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Sexta-feira, 10 de novembro de 2017 / 3B/ São José do Rio Preto CidadeS
Todas as gestantes devem fa-
zer mais de um exame de sífilis
durante a gravidez, independen-
te de ter sintomas. O infectolo-
gista Alexandre Naime Barbosa,
professor da Universidade Esta-
dual Paulista (Unesp) de Botu-
catu, explica que por isso todos
os casos são diagnosticados, di-
ferente do que acontece com o
restante da população.
“Os casos sintomáticos são
apenas a ponta do iceberg por-
que a grande maioria dos que
estão infectados não faz o tes-
te. Esse teste só é obrigatório
na gestação. Se você pegar mil
pessoas aleatoriamente você
vai descobrir que o percentual
é bem maior porque o teste
não é feito de rotina para todo
mundo”, considera.
Segundo o especialista,
apenas 20% a 25% dos pacien-
tes apresentam sinais da infec-
ção. Ou seja, foram confirma-
dos 572 casos da doença neste
ano em Rio Preto, até 7 de no-
vembro. O número real seria
de pelo menos 2.288. (MG)
Doença é subnotificada
a doença
O que é a sífilis?
■ É uma infecção sexualmente transmissível. a única forma
de se prevenir é utilizar preservativo nas relações sexuais
desde seu início - apenas o contato entre os órgãos genitais
é suficiente para transmissão, não sendo necessário haver penetração.
A doença é grave e pode levar à morte em seus estágios mais avançados
Por que é tão grave nas gestantes?
■ Porque a bactéria causa graves más-formações no feto, como anencefalia, microcefalia,
falta de órgãos, anomalias no sistema cardíaco e problemas sérios de pele. a criança pode falecer
ou viver com complicações. Quando a doença vai para o bebê, é considerada congênita
Os sintomas variam conforme a fase da doença
■ Primária - Úlcera, o chamado cancro duro
■ Secundária - Bactéria se espalha pelo organismo. As manifestações duram entre quatro
e 12 semanas, em média. aparecem lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés,
feridas nas mucosas, aumento dos gânglios, queda de cabelo e cílios e verrugas.
■ Latente - De duração variável, não há sintomas clínicos. Nessa fase o diagnóstico
é possível apenas com testes imunológicos.
■ Terciária - Após três a 12 anos do contágio. Os sintomas são lesões nodulosas,
apresentações neurológicas, demência, doença cardiovascular sob a forma de
aneurisma aórtico e manifestações ósseas e articulares
Notificações de sífilis em gestantes em Rio Preto
Anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Total
2015 15 36 11 1 63
2016 16 42 13 0 71
2017 10 37 16 2 65
Casos na população geral
Ano 10 a 19 anos 20 a 34 anos 35 a 49 anos 50 a 64 anos 65 anos acima Total
2015 63 356 154 81 14 668
2016 71 424 191 94 40 820
2017 (até 7/10) 65 293 139 50 25 572
Óbitos de bebês por sífilis (abortos, natimortos e bebês mortos)
2015 5
2016 7
2017 7
Fonte - Infectologista Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor da Universidade
Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto
D
e janeiro a 7 de no-
vembro deste ano, Rio
Preto registrou 65 ca-
sos de sífilis em ges-
tantes. O número já é
superior ao registra-
do em todo o ano de
2015 - 63 - e fica pouco
abaixo do notificado em 2016 -
71. A cada mês de 2017, foram
confirmados em média 6,5 ca-
sos da doença em grávidas. Se
esta proporção se mantiver no
restante do ano, a quantidade
de infecções ultrapassará a do
ano anterior.
Isso preocupa porque a sífi-
lis, causada pela bactéria Tre-
ponema pallidum, provocou o
aborto ou morte de sete bebês
em 2017 - mesma quantidade
que no ano passado inteiro.
