Banner Raça Negra a Moda Desmistificando Conceitos - Leila Farias (11 Coloquio de Moda)
1. INTRODUÇÃO
O Brasil, nos seus 500 anos de história, foi marcado por contradições, mas não só pela
heterogeneidade étnica, como também pelas profundas e alarmantes desigualdades
econômicas e sociais. A África é o berço de uma cultura riquíssima, trazendo, para o
Brasil, elementos de dança, artes plásticas, indumentária, culinária, religião e
muitos outros. A Moda pode se utilizar desses elementos
RAÇA NEGRA: A MODA DESMISTIFICANDO
CONCEITOS
Farias Mangueira Carneiro, Leila Cláudia de; Graduanda; Centro Universitário
de João Pessoa, leila_devant@hotmail.com
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através desta pesquisa, descortinou-se a situação de gritante desigualdade entre
brancos e negros no Brasil, bem como o ideário negativo que existe quanto a estes, e
que esses são fatores interdependentes, formando um ciclo vicioso que precisa ser
quebrado. Por outro lado, verificou-se que o que a moda mostra, nas passarelas,
passa a ser valorizado. Ademais, descobriu-se que ela pode servir de veículo de
novos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A alarmante situação social brasileira é justificativa para o objeto e o objetivo deste
trabalho. Para revelar-se seu estado, esta pesquisa fez uso de publicações originadas
de órgãos ligados a pesquisas sociais, a exemplo do IBGE e do IPEA. A riqueza da
cultura negra ficou demonstrada por meio de bibliografia relacionada à história do
continente africano, incluindo o período de formação da espécie humana, bem como
manifestações culturais afro-brasileiras em blogs. Buscou-se compreender a relação
de interdependência entre a moda, a cultura e a sociedade. Para tanto, baseou-se em
bibliografia específica, a respeito da história da moda e a crescente complexidade
cultural e simbólica das sociedades.
CONCLUSÕES
Conclui-se que a moda pode ser mais do que mera repetidora e confirmadora de
estereótipos: pode, sim, ser usada como instrumento de descondicionamento e
inclusão social, modificando valores estéticos e culturais. Dessa maneira, a
utilização, nas passarelas, de elementos da cultura "negra“ dissiparia estereótipos
relacionados a esse grupo racial, o qual passaria a ser visto com outros olhos.
Exemplo é a Coleção “Royal Black”, da Osklen, apresentado na São Paulo Fashion
Week Verão 2012.
REFERÊNCIAS
BANCO MUNDIAL, 2012. World Development Indicators: Distribution of income or
consumption. Disponível em: << http://wdi.worldbank.org/table/2.9>>. Acesso em:
09/04/2015.
BRASIL. Instituto de Pesquisas Econômicas – IPEA. Retrato das Desigualdades de
Gênero e de Raça. 4. ed. 2011. Disponível em:
<<www.ipea.gov.br/retrato/pdf/revista.pdf>>
BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva; SILVA, Renato Araújo. África em Artes. São
Paulo: Museu Afro Brasil, 2015.
CARVALHO, André; AHOUAGI, Eliana. Os Índios do Brasil. Lê: Belo Horizonte, 1987.
COUTINHO, Ana Luísa Celino; SORTO, Fredys Orlando. Projeto de Pesquisa na Pós-
Graduação em Direito. Revista Verba Juri, João Pessoa, ano 6, n. 6, pp. 323-348,
jan./dez. 2007.
CUNHA, Laura; MILZ, Thomas. Joias de Crioula. São Paulo: Terceiro Nome, 2011.
DORFLES, Gillo. Modas & Modos. 2. ed. Lisboa: Edições 70, 1979.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
JANSON, H.W; JANSON, Anthony F. Iniciação à História da Arte. 2ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.
MARTINS, Carini Piazza. Arte e Moda – expressão da arte através da roupa. 2010.
Disponível em: <<
http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000043/000043BD.pdf>>. Acessado
em: 22/11/2014.
MEGALE, Nilza B. Folclore Brasileiro. Petrópolis: Vozes Ltda., 1999.
MOURA, Mônica. A moda entre a arte e o design. In: PIRES, Dorotéia Baduy (org.).
Design de moda: olhares diversos. São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora,
2008.
PRODANOV, Cleber Cristiano; DE FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do Trabalho
científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo: Universidade Feevale, 2013.
VILLAÇA, Nízia. A Edição do Corpo – tecnociência, artes e moda. Barueri: Estação das
Letras, 2007.
nas passarelas, enriquecendo-se e,
ao mesmo tempo, contribuindo para a
dissipação do estereótipo de
marginalidade e pobreza associado à
raça negra. Propõe-se, assim, a Moda
como um veículo de mudanças sociais,
ligando-se o negro ao "glamour" das
passarelas.
valores estéticos e sociológicos, de
conscientização coletiva e de expressão de
minorias. O jeans, por exemplo, era
relacionado à mão-de-obra braçal; após ser
adotada pela Calvin Klein, com a modelo e
atriz Brooke Shields como suporte, tornou-se
objeto de desejo e consumo.