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Jazida da praia do Salgado –
pegadas de “galinhas com dentes”?
Inês Amaral, Manuel Cabrita,
João Cazalta, Beatriz Lory
Grupo de Paleontologia
Agrupamento de Escolas
de Paço-de-Arcos-2018
A jazida da Praia do Salgado foi
descoberta em 1996 por colegas
nossos, depois de terem encontrado
nesse ano a jazida de Famalicão da
Nazaré, a cerca de 4 km de distância.
As pegadas surgem em três estratos calcários na zona sul da praia do Salgado,
concelho de Alcobaça, datados do Jurássico superior (transição Oxfordiano –
Kimmeridgiano - cerca de 155 M.a.).
Na altura, os colegas procederam aos
trabalhos de limpeza, remoção de
pedras, mapeamento, recolha
fotográfica e descreveram
resumidamente a amostra encontrada.
Estas pegadas foram atribuídas a dinossáurios bípedes (terópodes e ornitópodes)
e a quadrúpedes (saurópodes) (a história da icnojazida e as principais inferências
encontram-se no site do Grupo de Paleontologia
http://projectos.cienciaviva.pt/pw011/jazidas/salgado.html).
Em 2018, voltámos ao local, para verificar o estado da amostra e reanalisar as
conclusões dos colegas, passados mais de 20 anos de acumulação de
conhecimentos.
Entre os principais objetivos deste trabalho, está a recolha e análise de fósseis
presentes, que permitem obter um quadro mais amplo do habitat frequentado
pelos dinossáurios que ali deixaram pistas.
Tocas atribuídas a crustáceos Corais
Oncólitos Lamelibrânquios
Os fósseis encontrados permitem inferir
que os dinossáurios visitavam ambientes
com bastantes árvores, encharcados, com
aportes de água doce / salobra.
Os corais encontrados nos estratos
sobrejacentes sugerem transgressão por
águas marinhas, pouco profundas e bem
agitadas, sempre em clima tropical.
Legnite
Gastrópode
A comparação entre as pegadas descobertas em 1996 com os exemplares
que observámos em 2018 sugere que a influência dos agentes erosivos no
desgaste das pegadas foi pouco significativa.
1996 2018
As pegadas são tridátilas, com comprimento e largura
médios de 33 cm e 31,5 cm, ângulo de divergência II – IV
médio de 91º. Os dígitos (II e IV com comprimentos
idênticos) terminam por impressões de garras (unguais)
aguçadas, sem impressões de almofadas falangeais e são
muito estreitos e afilados.
A velocidade é elevada - para uma
passada média de 2,7m (SL), a
velocidade rondava os 11 km/h -
apesar do ângulo de passo (PA) ser
baixo (144º).
Estas caraterísticas levaram os colegas a
atribuírem as pegadas a dinossáurios
terópodes, provavelmente aves.
As aves são dinossáurios
terópodes!
O registo fóssil esquelético
revela que a origem das
aves se situa dentro da
linhagem dos dinossáurios
terópodes (assim as aves,
do ponto de vista
evolucionários, são
dinossáurios), em grupos
cada vez mais inclusivos:
Coelurossauria,
Maniraptora e Paraves.
https://ac.els-cdn.com/S0960982215009458/1-s2.0-S0960982215009458-
main.pdf?_tid=170289a6-8a44-420f-8d3d-
89e9ca614d19&acdnat=1521472510_da5fc9b977b5e3de74a9e07b0590cdf3
Muitas caraterísticas - penas, fúrcula, choco de ovos, talvez mesmo o voo –
hoje observadas apenas nas aves – evoluíram nos antepassados terópodes das
aves, nos finais do Jurássico.
Caraterísticas como crescimento rápido, esterno em forma de quilha, pigóstilo,
bico, … - ausentes nas primeiras aves – surgiram durante o Cretácico.
A, B – protopenas e penas assimétricas –
Sinosauropteryx (compsognatídeo) e Zhenyaunlong
(dromaeossaurideo)
C – comportamento de choco de um
oviraptorossaurio
D – furcula (Bambiraptor – dromaeossaurideo)
E - cavidade interna oca da tibia de Alioramus
(tyranossaurideo)
F, G – foramina pneumáticos (setas) - revelam a
presença de sacos aéreos (Alioramus)
H – cérebro de Zanabazar
(troodontideo)(troodontídeo)
I – cérebro do picapau atual Melanerpes.
https://ac.els-cdn.com/S0960982215009458/1-s2.0-
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8d3d-
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Durante esse intervalo de tempo e na evolução para os dinossáurios avianos, as
dimensões diminuíram, os dígitos alongaram-se, as almofadas falangeais
esbateram-se, o ângulo interdigital total (II – IV) aumentou, as garras dos dígitos
II e IV alteraram a curvatura distal, e o hallux (dígito I) terá alterado a sua
posição para se dirigir posteriormente – estas são caraterísticas que podem ficar
preservadas nas pegadas.