O infectologista Alexandre
Naime Barbosa, professor da
Unesp de Botucatu, destaca
que a infecção é mais perigo-
sa que o zika vírus. Durante
a gestação, são feitos vários
testes para a doença. Se o tra-
tamento for feito de forma cor-
reta, o feto e a mãe não correm
riscos. Quando ela é transmiti-
da para o bebê, recebe o nome
de congênita.
“Causa uma síndrome de
má-formação muito grave, po-
dendo levar à anencefalia, mi-
crocefalia, manifestações cutâ-
neas graves, falta de órgãos,
anomalias graves no coração”,
enumera. O tratamento geral-
mente é feito com antibióticos,
dentre eles a penicilina e o ben-
zetacil, e é importante que seja
seguido até o fim - doença si-
lenciosa, a sífilis causa sintomas
em uma minoria dos casos e às
vezes eles podem desaparecer
fazendo a pessoa crer que está
curada - continuando assim o
ciclo de transmissão e passando
a bactéria para o filho.
No Brasil, os números tam-
bém assustam, por isso na úl-
tima semana o Ministério da
Saúde lançou um programa
para conter o avanço da doen-
ça envolvendo os municípios
onde concentram-se 60% dos
casos - Rio Preto não está entre
eles. Segundo dados do Bole-
tim Epidemiológico de 2017,
entre 2015 e 2016, a sífilis ad-
quirida teve um aumento de
27,9%; a sífilis em gestantes de
14,7% e a congênita de 4,7%.
População em geral
Entre 2015 e 2016, o número
de casos de sífilis na população
em geral em Rio Preto cresceu
22,7%. Neste ano, se a média
de novos casos se mantiver em
57,2 por mês, a quantidade de
doentes não deve se igualar a
2016, mas ainda assim deve ser
superior a 2015.
Para o infectologista Ale-
xandre Naime Barbosa, isso é
um reflexo da negligência não
apenas em relação à sífilis, mas
a todas as doenças sexualmen-
te transmissíveis. O HIV dei-
xou de ser uma doença fatal
como era nos anos 1980 e 1990,
por isso as pessoas relaxaram.
“Antigamente as pessoas se
preocupavam muito em usar
o preservativo porque Aids era
uma sentença de morte e ob-
viamente isso acabava por pro-
teger de outras infecções.”
Outro fator, segundo o mé-
dico, é que os jovens têm a sen-
sação de onipotência, de que
nada vai acontecer com eles.
Ele explica que a sífilis é a in-
fecção mais fácil de se transmi-
tir sexualmente. “Basta um pe-
queno contato com a mucosa,
muito mais fácil que o HIV.”
João (nome fictício), profes-
sor de 38 anos, descobriu que
tinha sífilis em 2015. Além de
utilizar camisinha nas rela-
ções, ele sempre fazia os testes
preventivos da doença, e até
então todos haviam sido nega-
tivos. Em dois relacionamen-
tos mais íntimos que teve, aca-
bou se descuidando em alguns
momentos - basta o contato
para a sífilis ser transmitida -
e a infecção ocorreu. “Tive um
corrimento no pênis e fui fazer
os exames, inclusive de HIV.
Deram todos negativo, menos
o de sífilis”, conta. Ele então
iniciou o tratamento com ben-
zetacil e a doença foi curada.
O tratamento varia confor-
me a fase da doença em que
o paciente se encontra e está
disponível na rede pública de
saúde, bem como preservativos
masculino e feminino e testes
de detecção de sífilis, HIV e
outras infecções transmitidas
sexualmente.
Ameaça às gestantes
De janeiro a novembro, 65 grávidas contraíram sífilis em Rio Preto - no período, a
doença, que é sexualmente transmissível, provocou o aborto ou a morte de sete bebês
millena.grigoleti@diariodaregiao.com.br
Millena Grigoleti
aícro Júnior/editoria de arte
O laudo preliminar da perí-
cia no corpo de Kelly Cristina
Cadamuro, 22 anos, divulgado
nesta quinta-feira, dia 9, mos-
trou que a jovem foi morta
por asfixia por constrição da
cervical, termo técnico para
estrangulamento. O assassino,
Jonathan Pereira do Prado, 33
anos, utilizou uma corda para
cometer o crime.
