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Artigos
A GINÁSTICA LABORAL COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Autor: Marcelo Bettero Lages¹
Orientador: Fábio Múcio Stinghen²
RESUMO
Este estudo avaliou como os exercícios de ginástica laboral podem contribuir para a melhoria do
processo de ensino aprendizagem nos alunos da Educação de Jovens e Adultos através da
transposição dos benefícios destes exercícios na melhoria do processo produtivo e promoção de bem
estar geral do aluno trabalhador, ressaltando a importância de se contemplar na EJA conteúdos
articulados com o cotidiano destes alunos. As sessões de ginástica laboral foram realizadas uma vez
por semana com a duração aproximada de 25 minutos que consistiram de exercícios de
alongamento, resistência muscular localizada, automassagem, técnicas de relaxamento e dinâmicas
de grupo. Durante as 12 semanas de implantação do projeto, também foram realizadas aulas
expositivas com o estudo da produção didática que destacou as temáticas do trabalho, da ginástica,
da LER/DORT e da ergonomia no trabalho e no dia a dia também a importância de transpor estes
momentos da educação formal para o cotidiano do aluno e sua família. Para verificar os efeitos das
sessões de ginástica laboral foram aplicados questionários adaptados de Polito e Bergamaschi 2002
e de topografia e intensidade da dor de LEITE (1992) adaptado de Blone & Echternach (1987), após a
análise dos dados ficou constatado uma discreta melhora nos níveis de dores na região da coluna
lombar e refletindo na melhora bem estar geral do aluno, mesmo não sendo um dos objetivos o que
ficou ressaltado foi baixo índice de evasão indicando que conteúdos articulados com o cotidiano e um
bem estar geral do indivíduo favorece em muito a permanência do aluno.
Palavras chave:
Educação de Jovens e Adultos; Ensino da Educação Física, Trabalho; Ginástica.
¹ Profº Marcelo Bettero Lages. Graduado em Educação Física UFPR, Especialista em Magistério
Superior FACINTER. marcelolages@seed.pr.gov.br
2
Profº.Msc.Fábio Mucio Stinghen Responsável por Atividades de Estágios do curso de Ed.
Físicas - Disciplinas de Atletismo e de Projeto Integrador I, II e III UTFPR - Curitiba – PR
stinghen@utfpr.edu.br
1. INTRODUÇÃO
Este artigo se propõe inicialmente a analisar que os conteúdos do ensino da
Educação Física na Educação de Jovens e Adultos esta pautado via de regra
apenas por atividades de cunho teórico devido ao alunado já chegar aos bancos
escolares oriundos de uma jornada de trabalho desgastante e muitas vezes as
práticas são encaradas como mais uma atividade desgastante para um corpo eu já
está cansado sendo comum que os alunos não vejam um sentido/significado nas
atividades práticas sendo mais um fator desmotivante para o educando desta
modalidade de ensino.
Ressaltando esta problemática Gadotti aponta que:
O que eles sabem não é considerado: eles trazem consigo uma história, as
marcas da socialização e da formação que tiveram. Só precisam ser
considerados como sujeitos de direitos. Muitos alunos de EJA não acham
significativo para suas vidas o que estão aprendendo e abandonam o curso.
Os cursos de EJA não atendem às suas expectativas. (GADOTTI, 2014)
Enfrentar este problema é um grande desafio a todos os professores que
atuam nesta modalidade de ensino e o projeto de intervenção pedagógica se propôs
a atuar em um dos fatores que indiretamente influenciam na desmotivação do aluno
que são os processos dolorosos decorrentes do cotidiano do aluno trabalhador
procurando atuar na promoção do bem estar geral através dos exercícios de
ginástica laboral.
Além de toda a preocupação com conteúdos que sejam presentes no
cotidiano do aluno trabalhador, promover a reflexão e atuação consciente deste
aluno no mundo do trabalho entendendo que somente a Ginástica Laboral ou
qualquer outra atividade física não se constitui em garantia de saúde se não tiver um
ambiente de trabalho favorável onde sejam respeitados os aspectos ergonômicos e
conforto ambiental, e que sejam considerados as pausas e jornadas de trabalho
adequadas as diversas funções se torna importante e significativo estes
conhecimentos que contribuirão para se não mudar a realidade proposta possa pelo
menos ser um instrumento de reivindicação de condições de trabalho mais
adequadas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A Educação de Jovens e Adultos
A seguir apresentaremos algumas características da Educação de Jovens e
Adultos, com o objetivo de aproximar da realidade do aluno trabalhador.
Historicamente a educação formal e não formal do grupo de trabalhadores sempre
esteve a serviço de formar de maneira técnica, moral e ideologicamente para o
trabalho, com a educação voltada para os interesses dos meios de produção.
Educação de Jovens e Adultos – EJA – é a forma como a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB – se refere a educação de pessoas sem a
escolarização regular completa.
Art. 37 – A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que
não tiveram acesso aos estudos, ou continuidade deles, nos ensinos
Fundamental e Médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão, gratuitamente, aos jovens e
adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características
do alunado, os seus interesses e as suas condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso do trabalhador à
escola e a permanência nela, mediante ações integradas e
complementares entre si. (BRASIL,1996).
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), regulamentada como modalidade de
ensino, se configura como uma educação de classe, apresentada como uma
possibilidade de elevação da escolaridade para aqueles aos quais foi negado o
direito à educação na fase da vida cronologicamente adequada. Uma forma de
educação para a classe trabalhadora que não necessitam de um maior investimento
por parte do Estado para atender as demandas do meio produtivo. Assumindo um
caráter reparador de dívida social e tal destinação de classe conforme o Parecer
11/2000 do Conselho Nacional de Educação (RUMMERT, 2007).
Segundo Rummert (2007), e conferido a Educação de Jovens e Adultos um
papel inferior, quando ações governamentais de redução de idade mínima para a
prestação de exames, prevalecendo a certificação em detrimento do processo
pedagógico para a aquisição plena do domínio tecnológico e científico.
Todos estes problemas levantados são verificados na prática, uma vez que os
índices de evasão nesta modalidade de ensino são alarmantes e gradativamente vai
perpetuando e exclusão desta parcela da população, as politicas promovidas se por
um lado aumentaram a oferta desta modalidade de ensino por outro não se efetiva o
compromisso com uma educação de qualidade para estes trabalhadores.
Os diversos processos de exclusão, o analfabetismo e a baixa escolaridade
demandam tanto o ensino escolar imediato e adequado quanto a reformulação das
políticas educacionais e práticas pedagógicas. Estes fatores além de impedirem o
acesso e a permanência contribuem negativamente para o êxito do alunado na
educação escolar. A partir da análise das propostas pedagógicas de EJA vigentes, a
Secretária de Estado da Educação do Paraná, estabeleceu a reorganização da
oferta de EJA no que se refere à sua identidade e à flexibilidade no processo
ensino–aprendizagem. Identificou-se que é preciso consolidar uma pedagogia que
viabilize o acesso, a permanência e, sobretudo, o êxito educacional dos educandos
(PARANÁ, 2006).
