1) O estudo avaliou a epidemiologia da doença diarreica em crianças menores de 5 anos que vivem em uma área alagada de Macapá, Amapá.
2) As E. coli diarreiogênicas foram os principais agentes etiológicos identificados, com ETEC, EAEC e EPEC sendo as mais prevalentes.
3) Fatores de proteção incluíram saneamento dentro de casa, vaso sanitário com descarga e pia para lavar as mãos no banheiro. Fatores de risco inclu
1. CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563
Artigo Original Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013
EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA DIARREICA ASSOCIADA ÀS Escherichia coli
DIARREIOGÊNICAS EM CRIANÇAS RESIDENTES EM UMA ÁREA ALAGADA DE
MACAPÁ – AMAPÁ, BRASIL
Claude Porcy1,2
; Thiago Azevedo Feitosa Ferro1
; Sílvio Gomes Monteiro5
; Rubens Alex de Oliveira Menezes,2,3
; Flávio
Henrique Ferreira Barbosa4
; Valério Monteiro Neto6
RESUMO
Foi realizado um estudo epidemiológico envolvendo 81 crianças com diarreia e 81 assintomáticas (grupo controle),
menores de cinco anos, residentes em uma área alagada em Macapá, Amapá. Foram analisados os aspectos
epidemiológicos e a significância das diferentes categorias de Escherichia coli na etiologia da diarreia infantil nessas
áreas. Amostras de fezes foram coletadas processadas para pesquisa de parasitas intestinais pelo método de Hoffman,
pesquisa para Rotavirus por ELISA e cultura de bactérias enteropatogênicas, incluindo-se a caracterização molecular
das E. coli diarreiogênicas por PCR. A prevalência de diarreia foi maior em maio e junho de 2009, meses de maior
pluviosidade em Macapá. A distribuição dos casos por idade mostrou uma maior prevalência de doença diarreica entre
crianças de 0 a 12 meses (61,73%). Os principais agentes etiológicos foram as E. coli diarreiogênicas (P = 0,0003),
sendo que a ETEC, EAEC e EPEC foram as mais prevalentes. Foram considerados fatores de proteção: sanitário no
interior do domicílio (OR = 0,3834), vasos sanitários com dispositivo de descarga (OR = 0,3638) e presença de pia para
lavar as mãos dentro do banheiro (OR = 0,4845). As variáveis relacionadas como fatores de risco foram: o uso de
sanitário coletivo (OR = 2,6794), de cama coletiva (OR = 3, 7415) e o uso de mamadeiras (P < 0,05, OR = 2,7875).
Estes achados são fundamentais para que medidas preventivas e terapêuticas possam ser implementadas pelas
autoridades em saúde de Macapá, com consequente redução na morbimortalidade.
Palavras-chave: Epidemiologia, Diarreia infantil, Bactérias, Fatores de risco, Região Amazônica.
EPIDEMIOLOGY OF DIARRHEAL DISEASES DIARRHEAGENIC Escherichia coli
COMBINATION WITH IN CHILDREN LIVING IN AN AREA OF FLOODED MACAPÁ -
AMAPÁ, BRAZIL
ABSTRACT
We conducted an epidemiological study involving 81 children with diarrhea and 81 asymptomatic (control group) ,
under five years , residents in a flooded area in Macapá , Amapá . We analyzed the epidemiology and significance of
different categories of Escherichia coli in the etiology of childhood diarrhea in these areas. Stool samples were collected
processed for research of intestinal parasites by the method of Hoffman, search for rotavirus by ELISA and culture of
enteropathogenic bacteria, including the molecular characterization of diarrheagenic E. coli by PCR. The prevalence of
diarrhea was highest in May and June 2009, months with higher rainfall in Macapá. The distribution of cases by age
showed a higher prevalence of diarrheal disease among children aged 0 to 12 months (61.73 %). The main etiological
agents were diarrheagenic E. coli (P = 0.0003), and ETEC , EPEC and EAEC were the most prevalent . Were
considered protective factors: health within the household (OR = 0.3834), with toilets discharge device (OR = 0.3638)
and the presence of the sink to wash his hands in the bathroom (OR = 0.4845) . Variables related risk factors were : the
use of collective health (OR = 2.6794), collective bed (OR = 3 , 7415) and the use of bottles ( P < 0.05 , OR = 2.7875).
