos & Memórias: Temas e Abordagens
 
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 20105 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010
5 revista o voo da gralha azul numero 5 julho agosto 2010
 
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 20104 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010
4 revista o voo da gralha azul numero 4 maio junho 2010
 
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e Artes
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e ArtesAMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e Artes
AMPLITUDE - Revista Crista de Literatura e Artes
 
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia EvangélicaÁguas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica
Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica
 
3 revista literária voo da gralha azul numero 3 marco abril 2010 final
3 revista literária voo da gralha azul numero 3  marco abril 2010 final3 revista literária voo da gralha azul numero 3  marco abril 2010 final
3 revista literária voo da gralha azul numero 3 marco abril 2010 final
 
_Cancioneiro_Escoteiro.pdf
_Cancioneiro_Escoteiro.pdf_Cancioneiro_Escoteiro.pdf
_Cancioneiro_Escoteiro.pdf
 
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia Poética
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia PoéticaPoemas sobre Árvores - Uma Antologia Poética
Poemas sobre Árvores - Uma Antologia Poética
 
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d..."A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...
"A expressividade intervalar nos Poesilúdios de Almeida Prado". Dissertação d...
 
LITERATURA SANTACRUZENSE
LITERATURA SANTACRUZENSELITERATURA SANTACRUZENSE
LITERATURA SANTACRUZENSE
 
+++Livro histórias de amor cereja+++
+++Livro histórias de amor cereja++++++Livro histórias de amor cereja+++
+++Livro histórias de amor cereja+++
 
Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999
 
Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999Pinto, ricardo alexandre. 1999
Pinto, ricardo alexandre. 1999
 
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...
Memória coletiva como suporte para o Turismo Cultural: Fronteiras Porosas nas...
 
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiro
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiroGuia slowfood-100dicas-rio-de-janeiro
Guia slowfood-100dicas-rio-de-janeiro
 
Guia Slow Food- Restaurantes Rio
Guia Slow Food- Restaurantes RioGuia Slow Food- Restaurantes Rio
Guia Slow Food- Restaurantes Rio
 
Entreler 1
Entreler 1Entreler 1
Entreler 1
 

Último

PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 

Último (20)

PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 

Poesia na Escola 2016

  • 1.
  • 2. 2 Poesia na Escola PROFISSIONAIS Coletânea ano 2016 Rio. Uma cidade de leitores.
  • 3. 3 PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Eduardo Paes SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Regina Helena Diniz Bomeny SUBSECRETARIA MUNICIPAL DE ENSINO Jurema Holperin COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO Maria de Nazareth Machado de Barros Vasconcellos E/SUBE/CED – GERÊNCIA DE MÍDIA-EDUCAÇÃO Simone Monteiro de Araújo EQUIPE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO POESIA NA ESCOLA E/SUBE/CED Gerência de Mídia-Educação Revisão: Ana Margarida Ferreira de Sant´Ana Fernandes ,Catharina Harriet Machado Vasconcellos Soares Baptista, Luciane de Assis Almeida, Martha Maria Gomes e Martha Rocha. PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM A SELEÇÃO DE POEMAS Ana Margarida Ferreira de Sant’ Ana Fernandes Andrea Cristina Rossi di Gioia Angela Santana do Nascimento Fátima Regina dos Santos França Luciane de Assis Almeida Mara Jane Felippe Oliveira de Carvalho Márcia Romualdo da Silva Rita Cassia Lima Vaz Produção permitida, citando fonte e autores
  • 4. 4 Prezado Leitor, É com muita alegria que compartilhamos a edição da Coletânea de Poemas dos Profissionais da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, por meio do Projeto Poesia na Escola, versão 2016. Muitas vezes, o mundo contemporâneo e suas “vertigens” nos oferecem um cotidiano embrutecido, fazendo-nos deixar de lado a fruição da beleza tão instantânea da vida. Como atividade essencialmente humana, a Arte pode ser elemento catalisador desses momentos e ressignificar muito do que vemos, ouvimos, sentimos e lemos. Assim, parafraseando os versos de Carlos Drummond de Andrade, precisamos deixar que a “poesia de hoje inunde-nos a vida inteira”, como o fizeram, tão generosamente, os profissionais de nossa Rede, que se debruçaram sobre diversas inspirações e compuseram os escritos que ora apresentamos. Parabenizamos nossos poetas por seus versos e fazemos votos de que a poesia os persiga vida afora! Helena Bomeny Secretária Municipal de Educação MENSAGEM
  • 5. 5 SUMÁRIO MENSAGEM....................................... 4 1.ª CRE INVENÇÃO......................................... 8 Declev Reynier Dib Ferreira ANDARILHO....................................... 9 Leila Barbosa Visco Vieira CONSTATAÇÃO I .............................. 10 Carlos Eduardo Soares O EU-LAR......................................... 11 Otávio Augusto Souza Rodrigues A ORÍGENES LESSA .......................... 12 Mercedes Formigo Fariña HOMENAGEM.................................. 14 Maria Inês Garcia PALAVRAS INVERTIDAS .................... 15 Silvania Vitoria C.onceição do Nascimento VIDA DA ESCOLA NA VIDA............... 16 Aline Moreira Barrucho MANIFESTO FILOSÓFICO .................. 17 Antônio Manoel Lima de Holanda GRITOS NO SILÊNCIO ....................... 19 Marcelo da Rocha Moura SOLIDÃO.......................................... 20 Silvia da Silva Cardoso de Souza 2.ª CRE NOSSO AMOR.................................. 21 Márcia Souza ESCRAVIDÃO.................................... 22 Mônica Borges Menezes 3.ª CRE AMOR SOBERANO ........................... 23 Elizabeth Frazão dos Santos DESTINO ......................................... 24 Sandra Lima Machado BEIJO LENTO.................................... 25 Ana Cláudia de Abreu Soares LUTAR COM PALAVRAS .................... 26 Carlos Mauricio da Cruz MEMÓRIAS ..................................... 27 Marisa Alves Macedo O MENINO POBRE............................ 28 Ana Claudia Leoni INTENSIDADE................................... 29 Beatriz da Silva Fraga Nunes ENSINAR É... .................................... 30 Patrícia Cristina da Silva Gomes SIMPLESMENTE ATÉ ......................... 31 Ana Lúcia da Rocha Marcelino AMOR NÃO É SENTIMENTO ............. 32 Amanda Cristina Motta Francisco Borges AMOR DE PROFESSOR ..................... 33 Marilene Regina Calado Julianelli 4.ª CRE “TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL”..... 34 Sandra Vieira da Costa FAZER ARTE, FAZER PARTE................ 36 Gabriela Nascimento Santos FATO................................................ 37 Gabriela Nascimento Santos SER AVÓ DE MENINO....................... 38 Solange Simões Alves HORA DA HISTÓRIA ......................... 39 Ana Paula Cardoso Soares SEJA UM DOADOR ........................... 40 Cláudia Bonavita de Oliveira LUGAR DE SONHAR.......................... 41 Jaqueline de Araújo PRAIA BEIRA MAR (RIO DAS OSTRAS )...42 Lúcio Carvalho Ignácio RIO, ENCANTO MEU......................... 43 Petronilha Alice Almeida Meirelles CORAGEM ....................................... 44 Elizete Knippél do Carmo CANTIGA DE NINAR .........................45 Débora Cristina Rodrigues Esteves 5.ª CRE VIDA................................................46 Liane da Cruz Alves FELICIDADE......................................47 Maria da Penha Trajano de Oliveira
  • 6. 6 A VIDA: DOM DE DEUS .................... 48 Jocenir Imaculada de Abreu Pereira SER ESTUDANTE............................... 49 Leandro Gama Junqueira DELÍRIO HUMANO ........................... 50 Rosana de Souza Pereira Carvalho INFINITO .......................................... 51 Jéssica Guimarães Ribeiro PARADOXO ...................................... 52 Liliana Secron Pinto SER FRATERNAL ............................... 53 Ana Lídia Saldanha Dias Reis POESIA!........................................... 54 Tereza de Jesus Costa Santos Rocha CANTO............................................. 55 Murilo dos Santos Antunes 6.ª CRE E SE? ............................................... 56 Vania Lucia Machado de Feu A FORMA DA ÁGUA......................... 57 Luciana Nascimento de Almeida GENTE, OLHA ESSA GENTE.............. 58 Mirian dos Santos Emerick MAR ................................................ 59 Nice Neves Butta POEMA DE AMANHÃ ....................... 60 Aira Bruno de Oliveira dos Santos SONETO MEU ................................. 61 Claudia Alves Moreira DEPRESSÃO ..................................... 62 Jorge Luiz Monteiro Peçanha CADEIRA VAZIA................................ 63 Luís Carlos Santos Nicácio FAZER O QUÊ? ................................. 64 Ester de Barros França DESPEDIDA ...................................... 65 Vania Maria Rohem Bastos 7.ª CRE PETRA.............................................. 66 Rodrigo Sant’Izabel Ribeiro AMARÍLIS......................................... 67 Eloísa Oliveira dos Santos PORTO – PARATY.............................. 68 Silvia Regina dos Santos e Castro PALAVRAS SORRATEIRAS.................. 69 Érika Satlher Rolhano Messias A VIDA E A GANGORRA ................... 70 Diogo Neves Gomes da Silva AS LEIS DO UNIVERSO...................... 71 Sonia Regina Oliveira Villarinho PROXIMIDADE DISTANTE ................ 72 Fátima Cristina Dória Ramirez dos Santos O BARCO ........................................ 73 Luiz Fernando Henriques Martins QUEM SABE, UM DIA....................... 74 Saionara Cristina da Silva LIDERANÇA...................................... 75 Aracy de Oliveira Simões NO MEU TEMPO... ........................... 76 Silvânia Alves dos Santos SAMPLEANDO II............................... 77 Paulo Fleury 8.ª CRE A VIDA TOMBA ................................ 78 Edimilson Ramos “SUCESSO PRA TI, MAS...” ............... 79 Sérgio de Barros Morgado Júnior PELA JANELA,... ............................... 80 Sérgio de Barros Morgado Júnior PROFESSOR...................................... 81 Viviane Menezes Mainenti UMA VOZ ........................................ 82 Cristina de Souza Ferreira da Silva CALO ............................................... 83 Luciana Ribeiro Leal ESPELHO.......................................... 85 Alzira de Cassia da Hora Motta ESPERANÇA ..................................... 86 Ilsa Teixeira do Nascimento QUEM SOU ...................................... 87 Neila Barsand deLeucas SEU ESTRANHO PEDIDO DE SOCORRO....88 Katia Zandomingo Soares 9.ª CRE LÁGRIMAS ....................................... 89 Flávio Itôr da Silva SÓ MAIS... ....................................... 90 Lucília Lopes
  • 7. 7 FELICIDADE NA CONTRAMÃO ......... 91 Tessa Tavares da Fontoura VOZ DA IDADE................................. 92 Daniele Silva do Nascimento AMORTECEDOR ............................... 93 Ana Lucia da Silva Lima Monteiro BORBOLETA ..................................... 94 Marcela Bazilio da Silva O TEMPO ......................................... 95 Rosilane Freitas dos Santos SONHO............................................ 96 Ana Rogéria Gonçalves Rodrigues FAMÍLIA - MEU MAIOR TESOURO .... 97 Marcos José Xavier Brandão QUANDO SE TEM ALGUÉM .............. 98 Cláudia Simone Alves 10.ª CRE MINUTOS INTENSOS ........................ 99 Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro LUCIDEZ ........................................ 100 Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro DOCE PARTIDA............................... 101 Denise Francisca Ramos TEMPO........................................... 102 Cristiano dos Santos Lemos VIVÊNCIA ...................................... 103 Cristiano dos Santos Lemos SEM RIMA, SEM MÉTRICA.............. 104 Liane Costa Felizardo SEU LOBO ...................................... 105 Carlos Eduardo Ferreira de Oliveira MÃE ATLETA .................................. 106 Antonia Maria Gonçalves CADÊ MINHA VÓ?.......................... 108 Micheli Pires da Silva MINHA RAZÃO PRA TE AMAR......... 109 Eduardo Santos de Souza A DONA ROSA ............................... 110 Cássio Luís Veríssimo 11.ª CRE AVALIAR PARA QUÊ?......................111 Roberto da Silva Fernandes CÁLICE NOS BASTIDORES............... 112 Vera Lúcia Bulhões Góes Bastos VOCÁBULO ................................... 113 Giano José de Azevedo SELENA ......................................... 114 Giano José de Azevedo POESIA DOS MUROS ...................... 115 Karla Soares Antunes A VIOLETA DESTA TARDE................ 116 Diego Knack O BREVIÁRIO DO POETA................. 118 Diego Knack REVELAÇÃO ................................... 119 Giovanna Salazar Mousinho Bergo AMANHÃS ..................................... 120 Marcelo Carreiro Freire O LIVRO DAS FLORES ..................... 121 Michel Serpa Santos INSTÂNCIA..................................... 122 Manoel Marcos da Costa CREJA NATUREZA QUE HÁ EM MIM.......... 123 Daniel Pereira de Oliveira DE ONDE VEM A ESPERANÇA?....... 124 Gissele Luanda Cruz da Silva Ferreira MULHER ........................................ 125 Getúlio Rezende Benevides
  • 8. 8 1.ª CRE INVENÇÃO Declev Reynier Dib Ferreira Eu invento, reinvento, refaço Jogo fora E faço tudo de novo. Eu penso, repenso, invento Balanço a cabeça Pra pensar de novo. Depois eu penso em outras coisas que invento E como este invento Já foi inventado Eu reinvento tudo diferente. E vou fazendo Até fazer como eu quero. Mas como eu nunca faço como eu quero Eu refaço, reinvento, repenso Revivo E revivendo, Vou vivendo, E.M. 01.01.007 Marechal Mascarenhas de Moraes Professor I de Ciências
  • 9. 9 ANDARILHO Leila Barbosa Visco Vieira Pelas relvas, pela selva Pastos, campos a vagar Entre sonhos da insônia Pela serra, vale e ar Ando pelo coração do amante Na multidão distante Sem rumo é meu andar Colho mel das flores Bebo das fontes sabores Não me deixo descansar Terras sem dono Casas pequenas, rios serenos Estrelas cadentes, luz reluzente Meus passos vou deixar No fosso, no esgoto, no cansaço Da solidão me afasto O sorriso da criança abraço Busco curvas na esperança É longo meu caminhar Busco vida Até a morte chegar. E. M. 01.02.007 Orlando Villas Boas Professor II
  • 10. 10 CONSTATAÇÃO I Carlos Eduardo Soares Fica aqui. Não dito, pensado, sentido, imaginado. Sufoca aqui. Não dito, pensado, sentido, imaginado. Amarga aqui. Não dito, pensado, sentido, imaginado. Não há som, não há escrita. Há este aqui sufocante e amargo. Não dito, pensado, sentido, imaginado. E. M. 01.03.001 Estados Unidos Professor I de Artes Plásticas
  • 11. 11 O EU-LAR Otávio Augusto Souza Rodrigues Eu sou todos os cômodos de uma casa A cada instante do dia, A cada momento sou um cômodo diferente. Se sou varanda, Sou observador. Presto atenção em quem chega Presto atenção em quem sai O entrar e sair na minha vida Tudo observo. Contemplo o além de mim Visualizo tudo ao meu redor. Se sou sala, Sou receptivo, sou social. Trato a todos com cordialidade, Sou comunicativo. Entro em contato com o mundo. Preocupo-me com a aparência. Preocupo-me com o que pensam. Se sou quarto, Sou introspectivo Sou reflexivo Adormeço em minha consciência Descanso em minhas ideias Construo a minha identidade Preservo a minha individualidade. Se sou cozinha, Sou espontâneo. Coloco em prática o que almejo Ajo conforme a minha vontade Tempero a minha vida. Cozinho o meu tempo Coloco os problemas em banho-Maria. Se sou banheiro, Sou depurador. Descarrego minhas energias. Limpo os maus pensamentos. Lavo a minha alma. Me renovo. Me transformo. E.M. 01.03.005 Mário Cláudio Professor I de Geografia
