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Pecadores nas
Mãos de um Deus
Irado
Por Jonathan Edwards
Jul/2017
2
Introdução
Jonathan Edward, pastor congregacional
norte-americano, foi o mais destacado teólogo
e erudito da Nova Inglaterra no período colonial
no século XVIII. Edwards, nasceu a 5 de outubro
de 1703, em East Windor, Connecticut. Recebeu
os graus de Bacaharelado em Artes e Mestrado em
Artes na Universidade de Yale. Em 1727 foi
ordenado e empossado como pastor
assistente da igreja de seu avô, Solomon
Stoddard faleceu em 1729, Edwards tornou-se o
pastor efetivo da igreja.
Em 1734 o reavivamento religioso, parte do
Grande Despertamento, chegou à sua igreja.
Seu famoso sermão “Pecadores nas Mãos de
um Deus Irado” (1741), foi proferido durante
esse reavivamento.
O Sermão de Jonathan Edwards
Há dois séculos que o mundo fala do famoso
sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e
dos ouvintes que se agarravam aos bancos
pensando que iam cair no fogo eterno... É
impossível avaliar o grau do poder de
Deus, derramado para despertar milhares de
almas, para a salvação, sem primeiro nos
lembrarmos das condições das igrejas da Nova
3
Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época.
Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos
puritanos que colonizaram as florestas da Nova
Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja,
indiferente e cheia de pecado, se encontrava face
com o maior desastre.
O povo, ao entrar para o culto, mostrava um
espírito leviano, e mesmo de desrespeito, diante
dos cinco pregadores que estavam presentes.
Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era
homem de dois metros de altura; seu rosto
tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro
de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado
num braço sobre a tribuna, segurando o
manuscrito na outra mão, falava em voz
monótona. Discursou sobre o texto de
Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que
resvalar o seu pé".
Depois de explicar a passagem, acrescentou que
nada evitava, por um momento, que os pecadores
caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de
Deus; que Deus estava mais encolerizado com
alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas
que já estavam no Inferno; que o pecado era como
um fogo encerrado dentro do pecador e pronto,
com a permissão de Deus, a transformar-se em
fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a
vontade do Deus indignado os guardava da morte
instantânea.
4
Prosseguiu, então, aplicando o texto ao
auditório: "Aí está o Inferno com a boca
aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós
vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno
existe apenas a atmosfera... há, atualmente,
nuvens negras da ira de Deus pairando sobre
vossas cabeças, predizendo tempestades
espantosas, com grandes trovões. Se não
existisse a vontade soberana de Deus, que é a
única coisa para evitar o ímpeto do vento até
agora, serieis destruídos e vos tornaríeis como a
palha da eira... O Deus que vos segura na mão,
sobre o abismo do Inferno, mais ou menos como
o homem segura uma aranha ou outro inseto
nojento sobre o fogo, durante um momento, para
deixá-lo cair depois, está sendo provocado em
extremo...
Não há que admirar, se alguns de vós com
saúde e calmamente sentados aí nos bancos,
passarem para lá antes de amanhã..."
O resultado do sermão foi como se Deus
arrancasse um véu dos olhos da multidão para
contemplar a realidade e o horror da posição em
que estavam. Nessa altura o sermão foi
interrompido pelos gemidos dos homens e os
gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou
caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse
e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a
cidade de Enfield ficou como uma fortaleza
sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o
5
clamor das almas que, até aquela hora, confiavam
na sua própria justiça. Esperavam que, a
qualquer momento, o Cristo descesse dos céus
com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos
entregassem os mortos que neles havia...
Certo é que na Nova Inglaterra começou, em
1740, um dos maiores avivamentos dos tempos
modernos. É igualmente certo que este
movimento se iniciou, não com os sermões
célebres de Edwards, mas com a firme convicção
deste, de que há uma "obra direta que o Espírito
divino faz na alma humana". Note-se bem:
Não foram seus sermões monótonos, nem a
eloquência extraordinária de alguns, mas, sim, a
obra do Espírito Santo no coração dos mortos
espiritualmente, que, "começando em
Northampton, espalhou-se por toda a Nova
Inglaterra e pelas colônias da América do Norte,
chegando até a Escócia e a Inglaterra".
De uma época de maior decadência, a Igreja de
Cristo, entre a população escassa da Nova
Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de trinta
a cinquenta mil almas do Inferno durante um
período de dois a três anos. "Em todo o mundo
onde se falava o inglês, era considerado o maior
erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou
de Agostinho".¹
¹Extraído de “Heróis da Fé”, Orlando S. Boyer.
6
Pecadores nas Mãos de um Deus Irado
Rev. Jonathan Edwards
“A seu tempo, quando resvalar o seu pé.” (Deut.
32:35)
Nesse versículo os ímpios e incrédulos israelitas,
que eram o povo visível de Deus, e que viviam
debaixo de Sua graça, são ameaçados com a
vingança do Senhor. Apesar de todas as obras
maravilhosas que Deus operara em favor
desse povo, este permanecia sem juízo e
destituído de entendimento, como está escrito no
versículo 28. E mesmo sob todos os cuidados do
Céu produziram fruto amargo e venenoso,
conforme verificamos nos dois versículos
anteriores.
A declaração que escolhi para meu texto, “A seu
tempo, quando resvalar o seu pé”, parece
subentender as seguintes questões, relativas
à punição e destruição que aqueles ímpios
israelitas estavam sujeitos a sofrer:
1. Que eles estavam sempre expostos à destruição,
assim como está sujeito a cair todo aquele que se
coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios.
A maneira como serão destruídos vem aí
representada pelo deslize de seus pés. A
mesma citação encontramos no Salmo 73:18-19,
7
“Tu certamente os pões em lugares escorregadios,
e os fazes cair na destruição.”
2. Faz supor também que estavam sempre
sujeitos a uma súbita e inesperada destruição,
à semelhança daquele que anda por lugares
escorregadios e a qualquer instante pode cair. O
ímpio não consegue prever se, num momento,
ficará de pé, ou se, em seguida, cairá. Quando
cai, cai subitamente, sem aviso, como está
escrito, também, no Salmo 73:18-19, “Tu
certamente os pões em lugares escorregadios, e os
fazes cair na destruição. Como ficam de súbito
assolados! Totalmente aniquilados de terror!”
3.Outra coisa implícita no texto é que os ímpios
estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem
derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que
se detém ou anda por terrenos escorregadios não
precisa mais do que seu próprio peso para cair por
terra.
4.E também a razão pela qual ainda não caíram, e
não caem, é por não haver chegado ainda o tempo
determinado pelo Senhor. Pois está escrito que
quando este tempo determinado, ou escolhido,
chegar, seu pé irá resvalar. E então serão
entregues à queda, para a qual já estão
predispostos por causa do próprio peso. Deus
não os susterá mais em lugares escorregadios,
mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse
exato momento, cairão em destruição, à
semelhança daqueles que transitam em terrenos
8
escorregadios, à beira de precipícios, e não
conseguem se manter de pé sozinhos, caindo
imediatamente e se perdendo ao serem
abandonados.
Eu insistiria agora num exame maior das
seguintes palavras: não há nada, a não ser a boa
vontade de Deus, que impeça os ímpios
de caírem no inferno a qualquer momento. por
mera boa vontade de Deus, me refiro à Sua
vontade soberana, ao Seu livre arbítrio, o qual
não é restringido por nenhuma obrigação, nem
tolhido por qualquer tipo de dificuldade. Em
última análise, sob qualquer aspecto, nada, exceto
a vontade de Deus, tem poder para preservar os
ímpios da destruição por um instante sequer.
A verdade dessa observação transparecera nas
seguintes considerações:
1.Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no
inferno a qualquer momento. A mão dos homens
não é suficientemente forte quando Deus se
levanta. O mais forte deles não tem poder para
resistir-Lhe, e ninguém consegue se livrar de Suas
mãos.
Ele não só pode lançar os ímpios no inferno,
como pode fazê-lo com a maior facilidade.
Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra
grande dificuldade em dominar um rebelde, o
qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais
poderoso pelo número de seguidores que alicia.
9
Mas com Deus não é assim. Não há força que
resista ao Seu poder.
Mesmo que as mãos se unam, e que enormes
multidões de inimigos do Senhor juntem suas
forças e se associem, serão todos facilmente
despedaçados. São como montes de palha seca e
leve diante de um furacão, ou como grande
quantidade de restolho perto de chamas
devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar
uma lagarta que se arrasta pelo chão.
Achamos fácil também cortar ou chamuscar um
fio de linha fino que segura alguma coisa. Então,
é simples para Deus, quando Lhe apraz, lançar
Seus inimigos no inferno profundo. Quem somos
nós, que imaginamos poder resistir Àquele
ante cuja repreensão a terra treme, e perante
quem as pedras tombam.
2. Eles merecem ser lançados no inferno. Assim,
a justiça divina não se interpõe no caminho dos
ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar
Seu poder para destruí-los a qualquer momento.
Muito pelo contrário, a justiça fala assim da
árvore que produz frutos maus:”... pode cortá-la;
para que está ela ainda ocupando inutilmente a
terra?” Lucas 13:7. A espada da justiça divina está
o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e
somente a mão de absoluta misericórdia e a mera
vontade de Deus podem detê-la.
3. Os ímpios já estão debaixo da sentença de
condenação ao inferno. Eles não só merecem ser
10
lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse
preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor
estabeleceu entre Si mesmo e a humanidade,
também se coloca contra eles, e assim os mantém.
Portanto, tais homens já estão destinados ao
inferno. “ o que não crê já está julgado.” João
3:18. Assim, todo impenitente pertence,
verdadeiramente, ao inferno. Aí; é o seu lugar, ele
é de lá, como lemos em João 8:23: “Vós sois cá
debaixo” e para lá é destinado. Este é o lugar que
a justiça, a Palavra de Deus e a sentença de Sua lei
imutável reservam para ele.