Esta nova estruturação resultou na construção das Diretrizes Curriculares
para a EJA e um documento orientador para a construção do Projeto Político
Pedagógico da Educação de Jovens e Adultos. Os cursos semipresenciais foram
extintos e atualmente a carga horária é 100 por cento presenciais tanto na
organização individual quanto na coletiva com a avaliação ocorrendo durante o
processo. Esta proposta também prevê as (Aped) ações pedagógicas
descentralizadas visando o atendimento de comunidades com baixa demanda nesta
modalidade de ensino.
As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos (PARANÁ, 2006)
apontam algumas características desta modalidade de ensino.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que
atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de
modo que os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem
atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento da sua
autonomia intelectual. O papel fundamental da construção curricular para a
formação dos educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios
para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos.
Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na
qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo
crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho
e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a
dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo
soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso
metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e
sócio históricos (KUENZER, 2000, p. 40 apud PARANÁ, 2006, p. 27).
Para a efetivação de um processo de ensino aprendizagem é necessário
compreender o perfil do educando da Educação de Jovens e Adultos requer
entende-lo como um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum
momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou
culturais.
A EJA deve contemplar ações pedagógicas específicas que levem em
consideração o perfil do educando jovem, adulto e idoso que não obteve
escolarização ou não deu continuidade aos seus estudos por fatores, muitas vezes,
alheios à sua vontade.
A Lei n. 9394/96, em seu artigo 38, determina que:
Art. 38. os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao pros
seguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II – no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito
anos.
§ 2º os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.(BRASIL, 2006).
As deliberações do Conselho Estadual de Educação, onde permitem o
ingresso na EJA aos 14 anos para o Ensino Fundamental e aos 17 para o Ensino
Médio. Essa alteração da idade para ingresso e certificação na EJA, dentre outros
fatores, ocasionou uma mudança significativa na composição da demanda por essa
modalidade de ensino, sobretudo pela presença de adolescentes.
Atualmente, os adolescentes ainda são presença marcante nas escolas de
EJA. A grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado,
marcado por frequente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio
regulares. A demanda desses adolescentes não deve ser vista apenas como fato
mas como a oportunidade da educação escolar responder a alguns
questionamentos (PARANA 2006a p.30).
A partir de então se tem um novo desafio, a inclusão destes jovens com um
histórico de insucesso e evasão escolar numa modalidade de ensino onde existe
uma grande heterogeneidade de idade, vivencias, expectativas de vida e de
escolarização.
2.2 A Educação Física
A Educação Física como campo do conhecimento escolar é necessário
analisar o que esta disciplina pode proporcionar aos alunos em ternos educativos.
Inicialmente não podemos mais pensar a educação física como um estudo da
aptidão física, tal prática o objetiva doutrinar corpos fortes, ágil e apto ao mercado
de trabalho, alienando-o como sujeito histórico, capaz de interferir na transformação
da sociedade.
Segundo COLETIVO DE AUTORES (1992, p24), buscando o
desenvolvimento da aptidão física, o conhecimento necessário é o exercício de
atividades corporais que lhe permitam atingir o máximo rendimento em sua
capacidade física.
Porém, a Educação Física escolar na perspectiva da cultura corporal, busca
desenvolver uma reflexão pedagógica sobre as formas de representação do mundo
que o homem/mulher tem produzido ao longo da história, exteriorizadas pela
expressão corporal.
Esta percepção possibilita a compreensão, por parte do aluno, de que a
produção da humanidade expressa uma determinada fase e que houve mudanças
ao longo do tempo. Segundo Darido (2001 p.13), “... à seleção de conteúdos para as
aulas de Educação Física propõem que se considere a relevância social dos
conteúdos, sua contemporaneidade e sua adequação às características sócio
cognitivas dos alunos...”.
O Coletivo de Autores (1992, p. 61) “a Educação Física é uma Disciplina que
trata pedagogicamente, na escola do conhecimento de uma área denominada
cultura corporal”.
Buscando ampliar este sentido de cultura corporal Bracht destaca que:
Precisamos considerar/ postular que a cultura corporal/movimento resume
um acervo produzido pelo homem que precisa ou merece ser veiculado pela
instituição educacional, acrescentando-se, no entanto, que é preciso fazer a
crítica cultural e superá-la é o nosso saber, é o saber que vamos transmitir
educação do movimento (BRACHT, 1992 p.49).
A Educação Física entendida como uma disciplina que trata de um tipo de
conhecimento denominado de cultura corporal que tem como temas, o jogo, a
ginástica, o esporte, a dança, a capoeira e de outras temáticas que apresentarem
relações com os principais problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos.
Darido (2001 p.13) aponta que:
Enquanto organização do currículo, ressaltam que é preciso fazer com que
o aluno confronte os conhecimentos do senso comum com o conhecimento
científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento. Além disso, sugerem
que os conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física devem
propiciar a leitura da realidade do ponto de vista da classe trabalhadora.
Deve, também, evitar o ensino por etapas e adotar a simultaneidade na
transmissão dos conteúdos, ou seja, os mesmos conteúdos devem ser
trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das séries, sem a visão
de pré-requisitos (DARIDO, 2001 P.13).
Os conteúdos clássicos da educação física tratados na escola, expressam um
significado onde se interpretam, dialeticamente, a intencionalidade/objetivos do
homem e as intenções/objetivos da sociedade (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.
62).
E necessário compreender as relações que estes conteúdos tem com os
problemas sócio-políticos atuais como: ecologia, gênero, sexualidade, saúde.
Trabalho, preconceitos, classe e outros.
A partir da reflexão sobre tais problemas o objetivo é o de possibilitar ao aluno
entender a realidade social na qual está inserida. Ou seja, e escola deve
proporcionar a apreensão da prática social, e para isso, os conteúdos devem ser
buscados dentro desta realidade (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 62).
Portanto, a escola, apoiada na pedagogia critico superadora, deve selecionar
os conteúdos da Educação Física, com o objetivo de promover a leitura da
realidade, buscando subsídios para transformar a realidade.
Propõe-se que a Educação Física seja fundamentada nas reflexões sobre as
necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e
na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os
contextos e experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da
comunidade (PARANÁ , 2006b p. 50).
As Diretrizes Curriculares de Educação Física trazem os elementos
articuladores com o intuito de romper a forma como são tratados os conteúdos na
Educação Física e para este trabalho abordaremos os elementos articuladores:
Cultura Corporal e Corpo: O corpo é entendido em sua totalidade, o corpo, que
sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos devem ser analisados sob uma
perspectiva crítica da construção mercadológica e midiática do referencial de beleza
e saúde, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de
consumo. Esse elemento propõe a reflexão crítica sobre as diferentes visões
construídas ao longo da história da humanidade em relação ao corpo que favorecer
o dualismo corpo-mente e sua interferência nas aulas de Educação Física e nas
práticas corporais de um modo geral (PARANÁ, 2008, p.54).
