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Pequenas Histórias V1




         Emerson Silva




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Pequenas Histórias V1
             dezembro de 2011




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               /feijoadaverbal
               /feijoadaverbal




           Textos e ilustrações:


   Emerson Silva
             Emerson Carlos da Silva
Pensei por um tempo se deveria
mesmo começar a escrever, se meus textos
seriam aceitos e se alguém perderia tempo
para ler o que eu escrevi.
         Cheguei à conclusão de que não
importa se leem ou não sua história, ela
merece ser contada. E se alguém se identificar
melhor, se não elas fazem parte da sua vida e
dizem um pouco sobre quem você é, para você
mesmo muitas vezes.
         Mas eu tive sorte, pequenos anjos
acreditaram em mim, suas pequenas palavras
me deram motivos para continuar escrevendo.
Por isso eu dedico a estes pequenos anjos este
primeiro de muitos livros que eu ainda
pretendo escrever.
         E continue contando suas histórias, no
máximo alguém vai dizer que ela é ruim e isso
não muda em nada sua vida.




             No volume 1 você encontra:

                              O homem mais feio do mundo .....................5
                              Conectado .....................................................6
                              A porta ..........................................................7
                              O monstro embaixo da cama ........................8
                              Mulher macho ...............................................9
                              Na internet não importa a aparencia ...........10
                              O fantasma de Arnaldo ...............................11
                              Parados! Isto é um emprestimo! .................12
                              Dona neide pescoço de girafa .....................13
                              A fada do dente e a inflação ........................14
O homem mais feio do mundo

                                  É errado dizer que alguém é feio?
                           Todo mundo diz que é. A nal a beleza
                           vem de dentro e tudo é uma questão de
                           opinião, mas e quando a opinião é de
                           todo mundo?
                                  George era feio, mais feio que o cara
                          mais feio que você pode imaginar. George
                        era tão feio que nem as vendedoras de
roupas diziam que ele cava bonito com esta ou aquela calça. O
que elas dizem pra todo mundo “você cou ótimo” não
conseguiam dizer a ele. No máximo um olhar e um sorriso, no
máximo.
         Por conta disso tudo George é
solitário, sem namorada a vida toda, nem
prostituta consegue arrumar e as que topam
são muito caras pra pagar.
         George já tentou de tudo:
maquiagem, cirurgia plástica e um
psicólogo. Já tentou até se matar e por
incrível que pareça, ao pular do 2º andar
e cair de cara no chão, até que
conseguiu melhorar.
         E assim George segue
sua vida, feio, triste e solitário.
Mas continua jogando na
loteria, porque se ganhar, aí
sim com certeza vai se tornar
um cara muito mais bonito.
Muito mais do que quando se
jogou do 2º andar.


                                                                          5
Conectado

         Fabinho nasceu conectado. Logo
que saiu do útero foi parar no YouTube, 1
milhão de visualizações. Quando comple-
tou 3 anos já tinha 227 amigos no Face-
book e com 6 já construía seus próprios
sites na internet.
         Fabinho arrumou sua primeira
namorada na rede. Deu seu primeiro beijo
usando os emoticons animados do MSN e
sua primeira relação sexual usando uma webcam.
         Fabinho é superconectado, sempre tem suas redes sociais na
mão. Leva o notebook com internet móvel pra falar com os amigos e
sempre escreve em seu blog pessoal ou revira as últimas novidades
usando seu celular.
         Já conhece todos os bares e baladas cibernéticas e transou
com milhares de belas mulheres, pelo menos era o que elas diziam
ser. Saltou de Bungee Jump e paraquedas em simuladores virtuais e
pilotou aviões sobre os lindos céus azulados e pixelados do Flying
Simulator.
         Também foi fazendeiro de grandes plantações de bananas
azuis no Farmville e um lindo astro do cinema e do rock no The Sims,
além de ser gangster e um gigante das montanhas nos MMOs.
Mas Fabinho tem um problema, um pequeno problema: sua vida
digital cou chata. Ele já conhece tudo, já fez tudo o que uma pessoa
pode fazer, é experiente, maduro e mesmo sendo jovem já fez coisas
que pessoas de 100 anos nunca zeram.
         Então triste e abalado emocionalmente pela depressão Fabi-
nho resolveu se suicidar, excluiu só o seu per l no Orkut, para nunca
mais voltar.
         Foi uma vida agitada não é Fabinho? Mais agitada que isso só
mesmo se você saísse da cadeira e fosse pra rua. Mas nem pense
nisso! Lá fora é chato. E quem quer uma vida real quando se pode
ser o que quiser no mundo virtual? Não é Fabinho?
                                                                        6
A Porta
Um quarto se apaixonou por uma porta.
Brilhante, escura e cheia de contornos,
tinha algumas pontas tortas,
mas nenhuma escondia seus adornos.

