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Barragem subterrânea
Eng.º Agr.º Clayne William da Mota Santos
PROJOVEM
Saberes do Campo
2016
ÁGUA
• É um bem precioso e insubstituível;
• É um recurso natural fundamental
para diferentes atividades humanas;
• É fundamental para vida na terra;
• Diversas finalidades: dessedentação
humana e animal, para produção de
alimentos, para produção de energia,
para diversas finalidades industriais,
etc.
ÁGUA
• Participa dos ciclos de energia
física, da química e da biologia que
engendram ou conservam os
diferentes formas de vida nos
ecossistemas naturais da Terra;
• No contextos antrópicos, em
particular, estão intimamente
ligados ao ciclo de água
CICLO HIDROLÓGICO
FATORES QUE INTERFEREM O CICLO
HIDROLÓGICO
• Desmatamento
• Impermeabilização desordenada dos solos;
• Erosão do solo resultando assoreamento dos rios, lagos, etc.
• Poluição dos solos, ar e água;
• Incêndios;
• Condições Climáticas;
IMPACTOS DA SECA PELA CONDIÇÕES
CLIMÁTICAS
• Escassez de água de chuva;
• Invernos com irregularidades das chuvas no tempo e espaço
• Falta de água para população que não são atendidas por sistemas de abastecimentos;
• Falta de água para os animais;
• Queda de produção de alimentos;
• Racionamento de água e de energia ( em casos, mais graves);
• Exôdo rural de famílias e jovens;
• FOME E DESNUTRIÇÃO PARA DIVERSAS FAMÍLIAS;
FOME E DESNUTRIÇÃO PARA
DIVERSAS FAMÍLIAS
SERÁ QUE A SECA VAI ACABAR?
TEMOS QUE APRENDER A CONVIVER
COM A SECA
ESTOCAR
ALIMENTOS PRODUZIR ARMAZENAR ÁGUA
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
CISTENAS DE
ENXURRADA TANQUE DE PEDRA FENAÇÃO
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
BARREIRO
TRINCHEIRA
BARRAGEM
SUBTERRÂNEA
BOMBA D’AGUA
POPULAR
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
ENSILAGEM MANDALAS
O QUE É BARRAGEM SUBTERRÂNEA
• “ A barragem subterrânea é uma
técnica de armazenar água da chuva
no perfil do solo (subsolo) visando
à exploração de uma agricultura de
vazante e/ou subirrigação”
Função DA BARRAGEM SUBTERRÂNEA
• “Possui como função barrar o fluxo
da água superficial e subterrâneo
por meio de uma parede, também
conhecida como septo
impermeável, construída
transversalmente à direção do fluxo
das águas.”
Princípio de funcionamento da barragem
subterrânea
• A água proveniente da chuva infiltra-se lentamente, criando e/ou elevando o
lençol freático, cuja água será utilizada posteriormente pelas plantas. Esse
barramento faz com que a água fique armazenada no perfil do solo com
perdas mínimas de umidade, pelo fato da evaporação ser muito lenta,
diferentemente da evaporação que ocorre em barragens convencionais. Desta
forma, o solo se mantém úmido por um maior período de tempo, atingindo,
algumas vezes, o período mais próximo à seca, que em alguma regiões do
Semi-árido pode ser entre setembro e dezembro.
Tipos de barragem subterrânea
Barragem Submersa
Barragem Subterrânea ou
Submersível
Tipos de BARRAGEM DE SUBTERRÂNEA
• BARRAGEM SUBMERSA –
definida como aquela que possui
sua parede totalmente dentro do
solo, barrando apenas o fluxo de
água subterrâneo, uma vez que fica
em contato com a rocha, mas não
atinge a superfície do solo;
BARRAGEM DE SUBTERRÂNEA
• BARRAGEM SUBTERRÂNEO OU
SUBMERSÍVEL – é definida como
aquela formada por uma parede ou
septo impermeável da rocha, que parte
da camada impermeável ou rocha até
uma altura de 0,70 m acima da
superfície do terreno
aproximadamente, objetivando barrar
o fluxo superficial e subterrâneo de um
aquífero pré-existente ou criado, ao
mesmo tempo, com a construção da
barreira impermeável.