Cultura Corporal e Saúde: Procurar entender a saúde como construção que
supõe uma dimensão histórico-social, contrária à tendência predominante de
conceber a saúde como simples vontade individual. A manutenção da saúde não
pode ser somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no
contexto das relações sociais, por meio de práticas e análises críticas dos discursos
a ela relativos (PARANÁ, 2008).
Cultura Corporal e Mundo do Trabalho: Analisar as relações sociais de
produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na Educação Física, a
reestruturação produtiva, o trabalhador que deve executar as tarefas laborais com a
máxima flexibilidade, relegando as práticas corporais a um segundo plano, tornando-
as um mero desperdício de energias que poderiam ser destinadas ao meio produtivo
(PARANÁ, 2008, p.57).
2.3 A Ginástica Laboral
A ginástica laboral “é uma atividade que parece nova, mas surgiu em 1925
como uma ginastica de pausa para operários, inicialmente na Polônia, Rússia,
Bulgária entre outros países, na mesma época” (MENDES & LEITE, 2004, p.1).
No Brasil a ginástica laboral foi introduzida pelos executivos nipônicos do
Estaleiro Ishikavajima e inicialmente precedia o inicio da jornada de trabalho, onde
diretores, operários realizavam durante 8 minutos exercícios dedicados à coluna
vertebral, abdome e aparelho respiratório (MENDES & LEITE, 2004).
A ginástica laboral possui algumas classificações de acordo com o horário de
execução e quanto ao objetivo. Para este trabalho iremos usar a classificação de
acordo com os objetivos da aplicação, que estão assim classificadas:
 A ginástica laboral preparatória: Ministrada no começo do expediente e do
turno de trabalho, com o objetivo de preparar o corpo para a atividade laboral. 

 A ginástica laboral compensatória ou de pausa: Ministrada durante uma
pausa no turno de trabalho, geralmente no horário de pico de fadiga, seu
objetivo e prevenir os vícios posturais da vida diária e do trabalho. 

 A ginástica laboral relaxante: realizada no termino do expediente de trabalho,
consiste em exercícios de relaxamento e massagens nas partes do corpo
mais afetadas pela atividade laboral. 

 Ginástica corretiva: visa reestabelecer o equilíbrio muscular e articular,
consiste em exercícios de alongamentos para a musculatura encurtada e
fortalecimento para a musculatura enfraquecida. 

 Ginástica laboral de manutenção: busca o equilíbrio físio-morfológico,
caracteriza-se por um programa de condicionamento físico para prevenir ou
reabilitar as doenças crônicas degenerativas. 
Após a coleta de dados, através de questionários e medidas investigativas,
pode-se começar com maior segurança o planejamento do programa de Ginástica
Laboral visando o seu pleno sucesso.
Para Martins (2001, p 68), os testes e os questionários respondidos e
preenchidos embasam todo o programa de promoção de saúde ao trabalhador,
servindo de base para a elaboração do programa de Ginástica Laboral, além de
expressar o quadro atual de saúde dos participantes.
Segundo Mendes e Leite (2004, p 156), as estratégias utilizadas nas
aulas podem ser dos seguintes tipos: atividades em pequenos grupos, atividades em
grandes grupos, individualmente, em duplas, em trios, em círculos, em colunas, em
fileiras, com mímicas, parado ou em deslocamento, com ou sem materiais e com ou
sem música.
Os materiais utilizados nas aulas podem ser os mais diversos possíveis, tais
como: balões, bolinhas de borracha ou de tênis, bastões, extensores, colchonetes,
aparelho de som, bolas coloridas, cordas, aquatubos, halteres, caneleiras, arcos,
materiais que podem ser criados, cadeiras e outros materiais aproveitados do
próprio ambiente de trabalho. (MENDES e LEITE, 2004, p 157)
Para Lima (2003, p 80), a escolha dos exercícios é de extrema importância,
porém deve-se analisar antecipadamente o nível de coordenação motora e o grau
de flexibilidade das pessoas que participarão do programa de Ginástica Laboral. A
partir de exercícios mais simples para os exercícios mais complexos, é importante
planejar a aplicação e a evolução dos mesmos, prestando atenção se alguns
movimentos causam desconforto aos participantes.
Diferentes estratégias devem ser utilizadas no planejamento das atividades
de Ginástica Laboral evitando deste modo apenas à prescrição de exercícios de
alongamento e sem muita variação. O planejamento das atividades pode ser dividido
em partes, como: planejamento geral, mensal, semanal e plano de aula. (MENDES
e LEITE, 2004, p 153).
O ambiente de trabalho também interfere no que refere ao acometimento das
chamadas LER e DORT e o aspecto ergonômico. Nesse sentido, o termo ambiente
não se refere apenas ao contorno ambiental, no qual o homem trabalha, mas
também a suas ferramentas, seus métodos de trabalho e à organização deste,
considerando-se este homem, tanto como indivíduo quanto como participante de um
grupo de trabalho (MURIEL,1969 apud Ferreira, 2008).
A carência da utilização dos conhecimentos sobre a ergonomia no ambiente
de trabalho seja no mobiliário ou na própria atividade laboral em si, acarreta ao
longo do tempo damos no sistema musculo esquelético dos indivíduos que
consequentemente poderão desenvolver LER/DOR, com afastamentos do trabalho e
também de quaisquer outras práticas corporais.
3. METODOLOGIA
3.1 Caracterização da pesquisa
Neste trabalho a pesquisa convém ressaltar de que no se refere a seleção de
conteúdos de Educação Física da Educação de Jovens e Adultos está pautado via
de regra apenas por atividades de cunho teórico devido ao alunado já chegar aos
bancos escolares oriundos de uma jornada de trabalho desgastante e a analisar
como o mundo do trabalho e os processos dolorosos decorrente da atividade laboral
influenciam no processo de ensino aprendizagem dos jovens e adultos, e como a
inclusão do conteúdo de ginástica laboral com a aplicação dos exercícios de
ginástica laboral atuariam para minimizar estas dores promovendo uma melhora no
bem estar geral e consequentemente no processo de aquisição do conhecimento.
3.2 Instrumentos metodológicos
Inicialmente foi realizada uma coleta de dados com a aplicação do
questionário inicial adaptado de POLITO & BERGAMASCHI 2002 e topografia e
intensidade da dor de LEITE (1992) adaptado de BLONE & ECHTERNACH (1987).
Após a tabulação e dados ficou evidenciado que a grande necessidade
quanto a seleção de exercícios de ginástica laboral para este determinado grupo
deveria priorizar a coluna vertebral membros inferiores.
No segundo momento da implementação da intervenção pedagógica e
objetivando contextualizar os exercícios práticos de ginástica laboral, foram
realizados estudos da produção didático pedagógica a fim de permitir a analise e
reflexão sobre o mundo do trabalho, as doenças relacionadas ao trabalho
LER/DORT e a ergonomia no trabalho e vida cotidiana.
