O documento descreve as respostas a um questionário realizado com 3 mulheres integrantes do grupo de teatro Nuspartus. Elas discutem temas como gênero, identidade racial e opressão na sociedade brasileira por meio do teatro. O grupo usa a arte para debater questões sociais, políticas e de resistência com movimentos sociais, defendendo a igualdade e combate à discriminação.
2. “ Sou trabalhadora numa sociedade capitalista, Mulher numa sociedade machista E negra numa sociedade racista”. (Lucilene Soares)
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4. Questionário desenvolvido: 1- Idade; 2- Profissão; 3- Estado civil; 4- Filhos; 5- Visão política; 6- Por que sua escolha por um grupo de teatro? Por que esta arte? 7- O que discute por meio do teatro? 8- Qual estilo/linha de teatro? 9- Por que o nome Nuspartus? Como surgiu o grupo? 10- Qual a importância dessa arte para você? 11- Como se sente perante a sociedade? 12- O que pensa sobre a questão de: Gênero e Identidade racial?
5. Idade Profissão Estado Civil Fi- lhos Visão Política Por que teatro? Gênero Identidade Racial Mulher 1 34 Agente de saúde Casada 2 ---- - Reflexões de reaver conceitos e valores - Mudança “ Vivemos numa sociedade machista”. Construção constante Mulher 2 31 Professora/ Atriz Casada 1 Esquerda - Instrumento político e pedagógico - coletivo e socializador - sociedade machista - movimento de resistência - Negra – orgulhosa do pertencimento -categoria histórica- mente construída Mulher 3 36 Técnico Administra- tivo/ Atriz Solteira 1 Esquerda - Ferramenta de transforma- ção -Troca de experiência e cultura - luta pela igualdade de gênero. - corpo e vida controlados - objeto da mídia “ Sou branca, faço parte de um grupo onde respeitamos muito as diferenças”
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9. Teatro do Oprimido “ no Teatro do Oprimido, nós vemos em ação e vemos também a forma como está organizada e dividida a sociedade, em opressores e oprimidos. O objetivo do Teatro do Oprimido é possibilitar a reflexão sobre as relações de poder que existem dentro da sociedade.” (Lucilene)
10. Teatro Dialético “ Somente com o progresso dos trabalhadores E somente se nos colocarmos A serviço deste progresso A arte será capaz de progredir”. (Bertold Brecht) “ É a busca de um teatro que leva a desalienação do homem, restaurando nele a consciência de seu poder e sua força capaz de transformar” (OLIVEIRA, 2006, p.5)
11. NUSPARTUS NUS – despir-se de todo e qualquer preconceito PARTUS – parir uma nova sociedade, ou participar do parto desta outra sociedade possível que se faz visível num processo permanente e coletivo. Surgiu em 1994, hoje composto apenas por mulheres. Veicula seus temas com Movimentos Sociais, de mulheres, negros, sindicais, culturais e de luta pela terra. Cunho social e combate toda a forma de discriminação
12. “ O teatro é a personificação da liberdade. (...) Teimamos em lutar contra o machismo, manifesto na opressão das mulheres, e também na lógica patriarcal que violenta e assassina os sujeitos da diversidade sexual; retratamos os trabalhadores e trabalhadoras que vivem uma super exploração; os trabalhadores rurais sem terra, (...); visibilizamos e buscamos ressignificar de forma positiva a presença da população negra no Brasil”. (Lucilene Soares)
13. Conclusão E o grupo de teatro Nuspartus traz a expressividade da arte como algo muito importante socialmente, como ambiente de debates, de reivindicações e como válvula de escape, onde é permitido fazer o que se quer e o que se sente. Essa arte não é entretenimento, passatempo, diversão, mas sim uma forma de se afirmar como querem num mundo que oprime e hostiliza. “ É na cultura que se identifica o ser humano como crítico,pensador, como um ser total”. ( Tia Dag)
14. Referências Bibliográficas ANTÍDOTO: Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito . São Paulo: Itaú Cultural: AfroReggae, 2008. BADER, Wolfgang. Brecht no Brasil: Experiências e influências . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas . 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977. CHARTIER, Roger. Diferenças entre os sexos e dominação simbólica (nota crítica). Cadernos Pagu (4), Núcleo de Estudos de Gênero/UNICAMP: Campinas, 1995. GOMES, Nilma Lima. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos e/ou ressignicação cultural? (GT21). In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 25., 2002, Caxambú. Anais Caxambú : ANPED, 2002. MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos . São Paulo: Ática, 1986.
15. OLIVEIRA, Ana Paula Pedroso de. O teatro de Brecht em dois gestus de Helene Weigel. Revista Cena, UFRGS , n.05: Rio Grande do Sul, 2006. ROSALDO, Michelle Zimbalist & LAMPHERE, Louise. A Mulher, A Cultura, A Sociedade . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. SCOTT, J.W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Sociedade , Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul./dez. 1990. SOIHET, Rachel. História das Mulheres e Realações de Gênero: algumas reflexões . Núcleo de Estudos Contemporâneos. s/d. URDIMENTO: Revista de Estudos sobre em Artes Cênicas . Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Teatro. Vol.1 n.09: Florianópolis, dez/ 2007.