O documento resume as cotações de commodities agrícolas na Bolsa de Chicago e nos mercados brasileiros entre 15/05 e 21/05. As cotações da soja subiram levemente em Chicago, impulsionadas por estoques baixos e demanda da China. No Brasil, os preços também aumentaram apesar da queda do câmbio, mantendo-se em níveis elevados. A colheita da soja no país chegou a 98% da área total.
1. DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ
Comentários referentes ao período entre 15/05 a 21/05/2009
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Daniel Claudy da Silveira2
1
Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,
coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2
Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI.
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2. Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT
Produto
GRÃO DE SOJA FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA
TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel)
(US$/bushel) (US$/ton. curta) (cents/libra peso)
Data
15/5/2009 11,30 358,20 37,90 5,77 4,17
18/5/2009 11,46 366,30 38,16 5,90 4,21
19/5/2009 11,62 374,00 38,17 5,88 4,25
20/5/2009 11,69 374,80 38,37 5,97 4,26
21/5/2009 11,75 379,20 37,98 5,93 4,24
Média 11,56 370,50 38,12 5,89 4,23
Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos
Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos
Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.
Médias semanais* (compra e venda)
no mercado de lotes brasileiro - em Média semanal dos preços recebidos
praças selecionadas (em R$/Saco) pelos produtores do Rio Grande do
Var. % relação Sul
SOJA média anterior
milho soja trigo
RS - Passo Fundo 51,60 1,78 Produto
(saco 60 Kg) (saco 60 Kg) (saco 60 Kg)
RS - Santa Rosa 51,10 1,79
RS - Ijuí 51,10 1,79
R$ 18,50 47,85 24,49
PR - Cascavel 50,12 1,83
Fonte: CEEMA, com base em informações da
MT - Rondonópolis 45,60 2,29 EMATER-RS.
MS - Ponta Porã 46,40 2,52
GO - Rio Verde (CIF) 46,00 3,14 Preços de outros produtos no RS
BA - Barreiras (CIF) 43,00 3,61
Var. % relação Média semanal dos preços recebidos
MILHO média anterior
pelos produtores do Rio Grande do Sul
Argentina (FOB)** 172,20 2,50
Paraguai (CIF)** 122,50 0,00
Paraguai (FOB)** 158,50 0,00 Produto 21/05/2009
RS - Erechim 21,95 -1,35
SC - Chapecó 22,63 -0,53
Arroz em casca
PR - Cascavel 19,76 -1,94
(saco 60 Kg) 26,65
PR - Maringá 20,33 -1,98
MT - Rondonópolis 15,50 0,00
Feijão (saco 60 Kg) 65,75
MS - Dourados 18,50 0,00
SP - Mogiana 20,25 1,35
Sorgo (saco 60 Kg) 14,55
SP - Campinas (CIF) 22,53 0,40
GO - Goiânia 18,55 0,00
Suíno tipo carne
MG - Uberlândia 19,13 -0,62
(Kg vivo) 1,65
Var. % relação Leite (litro) cota-
TRIGO*** média anterior consumo (valor bruto) 0,56
RS - Carazinho 470,00 0,00
RS – Santa Rosa 470,00 0,00
Boi gordo (Kg vivo)* 2,43
PR - Maringá 548,00 -0,36
(*) compreende preços para pagamento em
PR - Cascavel 535,00 0,00 10 e 20 dias
* Período entre 15/05 e 21/05/09 Fonte: CEEMA, com base em informações da
Fonte: CEEMA com base em dados da Safras EMATER-RS.
& Mercado. ** Preço médio em US$ por
tonelada. *** Em Reais por tonelada
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3. MERCADO DA SOJA:
As cotações da soja em Chicago voltaram a subir nesta semana, fechando a quinta-
feira (21) em US$ 11,75/bushel, contra US$ 11,66 uma semana antes. O mercado
continua especulativo, assumindo uma posição altista no curto prazo em cima das
notícias de estoques baixos nos EUA, demanda aquecida por parte da China, quebra
na safra sul-americana e atraso no plantio dos EUA. Nas condições atuais da economia
mundial e da própria oferta internacional da oleaginosa, tais cotações estão muito
elevadas e uma correção acentuada pode vir a ocorrer a partir de uma definição do
plantio nos EUA.
