1. A História do bairro
Vilar Carioca
PSF Vilar Carioca
Equipe de Odontologia
2. Introdução
• O diagnóstico situacional da comunidade tem por
objetivo identificar as características e necessidades
da população adstrita, desvendando e evidenciando
os problemas presentes e urgentes na vida da
mesma e deste modo orientar as ações das equipes
no atendimento destas demandas.
3. Identificação da Unidade
Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC)
Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em
Saúde (SUBPAV)
Coordenadoria de Saúde da Área Programática 5.2 (CAP.5.2)
Unidade de Saúde da Família Vilar Carioca (USFVC)
Rua Florestal, s/n – Inhoaíba – Rio de Janeiro.
Cep: 23056-060
Tel.: (21) 3394-5207
E-mail: gerentevcarioca@gmail.com
4. Nossas equipes são compostas por:
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2 Médico Generalista
6 Enfermeiro Generalista
5 Técnico de Enfermagem
1 Agente de vigilância em saúde
6 Agentes Comunitários de Saúde
2 Cirurgião Dentistas Generalista
3 A.S.B
1 T.S.B
1 Oficial de Farmácia
1 Digitadora
1 Auxiliar Administrativo
1 Copeira
4 Porteiros
4 Auxiliares de Serviços Gerais
1 Gerente Técnico
7. MORADIA
•
As moradias de Vilar Carioca começaram quando a empresa
loteadora Várzea do Carmo, contratada pela família Weiszflog,
proprietária do terreno, dividiu a área em lotes de 8mx15m.
Os compradores dos lotes, não tendo condições de construir casas
confortáveis, fizeram barracos. E, assim, a comunidade foi
crescendo com os seus problemas de saneamento básico e outros.
Só com o tempo as moradias começaram a se modernizar, quer
dizer, começou a ter casas com construções de tijolos, mais
seguras e melhores.
Assim foi se formando o loteamento de Vilar Carioca. Hoje em dia,
são poucos os barracos existentes. A maioria das casas é de tijolos
e, agora, já tem o sonhado saneamento básico, que melhorou muito
a vida dos moradores.
9. DEMANDAS
Os moradores do Vilar Carioca apresentam as seguintes
reivindicações:
•
“...Em 1964 foi loteada toda essa área. Eu comprei o meu lote com
um corretor que já morreu, da empresa Várzea do Carmo. Dei entrada
e paguei à prestação, em 12 vezes. Eu tenho os recibos, mas não
tenho a escritura” (Sr. Gabino Barbosa).
•
“Eu não tenho documentação da minha casa. Eu tenho a promessa
de compra e venda, mas sem valor porque não foi legalizada. Aqui,
ninguém tem a casa legalizada. Mas, o que tem valor é a casa
legalizada na Prefeitura” (Sr. Manoel).
•
“A Prefeitura fez o asfalto, colocou água e luz, que não tinha. Mas,
outra coisa, é a minha casa, que não é regularizada” (Dona Claudete).
10. DEMANDAS
•
“O que sugeriria é que esses menores, esses adolescentes tivessem
serviço pra fazer, se ocupassem com alguma coisa. (...) Pra melhorar
tinha que existir emprego e, a pessoa que nunca foi empregada, ter
uma oportunidade de trabalhar(...)porque eles chegam numa firma pra
pedir emprego, só se tiver experiência. Mas as pessoas não nascem
com experiência!”(Dona Leni).
•
“...O que falta aqui é uma quadra olímpica. Quase todas as favelas
têm direito, né?” (Dona Ilma Francisca).
•
“...Mais atividades para os jovens, adolescentes e crianças dentro da
comunidade” (Dona Maria Aparecida).
12. TRANSPORTE
•
•
Em toda a zona oeste percebemos o crescimento do transporte alternativo
como um meio de locomoção aceitável para a população. Visto que este
tipo de transporte surgiu e permaneceu. Mas este crescimento não é
infundado.
Há explicações reais para este fenômeno notável, sobretudo, na zona
oeste de nosso município. O fato é que não há ônibus suficiente. Os
empresários de ônibus disponibilizam poucos veículos para lugares
distantes, pois consideram ter prejuízo em relação ao preço da passagem x
combustível x desgaste do material. Com isso, os ônibus circulam com
excesso de passageiros e com longo intervalo de saída entre um veículo e
outro.
Neste sentido, o ônibus é visto pelos empresários somente por seu aspecto
econômico. O que os empresários esquecem é que eles recebem incentivos
do governo através de isenção de impostos na compra de seus veículos,
exatamente por prestarem um serviço de utilidade pública. Todavia, este
serviço é visto meramente como uma transação econômica privada e não
como serviço público importante.