These findings are essential for preventive and therapeutic measures can be implemented by health authorities Macapá,
with consequent reduction in morbidity and mortality.
Keywords: Epidemiology, Infantile diarrhea, Bacteria, Risk factors, Amazon Region.
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INTRODUÇÃO
Um levantamento realizado pela
Organização Mundial de Saúde, de 2000 a
2003, constatou que 73% dos 10,6 milhões de
mortes anuais de crianças menores de cinco
anos estavam relacionados a cinco causas,
sendo a doença diarreica a segunda mais
comum com 18%, seguido da pneumonia
com 19%, o que demonstra a importância da
enfermidade para a saúde pública, uma vez
que causa profundos impactos sobre as taxas
de morbidade e mortalidade infantil,
principalmente nas regiões menos
desenvolvidas do mundo (BRYCE et al.,
2005).
Várias bactérias, vírus e parasitas
intestinais estão associados à infecção no ser
humano. Desses agentes etiológicos,
destacam-se as categorias diarreiogênicas de
Escherichia coli uma vez que a mesma pode
apresentar uma variedade de mecanismos de
patogenicidade e uma elevada prevalência,
particularmente nas crianças com menos de 5
anos (ALBERT et al., 1999; GOMES et al.,
1991; NATARO; KAPER 1998; TRABULSI;
KELLER; GOMES, 2002).
As manifestações clínicas da diarreia
provocada por essas bactérias variam em
característica e intensidade, tanto em crianças
como em adultos. A prevalência das
diferentes categorias, bem como a de outros
enteropatógenos, está relacionada a alguns
fatores de risco e de proteção já estabelecidos
para algumas populações (BELONGIA et al.,
2003, BLAKE et al., 1993, NATARO;
KAPER, 1998).
No Brasil, as más condições sócio-
econômicas de vida da grande maioria da
população infantil são fatores primordiais
para o aparecimento das doenças diarreicas
que hoje, ocupam o terceiro lugar como causa
de mortalidade em crianças menores de cinco
anos e o segundo lugar em menores de 01 ano
de idade. Neste contexto, na região Norte o
risco de morte por diarreia é quatro a cinco
vezes maior do que na região Sul,
representando cerca de 30% do total de
mortes durante o primeiro ano de vida. Além
disso, cerca de 90% das crianças com menos
de dois anos de idade já apresentaram pelo
menos um episódio de diarreia infecciosa,
segundo dados do Ministério da Saúde
referentes ao Pacto de Atenção Básica
(BRASIL, 2010).
Apesar dos índices elevados, não
existem no Estado do Amapá estudos que
visem esclarecer os aspectos etiológicos e
epidemiológicos da doença, particularmente
em populações que residem em áreas
alagadas que, teoricamente, poderiam estar
em uma situação de maior risco em relação às
populações urbanas, tendo em vista uma
maior exposição às fontes de infecção, as
quais incluem: saneamento precário, fossa a
céu aberto, condições de moradias
inadequadas, ausência de um sistema
adequado para o destino do esgoto e fonte de
água para consumo doméstico não
pertencente ao sistema público de
abastecimento. Associado a estas fontes de
infecção em potencial, esses indivíduos são
de baixo nível sócio-econômico, possuem
pouco acesso a informações relacionadas à
educação em saúde e residem em áreas
deficientes em serviços de saúde (COETZER;
KROUKAMP, 1989; MORAES, 1997).
Devido à importância que a doença
infecciosa continua apresentando, o presente
trabalho teve como objetivos estudar a
epidemiologia e o papel das categorias de
Escherichia coli diarreiogênicas na doença
diarreica em crianças residentes em uma área
alagada do município de Macapá – Amapá,
Brasil.
