1) As cotações da soja continuaram subindo nesta semana em Chicago, enquanto os preços do milho se mantiveram estáveis.
2) No Brasil, os preços da soja se mantiveram firmes graças aos preços em Chicago, mas o câmbio desfavorável limitou os ganhos. A colheita brasileira atingiu 68% da área total.
3) Os preços dos fertilizantes caíram 23% no Brasil no mês de março devido à crise econômica, o que pode comprometer futuras safras.
1. DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ
Comentários referentes ao período entre 10/04 a 16/04/2009
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Daniel Claudy da Silveira2
1
Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,
coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2
Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI.
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2. Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT
Produto
GRÃO DE SOJA FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA
TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel)
(US$/bushel) (US$/ton. curta) (cents/libra peso)
Data
10/4/2009 Feriado Feriado Feriado Feriado Feriado
13/4/2009 10,21 313,10 36,06 5,23 3,87
14/4/2009 10,36 316,30 36,95 5,22 3,94
15/4/2009 10,35 317,30 36,95 5,15 3,84
16/4/2009 10,58 329,40 36,75 5,24 3,85
Média 10,38 319,03 36,68 5,21 3,88
Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos
Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos
Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.
Médias semanais* (compra e venda)
Média semanal dos preços recebidos
no mercado de lotes brasileiro - em
pelos produtores do Rio Grande do
praças selecionadas (em R$/Saco)
Sul
Var. % relação
SOJA média anterior
milho soja trigo
RS - Passo Fundo 48,13 2,39 Produto
(saco 60 Kg) (saco 60 Kg) (saco 60 Kg)
RS - Santa Rosa 47,63 2,42
RS - Ijuí 47,69 2,55
R$ 16,69 45,45 24,18
PR - Cascavel 46,75 1,67
Fonte: CEEMA, com base em informações da
MT - Rondonópolis 42,09 1,61 EMATER-RS.
MS - Ponta Porã 43,63 3,62
GO - Rio Verde (CIF) 43,25 1,76 Preços de outros produtos no RS
BA - Barreiras (CIF) 40,75 1,62
Var. % relação Média semanal dos preços recebidos
MILHO média anterior
pelos produtores do Rio Grande do Sul
Argentina (FOB)** 165,00 0,00
Paraguai (CIF)** 110,00 0,00
Produto 16/04/2009
Paraguai (FOB)** 145,00 0,00
RS - Erechim 18,76 0,87
SC - Chapecó 20,70 0,73
Arroz em casca
PR - Cascavel 18,04 1,05
(saco 60 Kg) 27,62
PR - Maringá 18,50 2,21
MT - Rondonópolis 14,75 0,00
Feijão (saco 60 Kg) 71,18
MS - Dourados 17,25 0,00
SP - Mogiana 18,80 0,27
Sorgo (saco 60 Kg) 13,63
SP - Campinas (CIF) 21,00 -0,62
Suíno tipo carne
GO - Goiânia 18,75 -1,06
(Kg vivo) 1,62
MG - Uberlândia 19,75 0,30
Leite (litro) cota-
Var. % relação
TRIGO*** média anterior consumo (valor bruto) 0,55
RS - Carazinho 470,00 -0,84
RS – Santa Rosa 470,00 -0,84
Boi gordo (Kg vivo)* 2,50
PR - Maringá 550,00 0,00
(*) compreende preços para pagamento em
PR - Cascavel 535,00 0,00 10 e 20 dias
* Período entre 10/04 e 16/04/09 Fonte: CEEMA, com base em informações da
Fonte: CEEMA com base em dados da Safras EMATER-RS.
& Mercado. ** Preço médio em US$ por
tonelada. *** Em Reais por tonelada
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3. MERCADO DA SOJA:
As cotações da soja continuaram subindo nesta semana, na esteira dos relatórios de
intenção de plantio e de oferta e demanda, que acabaram sendo altistas no curto
prazo. Assim, o fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 10,58/bushel, contra
US$ 10,07 uma semana antes e US$ 9,08/bushel na média de março. Além disso, em
relação ao fechamento do dia 30/03, véspera do anúncio do relatório de intenção de
plantio, o ganho supera um dólar e meio por bushel, representando 17% em menos de
20 dias. Obviamente, a partir do plantio nos EUA, caso a área venha a ser maior, tais
preços tendem a recuar.