Outro elemento que tem puxado as cotações da oleaginosa se encontra na valorização
do petróleo, que trabalhou boa parte da semana ao redor de US$ 60,00/barril. Com
isso volta à tona a importância dos biocombustíveis, onde o óleo de soja assume, por
enquanto, importante papel.
Nesta semana igualmente o plantio avançou mais nas áreas de milho e trigo, retirando
parte da possibilidade de transferência das mesmas para a soja nos EUA. Todavia,
muitas regiões estadunidenses já não conseguirão plantar o milho dentro do melhor
período, fato que tende a favorecer um aumento da área de soja, mesmo que isso, por
enquanto, não esteja sendo considerado nas estatísticas.
Paralelamente, na semana encerrada em 14/05, os embarques semanais
estadunidenses alcançaram 426.700 toneladas, contra 294.100 toneladas na semana
anterior. No acumulado do ano 2008/09 o volume alcança 28,6 milhões de toneladas,
contra 25,8 milhões no mesmo período do ano anterior. Quanto aos registros de
exportação, na mesma semana, o volume alcançou 700.700 toneladas para o grão,
contra 401.800 toneladas na semana anterior. Por sua vez, a evolução do plantio de
soja nos EUA, até 17/05, chegava a 25%, contra 44% na média histórica.
Enfim, no Golfo os prêmios para a soja variaram entre 72 e 79 centavos de dólar por
bushel.
Na Argentina, o prêmio em Rosário oscilou entre 35 e 40 centavos de dólar por bushel,
para um mercado, mais uma vez, sem grandes negócios. Até o dia 14/05 a colheita no
vizinho país chegava a 92% da área, contra 89% em igual período do ano anterior.
Na Europa, o CIF Rotterdam para os pellets de soja terminou a semana valendo US$
457,00/tonelada para o produto brasileiro e US$ 450,00/tonelada para o produto
argentino, no mês de maio.
Ainda no mercado mundial, temos que os estoques mundiais de soja cairão para 50
milhões de toneladas no final do ano comercial, implicando num recuo de 10 milhões
de toneladas em relação ao ano anterior. Nesse sentido, ganha mais importância ainda
o resultado da nova safra dos EUA, que vem sendo plantada.
No mercado brasileiro, os preços subiram puxados por Chicago, mesmo com o câmbio
recuando para R$ 2,02 durante a semana (na verdade, o câmbio só não rompeu o piso
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4. dos R$ 2,00 por dólar porque o Banco Central voltou a comprar importantes somas da
moeda estadunidense, buscando frear a sua queda).
Assim, a média gaúcha no balcão chegou a R$ 47,85/saco, enquanto os lotes giraram
entre R$ 50,50 e R$ 51,00/saco. Nas demais praças, os mesmos giraram entre R$
43,50 em Barreiras-BA e R$ 49,50/saco em Cascavel-PR.
Ou seja, o mercado nacional continua praticando preços muito bons, favorecendo os
produtores rurais, embora tenha havido perdas de produção em determinadas regiões.
Desde o lançamento do Plano Real, em 1994, esta é apenas a terceira vez que os
preços da soja giram entre R$ 45,00 e R$ 51,00/saco em termos nominais.
A colheita no país chegou a 98% da área total, faltando pouca coisa a ser colhida no
Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Santa Catarina.
Os prêmios variaram entre 41 e 60 centavos de dólar por bushel durante a semana,
para o mês de maio.
A tendência geral continua sendo de preços firmes, porém, totalmente na dependência
do comportamento de Chicago e do câmbio. No primeiro caso, ainda havendo
tendência de um mercado firme, enquanto no segundo caso assiste-se a um recuo
quase constante no valor do dólar, fato que não auxilia na formação do preço em reais
aos produtores brasileiros. Isso preocupa, pois haveria ainda cerca de 40% da atual
safra a ser vendida, com os produtores correndo o risco de perderem esse atual
momento de preços elevados. A própria CNA vem alertando para esse fato e
aconselhando os produtores a fazerem média de comercialização, não deixando
passar a atual oportunidade que, aliás, já dura um bom tempo.
Na área tecnológica, informa-se que o Brasil teria soja transgênica resistente à seca
por volta do ano 2015. Para a próxima safra (2009/10) espera-se o início dos testes a
campo. Nos EUA, tal soja já estará sendo comercializada em 2010.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de
24/04 e 21/05/2009.