MATERIAL E MÉTODOS
Área do estudo - O presente estudo
foi desenvolvido em uma comunidade
residente na área alagada denominada
“ressaca dos Congós” em Macapá/AP,
localizada na zona Sul da cidade (Latitude N
0o
1‘
8 ”; Longitude W 51o
5‘
13 ”). O Estado
do Amapá tem como capital a cidade de
Macapá (Latitude N 0o
3‘
47,4”; Longitude W
51o
3 ‘
57”). O estado possui uma população
estimada em 587.311 habitantes em uma área
de 143.453 km2
(IBGE, 2007), localizado no
extremo Norte do Brasil, quase que
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inteiramente no hemisfério Norte. A capital
do estado - Macapá, área de estudo deste
projeto, tem uma população de 344.153
habitantes segundo dados do IBGE 2007
(recenseada e estimada), localizado ao sul do
Estado e banhada pelo braço norte do rio
Amazonas e a leste pelo oceano Atlântico e o
rio Amazonas. O clima é equatorial, quente e
úmido, a pluviosidade total anual é de 2.328
mm (variando de 11 a 473 mm), sendo que
possuem apenas duas estações, uma de
chuvas (inverno) de Janeiro a Junho e outra
de seca (verão) de Julho a Dezembro. A
temperatura média mínima é de 23 o
C e a
máxima de 38 o
C. O regime pluviométrico
diverge de localidade para localidade, isto
devido a umidade do ar, a proximidade do
mar e a floresta. A referida área é constituída
por acúmulo de águas e é influenciada pelo
regime de marés, dos rios e das chuvas.
Servem de lar para as diversas formas de
vida (plantas e animais), de grande
importância para a cidade de Macapá visto
que a área urbana de Macapá encontra-se
permeada por varias dessas áreas (AGUIAR;
SILVA, 2003).
Amostragem - O tamanho da amostra
foi de 162 crianças divididas em dois grupos
(caso e controle), sendo 81 crianças para
cada grupo. Considerou-se como diarreia
aguda a presença de 4 ou mais evacuações
líquidas com evolução de até 7 dias. Foram
incluídos no estudo crianças menores de 5
anos, de ambos os sexos, residentes na área
geográfica de estudo, que tenham
apresentado diarreia nas 72 horas que
antecederam a realização da entrevista, isso é
aumento na frequência de evacuações e/ou
redução na consistência fecal, consideradas
do grupo caso. O grupo controle foi
constituído por crianças na mesma faixa
etária, residentes na área geográfica do
estudo e que não tenham apresentado
distúrbios gastrointestinais nas 72 h que
antecederam a realização da entrevista. Um
questionário padronizado foi aplicado aos
pais ou responsáveis, o qual continha
indicadores socioeconômicos referentes às
famílias entrevistadas (renda familiar,
escolaridade, e faixa etária das crianças);
dados com relação às condições de moradia
(destino do lixo e dejetos, tipo de
abastecimento de água utilizado pelas
famílias); informações referentes à diarreia
(número de episódios diarréicos nas duas
últimas semanas) e informações referentes a
hábitos higiênicos. Também foi investigado
se a criança recebeu a vacina contra o
rotavírus.
Coleta das amostras - de cada criança foi
coletada uma amostra de fezes que foi
armazenada em um recipiente plástico estéril e
um swab fecal transportado em meio Cary-Blair.
As amostras de fezes foram transportadas em
recipiente isotérmico ao Laboratório de Central
do Estado do Amapá. No laboratório, as fezes no
coletor eram empregadas para exame
parasitológico e para pesquisa de Rotavírus,
enquanto que a que estava em meio Cary-Blair
era empregada para cultura bacteriológica.
Cultura de fezes - Para isolamento de
bactérias enteropatogênicas, as fezes em meio de
transporte Cary Blair eram semeadas em agar
MacConkey, agar Salmonella-Shigella e em
caldo Selenito-Cistina. A incubação foi realizada
a 37°C por 24h. As colônias suspeitas foram
submetidas à identificação preliminar nos meios
EPM (TOLEDO; FONTES; TRABULSI, 1982a),
MILI (TOLEDO; FONTES; TRABULSI, 1982b)
e citrato de Simmons (EDWARDS; EWING,
1972) para identificação bioquímica e em alguns
casos confirmadas pelo sistema automatizado
VITEK.