Ele adorava ver ela se abrir,
era como se pudesse sorrir.
E esta porta tão bonita que se abria,
dividia com o quarto o que ali acontecia.
Os pés que o seu chão pisava,
eram da mão que a porta abria.

Foi então que o quarto parou pra pensar:
quem era aquele que do outro lado cava?
Era a sala de estar.
Para ele a porta também se abria,
também se fechava,
com ele vivia.

Passou então a questionar,
não queria dividir a porta com a sala de estar.
Queria um lugar,
onde só os dois pudessem car
e ninguém nela pudesse tocar.
Onde a sala do outro lado não pudesse estar.

Então um dia a porta se foi,
retirada bruscamente.
Deixou um buraco.
E o quarto descontente,
agora só tinha uma companhia,
o outro quarto.
                                                            7
O monstro embaixo da cama
         Havia um monstrinho que vivia com seus pais em uma casa
horrível. Mal arrumada, pouco arejada e escura, perfeita como toda a
casa de monstro deve ser. O jovem monstrinho já tinha 6 anos e morria
de medo do lado de cima da sua cama, de onde vinha a luz. Ele sabia
 que lá um menino malvado vivia e que se visse ele, o colocaria em um
 saco e o levaria para longe dos seus pais.
         Mas o jovem monstrinho, como todo o jovem, era curioso e
 queria conhecer o lado de cima, queria ver o que tinha lá. Então uma
 noite ele saiu: tímido, acuado, andando a passos lentos, enxergando só
 a luz fraca que entrava pela janela do quarto.
 Tudo parecia tranquilo no pequeno quarto, mas foi sem perceber de
 onde vinha que algo o acertou, no meio da cabeça. O monstrinho
 tonto cambaleou no chão e o menino que estava em cima da cama
 gritou:
         -Paaaaai! Tem um monstro embaixo da minha cama!
         O monstrinho correu e rolou de volta para baixo antes da luz se
acender. Cambaleando correu para quarto dos seus pais, até a parte de
baixo da cama onde dormiam.
         -Mãe! – Disse o monstrinho – tem um menino enorme em cima
da minha cama!
         -Já te disse que esse negócio de menino não existe, é fruto da
sua imaginação! Por isso que eu sempre digo pra você não comer antes
de ir dormir, está vendo só no que dá?
         -Mas mãe…
         -Não me interessa, volte logo para baixo da sua cama e vai
dormir!
         O monstrinho então voltou, e por noites tentou dormir, até que
com o passar do tempo ele se esqueceu, cresceu e nunca mais ouviu
falar do menino que morava do lado de cima. A nal aquilo tudo, como
disse sua mãe, era só a sua imaginação.




                                                                       8
Mulher macho




                        Elisa é uma mulher moderna,
             tem pelos no peito, no braço e na perna.
      É independente e trabalha em período integral,
         não lavava louça, cozinha ou limpa o quintal.

                         Elisa também é boa motorista
         faz baliza, xinga no transito e até pega pista.
           Mas mesmo macho Elisa ainda é feminina,
                                 sai na rua de calça justa
                   e quando ganha cantada se anima.
         Mas se for sem educação não tem desculpa,
                             leva porrada se tiver culpa.

         Para Elisa a vida de macho só tem um porém,
              faz as unhas, penteia o cabelo e usa saia
                                se for sair com alguém.
     Mas mesmo assim continua com o braço peludo,
   azar é do homem ao achar que dela pode ter tudo.