Após as 12 semanas de aplicação do projeto de intervenção pedagógica
foram aplicados os dois instrumento citados anteriormente a fim de verificar se
houve alguma mudança significativa no que tange sobretudo aos processos
dolorosos anteriormente descritos, também foi solicitado que relatassem suas
impressões sobre a aplicação do projeto de intervenção.
3.3 Universo da pesquisa
Para este trabalho utilizamos como publico alvo 12 alunos de ambos aos
sexos do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, com idade variando entre
18 e 55 anos, alunos na sua grande maioria trabalhadores.
3.4 Resultados e discussão
Os dados levantados no diagnostico inicial além de fornecerem informações
para a seleção de exercícios mais adequados de acordo com aos processos
dolorosos relatados, conforme está descrito no gráfico 1, 64% dos alunos sentem
algum tipo de dor no corpo.
Gráfico 1- Dores no corpo
Fonte: dados do autor.
O gráfico 2 nos mostra a topografia das dores e este revelou que a coluna
lombar lidera com 71% dos relatos, o que já era esperado pois segundo dados da
Organização Mundial da Saúde 85% das pessoas já tiveram, têm ou terão dores nas
costas em algum momento da vida.
Gráfico 2 – Topografia da dor.
Fonte: dados do autor.
Alisando o gráfico 3 se verifica que 60% sentem dores de intensidade moderada
escala de 5 a 8 e 40% sentem dores de intensidade máxima 9 a 10 segundo o
questionário de topografia e intensidade da dor de LEITE 1992 adaptado de BLONE
1987 e de ECHTERNACH 1987.
Gráfico 3- Intensidade da dor
Fonte: dados do autor.
Após a tabulação e dados ficou evidenciado que a grande necessidade
quanto a seleção de exercícios de ginástica laboral para este determinado grupo
deveria priorizar a coluna vertebral membros inferiores.
Outro dado importante é que os dos alunos que não apresentavam algum tipo
de dor apenas 25% exerce atividade profissional remunerada o que é um forte
indício de que a atividade laboral remunerada favorece o acometimento das diversas
doenças osteoarticulares. Ficou evidenciado que dos alunos que relataram algum
tipo e dor apenas 1 respondeu positivamente quanto a prática de atividade física
regular.
Após serem submetidos as aulas de ginástica laboral e aplicação do
questionário final foi constatado que houve uma pequena mudança apenas no nível
de intensidade da dor onde 100% dos questionários apontaram intensidade
moderada de dor na coluna lombar. O baixo índice de melhora pode ser explicado
devido a uma variável não prevista no projeto pois não havia a previsão de
interrupção nas atividades praticas de ginástica laboral perfazendo um total de 12
semanas que corresponde o que é preconizado pela literatura para se respeitar o
principio do treinamento desportivo da adaptabilidade que segundo Weineck (2000)
“define a adaptação biológica sendo compreendida fundamentalmente como uma
reorganização orgânica e funcional do indivíduo, em que se pode registrar uma
sequência temporal dessa adaptação”.
Essa adaptação que a literatura aponta vem sucedida de um outro principio
que deve ser respeitado e as interrupções são maléficas aos resultados pois a
reversibilidade, que se constitui que qualquer capacidade física treinável ao mesmo
tempo que sofre uma melhora com o treino esta é reversível quando é sessado ou
interrompido este treinamento.
Contudo apesar as dificuldades que se apresentaram no decorrer da
implementação houve uma excelente aceitação por parte dos alunos ao projeto de
intervenção, pois a participação era voluntária e não estava vinculada às avaliações
formais como os demais conteúdos desenvolvidos no decorrer da carga horária
destinada á disciplina, uma vez que dos 13 alunos apenas 1 não participou das
ações propostas pelo projeto de intervenção e apenas 1 evadiu-se no decorrer do
processo. Reforçando esta afirmação transcrevo (respeitando a grafia deles) alguns
relatos de alunos que participaram das ações
“A ginástica laboral faz bem a saúde eu faço 3 vezes por semana, onde eu
trabalho contrataram uma fisioterapeuta para ginástica laboral, cada vez que eu faço
me sinto ais disposta para o trabalho”.
“Eu que nunca fiz atividade física pra mim foi bom, fazer alongamentos deu
mais animo pra fazer as atividades de casa”.
“No um caso foi uma boa, me ajudou a melhorar o movimento no serviço, eu
trabalho muito tempo sentado no caminhão e ao fazer uma viagem ao descer agora
faço um alongamento pois não tinha o hábito. Agora em cada parada dou uma
esticada no corpo e me sinto melhor para continuar a viagem”.
“Foi muito bom ter participado, pois apesar de na hora sentir alguma dor,
valeu muito a pena. Pois com o decorrer dos exercícios eu sentia uma melhora
considerável, pena que não tenha adquirido este hábito no meu dia a dia, mas
aproveitei bem todas as aulas, por isso eu aprovo e recomendo”.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentados anteriormente sugerem que para a uma discreta
melhora nos níveis de intensidade de dor o que pose ser explicado devido aos
diversos problemas apresentados durante a aplicação do projeto de intervenção que
sobre os quais faz se necessário serem descritos, pois não inicio do ano letivo não
havia uma turma de Ensino Médio de Educação Física e a que havia não tinha carga
horária suficiente para a aplicação e devido a isso houve uma readequação de
cronograma que depois se agravou devido a greve geral de professores e
funcionários e outra alterações de calendários o que retardou ainda mais a
implementação passando pelo recesso da Copa do Mundo e férias de julho o que
promoveu uma interrupção na aplicação dos exercícios o que afeta negativamente
os “efeitos” que a ginástica laboral promove na prevenção e manutenção do sistema
osteomuscular.
Apesar de não ser o objetivo do projeto de intervenção pedagógica e de
análise deste artigo ao final do período letivo da turma em questão ficou evidente
que houve uma diminuição drástica nos índices de evasão nesta turma, pois 92%
dos alunos que iniciaram completaram a carga horária da disciplina e apenas 1, 8%
evadiu-se das aulas, caracterizando um índice muito abaixo, dos cerca mais de 35%
que se apresentam no ensino noturno de um modo geral.
Também é gratificante e ultrapassa os resultados numéricos estatísticos
quando se obtém relatos onde fica evidente que muito além de benefícios no corpo
quanto a diminuição de dores os alunos descrevem que despertaram e sentem a
necessidade da atividade física e que os exercícios de ginastica laboral e
alongamentos são importantes não somente no ambiente de trabalho mas na sua
vida diária.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, Brasília,
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DARIDO Suraya C. Os conteúdos da Educação Física escolar: influencias,
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FERREIRA, Mario Cesar. A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade
de vida no trabalho? Reflexões empíricas e teóricas. Caderno psicologia
sociedade trabalho v.11 n.1 São Paulo jun. 2008
GADOTTI, Moacir. Como manter motivados os educandos da EJA. In: _____.
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Meditação, 2005.
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
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PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de
Educação Física para a Educação Básica. Governo do Estado do Paraná.
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RUMMERT, Sonia Maria. A Educação de Jovens e Adultos trabalhadores
brasileiros no século XXI. O “novo” que reitera antiga destituição de direitos. Sísifo.