Caracterização molecular das E. coli
diarreiogênicas – As categorias patogênicas de
Escherichia coli foram pesquisadas por meio de
determinação de genes de virulência, utilizando-
se primers específicos de cada fator de virulência
para a realização da reação em cadeia da
polimerase (PCR), segundo protocolo “PCR
multiplex” (TOMA et al., 2003).
Exame parasitológico - foi realizado sob
microscopia de luz, utilizando critérios
morfológicos na identificação de cistos e
trofozoitos de protozoários, ovos e larvas de
helmintos em amostras de fezes, mediante os
métodos diretos (salina/lugol) e sedimentação
espontânea (HAQUE et al., 2003).
Pesquisa para Rotavirus – Para a
pesquisa de rotavírus foi realizada a técnica de
ELISA para detecção qualitativa de antígenos de
Rotavirus nas amostras de fezes, segundo
procedimento do fabricante (Ridascreen).
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Análises estatísticas - A análise
estatística foi realizada usando-se o programa
estatístico BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007).
Inicialmente fez-se uma análise exploratória dos
dados por meio de tabela de freqüência simples.
A associação das variáveis qualitativas foi
avaliada por meio do teste 2
de independência.
Em todos os testes de hipóteses foi adotado o
nível de significância 0,05 ou 5% (p < 0,05) para
a rejeição da hipótese de nulidade.
Aspectos éticos - Os pais ou
responsáveis legais das crianças participantes
foram informados do caráter da pesquisa e
assinaram um “Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido”, permitindo a
participação dos menores. O Comitê de Ética
da faculdade SEAMA em Macapá-AP
aprovou o presente estudo com protocolo no
041/09, estando os procedimentos de acordo
com os princípios de experimentação humana
adotado pelo Conselho Nacional de Ética
(CONEP), Resolução 196/96 e de acordo
com a Declaração de Helsinki de 1964,
reformulada em 2000.
RESULTADOS
As maiores prevalências da doença
diarreica foram observadas a partir do mês de
abril com um aumento considerável nos
meses de maio e junho de 2009 (Figura 01),
com um declínio no numero de casos nos
meses que se seguiram (Julho – fevereiro). A
figura 02 mostra uma correlação moderada e
significativa entre a variável desvio de chuva,
com os números de casos.
Figura 01 – Distribuição mensal dos casos de diarreia relacionada aos meses de coleta
Fonte: Instrumento de coleta de dados da pesquisa.
5. Ciência Equatorial, Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013 Página 61
Figura 02 - Análise da correlação entre o desvio de chuva e a ocorrência de casos (Correlação de Pearson, p =
0,029).
Fonte: Instrumento de coleta de dados da pesquisa.
Considerando os resultados da tabela
01, verificou-se que a faixa etária mais
acometida pela diarreia são as crianças de 0-
12 meses (61,7%). Em termos de indicadores
sócios econômicos o estudo mostra que
famílias com renda familiar baixa em torno
de um salário mínimo (63%) e baixo nível
educacional por parte do responsável da
família, onde 16% não possuem nenhuma
escolaridade e 30,9% não chegaram a
completar o ensino fundamental, são onde se
encontram as crianças mais acometidas pela
doença diarreica (Tabela 01).
Tabela 01 - Distribuição dos casos de diarreia
segundo faixa etária, renda familiar e escolaridade
Indicadores epidemiológicos n %
Idade (meses)
0-12 50 61,7
>12 31 38,3
Renda Familiar
Menor ou igual a 1 Salário* 51 63
De 1 a 2 Salário Mínimo* 23 28
De 2 a 3 Salário Mínimo 4 4,9
Acima de 3 salario Mínimo 3 3,7
Grau de Escolaridade da Família
Não Alfabetizado 13 16
Ensino Fundamental Incompleto 25 30,9
Ensino Fundamental Completo 16 19,7
Ensino Médio Incompleto 09 11,1
Ensino Médio Completo* 14 17,3
Ensino Superior Incompleto 03 3,8
Ensino Superior Completo 01 1,2
Fonte: Instrumento de coleta de dados da pesquisa
6. Ciência Equatorial, Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013 Página 62
De acordo com a tabela 02, as análises
laboratoriais revelaram que o agente
etiológico mais freqüente associado à diarreia
são as categorias de Escherichia coli
diarreiogênicas no geral (40,7%) com grau de
significância (P= 0,0001), particularmente a
ETEC (14,8%), EPEC (7,4%) e EAEC
(12,3%), foram as mais encontradas nos
episódios diarréicos (P= 0,015; 0,013 e
0,005) respectivamente.