4. Assim sendo, eles são objetos da ira e da
indignação de Deus, que se manifesta através dos
tormentos do inferno. E a razão de não
descerem ao inferno agoira mesmo não é pelo
fato do Senhor, em cujo poder se encontram, estar
menos irado com eles no momento, ou, pelo
menos, não tão encolerizado como está com
aquelas miseráveis criaturas a quem Ele
atormenta no inferno, as quais experimentam
e sofrem ali a fúria de Sua indignação. Sim, Deus
se acha muito mais furioso com um grande
número de pessoas que está vivendo na terra
agora, talvez de modo tranquilo e confortável, do
que com muitos daqueles que estão
experimentando as chamas do inferno. Portanto, a
razão porque Deus ainda não abriu a Sua mão e os
liquidou, não é pôr Ele não se importar com suas
iniquidades, ou não se ofender. O Senhor não se
11
parece com eles, embora pensem que sim. A
fúria de Deus arde contra eles, sua condenação
não demora. O abismo está preparado, o fogo
está pronto, a fornalha incandescente está
ardendo, pronta para recebê-los. As chamas
vermelhas queimam.
A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas
cabeças. O inferno abriu a sua boca debaixo deles.
5. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para
apoderar-se deles como coisa sua, no momento
em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem, suas
almas encontram-se em seu poder e sob o seu
domínio. As Escrituras os apresentam como
propriedade de Satanás. (Lucas 11:21). Os
demônios os espreitam, estão sempre ao seu
lado, à sua direita, esperando por eles como leões
esfaimados e enfurecidos que veem a presa,
aguardando a hora de agarrá-la, mas são
restringidos por enquanto. Se Deus retirasse Sua
mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas
pobres almas num instante. A velha serpente está
pronta para dar o bote. O inferno escancara sua
boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam
rapidamente engolidos e consumidos.
6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles
princípios diabólicos que os faria arder agora
mesmo no inferno, se não fosse a restrição
imposta por Deus. Existe na própria natureza
carnal do homem uma potencialidade alicerçando
os tormentos do inferno.
12
Há aqueles princípios corruptos que agem de
maneira poderosa sobre eles, que os dominam
completamente, e que são sementes do fogo do
inferno.
Esses princípios são ativos e poderosos, de
natureza extremamente violenta, e se não fosse a
mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam
logo destruídos. Iriam arder em chamas da mesma
forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os
corações das pessoas condenadas, gerando nelas
os mesmos tormentos. As almas dos ímpios são
comparadas nas Escrituras com o mar agitado.
(Isaías 57:20). Por enquanto Deus controla as
iniquidade deles pelo Seu imenso poder, como faz
com as ondas enfurecidas do mar, dizendo: “Virão
até aqui, mas não prosseguirão.” Mas se Deus
retirasse deles Seu poder refreador, seriam todos
tragados por elas.
O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é
destrutivo pela própria natureza. E se Deus o
deixasse sem controle, não seria preciso mais
nada para tornar as almas humanas
absolutamente miseráveis. A corrupção no
coração do homem é algo cheio de fúria
incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores
viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido
pelas restrições divinas. Ao passo que, se fosse
liberada, incendiaria o curso natural da vida. E
como o coração é um poço de pecado, este mesmo
pecado iria imediatamente transformar a alma
13
num forno incandescente ou numa fornalha de
fogo e enxofre, caso não fosse restringido.
7. O fato de não haver sinais visíveis da morte por
perto, não quer dizer que haja, por um momento
sequer, segurança para os ímpios. O fato do
homem natural ter boa saúde, de não prever que
poderia deixar este mundo num minuto por um
acidente, de não haver perigo visível à sua volta,
nada disso lhe serve de segurança.
Contínuas e inúmeras experiências humanas, em
todas as épocas, nos mostram que não existem
provas de que o homem não esteja à beira da
eternidade, ou de que seu próximo passo não
venha a ser no outro mundo. Os caminhos e
meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são
incontáveis e inconcebíveis. Os homens não
convertidos caminham por cima das profundezas
do inferno, sobre uma superfície frágil onde
existem várias áreas quebradiças, também
invisíveis, as quais não conseguirão aguentar
o seu peso. As flechas da morte voam ao meio-dia
sem serem vistas.
O olhar mais atento não pode distingui-las. Deus
tem muitas maneiras diferentes e misteriosas de
tirar os homens pecadores do mundo e despachá-
los para o inferno.
Não há nada que faça crer que o Senhor precise
de ajuda de um milagre, ou que necessite se
desviar do curso natural de Sua providência
para destruir qualquer pecador, a qualquer
14
momento. Desde que todos os meios para
fazer os ímpios deixarem este mundo estão
de tal forma nas mãos de Deus, tão
absoluta e universalmente sujeitos ao Seu
poder e determinação, segue-se que a ida
dos pecadores para o inferno a qualquer momento,
depende simplesmente da vontade de Deus, quer
usando meios ou não.
8. O cuidado e a prudência dos homens
naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado
de terceiros em preservá-las, não lhes dá
segurança por um momento sequer.
A providência divina e a experiência humana
testificam isso. Existem evidências claras de
que a sabedoria dos homens não lhes é segurança
contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma
diferença entre a morte prematura e inesperada de
homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas o
que acontece realmente? “Como morre o homem
sábio? Assim como um tolo.” Ecles.2:16.
9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para
escaparem do inferno não os livram do mesmo,
nem por um momento, pois continuam a
rejeitar a Cristo, e portanto permanecem
ímpios. Quase todos os homens naturais que
ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de
que vão escapar dele. Quanto à sua própria
segurança, confiam em si mesmos.
Vangloriam-se do que fizeram, do que estão
fazendo e do que pretendem fazer. Cada um
15
traça seu próprio plano, pensa em como
evitar a condenação, e se vangloria e que irá
tramar tão bem todas as coisas que seu esquema,
com certeza, não falhará.
Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se
salvam, e que a maior parte dos homens que já
morreram foram para o inferno; mas cada um
deles se imagina capaz de planejar melhor a
própria fuga, do que os outros puderam fazer.
Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir
para esse lugar de tormento, e que pretendem
tomar todo o cuidado necessário,
esquematizando as coisas de tal forma a
não terem possibilidade de falhar. Mas os
insensatos filhos dos homens iludem-se
miseravelmente quanto a seus próprios planos.
A confiança que depositam na própria força e
sabedoria é o mesmo que confiar na fragilidade
de uma sombra. A maior parte daqueles que
antes viveram debaixo da dispensação da graça,
e agora estão mortos, sem dúvida alguma foram
para o inferno.
E não é por terem sido menos espertos do que os
que ainda estão vivos, nem por terem planejado
as coisas de tal forma que não lhes
assegurou o escape. Se pudéssemos falar com
eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos,
esperavam ser vítimas de tamanha miséria, sem
dúvida ouviríamos todos dizerem: “Não, eu nunca
16
pensei em vir para cá. Eu tinha esquematizado as
coisas de maneira bem diferente. Pensei que iria
conseguir algo melhor para mim, que meu plano
era adequado. Pensei em me precaver melhor, mas
tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não
esperava por isso naquela época, e nem daquela
maneira. Mas tudo veio como um ladrão. A morte
foi mais esperta que eu. A ira de Deus foi
rápida demais para mim. Qh!, maldita
insensatez! Eu me gabava, e me deleitava em
sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E
justamente quando eu mais falava de paz e
segurança, me sobreveio uma súbita destruição.
10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem
a nenhuma promessa de manter o homem natural
fora do inferno por um momento sequer. Ele não
fez absolutamente nenhuma promessa de vida
eterna, ou de libertação ou proteção da morte
eterna, senão aquelas que estão contidas na
aliança da graça, as promessas concedidas em
Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o
amém. Mas obviamente, os que não são filhos da
aliança da graça não têm interesse na mesma,
pois não creem em nenhuma das suas
promessas, e nem têm o menor interesse no
Mediador dessa aliança.
Portanto, apesar de tudo que os homens
possam imaginar ou pretender sobre promessas
de salvação, devido suas lutas pessoais e buscas
incessantes, deixamos claro e manifesto que
17
qualquer desses esforços ou orações que se façam
em relação à religião, será inútil. A não ser que
creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum
Deus está obrigado a conservá-los fora da
condenação eterna.
Então, os homens impenitentes estão detidos nas
mãos de Deus por cima do abismo do inferno. Eles
merecem o lago de fogo e para ele estão
destinados. Deus Se acha terrivelmente irritado.
Seu furor para com eles é tão grande, quanto para
com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício
da fúria de Sua ira no inferno. Esses ímpios não
fizeram absolutamente nada para abrandar ou
diminuir Sua cólera, portanto o Senhor não está
de modo algum preso a qualquer promessa de
livramento, nem por um momento sequer. O diabo
espera por eles, o inferno já escancarou a sua boca
para tragá-los. O fogo latente em seus corações
agrava-se agora querendo explodir. E como
continuam sem o menor interesse no Mediador,
não existem meios, ao alcance deles, que lhes
possa dar segurança. Em suma, eles não têm
refúgio e nada onde se segurar. O que os retém a
cada instante é a absoluta boa vontade divina e a
demência sem compromisso, sem obrigação, de
um Deus irado.
APLICAÇÃO
Essa mensagem pode despertar as pessoas não
convertidas para o significado do perigo que
estão correndo. Isso que vocês escutaram é o caso
18
de todo aquele que não está em Cristo. Esse
mundo de tormento, isto é, o lago de enxofre
incandescente, está aberto debaixo de vossos pés.