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5. Gráfico da Variação das Cotações da Soja entre 24/04 e 21/05/09
(CBOT)
11,75
11,50
11,25
11,00
US$/bushel
10,75
10,50
10,25
10,00
9,75
9,50
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09
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4/
5/
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Período Semanal
Gráfico da Variação das Cotações do Farelo de Soja entre 24/04 e
21/05/09 (CBOT)
375,00
367,50
360,00
US$/Tonelada Curta
352,50
345,00
337,50
330,00
322,50
315,00
307,50
300,00
09
09
09
09
4/
5/
5/
5/
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Período Semanal
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6. Gráfico da Variação das Cotações do Óleo de Soja entre 24/04 e
21/05/09 (CBOT)
39,75
39,00
38,25
Cents/Libra Peso
37,50
36,75
36,00
35,25
34,50
33,75
09
09
09
09
4/
5/
5/
5/
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/0
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/0
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4
5
5
5
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/0
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01
08
15
Período Semanal
MERCADO DO MILHO:
As cotações do milho em Chicago se mantiveram acima dos US$ 4,00/bushel, num
processo iniciado no dia 06/05, tendo fechado a quinta-feira (21) em US$ 4,24/bushel.
O mercado tem se mantido firme, embora as melhorias climáticas para o plantio do
cereal nos EUA. Todavia, vale destacar que a atual safra encontra sérias dificuldades
para ser semeada, abrindo espaço para uma redução de área.
Segundo o fazendeiro Monty Whipple, de Illinois, sua fazenda de quase 400 acres, que
fica a 150 quilômetros de Chicago, em LaSalle County, está coberta de lama. Muitos
campos ao longo da estrada estavam cobertos com até 30 centímetros de água
empoçada. Produtores do centro-oeste preferem plantar sua safra de milho agora. A
regra geral é que para cada dia de plantio depois de 15 de maio, um bushel de milho foi
perdido por acre. Mas um trator na lama irá ou ficar atolado ou comprimir o solo de
maneira que as sementes não poderão brotar. “Lá no fundo, nós pensamos: se eu não
plantar hoje, será em outra semana”, afirma o fazendeiro Whipple, de 58 anos. “Eles
dizem que produzir não passa de uma grande aposta – você aposta nos preços e no
clima”, disse Whipple, enquanto jogava uma bola de lama em um campo que chegava
até o horizonte. “Em longo prazo, dá para conseguir viver bem com isso”. Maiores
produtores: Illinois e Iowa são os estados com maior produção de milho nos Estados
Unidos, o maior produtor de milho do mundo. Nessa temporada de plantio, o clima
dividiu o cinturão de milho em dois, ao longo do rio Mississipi. No oeste, 81% da safra
de Iowa já estava plantada até a semana passada. No leste, apenas 10% do milho de
Illinois havia sido plantado, 11% em Indiana e 22% em Ohio, de acordo com o USDA.
Chuvas freqüentes e pesadas atrasaram o processo de plantio nessa primavera. Os
produtores do cinturão de milho do leste precisam, agora, escolher entre menores
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7. rendimentos ou o plantio de soja de crescimento rápido. Ainda assim, os produtores
americanos estão prevendo plantar este ano a terceira maior safra de milho registrada,
ou seja, algo um pouco superior a 307 milhões de toneladas. Porém, “esta será a safra
mais cara e mais frustrante da história”, disse Ken Beck, que cultiva 1.500 acres de
milho e 500 acres de soja na cidade de Ophir Township, em Illinois. “Nós tivemos os
maiores preços de insumos e tudo ainda está indefinido”. Beck diz que não está
planejando trocar o plantio de milho por soja porque ele já pagou os investimentos e já
aplicou fertilizante em seus campos. Os preços do fertilizante, das sementes e de
outros insumos subiram no verão passado, nos Estados Unidos, assim como o milho,
que atingiu o preço recorde de US$ 7,65 por bushel, em junho de 2008. Beck parou a
compra de fertilizantes naquela época em que a premissa era de que os preços do
milho e de fertilizantes continuariam subindo, enquanto o suprimento de fertilizantes
encolhia. Mas o preço do milho e de outras commodities caiu em um mês de quebra de
recordes, enquanto a recessão global se aprofundava. “Nós sabíamos que isso não iria
durar, mas foi bom enquanto durou”, disse Beck. Ele estimou seus custos de insumo e
investimentos em US$ 600 a US$ 700 por acre. Se suas safras rendessem 200 bushels
de milho e ele vendesse pelo preço atual de US$ 4,00/bushel, ele poderia ganhar US$
100,00 por acre. “A mãe natureza já nos tomou mais ou menos 45 bushels por acre,
isso eu sei”, afirmou Beck. “Essa próxima semana irá nos dizer muito”, disse Whipple,
enquanto afiava as lâminas de seu cortador de grama, depois de levar uma carga da
safra passada para o silo de grãos. “Nós não ficaremos tranquilos até que o milho
esteja no container” (cf. Reuters).