13. TRANSPORTE
•
•
Em Vilar Carioca, quando falamos de transporte de massa as
pessoas recorrem logo para o transporte alternativo, as kombis.
Pelo seu grande números de carros até o momento.
Pois , o ônibus 881 que é circular, hoje utiliza poucos carros para
uso da comunidade.
A única opção de transporte, hoje, no bairro, tem sido as
kombis, que desempenham um papel importante na locomoção dos
trabalhadores.
Em se tratando de transporte público, o ônibus teria todos os
motivos para aumentar sua frota para transitar em Vilar Carioca.
Mas o bairro está urbanizado e com maior número de moradores
residindo atualmente no local.
15. Os relatos dos moradores antigos
•
MORADOR: SR. VIRGÍLIO (depois deste relato 1 ano após
faleceu de velhice).
•
Seu Virgílio, 99 anos de idade, mineiro é o morador mais antigo e mais
velho de Vilar Carioca, com muitas histórias pra contar. Formou uma família
grande neste lugar: 9 filhos, 27 netos e 7 bisnetos. Trabalhou nas
plantações de laranjas que, antigamente, predominavam em Vilar Carioca,
conforme suas lembranças:
“Havia muita plantação de laranja aqui, e um rio papagaio, perto da
Rua 100, que foi aterrado quando veio o asfalto (...) Quase não tinha casas.
Era tudo pasto. O transporte era por meio de cavalos e carroças. Não tinha
água, nem luz. Em casa, tem um poço que antigamente os moradores
pegavam água aqui”.
Para seu Virgílio: “antes, o bairro era feio. Quando chovia alagava
tudo. Hoje, aumentou o número de moradores, aumentou muito. Mas,
agora, temos uma qualidade de vida melhor (...) O lugar só melhorou. É
bom de se morar! Embora o sossego de antes é melhor que o progresso de
agora”. O que mais marcou a vida de seu Virgílio em Vilar Carioca “foi a
troca de experiências com os moradores...”.
16. MORADOR: SR. GABINO BARBOSA
•
Seu Gabino, 79 anos de idade, é carioca. Veio de Jacarepaguá para o Vilar
Carioca com 15 anos de idade. Trabalhou na horta do Instituto Metodista Ana
Gonzaga e ainda hoje mantém sua tradição de trabalho, cultivando em sua
casa uma bela horta.
“Quando eu cheguei aqui, com 15 anos de idade, só tinha mato. Eu
trabalhava no Orfanato Ana Gonzaga, como agricultor. Aqui, era tudo sítio
com pé de laranja. Onde hoje tem essas casas era laranjal. Não tinha luz, nós
usávamos lampião, aquele de vidro que a gente tem que bombear para
acender. A gente pegava água numa bica perto do armazém. A água só veio
depois do loteamento. Aqui, não tinha ônibus, escola. Quando a gente
precisava de médico ele vinha a cavalo. A escola era na casa de uma
moradora, que dava aula. Só depois do loteamento que fizeram as escolas”.
Seu Gabino lembra do loteamento de Vilar Carioca e de um dos seus
principais problemas, que permanece até hoje, no caso, a falta de
documentação e regularização das moradias:
“Toda a área de Vilar Carioca foi loteada em 1964, mais ou menos. Eu
comprei o meu lote com um corretor da empresa Várzea do Carmo, que já
morreu. Dei uma entrada e paguei o restante à prestação. Eu tenho os recibos
de pagamento do lote, mas não tenho escritura”.
17. Os relatos dos moradores antigos
•
O que mais o seu Gabino gosta de lembrar é das festas de São João:
“Ah! As festas de São João... Eu me divertia muito! Soltava balãogarrafa, com um padre com a bíblia na mão. Era difícil brincar na rua porque
a gente trabalhava muito. Mas lembro que eu e os rapazes do sítio fizemos
um campinho de futebol com o gol feito com bambu, lá onde é o posto de
saúde”.
Para seu Gabino, o melhor de hoje é: “o asfalto, a praça, a infra
estrutura. Antes, tinha muita lama”.
Em relação ao ser humano, seu Gabino lembra que no seu tempo: “As
pessoas respeitavam mais. As crianças passavam na rua e pediam a
benção”.
Ele completa: “Às vezes, eu fico conversando com as crianças aqui da
rua contando como eram as brincadeiras de bolinha de gude. Elas ficam me
escutando e parece que gostam. É bom ensinar para as crianças as coisas
certas, o caminho da vida. Se a gente explica para elas como se deve agir,
as coisas de Deus, depois elas seguem o caminho, sozinhas. Hoje falta
isso: falar de Deus para as crianças. Tem muita criança, e gente como
nós[adultos], que não sabe de Deus”.