Componentes de uma barragem subterrânea
• ÁREA DE CAPTAÇÃO (AC) – é representada por uma bacia hidráulica
delimitada por divisores de água topográfica;
• ÁREA DE PLANTIO (AP) - é a própria bacia hidráulica da barragem. A
depender da disponibilidade de água, da profundidade e das características do
solo, pode-se construir, dentro da bacia, um reservatório, como por exemplo,
um poço amazonas, cuja finalidade é armazenar o excedente de água da área
de captação/plantio;
Componentes de uma barragem subterrânea
• PAREDE DA BARRAGEM OU SEPTO IMPERMEÁVEL (PA) – possui a
função de impedir o fluxo de água superficial e subterrâneo, formando e/ou
elevando o nível do lençol freático. Alguns tipos de materiais utilizados na
construção da parede são: barro batido, alvenaria, lona plástica de polietileno
de 200 micra;
• SANGRADOURO (Sa) – possui a função de eliminar o excedente de água
da área de captação/plantio;
Seleção da área para construir a barragem
subterrânea
• As áreas ideais para construção da barragem subterrânea são solos aluviais
em leito de rios temporários (seco no verão);
• Também tem sido construídas com sucesso em riachos e linhas de drenagem
conhecidas como córregos, local que forma caminho para água escoar
durante a chuva;
• A profundidade da camada impermeável entre 1,5 a 4,5 m;
• O solo tem que ter textura média a grossa (arenosa), não salinos e declividade
suave de até 0,4 a 2%;
Outros Parâmetros avaliados na construção
• Valores precipitação média anual da região;
• Qualidade da água do rio ou riacho, principalmente quanto a salinidade;
• Vazão média anual do rio, riacho ou da linha de drenagem natural;
• Capacidade de armazenamento do aquífero, para que estes permitam maior
segurança na sua implementação;
• Deve-se sempre, eliminar áreas com tendência/risco à salinização e rios/riachos cuja
vazão média anual possa comprometer a estrutura da parede da barragem
subterrânea;
Outros Parâmetros avaliados na construção
• O ideal é uma largura variando de 60 a 100 m, pois muito estreita, pode resultar em
uma pequena área para o plantio a não ser que a finalidade da barragem seja apenas
para abastecer o poço;
• O comprimento da barragem subterrânea depende da largura da área;
• Todos esses parâmetros possibilita ter ideia de custo de implantação da barragem
subterrânea e programação da construção de acordo com o tipo de mão-de-obra
(manual ou mecanizada);
• Se necessário, fazer um levantamento topográfico da área e definir os locais de
plantio (área de captação), parede e sangradouro;
Construção da barragem
• LIMPEZA DA ÁREA – A limpeza é
feita em faixa de aproximadamente 10
m a 15 m para retirada de todas as
plantas, raízes e restos vegetais
evitando-se, assim, a perfuração da
lona plástica e facilitar o movimento da
máquina e das pessoas no momento da
construção, bem como, facilitar a
colocação do material no local;
Construção da barragem
• ESCAVAÇÃO DA VALETA – No local
definido e limpo será cavada, em formato
de arco ou retilínea, uma valeta transversal
ao leito do rio, riacho ou linha de
drenagem para colocação da lona plástica.
Deve ser cavada até a camada impermeável
com largura suficiente para movimentação
de pessoa dentro da valeta. Geralmente,
quando é construída com retroescavadeira,
a largura da valeta é determinada pela
largura da concha, porém, quando manual,
sua largura deve ser de aproximadamente
80 cm;
Construção da barragem
• LIMPEZA E REBOCO DA
PAREDE – Após a abertura da vala
deve-se retirar todas as pontas de
raízes e pedras para não perfurar a lona
plástica. Pode-se usar facão para
retirada das raízes e, em casos que
tenha muitas pedras difíceis de ser
retiradas, recomenda-se fazer um
reboco com argamassa nas laterais da
valeta onde houver material
pontiagudo, principalmente no lado do
jusante.