A radiologista foi assassina-
da no dia 1º de novembro por
Jonathan a quem deu carona
de Rio Preto a Itapagipe (MG).
A carona foi combinada por
meio do WhatsApp e o crime
aconteceu durante o trajeto, às
margens do rio Marimbondo,
em Frutal. Jonathan era fora-
gido do Centro de Progressão
Penitenciária (CPP) de Rio
Preto desde março, quando foi
liberado pela saidinha tempo-
rária e não voltou.
Segundo o delegado Bru-
no Giovanini, de Frutal, que
investiga o caso, ainda não
ficou pronto o laudo do ma-
terial biológico coletado no
corpo de Kelly para verificar
se a jovem foi vítima de vio-
lência sexual. A dúvida existe
porque ela foi encontrada sem
calça e, durante a reconstitui-
ção do crime, nesta quarta-
feira, 8, Jonathan não conse-
guiu convencer a polícia de
que não cometeu o abuso.
Também nesta quinta-fei-
ra, o delegado colheu novos
depoimentos de Jonathan e
do segundo suspeito do crime,
Daniel Theodoro da Silva, de
24 anos, que também está pre-
so em Frutal.
“Jonathan assumiu sozi-
nho a autoria do crime e disse
que quando vendeu o celular
de Kelly para Daniel não re-
velou que o equipamento era
roubado”, afirma o delegado.
Além da dupla, também está
preso Wander Luís Cunha, por
receptação. Com ele foram en-
contrados pertences e as rodas
do carro da vítima.
O crime
Kelly trabalhava em Rio
Preto e morava em Guapiaçu.
Viajava com frequência para
Itapagipe para visitar o namo-
rado, Marcos Antonio Silva,
com quem planejava se casar
em 2018.
Para economizar no trajeto,
ela oferecia carona no grupo de
WhatsApp Caronas Rio Preto
-Itapagipe. Foi por lá que Jona-
than a encontrou e combinou a
carona. Após anunciar o rou-
bo, ele agrediu e estrangulou a
vítima com uma corda.
■ CASO KElly
Laudo confirma
morte por
estrangulamento
marco.santos@diariodaregiao.com.br
Marco Antonio dos Santos
Kelly Cadamuro tinha 22 anos
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Epidemia de sífilis avança no interior paulista diario da regiao - sjrp nov 2017

  • 1. Sexta-feira, 10 de novembro de 2017 / 3B/ São José do Rio Preto CidadeS Todas as gestantes devem fa- zer mais de um exame de sífilis durante a gravidez, independen- te de ter sintomas. O infectolo- gista Alexandre Naime Barbosa, professor da Universidade Esta- dual Paulista (Unesp) de Botu- catu, explica que por isso todos os casos são diagnosticados, di- ferente do que acontece com o restante da população. “Os casos sintomáticos são apenas a ponta do iceberg por- que a grande maioria dos que estão infectados não faz o tes- te. Esse teste só é obrigatório na gestação. Se você pegar mil pessoas aleatoriamente você vai descobrir que o percentual é bem maior porque o teste não é feito de rotina para todo mundo”, considera. Segundo o especialista, apenas 20% a 25% dos pacien- tes apresentam sinais da infec- ção. Ou seja, foram confirma- dos 572 casos da doença neste ano em Rio Preto, até 7 de no- vembro. O número real seria de pelo menos 2.288. (MG) Doença é subnotificada a doença O que é a sífilis? ■ É uma infecção sexualmente transmissível. a única forma de se prevenir é utilizar preservativo nas relações sexuais desde seu início - apenas o contato entre os órgãos genitais é suficiente para transmissão, não sendo necessário haver penetração. A doença é grave e pode levar à morte em seus estágios mais avançados Por que é tão grave nas gestantes? ■ Porque a bactéria causa graves más-formações no feto, como anencefalia, microcefalia, falta de órgãos, anomalias no sistema cardíaco e problemas sérios de pele. a criança pode falecer ou viver com complicações. Quando a doença vai para o bebê, é considerada congênita Os sintomas variam conforme a fase