19. A Saúde Antigamente
•
Antigamente, os problemas de saúde dos moradores de
Vilar Carioca eram tratados da seguinte forma: “Quando
a gente adoecia era de costume fazer remédio caseiro,
com ervas. Não tinha Posto de saúde. A gente chamava
o curandeiro ou Parteira e eles vinham a cavalo até
nossas casas e nós pagávamos a consulta” (Sr. Gabino,
79 anos).
Hoje, em Vilar Carioca, existe apenas um Posto de
saúde para atender cerca de 20 mil moradores. Mas
antes do Posto, os moradores não tinham nenhuma
assistência médica. O hospital mais próximo era o
Rocha Faria, que fica no centro de Campo Grande. Foi
então que a comunidade reivindicou a construção de um
Posto de saúde, o Adão Pereira Nunes.
20. SAÚDE
• O Posto de saúde Adão Pereira Nunes surgiu em
novembro de 1985 e funciona na Rua Florestal, s/n., no
horário de 8h. às 17h com numero para atendimento das
especialidades e desistências.
Mas um Posto de saúde é uma unidade básica de
saúde que, como tal, trabalha somente com prevenção,
promoção da saúde e atendimento a algumas doenças
de nível básico. Os casos de emergência devem ser
encaminhados a um hospital.
• O posto Adão Pereira Nunes atende não só a
comunidade de Vilar Carioca como também moradores
da redondeza (Dicurana, Conjunto Cesário de Mello,
Nova Canaã, Conjunto Icurana...).
22. A conversão de PS para PSF
• Em Dezembro de 1999 mudou-se a estratégia
de atendimento. Foi então implantado um dos
primeiros PSF da Zona Oeste, visando a
melhoria no atendimento.
• Muitos não aceitaram com facilidade, porem ao
longo dos anos vem recebendo agradecimentos
e elogios, por sua aproximação dos moradores e
vínculos com as famílias.
23. Entidades que temos no Vilar Carioca
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DO VILAR CARIOCA;
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DO VILAGE DAS
PALMEIRAS;
ASSOCIAÇÃO DAS CASINHAS;
ASSOCIAÇÃO DO PARQUE CANAÃ;
IGREJA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO;
IGREJA BATISTA DO VILAR CARIOCA;
IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS;
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA;
INSTITUTO METODISTA ANA GONZAGA.
CENTROS ESPIRITAS;
24. ENTIDADES PÚBLICAS
CIEP– ENGENHEIRO WAGNER GASPAR EMERY
CIEP – ALBERTO CAVALCANTI
CRECHE VITÓRIA DA PAZ
EECOFE – ESCOLA DE ESPORTE CONSTRUINDO O FUTURO
CASA DE RECUPERAÇÃO NA IGREJA PRAÇA DO ZE BIRIBA –
PASTOR ANDRÉ
27. CARACTERISTICAS SOCIO-ECONOMICAS
População estimada de 16000 hab
Censo 2000 - 14783 hab
18%
Cadastrados
Não Cadastrados
82%
População estimada calculada com base no coeficiente de crescimento da cidade
do Rio de Janeiro: 1,08% (Dados Censo 2010)
32. CARACTERISTICAS SOCIO-ECONOMICAS
Água e Esgosto
2939
3000
2735
2500
2000
1500
1000
486
tratamento da agua
destino das fezes
ab
er
to
ce
u
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en
tr
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32
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si
st
500
473
197
33.
34. Uso dos meios de comunicação
Uso dos meios de transporte
3000
bicicleta
2500
alternativo
2000
trem
1500
carro
1000
500
ônibus
0
radio
tv
jornal
revista
0
500
1000
1500
37. O PSF Vilar Carioca
Suas áreas de abrangência eram divididas por cores, para melhor
identificá-las, são por nomes.
•
•
•
•
•
Equipe Florestal antiga Vermelha
Equipe Vitoria da Paz antiga Verde
Equipe Realeza antiga Branca
Equipe Village das Palmeiras antiga Azul
Equipe Canal antiga Azul
Cada equipe tem turno de visita domiciliar com os técnicos e odontologia,
para cobertura das famílias com mais necessidades de atenção e
vigilância.
42. O PSF Vilar Carioca
• Em 2002 foi feito uma avaliação de que
teríamos que aumentar as equipes, pois a
população aumentava.
• Então teve a criação de mais duas
equipes e somando agora 30 agentes de
saúde.