Paralelamente, os registros de exportação, para a safra 2008/09, na semana encerrada
em 02/04, atingiram a 431.500 toneladas, contra 599.800 toneladas na semana
anterior. No acumulado do ano o volume chega a 29,5 milhões de toneladas para o
grão, contra 27,7 milhões no ano anterior. Na semana encerrada em 09/04, tais
registros ficaram em 808.300 toneladas. Por sua vez, os embarques, na semana
encerrada em 09/04, chegaram a 557.400 toneladas, contra 576.600 toneladas na
semana anterior. No acumulado do ano 2008/09 o volume chega a 26,3 toneladas,
contra 23,7 toneladas um ano antes.
Afora isso, embora o relatório de oferta e demanda tenha indicado importações
chinesas em 36 milhões de toneladas, o mercado estima que o volume será maior,
sendo a maior parte comprada nos EUA. Esse é mais um fator que vem sustentando
Chicago, embora em cima de suposições, por enquanto.
Em síntese, afora os movimentos especulativos, o mercado se baseia na estabilização
da área a ser plantada nos EUA, estoques locais reduzidos, quebra de safra na
Argentina e sul do Brasil, e uma demanda firme por parte da China.
O prêmio no Golfo do México fechou a semana entre 48 e 52 centavos de dólar por
bushel.
Na Argentina, o prêmio em Rosário ficou entre 40 e 55 centavos de dólar por bushel,
com o mercado ainda muito retraído. A área de soja colhida, até o dia 09/04, chegava a
38% do total, contra 25% em igual período do ano anterior. Em girassol, a área colhida,
na mesma data, atingia a 98%, contra 93% um ano antes. A produção de soja no
vizinho país foi revista, mais uma vez, para baixo, devendo ficar entre 36 e 38 milhões
de toneladas, contra as 46,2 milhões colhidas no ano anterior e as 50 milhões de
toneladas inicialmente previstas para serem colhidas em 2009.
Em termos mundiais, enquanto crescem as exportações de soja somadas de EUA,
Brasil e Argentina, a Índia anuncia que suas vendas externas de farelo de soja deverão
recuar em até 1,1 milhão de toneladas neste ano.
Na Europa, o CIF Rotterdam, para os pellets de soja, registraram um valor de US$
407,00/tonelada, tanto para o produto brasileiro quanto para o produto argentino,
ambos para abril.
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4. No Brasil, os preços se mantiveram firmes, graças a Chicago, já que a colheita
continua pressionando e o câmbio voltou a desfavorecer, com o dólar fechando a
quinta-feira (16) em R$ 2,17 mesmo após intervenção do Banco Central brasileiro.
A média gaúcha, no balcão, atingiu a R$ 45,45/saco, enquanto os lotes variaram entre
R$ 48,50 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças, os lotes giraram entre R$ 41,00/saco
em Barreiras (BA) e R$ 48,00/saco em Cascavel (PR). Efetivamente, os preços
internos só não estão melhores porque o câmbio puxa para baixo os mesmos. Entre os
dias 30/03 e 16/04, por exemplo, enquanto Chicago ganhou 17% no preço o dólar
perdeu 7% de seu valor no Brasil.
A colheita brasileira, até o dia 09/04, chegava a 68% da área total, estando agora
exatamente na média histórica. O Rio Grande do Sul havia colhido 28%, o Paraná
87%, Mato Grosso 92%, Mato Grosso do Sul 95%, Goiás 71%, São Paulo 94%, Minas
Gerais 69%, Bahia 17% e Santa Catarina 18%.