  • 12. 12 A ORÍGENES LESSA Mercedes Formigo Fariña Suas obras me levam à infância, A sonhar com as memórias de um cabo de vassoura, Com as memórias de um fusca, confissões de um vira-lata ou de Juca Jabuti. Cresci. Fui ler o feijão e o sonho, Dividida, divertida, ingenuidade palavrosa, Caindo do real para o ficcional, Esse jogo divertido, muitas vezes sofrido. Poesia não dá casa e comida, Dizia minha mãe ao saber da minha opção por literatura. Case com a Matemática! Lhe dará juros e dividendos. Pobre personagem Campos Lara, Alter-ego de Orígenes? Quem poderá saber? Mas de baixo daquela mangueira Sonhando a vida inteira em ser, Maria Rosa não o podia entender. Pobre Orígenes! Digo: pobre Campos Lara! Sinfonia atravessada da direita para a esquerda Não perde as convicções De ganhar a vida como escritor. Romancista social, representa os anos trinta. Diga trinta e três. Leitor paulista de Lençóis Preso e levado para Ilha grande Por viver sonhos de liberdade. Às vezes, fugindo pra ficção, Outras catando o feijão. O feijão de cada dia. Feijão duro de ganhar Levantar às cinco e ir para o jornal. Buscar notícia fresca ou contar em cordel A vida do Coronel.
  • 13. 13 Getúlio Vargas vai pro cordel. Bota o homem na parede Tira, tira da parede... Quanta história pra contar. Preso na Ilha Grande, Escreve como resposta “Não há de ser nada” E esse original Orígenes De tudo isso fez canção. Ganhou pão e prêmios. E até entrou pra academia. Vejam, só!!! E.M. 01.03.005 Mário Cláudio Professor I de Língua Portuguesa
  • 14. 14 HOMENAGEM Maria Inês Garcia Formosa, elegante Graciosa e fulgurante Desliza na avenida e na vida Cores, matizes, espelhos, reflexo, irmãos Para além do tempo e do espaço Na singela engrenagem do cotidiano Alfa e Ômega Riscos, desafios, descobertas Honras e homenagens ventiladas no além mar No horizonte paciente do dia No deslizar da noite Canta, encanta, empolga, celebra Convida, convive, partilha Protege e acalenta seus filhos do luar samba Alimenta, nutre e embala uma História Em seus pés ... o seu bailar Na estrada, na quadra, linguagens de esperança Na morte, que ninguém escapa reluz seu brilho Respeito ! Na alma de cada ser um presente, pressente uma luz No silêncio fecundo, no ruar da cuíca Em cada passo ofegante Ei-la, Mangueira ! E.M.01.07.006 Marechal Trompowsky Professor II
  • 15. 15 PALAVRAS INVERTIDAS Silvania Vitoria Conceição do Nascimento EVA liberta a AVE que esvoaça para a AMORA exalando seu AROMA até ROMA, Cidade do AMOR e do ATOR que em sua ROTA interpreta somente o que lhe satisfaz passando assim PAZ. E a platéia extasiada manda-lhe um ZAP, parabenizando pelo que faz! E.M. 01.23.002 Santa Catarina Professor II
  • 16. 16 VIDA DA ESCOLA NA VIDA Aline Moreira Barrucho Na escola da vida Aprendi a dizer não, Aprendi que um sorriso Vale mais que um milhão. Saber não é tudo, Nem tudo é preciso saber Saber viver é coisa rara Que nem todos sabem fazer A vida ensina, Na calma ou na marra Ou se abre ou se fecha Ou se fala ou se cala A razão e a emoção São as bases da pirâmide Há de ter um equilíbrio Se não vira um turbilhão! E.M. 01.23.004 Juan Antonio Samaranch Professor I de Língua Inglesa
  • 17. 17 MANIFESTO FILOSÓFICO Antônio Manoel Lima de Holanda Acorda, homem! Traga tua alma E espanta teus medos. Que não haja Deus... Que sejas Deus! Conhece teu mundo, Esse doce brinquedo, conquistas, E depois te leva a vida. Lambe teus pensamentos E sente o gosto da esperança. Não estamos sós, Somos muitos. E o homem é eterno. Santifica teus instantes, E conhece e ama cada coisa, Pois amanhã, quem sabe, a morte Roubará teus sonhos, E não poderás mais... Cheira a flor! Afaga teu semelhante! E faz o possível, Para homens livres e iguais... Saca teu tempo, homem, Transforma teu minuto, Em segundos de luz... Dê significado a cada ação e desejo. Te apaixona não pelo chegar Mas pela caminhada... Beija teu filho como se fosse nunca mais... Vive como a morte fosse amanhã... Não espere o momento especial,
  • 18. 18 Cada instante o é... Vista suas melhores ideias, e saia por aí... O tempo é sábio e tem magia; E precisa de ti e de cada um de nós, Para fazer valer o “estar vivo”. Ama e conhece! E faz da tua vida, A minha vida! A nossa vida! Qualquer vida! Todas as vidas!!! E.M. 01.23.004 Juan Antônio Samaranch Professor I de Educação Física
  • 19. 19 GRITOS NO SILÊNCIO Marcelo da Rocha Moura Não sinto fome, Embora não tenha me alimentado. Uma fraqueza me envolve o corpo Feito o abraço que não tenho. Essa ausência consome minha dignidade E me lanço aos pés descalços da solidão Suplico aos céus uma saída e é lá que eu a encontro, Do chão sujo e seco por onde ando. Ah, caminhos tortuosos por onde tenho andado, Até onde me levarás? Anseio enxergar um oásis neste deserto E me banhar nas águas da felicidade, E saciar minha sede, E descansar como um trabalhador após a labuta. Estampar um sorriso, mesmo que insano, Mas que disfarce em mim a penumbra deste tempo. Me leva e me eleva em direção ao sol Onde há luz e calor. E. M. 01.07.016 Josué de Sousa Montello Agente Educador II
  • 20. 20 SOLIDÃO Silvia da Silva Cardoso de Souza Solidão espaço sem fim Noite de angústias Tempo ruim Solidão espaço vazio Vertigens no escuro Eco do nada Solidão, noite vazia Triste argumento De quem é só. E.M. 01.02.001 Celestino da Silva Responsável
  • 21. 21 NOSSO AMOR Márcia Souza Nosso amor baseado em desencontros De momentos tão difíceis não deu Mais pra segurar Nosso amor tanto tempo dedicamos Refizemos nossos planos E de nada adiantou Começamos sem começo Era lindo o nosso apreço Que o tempo afastou Nosso amor Tinha tudo pra dar certo Era água no deserto Foi de alma e coração Se morrer, morro contigo Sou teu ombro, teu amigo Muito mais que uma paixão Nosso amor, se perdeu Do seu caminho. Virou água, não deu vinho A distância aconteceu Insistir não vai dar jeito Já não bate em nosso peito Nem dispara o coração. E.M. 02.04.010 Francisco Alves Professor II 2.ª CRE
  • 22. 22 ESCRAVIDÃO Mônica Borges Menezes Preciso me libertar Não suporto mais esta escravidão Me liberto então em pensamento, através dele, faço o que quero. Vivo livre! A pressão me consome A pressão me enjaula A escrita me liberta!!! Vivo presa... Presa no meu corpo, na minha casa nos meus desejos... Ah! Mas no meu pensamento?! No meu pensamento voo livre... E.M. 02.09.001 Benedito Ottoni Professor II
  • 23. 23 AMOR SOBERANO Elizabeth Frazão dos Santos Não sabemos quando nasce um grande amor. Sabemos quando ele torna-se presente. Existe amor proibido ou impossível? Certo ou errado? O amor é livre de julgamentos, Pois liberta os escravos do medo. Ilumina os caminhos sombrios “Amolece” os corações “duros” O amor... Passaria longa horas escrevendo Sobre esse sentimento, mas não. Prefiro vivê-lo intensamente Os meses se passaram O presente é só amor. E o futuro? Quando se tornar passado, Fará parte das minhas doces lembranças. E.M. 03.13.020 Bento Ribeiro Professor I de Ciências 3.ª CRE
  • 24. 24 DESTINO Sandra Lima Machado Minh’alma eu lavo na poesia É ela quem cura minhas tristezas Limando as asperezas Da vida sofrida Angústia vivida Em palavras Humanidade buscada Nesse mundo cão Traição e confusão Ferem o íntimo Trazendo um turbilhão De emoções Que esperar de quem não se solidariza? Que vê chorar a um irmão? Não consola e ri bestamente Da dor de outrém Na solidão? Sofre o poeta porque pensa Que sua dor pode estar Em qualquer um Desnudando sua cerne Ao infinito Sentindo-se como um verme Em oração Pedindo perdão ao Pai Por sentir raiva Daquele que lhe feriu Em luto deixou Seu coração Mas mesquinhez é comum Na atualidade Ó raça tão devastadora! Que faço parte também Em minha pequenez realidade!! E.M. 03.13.033 Maria Isabel Bivar Professor I de Língua Portuguesa
  • 25. 25 BEIJO LENTO Ana Cláudia de Abreu Soares Corre, passa logo tempo! Entrega, limpa, arruma, faz! Acorda agora, é pra amanhã! Vamos, tá pronto? Envia já! Passa poste, passa prédio, monumento, carro, trem. Perdi o metrô! Passa homem. Assine o contrato. É tanto retrato... Vê mais um café? E viva à Tecnologia! São tantas as teclas e sempre a dançar! Um mar de palavras que vem e que vão... A vida, não para? E nas entrelinhas da agenda fiel O novo, o sutil, prestes a se revelar. Tão branco e negro Inocente e sábio Infinito céu de contradições... Envolve-me inteira sem pedir licença O meu Amor... Seu sorriso? Sim, tem flores! Traz a vida, tira o chão... Inda esqueço “desflutuar”! Minha nossa, já são 6?! A planilha, a caneta! O relógio despertou? Vai, separa, sim, segura! Corre, para, pega, solta! Sorri agora: olha a foto! Chega, parte, apronta a mala. Cadê o contrato? Imposto de Renda! Fez supermercado? Pague o boleto gerado. Cadê meu sapato? Rescinda o contrato! A festa é na sexta? Comprei os ingressos. Vou ler meus impressos. Cadê meu Amor? Vou pôr nesta agenda: PRE-CI-SO-DE-BEI-JO! E.M. 03.12.005 Dom João VI Professor II
  • 26. 26 LUTAR COM PALAVRAS Carlos Mauricio da Cruz Muito embora a luta seja vã, conforme diz o poeta, eis-me aqui, mais uma vez, a lutar com as palavras. Em meio a metáforas, hipérboles e paradoxos, a vida segue e nos surpreende a cada palavra dita ou calada. Se falo, me decifro Se calo, me devoro Se grito, me agito Se indago, me exploro. E são tantas afirmações E negações de exclamações Que termino reticente... Diante da grande interrogação Que é viver. Resgatar o pretérito Para viver um incerto futuro? Ou investir num certo presente Para constatar que o tempo É mera ilusão? Fingindo não me importar com o resultado, Adjetivo nomes Conjugo hipóteses Discordo de regências E pontuo concordâncias Na luta verbal de todos os dias. E.M. 03.13.042 Goiás Professor I de Língua Portuguesa
  • 27. 27 MEMÓRIAS Marisa Alves Macedo O dia passou Com uma névoa Embaçando a memória, Que insiste em se revelar... Cheiros Cores Aromas Sabores E sensações Inquietam a alma, Revisitando Fatos Lugares Pessoas Saudade... Um vazio estranho no peito. Que vontade de voltar no tempo! Que vontade de rever vocês... E.M. 03.12.006 Ministro Orosimbo Nonato Professor I de Língua Portuguesa
  • 28. 28 O MENINO POBRE Ana Claudia Leoni O menino é pobre, mas o menino pode Acredita no menino Pega essa criança, cuida, ama Faça o menino sonhar Transmuta pobreza em superação. O menino é pobre, mas o menino pode Menino lindo: Pele cor de jambo, cabelo de mola, olhos de jabuticaba Com energia de um furacão Olha para esse menino, escuta essa criança Ama. Acredita nessa vida, acredita no menino humilde Porque a pobreza é nada Perto da alegria de ver o menino pobre Crescer, vencer e ser feliz apesar de tantas injustiças sociais. E.M. 03.12.032 Reverendo Álvaro Reis PEF de Inglês
  • 29. 29 INTENSIDADE Beatriz da Silva Fraga Nunes Se o amor atendesse por outro nome, todos os poetas clamariam por apenas um: o seu, pois como as esmeraldas, brilham nas bolsas de aristocratas E as estrelas queimam incandescentes nos mais altos céus. Assim também meus sonhos Vagam por espaços nunca antes imaginados. E encontram nos seus braços O único alento que um mortal encontraria como um bem Mais precioso e duradouro do que a própria imortalidade Minha vida se entrega com a suavidade de uma flor Que se curva ante o vento para sentir seus lábios. No seu perfume encontro a paz que nunca imaginei existir Seria ousadia consentir que o desejo se rende aos seus pés? Talvez não. Chama-me quando quiseres, que rendida Estou aos seus encantos. Seus olhos me chamam Eu simplesmente respondo: Aqui estou!!!!! E.M. 03.12.032 Reverendo Álvaro Reis Professor II
  • 30. 30 ENSINAR É... Patrícia Cristina da Silva Gomes Eu, professora, nessa missão de ensinar, aprendendo com a dor, a profissão que se resume a doar... Meus aprendizes pequenos, seguindo a estudar, são promissores doutores, o seu valor a buscar... Vale a pena se falar, que o verdadeiro educador, dedica-se a aprender e busca sempre entender... Precisamos ser como criança e desvendar o dilema: com amor, ensinar e aprender. Como sempre, é o nosso tema. Paciência, Tolerância e Amor. Amor, Tolerância e Paciência. Sem receio, necessitamos expor, nem precisamos seguir a sequência. Doar-se e se dar valor, sem resistência, vale a pena. Educação pública com ânimo e vigor, dedicação, ensino e aprendizagem de preferência! E.M. 03.13.013 Ministro Gama Filho Professor I de Língua Portuguesa