Paralelamente, outro ponto que pode reforçar o quadro difícil para o milho, levando os
produtores dos EUA a optarem por mais soja está na constatação das dificuldades em
viabilizar a produção de etanol do cereal.
A pressão na indústria de etanol dos Estados Unidos, que já enfrenta dificuldades,
pode se intensificar este ano com produtores esperando uma safra menor de milho,
caso a área realmente se reduza. Isso deve elevar os preços do cereal e reduzir as
margens de lucro. Quase todo o etanol produzido nos EUA utiliza milho como matéria-
prima, e o cereal corresponde a 70% dos custos de produção de etanol. Após uma
série de concordatas em 2008 por algumas das principais empresas produtoras de
etanol norte-americanas, 2009 está se preparando para outro quot;ano difícilquot; para a
indústria, segundo Robert Sharp, analista do setor de etanol da fornecedora de
informações Platts. quot;As margens de lucro devem continuar ruins já que qualquer
possível aumento nos preços de etanol será ofuscado por uma alta nas cotações dos
grãosquot;, disse ele. Enquanto isso, a indústria de etanol ainda está se esforçando para
lidar com a capacidade excessiva de produção. O plantio de milho nos EUA este ano
tem sido prejudicado por fortes chuvas no Meio-Oeste, e produtores devem plantar
menos. (cf. Último Segundo).
Em termos gerais, o plantio do milho nos EUA, até o dia 17/05, atingia a 62% da área
esperada, contra 85% na média histórica. A germinação chegava a 30% contra 49% da
média.
Por enquanto, mesmo com melhorias esporádicas, as previsões climáticas não indicam
facilidades para o plantio do restante da área de milho nos EUA, fato que deve manter
as cotações do cereal em alta. Porém, se a soja conseguir ocupar tal espaço, seus
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8. preços em Chicago poderão sofrer forte retração mais adiante. Lembramos que o
relatório definitivo sobre o plantio será divulgado no dia 30/06.
Por outro lado, o mercado se surpreendeu com a forte alta nos preços do milho na
Europa, com a tonelada chegando a US$ 212,00 para junho.
Na Argentina, a colheita atingiu a 84% da área até o dia 14/05, contra 73% no mesmo
período do ano anterior. Os preços internos, diante da frustração da safra, voltaram a
subir, atingindo a US$ 175,00/tonelada FOB. No Paraguai, os preços da tonelada se
mantiveram em US$ 122,50 FOB.
No mercado brasileiro, os preços se mantiveram firmes e em elevação em muitas
regiões, acompanhando a realidade mundial. A média gaúcha, no balcão, subiu para
R$ 18,50/saco, enquanto o sorgo foi a R$ 14,55/saco. Nos lotes, o norte gaúcho atingiu
a R$ 21,75/saco, recuando um pouco em relação a semana anterior. Nas demais
praças brasileiras, os preços dos lotes variaram entre R$ 15,50/saco em Rondonópolis
(MT) e R$ 22,25/saco em Chapecó (SC). Na exportação, os compradores se
posicionaram a US$ 190,00/tonelada, contra US$ 200,00 solicitados pelos vendedores.
Nessa quinta-feira (21) a Conab ofertou 45.000 toneladas em leilão de PEP, com data
limite para pagamento do produto até o dia 08/06 e comprovação do escoamento até o
dia 30/11.
Por outro lado, a safra total de milho no Brasil foi reduzida para 49,95 milhões de
toneladas, a partir do recuo na projeção de produção da safrinha. No ano passado, a
produção nacional teria ficado em 55,5 milhões de toneladas. A safrinha, agora, está
projetada em 15,4 milhões de toneladas, contra 18,2 milhões no Centro-Sul brasileiro.