A firmeza dos preços ajuda o setor, na medida em que a safra geral será menor (58
milhões de toneladas), sendo que no sul do país as perdas, diante de uma severa seca
que retornou em março e abril, as perdas são acentuadas.
Os prêmios nos diferentes portos nacionais oscilaram entre 47 e 65 centavos de dólar
por bushel, com melhoria acentuada em Rio Grande, diante da menor oferta de
produto, por um lado, e melhoria no sistema operacional do porto. Para abril, por
exemplo, os mesmos fecharam a semana entre 60 e 65 centavos de dólar por bushel.
No curto prazo, em função de Chicago, os preços devem se manter firmes, porém, há
probabilidades de recuo logo mais, caso o plantio nos EUA transcorrer bem e a área
confirmar o que analistas privados indicavam (aumento de 8%). Todavia, não se pode
ignorar igualmente que dados de curto prazo da economia dos EUA, indicando certa
melhora de alguns indicadores, estimulam a especulação, elevando as cotações.
Enfim, a ciência vem trazendo alento aos produtores de soja do país. Após o
lançamento da soja inox no Mato Grosso, resistente à ferrugem asiática, os EUA
anunciam que estudos conseguiram identificar os genes resistentes à ferrugem asiática
na oleaginosa.
Paralelamente, diante da crise e dos altos custos de produção, os produtores diminuem
a compra de fertilizantes em geral. No Brasil, em março, as vendas do insumo caíram
23%, segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos. No primeiro trimestre
do ano foram vendidas 4,15 milhões de toneladas, ou seja, um recuo de 23,7% em
relação ao mesmo período do ano anterior. Embora compreensível diante da realidade
econômica atual, isso poderá comprometer a produtividade futura das principais safras
no país.
MERCADO DO MILHO:
As cotações do milho em Chicago não reagiram nesta semana, contrariando a
tendência apresentada pela soja. As mesmas fecharam a quinta-feira (16) em US$
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5. 3,85/bushel, contra US$ 3,90 uma semana antes e US$ 3,76/bushel na média de
março. Os valores atuais são praticamente os mesmos registrados em 30/03, véspera
do relatório de intenção de plantio, quando o bushel de milho fechou em US$ 3,86. Tal
comportamento serve de alerta para um possível ajuste para baixo na soja
futuramente.
Na prática, o mercado está mais preocupado com o estoque final dos EUA, que
diminuiu pouco na projeção do relatório de oferta e demanda do dia 09/04, enquanto
praticamente não reduziu a área a ser semeada.
Paralelamente, o petróleo não apresenta oscilações fora do contexto dos US$ 45,00 a
US$ 55,00/barril, o que não estimula muito o etanol de milho, embora a esse preço do
petróleo, o mesmo já se mostre viável economicamente, ao menos na indústria.
Ao mesmo tempo, as exportações semanais chegaram a 1,06 milhão de toneladas na
semana encerrada em 02/04. Já uma semana depois as mesmas ficaram em 879.600
toneladas para o ano comercial 2008/09. O clima indica chuvas e aumento do calor na
região produtora do milho nos EUA, num momento em que o plantio começa, o que é
positivo para a cultura.
No fundo, o mercado está considerando, em se mantendo a área a ser semeada, que
em clima normal a oferta estadunidense será importante, diante de uma conjuntura
pouco favorável ao consumo de etanol e rações animais. Isso puxa os preços do cereal
para baixo.
Na Argentina, os preços da tonelada FOB fecharam a semana em US$ 165,00,
enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 110,00. A colheita de milho na
Argentina, igualmente atingida pela estiagem, chegou a 44% da área no dia 09/04,
contra 33% no mesmo período do ano anterior. Por sua vez, a Bolsa de Buenos Aires
anuncia uma colheita de 59% em 16/04, com uma safra total de apenas 13,5 milhões
de toneladas do cereal.