Tabela 02 - Distribuição dos principais enteropatógenos encontrados
em fezes analisadas de crianças com (caso) e sem diarreia (controle).
Agentes etiológicos Caso (n=81) Controle (n=81) P
n (%) n (%)
Bactérias
Escherichia coli diarreiogênicas* 33 (40,7) 6 (7,4) 0.0001
EPEC 6 (7,4) - 0.013
ETEC 12 (14,8) 3 (3,7) 0.015
EIEC 1 (1,2) - >0.05
EHEC 4 (4,9) 2 (2,5) >0.05
EAEC 10 (12,3) 1 (1,2) 0.005
Salmonella spp 1 (1,2) 2 (2,5) >0.05
Yersinia enterocolitica - 1 (1,2) >0.05
Protozoários
Entamoeba histolytica 6 (7,4) 1 (1,2) >0.05
Giárdia lamblia 5 (6,2) 19 (23,4) >0.05
Vírus
Rotavírus 6 (7,4) 6 (7,4) >0.05
Fonte: Instrumento de coleta de dados da pesquisa
*EPEC = Escherichia coli enteropatogênica, ETEC = Escherichia coli
enterotoxigênica, EIEC = Escherichia coli enteroinvasora, EHEC =
Escherichia coli enterohemorrágica, EAEC = Escherichia coli
enteroagregativa.
Com referência às condições sócio-
demográficas que favorecem a ocorrência de
diarreia, a tabela 03 resume os principais
fatores estatisticamente significantes (P<
0,05), relacionadas ao risco nestas
comunidades de áreas alagadas. As variáveis
selecionadas para serem incluídas na tabela
foram aquelas que nas análises tiveram valor
de P < 0,05.
Variáveis relacionadas com condições
sanitárias precárias como ausência de
sanitário no interior do domicílio, vasos
sanitários sem dispositivo de descarga,
ausência de pia para lavar as mãos dentro do
sanitário, foram algumas das variáveis que
tiveram um grau de significância estatística
com o numero de crianças com diarreia (P <
0,05).
Existem famílias onde o sanitário por
ser de uso compartilhado com outras famílias,
também demonstrou ser um fator de risco
(P< 0,05). A não lavagem das mãos após o
uso do sanitário pode estar relacionado com a
diarreia, visto que famílias onde existe a
presença de torneira para lavar as mãos
dentro do sanitário foi considerado um fator
protetor com odds ratio = 0,4845 (Tabela 03).
Outra variável indicada neste estudo
que teve efeito significativo associada com o
risco da diarreia é o relacionado às crianças
que fazem uso de mamadeiras (P < 0,05), e
associado a este fator, leva-se em conta a não
fervura da mamadeira após a sua utilização
(P=0, 0001).