                                                         9
Na internet não importa a aparência

 Artur diz: o que acha de marcarmos um encontro?
 Bruna diz: não vejo a hora de te conhecer *-*
Artur diz: pessoalmente é bem melhor né? ;p
Bruna diz: claro que é!
Artur diz: então pega um ônibus e me encontra mais tarde
Bruna mudou seu status para ocupado.
Artur diz: ou posso ir te buscar em casa de carro
Bruna mudou seu status para online.
Bruna diz: melhor você não vir, não te conheço direito ainda :/
Artur diz: o que acha de nos encontrarmos lá no shopping?
Bruna diz: boa ideia o/
Artur diz: me diz como você é mais ou menos, pra eu te encontrar
Bruna diz: cabelo liso comprido, gordinha, mas não muito
Artur mudou seu status para ausente.
Bruna diz: é que acabei de entrar na academia sabe ;x
Artur mudou seu status para online.
Bruna diz: você trabalha com o que mesmo?
Artur diz: em um estoque de super mercado
Bruna mudou seu status para ocupado.
Artur diz: e você?
Bruna diz: sou secretaria
Artur mudou seu status para ausente.
 Bruna diz: vou ter que sair hoje, melhor marcarmos pra outro dia.
 Artur diz: acho que é uma boa ideia, pra nos conhecermos melhor né?
 Bruna diz: também acho. Vou indo, hora de ir trabalhar.
 Artur diz: gosto da internet, pessoalmente só olham as aparências.
 Bruna diz: é verdade, beijos :*
  Bruna, tem certeza que deseja bloquear Artur?
  [x]sim [ ]não
  Artur diz: beijos :*
   Artur, tem certeza que deseja bloquear Bruna?
   [x]sim [ ]não

                                                                       10
O fantasma de Arnaldo

       Arnaldo acabara de morrer, e o que de melhor um
 morto pode fazer da sua vida, ou morte, senão assombrar os
 outros? Arnaldo então passou a se divertir, mais do que
qualquer vivo poderia imaginar. Assustava crianças ao
anoitecer, mulheres indefesas nas ruas, movia copos de
cerveja e os bêbados riam achando que era efeito do alcool.
Arnaldo assustava cachorro, garoto, até passarinho. Certa vez
assustou outro fantasma que cruzava seu caminho.
       Mas a vida de fantasma enjoou Arnaldo, de tanto
assustar cou muito chateado. Saiu voando, com seu corpo
invisível e foi para um abismo. Pulou 10, 20, 30 vezes, mas não
conseguiu se matar. Tentou entrar em uma seção de exor-
cismo sem ninguém convidar, vai que de lá ele vai pro céu, ou
pro inferno, mas aqui ele não queria mais car.
       Então Arnaldo resolveu se sentar e esperar até que
algum ser superior pudesse o vir buscar. Mas ninguém apare-
ceu, Arnaldo cou para sempre sentado, chateado
sem assustar ninguém. Porque não tem
nada mais chato na vida do que a morte
eterna pra alguém.




                                                                  11
Parados! Isso é um empréstimo!

                       –Parados! Isso é um empréstimo! – Gritou
                       Mosquito ao entrar em um banco. Os clientes e
                       os funcionários se deitaram no chão, o gerente
                        começou a chorar como um bebê.
                         –Pode levar tudo senhor! – Disse o gerente
                         escoando em lágrimas.
                         –Eu quero um empréstimo! – Gritou mosquito.
                        –Um empréstimo! Não quer só levar o
                      dinheiro? – Perguntou o gerente.
                 –Que só o dinheiro rapaz! – Disse mosquito agitando
a arma. – Quero um empréstimo! Sou ladrão honesto.
–Tudo bem, que tipo de empréstimo quer?
–Quero uma grana pra comprar uma arma nova.
–Mas senhor, não posso colocar isso no contrato.
–Coloca que é pra comprar ferramenta de trabalho. – Disse girando
mais uma vez a arma no ar.
–Tudo bem, empréstimo para trabalhador autônomo. De quanto
precisa?
–Uns 500 reais! – Gritou Mosquito.
–Tudo bem! Disse o gerente entregando o calhamaço de notas e
dando o contrato pra Mosquito assinar.
–Tudo certo? – Perguntou Mosquito.
–Sim senhor! – Respondeu o gerente com as mãos tremulas.
–Tudo bem então. Agora vou roubar o banco do outro lado da rua.
–Vai roubar o banco do outro lado da rua? Mas por quê? Acabou de
pegar dinheiro emprestado.
–Como acha que vou pagar o empréstimo? Acha que vou arrumar um
emprego? Cada coisa que tenho que ouvir. Não sei como conseguiu
ser gerente de banco sendo burro assim.