No mercado brasileiro, os preços permanecem baixos, com o retorno da colheita da
safra de verão, na medida em que diminui a colheita de soja. Assim, o preço médio
gaúcho, no balcão, fechou a semana em R$ 16,69/saco, enquanto o sorgo ficou em R$
13,63/saco. Nos lotes, os preços subiram um pouco, com o norte gaúcho pagando R$
19,25/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 14,75/saco em
Rondonópolis (MT) e R$ 21,15/saco em Chapecó (SC). Na exportação, não houve
interesse comprador, enquanto os vendedores ofereciam a tonelada a US$ 173,00 para
abril.
Na prática, o mercado interno continua travado, diante da pressão de oferta e um
consumo relativamente estagnado, com estoques nacionais importantes. O governo
tenta aliviar o problema com leilões de PEP. No dia 09/04 um leilão deste tipo vendeu
58% das 40.000 toneladas oferecidas. Já o leilão de Pepro negociou todas as 20.000
toneladas ofertadas naquele dia. Outro leilão, nas mesmas características, foi realizado
no dia 16/04.
Até o dia 13/04 a colheita nacional do chamado milho de verão atingia 57,6% da área,
sendo que o Rio Grande do Sul chegava a 78%. Em Santa Catarina a mesma alcança
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6. 52%. Em São Paulo, o corte realizado chegava a 49%, no Paraná 62%. A área total
estimada no Centro-Sul brasileiro é de 6,05 milhões de hectares ou 4,5% a menos do
que a concretizada no ano anterior. (cf. Safras & Mercado)
Vale ainda destacar que, enquanto a seca atinge fortemente o milho do tarde em Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, no Centro-Oeste e Minas Gerais é o excesso de chuva
que atrapalha a colheita e causa algumas perdas. Por outro lado, o plantio da safrinha
avança nas regiões propícias ao produto, tendo chegado a 98% da área no Paraná.
Segundo o Deral, espera-se uma área total de 1,54 milhão de hectares naquele
Estado, a qual seria 2% abaixo do registrado no ano anterior. No entanto, a produção
da safrinha está estimada em 6,43 milhões de toneladas, contra 5,7 milhões em 2008.
A semana terminou com a importação valendo R$ 33,35/saco para abril, para o produto
dos EUA, e R$ 29,78/saco para o produto da Argentina, tanto para abril quanto para
maio. Já as exportações, no transferido via Paranaguá (PR), alcançavam R$
20,74/saco para abril, R$ 20,87 para maio, R$ 21,10 para junho, R$ 21,95 para julho,
R$ 22,64 para agosto e setembro.
MERCADO DO TRIGO:
As cotações do trigo em Chicago ficaram praticamente estáveis em relação ao final da
semana anterior. O fechamento desta quinta-feira (16) chegou a US$ 5,24/bushel,
contra US$ 5,22 uma semana antes, US$ 5,21 na média de março e US$ 5,12/bushel
no dia 30/03, véspera do relatório de intenção de plantio dos EUA.
O mercado não encontra motivos de aumento nas cotações diante de uma oferta
mundial importante e estoques finais em crescimento. Além disso, o dólar perdeu força
no mercado mundial, dificultando as exportações do cereal por parte dos produtores
estadunidenses. Somam-se a isso as previsões de chuvas positivas para as lavouras
nas regiões produtoras daquele país.
As inspeções dos EUA, para exportação, na semana encerrada em 09/04, alcançaram
562.166 toneladas, acumulando no ano comercial 2008/09, iniciado em 01/06/2008, um
total de 23,97 milhões de toneladas, contra 29,47 milhões no ano anterior. As vendas
líquidas dos EUA somaram 121.500 toneladas apenas, na semana encerrada em
09/04, contra 189.400 toneladas na semana anterior.
Por sua vez, as condições das lavouras semeadas com trigo de inverno, nos EUA, em
12/04 apresentavam 42% entre boas a excelentes, 33% regulares e 25% entre ruins e
muito ruins. Quanto ao trigo de primavera, até o dia 12/04 o plantio havia chegado a
apenas 2%, contra a média histórica de 11%.
