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LARAIA, Roque De Barros. Cultura um conceito Antropológico. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed. 1986. 116 p.
Subsídios de Estudo – Professor Sandro Luiz Bazzanella
CONCEITO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA.
Da Natureza Da Cultura ou Da Natureza à Cultura
Pg.10 – (....) dilema : a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural
da espécie humana.
Pg.10 – (...) Confúcio (...), quatro séculos antes de Cristo (...) “ A natureza dos homens
é a mesma, são os hábitos que os mantêm separados”.
Pg.13 – Montaigne ( 1533-1572) (...) na verdade, cada qual considera bárbaro o que não
se prática em sua terra.
Pg.16 – (...) as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas
através das diversidades somatologicas ou mesológicas.
Determinismo Biológico
Pg. 17. Os antropológicos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas
não são determinantes das diferenças culturais.
Pg. 18 – (....) diferenças entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos
ou grupos cetnicos (...) se explicam antes de tudo pela história cultural de cada
grupo.
Pg. 18 – Os fatores que tiveram um papel preponderante na evolução dos homens são a
sua faculdade de aprender e a sua plasticidade.
Pg. 19- A verificação de qualquer sistema de divisão sexual do trabalho mostra que ele é
determinado culturalmente e não em função de uma racionalidade biológica.
Pg. 20 – (...), o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um
processo que chamamos de endoculturação. Um menino e uma menina agem
diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma
educação diferenciada.
O Determinismo Geográfico
Pg. 24 – (...) não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja, a
admissão da “ação mecânica das forças naturais sobre umna humanidade
puramente receptiva”.
Pg. 24 – A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias
limitações: um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou
toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores.
Antecedentes Históricos Do Conceito De Cultura
Pg. 25 – Kultur – Termo germânico ( simbolizar aspectos espirituais de uma
comunidade).
- Civilization – palavra francesa (relações materiais de um povo).
- Edevand Tylor (1832 – 1917) Síntese – vocabulo Inglês “Culture” – sentido
etnografico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte,
moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos
pelo homem como membro de uma sociedade.
- Caráter de aprendizado.
Pg. 26 – (...) John Lacke (1632-1704) “(... ) ensaiou os primeiros passos do relativismo
cultural ao afirmar que os homens têm princípios práticos opostos : (..) todos as
sociedades de homens governados por opiniões práticas e regras de condutas
bem contrárias umas às outras” ( livro I, Cap.II § 10).
O Desenvolvimento do Conceito de Cultura
Pg. 32 – (...) Tylor reafirma a igualdade da natureza humana, “ que pode ser estudada
com grande precisão na comparação das raças do mesmo grau de civilização” .
Pg. 33 – Mais do que preocupado com a diversidade cultural, Tylor a seu modo
preocupa-se com a igualdade existente na humanidade. A diversidade é
explicada por ele como resultado da desigualdade de estágios existentes no
processo de evolução.
Pg. 34 – Desta maneira era fácil estabelecer uma escola evolutiva que não deixava de
ser um processo discriminatório, através do qual as diferentes sociedades
humanas eram classificadas hierarquicamente, com nítida vantagem para as
culturas européias. Etnocentrismo e ciência marchavam juntas.
Pg. 36 – São as investigações históricas – reafirma Boas – que convém para descobrir a
origem deste ou daquele traço cultural e para interpretar a maneira pela qual
toma lugar num dado conjunto sócio-cultural.
Pg. 34 – (...) cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes
eventos históricos que enfrentou.
Pg. 38 – (...) Kroeber 1876 – 1960 (...) o homem seja considerado um ser
predominantemente cultural. Os seus comportamentos não são biologicamente
determinados. A herança genética nada tem a ver com as suas ações e
pensamentos, pois todos os seus atos dependem inteiramente de um processo
de aprendizado.
Pg. 40 – (...) o processo de desenvolvimento da civilização é claramente acumulativo:
conserva-se o antigo, apesar da aquisição do novo.
Pg. 42 – (...) o homem criou seu próprio processo evolutivo. No decorrer de sua história,
sem se submeter a modificações biológicas radicais, ele tem sobrevivido a
numerosas espécies, adaptando-se às mais diferentes condições mesológicas.
Pg. 43 – Ao adquirir cultura perdeu a propriedade animal, geneticamente determinado,
de repetir atos dos seus antepassados, sem a necessidade de copiá-los ou de se
submeter a um processo de aprendizado.
Pg. 45 – O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um
herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a
experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam. A
manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as
inovações e as invenções.
