Para o mal no mundo o justo deve colocar a mão na massa, no lugar de ficar reclamando. O justo, pela sua fidelidade, é que possibilita a justiça no mundo.
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A AUTORIA É CITADA EM DUAS PASSAGENS:
1.1 “Advertência do profeta Habacuque.”
3.1 “Oração do profeta Habacuque. Uma confissão.”
Seu nome não é mencionado em outro livro da Bíblia.
Habacuque não inicia com
uma profecia, mas com uma
queixa pelo seu sofrimento
e do povo de Judá.
Depois critica o castigo que
Deus informa que lhes aplicará.
5. 5
DATA – discute-se a data em que foi escrito, há 2 hipóteses:
1. Escrito pouco antes da queda de Nínive em 612, daí os
opressores seriam os Assírios;
2. Escrito entre a Batalha de Carquemis em 605 e o 1º cerco
a Jerusalém em 597, os opressores seriam os babilônios.
Contexto Histórico caso a data seja a da 1ª hipótese
Habacuque viveu num dos períodos mais críticos de Judá.
Seu país havia caído do auge das reformas de Josias para um
tratamento violento de seus cidadãos, reinado de Jeoaquim,
com medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do
sistema legal.
O mundo ao redor de Judá estava
em guerra contra a Assíria
e Egito.
6. 6
PROPÓSITO DO LIVRO DE HABACUQUE
Vivemos num mundo violento, cheio de injustiça.
Os noticiários trazem notícias diárias de assaltos, ataques,
atentados, assassinatos, ...
Como crermos que Deus domina tudo, é difícil entender a
maldade que nos cerca.
Pessoas inocentes são vítimas da crueldade de outros.
Nações entram em conflito umas contra as outras.
Olhamos para Deus e como Habacuque perguntamos:
"Por que toleras então esses perversos“
Habacuque recebe a resposta e nos mostra qual a atitude que
devemos ter, mesmo sem saber os propósitos de Deus.
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Esboço:
1. Diálogo entre Habacuque e Deus (1.1—2.4)
a. Habacuque queixa-se da injustiça (1.1-4)
b. Resposta de Deus: Judá será castigada (1.5-11)
c. Intercessão de Habacuque (1.12-17)
d. Resposta de Deus: o castigo virá, mas o justo viverá pela fé
(2.1-5)
2. Cinco “ais” sobre os babilonios (2.6-20)
3. Oração de Habacuque (3.1-19)
Habacuque é único no seu gênero por não ser uma profecia
dirigida a Judá, mas um diálogo entre o profeta e Deus.
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A queixa do profeta:
1.2-3 “Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu
ouças? Até quando gritarei a ti: "Violência! " sem que tragas
salvação? Por que me fazes ver a injustiça, e contemplar a
maldade? A destruição e a violência estão diante de mim; há
luta e conflito por todo lado.”
Qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera
coincidência.
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ONDE ESTÁ DEUS NESSAS HORAS?
Habacuque está incomodado e não sabe que ação deve tomar
nesta situação, pelo visto permanecera indiferente, ou passivo,
com a maldade e a injustiça.
Algumas vezes Deus não resolve de pronto nossas crises para
que passemos um tempo com elas, para sermos trabalhados,
e seus propósitos se firmarem na nossa vida.
Se resolvesse de imediato, não aprenderíamos.
Pedagogia divina: a demora divinal tem finalidade medicinal
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“JÁ TE VI!”
1.4 “Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. Os
ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida.”
Refere-se à lei mosaica, as regras divinas, que deveriam reger
a vida política, religiosa e doméstica, porém foram esquecidas.
Já a justiça tomava decisões “legais” baseadas em precedentes
ou leis já em vigor.
Não havia segurança para as pessoas e suas propriedades.
A lei de Deus era desprezada.
Até aqueles que deveriam defender
a justiça e a verdade entregavam-se
à desonestidade.
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A RESPOSTA DE DEUS
1.5 "Olhem as nações e contemplem-nas, fiquem atônitos e
pasmem; pois nos dias de vocês farei algo em que não creriam,
se lhes fosse contado.”
Deus responde ao pedido de Habacuque, concorda com sua
queixa: o povo violento e injusto merecia um castigo.
Não creriam que, o povo escolhido por Deus, teriam o mesmo
castigo que Deus aplicara às outras nações.
Paulo cita este versículo:
At 13.41 “Olhem, escarnecedores, admirem-se e pereçam; pois
nos dias de vocês farei algo que vocês jamais creriam se alguém
lhes contasse!“
Uma advertência àqueles que apenas se maravilham com o
evangelho e a ressurreição de Jesus, pois também serão
rejeitados por Deus, algo tão espantoso quanto Deus usar os
exércitos da Babilônia para punir seu próprio povo.
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Deus continua: 1.6 “Estou trazendo os babilônios...”
A maldade de Judá será castigada, e os babilônios serão o
braço executor do castigo.