Na Argentina, diante da falta de notícias quanto a novas liberações de registros para
exportação, os preços nominais recuaram para valores entre US$ 210,00 e US$
215,00/tonelada. A cadeia produtiva do vizinho país solicita a redução de 10% na tarifa
de exportação do cereal, já que a mesma chega hoje a 23% e retira a possibilidade de
ganhos por parte dos exportadores e mesmo produtores. Se isso vier a ocorrer, o trigo
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7. argentino ficaria ainda mais competitivo para o Brasil, atrapalhando uma possível
recuperação dos preços para maio em diante. (cf. Safras & Mercado)
Além disso, outros fatores conspiram contra uma melhoria nos preços brasileiros do
trigo. Dentre eles, pode-se citar:
1) no Paraná, ainda existe trigo paraguaio a preços competitivos, fato que auxilia a
frear uma alta nos preços do produto nacional. Por enquanto, a expectativa continua
sendo de que os preços do trigo de qualidade superior, no Brasil, venha a subir em
maio/junho próximos. Por outro lado, existe igualmente trigo uruguaio sendo ofertado,
fato que compensa, por enquanto, a falta do produto argentino. Nesse contexto, e
diante de moinhos nacionais ainda abastecidos, o preço no Brasil não sobe, frustrando
expectativas iniciais;
2) segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, entraram no Brasil,
em março, 709.000 toneladas, ou seja, 44% acima do volume registrado em fevereiro.
A nova valorização recente do Real favorece as importações. Desse total, a Argentina
participou com 582.000 toneladas (cumprimento de contratos anteriores). O restante
veio do Paraguai e Uruguai;
3) outros dois fatores negativos para a formação de um preço melhor no país se
encontram no menor consumo de farinha de trigo e o recuo dos preços mundiais, a
partir de Chicago, que torna competitivo o produto do exterior. A situação poderá se
complicar ainda mais, para os produtores que esperam preços melhores nos meses
futuros, caso o governo brasileiro decida isentar as importações externas ao Mercosul
da Tarifa Externa Comum (TEC), hoje em 10%, e do Adicional Sobre o Frete para
Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), hoje em 25%, como fez no ano passado;
4) enfim, considerando o ano comercial agosto/08 a julho/09, o Brasil já importou 3,9
milhões de toneladas de trigo em grão e 416.000 toneladas de farinha (equivalente
grão), fechando um total de 4,3 milhões de toneladas. Portanto, haveria ainda a
necessidade de importar 1,5 milhão de toneladas. Desse total, cerca de 500.000
toneladas viriam do Paraguai e Uruguai. O restante, ainda não se sabe ao certo. Fala-
se em produto da Rússia, dentro daquele acordo de negociar trigo por carne suína,
porém, ainda não existem registros de tal negociação. Afora tudo isso, sabe-se que as
políticas de apoio ao setor, por parte do governo, via AGF, contratos de opção de
venda e Programa da Agricultura Familiar somariam um estoque público de 880.834
toneladas. O mercado se pergunta como e quando o governo irá escoar tal volume. (cf.
Safras & Mercado)
Uma coisa é certa: se os preços não melhorarem a partir de maio, provavelmente os
produtores nacionais irão reduzir ainda mais a área a ser plantada com o cereal, a qual
está hoje estimada em redução de 13%.
Por enquanto, os preços continuam estagnados. A média gaúcha, no balcão, ficou em
R$ 24,18/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 470,00/tonelada. No Paraná,
os mesmos giraram entre R$ 535,00 e R$ 550,00/tonelada.
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8. Enfim, o mercado registrou a venda integral das 150.000 toneladas ofertadas em leilão
de PEP, realizado no dia 09/04, para produto localizado no Rio Grande do Sul. O valor
de fechamento do prêmio ficou em R$ 176,00/tonelada;
A semana terminou com as importações, no CIF Sudeste brasileiro, valendo US$
316,28/tonelada para o produto dos EUA, US$ 255,37/tonelada para o produto da
Argentina, e US$ 282,79/tonelada para o produto oriundo do norte do Paraná.
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