Revista de Ciências da Educação, 2, pp. 35‑50, 2007.
WEINECK, J. Adaptação como pré-requisito básico do treinamento esportivo.
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  • 1. Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OSDESAFIOSDAESCOLAPÚBLICAPARANAENSE NAPERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos
  • 2. A GINÁSTICA LABORAL COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Autor: Marcelo Bettero Lages¹ Orientador: Fábio Múcio Stinghen² RESUMO Este estudo avaliou como os exercícios de ginástica laboral podem contribuir para a melhoria do processo de ensino aprendizagem nos alunos da Educação de Jovens e Adultos através da transposição dos benefícios destes exercícios na melhoria do processo produtivo e promoção de bem estar geral do aluno trabalhador, ressaltando a importância de se contemplar na EJA conteúdos articulados com o cotidiano destes alunos. As sessões de ginástica laboral foram realizadas uma vez por semana com a duração aproximada de 25 minutos que consistiram de exercícios de alongamento, resistência muscular localizada, automassagem, técnicas de relaxamento e dinâmicas de grupo. Durante as 12 semanas de implantação do projeto, também foram realizadas aulas expositivas com o estudo da produção didática que destacou as temáticas do trabalho, da ginástica, da LER/DORT e da ergonomia no trabalho e no dia a dia também a importância de transpor estes momentos da educação formal para o cotidiano do aluno e sua família. Para verificar os efeitos das sessões de ginástica laboral foram aplicados questionários adaptados de Polito e Bergamaschi 2002 e de topografia e intensidade da dor de LEITE (1992) adaptado de Blone & Echternach (1987), após a análise dos dados ficou constatado uma discreta melhora nos níveis de dores na região da coluna lombar e refletindo na melhora bem estar geral do aluno, mesmo não sendo um dos objetivos o que ficou ressaltado foi baixo índice de evasão indicando que conteúdos articulados com o cotidiano e um bem estar geral do indivíduo favorece em muito a permanência do aluno. Palavras chave: Educação de Jovens e Adultos; Ensino da Educação Física, Trabalho; Ginástica. ¹ Profº Marcelo Bettero Lages. Graduado em Educação Física UFPR, Especialista em Magistério Superior FACINTER. marcelolages@seed.pr.gov.br 2 Profº.Msc.Fábio Mucio Stinghen Responsável por Atividades de Estágios do curso de Ed. Físicas - Disciplinas de Atletismo e de Projeto Integrador I, II e III UTFPR - Curitiba – PR stinghen@utfpr.edu.br
  • 3. 1. INTRODUÇÃO Este artigo se propõe inicialmente a analisar que os conteúdos do ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos esta pautado via de regra apenas por atividades de cunho teórico devido ao alunado já chegar aos bancos escolares oriundos de uma jornada de trabalho desgastante e muitas vezes as práticas são encaradas como mais uma atividade desgastante para um corpo eu já está cansado sendo comum que os alunos não vejam um sentido/significado nas atividades práticas sendo mais um fator desmotivante para o educando desta modalidade de ensino. Ressaltando esta problemática Gadotti aponta que: O que eles sabem não é considerado: eles trazem consigo uma história, as marcas da socialização e da formação que tiveram. Só precisam ser considerados como sujeitos de direitos. Muitos alunos de EJA não acham significativo para suas vidas o que estão aprendendo e abandonam o curso. Os cursos de EJA não atendem às suas expectativas. (GADOTTI, 2014) Enfrentar este problema é um grande desafio a todos os professores que atuam nesta modalidade de ensino e o projeto de intervenção pedagógica se propôs a atuar em um dos fatores que indiretamente influenciam na desmotivação do aluno que são os processos dolorosos decorrentes do cotidiano do aluno trabalhador procurando atuar na promoção do bem estar geral através dos exercícios de ginástica laboral. Além de toda a preocupação com conteúdos que sejam presentes no cotidiano do aluno trabalhador, promover a reflexão e atuação consciente deste aluno no mundo do trabalho entendendo que somente a Ginástica Laboral ou qualquer outra atividade física não se constitui em garantia de saúde se não tiver um ambiente de trabalho favorável onde sejam respeitados os aspectos ergonômicos e conforto ambiental, e que sejam considerados as pausas e jornadas de trabalho adequadas as diversas funções se torna importante e significativo estes conhecimentos que contribuirão para se não mudar a realidade proposta possa pelo menos ser um instrumento de reivindicação de condições de trabalho mais adequadas.
  • 4. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A Educação de Jovens e Adultos A seguir apresentaremos algumas características da Educação de Jovens e Adultos, com o objetivo de aproximar da realidade do aluno trabalhador. Historicamente a educação formal e não formal do grupo de trabalhadores sempre esteve a serviço de formar de maneira técnica, moral e ideologicamente para o trabalho, com a educação voltada para os interesses dos meios de produção. Educação de Jovens e Adultos – EJA – é a forma como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – se refere a educação de pessoas sem a escolarização regular completa. Art. 37 – A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso aos estudos, ou continuidade deles, nos ensinos Fundamental e Médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão, gratuitamente, aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do alunado, os seus interesses e as suas condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso do trabalhador à escola e a permanência nela, mediante ações integradas e complementares entre si. (BRASIL,1996). A Educação de Jovens e Adultos (EJA), regulamentada como modalidade de ensino, se configura como uma educação de classe, apresentada como uma possibilidade de elevação da escolaridade para aqueles aos quais foi negado o direito à educação na fase da vida cronologicamente adequada. Uma forma de educação para a classe trabalhadora que não necessitam de um maior investimento por parte do Estado para atender as demandas do meio produtivo. Assumindo um caráter reparador de dívida social e tal destinação de classe conforme o Parecer 11/2000 do Conselho Nacional de Educação (RUMMERT, 2007). Segundo Rummert (2007), e conferido a Educação de Jovens e Adultos um papel inferior, quando ações governamentais de redução de idade mínima para a prestação de exames, prevalecendo a certificação em detrimento do processo pedagógico para a aquisição plena do domínio tecnológico e científico. Todos estes problemas levantados são verificados na prática, uma vez que os índices de evasão nesta modalidade de ensino são alarmantes e gradativamente vai perpetuando e exclusão desta parcela da população, as politicas promovidas se por
  • 5. um lado aumentaram a oferta desta modalidade de ensino por outro não se efetiva o compromisso com uma educação de qualidade para estes trabalhadores. Os diversos processos de exclusão, o analfabetismo e a baixa escolaridade demandam tanto o ensino escolar imediato e adequado quanto a reformulação das políticas educacionais e práticas pedagógicas. Estes fatores além de impedirem o acesso e a permanência contribuem negativamente para o êxito do alunado na educação escolar. A partir da análise das propostas pedagógicas de EJA vigentes, a Secretária de Estado da Educação do Paraná, estabeleceu a reorganização da oferta de EJA no que se refere à sua identidade e à flexibilidade no processo ensino–aprendizagem. Identificou-se que é preciso consolidar uma pedagogia que viabilize o acesso, a permanência e, sobretudo, o êxito educacional dos educandos (PARANÁ, 2006). Esta nova estruturação resultou na construção das Diretrizes Curriculares para a EJA e um documento orientador para a construção do Projeto Político Pedagógico da Educação de Jovens e Adultos. Os cursos semipresenciais foram extintos e atualmente a carga horária é 100 por cento presenciais tanto na organização individual quanto na coletiva com a avaliação ocorrendo durante o processo. Esta proposta também prevê as (Aped) ações pedagógicas descentralizadas visando o atendimento de comunidades com baixa demanda nesta modalidade de ensino. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos (PARANÁ, 2006) apontam algumas características desta modalidade de ensino. A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual. O papel fundamental da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos. Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio históricos (KUENZER, 2000, p. 40 apud PARANÁ, 2006, p. 27).