7. Ciência Equatorial, Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013 Página 63
Tabela 03 - Análise por regressão logística de variáveis individuais dos fatores de risco e de
proteção associados à doença diarreica
Variáveis
Caso
n (%)
Controle
n (%)
P OR bruto (IC 95%)
Localização sanitário
Dentro de casa 33 (40,7) 52 (64,2) 0.003 0.3834 (0.203-0.723)
Fora de casa 48 (59,3) 29 (35,8) 0.003 0.3834 (0.203-0.723)
Pia para lavar mãos dentro banheiro
Presente 40 (48,1) 55 (67,9) 0.026 0.4845 (0.256-0917)
Ausente 41 (51,9) 26 (32,1) 0.026 0.4845 (0.256-0917)
Sanitário de uso coletivo
Sim 70 (86,4) 57 (70,4) 0.013 2.6794 (1.210-5.932)
Não 11 (13,6) 24 (29,6) 0.013 2.6794 (1.210-5.932)
Tipo de sanitário
Com descarga 40 (49,4) 59 (72,8) 0.002 0.3638 (0.189-0.701)
Sem descarga 41 (50,6) 22 (27,2) 0.002 0.3638 (0.189-0.701)
Uso de cama coletiva
Sim 76 (93,8) 65 (80,2) 0.015 3.7415 (1.300-10.771)
Não 05 (6,2) 16 (19,8) 0.015 3.7415 (1.300-10.771)
Uso de mamadeira
Sim 40 (45,7) 21 (26) 0.0024 2.7875 (1.440-5.398)
Não 41 (54,3) 60 (74) 0.0024 2.7875 (1.440-5.398)
Destino resto leite
Reaproveita 29 (73,0) 05 (23,8) 0.0006 8.4364 (2.489-28.596)
Joga fora 11 (27,0) 16 (76,2) 0.0006 8.4364 (2.489-28.596)
Lava e ferve mamadeira
Sim 05 (12,5) 14 (66,7) 0.0001 0.8190 (0.528-1.272)
Não 35 (87,5) 07 (33,3) 0.0001 0.8190 (0.528-1.272)
Origem da Água para beber (Torneira)
Sim 68 (96,3) 28 (34,6) 0.0001 9.9011 (4.679-20.949)
Não 13 (3,7) 53 (65,4) 0.0001 9.9011 (4.679-20.949)
Presença de animais no domicilio
Sim 47 (58,0) 32 (39,5) 0.019 2.1167 (1.131-3.963)
Não 34 (42,0) 49 (60,5) 0.019 2.1167 (1.131-3.963)
Fonte: Instrumento de coleta de dados da pesquisa
DISCUSSÃO
O encontro de um maior número de
casos de diarreia observados nos meses de
maio e junho de 2009 demonstrou estar
relacionado com os meses de chuva intensa
apresentando uma correlação moderada e
significativa com o índice pluviométrico
desvio de chuva, segundo análise de Pearson
(P= 0,029). A redução no número de casos nos
meses seguintes pode ser explicado pelo fato
de que com a diminuição das chuvas, reduz-se
assim a exposição das crianças a patógenos de
veiculação hídrica devido a diminuição do
nível de água nas áreas alagadas.
Estes dados confirmam os achados em
estudos anteriores, realizados no Brasil e em
outros países que demonstram a relação da
sazonalidade com a incidência de doença
diarreica, destacando a influência das
alterações climáticas sobre os casos de diarreia
em crianças (GOMES et al., 1991;
CARDOSO et al., 2001; LINHARES et al.,
2000).
No presente estudo, o percentual de
crianças na faixa etária de 0 a 12 meses
encontradas no grupo caso (61,73%) é
8. Ciência Equatorial, Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013 Página 64
compatível com os relatos encontrados na
literatura, que considera a diarreia uma das
principais doenças da infância, de transmissão
fecal-oral, através de mãos contaminadas e
outros utensílios domésticos (TRABULSI;
KELLER; GOMES, 2002). A morbidade por
diarreia ainda é um grande problema entre
crianças nos primeiros anos de vida, ou seja,
quanto maior a criança, menor a probabilidade
de apresentar diarreia. Os dados da literatura
confirmam a existência de associação entre
diarreia e baixa idade das crianças (FUCHS;
VICTORA, 2002; VÁSQUEZ et al., 1992),
sustentada, sobretudo, na explicação de que
crianças com mais idade apresentam sistema
imunológico mais desenvolvido e, portanto,
maior resistência a fatores etiológicos da
diarreia.
Os dados conjuntos publicados em
1992, a partir de 22 estudos longitudinais
conduzidos em 12 países mostraram que
crianças de 6-11 meses tiveram uma
incidência média de cinco episódios de
diarreia por ano (BERN et al.,
1992).Analisando a situação sócio-econômica
das famílias estudadas, percebe-se a baixa
condição financeira e baixo nível educacional
do chefe destas famílias. Segundo Leal, Silva
e Gama (1990) quanto maior a escolaridade,
maior o conhecimento acerca da transmissão,
prevenção e a capacidade de manejo do
episódio pelos pais, tanto pela melhor
compreensão dos sinais de gravidade quanto
pela procura oportuna dos serviços de saúde.