                                                                        12
Dona Neide pescoço de girafa

        Dona Neide tinha pescoço de girafa, vivia
espichado por cima da cerca de sua casa. Rosto
magro, olhos fundos e ao mesmo tempo arre-
galados, não perdia um único detalhe do que na
rua se passava.
        A lha do vizinho ao lado estava grávida
- Que horror! Ela nem marido tem! - Dizia dona
Neide. O vizinho da frente se separou da esposa,
adultério todos diziam. E a dona Joana do nal
da rua? Tinha pegado uma doença terrível, teria
apenas algumas semanas de vida, - pobre
coitada o que fará agora? - Se questionava dona
Neide.
        E assim, dia após dia, ela mantinha seu
pescoço espichado por cima da cerca. Mas dona
Neide, pobre dona Neide, se esqueceu de virar o
pescoço para o outro lado. Sua lha engravidou,
seu marido a deixou e de tanto car com o
pescoço esticado desenvolveu uma doença rara.
        Dona Neide foi ao médico e seu pescoço
foi diagnosticado com uma doença chamada
“cuide da sua vida”. Dona Neide não poderia
mais olhar por cima da cerca, o que faria? Des-
cansaria? Dormiria o resto dos dias? Comeria
todo o sorvete que pudesse?
        É claro que não, dona Neide foi mais
esperta, instalou uma câmera por cima da cerca
e pela TV continuou a fazer o que melhor fazia,
olhar a vida de quem ali vivia.


                                                    13
A fada do dente e a in ação

        Maria Augusta estava desesperada, há dias seu dente balan-
çava dentro da boca como um macaco em um galho no, e como
tal um dia caiu sobre a língua e quase fora engolido, mas por
sorte Maria o salvou.
        Então, na ânsia de
ganhar seu próprio
dinheiro e en m poder
comprar a nova coleção
de bonecas Barbie
resolveu negociar seu dente,
colocou debaixo do traves-
seiro, deitou e esperou durante horas pela fada do dente.
        A duas horas da manhã chegou, Maria deitada esperava,
com os olhos já pesados, quase fechando. Sorrateira uma pequena
fumaça no canto do quarto deixou sair uma fada, pequena, um
palmo. Apressou-se até o travesseiro e pegou o dente cuidadosa-
mente com as duas mãos pequenas, depois retirou 25 centavos e
colocou sobre o colchão.
        -25 centavos? Só 25 centavos?
        -Você deveria estar dormindo – disse a fada assustada.
        -Quem consegue dormir com isso? – Apontou Maria para a
moeda.
        -Querida, você é uma criança, não precisa de mais do que 25
centavos.
        -Como assim? Não da pra comprar nada com 25 centavos!
– Gritou Maria.
        -Trabalho com isso há 30 anos, e nunca tive reclamações.
        -30 anos! Isso é muito tempo, não acompanha a in ação? –
Perguntou Maria.
        -In ação?
        -Com 25 centavos eu não compro nada!
        -Um Kinder Ovo? – Perguntou a fada.
        -2 reais. – Respondeu Maria.                                  14
-Um pirulito?
                                                 -50 centavos.
                                      -Uma goma de mascar?
                                                 -30 centavos.
            -Minha nossa! Não da pra comprar nada mesmo.
 -É a crise dona fada, os seus 25 centavos não dão nem pra
                                               uma bala hoje.
             -Mas não posso te dar mais do que 25 centavos.
  -Mas assim uma criança precisa perder toda uma boca de
         dentes pra comprar um doce, que mercado é esse?
      -Vamos fazer o seguinte mocinha, você já me encheu
                            bastante, vou te dar 50 centavos.
                 -50 centavos? Deixa pra lá! Pode ir embora.
          -Vai car com o dente então? Não quer o dinheiro?
-Que dinheiro? Com 25 centavos não da nem pra comprar
      doces pra apodrecer outro dente. É melhor ir embora
logo, estou com sono, e sem fazer todo aquele pó quando
                              sair, eu sou alérgica. Boa noite!
         A fada então largou o dente, pegou a moeda e saiu
voando pela janela direto para o sindicato das fadas, a nal
 depois de 30 anos de trabalho e com tanta in ação mere-
                                  cia um aumento de salário.




                                                                  15
O Autor

  Emerson Silva é só um menino de 22
  anos, cheio de ambições e desejos
  inconcebíveis. Um deles é ter seu próp-
  rio apartamento em Marte junto com
  seu cachorro de cor laranja. O segundo
  é publicar seu romance que sequer foi
  terminado, mas já está em andamento.
  E o terceiro, bem o terceiro é o que todo
  mundo quer, uma vida normal mesmo
  tendo tantos problemas psicológicos.