Pg. 47 – (...), não basta a natureza criar indivíduos altamente inteligentes, isto ela o faz
com freqüência, mas é necessário que coloque ao alcance desses indivíduos o
material que permita exercer sua criatividade de uma maneira revolucionária.
Pg. 52 – (...) tudo o que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre
de imposições originadas fora da cultura.
Pg. 53 – (...) a linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria cultura se
o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de
comunicação oral.
Idéia Sobre a Origem da Cultura
Pg. 56 – Claude Lévi-Strauss (...), considera que a cultura surgiu no momento em que o
homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. (...) a proibição do
incesto, padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas.
Pg. 56 – Leslie White (...), considera que a passagem do estado animal para o humano
ocorreu quando o cérebro foi capaz de gerar símbolos.
Pg. 58 – O conhecimento científico atual está convencido que o salto da natureza para a
cultura foi contínuo e incrivelmente lento.
Teorias Modernas Sobre Cultura
Pg. 63 – (...) Geertz (...) “ um dos mais significativos fatos sobre nós pode ser
finalmente a constatação que todos nascemos com um equipamento para
viver mil vidas, mas terminamos no fim tendo vivido uma só.” (...), a criança
está apta ao nascer a ser socializada em qualquer cultura existente. Esta
amplitude de possibilidades, entretanto, será limitada pelo contexto real e
específico onde de fato ela crescer.
Pg. 64 – Estudar a cultura é portanto estudar um código de símbolos partilhados pelos
menbros dessa cultura.
Pg. 65 – (...) uma compreensão exata do conceito de cultura significa a compreensão da
própria natureza humana, tema perene de incansável reflexão humana.
A Cultura Condiciona a Visão de Mundo do Homem
Pg. 69 – A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre
nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento
daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade.
Pg. 70 – O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os
diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim
produtos de uma herança cultural, (...), o resultado da operação de uma
determinada cultura.
Pg. 73 – (...), todos os homens são dotados do mesmo equipamento anatômico, mas a
utilização do mesmo, ao invés de ser determinado geneticamente, depende de
um aprendizado e este consiste na cópia de padrões que fazem parte da herança
cultural do grupo.
Pg. 75 – O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como
conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais
correto e o mais natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é
responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos
sociais.
Pg. 75 – É comum assim a crença no povo eleito, predestinado por seres sobrenaturais
para ser superior aos demais. Tais crenças contém o germe do racismo, da
intolerância, e , freqüentemente, são utilizados para justificar a violência
praticada contra os outros.
Pg. 76 – Comportamentos etnocêntricos resultam em apreciações negativas de padrões
culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são
catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.
A Cultura Interfere no Plano Biológico
Pg. 77 – (...) numa dada situação de crise os membros de uma cultura abandonam a
crença nas mesmas e, consequentemente, perdem a motivação que os mantém
unidos e vivos.
Pg. 79 – A cultura também é capaz de provocar curas de doenças reais ou imaginárias.
Os Indivíduos Participam Diferentemente de Sua Cultura
Pg. 82 – Com exceção de algumas sociedades africanas nas quais as mulheres
desempenham papéis importantes na vida ritual e econômica - , a maior parte
das sociedades humanas permite uma mais ampla participação na vida
cultural dos elementos do sexo masculino.
Pg. 84 – (...) deves existir um mínimo de participação do indivíduo na pauta de
conhecimento da cultura a fim de permitir a sua articulação com os demais
membros da sociedade.
A Cultura Tem Uma Lógica Própria
Pg. 90 – Todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não possa de um ato primário
de etnocentrismo transferir a lógica de um sistema para outro.
Pg. 91 – (...) Lévi-Strauss: “ O sábio nunca dialoga com a natureza pura, senão com um
determinado estado de relação entre a natureza e a cultura, definida por um
período da história em que vive a civilização que é a sua e os meios materiais
que dispõem.”
Pg. 92 – O homem tribal não possuía microscópios. E teve que construir a partir de suas
simples observações e teorias que durante séculos e ainda hoje tem a validade
das verdades científicas.
Pg. 95 – (...) cada cultura ordenou a seu modo o mundo que circunscreve e que esta
ordenação dá um sentido cultural à aparente confusão das coisas naturais.
A Cultura é Dinâmica
Pg. 99 – (...) os homens, ao contrário das formigas, têm a capacidade de questionar os
seus próprios hábitos e modificá-los.