Ali encontra-se o terrível abismo de chamas que
ardem com a fúria de Deus, e o inferno com sua
imensa boca escancarada. E vocês não têm onde
se apoiarem, nem coisa alguma onde se
segurarem. Não existe nada entre vocês e o
inferno, senão o ar, e só o poder e o favor de Deus
podem vos sustentar.
Provavelmente vocês não têm consciência dessas
coisas, acham que vão conseguir se livrar do
inferno, e não veem nisso tudo a mão de Deus. E
olham as coisas ao seu redor, como o bom estado
de vossa saúde física, os cuidados que tomam de
vossas vidas, e os meios que usam para vossa
própria preservação. Mas essas coisas não
representam nada. Se Deus retirasse Sua mão, elas
de nada valeriam para impedir vos a queda; elas
valem tanto como a brisa tênue que tenta sustentar
uma pessoa no ar.
Vossas iniquidade vos fazem pesados como
chumbo, pendentes para baixo, pressionados
em direção ao inferno pelo próprio peso, e se
Deus permitisse que caíssem, vocês afundariam
imediatamente, desceriam com a maior rapidez,
e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa
saúde, vossos cuidados e prudência, vossos
melhores planos, toda a vossa retidão, de nada
valeriam para sustentar-vos e conservar-vos fora
19
do inferno. Seria como tentar segurar uma
avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se
não fosse a misericórdia de Deus, a terra não
suportaria vocês por um só momento, pois são
uma carga para ela. A natureza geme por causa de
vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à
escravidão, involuntariamente, por causa da vossa
corrupção. Não é com prazer que o sol brilha
sobre vocês, para que sua luz vos alumie para
pecarem e servirem a Satanás.
A terra não produz de bom grado os seus frutos
para satisfazer vossa luxúria. Nem está disposta a
servir de palco à exibição de vossas iniquidade.
Não é voluntariamente que o ar alimenta vossa
respiração, mantendo viva a chama dos vossos
corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo os
inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são
boas e foram feitas para que o homem, por meio
delas, servisse ao Senhor.
Não é com prazer que prestam serviço a outros
propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao
servirem objetivos tão contrários à sua finalidade
e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se
não fosse a mão soberana dAquele a quem vocês
tanto têm ofendido. Eis aí as nuvens negras da ira
de Deus pairando agora sobre vossas cabeças,
carregadas por uma tempestade ameaçadora,
cheias de trovões.
Não fosse a mão restringidora do Senhor, elas
arrebentariam imediatamente sobre vocês. A
20
misericórdia soberana de Deus, por enquanto,
refreia esse vento impetuoso, do contrário ele
sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria
repentinamente, e vocês seriam como palha
dispersada pelo vento.
A ira de Deus é como grandes águas represadas
que crescem mais e mais, aumentam de volume,
até que encontram uma saída. Quanto mais
tempo a correnteza for reprimida, mais rápido e
forte será o seu fluxo ao ser liberada. verdade que
até agora ainda não houve um julgamento por
vossas obras más. A enchente da vingança de
Deus encontra-se represada. Mas, por outro lado,
vossa culpa cresce cada vez mais, e dia a dia vocês
acumulam mais e mais ira contra si mesmos. As
águas estão subindo continuamente, fazendo sua
força aumentar mais e mais. Nada, a não
ser a misericórdia de Deus, detém as águas, as
quais não querem continuar represadas e forçam
uma saída. Se Deus retirasse Sua mão das
comportas, elas se abririam imediatamente e o
mar impetuoso da fúria e da ira de Deus iria se
precipitar com furor inconcebível, e cairia sobre
vocês com poder onipotente. E mesmo que vossa
força fosse dez mil vezes maior do que é, sim, dez
mil vezes maior do que a força do mais forte e
vigoroso diabo no inferno, não valeria nada para
resistir ou deter a ira divina.
O arco da ira de Deus já está preparado, e a flecha
ajustada ao seu cordel. A justiça aponta a flecha
21
para vosso coração, e estica o arco. E nada, senão
a misericórdia de Deus, um Deus irado!, que não
se compromete e a nada se obriga, impede que a
flecha se embeba agora mesmo com vosso sangue.
Assim estão todos vocês que nunca
experimentaram uma transformação real em
seus corações pela ação poderosa do Espírito do
Senhor em suas almas, todos vocês que não
nasceram de novo, nem foram feitos novas
criaturas, ressurgindo da morte do pecado para um
estado de luz, e para uma vida nova nunca
experimentada antes. por mais que tenham
modificado a conduta em muitas coisas, e tenham
possuído simpatias religiosas, e até mantido
uma forma pessoal de religião com vossas
famílias e em particular, indo à casa do Senhor,
sendo até severos quanto a isso, mesmo assim
vocês estão nas mãos de um Deus irado.
Somente Sua misericórdia vos livra de ser, agora,
neste momento, tragados pela destruição eterna.
Por menos convencidos que vocês estejam
agora quanto às verdades ouvidas, no porvir
serão plenamente convencidos. Aqueles que já
se foram, e que estavam na mesma situação
que a vossa, percebem que foi exatamente isso
que lhes aconteceu, pois a destruição caiu de
repente sobre muitos deles, quando menos
esperavam, e quando mais afirmavam viver em
paz e segurança. Agora eles veem que aquelas
22
coisas nas quais puseram sua confiança para obter
paz e segurança eram nada mais que uma brisa
ligeira e sombras vazias.
O Deus que vos mantém acima do abismo
do inferno vos abomina; Ele está
terrivelmente irritado e Seu furor contra vocês
queima como fogo. Ele vê vocês como apenas
dignos de serem lançados no fogo. E Seus olhos
são tão puros que não podem tolerar tal visão.
Vocês são dez mil vezes mais abomináveis a Seus
olhos do que é a mais odiosa das serpentes
venenosas para olhos humanos. Vocês O têm
ofendido infinitamente mais do que qualquer
rebelde obstinado ofenderia a um governante. No
entanto, nada, a não ser a Sua mão, pode
impedir-vos de cair no fogo a qualquer momento.
O fato de vocês não terem ido para o inferno na
noite passada e de terem tido permissão de acordar
ainda aqui neste mundo, depois de terem fechado
os olhos ontem para dormir, atribui-se ao mesmo
favor. Não existe outra razão porque vocês não
foram lançados no inferno ao se levantarem pela
manhã, a não ser o fato de a mão de Deus ter-vos
sustentado. E não existe outra razão por que vocês
não caiam no inferno neste exato momento.
Oh! pecador, pense no perigo terrível em que se
encontra! sobre uma grande fornalha de furor,
sobre um abismo imenso e sem fim, cheio do fogo
da ira, que você está pendurado, seguro pela mão
de Deus, cujo furor acha-se tão inflamado contra
23
você, como contra muitas pessoas já condenadas
no inferno. Você está suspenso por uma linha
tênue, com as chamas da cólera divina
lampejando à tua volta, prontas para atearem fogo
e queimar-te por inteiro. E você continua sem
interesse no Mediador, sem nada onde se agarrar
para poder se salvar, nada que possa afastar as
chamas da cólera divina, nada de ti próprio, nada
que tenha feito ou possa vir a fazer, para persuadir
o Senhor a poupar tua vida por um minuto sequer.
Considere, então, mais detidamente vários
aspectos dessa cólera que te ameaça com tão
grande perigo:
1. A quem pertence essa ira? É a ira do Deus
infinito. Se fosse somente a ira humana, mesmo a
do governante mais poderoso, comparativamente
seria considerada como coisa muito pequena. A
ira dos reis é bastante temida,
principalmente dos monarcas absolutos, que
possuem os bens e as vidas de seus súditos
inteiramente sob o seu poder, para serem usados
quando bem entenderem.
“Como o bramido do leão é o terror do rei: o que
lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida.”
(Prov 20:2). O súdito que enfurece esse tipo de
governante arbitrário, sofre os maiores
tormentos que se possa conceber, ou que o
poder humano possa infligir. Porém, os maiores
principados da terra, em toda a sua grandeza,
majestade e poder, mesmo revestidos de seus
24
grandes terrores, não são mais do que vermes
débeis e desprezíveis que rastejam no pó,
quando comparados com o grande e Todo-
poderoso Criador e Rei dos céus e da terra.
Mesmo quando estão enraivecidos e sua fúria
chega ao máximo, é muito pouco o que podem
fazer. Os reis da terra são, perante Deus, como
gafanhotos. Valem menos que nada. Tanto o seu
amor quanto o seu ódio são desprezíveis. A ira do
grande Rei dos reis é muito mais terrível do que a
deles, tal como é maior a Sua Majestade. ““Digo-
vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam
o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer.
Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer:
Temei aquele que depois de matar, tem poder para
lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis
temer.” (Lucas 12:4-5).
2. É à ferocidade de Sua ira que vocês estão
expostos. Lemos, com frequência, sobre a ira de
Deus, como por exemplo em Isaías 59:18:
“Segundo as obras deles, assim retribuirá: furor
aos seus adversários.” E também em Isaias 66:15:
“Porque, eis que o Senhor virá em fogo, e os seus
carros como um torvelinho, para tornar a sua ira
em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo.”
E assim é em muitos outros lugares da Bíblia.
Lemos também em Apocalipse 19:15: “...o lagar
do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso.”
Essas palavras são incrivelmente aterradoras.
Se estivesse escrito apenas “a ira de Deus”,
25
isso já nos faria supor algo bastante temível. Mas
está escrito: “o furor da ira de Deus”, ou seja, a
fúria de Deus, o furor de Jeová. Oh, quão terrível
deve ser esse furor! Quem pode exprimir ou
conceber o que essas palavras contém? Mas não
é apenas isso que está escrito, e sim “o furor da ira
do Deus Todo-poderoso.” Essas palavras dão a
entender que uma grande manifestação de Seu
poder onipotente vai acontecer. Através dela Ele
infligirá aos homens todo o furor de Sua ira.