                    /emersoncsilva
                    /ecsilva




    Textos e ilustrações:


Emerson Silva
     Emerson Carlos da Silva
Pequenas Histórias V1




  Feijoada é uma mistura de sabores, odores e sensações e é isso o que é a
  Feijoada Verbal. Uma mistura de palavras, verbos transitivos diretos ou indiretos,
  conjugações corretas, ou não, substantivos perfeitos de tão bonitos ou
  imperfeitos de defeitos, adjetivos coloridos e adjuntos cognitivos, se é que isso
  existe. Essa é a feijoada verbal, o alfabeto jogado em uma cumbuca. Impossível
    de saber o que posa sair daí. Seja bem vindo, pegue um prato, e bom apetite.


                       E se não gostou, reclame com o cozinheiro.




                      feijoadaverbal.wordpress.com




O Livro Pequenas Histórias V1 - Feijoada Verbal de Emerson Silva foi licenciado com uma Licença
           Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.

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Encontros virtuais e a realidade

  • 1. Pequenas Histórias V1 Emerson Silva feijoadaverbal.wordpress.com.br
  • 2. Pequenas Histórias V1 dezembro de 2011 Este livro é parte integrante do site: feijoadaverbal.wordpress.com /feijoadaverbal /feijoadaverbal Textos e ilustrações: Emerson Silva Emerson Carlos da Silva
  • 3. Pensei por um tempo se deveria mesmo começar a escrever, se meus textos seriam aceitos e se alguém perderia tempo para ler o que eu escrevi. Cheguei à conclusão de que não importa se leem ou não sua história, ela merece ser contada. E se alguém se identificar melhor, se não elas fazem parte da sua vida e dizem um pouco sobre quem você é, para você mesmo muitas vezes. Mas eu tive sorte, pequenos anjos acreditaram em mim, suas pequenas palavras me deram motivos para continuar escrevendo. Por isso eu dedico a estes pequenos anjos este primeiro de muitos livros que eu ainda pretendo escrever. E continue contando suas histórias, no máximo alguém vai dizer que ela é ruim e isso não muda em nada sua vida. No volume 1 você encontra: O homem mais feio do mundo .....................5 Conectado .....................................................6 A porta ..........................................................7 O monstro embaixo da cama ........................8 Mulher macho ...............................................9 Na internet não importa a aparencia ...........10 O fantasma de Arnaldo ...............................11 Parados! Isto é um emprestimo! .................12 Dona neide pescoço de girafa .....................13 A fada do dente e a inflação ........................14
  • 4. O homem mais feio do mundo É errado dizer que alguém é feio? Todo mundo diz que é. A nal a beleza vem de dentro e tudo é uma questão de opinião, mas e quando a opinião é de todo mundo? George era feio, mais feio que o cara mais feio que você pode imaginar. George era tão feio que nem as vendedoras de roupas diziam que ele cava bonito com esta ou aquela calça. O que elas dizem pra todo mundo “você cou ótimo” não conseguiam dizer a ele. No máximo um olhar e um sorriso, no máximo. Por conta disso tudo George é solitário, sem namorada a vida toda, nem prostituta consegue arrumar e as que topam são muito caras pra pagar. George já tentou de tudo: maquiagem, cirurgia plástica e um psicólogo. Já tentou até se matar e por incrível que pareça, ao pular do 2º andar e cair de cara no chão, até que conseguiu melhorar. E assim George segue sua vida, feio, triste e solitário. Mas continua jogando na loteria, porque se ganhar, aí sim com certeza vai se tornar um cara muito mais bonito. Muito mais do que quando se jogou do 2º andar. 5