  • 31. 31 SIMPLESMENTE ATÉ Ana Lúcia da Rocha Marcelino Sorrisos muitos Brincadeiras diversas Carinho, amizade, amor... Choros, sim. Eu chorei. Chorei ao ver que você insistia Em se esconder Por trás do escuro de seus olhos Queria provar o que nunca existiu. Hoje me alegro ao ver Que estás de volta E, depois da tempestade, Vem sempre um lindo sol. A nossa amizade não terá nunca um ponto final E sim um até logo Até breve... Ou, simplesmente, Até! E.M. 03.12.005 Dom João VI Agente Educador
  • 32. 32 AMOR NÃO É SENTIMENTO Amanda Cristina Motta Francisco Borges Amor não é sentimento. É decisão! Decido amar quem me feriu E quem nunca me estendeu a mão. Amor não é sentimento. É decisão! Olvido todas as mágoas E me entrego de coração! Amor não é sentimento. É decisão! Abraço o que mendiga, E não lhe nego um pedaço de pão! Amor não é sentimento. É muito mais! É estar em meio a uma guerra E ainda assim ter paz. Amor nasce no meio do nada, Na areia mais frívola do deserto triste Nasce no coração de quem é HUMANO Nos lugares onde a empatia existe. E.M. 03.13.15 República do Peru Professor I de Língua Portuguesa
  • 33. 33 AMOR DE PROFESSOR Marilene Regina Calado Julianelli De repente não há mais voz! De repente estamos sós! De repente houve um fim. E você nunca mais ficará perto de mim. Sonhos, devaneios, buscas insensatas! Caminhos entrelaçados, amores disfarçados. Uma noite, uma despedida! Uma noite alguém perde a vida! Sem busca, sem outrora, sem saída. A moto rodou, se perdeu numa nuvem escura e fria! O silêncio se fez, A música parou de tocar! Não há mais surpresas no ar! Não há mais ideal a buscar. Raul e Gonzaguinha, meu amor, Vieram te encontrar! Em meio a estrada aberta, Um mundo ali se encerra! E você foi embora! Na carona das estrelas, Augusto José. E.M. 03.13.15 República do Peru Professor II
  • 34. 34 “TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL” Sandra Vieira da Costa Se o dia nasceu belo O sol a nos encantar “Tá tranquilo, tá favorável” Mas, se a chuva inundou cidades Levou casas e há corpos para enterrar “Tá tranquilo, tá favorável “ Se o meu time venceu na segunda divisão “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se há violência nos estádios E o cartão vermelho é seu “Tá tranquilo, tá favorável” Se a criança nasceu Robusta e perfeita “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se a ignorância ou a maldade Vitimou embriões “Tá tranquilo, tá favorável” Se a paisagem é paradisíaca E atrai multidões “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se um mísero inseto Vira gigante e a nação adoece “Tá tranquilo, tá favorável” Se a minha casa é minha vida E as bolsas estão cheias “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se lares são invadidos 4.ª CRE
  • 35. 35 Por balas perdidas E a violência é minha vizinha “Tá tranqüilo, ta favorável” Se o meu grande amor me presenteia Com flores e chocolate “Tá tranquilo, tá favorável” E se indiferença nos cega a vista Vira capa de revista “Tá tranquilo, tá favorável” Se o subo a rampa com faixa no peito Clamando respeito “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se minha palavra tornou-se piada Só enxergo desgraça “Tá tranquilo, tá favorável” Se o futuro é um gigante Que almeja esperança “Tá tranquilo, tá favorável” Mas se o dinheiro dá pro feijão comprar Pior do está não pode ficar Será?... E.M. 04.30.003 Bahia Professor II
  • 36. 36 FAZER ARTE, FAZER PARTE Gabriela Nascimento Santos Se você gosta de Arte Artista pode ser. Pontos, linhas, cores, formas Para o desenho aparecer. O pintor é um poeta, Um poeta diferente. Seus quadros são os versos Que encantam tanta gente. Artista ou arteiro, Poeta ou pintor. Da vida a Arte faz pArte E o mundo ganha mais cor. E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi Professor I de Artes Plásticas
  • 37. 37 FATO Gabriela Nascimento Santos Numa terra de Chiquinha, Joaquina e Carmem Miranda Estupram mulheres, moças E crianças. Cadê a evolução? Ficou apenas na canção. Cadê a liberdade? Procura-se por toda parte. E a doce alegria? É perdida a cada dia Neste mar de agonia. E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi Professor I de Artes Plásticas
  • 38. 38 SER AVÓ DE MENINO Solange Simões Alves É jogar bola e rodar pião, Brincar de carrinho e caminhão. Pingue-pongue, totó, E futebol de botão. É subir em árvore e soltar pipa, É brincar de barquinho de papel E andar de carrossel. É sonhar e brincar na imaginação. É viajar no mundo com as histórias, É ser princesa, protegida pelo príncipe sem medo de bruxas e de bicho papão. É descobrir que a melhor cor é a do céu. É amar, é sorrir, é brincar Ser feliz! Descobrir nesse sonho, Que o bem maior é ser avó. E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo Professor II
  • 39. 39 HORA DA HISTÓRIA Ana Paula Cardoso Soares Cada gesto. Cada olhar. Cada sorriso, A esperar. É a hora, Da história, Que a Sala de Leitura, Vai anunciar! E já vai começar... Se tem suspense, Paira no ar. Se tem mistério, É de arrepiar! E se tem música, Vamos cantar? Quando é de romance, Coração vai acelerar. Quando é de aventura Quem vai se arriscar? Cada história, Cada sonho, Cada sentimento. É a leitura, Que contagia A todos Aqui neste lugar! Lugar de livros. Lugar de criar. Lugar de descobertas. Lugar de sonhar. Lugar de saborear, Palavras escondidas. Lugar de encontrar, Histórias perdidas. Lugar mágico. Lugar feliz. Lugar de crianças, Ouvindo histórias... Criando histórias... E pedindo bis! E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo Professor II
  • 40. 40 SEJA UM DOADOR Cláudia Bonavita de Oliveira Doe, Doe com amor Doe com o coração Doe com alegria E receba gratidão. Doe, Doe amizade Doe compaixão Doe gentileza E recolha com emoção. Doe Doe o seu tempo Doe o seu ouvido Doe os seus conselhos E ganhe um amigo. Doe Doe o seu corpo Doe o seu útero Doe o seu sangue E dê à luz uma dádiva. E. M. 04.31.006 São João Batista Merendeira
  • 41. 41 LUGAR DE SONHAR Jaqueline de Araújo Sabe aquele lugarzinho Que toca o coração? Ao passar pela porta, Sentimos a emoção! Lugar de gente feliz! Feliz e muito antenada Aqui convivem adultos, jovens E toda criançada. O saber, o livro e a caneta Se tornam nossos amores Nosso lugar de sonhos E de muitos sabores. Se você não adivinha Vem com a gente conhecer. Nossa escola de leitores, Você vai amar Você vai ver! Ainda não adivinhou, O lugar que estou falando? É nossa escola amada Nossa Conde de Agrolongo E.M. 04.11.016 Conde de Agrolongo Professor II
  • 42. 42 PRAIA BEIRA MAR (RIO DAS OSTRAS ) Lúcio Carvalho Ignácio Longe a espuma se espalha, das ondas leves beijadas pelo vento. Puro sabor de sal marinho em teu corpo. Que percorro com os olhos. A traçar um roteiro de desejos. Espero em silêncio que tu percebas meu olhar Enquanto quem te acompanha não pode me ver E também não (sabe) contemplar-te a beleza Como a mim, agora, é permitido por algum deus distraído . . . Pudesse eu agora tomar o lugar deste deus E fazer das ondas meus braços, te envolveira, Conduzindo-a ao meu reino e a faria rainha. Mas fico a olhar a espuma num devaneio caótico Pois não sou um deus e o mar não me pertence. Nem o sabor de tua pele com as rosas de sal Poderei sentir . . . O meu olhar não tem a força desta brisa Que agora, te revolvem os cabelos, cobrindo-lhe o rosto, Que te agita em gestos suaves a arrumá-los Num sorriso sem propósito, mas tão rico de detalhes e encanto, Concorrendo com toda beleza e imensidão desta praia . . . Em mais esta tarde de solidão e sossego. E.M. 04.10.016 Chile Professor I de História
  • 43. 43 RIO, ENCANTO MEU Petronilha Alice Almeida Meirelles Quantas ruas, becos e vielas Transpassam dentro de mim São as esquinas da vida Que escondem meus fragmentos. Nas largas avenidas Que amolecem o meu pisar Ah, princesinha do mar! Garota encanto de Ipanema Ah, sol da Prainha! Barraca do Pepê Reserva Marinha Desenrola meu espírito. Alô, alô!!! Realengo, Madureira, Penha! Trilhas de profundas caminhadas Tijuca, Andaraí e Vila Isabel Marchinhas de muitos carnavais Meu Império Serrano Nascido no alto da Serrinha Tudo cantas meu Rio de Janeiro És tu que mora nos cantos de mim. E.M. 04.11.014 João de Deus Professor II
  • 44. 44 CORAGEM Elizete Knippél do Carmo É preciso coragem! Coragem para enfrentar problemas, Desfazer dilemas... Ir à luta, Viver... Ter coragem é necessário; Para aceitar o difícil Orientar um “irmão” Aceitar o inaceitável... Driblar o inevitável: dizer não! Ter coragem dá TRA-BA-LHO... Não o trabalho árduo do dia-a-dia. É a dificuldade de ter controle... É lutar para vencer dores... É defender amores... É saber também perder. Ter coragem é necessário: sempre! Ficar sem ela? Jamais! Mas... se fraquejar, temer... Isso faz parte da vida, do viver. E.M. 04.30.003 Bahia Professor I de Língua Portuguesa
  • 45. 45 CANTIGA DE NINAR Débora Cristina Rodrigues Esteves De onde vem sua luz? Brilhava em outro lugar Agora a vida lá fora Sorri pra você chegar... Teus pés pequeninos Mal tocam o chão Mas correm desbravando caminhos Que se abrem em meu coração... Pedro, pedrinha de rio, Risos no quintal. Parede desenhada, roupinha pendurada Colorindo mundo e varal... Pedro, pé de moleque, Bolinhas de sabão. E uma fada encantada, pede a lua emprestada Pra enfeitar tua canção... E.M. 04.31.023 Presidente Gronchi Professor I de Educação Física
  • 46. 46 VIDA Liane da Cruz Alves Com tolerância na vida Nós devemos aprender Que tudo passa Até um novo amanhecer Pessoas nascem Pessoas morrem Pessoas aprendem A sobreviver! Esperando uma vida Que seja melhor Onde a tolerância Esteja ao nosso redor Vida minha Vida tua Vida nossa Vida misericordiosa Vida mansa Vida cheia Vida que seja Para todos maravilhosa! E.M. 05.14.019 Rosa Bettiato Zattera Merendeira 5.ª CRE
  • 47. 47 FELICIDADE Maria da Penha Trajano de Oliveira Feliz, idades, felicidades. Aos 8, cheiros de bonecas, Goiabas tiradas do pé. Corridas descalça, Pele sentindo o calor do chão. Aos 13, cabelos soltos, Banhos demorados, Bala de hortelã, chiclete de tuti-fruti, Risinhos, carinhos, selinhos. Aos 15, o primeiro amor. O calor do corpo. Beijos molhados. Cheiros e paixões. O proibido, as emoções. Na juventude fazemos barulho. Estamos perto e longe. Corremos mesmo parados. Somos filhos dos ventos. Amantes das brisas. Aos 30, somos donos. Agora já temos. Cuidamos, amamos. Às vezes caímos, Às vezes levantamos. Felicidades, Feliz idades. Elas estão sempre conosco. Nos nossos rostos, Nos nossos corpos. São marcas, sorrisos e, às vezes, lágrimas. Viva a sua idade, Viva a sua felicidade. E.M. 05.015.040 Professor Souza da Silveira Professor II
  • 48. 48 A VIDA: DOM DE DEUS Jocenir Imaculada de Abreu Pereira A vida é um dom Um presente belo e santo Que acontece todo dia Numa caminhada infinita Nas estradas iluminadas E inusitadas do nosso ser. Existir é divino e desafiador. Existir é empolgante e confortador É uma luta constante cheia de medo e de coragem ao mesmo tempo segura e também temerosa. Mas é uma luta do dia a dia intensa, profunda e verdadeira Assim é viver e isso basta! A vida é divina, É corpo e alma Sangue e divindade Soma que nos faz livres Nos faz filhos De alma contida, remida, amada! Nesta estrada, a vida se passa A história se faz, O coração se completa Muitas vezes puro Como de uma criança Outros sábios como os de uma mulher. Fortes como homens sensatos Lindos como Deus na humanidade. Somos um pedaço de tudo, E nada que está em nós, Nunca fica só Pois quem tem fé Sempre acredita no melhor Reconhecendo que o muito que se conquista Compreende o Tudo que Deus nos dá. E.M. 05.15.004 Luís de Camões Professor I de Língua Portuguesa
  • 49. 49 SER ESTUDANTE Leandro Gama Junqueira Ser estudante é ter na mente o improvável E sentir que pode realizar o impossível. É ter os olhos no horizonte infinito E fazer dele o destino da caminhada, Da incansável imaginação. É ter a mochila cheia de sonhos voláteis E bolsos na calça para aquecer as mãos. Ser estudante é ser sonhador. É sentir instintivamente a fragrância das estações. É beber feliz a água da chuva, Dançando alegre sobre as poças formadas, Sentindo na pele o peso do ar. É ser tão plenamente leve Capaz de, sem dificuldades, decolar. Ser estudante é ser revolucionário E revolucionar-se todos os dias Evolucionando, dia-a-dia, mente e coração. É ser espelho, referência anônima, De todos que sonham voar. É fazer da experiência extraordinária O seu mais tangível cotidiano. Ser estudante é nunca desistir, É do pódium enxergar novos desafios E aprender todo o tempo. É ter tanta saudade da escola Que a estende por tudo, Fazendo da experiência, professora E da vida, sala de aula. E.M. 05.14.021 Nun’Alvares Pereira Professor I de Língua Portuguesa
  • 50. 50 DELÍRIO HUMANO Rosana de Souza Pereira Carvalho Eu tenho medo da morte, Sofro por não ser imortal, Mas minha alma é eterna E essa esperança me conforta. Enxergo a vida com amargura Um corpo sem sangue, Indiferente e duro, Esperando uma onda do mar Que venha me resgatar Desse sentimento incontrolável E que pode ser fatal. E.M. 05.14.021 Nun’Alvares Pereira Professor I de Língua Portuguesa