Construção da barragem
• COLOCAÇÃO DA LONA – Recomenda-se
usas a lona de polietileno com espessuras de
200 micras. Na colocação da lona usa-se um
pedaço de madeira de formato retilíneo ou
caibro arredondado para facilitar o
desenrolar e distribuição da lona ao longo da
parede. A lona deve ser colocada nas
primeiras horas do dia em condições de
ventos fracos e temperaturas baixas,
evitando-se que forme bolsões de ar pelo
vento e aquecimento da lona pela
temperatura, pois isso pode resultar na
perfuração da lona;
Construção da barragem
• FIXAÇÃO DA LONA – A fixação
da lona é importante, pois a lona
não pode ficar solta embaixo, senão
á agua vai embora. Para fixação da
lona, faz-se uma pequena valeta de
20 cm n fundo da valeta a
montante e outra na superfície da
jusante. Sua fixação é feita com uso
de argamassa de cimento e areia;
Construção da barragem
• FECHAMENTO DA VALETA E
ACABAMENTO – O material retirado da valeta
deve ser distribuído sendo parte colocada a
montante para ser usada no fechamento da valeta
e outra parte, com menor volume, é colocada a
jusante para formar uma camalhão (parede) onde a
lona plástica fica por cima, de aproximadamente
40-60 cm de altura da superfície do solo. Após o
fechamento da valeta, faz-se um acabamento
cobrindo com toda a lona plástica com solo para
evitar contato com o sol. A altura da parede
formada por um camalhão fica com altura entre
80 cm a 1,20 m acima da superfície do solo.
Construção da barragem
• CONSTRUÇÃO DO SANGRADOURO - A
largura do sangradouro depende da quantidade de
água que passa no local, podendo variar de 6 m a 15
m. O local determinado é coberto com lona plástica
de maneira que exceda 1,5 m sobre a parede de ada
lado do sangradouro e avance 50 cm à montante à
jusante, local destinado a escavação de uma
pequena valeta (20 cm de largura e 40 cm de
profundidade) que serve para fixar a referida lona e
a tela de arame com argamassa de concreto. Em
seguida, sobre a lona é colocada uma tela de arame
e fixada as extremidades da lona e tela de duas
valetas com massa de concreto e, por último, faz-se
o revestimento também com massa de concreto. A
altura final do sangradouro fica em torno de 50 cm
a 70 cm, dependendo da vazão do local;
Manejo e opção de cultivos
• Na área mais úmida recomenda-se plantar culturas resistentes, como arroz e
batata-doce;
• O plantio deve ser realizado de acordo com o gradiente de umidade e usar,
de preferência tração animal;
• Para reposição de nutrientes no solo recomenda-se usar esterco de curral,
pois este pode dobrar a produção de culturas;
CUSTO DA barragem subterrânea
• Os custos de construção de uma barragem subterrânea depende:
 do comprimento da parede;
 da profundidade do solo aluvião até a camada impermeável;
 Tamanho da barragem subterrânea;
 Tipo do sangradouro;
 Material utilizado;
 Mão-de-obra;
 Existência ou não de poço;
 O investimento para construção varia em média R$ 2.500,00 a R$ 5.500,00;
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• O manejo da água subterrânea deve
constar de um monitoramento
criterioso e contínuo,
principalmente com relação à
salinização do solo, já que a área em
estudo está situada numa região
onde a evaporação média anual é de
2.000 mm e uma precipitação de
600 mm
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• Em áreas com risco de salinização, recomenda-se colocar um tubo de
descarga de, aproximadamente, 4 polegadas de diâmetro, sobre a camada
impermeável, partindo da montante e perfurando a parede da barragem até a
jusante, em cuja extremidade deve-se acoplar uma curva de 90º e um outro
tubo, que funcionará como poço, podendo a água ser bombeada com
frequência.