Assim como os homens costumam manifestar
sua própria força através do furor de sua ira,
a onipotência divina irá, da mesma forma, se
enfurecer e se manifestar. Então, qual será a
consequência de tudo isso? O que será do pobre
verme que vier a sofrer todo esse mal? Que mãos
serão tão fortes, e que coração conseguirá suportar
tanto furor? A que terrível, inexprimível,
inconcebível abismo de miséria irá chegar a
pobre criatura humana que será vítima disso tudo!
Pensem bem, vocês que estão aqui agora, e que
permanecem em estado pecaminoso.
O fato de Deus vir a efetivar o furor de Sua ira,
torna implícito que Ele infligirá esse castigo sem
compaixão. Quando Deus olhar a indescritível
aflição do vosso estado, e vir como vossos
tormentos são absolutamente desproporcionais à
vossa força, e como vossas pobres almas estão
esmagadas, imersas em trevas eternas, não terá
compaixão de vocês, não irá deter a execução de
26
Sua ira, ou, de forma alguma, tornar mais leve Sua
mão. Nessa hora Deus não usará de misericórdia
para com vocês, nem conterá Seu vento
impetuoso.
Ele não terá consideração para com o vosso bem
estar, e nem irá evitar que vocês sofram. Na
verdade, fará com que sofram na medida exata
que Sua rigorosa justiça vier a requerer. Nada
será modificado só pelo fato de ser difícil
para vocês suportarem. “Pelo que também eu os
tratarei com furor; os meus olhos não pouparão,
nem terei piedade. Ainda que me gritem aos
ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei.”
(Ez 8:18). Deus está pronto, agora, a usar de
compaixão para com vocês.
Hoje é a dia da misericórdia. Vocês podem clamar
neste instante, e ter esperanças de alcançar Sua
graça. Mas quando o dia da misericórdia passar,
vosso lamento, o pranto mais doloroso, os gritos,
serão em vão. No que diz respeito ao vosso bem
estar, vocês estarão completamente perdidos e
alienados de Deus. O Senhor não terá outra opção
senão a de entregar-vos ao sofrimento e à miséria.
E vocês continuarão não tendo outra perspectiva,
pois serão vasos de ira, preparados para a
destruição. Não haverá outro uso qualquer para
tais vasos, senão o de enchê-los da ira de
Deus. Quando clamarem ao Senhor, Ele estará
tão longe de consolar-vos que, inclusive, está
27
escrito a esse respeito que Deus irá, simplesmente,
“rir e zombar” de vocês. Prov 1:25-26, etc.
Vejam quão terríveis são essas palavras do
grande Senhor: “O lagar eu o pisei sozinho,
e dos povos nenhum homem se achava comigo;
pisei as uvas na minha ira; no meu furor as
esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e
me manchou o traje todo.” (Isaías 63:3). É
quase impossível se conceber palavras que
tragam em si uma manifestação maior destas
três coisas: desprezo, ódio e fúria de
indignação. Se clamarem a Deus por consolo,
Ele estará longe de querer vir consolar-vos,
ou de querer demonstrar-vos qualquer interesse
ou favor. Ao contrário, o Senhor
simplesmente irá esmagar-vos sob Seus pés. E
apesar de saber que, ao pisotear-vos, vocês não
poderão suportar o peso de Sua onipotência, ainda
assim Ele não vai se importar, e irá esmagar-vos
debaixo de Seus pés, sem piedade, espremendo o
vosso sangue e fazendo com que o mesmo
espirre longe, manchando Suas vestes,
maculando Seu traje. Ele não só irá odiar-vos,
como devotará a vós o maior desprezo.
Lugar algum será considerado próprio para vocês,
a não ser debaixo de Seus pés, para serem pisados
como a lama das ruas.
3. A miséria a que vocês estão sujeitos e
aquela que Deus vos infligirá, a fim de
demonstrar a força da ira do Senhor. Deus tem em
28
Seu coração a intenção de mostrar aos anjos e aos
homens, não só a excelência do Seu amor, como a
severidade de Seu furor. Às vezes os governantes
da terra resolvem mostrar a força de sua ira
através de castigos extremos que mandam
infligir sobre aqueles que os enfurecem.
Nabucodonosor, o poderoso e arrogante rei do
império dos caldeus, demonstrou seu furor
quando, ao se irritar com Sadraque, Mesaque
e Abdenego, ordenou que se acendesse a
fornalha de fogo ardente sete vezes mais do que o
normal. Como era de se esperar, a fornalha foi
aquecida intensamente, até atingir o mais alto
grau que poderia produzir. O grande Deus
também quer revelar a Sua ira, e exaltar
Sua tremenda majestade e grandioso poder através
dos sofrimentos desmedidos de Seus inimigos.
“Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a
sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou
com muita longanimidade os vasos da ira,
preparados para a perdição.” (Rom 9:22).
E visto que esse é o Seu desígnio e o que Ele
determinou, ou seja, mostrar quão terrível e
ilimitada é a ira, a fúria e a indignação do Senhor,
Ele o mostrará realmente.
Será realizado algo horrendo, muito terrível.
Quando o grande e furioso Deus tiver se levantado
e executado Sua terrível vingança sobre o mísero
pecador, e o desgraçado estiver sofrendo o peso e
o poder infinito de Sua indignação, então Deus
29
chamará o universo inteiro para contemplar a
imensa majestade e o tremendo poder que nEle
existe. “Os povos serão queimados como se
queima a cal, como espinhos cortados arderão no
fogo. Ouvi vós os que estais longe, o que tenho
feito; e vós, que estais perto, reconhecei o meu
poder. Os pecadores em Sião se assombram, o
tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam:
Quem dentre nós habitará com o fogo devorador?
Quem dentre nós habitará com chamas eternas?”
(Isaías 33:12-14).
Assim será com vocês que não são convertidos, se
permanecerem nesse estado. O poder infinito, a
majestade e a grandiosidade do Deus onipotente
serão exaltados em vocês através da inexprimível
força dos tormentos que vos sobrevirão. Vocês
serão atormentados na presença dos santos
anjos e na presença do Cordeiro. E quando
estiverem nesse estado de sofrimento, os
gloriosos habitantes do Céu sairão para
contemplar esse espetáculo horrendo, e verão
como é a ira e a fúria do Todo-poderoso. E
quando virem todas essas coisas, se prostrarão e
adorarão Seu grande poder e majestade.
“E será que de uma lua nova à outra, e de um
sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante
mim, diz o Senhor. Eles sairão, e verão os
cadáveres dos homens que prevaricaram contra
mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem
30
o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para
toda a carne.” (Isaías 66:23-24).
4. É uma ira eterna. Já seria algo terrível sofrer o
furor e a cólera do Deus Todo-poderoso por um
momento. Mas vocês terão de sofrê-la por toda a
eternidade. Essa intensa e horrenda miséria não
terá fim. Ao olhar para o futuro, vocês verão à
frente uma interminável eternidade, de duração
infinita, que irá devorar vossos pensamentos e
assombrar vossas almas. E vocês irão se
desesperar, com certeza, por não conseguirem
nenhum livramento, termo, alívio ou descanso
para tanta dor. Saberão também, que terão de
sofrer até à última gota por longos séculos,
por milhões e milhões de anos, lutando e
pelejando contra essa vingança inclemente e
Todo-Poderosa.
Então, depois de passar por tudo isso, quando
tantos séculos vos tiverem consumido, saberão
que tudo não passa apenas de uma gota de água
quando comparado ao que ainda resta. Portanto,
vosso castigo será, com certeza, infinito. Oh,
quem poderia exprimir o estado de uma alma em
tais circunstâncias? Tudo o que pudermos dizer
sobre o assunto, vai nos dar, apenas, uma
débil e frágil visão da realidade. Ela é
inexprimível, inconcebível, pois “Quem conhece
o poder da ira de Deus?”
Que horrendo é o estado daqueles que
diariamente, a cada hora, se encontram em perigo
31
de sofrer tamanha ira e infinita miséria! Mas esse
é o caso sinistro de toda alma que ainda não
nasceu de novo, por mais moral, austera, sóbria e
religiosa que seja. Quem dera vocês pensassem
em todas essas coisas, sejam jovens ou velhos.
Há razões de sobra para acreditar que muitos
daqueles que ouviram o evangelho certamente
estarão expostos a esse tormento por toda a
eternidade. Não sabemos quem são eles. nem o
que pensam.
Pode ser que estejam tranquilos agora, escutando
esta mensagem sem se perturbarem muito, e que
estejam até se gabando do de que, no caso deles,
conseguirão escapar. Se soubéssemos que dentre
os nossos conhecidos existe uma pessoa, uma só,
sujeita a sofrer tal tormento como seria
doloroso para nós encarar o assunto. Se
conhecêssemos essa pessoa, sempre que a
víssemos numa tal visão seria terrível para nós.
Iríamos todos levantar grande choro, e prantear
por sua causa. Mas, infelizmente, em vez de uma
pessoa só, é provável que muitos se lembrem
destas exortações somente no inferno!
E inúmeras pessoas podem estar no inferno em
breve tempo, antes mesmo do ano terminar. E
aqueles que estão agora com saúde, tranquilos e
seguros, podem chegar lá antes do amanhecer.
Todos os que dentre vocês continuarem até o
fim em estado natural pecaminoso, e que
32
conseguirem ficar fora do inferno por mais tempo,
estarão lá também em breve.
Sua condenação não tardará; virá de súbito, e
provavelmente para muitos de vocês, de maneira
repentina. Vocês têm toda razão em se
admirarem de não estar ainda no inferno. o
caso, por exemplo, de alguns conhecidos seus, que
não mereciam o inferno mais do que vocês e que
antes aparentavam ter possibilidade de estarem
vivos agora tanto quanto vocês. Para o caso deles
já não há esperança. Estão clamando lá em
extrema penúria e perfeito desespero. Mas
aqui estão vocês, na terra dos vivos, cercados
pelos meios da graça, tendo a grande oportunidade
de obter a salvação. O que não dariam aquelas
pobres almas condenadas, desesperadas, pela
oportunidade de viver mais um só dia, como o que
vocês desfrutam neste momento!