https://www.novapublishers.com/catalog/prod
uct_info.php?products_id=14144
http://www.xinglida.net/pdf/Xing%20et%20
al%202016%20Koreanaornis%20lii.pdf
As primeiras pegadas a serem atribuídas a
aves do Cretácico – Ignotornis, do
Colorado
Koreanaornis, do Cretácico inferior da Coreia
do Sul
Algumas destas caraterísticas pareciam estar presentes nesta amostra – será que
estas pegadas foram produzidas por terópodes avianos ainda do Jurássico?
Gruipeda, do Cretácico final do Canadá
Aquatilavipes, do Cretácico do Canadá.
Aquatilavipes, do Cretácico inferior do Utah
file:///C:/Users/Professor/Downloads/docslide.net_first-report-of-bird-tracks-aquatilavipes-from-the-
cedar-mountain-formation.pdf
Investigações recentes sugerem que a atribuição de pegadas a aves
Mesozóicas deve incluir todas as caraterísticas referidas e outras:
. semelhanças com as pegadas de aves modernas
. calcanhar mais simétrico
. passo curto (relativamente ao comprimento da pegada)
https://www.novapublishers.com/catalog/product_info.php?products_id=14144
Pegadas e pistas muito
semelhantes às das aves atuais
do Cretácico da Coreia do Sul e
Colorado (D)
A – Koreanaornis
B – Goseongornipes
C – Uhangrichnus
D – Ignotornis
E – Jindogornipes
F - Hwangnanipes
Outras caraterísticas - densidade de pegadas,
fósseis associados ou marcas de alimentação
("bicadas”) - podem ajudar a distinguirmos
pegadas de “verdadeiras” aves e pegadas
tridáctilas de pequenos terópodes.
Pegadas de aves associadas a marcas de
bicadas – Cretácico superior, Canadá.
https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/14772019
.2010.509356
Enorme densidade de pegadas de aves
do Cretácico inferior da Coreia do Sul –
chegam a 600 pegadas por m2!
https://www.researchgate.net/publication/232972330_A_Paradise_of_Mesozoic_Birds_The_World's_Ri
chest_and_Most_Diverse_Cretaceous_Bird_Track_Assemblage_from_the_Early_Cretaceous_Haman_For
mation_of_the_Gajin_Tracksite_Jinju_Korea
As pegadas tridátilas da jazida da praia do Salgado apresentam algumas das
caraterísticas que parecem sugerir uma origem aviana - grande divergência
dos dígitos II - IV, não diferenciação das impressões de almofadas digitais,
impressão com curvatura das garras dos dígitos II e IV, impressões dos dígitos
muito esguios, não existência de indentição na região posterior do dígito II
(por outras palavras, ocorrência de «calcanhar» simétrico).
Mas ocorrem caraterísticas que permitem
inferir que ainda estamos na presença de
terópodes «tradicionais» - dimensões
grandes, pequena densidade, não
impressão do dígito I, velocidade elevada.
Assim, estas pegadas, pelas caraterísticas
morfológicas, angulares e métricas, não
devem representar a passagem de
dinossáurios avianos.
E quais são os mais prováveis produtores terópodes?
A amostra apresenta várias caraterísticas das pegadas incluídas no icnogénero
Magnoavipes.
Originalmente, foi atribuído a uma grande ave Cretácica. Mais tarde, foi sugerido que
estas pegadas foram produzidas por um terópode ornitomimossaurídeo, o grupo de
terópodes semelhantes a avestruzes, as tais “galinhas com dentes”.
Pegada e pista Magnoavipes, do Cretácico inferior do
Colorado (Lockley et al. 2012)
Se esta inferência estiver correta, as pegadas de terópodes da jazida da
praia do Salgado representam os ornitomimossáurios mais antigos
conhecidos, já que, embora a sua origem se deva procurar no Jurássico
médio, todos os esqueletos e pegadas Magnoavipes conhecidos datam do
Cretácico.
https://www.researchgate.net/figure/Magnoavipes-isp-DENA-20950_fig8_233456474
Pegada Magnoavipes do Cretácico final do Canadá.
https://www.researchgate.net/figure/Summary-cladogram-of-theropod-
relationships-doi101371-journalpone0037122g002_fig2_225030159
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ornithomimosauria#/media/File:St
ruthiomimus_BW.jpg
Agradecemos aos colegas do Grupo de Paleontologia e também aos antigos alunos.