Adicionalmente, outros autores
também têm demonstrado que o número de
anos de estudo do responsável pela criança
apresenta um caráter protetor, visto que o
nível de escolaridade do chefe da família vem
sendo considerado como importante fator que
influencia a capacidade de percepção das
doenças, bem como de sua gravidade, e
identificação do risco da doença para sua
criança, de compreender e reter informações
sobre amamentação, noções de higiene, uso
adequado de sais de reidratação oral, entre
outras orientações (MORAES, 1997; FUCHS;
VICTORA; FACHEL, 1996).
Quanto ao agente etiológico os
resultados das análises laboratoriais não
deixam dúvida que o agente etiológico mais
freqüente associado à diarreia é as categorias
de Escherichia coli diarreiogênicas no geral
(40,7%), principalmente a EPEC, ETEC e
EAEC. A importância destas categorias
diarreiogênicas, nos casos diarréicos tem sido
demonstrada por diferentes autores. Em São
Paulo foi demonstrado que as Escherichia coli
enteropatogênica (EPEC) são responsáveis por
mais de 30% dos casos de diarreia infantil
(GOMES et al. 1991; MEDEIROS et al.,
2001).
Achados semelhantes foram
observados em outras regiões como na cidade
do México e Chile (CRAVIOTO et al., 1991;
LEVINE, 1993). Entretanto, algumas
evidências sugerem que elas não são muitos
freqüentes em pequenas cidades e áreas rurais
(LIMA et al., 2000). A associação da bactéria
com diarreia em crianças que habitam áreas de
risco sem saneamento, pode ser evidenciado
pelo fato de que a EPEC não tem sido
encontrada na maioria dos países
industrializados (PRADO et al., 1984).
Neste trabalho o número de casos de
ETEC foi bem superior aos de EPEC,
diferente de outros trabalhos realizados onde a
ETEC tem sido a segunda causa de diarreia
em crianças de países subdesenvolvidos desde
a década de 1970 (CRAVIOTO et al., 1991;
ECHEVERRIA; SAVARINO;
YAMAMOTO, 1993). Este fato pode sugerir
que o ambiente alagado em que as crianças
deste estudo vivem pode estar possibilitando
uma maior transmissão da ETEC, visto que a
dose infectante para ETEC é relativamente
alta, em torno de 100 milhões a 10 bilhões de
bactérias em comparação com a dose
infectante da EPEC que é mais baixa em torno
de 106
.
A associação da EAEC com diarreia
aguda (P= 0, 005) vem reforçar a idéia de que
esta bactéria é um importante agente
etiológico de diarreia aguda e não apenas de
diarreia persistente como tem sido relatado.
Levantamentos realizados em países em
desenvolvimento evidenciaram associação
entre o isolamento de EAEC em fezes de
crianças e adultos com diarreia aguda. Além
disso, estudos epidemiológicos realizados em
países desenvolvidos e em desenvolvimento
têm demonstrado que a EAEC é um patógeno
emergente (NATARO; KAPER, 1998).
9. Ciência Equatorial, Volume 3 - Número 1 - 1º Semestre 2013 Página 65
A associação das variáveis qualitativas
avaliadas por meio do teste 2
de
independência com o objetivo de verificar
quais os fatores preditivos da diarreia
demonstra que houve uma maior ocorrência de
doença diarreica entre as crianças que vivem
em domicílios onde as condições sanitárias e
higiênicas são precárias. Análise estatística
dos dados demonstrou ser um fator protetor
quando o sanitário está localizado dentro da
residência e possui descarga (Odds ratio=
0,3834 e 0,3638 respectivamente).