E agora vocês têm uma excelente ocasião. Hoje é
o dia em que Cristo abre as portas da misericórdia
de par em par, e se coloca de pé clamando e
chamando em alta voz aos pobres pecadores.
Este é o dia em que muitos estão se reunindo
a Ele, se apressando em chegar ao reino de Deus.
Inúmeras estão vindo diariamente do norte, sul,
leste e oeste. Muitos que estavam até bem pouco
tempo nas mesmas condições miseráveis que
vocês estão felizes agora, com os corações cheios
de amor por Aquele que os amou primeiro, e
os lavou de seus pecados com Seu próprio
33
sangue, regozijando-se na esperança de ver a
glória de Deus. Como é terrível ser deixado para
trás num dia assim!
Ver os outros se banqueteando, enquanto vocês
estão penando e definhando! Ver os outros se
regozijando e cantando com alegria no coração,
enquanto vocês só têm motivos para prantear por
causa do sofrimento de seus corações, e de
lamentar por causa das aflições de vossas almas!
Como podem vocês descansar por um momento
sequer em tal estado de alma? Será que vossas
almas não são tão preciosas como as almas
daqueles que, dia a dia, estão se juntando ao
rebanho de Cristo?
Não existem, porventura muitos que, apesar de
estarem há longo tempo neste mundo, até hoje não
nasceram de novo, e por isso são estranhos à
comunidade de Israel, e nada têm feito durante a
vida, a não ser acumular ira sobre ira para o dia do
castigo?
Oh! senhores o caso de vocês é, sem dúvida,
extremamente perigoso. A dureza de vossos
corações e vossa culpa são imensas. Acaso vocês
não veem como geralmente pessoas de vossa
idade são deixadas para trás na dispensação
da misericórdia de Deus? Vocês precisam
refletir e despertar de vosso sono, pois
jamais poderão suportar a fúria e a ira do Deus
infinito.
34
E vocês que são rapazes e moças, irão
negligenciar este tempo precioso que
desfrutam agora, quando tantos outros jovens de
vossa idade estão renunciando às futilidades da
juventude e acorrendo céleres a Cristo? Vocês têm
neste momento uma oportunidade mas se a
desprezarem, sucederá o mesmo que agora está
acontecendo com todos aqueles que gastaram
em pecado os dias preciosos de sua mocidade,
chegando a uma terrível situação de cegueira e
insensibilidade.
E vocês crianças, que não se converteram ainda,
não sabem que estão indo para o inferno onde
sofrerão a horrenda ira daquele Deus que agora
está encolerizado contra vocês dia e noite? Será
que vocês ficarão felizes em ser filhos do
diabo, quando tantas outras já se converteram e
se tornaram filhos santos e alegres do Rei dos
reis?
Quem dera todos aqueles que ainda estão fora
de Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno,
quer sejam senhoras e senhores idosos, ou
pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças,
que possam dar ouvidos agora aos chamados
da Palavra e da providência de Deus. Este
ano aceitável do Senhor que é um dia de
grandes misericórdias para alguns, sem dúvida
será um dia de extremo castigo para outros.
35
Quando negligenciam suas almas os corações dos
homens se endurecem, e sua culpa aumenta
rapidamente.
Podem estar certos, porém, que agora será
como foi nos dias de João Batista. O machado
está posto à raiz das árvores; e toda árvore que não
produz fruto, deve ser cortada e lançada no fogo.
Portanto, todo aquele que está fora de Cristo,
desperte e fuja da ira vindoura. A ira do
Deus Todo-poderoso paira agora sobre todos
os pecadores. Que cada um fuja de Sodoma:
“Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás,
nem pares em toda a campina; foge para o monte,
para que não pereças.“ “E assim, conhecendo o
temor do Senhor, persuadimos aos homens.” “De
sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo, como se Deus exortasse por nosso
intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos
que vos reconcilieis com Deus.” (II Cor. 5:11-20;
6:2). “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar,
invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o
seu caminho, e o homem maligno os seus
pensamentos, e se converta ao Senhor, que se
compadecerá dele; torne para o nosso Deus,
porque grandioso é em perdoar.” (Isaías 55:6-7).
Amém.

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Pecadores nas mãos de um Deus irado

  • 1. Pecadores nas Mãos de um Deus Irado Por Jonathan Edwards Jul/2017
  • 2. 2 Introdução Jonathan Edward, pastor congregacional norte-americano, foi o mais destacado teólogo e erudito da Nova Inglaterra no período colonial no século XVIII. Edwards, nasceu a 5 de outubro de 1703, em East Windor, Connecticut. Recebeu os graus de Bacaharelado em Artes e Mestrado em Artes na Universidade de Yale. Em 1727 foi ordenado e empossado como pastor assistente da igreja de seu avô, Solomon Stoddard faleceu em 1729, Edwards tornou-se o pastor efetivo da igreja. Em 1734 o reavivamento religioso, parte do Grande Despertamento, chegou à sua igreja. Seu famoso sermão “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” (1741), foi proferido durante esse reavivamento. O Sermão de Jonathan Edwards Há dois séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno... É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derramado para despertar milhares de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das igrejas da Nova
  • 3. 3 Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos puritanos que colonizaram as florestas da Nova Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre. O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito leviano, e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregadores que estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu rosto tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que resvalar o seu pé". Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus estava mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indignado os guardava da morte instantânea.
  • 4. 4 Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nuvens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis destruídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do Inferno, mais ou menos como o homem segura uma aranha ou outro inseto nojento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de amanhã..." O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o
  • 5. 5 clamor das almas que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia... Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igualmente certo que este movimento se iniciou, não com os sermões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram seus sermões monótonos, nem a eloquência extraordinária de alguns, mas, sim, a obra do Espírito Santo no coração dos mortos espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escócia e a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre a população escassa da Nova Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de trinta a cinquenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos. "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de Agostinho".¹ ¹Extraído de “Heróis da Fé”, Orlando S. Boyer.
  • 6. 6 Pecadores nas Mãos de um Deus Irado Rev. Jonathan Edwards “A seu tempo, quando resvalar o seu pé.” (Deut. 32:35) Nesse versículo os ímpios e incrédulos israelitas, que eram o povo visível de Deus, e que viviam debaixo de Sua graça, são ameaçados com a vingança do Senhor. Apesar de todas as obras maravilhosas que Deus operara em favor desse povo, este permanecia sem juízo e destituído de entendimento, como está escrito no versículo 28. E mesmo sob todos os cuidados do Céu produziram fruto amargo e venenoso, conforme verificamos nos dois versículos anteriores. A declaração que escolhi para meu texto, “A seu tempo, quando resvalar o seu pé”, parece subentender as seguintes questões, relativas à punição e destruição que aqueles ímpios israelitas estavam sujeitos a sofrer: 1. Que eles estavam sempre expostos à destruição, assim como está sujeito a cair todo aquele que se coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios. A maneira como serão destruídos vem aí representada pelo deslize de seus pés. A mesma citação encontramos no Salmo 73:18-19,
  • 7. 7 “Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição.” 2. Faz supor também que estavam sempre sujeitos a uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares escorregadios e a qualquer instante pode cair. O ímpio não consegue prever se, num momento, ficará de pé, ou se, em seguida, cairá. Quando cai, cai subitamente, sem aviso, como está escrito, também, no Salmo 73:18-19, “Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror!” 3.Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso para cair por terra. 4.E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá resvalar. E então serão entregues à queda, para a qual já estão predispostos por causa do próprio peso. Deus não os susterá mais em lugares escorregadios, mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse exato momento, cairão em destruição, à semelhança daqueles que transitam em terrenos
  • 8. 8 escorregadios, à beira de precipícios, e não conseguem se manter de pé sozinhos, caindo imediatamente e se perdendo ao serem abandonados. Eu insistiria agora num exame maior das seguintes palavras: não há nada, a não ser a boa vontade de Deus, que impeça os ímpios de caírem no inferno a qualquer momento. por mera boa vontade de Deus, me refiro à Sua vontade soberana, ao Seu livre arbítrio, o qual não é restringido por nenhuma obrigação, nem tolhido por qualquer tipo de dificuldade. Em última análise, sob qualquer aspecto, nada, exceto a vontade de Deus, tem poder para preservar os ímpios da destruição por um instante sequer. A verdade dessa observação transparecera nas seguintes considerações: 1.Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento. A mão dos homens não é suficientemente forte quando Deus se levanta. O mais forte deles não tem poder para resistir-Lhe, e ninguém consegue se livrar de Suas mãos. Ele não só pode lançar os ímpios no inferno, como pode fazê-lo com a maior facilidade. Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra grande dificuldade em dominar um rebelde, o qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais poderoso pelo número de seguidores que alicia.