Pg. 103 – Cada mudança, por menor que seja, representa o desenlace de numerosos
conflitos. (...) em cada momento as sociedades humanas são palco de embate
entre as tendências conservadores e inovadoras.
Pg. 105 – Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão das
diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender as
diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único procedimento
que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e admirável
mundo novo do porvir.
Pg. 108 – (...) Geertz (...) “ ... isso sugere não existir o que chamamos de natureza
humana independente da cultura. Os homens sem cultura não seriam os
selvagens inteligentes de Lord Of The Flies, de Golding, atirados à sabedoria
cruel dos seus instintos animais.
FIM

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Cultura Antropológica

  • 1. LARAIA, Roque De Barros. Cultura um conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1986. 116 p. Subsídios de Estudo – Professor Sandro Luiz Bazzanella CONCEITO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA. Da Natureza Da Cultura ou Da Natureza à Cultura Pg.10 – (....) dilema : a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana. Pg.10 – (...) Confúcio (...), quatro séculos antes de Cristo (...) “ A natureza dos homens é a mesma, são os hábitos que os mantêm separados”. Pg.13 – Montaigne ( 1533-1572) (...) na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se prática em sua terra. Pg.16 – (...) as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas através das diversidades somatologicas ou mesológicas. Determinismo Biológico Pg. 17. Os antropológicos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Pg. 18 – (....) diferenças entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos cetnicos (...) se explicam antes de tudo pela história cultural de cada grupo. Pg. 18 – Os fatores que tiveram um papel preponderante na evolução dos homens são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. Pg. 19- A verificação de qualquer sistema de divisão sexual do trabalho mostra que ele é determinado culturalmente e não em função de uma racionalidade biológica. Pg. 20 – (...), o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação. Um menino e uma menina agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada. O Determinismo Geográfico Pg. 24 – (...) não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja, a admissão da “ação mecânica das forças naturais sobre umna humanidade puramente receptiva”.
  • 2. Pg. 24 – A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações: um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Antecedentes Históricos Do Conceito De Cultura Pg. 25 – Kultur – Termo germânico ( simbolizar aspectos espirituais de uma comunidade). - Civilization – palavra francesa (relações materiais de um povo). - Edevand Tylor (1832 – 1917) Síntese – vocabulo Inglês “Culture” – sentido etnografico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. - Caráter de aprendizado. Pg. 26 – (...) John Lacke (1632-1704) “(... ) ensaiou os primeiros passos do relativismo cultural ao afirmar que os homens têm princípios práticos opostos : (..) todos as sociedades de homens governados por opiniões práticas e regras de condutas bem contrárias umas às outras” ( livro I, Cap.II § 10). O Desenvolvimento do Conceito de Cultura Pg. 32 – (...) Tylor reafirma a igualdade da natureza humana, “ que pode ser estudada com grande precisão na comparação das raças do mesmo grau de civilização” . Pg. 33 – Mais do que preocupado com a diversidade cultural, Tylor a seu modo preocupa-se com a igualdade existente na humanidade. A diversidade é explicada por ele como resultado da desigualdade de estágios existentes no processo de evolução. Pg. 34 – Desta maneira era fácil estabelecer uma escola evolutiva que não deixava de ser um processo discriminatório, através do qual as diferentes sociedades humanas eram classificadas hierarquicamente, com nítida vantagem para as culturas européias. Etnocentrismo e ciência marchavam juntas. Pg. 36 – São as investigações históricas – reafirma Boas – que convém para descobrir a origem deste ou daquele traço cultural e para interpretar a maneira pela qual toma lugar num dado conjunto sócio-cultural. Pg. 34 – (...) cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. Pg. 38 – (...) Kroeber 1876 – 1960 (...) o homem seja considerado um ser predominantemente cultural. Os seus comportamentos não são biologicamente determinados. A herança genética nada tem a ver com as suas ações e pensamentos, pois todos os seus atos dependem inteiramente de um processo de aprendizado.