da doença ■ Primária - Úlcera, o chamado cancro duro ■ Secundária - Bactéria se espalha pelo organismo. As manifestações duram entre quatro e 12 semanas, em média. aparecem lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés, feridas nas mucosas, aumento dos gânglios, queda de cabelo e cílios e verrugas. ■ Latente - De duração variável, não há sintomas clínicos. Nessa fase o diagnóstico é possível apenas com testes imunológicos. ■ Terciária - Após três a 12 anos do contágio. Os sintomas são lesões nodulosas, apresentações neurológicas, demência, doença cardiovascular sob a forma de aneurisma aórtico e manifestações ósseas e articulares Notificações de sífilis em gestantes em Rio Preto Anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Total 2015 15 36 11 1 63 2016 16 42 13 0 71 2017 10 37 16 2 65 Casos na população geral Ano 10 a 19 anos 20 a 34 anos 35 a 49 anos 50 a 64 anos 65 anos acima Total 2015 63 356 154 81 14 668 2016 71 424 191 94 40 820 2017 (até 7/10) 65 293 139 50 25 572 Óbitos de bebês por sífilis (abortos, natimortos e bebês mortos) 2015 5 2016 7 2017 7 Fonte - Infectologista Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto D e janeiro a 7 de no- vembro deste ano, Rio Preto registrou 65 ca- sos de sífilis em ges- tantes. O número já é superior ao registra- do em todo o ano de 2015 - 63 - e fica pouco abaixo do notificado em 2016 - 71. A cada mês de 2017, foram confirmados em média 6,5 ca- sos da doença em grávidas. Se esta proporção se mantiver no restante do ano, a quantidade de infecções ultrapassará a do ano anterior. Isso preocupa porque a sífi- lis, causada pela bactéria Tre- ponema pallidum, provocou o aborto ou morte de sete bebês em 2017 - mesma quantidade que no ano passado inteiro. O infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Unesp de Botucatu, destaca que a infecção é mais perigo- sa que o zika vírus. Durante a gestação, são feitos vários testes para a doença. Se o tra- tamento for feito de forma cor- reta, o feto e a mãe não correm riscos. Quando ela é transmiti- da para o bebê, recebe o nome de congênita. “Causa uma síndrome de má-formação muito grave, po- dendo levar à anencefalia, mi- crocefalia, manifestações cutâ- neas graves, falta de órgãos, anomalias graves no coração”, enumera. O tratamento geral- mente é feito com antibióticos, dentre eles a penicilina e o ben- zetacil, e é importante que seja seguido até o fim - doença si- lenciosa, a sífilis causa sintomas em uma minoria dos casos e às vezes eles podem desaparecer fazendo a pessoa crer que está curada - continuando assim o ciclo de transmissão e passando a bactéria para o filho. No Brasil, os números tam- bém assustam, por isso na úl- tima semana o Ministério da Saúde lançou um programa para conter o avanço da doen- ça envolvendo os municípios onde concentram-se 60% dos casos - Rio Preto não está entre eles. Segundo dados do Bole- tim Epidemiológico de 2017, entre 2015 e 2016, a sífilis ad- quirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes de 14,7% e a congênita de 4,7%. População em geral Entre 2015 e 2016, o número de casos de sífilis na população em geral em Rio Preto cresceu 22,7%. Neste ano, se a média de novos casos se mantiver em 57,2 por mês, a quantidade de doentes não deve se igualar a 2016, mas ainda assim deve ser superior a 2015. Para o infectologista Ale- xandre Naime Barbosa, isso é um reflexo da negligência não apenas em relação à sífilis, mas a todas as doenças sexualmen- te transmissíveis. O HIV dei- xou de ser uma doença fatal como era nos anos 1980 e 1990, por isso as pessoas relaxaram. “Antigamente as pessoas se preocupavam muito em usar o