  • 51. 51 INFINITO Jéssica Guimarães Ribeiro Anjo sublime dos meus sonhos Luz na escuridão Tu foste meu guia na imensidão Paisagem cálida das minhas lembranças Guardo na memória a imagem Que em mim sustenta a esperança De um dia ser capaz de conquistar oinalcançável Transpor as barreiras E desafiar o improvável. Tempo quesetorna umalento E também um desespero Procuro atento a solução Para elucidar meu mistério particular Será apenas alucinação Ou sintomas da paixão? Só sei que não consigo controlar As batidas de meu coração. Tento governar o infinito Mas, não há mais limites Nem mesmo há a gravidade Que em mím exerça aatração Ou faça meus pés tocarem o chão E meu mundo inteiro se re- sume Num ser angelical Que é a minha salvação. E.M. 05.15.020 Waldemar Falcão SecretárioEscolar
  • 52. 52 PARADOXO Liliana Secron Pinto Quero falar-te alto Dizer-te a Deus e a quem vem Quero gritar teus versos Bradar teus poemas e ir além Quero senti-los na carne por dentro Faze-los reverberar nas entranhas E repeti-los até a exaustão Porque teus versos passam longe do prazer, da placidez, da ternura são versos de abrir feridas, de furar com faca, de destruir utopias, de arrancar dor. São potência, haraquiri Abismo. Mas ao final, exausta Quero deitar no aconchego de outros versos E dormir um sono de recuperar forças E de ter esperança. Porque nunca se é um só e pra tudo se tem poesia. E.M. 05.15.038 França Professor I de Língua Portuguesa
  • 53. 53 SER FRATERNAL Ana Lídia Saldanha Dias Reis O amor é capaz De milagres remotos Das mãos luminosas Que estenderam e ergueram Crianças que antes pareciam Jogadas ao vento Foram amparadas por um ser Igual a você Demonstrar fraternidade Aos olhos de Deus És, por que não, Um arcanjo Enviado a este mundo Pra fazer parte da poesia Que a vida te oferecer Compreender teu ato humilde Impregnado de delicadeza e gentileza Que as lágrimas não podem conter Fazei, Senhor Com que você sonhe O sonho dos justos Viva o infinito das emoções No grande mar de estrelas Onde se encontra Este teu grande coração. E.M. 05.14.013 Adlai Stevenson Professor II
  • 54. 54 POESIA! Tereza de Jesus Costa Santos Rocha Feitas de versos e encantos Nascidas palavras Cruzadas faladas traçadas Trancadas por choros L a m e n t o s ! Não sente ... se perde em palavras Sussurros, segredos P e n s a m e n t o s ....... Se voam no espaço da mente sadia Fadada ao destino de ser sempre jovem Alegre bonita de tão preenchida Da vida escrita pensada ... editada ... e ditada ! Ensinamentos!! Nem sempre falada ! Tão linda ... tão lida! Jamais esgotada, nem envelhecida nunca vazia Por mais que ditada editada Des Mem bra da Renascida Apontamentos !!! Amor, escárnio, sonetos prosas ... versos canções paixões Corações! Relacionamentos Inexplicável Etmologia ... Que afaga, apedreja acaricia jactante e singela: Poesia! E.M. 05.15.061 Aspirante Carlos Alfredo Professor II
  • 55. 55 CANTO Murilo dos Santos Antunes Canto neste dia que amanhece Nessa noite que anoitece Levo a vida a cantar! Canto para quem de Deus esquece Com este mundo que enlouquece Vendo o amor se acabar Lindo é poder viver sorrindo É ver o sol no céu se abrindo É ver a flor desabrochar Triste é ver morrer uma esperança Ouvir o chorar de uma criança É ver a paz se acabar Lindo é ver uma esperança É plantar o amor no campo É ver a paz de o amor brotar E.M. 05.14.013 Adlai Stevenson Responsável
  • 56. 56 E SE? Vania Lucia Machado de Feu E se der uma ventania E acabar com toda poesia, O que irá acontecer? O mundo perde cor E a sua vida todo sabor E se numa chuvarada A aventura for acabada, O que irá acontecer? Sem heróis para me defender, Sem bandidos para combater E se passar um furacão E acabar com toda canção, O que irá acontecer? Apaixonados a chorar Sem ter o que cantar Mas se amanhã o sol nascer, E nas mãos de uma criança um livro eu ver, Volta a esperança num arco-íris sem fim Que a Literatura traz pra mim! CIEP 06.22.203 Oswald de Andrade Professor II 6.ª CRE
  • 57. 57 A FORMA DA ÁGUA Luciana Nascimento de Almeida Vez em quando a água leva Os sonhos e os sorrisos dela, Os pensamentos deixados na janela, Aquele bonito desenho de aquarela. Mas nem tudo a água leva... Vez por outra a água traz Aqueles sonhos deixados pra trás, Os sorrisos bonitos do rapaz, Um dia lindo e cheio de paz, De vez em quando a água traz. De vez em quando a água leva, De vez em quando a água traz, Leva e traz leva e traz. E ela nem sabe o bem que faz! De vez em quando a água traz. E.M. 06.25.030 Telêmaco Gonçalves Maia PEF de Língua Portuguesa
  • 58. 58 GENTE, OLHA ESSA GENTE Mirian dos Santos Emerick Olhem toda essa gente correndo sem direção. Eles também fazem parte do progresso da nação. Olhem essa gente de pé no chão lutando por um pedaço de pão. Gente que é gente. Gente que é ser humano, gente que é nosso irmão. Olhem essa gente pequena sofrendo sem precisão. Deus amou os pequenos porque eles constituem a multidão. Gente, que gente sofrida perseguida sem o mínimo de condição de gritar por seus direitos e sobressair- se da humilhação. Gente que sofre e sofre calada pois em suas bocas já não restam salivas Para cuspir toda a podridão que os fizeram engolir. Gente, gente que é massa que é a multidão. Gente que embora sofrendo, esperam... Gente, eles esperam a salvação! E.M. 06.25.015 Max Fleiuss Professor II
  • 59. 59 MAR Nice Neves Butta Mar te conjugo nas areias da praia ao me afogar na tua imensidão. Ondas que vêm e que vão levando as marcas deixadas na areia. Levaste o desenho do meu coração mas o amor ficou. Meus castelos desfeitos não eram feitos de areia? Momentos de maré alta: felicidade, desejo e paixão. Momentos de maré baixa: tristeza, apatia e desilusão. Mar, amar, amor. Vivo num eterno movimento das marés que levam e lavam a minha existência. Eterna maresia. Mar te conjugo nas areia da praia ao me afogar na tua imensidão. Mar. São apenas três letras que descortinam o infinito. E.M. 06.25.015 Max Fleiuss Professor II
  • 60. 60 POEMA DE AMANHÃ Aira Bruno de Oliveira dos Santos Procura-se uma jovem Ela estava aqui inda agora Cadê a menina que eu fui? Onde estão meus sonhos? Roubaram todos E junto levaram a juventude A época sadia De aprendizado e atitude Alguém viu? Alguém sabe Onde posso encontrar A garota do brilho no olhar Que sorria Brincava Sonhava Amava... Quero ela aqui Pra me ajudar a terminar Aquele poema Que deixei pra amanhã Que começou não sei onde Que não pode acabar O poema da vida Da chegada e da partida... E.M. 06.25.003 Monte Castelo Professor I de Língua Portuguesa
  • 61. 61 SONETO MEU Claudia Alves Moreira Quando surgires num clarão da mente, Soneto meu, que há tanto tempo espero, Hei de escrever-te num louvor sincero E declamar-te enfim solenemente Hoje a angústia que me corrói pungente É saber-te em mim tão adormecido Que tenho medo de ter-te perdido Tal qual mãe que abortou seu inocente A concepção, que te trará à história, Aguardo, a crer-te na forma concreta Da palavra exata de que estou ávida, Pois não me basta estar de ideias grávida, Hás de nascer e me fazer poeta, Soneto meu, hás de alcançar a glória! E.M. 06.25.003 Monte Castelo Professor I de Língua Portuguesa
  • 62. 62 DEPRESSÃO Jorge Luiz Monteiro Peçanha Meu coração sangra Manifesta-se em meus olhos A dor líquida que umedece Minhas pálpebras Para então, furtiva, Escorrer-se pelo meu rosto Contorcido de dor, febril de Desgosto Tenho que me apegar ao desapego Para então flutuar no limbo etéreo De meus próprios devaneios Desnudo de meu próprio corpo -Preciso voas- Sinto que chega a hora De voltar para as estrelas E enamorar-me do cosmo Bailar no vácuo da inexistência Fundir-me ao nada Nadar no espaço A cada dia que amanhece Anoiteço-me E vejo na felicidade dos outros O cruel escárnio do destino Que teima em me manter Inconsciente em minha própria Consciência Há um ardor amargo Que queima em minha garganta Lembro-me que ainda Existo, sub-existo Cala em meu peito O gélido toque De um desespero surdo Que me castra de volúpia pela vida E sublima minha vontade de ser Já não consigo mais ver o concreto E metafísico Dá-se apenas consolo tênue que não apaga O fardo de flertar com aquela que me apara a sorte Anula-me com chaga forte, pois É de lídimo mister este flerte com a... E.M. 06.22.019 Emílio Carlos Professor I de Língua Inglesa
  • 63. 63 CADEIRA VAZIA Luís Carlos Santos Nicácio A tua cadeira está vazia agora Na minha mente surge na hora As palavras e perguntas que não tinha outrora E o desejo que me consome de estar contigo E falar-te do amor que tenho por ti De te dar o carinho que vergonhoso senti De contar mil histórias que na vida vivi De ter teu conselho para poder me guiar De receber o consolo que tua voz sabia dar Mas não estás mais aqui E sinto-me perdido Minha alma pedindo Que estivesses por aqui Para ter teu consolo Confortar meu sono Aliviar meus ais Dizer-te que és meu amigo E que a vida que hoje sigo Tenho em ti meu modelo Meu pai, meu herói E então, a perversa saudade Me enche de tristeza E.M 06.22.022 Rose Klabin Professor I de História
  • 64. 64 FAZER O QUÊ? Ester de Barros França Há sempre esse vazio em minha alma Esse grito contido Que pulsa querendo sair Mas como, se não há porta? Há sempre essa dor infinita Que machuca e que fica. Há sempre essa angústia em meu peito Essa aflição que não tem jeito E que não me deixa dormir. Há sempre a presença do passado Que não quer me deixar seguir Há sempre essa lembrança má Por que será que é sempre assim? Se eu chorasse, Se eu gritasse, Se eu falasse... Mas como se todos os ouvidos Estão surdos para me escutar Então, só me resta calar! E.M. 06.25.003 Monte Castelo Professor II
  • 65. 65 DESPEDIDA Vania Maria Rohem Bastos Todos os dias ao entardecer, a tristeza chegava, Ela vinha mansa e sorrateira, Olhando para o nada, via além do horizonte Pensamentos desatentos tomavam conta da linda paisagem, E a vida parecia sem sentido. Longos olhares ao redor. Mas, nada surgia E o ar de solidão era o único companheiro. O vento soprava manso, sem alarde. Sem se importar, a tarde continuava caindo, Era uma despedida sofrida, Como queria ter o poder de não deixar anoitecer. E lhe segurar nos braços, para que não partisse. Mas, calmamente, você se aproxima e diz: A minha hora chegou, devo deixá-la Todavia, você ficará em ótima companhia A lua está cheia e lhe proporcionará momentos inesquecíveis. Mesmo que amanhã eu não brilhe, não chore Estarei sempre presente neste universo maravilhoso. Tenha uma boa noite, minha princesa. CIEP 06.22.203 Oswald de Andrade Secretária Escolar
  • 66. 66 PETRA Rodrigo Sant’Izabel Ribeiro Ser humano me atormenta. Eu queria ser pedra. pedra, não Pedro. Dura, resistente, imóvel. Montanha intransponível. Nem a insistente água mole furaria. Insensível. Coração de pedra. Não seria pedra preciosa, pedra filosofal ou pedra noventa. Não, pedra bruta. Eu provocaria o incômodo, o xingamento. A pedra da topada; a pedra no sapato. A pedra no rim; o argueiro no olho. A pedra no feijão, imastigável. Sim, eu quebraria dentes. Sendo pedra, eu causaria verdadeiro estrago. Revolucionaria. pedra lascada, eu cortaria fundo. Perturbaria – eu, pedra de amolar. Eu me precipitaria. Granizo. A pedra na vidraça. E como pedra, eu seria a primeira. Aquela que ninguém ousaria atirar. Seria a pedra no meio do caminho, de Drummond. Seria a pedra de João Cabral, a que educa. A pedra lançada ao mar e que devolveria à Jangada de Saramago o seu rumo. Seria uma pedra polida, branca e enorme, Semelhante a um ovo pré-histórico, Como as apresentadas por Gabriel Garcia Márquez Em sua Macondo. E, se pedra eu fosse, faria a minha última arte. Eu seria meteoro. Extinguiria, aniquilaria este mundo doente. Pedra lápide. E, então, eu seria, por fim (ou início?), A pedra angular De uma nova era. 7.ª CRE E.M. 07.16.056 Noel Nutels Professor I de Língua Portuguesa
  • 67. 67 AMARÍLIS Eloísa Oliveira dos Santos Da minha janela eu as vejo, da cor do carmim, majestosas, agora abertas. Parecem bocas vermelhas, prontas para o beijo. Mas, aprisionadas num vaso de barro. Às vezes, sinto-as assim. Às vezes, solitárias, ansiosas, à espera dos olhares embevecidos por tanta beleza. Contemplo-as, de leve, para não as machucar. O caule que as sustenta festeja a chegada de mais uma que explode também em cor. Mas uma boca vermelha sequiosa, sedenta de amor. Ah! Amarílis... E.M. 07.16.047 Governador Carlos Lacerda Professor I de Língua Portuguesa
  • 68. 68 PORTO – PARATY Silvia Regina dos Santos e Castro Abrem-se os portais Silabadas As vozes vão percorrendo As ruas de pedras De um lado O Vento... De outro lado O Sal E os pés ultrapassam Saltitantes Só permanece O que é voo Aos tropeços, os descaminhos Tomam forma Tombo! E mais uma vez seremos outros Revisitados em múltiplas vozes Que dançam Eternizadas na memória Para mim e para ti E.M. 07.16.053 Professora Dyla Sylvia de Sá Professor I de Língua Portuguesa