Essa resposta deixa o profeta confuso:
Não deveria Deus punir apenas os maus?
Deus pretende corrigir todo povo com gente que é muito pior.
Imagine pedir a justiça de Deus contra os malfeitores da sua
cidade e ouvir uma resposta dessas.
Além do que, na teologia de Habacuque, a vitória dos
babilônios seria a dos seus deuses e isso significaria a própria
derrota de Deus.
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NA HORA DO VAMOS VER, DEUS RESOLVE SE ESCONDER
1.13 “Teus olhos são tão puros, que não suportam ver o mal;
não podes tolerar a maldade. Por que toleras então esses
perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios engolem
os que são mais justos do que eles?”
Até aqui Habacuque nada profetizara, somente se queixara da
passividade de Deus, elabora a justificativa de que Deus não vê
o mal de tão puro que é, e O critica dizendo que não deve
resolver as coisas assim.
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1.14,15 "Tornaste os homens como peixes do mar, como
animais, que não são governados por ninguém. Esses ímpios
puxam a todos com anzóis, apanham-nos em suas redes e
nelas os arrastam; então alegram-se e exultam.”
O Senhor faz o que Ele permite que seja feito.
Como resultado da aparente indiferença divina e diante da
ação destrutiva dos ímpios, “não governados por ninguém”,
estes mais se alegram quantos mais desgraçam.
Para eles os homens são como peixes apanhados no mar pelo
pescador que usa todos os meios concebíveis – anzol, rede,...
– a fim de pescar o mais possível.
Um comentarista diz que este pensamento é o inverso do
pensamento de Jesus, que declarou que até os pardais se
encontram sob os cuidados de Deus.
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1.16 "E por essa razão eles oferecem sacrifício às suas redes e
queimam incenso em sua honra, pois, graças às suas redes,
vivem em grande conforto e desfrutam iguarias.”
Adoravam e serviam à criatura mais que ao Criador.
Uma coisa é encarar os problemas que devem ser enfrentados
por todos aqueles que creem em um Deus bom e onipotente
e perguntar por que as coisas são assim, ou como podem ser
assim.
Outra, bem diferente, é duvidar da bondade e justiça divinas,
ou da própria existência de Deus, simplesmente porque
alguém não consegue responder essas perguntas.
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Como ter fé quando as perguntas ficam sem
resposta?
2.1 "Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre
a muralha; aguardarei para ver o que ele me dirá e que
resposta terei à minha queixa.”
Jeremias esperou dez dias por uma resposta à sua pergunta (Jr.
42.7 “Dez dias depois o Senhor dirigiu a palavra a Jeremias,”).
Habacuque tem fé e determinação para aguardar a resposta
ao seu questionamento.
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2.2 “Então o Senhor respondeu: "Escreva claramente a visão
em tabuinhas, para que se leia facilmente.”
Is 30.8 “Agora vá, escreva isso numa tabuinha para eles,
registre-o num livro, para que nos dias vindouros seja um
testemunho eterno.”
Ambos escreveram em tabuinhas de barro, de modo claro
para que qualquer um pudesse lê-las e passá-las adiante.
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2.4 “Escreva: "O ímpio está envaidecido; seus desejos não são
bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade.”
A fidelidade é exercida em relação a alguém ou algo.
O homem justo é fiel a Deus, à sua palavra e à sua aliança.
Rm 1.17 “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus,
uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está
escrito: "O justo viverá pela fé".”
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Habacuque estabeleceu um princípio através do qual a
fidelidade, que é a confiança humilde e inabalável na palavra
de Deus, é o instrumento que leva ao bem-estar e à segurança
do povo da aliança.
Paulo declara que o mesmo instrumento é o meio de se
alcançar a justificação dos pecados.
O caráter das obras de um homem justo são o resultado do
modo de viver segundo o caráter de Cristo.
Viver não é apenas ter segurança ou proteção nesta vida, mas
desfrutar a bondade divina, que é melhor do que a vida.
É ser querido e aprovado por Deus.
Paulo expande o alcance da palavra "viver", ao aplica-lo à vida
futura.
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Cinco castigos para a Iniquidade dos babilônios.
2.5 “De fato, a riqueza é ilusória, e o ímpio é arrogante e não
descansa; ele é voraz como a sepultura e como a morte.
Nunca se satisfaz; apanha para si todas as nações e ajunta
para si todos os povos.”
Tanto nações como indivíduos devem adquirir os seus bens
por maneiras honestas.
Deus castigará as pessoas e os povos que roubam e que não
pagam as suas dívidas.
2.9 "Ai daquele que obtém lucros injustos para a sua casa,
para pôr seu ninho no alto e escapar das garras do mal!”
Até hoje, as nações se enganam da mesma maneira, confiam
nos seus sistemas de defesa e na força militar
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2.10 “Você tramou a ruína de muitos povos, envergonhando a
sua própria casa e pecando contra a sua própria vida.”