preservativo porque Aids era uma sentença de morte e ob- viamente isso acabava por pro- teger de outras infecções.” Outro fator, segundo o mé- dico, é que os jovens têm a sen- sação de onipotência, de que nada vai acontecer com eles. Ele explica que a sífilis é a in- fecção mais fácil de se transmi- tir sexualmente. “Basta um pe- queno contato com a mucosa, muito mais fácil que o HIV.” João (nome fictício), profes- sor de 38 anos, descobriu que tinha sífilis em 2015. Além de utilizar camisinha nas rela- ções, ele sempre fazia os testes preventivos da doença, e até então todos haviam sido nega- tivos. Em dois relacionamen- tos mais íntimos que teve, aca- bou se descuidando em alguns momentos - basta o contato para a sífilis ser transmitida - e a infecção ocorreu. “Tive um corrimento no pênis e fui fazer os exames, inclusive de HIV. Deram todos negativo, menos o de sífilis”, conta. Ele então iniciou o tratamento com ben- zetacil e a doença foi curada. O tratamento varia confor- me a fase da doença em que o paciente se encontra e está disponível na rede pública de saúde, bem como preservativos masculino e feminino e testes de detecção de sífilis, HIV e outras infecções transmitidas sexualmente. Ameaça às gestantes De janeiro a novembro, 65 grávidas contraíram sífilis em Rio Preto - no período, a doença, que é sexualmente transmissível, provocou o aborto ou a morte de sete bebês millena.grigoleti@diariodaregiao.com.br Millena Grigoleti aícro Júnior/editoria de arte O laudo preliminar da perí- cia no corpo de Kelly Cristina Cadamuro, 22 anos, divulgado nesta quinta-feira, dia 9, mos- trou que a jovem foi morta por asfixia por constrição da cervical, termo técnico para estrangulamento. O assassino, Jonathan Pereira do Prado, 33 anos, utilizou uma corda para cometer o crime. A radiologista foi assassina- da no dia 1º de novembro por Jonathan a quem deu carona de Rio Preto a Itapagipe (MG). A carona foi combinada por meio do WhatsApp e o crime aconteceu durante o trajeto, às margens do rio Marimbondo, em Frutal. Jonathan era fora- gido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Rio Preto desde março, quando foi liberado pela saidinha tempo- rária e não voltou. Segundo o delegado Bru- no Giovanini, de Frutal, que investiga o caso, ainda não ficou pronto o laudo do ma- terial biológico coletado no corpo de Kelly para verificar se a jovem foi vítima de vio- lência sexual. A dúvida existe porque ela foi encontrada sem calça e, durante a reconstitui- ção do crime, nesta quarta- feira, 8, Jonathan não conse- guiu convencer a polícia de que não cometeu o abuso. Também nesta quinta-fei- ra, o delegado colheu novos depoimentos de Jonathan e do segundo suspeito do crime, Daniel Theodoro da Silva, de 24 anos, que também está pre- so em Frutal. “Jonathan assumiu sozi- nho a autoria do crime e disse que quando vendeu o celular de Kelly para Daniel não re- velou que o equipamento era roubado”, afirma o delegado. Além da dupla, também está preso Wander Luís Cunha, por receptação. Com ele foram en- contrados pertences e as rodas do carro da vítima. O crime Kelly trabalhava em Rio Preto e morava em Guapiaçu. Viajava com frequência para Itapagipe para visitar o namo- rado, Marcos Antonio Silva, com quem planejava se casar em 2018. Para economizar no trajeto, ela oferecia carona no grupo de WhatsApp Caronas Rio Preto -Itapagipe. Foi por lá que Jona- than a encontrou e combinou a carona. Após anunciar o rou- bo, ele agrediu e estrangulou a vítima com uma corda. ■ CASO KElly Laudo confirma morte por estrangulamento marco.santos@diariodaregiao.com.br Marco Antonio dos Santos Kelly Cadamuro tinha 22 anos Reprodução