E à Direção do Agrupamento, que financiou as saídas de campo.

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Pegadas de galinhas com dentes jurássicas

  • 1. Jazida da praia do Salgado – pegadas de “galinhas com dentes”? Inês Amaral, Manuel Cabrita, João Cazalta, Beatriz Lory Grupo de Paleontologia Agrupamento de Escolas de Paço-de-Arcos-2018
  • 2. A jazida da Praia do Salgado foi descoberta em 1996 por colegas nossos, depois de terem encontrado nesse ano a jazida de Famalicão da Nazaré, a cerca de 4 km de distância.
  • 3. As pegadas surgem em três estratos calcários na zona sul da praia do Salgado, concelho de Alcobaça, datados do Jurássico superior (transição Oxfordiano – Kimmeridgiano - cerca de 155 M.a.).
  • 4. Na altura, os colegas procederam aos trabalhos de limpeza, remoção de pedras, mapeamento, recolha fotográfica e descreveram resumidamente a amostra encontrada.
  • 5. Estas pegadas foram atribuídas a dinossáurios bípedes (terópodes e ornitópodes) e a quadrúpedes (saurópodes) (a história da icnojazida e as principais inferências encontram-se no site do Grupo de Paleontologia http://projectos.cienciaviva.pt/pw011/jazidas/salgado.html).
  • 6.
  • 7. Em 2018, voltámos ao local, para verificar o estado da amostra e reanalisar as conclusões dos colegas, passados mais de 20 anos de acumulação de conhecimentos. Entre os principais objetivos deste trabalho, está a recolha e análise de fósseis presentes, que permitem obter um quadro mais amplo do habitat frequentado pelos dinossáurios que ali deixaram pistas.
  • 8. Tocas atribuídas a crustáceos Corais Oncólitos Lamelibrânquios
  • 9. Os fósseis encontrados permitem inferir que os dinossáurios visitavam ambientes com bastantes árvores, encharcados, com aportes de água doce / salobra. Os corais encontrados nos estratos sobrejacentes sugerem transgressão por águas marinhas, pouco profundas e bem agitadas, sempre em clima tropical. Legnite Gastrópode
  • 10. A comparação entre as pegadas descobertas em 1996 com os exemplares que observámos em 2018 sugere que a influência dos agentes erosivos no desgaste das pegadas foi pouco significativa. 1996 2018
  • 11. As pegadas são tridátilas, com comprimento e largura médios de 33 cm e 31,5 cm, ângulo de divergência II – IV médio de 91º. Os dígitos (II e IV com comprimentos idênticos) terminam por impressões de garras (unguais) aguçadas, sem impressões de almofadas falangeais e são muito estreitos e afilados. A velocidade é elevada - para uma passada média de 2,7m (SL), a velocidade rondava os 11 km/h - apesar do ângulo de passo (PA) ser baixo (144º). Estas caraterísticas levaram os colegas a atribuírem as pegadas a dinossáurios terópodes, provavelmente aves.
  • 12. As aves são dinossáurios terópodes! O registo fóssil esquelético revela que a origem das aves se situa dentro da linhagem dos dinossáurios terópodes (assim as aves, do ponto de vista evolucionários, são dinossáurios), em grupos cada vez mais inclusivos: Coelurossauria, Maniraptora e Paraves. https://ac.els-cdn.com/S0960982215009458/1-s2.0-S0960982215009458- main.pdf?_tid=170289a6-8a44-420f-8d3d- 89e9ca614d19&acdnat=1521472510_da5fc9b977b5e3de74a9e07b0590cdf3
  • 13. Muitas caraterísticas - penas, fúrcula, choco de ovos, talvez mesmo o voo – hoje observadas apenas nas aves – evoluíram nos antepassados terópodes das aves, nos finais do Jurássico. Caraterísticas como crescimento rápido, esterno em forma de quilha, pigóstilo, bico, … - ausentes nas primeiras aves – surgiram durante o Cretácico. A, B – protopenas e penas assimétricas – Sinosauropteryx (compsognatídeo) e Zhenyaunlong (dromaeossaurideo) C – comportamento de choco de um oviraptorossaurio D – furcula (Bambiraptor – dromaeossaurideo) E - cavidade interna oca da tibia de Alioramus (tyranossaurideo) F, G – foramina pneumáticos (setas) - revelam a presença de sacos aéreos (Alioramus) H – cérebro de Zanabazar (troodontideo)(troodontídeo) I – cérebro do picapau atual Melanerpes. https://ac.els-cdn.com/S0960982215009458/1-s2.0- S0960982215009458-main.pdf?_tid=170289a6-8a44-420f- 8d3d- 89e9ca614d19&acdnat=1521472510_da5fc9b977b5e3de74a9 e07b0590cdf3