  • 6. Para a efetivação de um processo de ensino aprendizagem é necessário compreender o perfil do educando da Educação de Jovens e Adultos requer entende-lo como um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais. A EJA deve contemplar ações pedagógicas específicas que levem em consideração o perfil do educando jovem, adulto e idoso que não obteve escolarização ou não deu continuidade aos seus estudos por fatores, muitas vezes, alheios à sua vontade. A Lei n. 9394/96, em seu artigo 38, determina que: Art. 38. os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao pros seguimento de estudos em caráter regular. § 1º os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II – no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.(BRASIL, 2006). As deliberações do Conselho Estadual de Educação, onde permitem o ingresso na EJA aos 14 anos para o Ensino Fundamental e aos 17 para o Ensino Médio. Essa alteração da idade para ingresso e certificação na EJA, dentre outros fatores, ocasionou uma mudança significativa na composição da demanda por essa modalidade de ensino, sobretudo pela presença de adolescentes. Atualmente, os adolescentes ainda são presença marcante nas escolas de EJA. A grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado, marcado por frequente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio regulares. A demanda desses adolescentes não deve ser vista apenas como fato mas como a oportunidade da educação escolar responder a alguns questionamentos (PARANA 2006a p.30). A partir de então se tem um novo desafio, a inclusão destes jovens com um histórico de insucesso e evasão escolar numa modalidade de ensino onde existe uma grande heterogeneidade de idade, vivencias, expectativas de vida e de escolarização.
  • 7. 2.2 A Educação Física A Educação Física como campo do conhecimento escolar é necessário analisar o que esta disciplina pode proporcionar aos alunos em ternos educativos. Inicialmente não podemos mais pensar a educação física como um estudo da aptidão física, tal prática o objetiva doutrinar corpos fortes, ágil e apto ao mercado de trabalho, alienando-o como sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da sociedade. Segundo COLETIVO DE AUTORES (1992, p24), buscando o desenvolvimento da aptidão física, o conhecimento necessário é o exercício de atividades corporais que lhe permitam atingir o máximo rendimento em sua capacidade física. Porém, a Educação Física escolar na perspectiva da cultura corporal, busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre as formas de representação do mundo que o homem/mulher tem produzido ao longo da história, exteriorizadas pela expressão corporal. Esta percepção possibilita a compreensão, por parte do aluno, de que a produção da humanidade expressa uma determinada fase e que houve mudanças ao longo do tempo. Segundo Darido (2001 p.13), “... à seleção de conteúdos para as aulas de Educação Física propõem que se considere a relevância social dos conteúdos, sua contemporaneidade e sua adequação às características sócio cognitivas dos alunos...”. O Coletivo de Autores (1992, p. 61) “a Educação Física é uma Disciplina que trata pedagogicamente, na escola do conhecimento de uma área denominada cultura corporal”. Buscando ampliar este sentido de cultura corporal Bracht destaca que: Precisamos considerar/ postular que a cultura corporal/movimento resume um acervo produzido pelo homem que precisa ou merece ser veiculado pela instituição educacional, acrescentando-se, no entanto, que é preciso fazer a crítica cultural e superá-la é o nosso saber, é o saber que vamos transmitir educação do movimento (BRACHT, 1992 p.49). A Educação Física entendida como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal que tem como temas, o jogo, a ginástica, o esporte, a dança, a capoeira e de outras temáticas que apresentarem relações com os principais problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos. Darido (2001 p.13) aponta que:
  • 8. Enquanto organização do currículo, ressaltam que é preciso fazer com que o aluno confronte os conhecimentos do senso comum com o conhecimento científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento. Além disso, sugerem que os conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física devem propiciar a leitura da realidade do ponto de vista da classe trabalhadora. Deve, também, evitar o ensino por etapas e adotar a simultaneidade na transmissão dos conteúdos, ou seja, os mesmos conteúdos devem ser trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das séries, sem a visão de pré-requisitos (DARIDO, 2001 P.13). Os conteúdos clássicos da educação física tratados na escola, expressam um significado onde se interpretam, dialeticamente, a intencionalidade/objetivos do homem e as intenções/objetivos da sociedade (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 62). E necessário compreender as relações que estes conteúdos tem com os problemas sócio-políticos atuais como: ecologia, gênero, sexualidade, saúde. Trabalho, preconceitos, classe e outros. A partir da reflexão sobre tais problemas o objetivo é o de possibilitar ao aluno entender a realidade social na qual está inserida. Ou seja, e escola deve proporcionar a apreensão da prática social, e para isso, os conteúdos devem ser buscados dentro desta realidade (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 62). Portanto, a escola, apoiada na pedagogia critico superadora, deve selecionar os conteúdos da Educação Física, com o objetivo de promover a leitura da realidade, buscando subsídios para transformar a realidade. Propõe-se que a Educação Física seja fundamentada nas reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os contextos e experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da comunidade (PARANÁ , 2006b p. 50). As Diretrizes Curriculares de Educação Física trazem os elementos articuladores com o intuito de romper a forma como são tratados os conteúdos na Educação Física e para este trabalho abordaremos os elementos articuladores: Cultura Corporal e Corpo: O corpo é entendido em sua totalidade, o corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção mercadológica e midiática do referencial de beleza e saúde, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de consumo. Esse elemento propõe a reflexão crítica sobre as diferentes visões construídas ao longo da história da humanidade em relação ao corpo que favorecer
  • 9. o dualismo corpo-mente e sua interferência nas aulas de Educação Física e nas práticas corporais de um modo geral (PARANÁ, 2008, p.54). Cultura Corporal e Saúde: Procurar entender a saúde como construção que supõe uma dimensão histórico-social, contrária à tendência predominante de conceber a saúde como simples vontade individual. A manutenção da saúde não pode ser somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de práticas e análises críticas dos discursos a ela relativos (PARANÁ, 2008). Cultura Corporal e Mundo do Trabalho: Analisar as relações sociais de produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na Educação Física, a reestruturação produtiva, o trabalhador que deve executar as tarefas laborais com a máxima flexibilidade, relegando as práticas corporais a um segundo plano, tornando- as um mero desperdício de energias que poderiam ser destinadas ao meio produtivo (PARANÁ, 2008, p.57). 2.3 A Ginástica Laboral A ginástica laboral “é uma atividade que parece nova, mas surgiu em 1925 como uma ginastica de pausa para operários, inicialmente na Polônia, Rússia, Bulgária entre outros países, na mesma época” (MENDES & LEITE, 2004, p.1). No Brasil a ginástica laboral foi introduzida pelos executivos nipônicos do Estaleiro Ishikavajima e inicialmente precedia o inicio da jornada de trabalho, onde diretores, operários realizavam durante 8 minutos exercícios dedicados à coluna vertebral, abdome e aparelho respiratório (MENDES & LEITE, 2004). A ginástica laboral possui algumas classificações de acordo com o horário de execução e quanto ao objetivo. Para este trabalho iremos usar a classificação de acordo com os objetivos da aplicação, que estão assim classificadas:  A ginástica laboral preparatória: Ministrada no começo do expediente e do turno de trabalho, com o objetivo de preparar o corpo para a atividade laboral.    A ginástica laboral compensatória ou de pausa: Ministrada durante uma pausa no turno de trabalho, geralmente no horário de pico de fadiga, seu objetivo e prevenir os vícios posturais da vida diária e do trabalho.    A ginástica laboral relaxante: realizada no termino do expediente de trabalho, consiste em exercícios de relaxamento e massagens nas partes do corpo mais afetadas pela atividade laboral.  