• Este tubo facilitará a lavagem do perfil do solo, carreando os sais dissolvidos
na água da barragem e funcionando como descarga de fundo;
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• A construção de poço amazonas ou cacimbas à montante da barragem
subterrânea é outra alternativa que permite a renovação da água (utilizar para
consumo humano ou animal; ou ser utilizada para bombeamento para
irrigação);
• Quando a água do poço for destinada a consumo humano, deve-se evitar
defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados na área do plantio da
barragem subterrânea
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• A construção de poço amazonas ou cacimbas à montante da barragem
subterrânea é outra alternativa que permite a renovação da água (utilizar para
consumo humano ou animal; ou ser utilizada para bombeamento para
irrigação);
• Quando a água do poço for destinada a consumo humano, deve-se evitar
defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados na área do plantio da
barragem subterrânea
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• O manejo do solo em sistema de exploração agrícola em barragem
subterrânea pode ser com qualquer outro sistema, ou seja, deve-se preparar a
área do plantio após a primeiras chuvas, quando o solo estiver com umidade
ideal, com tração animal ou implementos agrícolas leves;
• O preparo do solo é semelhante ao sistema de cultivo de vazante, onde as
sementes ou mudas são plantadas em curva de nível formada pela água;
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• Nunca se deve plantar a área próxima ao sangradouro, após as primeiras
chuvas, pois correr risco de saturação do solo por ocorrências de chuvas
torrenciais, podendo causar a morte das plantas;
• Cuidado compactar o solo (Preferência no estado friável, caso não consiga
identificar o ponto, operar em solos mais secos do que úmidos);
• Culturas que podem ser exploradas: grãos (feijão e milho), forragem (sorgo e
capim), algodão, mandioca, cana-de-açúcar, hortaliças, entre outras;
Manejo de solo e água em barragem
subterrânea
• A medida que a estação chuvosa vai passando e a barragem subterrânea
começa perder umidade com maior intensidade, podem cultivar culturas mais
resistentes a estiagem, como, por exemplo, o gergelim;
• Recomenda-se, também cultivar fruteiras para consumo familiar, tais como:
limão, goiaba, pinha, acerola, caju e manga;
• Deve-se evitar fruteiras exigentes em água, como, por exemplo, a bananeira e
o coqueiro;
FIM

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Barragem subterrânea: armazenamento de água e cultivos na seca

  • 1. Barragem subterrânea Eng.º Agr.º Clayne William da Mota Santos PROJOVEM Saberes do Campo 2016
  • 2. ÁGUA • É um bem precioso e insubstituível; • É um recurso natural fundamental para diferentes atividades humanas; • É fundamental para vida na terra; • Diversas finalidades: dessedentação humana e animal, para produção de alimentos, para produção de energia, para diversas finalidades industriais, etc.
  • 3. ÁGUA • Participa dos ciclos de energia física, da química e da biologia que engendram ou conservam os diferentes formas de vida nos ecossistemas naturais da Terra; • No contextos antrópicos, em particular, estão intimamente ligados ao ciclo de água
  • 5. FATORES QUE INTERFEREM O CICLO HIDROLÓGICO • Desmatamento • Impermeabilização desordenada dos solos; • Erosão do solo resultando assoreamento dos rios, lagos, etc. • Poluição dos solos, ar e água; • Incêndios; • Condições Climáticas;
  • 6. IMPACTOS DA SECA PELA CONDIÇÕES CLIMÁTICAS • Escassez de água de chuva; • Invernos com irregularidades das chuvas no tempo e espaço • Falta de água para população que não são atendidas por sistemas de abastecimentos; • Falta de água para os animais; • Queda de produção de alimentos; • Racionamento de água e de energia ( em casos, mais graves); • Exôdo rural de famílias e jovens; • FOME E DESNUTRIÇÃO PARA DIVERSAS FAMÍLIAS;
  • 7. FOME E DESNUTRIÇÃO PARA DIVERSAS FAMÍLIAS
  • 8. SERÁ QUE A SECA VAI ACABAR?