  • 3. Pg. 40 – (...) o processo de desenvolvimento da civilização é claramente acumulativo: conserva-se o antigo, apesar da aquisição do novo. Pg. 42 – (...) o homem criou seu próprio processo evolutivo. No decorrer de sua história, sem se submeter a modificações biológicas radicais, ele tem sobrevivido a numerosas espécies, adaptando-se às mais diferentes condições mesológicas. Pg. 43 – Ao adquirir cultura perdeu a propriedade animal, geneticamente determinado, de repetir atos dos seus antepassados, sem a necessidade de copiá-los ou de se submeter a um processo de aprendizado. Pg. 45 – O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções. Pg. 47 – (...), não basta a natureza criar indivíduos altamente inteligentes, isto ela o faz com freqüência, mas é necessário que coloque ao alcance desses indivíduos o material que permita exercer sua criatividade de uma maneira revolucionária. Pg. 52 – (...) tudo o que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre de imposições originadas fora da cultura. Pg. 53 – (...) a linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral. Idéia Sobre a Origem da Cultura Pg. 56 – Claude Lévi-Strauss (...), considera que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. (...) a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas. Pg. 56 – Leslie White (...), considera que a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro foi capaz de gerar símbolos. Pg. 58 – O conhecimento científico atual está convencido que o salto da natureza para a cultura foi contínuo e incrivelmente lento. Teorias Modernas Sobre Cultura Pg. 63 – (...) Geertz (...) “ um dos mais significativos fatos sobre nós pode ser finalmente a constatação que todos nascemos com um equipamento para viver mil vidas, mas terminamos no fim tendo vivido uma só.” (...), a criança está apta ao nascer a ser socializada em qualquer cultura existente. Esta amplitude de possibilidades, entretanto, será limitada pelo contexto real e específico onde de fato ela crescer.
  • 4. Pg. 64 – Estudar a cultura é portanto estudar um código de símbolos partilhados pelos menbros dessa cultura. Pg. 65 – (...) uma compreensão exata do conceito de cultura significa a compreensão da própria natureza humana, tema perene de incansável reflexão humana. A Cultura Condiciona a Visão de Mundo do Homem Pg. 69 – A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. Pg. 70 – O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, (...), o resultado da operação de uma determinada cultura. Pg. 73 – (...), todos os homens são dotados do mesmo equipamento anatômico, mas a utilização do mesmo, ao invés de ser determinado geneticamente, depende de um aprendizado e este consiste na cópia de padrões que fazem parte da herança cultural do grupo. Pg. 75 – O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. Pg. 75 – É comum assim a crença no povo eleito, predestinado por seres sobrenaturais para ser superior aos demais. Tais crenças contém o germe do racismo, da intolerância, e , freqüentemente, são utilizados para justificar a violência praticada contra os outros. Pg. 76 – Comportamentos etnocêntricos resultam em apreciações negativas de padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais. A Cultura Interfere no Plano Biológico Pg. 77 – (...) numa dada situação de crise os membros de uma cultura abandonam a crença nas mesmas e, consequentemente, perdem a motivação que os mantém unidos e vivos. Pg. 79 – A cultura também é capaz de provocar curas de doenças reais ou imaginárias. Os Indivíduos Participam Diferentemente de Sua Cultura Pg. 82 – Com exceção de algumas sociedades africanas nas quais as mulheres desempenham papéis importantes na vida ritual e econômica - , a maior parte
  • 5. das sociedades humanas permite uma mais ampla participação na vida cultural dos elementos do sexo masculino. Pg. 84 – (...) deves existir um mínimo de participação do indivíduo na pauta de conhecimento da cultura a fim de permitir a sua articulação com os demais membros da sociedade. A Cultura Tem Uma Lógica Própria Pg. 90 – Todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não possa de um ato primário de etnocentrismo transferir a lógica de um sistema para outro. Pg. 91 – (...) Lévi-Strauss: “ O sábio nunca dialoga com a natureza pura, senão com um determinado estado de relação entre a natureza e a cultura, definida por um período da história em que vive a civilização que é a sua e os meios materiais que dispõem.” Pg. 92 – O homem tribal não possuía microscópios. E teve que construir a partir de suas simples observações e teorias que durante séculos e ainda hoje tem a validade das verdades científicas. Pg. 95 – (...) cada cultura ordenou a seu modo o mundo que circunscreve e que esta ordenação dá um sentido cultural à aparente confusão das coisas naturais. A Cultura é Dinâmica Pg. 99 – (...) os homens, ao contrário das formigas, têm a capacidade de questionar os seus próprios hábitos e modificá-los. Pg. 103 – Cada mudança, por menor que seja, representa o desenlace de numerosos conflitos. (...) em cada momento as sociedades humanas são palco de embate entre as tendências conservadores e inovadoras. Pg. 105 – Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e admirável mundo novo do porvir. Pg. 108 – (...) Geertz (...) “ ... isso sugere não existir o que chamamos de natureza humana independente da cultura. Os homens sem cultura não seriam os selvagens inteligentes de Lord Of The Flies, de Golding, atirados à sabedoria cruel dos seus instintos animais. FIM