  • 9. 9 Mas com Deus não é assim. Não há força que resista ao Seu poder. Mesmo que as mãos se unam, e que enormes multidões de inimigos do Senhor juntem suas forças e se associem, serão todos facilmente despedaçados. São como montes de palha seca e leve diante de um furacão, ou como grande quantidade de restolho perto de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar uma lagarta que se arrasta pelo chão. Achamos fácil também cortar ou chamuscar um fio de linha fino que segura alguma coisa. Então, é simples para Deus, quando Lhe apraz, lançar Seus inimigos no inferno profundo. Quem somos nós, que imaginamos poder resistir Àquele ante cuja repreensão a terra treme, e perante quem as pedras tombam. 2. Eles merecem ser lançados no inferno. Assim, a justiça divina não se interpõe no caminho dos ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar Seu poder para destruí-los a qualquer momento. Muito pelo contrário, a justiça fala assim da árvore que produz frutos maus:”... pode cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?” Lucas 13:7. A espada da justiça divina está o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e somente a mão de absoluta misericórdia e a mera vontade de Deus podem detê-la. 3. Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenação ao inferno. Eles não só merecem ser
  • 10. 10 lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre Si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. “ o que não crê já está julgado.” João 3:18. Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Aí; é o seu lugar, ele é de lá, como lemos em João 8:23: “Vós sois cá debaixo” e para lá é destinado. Este é o lugar que a justiça, a Palavra de Deus e a sentença de Sua lei imutável reservam para ele. 4. Assim sendo, eles são objetos da ira e da indignação de Deus, que se manifesta através dos tormentos do inferno. E a razão de não descerem ao inferno agoira mesmo não é pelo fato do Senhor, em cujo poder se encontram, estar menos irado com eles no momento, ou, pelo menos, não tão encolerizado como está com aquelas miseráveis criaturas a quem Ele atormenta no inferno, as quais experimentam e sofrem ali a fúria de Sua indignação. Sim, Deus se acha muito mais furioso com um grande número de pessoas que está vivendo na terra agora, talvez de modo tranquilo e confortável, do que com muitos daqueles que estão experimentando as chamas do inferno. Portanto, a razão porque Deus ainda não abriu a Sua mão e os liquidou, não é pôr Ele não se importar com suas iniquidades, ou não se ofender. O Senhor não se
  • 11. 11 parece com eles, embora pensem que sim. A fúria de Deus arde contra eles, sua condenação não demora. O abismo está preparado, o fogo está pronto, a fornalha incandescente está ardendo, pronta para recebê-los. As chamas vermelhas queimam. A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas cabeças. O inferno abriu a sua boca debaixo deles. 5. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem, suas almas encontram-se em seu poder e sob o seu domínio. As Escrituras os apresentam como propriedade de Satanás. (Lucas 11:21). Os demônios os espreitam, estão sempre ao seu lado, à sua direita, esperando por eles como leões esfaimados e enfurecidos que veem a presa, aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidos por enquanto. Se Deus retirasse Sua mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas pobres almas num instante. A velha serpente está pronta para dar o bote. O inferno escancara sua boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam rapidamente engolidos e consumidos. 6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a restrição imposta por Deus. Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade alicerçando os tormentos do inferno.
  • 12. 12 Há aqueles princípios corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que os dominam completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos. Iriam arder em chamas da mesma forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os corações das pessoas condenadas, gerando nelas os mesmos tormentos. As almas dos ímpios são comparadas nas Escrituras com o mar agitado. (Isaías 57:20). Por enquanto Deus controla as iniquidade deles pelo Seu imenso poder, como faz com as ondas enfurecidas do mar, dizendo: “Virão até aqui, mas não prosseguirão.” Mas se Deus retirasse deles Seu poder refreador, seriam todos tragados por elas. O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é destrutivo pela própria natureza. E se Deus o deixasse sem controle, não seria preciso mais nada para tornar as almas humanas absolutamente miseráveis. A corrupção no coração do homem é algo cheio de fúria incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido pelas restrições divinas. Ao passo que, se fosse liberada, incendiaria o curso natural da vida. E como o coração é um poço de pecado, este mesmo pecado iria imediatamente transformar a alma
  • 13. 13 num forno incandescente ou numa fornalha de fogo e enxofre, caso não fosse restringido. 7. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento sequer, segurança para os ímpios. O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua volta, nada disso lhe serve de segurança. Contínuas e inúmeras experiências humanas, em todas as épocas, nos mostram que não existem provas de que o homem não esteja à beira da eternidade, ou de que seu próximo passo não venha a ser no outro mundo. Os caminhos e meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são incontáveis e inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham por cima das profundezas do inferno, sobre uma superfície frágil onde existem várias áreas quebradiças, também invisíveis, as quais não conseguirão aguentar o seu peso. As flechas da morte voam ao meio-dia sem serem vistas. O olhar mais atento não pode distingui-las. Deus tem muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo e despachá- los para o inferno. Não há nada que faça crer que o Senhor precise de ajuda de um milagre, ou que necessite se desviar do curso natural de Sua providência para destruir qualquer pecador, a qualquer
  • 14. 14 momento. Desde que todos os meios para fazer os ímpios deixarem este mundo estão de tal forma nas mãos de Deus, tão absoluta e universalmente sujeitos ao Seu poder e determinação, segue-se que a ida dos pecadores para o inferno a qualquer momento, depende simplesmente da vontade de Deus, quer usando meios ou não. 8. O cuidado e a prudência dos homens naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las, não lhes dá segurança por um momento sequer. A providência divina e a experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a sabedoria dos homens não lhes é segurança contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas o que acontece realmente? “Como morre o homem sábio? Assim como um tolo.” Ecles.2:16. 9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e portanto permanecem ímpios. Quase todos os homens naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele. Quanto à sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um
  • 15. 15 traça seu próprio plano, pensa em como evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará. Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já morreram foram para o inferno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma a não terem possibilidade de falhar. Mas os insensatos filhos dos homens iludem-se miseravelmente quanto a seus próprios planos. A confiança que depositam na própria força e sabedoria é o mesmo que confiar na fragilidade de uma sombra. A maior parte daqueles que antes viveram debaixo da dispensação da graça, e agora estão mortos, sem dúvida alguma foram para o inferno. E não é por terem sido menos espertos do que os que ainda estão vivos, nem por terem planejado as coisas de tal forma que não lhes assegurou o escape. Se pudéssemos falar com eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos, esperavam ser vítimas de tamanha miséria, sem dúvida ouviríamos todos dizerem: “Não, eu nunca
  • 16. 16 pensei em vir para cá. Eu tinha esquematizado as coisas de maneira bem diferente. Pensei que iria conseguir algo melhor para mim, que meu plano era adequado. Pensei em me precaver melhor, mas tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não esperava por isso naquela época, e nem daquela maneira. Mas tudo veio como um ladrão. A morte foi mais esperta que eu. A ira de Deus foi rápida demais para mim. Qh!, maldita insensatez! Eu me gabava, e me deleitava em sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E justamente quando eu mais falava de paz e segurança, me sobreveio uma súbita destruição. 10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento sequer. Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de libertação ou proteção da morte eterna, senão aquelas que estão contidas na aliança da graça, as promessas concedidas em Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o amém. Mas obviamente, os que não são filhos da aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não creem em nenhuma das suas promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança. Portanto, apesar de tudo que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de salvação, devido suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e manifesto que
  • 17. 17 qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à religião, será inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum Deus está obrigado a conservá-los fora da condenação eterna. Então, os homens impenitentes estão detidos nas mãos de Deus por cima do abismo do inferno. Eles merecem o lago de fogo e para ele estão destinados. Deus Se acha terrivelmente irritado. Seu furor para com eles é tão grande, quanto para com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício da fúria de Sua ira no inferno. Esses ímpios não fizeram absolutamente nada para abrandar ou diminuir Sua cólera, portanto o Senhor não está de modo algum preso a qualquer promessa de livramento, nem por um momento sequer. O diabo espera por eles, o inferno já escancarou a sua boca para tragá-los. O fogo latente em seus corações agrava-se agora querendo explodir. E como continuam sem o menor interesse no Mediador, não existem meios, ao alcance deles, que lhes possa dar segurança. Em suma, eles não têm refúgio e nada onde se segurar. O que os retém a cada instante é a absoluta boa vontade divina e a demência sem compromisso, sem obrigação, de um Deus irado. APLICAÇÃO Essa mensagem pode despertar as pessoas não convertidas para o significado do perigo que estão correndo. Isso que vocês escutaram é o caso