  • 9. TEMOS QUE APRENDER A CONVIVER COM A SECA ESTOCAR ALIMENTOS PRODUZIR ARMAZENAR ÁGUA
  • 13. O QUE É BARRAGEM SUBTERRÂNEA • “ A barragem subterrânea é uma técnica de armazenar água da chuva no perfil do solo (subsolo) visando à exploração de uma agricultura de vazante e/ou subirrigação”
  • 14. Função DA BARRAGEM SUBTERRÂNEA • “Possui como função barrar o fluxo da água superficial e subterrâneo por meio de uma parede, também conhecida como septo impermeável, construída transversalmente à direção do fluxo das águas.”
  • 15. Princípio de funcionamento da barragem subterrânea • A água proveniente da chuva infiltra-se lentamente, criando e/ou elevando o lençol freático, cuja água será utilizada posteriormente pelas plantas. Esse barramento faz com que a água fique armazenada no perfil do solo com perdas mínimas de umidade, pelo fato da evaporação ser muito lenta, diferentemente da evaporação que ocorre em barragens convencionais. Desta forma, o solo se mantém úmido por um maior período de tempo, atingindo, algumas vezes, o período mais próximo à seca, que em alguma regiões do Semi-árido pode ser entre setembro e dezembro.
  • 16. Tipos de barragem subterrânea Barragem Submersa Barragem Subterrânea ou Submersível
  • 17. Tipos de BARRAGEM DE SUBTERRÂNEA • BARRAGEM SUBMERSA – definida como aquela que possui sua parede totalmente dentro do solo, barrando apenas o fluxo de água subterrâneo, uma vez que fica em contato com a rocha, mas não atinge a superfície do solo;
  • 18. BARRAGEM DE SUBTERRÂNEA • BARRAGEM SUBTERRÂNEO OU SUBMERSÍVEL – é definida como aquela formada por uma parede ou septo impermeável da rocha, que parte da camada impermeável ou rocha até uma altura de 0,70 m acima da superfície do terreno aproximadamente, objetivando barrar o fluxo superficial e subterrâneo de um aquífero pré-existente ou criado, ao mesmo tempo, com a construção da barreira impermeável.
  • 19. Componentes de uma barragem subterrânea • ÁREA DE CAPTAÇÃO (AC) – é representada por uma bacia hidráulica delimitada por divisores de água topográfica; • ÁREA DE PLANTIO (AP) - é a própria bacia hidráulica da barragem. A depender da disponibilidade de água, da profundidade e das características do solo, pode-se construir, dentro da bacia, um reservatório, como por exemplo, um poço amazonas, cuja finalidade é armazenar o excedente de água da área de captação/plantio;
  • 20. Componentes de uma barragem subterrânea • PAREDE DA BARRAGEM OU SEPTO IMPERMEÁVEL (PA) – possui a função de impedir o fluxo de água superficial e subterrâneo, formando e/ou elevando o nível do lençol freático. Alguns tipos de materiais utilizados na construção da parede são: barro batido, alvenaria, lona plástica de polietileno de 200 micra; • SANGRADOURO (Sa) – possui a função de eliminar o excedente de água da área de captação/plantio;
  • 21. Seleção da área para construir a barragem subterrânea • As áreas ideais para construção da barragem subterrânea são solos aluviais em leito de rios temporários (seco no verão); • Também tem sido construídas com sucesso em riachos e linhas de drenagem conhecidas como córregos, local que forma caminho para água escoar durante a chuva; • A profundidade da camada impermeável entre 1,5 a 4,5 m; • O solo tem que ter textura média a grossa (arenosa), não salinos e declividade suave de até 0,4 a 2%;
  • 22. Outros Parâmetros avaliados na construção • Valores precipitação média anual da região; • Qualidade da água do rio ou riacho, principalmente quanto a salinidade; • Vazão média anual do rio, riacho ou da linha de drenagem natural; • Capacidade de armazenamento do aquífero, para que estes permitam maior segurança na sua implementação; • Deve-se sempre, eliminar áreas com tendência/risco à salinização e rios/riachos cuja vazão média anual possa comprometer a estrutura da parede da barragem subterrânea;