  • 5. Conectado Fabinho nasceu conectado. Logo que saiu do útero foi parar no YouTube, 1 milhão de visualizações. Quando comple- tou 3 anos já tinha 227 amigos no Face- book e com 6 já construía seus próprios sites na internet. Fabinho arrumou sua primeira namorada na rede. Deu seu primeiro beijo usando os emoticons animados do MSN e sua primeira relação sexual usando uma webcam. Fabinho é superconectado, sempre tem suas redes sociais na mão. Leva o notebook com internet móvel pra falar com os amigos e sempre escreve em seu blog pessoal ou revira as últimas novidades usando seu celular. Já conhece todos os bares e baladas cibernéticas e transou com milhares de belas mulheres, pelo menos era o que elas diziam ser. Saltou de Bungee Jump e paraquedas em simuladores virtuais e pilotou aviões sobre os lindos céus azulados e pixelados do Flying Simulator. Também foi fazendeiro de grandes plantações de bananas azuis no Farmville e um lindo astro do cinema e do rock no The Sims, além de ser gangster e um gigante das montanhas nos MMOs. Mas Fabinho tem um problema, um pequeno problema: sua vida digital cou chata. Ele já conhece tudo, já fez tudo o que uma pessoa pode fazer, é experiente, maduro e mesmo sendo jovem já fez coisas que pessoas de 100 anos nunca zeram. Então triste e abalado emocionalmente pela depressão Fabi- nho resolveu se suicidar, excluiu só o seu per l no Orkut, para nunca mais voltar. Foi uma vida agitada não é Fabinho? Mais agitada que isso só mesmo se você saísse da cadeira e fosse pra rua. Mas nem pense nisso! Lá fora é chato. E quem quer uma vida real quando se pode ser o que quiser no mundo virtual? Não é Fabinho? 6
  • 6. A Porta Um quarto se apaixonou por uma porta. Brilhante, escura e cheia de contornos, tinha algumas pontas tortas, mas nenhuma escondia seus adornos. Ele adorava ver ela se abrir, era como se pudesse sorrir. E esta porta tão bonita que se abria, dividia com o quarto o que ali acontecia. Os pés que o seu chão pisava, eram da mão que a porta abria. Foi então que o quarto parou pra pensar: quem era aquele que do outro lado cava? Era a sala de estar. Para ele a porta também se abria, também se fechava, com ele vivia. Passou então a questionar, não queria dividir a porta com a sala de estar. Queria um lugar, onde só os dois pudessem car e ninguém nela pudesse tocar. Onde a sala do outro lado não pudesse estar. Então um dia a porta se foi, retirada bruscamente. Deixou um buraco. E o quarto descontente, agora só tinha uma companhia, o outro quarto. 7
  • 7. O monstro embaixo da cama Havia um monstrinho que vivia com seus pais em uma casa horrível. Mal arrumada, pouco arejada e escura, perfeita como toda a casa de monstro deve ser. O jovem monstrinho já tinha 6 anos e morria de medo do lado de cima da sua cama, de onde vinha a luz. Ele sabia que lá um menino malvado vivia e que se visse ele, o colocaria em um saco e o levaria para longe dos seus pais. Mas o jovem monstrinho, como todo o jovem, era curioso e queria conhecer o lado de cima, queria ver o que tinha lá. Então uma noite ele saiu: tímido, acuado, andando a passos lentos, enxergando só a luz fraca que entrava pela janela do quarto. Tudo parecia tranquilo no pequeno quarto, mas foi sem perceber de onde vinha que algo o acertou, no meio da cabeça. O monstrinho tonto cambaleou no chão e o menino que estava em cima da cama gritou: -Paaaaai! Tem um monstro embaixo da minha cama! O monstrinho correu e rolou de volta para baixo antes da luz se acender. Cambaleando correu para quarto dos seus pais, até a parte de baixo da cama onde dormiam. -Mãe! – Disse o monstrinho – tem um menino enorme em cima da minha cama! -Já te disse que esse negócio de menino não existe, é fruto da sua imaginação! Por isso que eu sempre digo pra você não comer antes de ir dormir, está vendo só no que dá? -Mas mãe… -Não me interessa, volte logo para baixo da sua cama e vai dormir! O monstrinho então voltou, e por noites tentou dormir, até que com o passar do tempo ele se esqueceu, cresceu e nunca mais ouviu falar do menino que morava do lado de cima. A nal aquilo tudo, como disse sua mãe, era só a sua imaginação. 8
  • 8. Mulher macho Elisa é uma mulher moderna, tem pelos no peito, no braço e na perna. É independente e trabalha em período integral, não lavava louça, cozinha ou limpa o quintal. Elisa também é boa motorista faz baliza, xinga no transito e até pega pista. Mas mesmo macho Elisa ainda é feminina, sai na rua de calça justa e quando ganha cantada se anima. Mas se for sem educação não tem desculpa, leva porrada se tiver culpa. Para Elisa a vida de macho só tem um porém, faz as unhas, penteia o cabelo e usa saia se for sair com alguém. Mas mesmo assim continua com o braço peludo, azar é do homem ao achar que dela pode ter tudo. 9