  • 69. 69 PALAVRAS SORRATEIRAS Érika Satlher Rolhano Messias Um poeta não acontece Ele apenas se molda Aos desejos das palavras Que simplesmente resolvem falar! Elas sim são ousadas Desejam tomar forma Transitam por questionamentos Brincam com os seus sons E quando enfim amadurecem Resolvem se unir! Uma abraça a outra Formam então um emaranhado Sorrateiramente te enganam Já não consegues ficar calado! Quando isso enfim acontece Entre o aqui e o acolá Quiçá tu entenderás Um poema novo aparece! Surge então um belo mote Grande tolo tu bem sentes A cada formação de estrofe Sou um poeta competente! Mais uma vez, As palavras sorrateiras Da mente resolveram sair Propuseram verdadeira anarquia Fizeram um poeta surgir! E.M. 07.16.056 Noel Nutels Professor I de Língua Portuguesa
  • 70. 70 A VIDA E A GANGORRA Diogo Neves Gomes da Silva Por qualquer parque que sempre passo Costumo avistar esse modesto brinquedo Nas praças, toda criança estende o braço, Dirigindo-se a ele como um torpedo É composto por materiais elementares: Ferro e tábua de madeira, basicamente Tão divertido, faz-nos voar pelos ares Em um sobe-e-desce muito contente Não se trata de um brinquedo egoísta Como o balanço, o pula-pula e o escorregador Pois ele exige que haja um antagonista Que te levante do chão como um vencedor Enquanto um vai descendo, o outro sobe Para isso, é necessário um grande esforço O que vai subir jamais pode ser esnobe E causar, no opositor, uma dor no dorso Se, de repente, olharmos sob outra perspectiva, Na relação entre ambos os obstinados guerrilheiros Podemos dizer que ocorre uma atividade desportiva Em que os rivais, de fato, tornam-se companheiros Desse modo, tudo muda: para que um desça, Não basta apenas querer: depende de um salto É preciso que o parceiro de baixo se compadeça, Ganhe impulso e se atire, confiante para bem alto Assim é a vida: a impotência, às vezes, nos invade E nos sentimos como que presos numa masmorra Mas eis que alguém nos dá uma lição de humildade Mostrando que há altos e baixos até numa simples gangorra Ciep 07.16.501 Carlos Drummond de Andrade Professor I de Ciências
  • 71. 71 AS LEIS DO UNIVERSO Sonia Regina Oliveira Villarinho As aves aprendem a migrar Sem que ninguém precise ensinar. Vão em busca de outra estação E nunca erram a direção. As estações do ano acontecem Como se todas elas soubessem A hora que devem imperar; A cada ciclo, a vida recomeça, Preguiçosamente e sem pressa... Como as aves, os frutos, as flores, O universo rege os amores, E tem suas próprias razões Quando aproxima dois corações. Quem sou eu, então, pra questionar O que nem mesmo sei explicar? Outros países, outras cidades, Mundos totalmente diferentes, Não há nenhuma dificuldade Que impeça o amor de vingar. Pra mim é razão suficiente Pra saber que iria te encontrar. Não foi por acaso imagino... Eu nunca sei que nome devo dar; Alguns chamam isso de destino! E.M. 07.16.031 General João Mendonça Lima Professor II
  • 72. 72 PROXIMIDADE DISTANTE Fátima Cristina Dória Ramirez dos Santos Tempo que corre... Mais raro torna-se Um olhar profundo Um colo-abrigo Um sorriso sem pressa Tecnologia pioneira No estímulo de toques Fração de minutos Além-fronteira Abreviação Repetição de frases De palavras soltas Redução Relacionamentos surdos Humanos suprimidos por telas Carência de coisas simples Café com amigos Gestos e cumprimentos Plenos de sentimento Distância na proximidade Intimidades gélidas Olhares mendigos de atenção Mundo tão distante e tão próximo... Preciso de um fogo do céu Para aquecer corações Palavras Olhares A essência A alma... Preciso de um mundo real Atemporal? Que se vale do virtual Para impactar Surpreender Com a arte do amor! E.M. 07.16.041 Barão da Taquara Professor I de Língua Portuguesa
  • 73. 73 O BARCO Luiz Fernando Henriques Martins Vivo na superfície do mar agitado, Preocupado com a dilacerante angústia das ondas De vidas que não valem um momento E afogo minhas ondas em outros barcos Mostrando assim como estou Pudera um dia meu barco naufragar, Pois ele não é o que sou É apenas um barco Em que estou E que daí eu me afogue Na profundeza das águas No fundo da alma Pois só assim descobrirei o silêncio A unidade da vida em que estamos ligados As ondas são muitas Os barcos são vários Mas o fundo é um só Chegando lá, Não precisarei de um barco, Apenas do leme de minha essência... E.M. 07.16.041 Barão da Taquara Professor I de Educação Física
  • 74. 74 QUEM SABE, UM DIA... Saionara Cristina da Silva Não. Eu não sei compor belos poemas Embora palavras encantadas me fascinem... Também não aprendi a tocar nenhum instrumento Mesmo tendo vivido em meio a violas e guitarras A lista dos meus “não sei” é extensa A única coisa que sei realmente é viver. Vivo. E, enquanto isso, amo, choro, sonho e me alegro. Vejo a juventude escorrer por entre os dedos e me pego con- statando que o improvável é frequente, que milagres realmente acontecem e que, para mim, viver sem fé é a mesma coisa que dar murros no escuro. Vivo e aprendo. Aprendo e vou vivendo. E quem sabe um dia eu consiga realmente compor lindas poe- sias e cantar a vida com mais harmonia? Quem sabe, um dia... E.M. 07.16.063 Sobral Pinto Professor I de Língua Portuguesa
  • 75. 75 LIDERANÇA Aracy de Oliveira Simões Ser modelo Ser exemplo Coragem diante dos riscos Determinação para enfrentar os obstáculos Assumir riscos Ser paciente Compreender diversidades de histórias e de pessoas Sabedoria e equilíbrio A palavra esperada na hora certa Autoridade e simplicidade Ser exposto em uma vitrine que se chama vida E.M. 07.16.040 Eunice Weaver Merendeira
  • 76. 76 NO MEU TEMPO... Silvânia Alves dos Santos Fala de seu tempo como algo perdido. Fala de um presente preterido. Fala, como que já no final da vida. Compara presente e passado, tenta apartá-los. Fala de coisas e pessoas melhores. Repete as frases dos seus pais, Lamentando o que não volta mais. Sabe em que tempo está? Seu tempo é agora! Hoje, o passado jaz. E não voltará mais! Eu sei, pois nele também parei e ansiosa fiquei. Vivamos o bom de agora, e guardemos as coisas de outrora. Pois, digo que só o tempo nos mostrará As coisas boas que perdemos na vida. Só o tempo pode revelá-las, Pois agora, não temos tempo para notá-las. E.M. 07.16.055 Maestro Lorenzo Fernandes Professor II
  • 77. 77 SAMPLEANDO II Paulo Fleury Tenho andado devagar... Tenho estado a vagar... Porque a pressa é solitária, a pressa é solidão... Tenho andado em terras novas, com o cuidado que deve ter todo forasteiro... Tenho me dado conta das incertezas que nascem da perfeição... Tenho buscado compreender que rir É bom, mas que rir de tudo pode ser apenas tolice... Tenho procurado acreditar que cada manhã, que cada por do sol, que cada amor são únicos... Tenho percebido o que dizem os silêncios... Talvez esteja reaprendendo a viver... Sem muita pressa, sem muita precisão... E.M. 07.16.031 General João Mendonça Lima Professor I de História
  • 78. 78 A VIDA TOMBA Edimilson Ramos A vida tomba Quem vive na sombra Quem serra nos bares Quem aposta em azares A vida tomba O demente que zomba Os homens sem sombras Que abandonam os lares A vida tomba O marido que mente A esposa que cede À proposta indecente A vida tomba O soldado que pede A viatura que mede A cor do rapaz A vida tomba O pai que violenta O filho que parte E não volta jamais A vida tomba A mulher que ostenta E depois se lamenta Pela perda do gás A vida tomba O aluno que cola Que guarda na cartola A carta de Ás A vida tomba E só se levanta O ser que alimenta A pomba da paz CIEP 08.33.503 Thomas Jefferson Secretário Escolar 8.ª CRE
  • 79. 79 “SUCESSO PRA TI, MAS...” Sérgio de Barros Morgado Júnior Não te perdoo! Pelas conversas, pelos esporros Os desrespeitos, os meus temores Eu explicava, você sorria Quero minha carta de alforria! Não te perdoo! Pelos gritinhos tão debochados Pedi silêncio, fui derrotado Rezei baixinho pro tempo andar Controlei raiva, cheguei sonhar Pra tempos novos eu encontrar. Não te perdoo! Com meus problemas, e tenho tantos E ainda assim me dedicando Dei o meu sangue, tu se lixando Por fora eu rio , por dentro prantos. Não te perdoo! Te dei conselhos , você não ouviu Te disse à poucos: “Tu é o Brasil !” Em tempos tristes temor servil Fui humilhado, você não viu. Não te perdoo! Chegando ao fim de sua lição Tentei passar minha missão Tu riu de mim, não deu atenção Não se importou com minha intenção Fez meu sorriso ser depressão. Não te perdoo! Por meus esforços, deixei meu lar Eu implorava para falar Tua atenção me fez implorar “desliga o fone e o celular”. Sucesso pra ti! A experiência é sua lição O teu futuro: Indecisão Tu foi cruel e sem coração Torço por ti , perdoar NÃO! E.M. 08.33.042 Padre Leonel Franca Professor I de Educação Física
  • 80. 80 PELA JANELA,... Sérgio de Barros Morgado Júnior Pela janela da minha alma Eu vejo coisas que me acalmam Belos sorrisos, sonho infantil Vejo o futuro do meu Brasil Pela Janela da minha casa Vejo a verdade e muita dor Crianças soltas, com pouco amor Violentadas e sem pudor. Pela janela da minha alma Tem tantos jovens indo a escola Estão estudando, jogando bola Só tem bondade aqui e agora. Pela janela da minha casa Vejo o estresse se propagando O pai batendo, filho chorando Pois o sistema está sufocando. Pela janela da minha alma muitas famílias vivem felizes Se divertindo com diretrizes Futuro certo e tão incríveis. Pela janela da minha casa Vejo massacre na educação Tem professores que estão sem rumo Sem esperança , sem solução. E.M. 08.33.042 Padre Leonel Franca Professor I de Educação Física
  • 81. 81 PROFESSOR Viviane Menezes Mainenti Expressão de amor Esperança e fé. Exemplo de dedicação Palavras, afeto e doação. É aprender mais que ensinar O melhor caminho apontar. Lida com incertezas, Alegrias e tristezas. Tem estrelas no olhar Nos ensina a pensar. Seu dia é interminável Sua bagagem é a esperança. Tem histórias pra contar... E muitas lembranças. Vence obstáculos Planeja, cria, reinventa Veste-se de poesia Muitas mentes alimenta. Lida com valores Do mundo prova seus sabores Do amargo ao doce Como se fácil fosse. Educa gerações Prepara os futuros cidadãos. Com ternura e encantamento Doa-se a todo momento. É amigo, grande mestre Quanta luta, muito amor. Seus exemplos, suas lições Ficarão pra sempre, professor! E.M. 08.17.021 O’Higgins Professor II
  • 82. 82 UMA VOZ Cristina de Souza Ferreira da Silva E Ele fala comigo E é minha inspiração. Levanta-me, me é abrigo, Apazigua-me a alma E me deixa quieta. Eis que vem mais uma vez Entre nuvens escuras, talvez... Sons e balas perdidas, Gritos de guerra, Desamor, Caminhões desgovernados, Inocentes calados, Medo... No entanto, Ele fala aos meus ouvidos, Sereno e firme: “ Estou contigo. Muda o pouco que puder Faz aquilo que há de ser feito E o mundo, em ti, começa a ser perfeito”. E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira Professor II
  • 83. 83 CALO Luciana Ribeiro Leal Na vasta escuridão do pensamento A imagem da lembrança vívida A fumaça do cigarro... As lânguidas mãos... Tão finas mãos, sem calos Estes estavam na alma Na memória da infância sofrida Nas recordações da maturidade precoce Eram Ele e a Tia... A Tia e Ele... Os fardos de roupas lavados As fardas cerzidas entregues Mas as mãos, estas eram sem calos Estes estavam na alma... A voz clamava igualdade A pinga embalava a alma Mas agora eram Ele e Ela Mais a Tia que resmungava seus calos Enquanto um par de mãos se entrelaçava As Dela tinha calos Mas a alma era lisa As crianças chegaram A Tia partiu... Estava velha e desgastada como o tempo Culpa dos calos... Ele agora tinha calos no corpo As frustrações, os receios e a tristeza Todos cobraram seu tempo Fizeram Dele um calo Mas não para Ela Ela tinha alma lisa... Havia muitos calos na alma Ele era um corpo semi-inerte Acamado
  • 84. 84 Pseudocomatoso. Mas a mão calosa sustentava Porque a alma Dela era lisa... Ele se foi... Partiu agonizante como viveu Ela agora tinha na alma um calo Um único calo... Mas não cultivava Seguia em frente Era a natureza da alma lisa Vieram mais netos Mais cabelos brancos E o progresso incompreendido Achou que era hora de partir Para não criar calos na alma Bastava aquele único Era seu incômodo calo... E partiu... Foi discreta Sem incômodos Em silêncio como viveu Da maneira que fazem as pessoas de alma lisa Partiu não querendo deixar calos Eu resisti e fiquei... Órfã, mas não só Aprendi a seguir Sou um meio termo entre Ele e Ela Mas eventualmente Apenas eventualmente Rumino os dois calos que me deixaram na alma E.M.08.33.018 Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco Professor I de Ciências