  • 23. Outros Parâmetros avaliados na construção • O ideal é uma largura variando de 60 a 100 m, pois muito estreita, pode resultar em uma pequena área para o plantio a não ser que a finalidade da barragem seja apenas para abastecer o poço; • O comprimento da barragem subterrânea depende da largura da área; • Todos esses parâmetros possibilita ter ideia de custo de implantação da barragem subterrânea e programação da construção de acordo com o tipo de mão-de-obra (manual ou mecanizada); • Se necessário, fazer um levantamento topográfico da área e definir os locais de plantio (área de captação), parede e sangradouro;
  • 24. Construção da barragem • LIMPEZA DA ÁREA – A limpeza é feita em faixa de aproximadamente 10 m a 15 m para retirada de todas as plantas, raízes e restos vegetais evitando-se, assim, a perfuração da lona plástica e facilitar o movimento da máquina e das pessoas no momento da construção, bem como, facilitar a colocação do material no local;
  • 25. Construção da barragem • ESCAVAÇÃO DA VALETA – No local definido e limpo será cavada, em formato de arco ou retilínea, uma valeta transversal ao leito do rio, riacho ou linha de drenagem para colocação da lona plástica. Deve ser cavada até a camada impermeável com largura suficiente para movimentação de pessoa dentro da valeta. Geralmente, quando é construída com retroescavadeira, a largura da valeta é determinada pela largura da concha, porém, quando manual, sua largura deve ser de aproximadamente 80 cm;
  • 26. Construção da barragem • LIMPEZA E REBOCO DA PAREDE – Após a abertura da vala deve-se retirar todas as pontas de raízes e pedras para não perfurar a lona plástica. Pode-se usar facão para retirada das raízes e, em casos que tenha muitas pedras difíceis de ser retiradas, recomenda-se fazer um reboco com argamassa nas laterais da valeta onde houver material pontiagudo, principalmente no lado do jusante.
  • 27. Construção da barragem • COLOCAÇÃO DA LONA – Recomenda-se usas a lona de polietileno com espessuras de 200 micras. Na colocação da lona usa-se um pedaço de madeira de formato retilíneo ou caibro arredondado para facilitar o desenrolar e distribuição da lona ao longo da parede. A lona deve ser colocada nas primeiras horas do dia em condições de ventos fracos e temperaturas baixas, evitando-se que forme bolsões de ar pelo vento e aquecimento da lona pela temperatura, pois isso pode resultar na perfuração da lona;
  • 28. Construção da barragem • FIXAÇÃO DA LONA – A fixação da lona é importante, pois a lona não pode ficar solta embaixo, senão á agua vai embora. Para fixação da lona, faz-se uma pequena valeta de 20 cm n fundo da valeta a montante e outra na superfície da jusante. Sua fixação é feita com uso de argamassa de cimento e areia;
  • 29. Construção da barragem • FECHAMENTO DA VALETA E ACABAMENTO – O material retirado da valeta deve ser distribuído sendo parte colocada a montante para ser usada no fechamento da valeta e outra parte, com menor volume, é colocada a jusante para formar uma camalhão (parede) onde a lona plástica fica por cima, de aproximadamente 40-60 cm de altura da superfície do solo. Após o fechamento da valeta, faz-se um acabamento cobrindo com toda a lona plástica com solo para evitar contato com o sol. A altura da parede formada por um camalhão fica com altura entre 80 cm a 1,20 m acima da superfície do solo.