  • 18. 18 de todo aquele que não está em Cristo. Esse mundo de tormento, isto é, o lago de enxofre incandescente, está aberto debaixo de vossos pés. Ali encontra-se o terrível abismo de chamas que ardem com a fúria de Deus, e o inferno com sua imensa boca escancarada. E vocês não têm onde se apoiarem, nem coisa alguma onde se segurarem. Não existe nada entre vocês e o inferno, senão o ar, e só o poder e o favor de Deus podem vos sustentar. Provavelmente vocês não têm consciência dessas coisas, acham que vão conseguir se livrar do inferno, e não veem nisso tudo a mão de Deus. E olham as coisas ao seu redor, como o bom estado de vossa saúde física, os cuidados que tomam de vossas vidas, e os meios que usam para vossa própria preservação. Mas essas coisas não representam nada. Se Deus retirasse Sua mão, elas de nada valeriam para impedir vos a queda; elas valem tanto como a brisa tênue que tenta sustentar uma pessoa no ar. Vossas iniquidade vos fazem pesados como chumbo, pendentes para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que caíssem, vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior rapidez, e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e prudência, vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para sustentar-vos e conservar-vos fora
  • 19. 19 do inferno. Seria como tentar segurar uma avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se não fosse a misericórdia de Deus, a terra não suportaria vocês por um só momento, pois são uma carga para ela. A natureza geme por causa de vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à escravidão, involuntariamente, por causa da vossa corrupção. Não é com prazer que o sol brilha sobre vocês, para que sua luz vos alumie para pecarem e servirem a Satanás. A terra não produz de bom grado os seus frutos para satisfazer vossa luxúria. Nem está disposta a servir de palco à exibição de vossas iniquidade. Não é voluntariamente que o ar alimenta vossa respiração, mantendo viva a chama dos vossos corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo os inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são boas e foram feitas para que o homem, por meio delas, servisse ao Senhor. Não é com prazer que prestam serviço a outros propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao servirem objetivos tão contrários à sua finalidade e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se não fosse a mão soberana dAquele a quem vocês tanto têm ofendido. Eis aí as nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças, carregadas por uma tempestade ameaçadora, cheias de trovões. Não fosse a mão restringidora do Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A
  • 20. 20 misericórdia soberana de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário ele sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam como palha dispersada pelo vento. A ira de Deus é como grandes águas represadas que crescem mais e mais, aumentam de volume, até que encontram uma saída. Quanto mais tempo a correnteza for reprimida, mais rápido e forte será o seu fluxo ao ser liberada. verdade que até agora ainda não houve um julgamento por vossas obras más. A enchente da vingança de Deus encontra-se represada. Mas, por outro lado, vossa culpa cresce cada vez mais, e dia a dia vocês acumulam mais e mais ira contra si mesmos. As águas estão subindo continuamente, fazendo sua força aumentar mais e mais. Nada, a não ser a misericórdia de Deus, detém as águas, as quais não querem continuar represadas e forçam uma saída. Se Deus retirasse Sua mão das comportas, elas se abririam imediatamente e o mar impetuoso da fúria e da ira de Deus iria se precipitar com furor inconcebível, e cairia sobre vocês com poder onipotente. E mesmo que vossa força fosse dez mil vezes maior do que é, sim, dez mil vezes maior do que a força do mais forte e vigoroso diabo no inferno, não valeria nada para resistir ou deter a ira divina. O arco da ira de Deus já está preparado, e a flecha ajustada ao seu cordel. A justiça aponta a flecha
  • 21. 21 para vosso coração, e estica o arco. E nada, senão a misericórdia de Deus, um Deus irado!, que não se compromete e a nada se obriga, impede que a flecha se embeba agora mesmo com vosso sangue. Assim estão todos vocês que nunca experimentaram uma transformação real em seus corações pela ação poderosa do Espírito do Senhor em suas almas, todos vocês que não nasceram de novo, nem foram feitos novas criaturas, ressurgindo da morte do pecado para um estado de luz, e para uma vida nova nunca experimentada antes. por mais que tenham modificado a conduta em muitas coisas, e tenham possuído simpatias religiosas, e até mantido uma forma pessoal de religião com vossas famílias e em particular, indo à casa do Senhor, sendo até severos quanto a isso, mesmo assim vocês estão nas mãos de um Deus irado. Somente Sua misericórdia vos livra de ser, agora, neste momento, tragados pela destruição eterna. Por menos convencidos que vocês estejam agora quanto às verdades ouvidas, no porvir serão plenamente convencidos. Aqueles que já se foram, e que estavam na mesma situação que a vossa, percebem que foi exatamente isso que lhes aconteceu, pois a destruição caiu de repente sobre muitos deles, quando menos esperavam, e quando mais afirmavam viver em paz e segurança. Agora eles veem que aquelas
  • 22. 22 coisas nas quais puseram sua confiança para obter paz e segurança eram nada mais que uma brisa ligeira e sombras vazias. O Deus que vos mantém acima do abismo do inferno vos abomina; Ele está terrivelmente irritado e Seu furor contra vocês queima como fogo. Ele vê vocês como apenas dignos de serem lançados no fogo. E Seus olhos são tão puros que não podem tolerar tal visão. Vocês são dez mil vezes mais abomináveis a Seus olhos do que é a mais odiosa das serpentes venenosas para olhos humanos. Vocês O têm ofendido infinitamente mais do que qualquer rebelde obstinado ofenderia a um governante. No entanto, nada, a não ser a Sua mão, pode impedir-vos de cair no fogo a qualquer momento. O fato de vocês não terem ido para o inferno na noite passada e de terem tido permissão de acordar ainda aqui neste mundo, depois de terem fechado os olhos ontem para dormir, atribui-se ao mesmo favor. Não existe outra razão porque vocês não foram lançados no inferno ao se levantarem pela manhã, a não ser o fato de a mão de Deus ter-vos sustentado. E não existe outra razão por que vocês não caiam no inferno neste exato momento. Oh! pecador, pense no perigo terrível em que se encontra! sobre uma grande fornalha de furor, sobre um abismo imenso e sem fim, cheio do fogo da ira, que você está pendurado, seguro pela mão de Deus, cujo furor acha-se tão inflamado contra
  • 23. 23 você, como contra muitas pessoas já condenadas no inferno. Você está suspenso por uma linha tênue, com as chamas da cólera divina lampejando à tua volta, prontas para atearem fogo e queimar-te por inteiro. E você continua sem interesse no Mediador, sem nada onde se agarrar para poder se salvar, nada que possa afastar as chamas da cólera divina, nada de ti próprio, nada que tenha feito ou possa vir a fazer, para persuadir o Senhor a poupar tua vida por um minuto sequer. Considere, então, mais detidamente vários aspectos dessa cólera que te ameaça com tão grande perigo: 1. A quem pertence essa ira? É a ira do Deus infinito. Se fosse somente a ira humana, mesmo a do governante mais poderoso, comparativamente seria considerada como coisa muito pequena. A ira dos reis é bastante temida, principalmente dos monarcas absolutos, que possuem os bens e as vidas de seus súditos inteiramente sob o seu poder, para serem usados quando bem entenderem. “Como o bramido do leão é o terror do rei: o que lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida.” (Prov 20:2). O súdito que enfurece esse tipo de governante arbitrário, sofre os maiores tormentos que se possa conceber, ou que o poder humano possa infligir. Porém, os maiores principados da terra, em toda a sua grandeza, majestade e poder, mesmo revestidos de seus
  • 24. 24 grandes terrores, não são mais do que vermes débeis e desprezíveis que rastejam no pó, quando comparados com o grande e Todo- poderoso Criador e Rei dos céus e da terra. Mesmo quando estão enraivecidos e sua fúria chega ao máximo, é muito pouco o que podem fazer. Os reis da terra são, perante Deus, como gafanhotos. Valem menos que nada. Tanto o seu amor quanto o seu ódio são desprezíveis. A ira do grande Rei dos reis é muito mais terrível do que a deles, tal como é maior a Sua Majestade. ““Digo- vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.” (Lucas 12:4-5). 2. É à ferocidade de Sua ira que vocês estão expostos. Lemos, com frequência, sobre a ira de Deus, como por exemplo em Isaías 59:18: “Segundo as obras deles, assim retribuirá: furor aos seus adversários.” E também em Isaias 66:15: “Porque, eis que o Senhor virá em fogo, e os seus carros como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo.” E assim é em muitos outros lugares da Bíblia. Lemos também em Apocalipse 19:15: “...o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso.” Essas palavras são incrivelmente aterradoras. Se estivesse escrito apenas “a ira de Deus”,
  • 25. 25 isso já nos faria supor algo bastante temível. Mas está escrito: “o furor da ira de Deus”, ou seja, a fúria de Deus, o furor de Jeová. Oh, quão terrível deve ser esse furor! Quem pode exprimir ou conceber o que essas palavras contém? Mas não é apenas isso que está escrito, e sim “o furor da ira do Deus Todo-poderoso.” Essas palavras dão a entender que uma grande manifestação de Seu poder onipotente vai acontecer. Através dela Ele infligirá aos homens todo o furor de Sua ira. Assim como os homens costumam manifestar sua própria força através do furor de sua ira, a onipotência divina irá, da mesma forma, se enfurecer e se manifestar. Então, qual será a consequência de tudo isso? O que será do pobre verme que vier a sofrer todo esse mal? Que mãos serão tão fortes, e que coração conseguirá suportar tanto furor? A que terrível, inexprimível, inconcebível abismo de miséria irá chegar a pobre criatura humana que será vítima disso tudo! Pensem bem, vocês que estão aqui agora, e que permanecem em estado pecaminoso. O fato de Deus vir a efetivar o furor de Sua ira, torna implícito que Ele infligirá esse castigo sem compaixão. Quando Deus olhar a indescritível aflição do vosso estado, e vir como vossos tormentos são absolutamente desproporcionais à vossa força, e como vossas pobres almas estão esmagadas, imersas em trevas eternas, não terá compaixão de vocês, não irá deter a execução de
  • 26. 26 Sua ira, ou, de forma alguma, tornar mais leve Sua mão. Nessa hora Deus não usará de misericórdia para com vocês, nem conterá Seu vento impetuoso. Ele não terá consideração para com o vosso bem estar, e nem irá evitar que vocês sofram. Na verdade, fará com que sofram na medida exata que Sua rigorosa justiça vier a requerer. Nada será modificado só pelo fato de ser difícil para vocês suportarem. “Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei.” (Ez 8:18). Deus está pronto, agora, a usar de compaixão para com vocês. Hoje é a dia da misericórdia. Vocês podem clamar neste instante, e ter esperanças de alcançar Sua graça. Mas quando o dia da misericórdia passar, vosso lamento, o pranto mais doloroso, os gritos, serão em vão. No que diz respeito ao vosso bem estar, vocês estarão completamente perdidos e alienados de Deus. O Senhor não terá outra opção senão a de entregar-vos ao sofrimento e à miséria. E vocês continuarão não tendo outra perspectiva, pois serão vasos de ira, preparados para a destruição. Não haverá outro uso qualquer para tais vasos, senão o de enchê-los da ira de Deus. Quando clamarem ao Senhor, Ele estará tão longe de consolar-vos que, inclusive, está