  • 10.  Ginástica corretiva: visa reestabelecer o equilíbrio muscular e articular, consiste em exercícios de alongamentos para a musculatura encurtada e fortalecimento para a musculatura enfraquecida.    Ginástica laboral de manutenção: busca o equilíbrio físio-morfológico, caracteriza-se por um programa de condicionamento físico para prevenir ou reabilitar as doenças crônicas degenerativas.  Após a coleta de dados, através de questionários e medidas investigativas, pode-se começar com maior segurança o planejamento do programa de Ginástica Laboral visando o seu pleno sucesso. Para Martins (2001, p 68), os testes e os questionários respondidos e preenchidos embasam todo o programa de promoção de saúde ao trabalhador, servindo de base para a elaboração do programa de Ginástica Laboral, além de expressar o quadro atual de saúde dos participantes. Segundo Mendes e Leite (2004, p 156), as estratégias utilizadas nas aulas podem ser dos seguintes tipos: atividades em pequenos grupos, atividades em grandes grupos, individualmente, em duplas, em trios, em círculos, em colunas, em fileiras, com mímicas, parado ou em deslocamento, com ou sem materiais e com ou sem música. Os materiais utilizados nas aulas podem ser os mais diversos possíveis, tais como: balões, bolinhas de borracha ou de tênis, bastões, extensores, colchonetes, aparelho de som, bolas coloridas, cordas, aquatubos, halteres, caneleiras, arcos, materiais que podem ser criados, cadeiras e outros materiais aproveitados do próprio ambiente de trabalho. (MENDES e LEITE, 2004, p 157) Para Lima (2003, p 80), a escolha dos exercícios é de extrema importância, porém deve-se analisar antecipadamente o nível de coordenação motora e o grau de flexibilidade das pessoas que participarão do programa de Ginástica Laboral. A partir de exercícios mais simples para os exercícios mais complexos, é importante planejar a aplicação e a evolução dos mesmos, prestando atenção se alguns movimentos causam desconforto aos participantes. Diferentes estratégias devem ser utilizadas no planejamento das atividades de Ginástica Laboral evitando deste modo apenas à prescrição de exercícios de alongamento e sem muita variação. O planejamento das atividades pode ser dividido em partes, como: planejamento geral, mensal, semanal e plano de aula. (MENDES e LEITE, 2004, p 153).
  • 11. O ambiente de trabalho também interfere no que refere ao acometimento das chamadas LER e DORT e o aspecto ergonômico. Nesse sentido, o termo ambiente não se refere apenas ao contorno ambiental, no qual o homem trabalha, mas também a suas ferramentas, seus métodos de trabalho e à organização deste, considerando-se este homem, tanto como indivíduo quanto como participante de um grupo de trabalho (MURIEL,1969 apud Ferreira, 2008). A carência da utilização dos conhecimentos sobre a ergonomia no ambiente de trabalho seja no mobiliário ou na própria atividade laboral em si, acarreta ao longo do tempo damos no sistema musculo esquelético dos indivíduos que consequentemente poderão desenvolver LER/DOR, com afastamentos do trabalho e também de quaisquer outras práticas corporais. 3. METODOLOGIA 3.1 Caracterização da pesquisa Neste trabalho a pesquisa convém ressaltar de que no se refere a seleção de conteúdos de Educação Física da Educação de Jovens e Adultos está pautado via de regra apenas por atividades de cunho teórico devido ao alunado já chegar aos bancos escolares oriundos de uma jornada de trabalho desgastante e a analisar como o mundo do trabalho e os processos dolorosos decorrente da atividade laboral influenciam no processo de ensino aprendizagem dos jovens e adultos, e como a inclusão do conteúdo de ginástica laboral com a aplicação dos exercícios de ginástica laboral atuariam para minimizar estas dores promovendo uma melhora no bem estar geral e consequentemente no processo de aquisição do conhecimento. 3.2 Instrumentos metodológicos Inicialmente foi realizada uma coleta de dados com a aplicação do questionário inicial adaptado de POLITO & BERGAMASCHI 2002 e topografia e intensidade da dor de LEITE (1992) adaptado de BLONE & ECHTERNACH (1987). Após a tabulação e dados ficou evidenciado que a grande necessidade quanto a seleção de exercícios de ginástica laboral para este determinado grupo deveria priorizar a coluna vertebral membros inferiores. No segundo momento da implementação da intervenção pedagógica e objetivando contextualizar os exercícios práticos de ginástica laboral, foram realizados estudos da produção didático pedagógica a fim de permitir a analise e
  • 12. reflexão sobre o mundo do trabalho, as doenças relacionadas ao trabalho LER/DORT e a ergonomia no trabalho e vida cotidiana. Após as 12 semanas de aplicação do projeto de intervenção pedagógica foram aplicados os dois instrumento citados anteriormente a fim de verificar se houve alguma mudança significativa no que tange sobretudo aos processos dolorosos anteriormente descritos, também foi solicitado que relatassem suas impressões sobre a aplicação do projeto de intervenção. 3.3 Universo da pesquisa Para este trabalho utilizamos como publico alvo 12 alunos de ambos aos sexos do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, com idade variando entre 18 e 55 anos, alunos na sua grande maioria trabalhadores. 3.4 Resultados e discussão Os dados levantados no diagnostico inicial além de fornecerem informações para a seleção de exercícios mais adequados de acordo com aos processos dolorosos relatados, conforme está descrito no gráfico 1, 64% dos alunos sentem algum tipo de dor no corpo. Gráfico 1- Dores no corpo Fonte: dados do autor. O gráfico 2 nos mostra a topografia das dores e este revelou que a coluna lombar lidera com 71% dos relatos, o que já era esperado pois segundo dados da Organização Mundial da Saúde 85% das pessoas já tiveram, têm ou terão dores nas costas em algum momento da vida.