  • 30. Construção da barragem • CONSTRUÇÃO DO SANGRADOURO - A largura do sangradouro depende da quantidade de água que passa no local, podendo variar de 6 m a 15 m. O local determinado é coberto com lona plástica de maneira que exceda 1,5 m sobre a parede de ada lado do sangradouro e avance 50 cm à montante à jusante, local destinado a escavação de uma pequena valeta (20 cm de largura e 40 cm de profundidade) que serve para fixar a referida lona e a tela de arame com argamassa de concreto. Em seguida, sobre a lona é colocada uma tela de arame e fixada as extremidades da lona e tela de duas valetas com massa de concreto e, por último, faz-se o revestimento também com massa de concreto. A altura final do sangradouro fica em torno de 50 cm a 70 cm, dependendo da vazão do local;
  • 31. Manejo e opção de cultivos • Na área mais úmida recomenda-se plantar culturas resistentes, como arroz e batata-doce; • O plantio deve ser realizado de acordo com o gradiente de umidade e usar, de preferência tração animal; • Para reposição de nutrientes no solo recomenda-se usar esterco de curral, pois este pode dobrar a produção de culturas;
  • 32. CUSTO DA barragem subterrânea • Os custos de construção de uma barragem subterrânea depende:  do comprimento da parede;  da profundidade do solo aluvião até a camada impermeável;  Tamanho da barragem subterrânea;  Tipo do sangradouro;  Material utilizado;  Mão-de-obra;  Existência ou não de poço;  O investimento para construção varia em média R$ 2.500,00 a R$ 5.500,00;
  • 33. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • O manejo da água subterrânea deve constar de um monitoramento criterioso e contínuo, principalmente com relação à salinização do solo, já que a área em estudo está situada numa região onde a evaporação média anual é de 2.000 mm e uma precipitação de 600 mm
  • 34. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • Em áreas com risco de salinização, recomenda-se colocar um tubo de descarga de, aproximadamente, 4 polegadas de diâmetro, sobre a camada impermeável, partindo da montante e perfurando a parede da barragem até a jusante, em cuja extremidade deve-se acoplar uma curva de 90º e um outro tubo, que funcionará como poço, podendo a água ser bombeada com frequência. • Este tubo facilitará a lavagem do perfil do solo, carreando os sais dissolvidos na água da barragem e funcionando como descarga de fundo;
  • 35. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • A construção de poço amazonas ou cacimbas à montante da barragem subterrânea é outra alternativa que permite a renovação da água (utilizar para consumo humano ou animal; ou ser utilizada para bombeamento para irrigação); • Quando a água do poço for destinada a consumo humano, deve-se evitar defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados na área do plantio da barragem subterrânea
  • 36. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • A construção de poço amazonas ou cacimbas à montante da barragem subterrânea é outra alternativa que permite a renovação da água (utilizar para consumo humano ou animal; ou ser utilizada para bombeamento para irrigação); • Quando a água do poço for destinada a consumo humano, deve-se evitar defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados na área do plantio da barragem subterrânea
  • 37. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • O manejo do solo em sistema de exploração agrícola em barragem subterrânea pode ser com qualquer outro sistema, ou seja, deve-se preparar a área do plantio após a primeiras chuvas, quando o solo estiver com umidade ideal, com tração animal ou implementos agrícolas leves; • O preparo do solo é semelhante ao sistema de cultivo de vazante, onde as sementes ou mudas são plantadas em curva de nível formada pela água;
  • 38. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • Nunca se deve plantar a área próxima ao sangradouro, após as primeiras chuvas, pois correr risco de saturação do solo por ocorrências de chuvas torrenciais, podendo causar a morte das plantas; • Cuidado compactar o solo (Preferência no estado friável, caso não consiga identificar o ponto, operar em solos mais secos do que úmidos); • Culturas que podem ser exploradas: grãos (feijão e milho), forragem (sorgo e capim), algodão, mandioca, cana-de-açúcar, hortaliças, entre outras;
  • 39. Manejo de solo e água em barragem subterrânea • A medida que a estação chuvosa vai passando e a barragem subterrânea começa perder umidade com maior intensidade, podem cultivar culturas mais resistentes a estiagem, como, por exemplo, o gergelim; • Recomenda-se, também cultivar fruteiras para consumo familiar, tais como: limão, goiaba, pinha, acerola, caju e manga; • Deve-se evitar fruteiras exigentes em água, como, por exemplo, a bananeira e o coqueiro;
  • 40. FIM