  • 9. Na internet não importa a aparência Artur diz: o que acha de marcarmos um encontro? Bruna diz: não vejo a hora de te conhecer *-* Artur diz: pessoalmente é bem melhor né? ;p Bruna diz: claro que é! Artur diz: então pega um ônibus e me encontra mais tarde Bruna mudou seu status para ocupado. Artur diz: ou posso ir te buscar em casa de carro Bruna mudou seu status para online. Bruna diz: melhor você não vir, não te conheço direito ainda :/ Artur diz: o que acha de nos encontrarmos lá no shopping? Bruna diz: boa ideia o/ Artur diz: me diz como você é mais ou menos, pra eu te encontrar Bruna diz: cabelo liso comprido, gordinha, mas não muito Artur mudou seu status para ausente. Bruna diz: é que acabei de entrar na academia sabe ;x Artur mudou seu status para online. Bruna diz: você trabalha com o que mesmo? Artur diz: em um estoque de super mercado Bruna mudou seu status para ocupado. Artur diz: e você? Bruna diz: sou secretaria Artur mudou seu status para ausente. Bruna diz: vou ter que sair hoje, melhor marcarmos pra outro dia. Artur diz: acho que é uma boa ideia, pra nos conhecermos melhor né? Bruna diz: também acho. Vou indo, hora de ir trabalhar. Artur diz: gosto da internet, pessoalmente só olham as aparências. Bruna diz: é verdade, beijos :* Bruna, tem certeza que deseja bloquear Artur? [x]sim [ ]não Artur diz: beijos :* Artur, tem certeza que deseja bloquear Bruna? [x]sim [ ]não 10
  • 10. O fantasma de Arnaldo Arnaldo acabara de morrer, e o que de melhor um morto pode fazer da sua vida, ou morte, senão assombrar os outros? Arnaldo então passou a se divertir, mais do que qualquer vivo poderia imaginar. Assustava crianças ao anoitecer, mulheres indefesas nas ruas, movia copos de cerveja e os bêbados riam achando que era efeito do alcool. Arnaldo assustava cachorro, garoto, até passarinho. Certa vez assustou outro fantasma que cruzava seu caminho. Mas a vida de fantasma enjoou Arnaldo, de tanto assustar cou muito chateado. Saiu voando, com seu corpo invisível e foi para um abismo. Pulou 10, 20, 30 vezes, mas não conseguiu se matar. Tentou entrar em uma seção de exor- cismo sem ninguém convidar, vai que de lá ele vai pro céu, ou pro inferno, mas aqui ele não queria mais car. Então Arnaldo resolveu se sentar e esperar até que algum ser superior pudesse o vir buscar. Mas ninguém apare- ceu, Arnaldo cou para sempre sentado, chateado sem assustar ninguém. Porque não tem nada mais chato na vida do que a morte eterna pra alguém. 11
  • 11. Parados! Isso é um empréstimo! –Parados! Isso é um empréstimo! – Gritou Mosquito ao entrar em um banco. Os clientes e os funcionários se deitaram no chão, o gerente começou a chorar como um bebê. –Pode levar tudo senhor! – Disse o gerente escoando em lágrimas. –Eu quero um empréstimo! – Gritou mosquito. –Um empréstimo! Não quer só levar o dinheiro? – Perguntou o gerente. –Que só o dinheiro rapaz! – Disse mosquito agitando a arma. – Quero um empréstimo! Sou ladrão honesto. –Tudo bem, que tipo de empréstimo quer? –Quero uma grana pra comprar uma arma nova. –Mas senhor, não posso colocar isso no contrato. –Coloca que é pra comprar ferramenta de trabalho. – Disse girando mais uma vez a arma no ar. –Tudo bem, empréstimo para trabalhador autônomo. De quanto precisa? –Uns 500 reais! – Gritou Mosquito. –Tudo bem! Disse o gerente entregando o calhamaço de notas e dando o contrato pra Mosquito assinar. –Tudo certo? – Perguntou Mosquito. –Sim senhor! – Respondeu o gerente com as mãos tremulas. –Tudo bem então. Agora vou roubar o banco do outro lado da rua. –Vai roubar o banco do outro lado da rua? Mas por quê? Acabou de pegar dinheiro emprestado. –Como acha que vou pagar o empréstimo? Acha que vou arrumar um emprego? Cada coisa que tenho que ouvir. Não sei como conseguiu ser gerente de banco sendo burro assim. 12