2.12 "Ai daquele que edifica uma cidade com sangue e a
estabelece com crime!”
Deus não aprova a maldade daqueles que procuram levar
vantagem sobre outros.
Os mais fortes devem proteger os mais fracos, ao invés de
abusar deles.
Os mais ricos devem ajudar os mais pobres, e não explorá-los.
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2.13 “Acaso não vem do Senhor dos Exércitos, que o trabalho
dos povos seja só para satisfazer o fogo, e que as nações se
afadiguem em vão?”
A causa principal do fracasso dos planos e programas
humanos é a providência de Deus que os torna um trabalho
inútil.
2.14 “E a terra se encherá do conhecimento da glória do
Senhor, como as águas enchem o mar.”
Ao tomarem conhecimento de que é Deus quem governa a
história e faz fracassar os planos humanos que se afastam dos
seus planos, todos lhe darão glória.
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3.8-12 “Era com os rios que estavas irado, Senhor? Era contra
os riachos o teu furor? Foi contra o mar que a tua fúria
transbordou quando cavalgaste com os teus cavalos e com os
teus carros vitoriosos? Fendeste a terra com rios; os montes te
viram e se contorceram. Torrentes de água desceram com
violência; o abismo estrondou erguendo as suas ondas. O sol e
lua pararam em suas moradas, diante do reflexo de tuas
flechas voadoras, diante do lampejo da tua lança reluzente.
Com ira andaste a passos largos por toda a terra e com
indignação pisoteaste as nações. Saíste para salvar o teu
povo.”
Habacuque tem uma visão do dia do juízo final.
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3.16-18 “Ouvi isso, e o meu íntimo estremeceu, meus lábios
tremeram; os meus ossos desfaleceram; minhas pernas
vacilavam. Tranquilo esperarei o dia da desgraça que virá
sobre o povo que nos ataca. Mesmo não florescendo a
figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a
safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas
lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda
assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha
salvação.”
Habacuque começou o livro tentando entender o que Deus
faz, e o terminou sem compreender sua justiça e sabedoria.
Não precisamos compreender tudo que Deus faz, apenas que é
Deus quem faz!
O profeta, ao receber a descrição e o que significa a execução
do juízo divino sobre si e sobre o seu povo, descansa em Deus.
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3.19 “O Senhor Soberano é a minha força; ele faz os meus pés
como os do cervo; ele me habilita a andar em lugares altos.
Para o mestre de música. Para os meus instrumentos de
cordas.”
A corça é veloz e não pisa em falso, e escapa do perseguidor.
O quadro é o de alguém extremamente confiante em que
aquele que leva o seu povo a passar por provações é fiel e
fornecerá em cada provação um caminho de escape, para que
o povo seja capaz de enfrentá-la.
Para o mestre de música. Esta oração em forma de salmo foi
evidentemente destinada ao coro dos levitas.
27. LIÇÕES
O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ (2.4): verso citado 3 vezes no NT.
As respostas de Deus:
a) Há justiça retributiva e vale a pena manter-se justo.
b) Para o mal no mundo o justo deve colocar a mão na massa,
no lugar de ficar reclamando. O justo, pela sua fidelidade, é
que possibilita a justiça no mundo.
Rm 1.16,17 – Paulo faz um comentário para explicar este
verso: a justificação pela fé dá a vida eterna.
Gl 3.11 – Paulo cita este verso para provar que a salvação não
vem pela lei, mas pela fé em Jesus.
Hb 10.38– Paulo usa o verso no sentido de que se deve
manter a fé até o fim para herdar a vida eterna. Como no
futebol: “acreditou”, isto é, agiu conforme o que creu.
28. Conclusão
O juízo vindouro não é assunto descartável.
Os profetas trataram dele, bem como Jesus Cristo e
seus apóstolos.
O seu juízo é certo e verdadeiro e virá sobre todos os
que praticam a iniquidade.
Iniquidade:
- É quem se acostuma com o pecado e a injustiça.
- É aquele que nega a Deus.
30. 1. Bíblia Sagrada NVI; São Paulo; Ed. Vida; 2001
2. Bíblia em ordem cronológica (Editora Vida)
3. Bíblia De Estudo NVI, Barker; São Paulo; Ed. Vida; 2003
4. Bíblia de Estudo Arqueológica NVI – Kunz André Claiton e outros – Editora Vida – 2013
5. Manual Bíblico SBB; trad. Noronha, Lailah; São Paulo; Ed. Sociedade Bíblica do Brasil; 2008
6. PFEIFER, Charles F. (edit.). Comentário bíblico Moody.Trad. Yolanda M. Krievin. São Paulo:
EBR, 1999. Vol. 3, 390 p
7. COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Os profetas menores II: Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. Rio de Janeiro: JUERP, 2000. 194 p.
8. Programa ROTA 66 – Sayão, Luiz – Rádio transmundial
9. Reflexões extraídas da World Wide Web
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