Nessa região, a produção da safra de verão ficou em 28,8 milhões de toneladas, contra
31,6 milhões no ano anterior. Apenas o Norte/Nordeste registra um pequeno aumento
na produção, com a mesma passando a 5,8 milhões de toneladas nesse ano 2008/09,
contra 5,7 milhões no ano anterior. (cf. Safras & Mercado)
Nesse contexto, a produção gaúcha teria ficado em 4,8 milhões de toneladas (4,1
milhões segundo a Emater), contra 5,8 milhões um ano antes.
Quanto às exportações, no primeiro trimestre do atual ano comercial (fevereiro-abril), o
país vendeu 1,6 milhão de toneladas, sendo que o maior comprador individual foi a
Malásia, com 236.176 toneladas, seguida do Irã com 232.098 toneladas. (cf. Safras &
Mercado)
Vale destacar que o milho safrinha, no nortão mato-grossense, vem sendo negociado a
R$ 13,00/saco na ponta vendedora, enquanto os compradores têm oferecido R$
12,00/saco.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$
32,86/saco para o produto procedente dos EUA, para maio, enquanto o produto
argentino, tanto para maio quanto para junho, ficou em R$ 29,11/saco. Na exportação,
o transferido via Paranaguá, ficou em R$ 21,72/saco para maio; R$ 22,10 para junho;
R$ 22,64 para julho; R$ 22,95 para agosto; R$ 23,33/saco para setembro.
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9. Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 24/04 e
21/05/2009.
Gráfico da Variação das Cotações do Milho entre 24/04 e 21/05/09
(CBOT)
4,30
4,20
4,10
US$/bushel
4,00
3,90
3,80
3,70
3,60
09
09
09
09
4/
5/
5/
5/
/0
/0
/0
/0
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14
21
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a
a
a
4
5
5
5
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/0
/0
/0
24
01
08
15
Período Semanal
MERCADO DO TRIGO:
As cotações do trigo em Chicago igualmente subiram durante a semana, se
aproximando dos US$ 6,00/bushel. O fechamento dessa quinta-feira (21) ficou em US$
5,93/bushel, cotação que não era vista desde janeiro passado.
Na prática o mercado esteve especulativo, acompanhando o movimento altista dos
mercados da soja e milho. Isso porque o clima nos EUA melhorou para o plantio do
trigo de primavera, fato que deveria ser baixista para os preços. Todavia, o atraso é
grande nesse plantio, pois até o dia 17/05 apenas 50% da área projetada estava
semeada, contra 90% na média histórica.
Entretanto, se olharmos a realidade mundial, nota-se uma tranquilidade na oferta. A
dois meses do encerramento do ano comercial 2008/09. Assim, diante de estoques
finais elevados, a projeção de uma redução de 3,6% na futura safra internacional de
trigo (2009/10) não preocupa o mercado. Assim, a tendência é de preços bem mais
baixos no segundo semestre desse ano, com reflexos sobre o mercado brasileiro, que
ainda não registra nenhuma melhoria de preços aos produtores.
Na Argentina, o mercado do cereal foi mais uma vez abalado pela tendência futura do
plantio. Novos números, desta vez oriundos do setor privado, dão conta de que a nova
safra terá apenas 3,5 milhões de hectares semeados. Isso, na melhor das hipóteses,
resultará em uma safra de tão somente 6,3 milhões de toneladas, inviabilizando as
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10. exportações do vizinho país para 2009/10 (o consumo interno do país estaria entre 5,5
e 6,0 milhões de toneladas). Lembramos que a Secretaria de Agricultura do vizinho
país indica uma área de 4,22 milhões de hectares e uma safra de 8,3 milhões de
toneladas. Diante disso, não há como negar que os preços do cereal no Brasil, para o
final desse ano e, particularmente, para 2010 tendem a se elevar de forma importante.
(cf. Safras & Mercado)
Nesse contexto, as empresas moageiras e o governo estariam construindo um acordo
onde haveria a garantia de exportar um milhão de toneladas do total produzido a
preços de mercado internacional. As empresas se comprometem a comprar até o
volume acertado, para venderem para a moagem, com preços de mercado e sem
restrições. O problema é a quantidade que realmente o país obterá, fato que pode
comprometer totalmente o acordo.