  • 85. 85 ESPELHO Alzira de Cassia da Hora Motta Ela me olhava animada, com um sorriso radiante. Em seu olhar curioso todo dia era uma festa, seu riso iluminava a vida. Ela não tinha mais de dezoito anos, Sonhos era seu sobrenome. Depois ela passou a me olhar mais intensamente Tinha mais de um caminho para a seguir. Ela já estava com vinte e cinco anos Nesse momento dúvida era seu sobrenome Mais tarde então ela me olhou, com olhos apreensivos, Um mundo de problemas a perseguiam, Gritos de mamãe era sua trilha sonora, Não revelamos mais sua idade, Primaveras somente se acumulam Agora seu sobrenome passou a ser preocupação Então o mundo foi passando, Seus sonhos foram se tornando realidade Pedaços de uma vida que o tempo somente foi avançando Ela me olha cuidadosa, ela conhece meus medos, Erros e acertos conhecem os enganos, as perdas e ganhos. Sua idade está gravada, nos olhos que me fitam bondosos, altiva e graciosa. Já a essa altura seu sobrenome é sabedoria. E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira Merendeira
  • 86. 86 ESPERANÇA Ilsa Teixeira do Nascimento Se as estrelas te parecem Sem brilho E o sol sem calor, Se a natureza parece Sem vida E o canto dos pássaros sem vigor Se o teu ser tende a cair Com os acontecimentos do mundo, Lembre-te, existe alguém Que vive e olha por ti Como se houvesse só você. E.M. 08.17.080 Astrojildo Pereira Merendeira
  • 87. 87 QUEM SOU Neila Barsand de Leucas Eu sou o que rio Sou o que choro. Eu sou o que vejo Sou o que escondo. Eu sou o que quero Sou o que detesto. Eu sou o que espero Sou o que desprezo. Quem sou Se sou o que não sou. Me olho e me vejo No reflexo do teu espelho. O que vejo não entendo: Sou o que vejo Ou sou seu espelho. Eu me faço E me desfaço Nos anseios do teu desejo. Eu me refaço E me entrelaço Nos meus sonhos refeitos. Sou quem ri, Quem chora, Quem se importa, Quem desdém, Quem se incomoda, Quem se reporta, Quem espera Quem alcança Os sonhos de criança. Assim sou eu. E.M. 08.17.065 Pablo Picasso Professor II
  • 88. 88 SEU ESTRANHO PEDIDO DE SOCORRO Katia Zandomingo Soares Seu estranho pedido de socorro Como grito que sai do calabouço Libertando a voz no infinitivo Paralisada na madrugada Pela banalidade bordada Ocultando os pontos no avesso Seu estranho pedido de socorro De pássaro caído do ninho Tentando voar em desalinho Libertando-se dos internos rapinantes Pleiteando distraídos ouvidos errantes À cata do amor que julga perdido E.M. 08.33.016 Mário Casasanta Professor I de Língua Portuguesa
  • 89. 89 LÁGRIMAS Flávio Itôr da Silva Como se fossem rios De águas cristalinas Que escorrem por minha face E chegam Até a minha boca Soro natural Sempre temporal Onde Face a face Me deparo Com minhas Felicidades e mágoas Sempre transparentes Sempre reluzentes Independente Da emoção Seja ela Forte ou fraca Nos ataca Sem esperar Sempre a rolar Hoje eu diria Com mais pura euforia Correm felizes Por te amar E.M. 09.18.078 Alzira Araújo Professor I de Geografia 9.ª CRE
  • 90. 90 SÓ MAIS... Lucília Lopes Pega nada não, é só mais um... Só mais um moleque, Só mais um indigente, Só mais um órfão, Só mais um nada, Só mais uma estatística, Só mais uma bala. Mas, era só mais uma possibilidade, Era mais uma promessa, Era só mais uma história, Era só mais uma voz, Era só mais um sonho, Era só mais uma vida, Era só mais uma esperança, Era só mais uma oportunidade, Era só mais um caminho E qual a sua parte nisso? O alívio de não ser na sua porta? A culpa da omissão? Estamos todos sujos do sangue da impossibilidade da mudança. E.M. 09.18.083 Prof. Castro Rebello Professor I de Artes Visuais
  • 91. 91 FELICIDADE NA CONTRAMÃO Tessa Tavares da Fontoura Ser feliz é um estado apenas E independe de se ter alguém Se não consegues estar só em cena Não conseguirás ser feliz com ninguém. Tem gente que do amor, só entende Que é “impossível ser feliz sozinho”. Coitados desses! O “Poetinha” mente! Cada um é dono do seu caminho. Entender que não somos, de ninguém, metade Porque nosso Pai já nos fez felizes inteiros. Somos todos companheiros de viagem. Valendo só e apenas se vivermos nossa verdade. Como quisermos, só ou em um amor verdadeiro E que se tenha o amor próprio como vantagem. CIEP 09.18.506 Raymundo Ottoni de Castro Maya Professor II
  • 92. 92 VOZ DA IDADE Daniele Silva do Nascimento Queria, num profundo beijo, Fazer calar toda a voz da idade. Essa diferença cruel Em uma sociedade ingrata. Esse calor que queima e aumenta a chama, Nesse corpo que grita e que te clama. Um sussurro de amor Da voz da idade da dor. Ciep 09.18.508 Doutor Ernesto (Che) Guevara Secretário Escolar
  • 93. 93 AMORTECEDOR Ana Lucia da Silva Lima Monteiro No fim da tarde Quero ouvir o som Do mar, do ar... Ouço o trem Um tremor Uma dor Morte! Amortecer a dor Uma arte! Só o amor... Numa nova tarde! E.M. 09.18.078 Alzira Araújo Professor I de Geografia
  • 94. 94 BORBOLETA Marcela Bazilio da Silva Com tanto lugar para descansar eternamente, Ela escolheu um mundo preto e branco. Um jardim secreto, encontrado no vazio de um deserto, numa noite sem encanto. Enquanto todos dormiam ninguém percebia seu último suspiro ou o seu pranto Será que triste estava? Ou a alegria a encontrava por estar em seu canto? Certamente sabia que este lugar da sua cor necessitava E da sua visita precisava, cumprindo assim a missão que seu criador lhe dava. Sua possível dor trouxe paz, acalento e amor. Sua, quem sabe, alegria renovou parte da esperança que morre a cada dia. Hoje, a luz da manhã nos traz, de surpresa, esse presente... E admirando a perfeição de suas asas compreendo: A vida, mesmo que frágil, pode ter mais cor. Para isso é necessário sair do preto e branco. Colorir tudo com o arco-íris que existe no nosso interior. E.M. 09.18.083 Professor Castro Rebello Professor I de Geografia
  • 95. 95 O TEMPO Rosilane Freitas dos Santos Senhor da razão? Há quem diga que não Ele é capaz de levar ao esquecimento Um dos piores sentimentos A perda de uma pessoa amada A qual não se estava preparada Curto ou longo, sempre é um teste de paciência Que confunde a Ciência Quando se busca combinação exata Entre kairós e cronos, com seus ônus e bônus No céu ou no relógio Ele sempre tem pressa Corre sem parar Em um eterno procurar Algo para se realizar Passa o tempo, toda hora Sem escape e sem demora Temos que aproveitar As oportunidades que a vida dá Não adianta revolta Porque o tempo não volta Então ame com veracidade Aja sem maldade Pois o tempo não vê idade Para deixar saudade. CIEP 09.18.504 Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda PEF dos Anos Iniciais
  • 96. 96 SONHO Ana Rogéria Gonçalves Rodrigues Quando um sonho aquece a alma nos consola e nos acalma. Faz sorrir O Universo Construir Em prosa e verso. Lança luz Por sobre o medo Acorda a força Que tem no peito. Constrói caminho Levanta a ponte Descortina O horizonte. E.M. 09.18.012 Professora Maria Luíza Lima Silva Professor I de História
  • 97. 97 FAMÍLIA - MEU MAIOR TESOURO Marcos José Xavier Brandão Família, quem diria... Que sem você eu não viveria Família... Lugar de afeto e de paz A gente que faz Família... De várias cores e amores Minha família é regada a flores Família... Meu maior tesouro Vale mais do que ouro Família... Meu eterno amor Cheia de bom humor Família... Já não sei o que dizer Mas só queria agradecer Por sempre me enriquecer! CIEP 09.18.504 Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda Responsável
  • 98. 98 QUANDO SE TEM ALGUÉM Cláudia Simone Alves As manhãs são frias As noites também O coração se aquece Quando se tem alguém. Alguém com quem contar Não importa a hora Mas sim o agora Às vezes se aquece a alma Nem sempre o corpo se acalma Mas o coração se abranda Quando se tem alguém. E.M. 09.18.059 Halfeld. Responsável
  • 99. 99 MINUTOS INTENSOS Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro Num corredor de histórias Pessoas que vêm Pessoas que vão Histórias que se repetem Todos os dias Como num grande carrossel Que gira acelerado Iluminado nas noites escuras Os gritos parecem estridentes As pessoas ora sorriem Ora choram seus prantos Correm e se escondem Da multidão que caminha Caminha e se alinha Em montes de tropeços E se encontram Numa grande ciranda de sonhos Eu, tu, ele, nós... Entoando a mesma canção Aquela que gostaríamos de ouvir Mas todos os dias Passamos pelos miseráveis E não os percebemos Jogamos esmolas ao vento E não o alimentamos O que você tem para dar? O que te faz acreditar, Que corpos caídos podem se levantar? Não pule os que pedem Fite-os nos olhos Levante suas cabeças E lhes ofereça O que tem de mais valioso Ofereça AMOR!! C.M.10.26.803 Padre Carlos Henrique de Souza Professor II 10.ª CRE
  • 100. 100 LUCIDEZ Margarete Aparecida dos Santos Rodrigues Bandeira Ribeiro Não me conte teus sonhos escondidos Não me fale de lágrimas e de lutos Não espalhe suas amarguras e lamentos Viva o mais novo contentamento Sonhe com lagos de alegria Espalhe sorrisos todos os dias Pule as tristezas e caminhe Entre nuvens, rios e delicadezas Pense todos os dias Na capacidade de mudar a história Na possibilidade de inundar fronteiras Na ousadia de escrever poesias Acorde todos as manhãs Pronta para ir à luta Disposta a fugir do medo Inteira para expor ideias Capaz de dirigir seus planos Quebre corações endurecidos Moldure canções ao vento Se prepare para as mudanças desta vida Não procure entender mistérios Não acredite nos sussurros falsos em seus ouvidos Creia do poder que vem do alto Firme-se todos os dias E não deixe que lhe falte a lucidez Me conte teus sonhos mais bonitos Me fale de sorrisos e de esperança Espalhe seu perfume e beleza E viva na leveza de sua própria sensatez C.M. 10.26.803 Padre Carlos Henrique de Souza Professor II
  • 101. 101 DOCE PARTIDA Denise Francisca Ramos Meu peito explode de dor Nunca pensei que fosse assim Perder um grande amor Amor esse capaz de ultrapassar Todos os limites da razão E assim com sua partida Dilacerar meu coração Sinto a dor da despedida Com todo o meu ser Pois você sempre foi e será minha grande amiga O mais lindo e puro exemplo de vida Agora, no céu, você é meu anjo protetor Se bem que ao seu lado eu sempre me senti protegida Com todo o seu cuidado Amor da minha vida Espero continuar o seu trabalho Trabalho este que me transformou no que sou O mais lindo e belo exemplo de amor E assim que permaneça para sempre Minha eterna querida Meu doce anjo protetor Como fará falta em minha vida!!! E.M. 10.19.036 Doutor José Antônio Ciraudo Agente Educador
  • 102. 102 TEMPO Cristiano dos Santos Lemos Queria voltar no tempo. Tempo de sonhos, Tempo da ausência de medos, De andar juntos se completando. Tempo de cumplicidade. Mas o tempo não volta, Não para, mascara. E transforma Lealdade em saudade. Saudade da alegria e sorriso, Do dia a dia, o compromisso. Agora tenho o tempo, Mas na verdade Eu ando só pela cidade. Por que o tempo faz assim? A solidão é tão ruim. Por que toda história tem que acabar? Sr. Tempo me permita outra vez amar! E.M 10.19.047 Joaquim da Silva Gomes Professor II
  • 103. 103 VIVÊNCIA Cristiano dos Santos Lemos Engraçado o ser humano, Só somos bons enquanto nos calamos e tudo aceitamos. Mas se negamos ou questionamos, Somos rebeldes e não prestamos. Julgamos e apontamos defeitos nos outros, Mas cometemos os mesmos erros tolos. Pedimos respeito e igualdade, Sempre olhando nosso umbigo, pura vaidade. Até quando seremos um só, Brigando pelos nossos desejos e vontades. Voltaremos todos ao pó, E essa é a única verdade. E.M 10.19.047 Joaquim da Silva Gomes Professor II
  • 104. 104 SEM RIMA, SEM MÉTRICA Liane Costa Felizardo Mulher e menina, dependente e apoio Fico procurando o que falta, como ser feliz O tempo é pouco, o que há em frente, não sei Quero tudo agora, o que não pude e o que não sei Nas noites sonâmbulas, o futuro, nuvem de talco Vejo sem olhos o entrevo, a impotência inevitável Faço de você meu sonho, minha estrela em meu palco Sou frágil, sou forte, não sei mais; sou instável Nas noites sem sono só vendo o futuro sem alma Só seu corpo me estimula, só seu cheiro me perfuma Só seu rosto me anima, só seu sorriso me acalma Na insônia e na escuridão a mente viaja em torpor Suor frio, pesadelo; meio acordado, meio dormindo Busco em você a salvação, realidade, busco seu amor E.M.10.19.040 Gandhi Professor I de Ciências
  • 105. 105 SEU LOBO Carlos Eduardo Ferreira de Oliveira Menino não sabe que o mundo É selva sem frente e sem fundo E não se revela a ninguém O ciclo do tempo se esvai No cinza da noite que cai Enquanto seu lobo não vem. Menino ardente e fecundo No tempo que jaz num segundo A roda do mal e do bem E logo o menino é pai A vida no giro se trai Enquanto seu lobo não vem. E a vida prossegue girando Nas curvas fechadas da rota Menino sem pai, até quando? Eis que a esperança se mostra: - São todos irmãos, um só pai E o bobo do lobo não vem. E.M. 10.26.015 Nestor Victor Secretário Escolar