Por ser a diarreia uma doença
infecciosa de transmissão fecal-oral, seja
mediante contato direto ou veiculada por água
e alimentos contaminados, várias pesquisas
tem relacionado a sua prevalência em áreas ou
locais onde as condições sanitárias são
desfavoráveis conforme estudo realizado no
Egito, país africano, bem como Bangladesh na
Ásia (HOQUE et al., 1999; WIERZBA et al.,
2001). Este quadro também não é diferente a
outras regiões do Brasil onde a situação de
pobreza da população infantil vem se
acentuando ao longo dos anos. Sabe-se que as
condições ambientais desempenham um
importante papel no nível de vida, pela
proteção resultante dos serviços de
esgotamento sanitário, aporte de água e coleta
de lixo adequado (TAVARES; MONTEIRO,
1994).
A falta de hábitos higiênicos como o
lavar as mãos após o uso do sanitário, lavagem
correta da mamadeira e outros, podem também
estar associados com episódios de diarreia,
visto que as variáveis relacionadas
demonstraram resultados estatísticos
significantes (P < 0,05), mostrando assim a
importância de campanhas em educação e
saúde nestas comunidades. Alguns estudos
sugerem que a higiene inadequada pode
aumentar a exposição da criança a múltiplos
patógenos entéricos (VICTORA; FUCHS,
1992; KARIM et al., 2001).
Quanto a importância do papel do
aleitamento materno enfatizado por vários
autores (KARIM et al., 2001; ASHWORTH;
FEACHEN, 1985),a pesquisa mostrou que
crianças que fazem uso de mamadeira (P<
0,05), acabam ficando mais expostas a
patógenos causadores de diarreia como as
bactérias, não só pelo uso da mamadeira mas
também pela falta de limpeza adequada e não
fervura da mesma após sua utilização e
lavagem (P< 0,05), contribuindo assim para a
ocorrência da doença diarreica, visto que, a
fervura reduziria o número de bactérias
necessárias (dose infectante) para causar
diarreia. A proteção conferida pelo leite
materno pode ser atribuída às suas
propriedades antiinfecciosas e imunológicas,
propiciando recuperação mais rápida de
infecções entéricas. Além do que, a
amamentação exclusiva diminui a exposição
da criança a enteropatógenos encontrados na
água e mamadeiras contaminadas
(CARNEIRO, 1999).
CONCLUSÃO
A elevada prevalência de diarreia
infantil encontrada em área alagada no
município de Macapá-AP, tendo como agente
etiológico principal categorias diarréiogênicas
de Escherichia coli é comparável à encontrada
na região Nordeste do Brasil, levando à
conclusão de que a doença concentra-se nas
áreas onde o saneamento é precário e as
instalações sanitárias são inadequadas. Para o
combate à diarreia infantil sugere-se atenção
especial à saúde e à alimentação de crianças
com idade abaixo de cinco anos e cujos
responsáveis tenham menor nível de
escolaridade.
O estudo indica que, para o controle da
diarreia, são imprescindíveis a adequada
cobertura e qualidade nos serviços de
saneamento ambiental. Programas de
educação sanitária também se revelam
fundamentais. Por fim, enfatiza-se que um
ambiente saudável é pré-requisito indiscutível
para a saúde cujo papel do saneamento nessa
conquista é imprescindível. Nesse contexto,
novas investigações devem ser realizadas
visando detectar outros possíveis
enteropatógenos e, especialmente, o
levantamento de condições ambientais e de
fatores de risco associados às diarreias.
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Ciência da Saúde da Universidade Federal do Amapá,
UNIFAP - Macapá (AP), Brasil.
4 - Laboratório Central de Saúde Pública do Amapá -
LACEN-AP, Macapá, Amapá, Brasil.
5 - Docente do Programa de Pós Graduação em ciência
da saúde da Universidade Federal do Amapá, UNIFAP
- Macapá (AP), Brasil.
6 - Laboratório de Microbiologia do Centro
Universitário do Maranhão, São Luís (MA), Brasil
Correspondência: Claude Porcy - Laboratório de
Microbiologia da Faculdade Estácio-SEAMA, Avenida
Vereador José Tupinambá, n.1223, Bairro Jesus de
Nazaré, CEP: 68908-126, E-mail:
claudeporcy@hotmail.com