  • 13. Gráfico 2 – Topografia da dor. Fonte: dados do autor. Alisando o gráfico 3 se verifica que 60% sentem dores de intensidade moderada escala de 5 a 8 e 40% sentem dores de intensidade máxima 9 a 10 segundo o questionário de topografia e intensidade da dor de LEITE 1992 adaptado de BLONE 1987 e de ECHTERNACH 1987. Gráfico 3- Intensidade da dor Fonte: dados do autor. Após a tabulação e dados ficou evidenciado que a grande necessidade quanto a seleção de exercícios de ginástica laboral para este determinado grupo deveria priorizar a coluna vertebral membros inferiores.
  • 14. Outro dado importante é que os dos alunos que não apresentavam algum tipo de dor apenas 25% exerce atividade profissional remunerada o que é um forte indício de que a atividade laboral remunerada favorece o acometimento das diversas doenças osteoarticulares. Ficou evidenciado que dos alunos que relataram algum tipo e dor apenas 1 respondeu positivamente quanto a prática de atividade física regular. Após serem submetidos as aulas de ginástica laboral e aplicação do questionário final foi constatado que houve uma pequena mudança apenas no nível de intensidade da dor onde 100% dos questionários apontaram intensidade moderada de dor na coluna lombar. O baixo índice de melhora pode ser explicado devido a uma variável não prevista no projeto pois não havia a previsão de interrupção nas atividades praticas de ginástica laboral perfazendo um total de 12 semanas que corresponde o que é preconizado pela literatura para se respeitar o principio do treinamento desportivo da adaptabilidade que segundo Weineck (2000) “define a adaptação biológica sendo compreendida fundamentalmente como uma reorganização orgânica e funcional do indivíduo, em que se pode registrar uma sequência temporal dessa adaptação”. Essa adaptação que a literatura aponta vem sucedida de um outro principio que deve ser respeitado e as interrupções são maléficas aos resultados pois a reversibilidade, que se constitui que qualquer capacidade física treinável ao mesmo tempo que sofre uma melhora com o treino esta é reversível quando é sessado ou interrompido este treinamento. Contudo apesar as dificuldades que se apresentaram no decorrer da implementação houve uma excelente aceitação por parte dos alunos ao projeto de intervenção, pois a participação era voluntária e não estava vinculada às avaliações formais como os demais conteúdos desenvolvidos no decorrer da carga horária destinada á disciplina, uma vez que dos 13 alunos apenas 1 não participou das ações propostas pelo projeto de intervenção e apenas 1 evadiu-se no decorrer do processo. Reforçando esta afirmação transcrevo (respeitando a grafia deles) alguns relatos de alunos que participaram das ações “A ginástica laboral faz bem a saúde eu faço 3 vezes por semana, onde eu trabalho contrataram uma fisioterapeuta para ginástica laboral, cada vez que eu faço me sinto ais disposta para o trabalho”.
  • 15. “Eu que nunca fiz atividade física pra mim foi bom, fazer alongamentos deu mais animo pra fazer as atividades de casa”. “No um caso foi uma boa, me ajudou a melhorar o movimento no serviço, eu trabalho muito tempo sentado no caminhão e ao fazer uma viagem ao descer agora faço um alongamento pois não tinha o hábito. Agora em cada parada dou uma esticada no corpo e me sinto melhor para continuar a viagem”. “Foi muito bom ter participado, pois apesar de na hora sentir alguma dor, valeu muito a pena. Pois com o decorrer dos exercícios eu sentia uma melhora considerável, pena que não tenha adquirido este hábito no meu dia a dia, mas aproveitei bem todas as aulas, por isso eu aprovo e recomendo”. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados apresentados anteriormente sugerem que para a uma discreta melhora nos níveis de intensidade de dor o que pose ser explicado devido aos diversos problemas apresentados durante a aplicação do projeto de intervenção que sobre os quais faz se necessário serem descritos, pois não inicio do ano letivo não havia uma turma de Ensino Médio de Educação Física e a que havia não tinha carga horária suficiente para a aplicação e devido a isso houve uma readequação de cronograma que depois se agravou devido a greve geral de professores e funcionários e outra alterações de calendários o que retardou ainda mais a implementação passando pelo recesso da Copa do Mundo e férias de julho o que promoveu uma interrupção na aplicação dos exercícios o que afeta negativamente os “efeitos” que a ginástica laboral promove na prevenção e manutenção do sistema osteomuscular. Apesar de não ser o objetivo do projeto de intervenção pedagógica e de análise deste artigo ao final do período letivo da turma em questão ficou evidente que houve uma diminuição drástica nos índices de evasão nesta turma, pois 92% dos alunos que iniciaram completaram a carga horária da disciplina e apenas 1, 8% evadiu-se das aulas, caracterizando um índice muito abaixo, dos cerca mais de 35% que se apresentam no ensino noturno de um modo geral. Também é gratificante e ultrapassa os resultados numéricos estatísticos quando se obtém relatos onde fica evidente que muito além de benefícios no corpo quanto a diminuição de dores os alunos descrevem que despertaram e sentem a necessidade da atividade física e que os exercícios de ginastica laboral e
  • 16. alongamentos são importantes não somente no ambiente de trabalho mas na sua vida diária. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação Nacional. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, Brasília, DF,1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 ago. 2014. BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. DARIDO Suraya C. Os conteúdos da Educação Física escolar: influencias, tendencias, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1, 2001. FERREIRA, Mario Cesar. A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade de vida no trabalho? Reflexões empíricas e teóricas. Caderno psicologia sociedade trabalho v.11 n.1 São Paulo jun. 2008 GADOTTI, Moacir. Como manter motivados os educandos da EJA. In: _____. Por uma política nacional de educação popular de jovens e adultos. São Paulo: Moderna /Fundação Santillana, 2014. Disponível em: <http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8A8A8246FB 74BF0146FC10A8A14E0E>. Acesso em: 15/9/2014. LIMA, Valquíria de. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. São Paulo: Phorte, 2003. MARTINS, Caroline de O. Ginástica laboral: no escritório. Jundia í, SP: Fontoura, 2001. MENDES, Ricardo A.; LEITE, Neiva. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. Barueri, SP: Manole, 2004. MOLL, Jaqueline (org). Educação de Jovens e Adultos. 2. ed. Porto Alegre: Meditação, 2005. PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná. Governo do Estado do Paraná. Curitiba: 2006. PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Curitiba: 2008.
  • 17. RUMMERT, Sonia Maria. A Educação de Jovens e Adultos trabalhadores brasileiros no século XXI. O “novo” que reitera antiga destituição de direitos. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 2, pp. 35‑50, 2007. WEINECK, J. Adaptação como pré-requisito básico do treinamento esportivo. Biologia do Esporte. Editora Manole, 2ª Edição, São Paulo, 2000.