43. O PSF Vilar Carioca
• E o total de 5 equipes de trabalho identificadas por
cores: azul, vermelho, verde, amarelo e branco, que se
reúnem semanalmente para traçar planos, programas e
projetos para a comunidade. Cada equipe desenvolve
seus programas/projetos (de diabetes, hipertensão,
vacinação e de gestantes) orientados pela supervisão da
CAP 5.2
A supervisão dá apoio quanto as informações
sobre os projetos que cada equipe está desenvolvendo e
o que precisa ser feito, e pede semanalmente um retorno
(resultados) das equipes para saber se funcionou ou
está funcionando na comunidade.
44. Relato do chefe de Enfermagem
Rogério B. Miranda
• Um dos projetos do posto é o Agente de Saúde
Comunitário, que tem 11 anos. Os Agentes são
moradores de Vilar Carioca. Eles representam a
principal ponte entre a comunidade e a unidade
de saúde, por eles visitarem as casas dos
moradores diariamente e por suas atividades
junto à comunidade.
Para ser um Agente de Saúde deve ter
pelo menos o 1º grau completo, ser maior de 18
anos e morador da comunidade há 3 anos.
45. Relato do chefe de Enfermagem
Rogério B. Miranda
• Existe em Vilar Carioca pelo menos 30 Agentes
distribuídos em seis áreas de atuação. Eles fazem visitas
domiciliares, cadastram os moradores e verificam se
eles estão fazendo corretamente o que foi pedido pelo
médico, como: tomar os remédios regularmente,
principalmente quem for hipertenso e diabetes; verificam
também se as crianças tomaram as vacinas.
Essa é uma parte importante dos projetos/programas
porque quem fiscaliza os moradores para saber se estão
fazendo corretamente aquilo que foi solicitado pelo
médico são os Agentes de Saúde.
46. Relato do chefe de Enfermagem
Rogério B. Miranda
•
ele afirmou que as principais doenças diagnosticadas em Vilar
Carioca são:
•
“No adulto, sem dúvida é a hipertensão arterial e diabetes. Na
criança é a verminose e problemas respiratórios devido ao
saneamento básico. A parte asfaltada de Vilar Carioca não tem
muito tempo e as pessoas têm o hábito de higiene que não são
adequados e acabam pegando verminose. Quanto aos jovens, eles
vêm pouco à unidade e quando vêm é porque estão se sentindo mal
naquele momento. Às vezes é uma dor de cabeça ou alguma dor
abdominal, mas nada específico. Nas mulheres constatamos um
atendimento maior em relação ao câncer de útero, principalmente
na faixa etária mais nova, de 22-23 anos. Antigamente isto era
constatado em mulheres mais velhas, mas hoje, as mulheres estão
começando a ter relações sexuais mais cedo, com um número
maior de parceiros e aí acaba acarretando essas coisas”.
47. Relato do chefe de Enfermagem
Rogério B. Miranda
O coordenador Rogério B. Miranda também apontou os principais
problemas enfrentados pelo Posto de saúde de Vilar Carioca:
•
“O problema é a dificuldade de fixar profissionais aqui porque o
pessoal acha que é longe e tem a coisa das pessoas falarem que
Vilar Carioca é um lugar perigoso. E aí, para conseguir colocar um
médico aqui era muito complicado. Tanto que hoje em dia a gente
não têm médicos do município. As pessoas que fazem a
assistência: os médicos, enfermeiras, assistentes sociais, não são
do município. Elas são contratadas pela ONG CAMPO. Do
município são: Atualmente a diretora é a Dra. Maria Elizabeth
Abraão, eu, que sou chefe de enfermagem do instituto, o
administrador da unidade( Adm Luiz Valcir Lagoa), a coordenadora
de programas(Enfª Luciene) e alguns auxiliares de enfermagem que
ficam na vacinação(Icleia), no curativo(Graça), na
esterilização(Neuza, alguns administrativos(Marilene e Paulinho)na
documentação medica e Farmácia(Elida e Marcos) . O restante são
contratados. Nós não conseguimos trazer profissionais (médicos)
para cá. Isto é um problema!”(Chefe de enfermagem, Rogério B. de
Miranda, 2003).
51. Bibliografia
• Extraído do site www.vilarcarioca.com.br
• Entrevista com alguns moradores.
• Entrevistas com ACS antigos; Simone Costa,
Marilene, Ana Higyno, Luciane Turino, Silvio,
Eliane Carneiro e lídia Maria
• Em entrevista feita pelos jovens do projeto
Nossa História, da ONG LER & AGIR com o
chefe de enfermaria, Sr. Rogério B. de Miranda,
do Posto de saúde Adão Pereira Nunes