  • 27. 27 escrito a esse respeito que Deus irá, simplesmente, “rir e zombar” de vocês. Prov 1:25-26, etc. Vejam quão terríveis são essas palavras do grande Senhor: “O lagar eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo.” (Isaías 63:3). É quase impossível se conceber palavras que tragam em si uma manifestação maior destas três coisas: desprezo, ódio e fúria de indignação. Se clamarem a Deus por consolo, Ele estará longe de querer vir consolar-vos, ou de querer demonstrar-vos qualquer interesse ou favor. Ao contrário, o Senhor simplesmente irá esmagar-vos sob Seus pés. E apesar de saber que, ao pisotear-vos, vocês não poderão suportar o peso de Sua onipotência, ainda assim Ele não vai se importar, e irá esmagar-vos debaixo de Seus pés, sem piedade, espremendo o vosso sangue e fazendo com que o mesmo espirre longe, manchando Suas vestes, maculando Seu traje. Ele não só irá odiar-vos, como devotará a vós o maior desprezo. Lugar algum será considerado próprio para vocês, a não ser debaixo de Seus pés, para serem pisados como a lama das ruas. 3. A miséria a que vocês estão sujeitos e aquela que Deus vos infligirá, a fim de demonstrar a força da ira do Senhor. Deus tem em
  • 28. 28 Seu coração a intenção de mostrar aos anjos e aos homens, não só a excelência do Seu amor, como a severidade de Seu furor. Às vezes os governantes da terra resolvem mostrar a força de sua ira através de castigos extremos que mandam infligir sobre aqueles que os enfurecem. Nabucodonosor, o poderoso e arrogante rei do império dos caldeus, demonstrou seu furor quando, ao se irritar com Sadraque, Mesaque e Abdenego, ordenou que se acendesse a fornalha de fogo ardente sete vezes mais do que o normal. Como era de se esperar, a fornalha foi aquecida intensamente, até atingir o mais alto grau que poderia produzir. O grande Deus também quer revelar a Sua ira, e exaltar Sua tremenda majestade e grandioso poder através dos sofrimentos desmedidos de Seus inimigos. “Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos da ira, preparados para a perdição.” (Rom 9:22). E visto que esse é o Seu desígnio e o que Ele determinou, ou seja, mostrar quão terrível e ilimitada é a ira, a fúria e a indignação do Senhor, Ele o mostrará realmente. Será realizado algo horrendo, muito terrível. Quando o grande e furioso Deus tiver se levantado e executado Sua terrível vingança sobre o mísero pecador, e o desgraçado estiver sofrendo o peso e o poder infinito de Sua indignação, então Deus
  • 29. 29 chamará o universo inteiro para contemplar a imensa majestade e o tremendo poder que nEle existe. “Os povos serão queimados como se queima a cal, como espinhos cortados arderão no fogo. Ouvi vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais perto, reconhecei o meu poder. Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?” (Isaías 33:12-14). Assim será com vocês que não são convertidos, se permanecerem nesse estado. O poder infinito, a majestade e a grandiosidade do Deus onipotente serão exaltados em vocês através da inexprimível força dos tormentos que vos sobrevirão. Vocês serão atormentados na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro. E quando estiverem nesse estado de sofrimento, os gloriosos habitantes do Céu sairão para contemplar esse espetáculo horrendo, e verão como é a ira e a fúria do Todo-poderoso. E quando virem todas essas coisas, se prostrarão e adorarão Seu grande poder e majestade. “E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. Eles sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem
  • 30. 30 o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.” (Isaías 66:23-24). 4. É uma ira eterna. Já seria algo terrível sofrer o furor e a cólera do Deus Todo-poderoso por um momento. Mas vocês terão de sofrê-la por toda a eternidade. Essa intensa e horrenda miséria não terá fim. Ao olhar para o futuro, vocês verão à frente uma interminável eternidade, de duração infinita, que irá devorar vossos pensamentos e assombrar vossas almas. E vocês irão se desesperar, com certeza, por não conseguirem nenhum livramento, termo, alívio ou descanso para tanta dor. Saberão também, que terão de sofrer até à última gota por longos séculos, por milhões e milhões de anos, lutando e pelejando contra essa vingança inclemente e Todo-Poderosa. Então, depois de passar por tudo isso, quando tantos séculos vos tiverem consumido, saberão que tudo não passa apenas de uma gota de água quando comparado ao que ainda resta. Portanto, vosso castigo será, com certeza, infinito. Oh, quem poderia exprimir o estado de uma alma em tais circunstâncias? Tudo o que pudermos dizer sobre o assunto, vai nos dar, apenas, uma débil e frágil visão da realidade. Ela é inexprimível, inconcebível, pois “Quem conhece o poder da ira de Deus?” Que horrendo é o estado daqueles que diariamente, a cada hora, se encontram em perigo
  • 31. 31 de sofrer tamanha ira e infinita miséria! Mas esse é o caso sinistro de toda alma que ainda não nasceu de novo, por mais moral, austera, sóbria e religiosa que seja. Quem dera vocês pensassem em todas essas coisas, sejam jovens ou velhos. Há razões de sobra para acreditar que muitos daqueles que ouviram o evangelho certamente estarão expostos a esse tormento por toda a eternidade. Não sabemos quem são eles. nem o que pensam. Pode ser que estejam tranquilos agora, escutando esta mensagem sem se perturbarem muito, e que estejam até se gabando do de que, no caso deles, conseguirão escapar. Se soubéssemos que dentre os nossos conhecidos existe uma pessoa, uma só, sujeita a sofrer tal tormento como seria doloroso para nós encarar o assunto. Se conhecêssemos essa pessoa, sempre que a víssemos numa tal visão seria terrível para nós. Iríamos todos levantar grande choro, e prantear por sua causa. Mas, infelizmente, em vez de uma pessoa só, é provável que muitos se lembrem destas exortações somente no inferno! E inúmeras pessoas podem estar no inferno em breve tempo, antes mesmo do ano terminar. E aqueles que estão agora com saúde, tranquilos e seguros, podem chegar lá antes do amanhecer. Todos os que dentre vocês continuarem até o fim em estado natural pecaminoso, e que
  • 32. 32 conseguirem ficar fora do inferno por mais tempo, estarão lá também em breve. Sua condenação não tardará; virá de súbito, e provavelmente para muitos de vocês, de maneira repentina. Vocês têm toda razão em se admirarem de não estar ainda no inferno. o caso, por exemplo, de alguns conhecidos seus, que não mereciam o inferno mais do que vocês e que antes aparentavam ter possibilidade de estarem vivos agora tanto quanto vocês. Para o caso deles já não há esperança. Estão clamando lá em extrema penúria e perfeito desespero. Mas aqui estão vocês, na terra dos vivos, cercados pelos meios da graça, tendo a grande oportunidade de obter a salvação. O que não dariam aquelas pobres almas condenadas, desesperadas, pela oportunidade de viver mais um só dia, como o que vocês desfrutam neste momento! E agora vocês têm uma excelente ocasião. Hoje é o dia em que Cristo abre as portas da misericórdia de par em par, e se coloca de pé clamando e chamando em alta voz aos pobres pecadores. Este é o dia em que muitos estão se reunindo a Ele, se apressando em chegar ao reino de Deus. Inúmeras estão vindo diariamente do norte, sul, leste e oeste. Muitos que estavam até bem pouco tempo nas mesmas condições miseráveis que vocês estão felizes agora, com os corações cheios de amor por Aquele que os amou primeiro, e os lavou de seus pecados com Seu próprio
  • 33. 33 sangue, regozijando-se na esperança de ver a glória de Deus. Como é terrível ser deixado para trás num dia assim! Ver os outros se banqueteando, enquanto vocês estão penando e definhando! Ver os outros se regozijando e cantando com alegria no coração, enquanto vocês só têm motivos para prantear por causa do sofrimento de seus corações, e de lamentar por causa das aflições de vossas almas! Como podem vocês descansar por um momento sequer em tal estado de alma? Será que vossas almas não são tão preciosas como as almas daqueles que, dia a dia, estão se juntando ao rebanho de Cristo? Não existem, porventura muitos que, apesar de estarem há longo tempo neste mundo, até hoje não nasceram de novo, e por isso são estranhos à comunidade de Israel, e nada têm feito durante a vida, a não ser acumular ira sobre ira para o dia do castigo? Oh! senhores o caso de vocês é, sem dúvida, extremamente perigoso. A dureza de vossos corações e vossa culpa são imensas. Acaso vocês não veem como geralmente pessoas de vossa idade são deixadas para trás na dispensação da misericórdia de Deus? Vocês precisam refletir e despertar de vosso sono, pois jamais poderão suportar a fúria e a ira do Deus infinito.
  • 34. 34 E vocês que são rapazes e moças, irão negligenciar este tempo precioso que desfrutam agora, quando tantos outros jovens de vossa idade estão renunciando às futilidades da juventude e acorrendo céleres a Cristo? Vocês têm neste momento uma oportunidade mas se a desprezarem, sucederá o mesmo que agora está acontecendo com todos aqueles que gastaram em pecado os dias preciosos de sua mocidade, chegando a uma terrível situação de cegueira e insensibilidade. E vocês crianças, que não se converteram ainda, não sabem que estão indo para o inferno onde sofrerão a horrenda ira daquele Deus que agora está encolerizado contra vocês dia e noite? Será que vocês ficarão felizes em ser filhos do diabo, quando tantas outras já se converteram e se tornaram filhos santos e alegres do Rei dos reis? Quem dera todos aqueles que ainda estão fora de Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno, quer sejam senhoras e senhores idosos, ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças, que possam dar ouvidos agora aos chamados da Palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor que é um dia de grandes misericórdias para alguns, sem dúvida será um dia de extremo castigo para outros.
  • 35. 35 Quando negligenciam suas almas os corações dos homens se endurecem, e sua culpa aumenta rapidamente. Podem estar certos, porém, que agora será como foi nos dias de João Batista. O machado está posto à raiz das árvores; e toda árvore que não produz fruto, deve ser cortada e lançada no fogo. Portanto, todo aquele que está fora de Cristo, desperte e fuja da ira vindoura. A ira do Deus Todo-poderoso paira agora sobre todos os pecadores. Que cada um fuja de Sodoma: “Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças.“ “E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos aos homens.” “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.” (II Cor. 5:11-20; 6:2). “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” (Isaías 55:6-7). Amém.