  • 106. 106 MÃE ATLETA Antonia Maria Gonçalves Trabalha o dia inteiro Faz tudo sem parar Faz café, põe a mesa Faz galera levantar Toma banho, se arruma #Partiutrabalhar Sai à frente na largada É maratona pra chegar! Consulta o relógio afobada Faz caminhada apressada Chega no ponto de ônibus Não tem banco pra esperar O primeiro que não para E o segundo a demorar... Enfim chega ao trabalho Tem escada a enfrentar A patroa abre a porta E reclama sem parar _ Chegou tarde outra vez, Do salário vou tirar! Passo o pano, alonga o braço Pra limpar vidro embaçado Agachamento é sem descanso Pra catar treco espalhado É criança, é adulto, Todo mundo relaxado! Pega firme na vassoura Pra esquerda, pra direita O chão limpo aperta o passo Bem atrás vem a sujeira
  • 107. 107 O almoço não tá pronto Vai correndo pro fogão A chama parece a pira Quase lhe queima a mão! Põe a mesa, serve o prato Lava a louça do patrão No terraço, a piscina É trabalho e ilusão Suspira e se imagina Fazendo natação Queria dar piruetas Sincronizar a emoção Oito horas de trabalho Mexendo pra lá e pra cá #Pracasadescansar Desce os degraus devagar Como no cansaço do atleta Antes da fita cruzar E quando chega exausta Não dá pra preguiçar Tudo começa de novo Sem direito a revezar Nem uma medalha olímpica Irá te coroar Você vale mais que ouro Mãe atleta do meu lar! E.M. 10.26.010 Bertha Lutz Merendeira
  • 108. 108 CADÊ MINHA VÓ? Micheli Pires da Silva Cadê minha vó? Que com comida gostosa Ela mesma se faz prosa Faz motivo de prosa Com sua voz formosa Cadê minha vó? Contadora de histórias Com direito a encenação Da bruxa ao Dom Ratão Com verruga ou orelhão Cadê minha vó? Que briga com educação Que deixa a criança feliz Até com um quadro de giz Tornando-me sua aprendiz Cadê minha vó? Que com seu amor e caridade Ajuda a quem tem necessidade E com muita oração Se excede em bondade Cadê minha vó? Que mesmo com dor Faz a minha passar Meu pulmão faz voltar a respirar Por que a noite eu posso abraçar E.M. 10.19.040 Gandhi Professor I de Ciências
  • 109. 109 MINHA RAZÃO PRA TE AMAR Eduardo Santos de Souza Lembro a primeira vez No sorriso uma flor Quando eu te conheci Nos seus olhos vejo um coração O seu jeito diferente No calor da sua pele Despertou algo em mim Sinto o fogo da paixão Os segundos não passavam Sua boca é o céu Antes de te encontrar Seu suor, as ondas do mar Decidi tomar coragem Isso explica o porquê E enfim te procurar Minha razão de te amar O meu charme te encantou O meu jeito seduziu Meu amor transpareceu E num sorriso decidiu Me pediste um motivo Pra gostar um tanto assim Sua voz no meu ouvido O que é que você viu em mim? Sem palavras eu fiquei Pois não podia esperar Que um amor sincero e puro Se pudesse indagar O silêncio então falou Você não quis mais me ouvir Com o coração em pedaços Assisti você partir Mas novamente estou aqui Frente a frente com você Só que vai ser diferente Pois em vim pra te dizer Que um dia me perguntou O que eu via em você Hoje achei as palavras Pra enfim te responder E.M.10.19.040 Gandhi Professor I de Geografia
  • 110. 110 A DONA ROSA Cássio Luís Veríssimo Ela é do tamanho de sua generosidade E de sua responsabilidade Seus atentos olhos de castanho sereno Não são gafes...só verdades É a força do encanto com um recheio Macio e doce É a irmã mais velha da mesma idade Que ampara, afaga e orienta Seu passo é firme e macio Não tem a pressa dos apressados Seu saber é o puro sabor Sua fé inabalada E.M.10.19.040 Gandhi Professor I de Língua Espanhola
  • 111. 111 AVALIAR PARA QUÊ? Roberto da Silva Fernandes Diante da turma, como não questionar? Avaliar o quê? Avaliar para quê? Prova, nota, resultado mensagem que diz o que o aluno tem decorado Pontuação rotula, marca, limita não identifica Aluno, será apenas esse seu potencial? Quem estuda, passa decora, memoriza Quem não decora, não sai da escola E assim funciona a Educação... Professor, lousa e giz aquele que tudo sabe e ensina Behaviorismo, nada a ver Criança precisa se desenvolver Educação precisa mudar Formação crítica, humanizadora tudo a ver A velha canção questiona a todos “Você tem fome de quê? Você tem sede de quê?” Pai, mãe, aluno, educador a responsabilidade não é só do professor Aprendendo com alguém a aprender é assim que deve ser Conhecer e aprender E para mudança real acontecer, a escola, a comunidade deve acolher Juntos devemos formar cidadãos A resistência docente não pode morrer Avaliação centrada na relação sujeito-objeto é a que deve prevalecer Professor, “você tem fome de quê? Você tem sede de quê?” Avaliar o quê? Avaliar para quê? E.M.11.20.001 Cuba Professor I de Língua Portuguesa 11.ª CRE
  • 112. 112 CÁLICE NOS BASTIDORES Vera Lúcia Bulhões Góes Bastos A alma mora em mim, animal sedento de muito, insatisfeito com tudo. Ermitão que habita o rosto carrancudo. A alma chora em mim, na escuridão que cai. Gemidos, escuridão, tremores. A vida torna-se breve, cálice nos bastidores. A alma se perde em mim, na memória que não finda, na dor não extinta, nos amores perdidos, na busca faminta. A alma se tranca em mim, na noite infinita, no dia que não chega, na falta de amor. Dentro estou presa. A alma se arrasta em mim, nas cenas sem solução ou esperança, sem mãos dadas pra resolução. Desespero, gatilho, matança. A alma morre em mim, quando o poço é fundo. E agora? Não há luz no fim do túnel. A vida escorre e chora. E.M.11.20.001 Cuba Professor I de Língua Portuguesa
  • 113. 113 VOCÁBULO Giano José de Azevedo Liberdade... palavra pronunciada sem certeza ou clareza, nascida de um desejo ou um vício. Grito ao vento para todos lados menos o de dentro, silencio algemado ainda que sem metal pois trago enterrado o medo cravado na pele. Não quero comprar pois não tem preço, conquistar eu deveria mas como seria viver esse vocábulo supremo e ideal. Restrito sou servo crendo-me livre ladeio sua semântica imprecisa e densa forjada na dor exata e lúdica com a qual deito feliz a cada noite sonhando não precisar exigir o direito de ser liberto pois assim nasci naturalmente sem palavras para definir-me. E.M. 11.20.006 Amadeu Rocha Professor I de Educação Física
  • 114. 114 SELENA Giano José de Azevedo Um dia quem sabe irei com a brisa que você soprou assim de leve no primeiro sorriso. Vou com as lágrimas que você derramou aqui no meu peito antes de saber falar e depois também. Quem sabe levo teu brilho diferente a cada dia único e intenso para me iluminar um pouco mais. Não te dei a luz mas você reluziu todo meu ser agora sei mais sobre viver sobre se dar sobre amar. Agora vem de braços abertos para um abraço sem fim levarei você aonde eu for sem nunca deixar-te. Selena da Lua filha sempre cheia do nosso amor. E.M.11.20.006 Amadeu Rocha Professor I de Educação Física
  • 115. 115 POESIA DOS MUROS Karla Soares Antunes As poesias dos muros são as melhores. Versos jogados na cara, com uma crueza que não lhes costuma ser peculiar. E com lirismo ainda por cima. Por cima do muro, a verdade olha. Verdade que emudece entontece dá náuseas. Olha em torno, alguém reparou? E sai ajeitando a saia... Estampados na pedra lisa ou áspera, muro da fábrica me deixa febril muro da escola me deixa na dúvida estudo ou ex-tudo? os versos não desconversam: vão direto no âmago embrulham o estômago Doem Como pode picharem o muro? Diz a decência dos hipócritas escrita em suas testas. Por cima do muro, A verdade faz tsc tsc... As poesias dos muros são as melhores. A dos muros, essenciais. E.M.11.20.019 Rodrigo Otávio Professor I de Língua Portuguesa
  • 116. 116 A VIOLETA DESTA TARDE Diego Knack I. miro o céu - teto perpétuo esta tarde violeta esta tarde viole(n)ta esta tarde viola a sensatez de minha retina minha rotina: vio-rápida esta tarde viu rápida que desatina a doer violeta arde esta que é em si mesma tantas cores são parte da minha pobre flora vocabular. II. a violeta desta tarde está repleta de memórias a colher (loto o cesto)
  • 117. 117 a violeta desta tarde me parte - já não há como esquecer posto que a violeta que parte é outra (p)arte que pasma: essa lírica insustentável essa tarde insustentável essa vida a violeta desta tarde me invade - não há saída. E.M. 11.20.501 Anísio Teixeira PEF de História
  • 118. 118 O BREVIÁRIO DO POETA Diego Knack A poesia não vende não anima festa não tem freguesia A poesia não bate cartão não tem hora não pega ônibus ou trem: não demora. A poesia não vai ao banco: não entende de economia. Mas a poesia (ela mesma) incendeia, alumia É, ao mesmo tempo, miserável ou faz sorrir o riso de ninguém. Mas se tudo isso mesmo é certeiro não é menos verdadeiro que no vasto ventre do verso cabe, meus amigos, o mundo inteiro. E.M 11.20.501 Anísio Teixeira PEF de História
  • 119. 119 REVELAÇÃO Giovanna Salazar Mousinho Bergo Quero ser minha filosofia A mais bela sinfonia Que vem e que toca Dentro da alma, que morta Agora brota vida Vou me integrar Com a água, com o fogo e com o ar Fazer parte do todo, Mas única me transformar Como uma semente que sente, sofre... Rente do solo cresce muda e vira gente, Às vezes inebriante, as vezes insolente Mas firme, suave e insistente Quero fazer parte do universo, fluir Me entregar ao desconhecido sem medo de partir Sentindo a dor que me atrai A dor que me trai A dor que faz e se desfaz... E se... D e s f a z E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio Professor I de Ciências
  • 120. 120 AMANHÃS Marcelo Carreiro Freire O corpo, cansado, Indicava o final do dia. A mente, agitada, Abraçava o tempo Nomear o outro, Identificar o erro. Houve o tempo De viver aventuras, De criar histórias, De parir o fato. O amanhã, sempre ali, Cobrava a atenção Da criança travessa De artimanha à mão, Ameaçando o estrago. O fim do dia não chega E hoje aqui estamos. Não sei bem Para onde vamos, Mas juntos, um time, É isso que somos. Encarando desafios, Superando limites, Olhando no olho O outro e eu, prontos, Para o destino traçado. E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio Professor I de História
  • 121. 121 O LIVRO DAS FLORES Michel Serpa Santos Não se sabe mais, O que são flores? Talvez as plantas refugiadas de sua terra Tomadas na paz Tomadas na guerra, Guerra contra os gafanhotos, Guerra santa ou de paz. Serão aquelas plantas que passam fome, Sede, frio, que vivem nos albergues e Morrem com medo, Jogadas nos valões, Jogadas nos rios. Não se sabe, Mas o que são os cravos? Talvez bons soldados que protegem as plantas, Quando tem que proteger, ou Plantas de pétalas azuis, De uma força de paz, Que paz a força traz? E.M. 11.20.019 Rodrigo Otávio Professor II
  • 122. 122 INSTÂNCIA Manoel Marcos da Costa Qualidade do que é instante, Imediato, hoje, presente... Sabido aparentemente! Guardado numa estante? Sendo às vezes fugaz, não óbvia Guardada no coração, invisível Na mente nem eu sei todavia Sua porção anímica. Inadiável e tardia Tem foro desconhecido. Forte e claudicante... Inaudível e gritante Sempre insta em meu ser Deambulando sem roteiro certo. E.M. 11.20.032 Nelson Prudêncio Professor I de Matemática
  • 123. 123 NATUREZA QUE HÁ EM MIM Daniel Pereira de Oliveira Tem dias em que eu preciso de noites E noites em que eu preciso do sol Eu, hoje, preciso chover Talvez até trovejar Certos dias quero ser fundo do mar E algumas noites, cume de montanha Há dias de minha garganta secar como deserto E noites de meus olhos marejarem feito estrelas Há noites de sentir um vulcão dentro do peito E dias de senti-lo feito uma geleira. CREJA 12.02.701 Professor II CREJA
  • 124. 124 DE ONDE VEM A ESPERANÇA? Gissele Luanda Cruz da Silva Ferreira Viajando no transporte público, Que me leva para casa, Depois de um dia de labuta, Penso que a vida podia ser diferente! Penso que o trabalho é uma atividade que deveria ampliar em mim a humanidade. No entanto, a cada golpe sofrido, Durante o dia, minhas forças fogem. Mas a cada amanhecer, Essa mesma força retorna acalentada pela esperança. De onde vem a esperança? Vem do abraço do amado ao acordar. Vem dos beijinhos das filhas, acompanhados de juras de amor. Vem do olhar de descoberta de cada aluno na viagem pelo con- hecimento e a alegria da aprendizagem. Vem dos sonhos mais loucos que cativo e da surpresa de saber que não sonho só. Neste momento sorrio tranquila, Pois as batalhas são longas, Mas eu sei de onde vem a esperança! CREJA 12.02.701 Professor II
  • 125. 125 MULHER Getúlio Rezende Benevides É melhor se entregar! Mulher é ímã, quem consegue escapar? É metal precioso, é ouro! É teia de aranha, quem consegue fugir? Conexão impossível de decifrar Força da gravidade, quem consegue escapar? Tudo gira ao redor do umbigo, o mundo todo vai pra lá Seu cheiro, perfume, quem consegue escapar? É peculiar, nenhuma flor pode alcançar! Hálito, quem consegue escapar? Brisa paralisante, só resta se entregar! Beijo de mulher, quem consegue escapar? É o corpo, é a alma Radar, sensor Não dá pra captar Labirinto Pisca o olho, quem consegue escapar? Revela segredo, chama pra dançar Mulher é diamante, é ouro! É borboleta azul, é borboleta lilás Sobrevoa as flores e desfila no céu Lúdica e low-profile, quem consegue escapar? Castelo encantado, porta do céu Não dá mais pra voltar É melhor se entregar! CREJA 12.02.701 Professor I de Inglês