O atual plantio na Argentina está muito lento, pois ainda falta umidade suficiente, além
do receio dos produtores em apostar no trigo. Assim, segundo a Bolsa de Buenos
Aires, apenas 130.000 hectares haviam sido plantados até meados de maio, contra
430.000 hectares no mesmo período do ano passado.
Diante de quadro difícil para o próximo ano, mesmo havendo 700.000 toneladas em
estoque, a Argentina não deverá abrir novos registros de exportação tão cedo. Assim,
os preços internos se mantiveram nominais entre US$ 230,00 e US$ 235,00/tonelada.
No mercado brasileiro, os preços se mantiveram estagnados. O balcão gaúcho pagou a
média de R$ 24,49/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 470,00/tonelada. No
Paraná, os mesmos oscilaram entre R$ 535,00 e R$ 550,00/tonelada.
Na atual conjuntura, e diante de um Real cada vez mais valorizado, fato que favorece
as importações, o único elemento altista que se apresenta é a crise de abastecimento e
produção na Argentina. Porém, no médio prazo isso parece não abalar o mercado
brasileiro, que se encontra relativamente abastecido.
Todavia, o quadro de preços negativo tende a confirmar um plantio menor no sul
brasileiro, fato que irá se somar aos problemas de oferta na Argentina, no final do ano.
No Rio Grande do Sul, levantamentos recentes apontam uma redução inicial de área
entre 10% a 20%. Com isso, em clima positivo a produção poderia chegar a 1,72
milhão de toneladas ou 22% abaixo do registrado no ano passado (lembrando que no
último ano houve volume, porém, a qualidade ficou bastante comprometida). (cf.
Emater) Por sua vez, a Conab aponta uma redução de apenas 9,2% na safra brasileira
do cereal, o que nos parece ainda muito pouco diante do quadro de mercado atual.
Por enquanto, o mercado continua esperando que os moinhos voltem às compras e
puxem um pouco os preços para cima. Ainda há espaço para isso, porém, já
ingressamos na segunda quinzena de maio e os preços não reagem (havia a
expectativa de que os mesmos começassem a reagir em março). Além disso, a nova
safra nacional começa a entrar no mercado já em setembro, quando do início da
colheita no Paraná (o governo local, inclusive, está acenando com um seguro agrícola
melhor para o triticultor).
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11. Ainda no Paraná, o Deral anunciou que até o dia 18/05 o plantio de trigo atingia a 58%
da área prevista, sendo que 82% das lavouras semeadas apresentavam boas
condições e 38% se encontravam em germinação, 61% em desenvolvimento
vegetativo e 1% em floração.
Em termos nacionais, no dia 20/05 houve reunião da Câmara Setorial do Trigo, onde o
governo, diante da fraqueza do mercado interno do cereal, se comprometeu a não
ofertar trigo dos estoques públicos, e isso por tempo indeterminado. Também anunciou
que fará leilão de PEP para trigo gaúcho, nesta próxima semana, com destino ao Norte
e Nordeste, num volume de 150.000 toneladas. Além disso, o Rio Grande do Sul
solicitou um novo reajuste do preço mínimo do trigo brando, na altura de 10 pontos
percentuais, para colocá-lo a R$ 530,00/tonelada (mesmo valor do trigo pão produzido
no Paraná). Até o momento, o trigo brando foi reajustado em apenas 5,4%, com o
preço mínimo passando para R$ 441,00/tonelada. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, a semana terminou com os preços na importação, no CIF Sudeste brasileiro,
valendo US$ 344,63/tonelada para o produto oriundo dos EUA; US$ 276,54/tonelada
para o produto da Argentina; e US$ 302,24/tonelada para o produto do norte do
Paraná.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 24/04 e
21/05/2009.
Gráfico da Variação das Cotações do Trigo entre 24/04 e 21/05/09
(CBOT)
6,00
5,85
5,70
US$/Bushel
5,55
5,40
5,25
5,10
4,95
4,80
09
09
09
09
4/
5/
5/
5/
/0
/0
/0
/0
30
07
14
21
a
a
a
a
4
5
5
5
/0
/0
/0
/0
24
01
08
15
Período Semanal
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