  • 12. Dona Neide pescoço de girafa Dona Neide tinha pescoço de girafa, vivia espichado por cima da cerca de sua casa. Rosto magro, olhos fundos e ao mesmo tempo arre- galados, não perdia um único detalhe do que na rua se passava. A lha do vizinho ao lado estava grávida - Que horror! Ela nem marido tem! - Dizia dona Neide. O vizinho da frente se separou da esposa, adultério todos diziam. E a dona Joana do nal da rua? Tinha pegado uma doença terrível, teria apenas algumas semanas de vida, - pobre coitada o que fará agora? - Se questionava dona Neide. E assim, dia após dia, ela mantinha seu pescoço espichado por cima da cerca. Mas dona Neide, pobre dona Neide, se esqueceu de virar o pescoço para o outro lado. Sua lha engravidou, seu marido a deixou e de tanto car com o pescoço esticado desenvolveu uma doença rara. Dona Neide foi ao médico e seu pescoço foi diagnosticado com uma doença chamada “cuide da sua vida”. Dona Neide não poderia mais olhar por cima da cerca, o que faria? Des- cansaria? Dormiria o resto dos dias? Comeria todo o sorvete que pudesse? É claro que não, dona Neide foi mais esperta, instalou uma câmera por cima da cerca e pela TV continuou a fazer o que melhor fazia, olhar a vida de quem ali vivia. 13
  • 13. A fada do dente e a in ação Maria Augusta estava desesperada, há dias seu dente balan- çava dentro da boca como um macaco em um galho no, e como tal um dia caiu sobre a língua e quase fora engolido, mas por sorte Maria o salvou. Então, na ânsia de ganhar seu próprio dinheiro e en m poder comprar a nova coleção de bonecas Barbie resolveu negociar seu dente, colocou debaixo do traves- seiro, deitou e esperou durante horas pela fada do dente. A duas horas da manhã chegou, Maria deitada esperava, com os olhos já pesados, quase fechando. Sorrateira uma pequena fumaça no canto do quarto deixou sair uma fada, pequena, um palmo. Apressou-se até o travesseiro e pegou o dente cuidadosa- mente com as duas mãos pequenas, depois retirou 25 centavos e colocou sobre o colchão. -25 centavos? Só 25 centavos? -Você deveria estar dormindo – disse a fada assustada. -Quem consegue dormir com isso? – Apontou Maria para a moeda. -Querida, você é uma criança, não precisa de mais do que 25 centavos. -Como assim? Não da pra comprar nada com 25 centavos! – Gritou Maria. -Trabalho com isso há 30 anos, e nunca tive reclamações. -30 anos! Isso é muito tempo, não acompanha a in ação? – Perguntou Maria. -In ação? -Com 25 centavos eu não compro nada! -Um Kinder Ovo? – Perguntou a fada. -2 reais. – Respondeu Maria. 14
  • 14. -Um pirulito? -50 centavos. -Uma goma de mascar? -30 centavos. -Minha nossa! Não da pra comprar nada mesmo. -É a crise dona fada, os seus 25 centavos não dão nem pra uma bala hoje. -Mas não posso te dar mais do que 25 centavos. -Mas assim uma criança precisa perder toda uma boca de dentes pra comprar um doce, que mercado é esse? -Vamos fazer o seguinte mocinha, você já me encheu bastante, vou te dar 50 centavos. -50 centavos? Deixa pra lá! Pode ir embora. -Vai car com o dente então? Não quer o dinheiro? -Que dinheiro? Com 25 centavos não da nem pra comprar doces pra apodrecer outro dente. É melhor ir embora logo, estou com sono, e sem fazer todo aquele pó quando sair, eu sou alérgica. Boa noite! A fada então largou o dente, pegou a moeda e saiu voando pela janela direto para o sindicato das fadas, a nal depois de 30 anos de trabalho e com tanta in ação mere- cia um aumento de salário. 15
  • 15. O Autor Emerson Silva é só um menino de 22 anos, cheio de ambições e desejos inconcebíveis. Um deles é ter seu próp- rio apartamento em Marte junto com seu cachorro de cor laranja. O segundo é publicar seu romance que sequer foi terminado, mas já está em andamento. E o terceiro, bem o terceiro é o que todo mundo quer, uma vida normal mesmo tendo tantos problemas psicológicos. /emersoncsilva /ecsilva Textos e ilustrações: Emerson Silva Emerson Carlos da Silva
  • 16. Pequenas Histórias V1 Feijoada é uma mistura de sabores, odores e sensações e é isso o que é a Feijoada Verbal. Uma mistura de palavras, verbos transitivos diretos ou indiretos, conjugações corretas, ou não, substantivos perfeitos de tão bonitos ou imperfeitos de defeitos, adjetivos coloridos e adjuntos cognitivos, se é que isso existe. Essa é a feijoada verbal, o alfabeto jogado em uma cumbuca. Impossível de saber o que posa sair daí. Seja bem vindo, pegue um prato, e bom apetite. E se não gostou, reclame com o cozinheiro. feijoadaverbal.wordpress.com O Livro Pequenas Histórias V1 - Feijoada Verbal de Emerson Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.