O documento apresenta três trechos literários. O primeiro descreve uma paisagem nevoenta e desolada que a personagem já sente ter visto antes, embora seja a primeira vez que esteja naquele lugar. O segundo destaca a admiração pelo tamanho da Amazônia, com suas florestas e rios. O terceiro fala sobre a comunicação entre as árvores por meio das raízes e a ideia de que ninguém está realmente sozinho.
1. Localizar relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido(Descritor 16) Na tirinha, há traço de humor em
(A) "Que olhar é esse, Dalila?"
(B) "Olhar de tristeza, mágoa,
desilusão..."
(C) "Olhar de apatia, tédio, solidão..."
(D) "Sorte! Pensei que fosse conjuntivite!"
Identificar o efeito de sentido decorrente da pontuação e outras notações(Descritor 17)
O Encontro (fragmentos)
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Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca.
Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
"Onde, meu Deus?! - perguntava a mim mesma - Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?
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Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças
pelas redondezas, jamais fora além do vale.
Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma!
E que desolação. Tudo aquilo - disso estava bem certa - era completamente inédito
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pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias,
a uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória?
Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque
eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma
névoa dourada. "Já vi tudo isto, já vi... Mas onde? E quando?"
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Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei
à boca do abismo cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como
um hálito daquela garganta de cujo fundo insondável vinha um remotíssimo
som de água corrente. Aquele som eu também conhecia. Fechei
os olhos. "Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho
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estes lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias
coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?"
Sacudi a cabeça, não, a lembrança - tão antiga quanto viva - escapava
da inconsciência de um simples sonho.(...) TELLES, Lygia Fagundes. Oito Contos de Amor. São Paulo: Ática.
Na frase "Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?" (l. 15), o uso das reticências sugere
(A) impaciência. (B) impossibilidade. (C) incerteza. (D) irritação.
Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de determinada palavra ou expressão (Descritor 18)
As Amazônias
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Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia.
Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região não cansa de admirar as belezas da maior floresta
tropical do mundo. No início era assim: água e céu.
É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta.
São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais. SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995
No texto, o uso da expressão "água que não acaba mais" (l. 7) revela
(A) admiração pelo tamanho do rio. (B) ambição pela riqueza da região.
(C) medo da violência das águas. (D) surpresa pela localização do rio.
Reconhecer o efeito de sentido decorrente dos recursos ortográficos e/ou morfossintáticos (Descritor 19)
Magia das Árvores
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— Eu já lhe disse que as árvores fazem frutos do nada e isso é a mais
pura magia. Pense agora como as árvores são grandes e fortes, velhas e
generosas e só pedem em troca um pouquinho de luz, água, ar e terra.
É tanto por tão pouco! Quase toda a magia da árvore vem da raiz. Sob
a terra, todas as árvores se unem. É como se estivessem de mãos dadas.
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Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes.
Elas vão penetrando no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos mais duros.
Aos poucos vão crescendo até acharem água. Não erram nunca a direção.
Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse por que as raízes nunca se enganam quando procuram água e ele
me disse que as outras árvores que já acharam água ajudam as que ainda estão procurando.
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— E se a árvore estiver plantada sozinha num prado?
— As árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade,
nenhuma árvore está sozinha. Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso. Máqui. Magia das Árvores. São Paulo: FTD, 1992
No trecho "Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso" (l. 15-16), as frases curtas produzem o efeito de
(A) continuidade. (B) dúvida. (C) ênfase. (D) hesitação.