  • 14. Durante esse intervalo de tempo e na evolução para os dinossáurios avianos, as dimensões diminuíram, os dígitos alongaram-se, as almofadas falangeais esbateram-se, o ângulo interdigital total (II – IV) aumentou, as garras dos dígitos II e IV alteraram a curvatura distal, e o hallux (dígito I) terá alterado a sua posição para se dirigir posteriormente – estas são caraterísticas que podem ficar preservadas nas pegadas. https://www.novapublishers.com/catalog/prod uct_info.php?products_id=14144 http://www.xinglida.net/pdf/Xing%20et%20 al%202016%20Koreanaornis%20lii.pdf As primeiras pegadas a serem atribuídas a aves do Cretácico – Ignotornis, do Colorado Koreanaornis, do Cretácico inferior da Coreia do Sul
  • 15. Algumas destas caraterísticas pareciam estar presentes nesta amostra – será que estas pegadas foram produzidas por terópodes avianos ainda do Jurássico? Gruipeda, do Cretácico final do Canadá Aquatilavipes, do Cretácico do Canadá. Aquatilavipes, do Cretácico inferior do Utah file:///C:/Users/Professor/Downloads/docslide.net_first-report-of-bird-tracks-aquatilavipes-from-the- cedar-mountain-formation.pdf
  • 16. Investigações recentes sugerem que a atribuição de pegadas a aves Mesozóicas deve incluir todas as caraterísticas referidas e outras: . semelhanças com as pegadas de aves modernas . calcanhar mais simétrico . passo curto (relativamente ao comprimento da pegada) https://www.novapublishers.com/catalog/product_info.php?products_id=14144 Pegadas e pistas muito semelhantes às das aves atuais do Cretácico da Coreia do Sul e Colorado (D) A – Koreanaornis B – Goseongornipes C – Uhangrichnus D – Ignotornis E – Jindogornipes F - Hwangnanipes
  • 17. Outras caraterísticas - densidade de pegadas, fósseis associados ou marcas de alimentação ("bicadas”) - podem ajudar a distinguirmos pegadas de “verdadeiras” aves e pegadas tridáctilas de pequenos terópodes. Pegadas de aves associadas a marcas de bicadas – Cretácico superior, Canadá. https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/14772019 .2010.509356 Enorme densidade de pegadas de aves do Cretácico inferior da Coreia do Sul – chegam a 600 pegadas por m2! https://www.researchgate.net/publication/232972330_A_Paradise_of_Mesozoic_Birds_The_World's_Ri chest_and_Most_Diverse_Cretaceous_Bird_Track_Assemblage_from_the_Early_Cretaceous_Haman_For mation_of_the_Gajin_Tracksite_Jinju_Korea
  • 18. As pegadas tridátilas da jazida da praia do Salgado apresentam algumas das caraterísticas que parecem sugerir uma origem aviana - grande divergência dos dígitos II - IV, não diferenciação das impressões de almofadas digitais, impressão com curvatura das garras dos dígitos II e IV, impressões dos dígitos muito esguios, não existência de indentição na região posterior do dígito II (por outras palavras, ocorrência de «calcanhar» simétrico).
  • 19. Mas ocorrem caraterísticas que permitem inferir que ainda estamos na presença de terópodes «tradicionais» - dimensões grandes, pequena densidade, não impressão do dígito I, velocidade elevada. Assim, estas pegadas, pelas caraterísticas morfológicas, angulares e métricas, não devem representar a passagem de dinossáurios avianos.
  • 20. E quais são os mais prováveis produtores terópodes? A amostra apresenta várias caraterísticas das pegadas incluídas no icnogénero Magnoavipes. Originalmente, foi atribuído a uma grande ave Cretácica. Mais tarde, foi sugerido que estas pegadas foram produzidas por um terópode ornitomimossaurídeo, o grupo de terópodes semelhantes a avestruzes, as tais “galinhas com dentes”. Pegada e pista Magnoavipes, do Cretácico inferior do Colorado (Lockley et al. 2012)
  • 21. Se esta inferência estiver correta, as pegadas de terópodes da jazida da praia do Salgado representam os ornitomimossáurios mais antigos conhecidos, já que, embora a sua origem se deva procurar no Jurássico médio, todos os esqueletos e pegadas Magnoavipes conhecidos datam do Cretácico. https://www.researchgate.net/figure/Magnoavipes-isp-DENA-20950_fig8_233456474 Pegada Magnoavipes do Cretácico final do Canadá.
  • 23. Agradecemos aos colegas do Grupo de Paleontologia e também aos antigos alunos. E à Direção do Agrupamento, que financiou as saídas de campo.