1) As marcas nas lajes do cabo Espichel, pensadas como pegadas de uma "mula gigante", foram reconhecidas como pegadas de dinossauros saurópodes do Jurássico Superior. 2) Foram encontradas várias jazidas com pegadas de dinossauro entre o cabo Espichel e a baía dos Lagosteiros e em Zambujal. 3) Em 2021, foi descoberta a maior jazida de pegadas do Cretácico em Portugal na região do cabo Espichel, com mais de 600 pegadas.
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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10º ANO
FICHA DE TRABALHO nº4
Desde o século XV que as pessoas da região de Sesimbra pensavam que as marcas que
observavam nas lajes do cabo Espichel eram pegadas de uma “mula gigante”. Séculos mais
tarde, os paleontólogos reconheceram que estas marcas eram pegadas pertencentes a
dinossauros saurópodes do Jurássico Superior. Durante 50 anos de trabalho de campo nesta
região, foi possível reconhecer a existência de vários níveis com pegadas de dinossauro entre o
cabo Espichel e a baía dos Lagosteiros (fig. 2) e na área da povoação de Zambujal.
Figura 1. A jazida da Pedra da Mua do Jurássico Superior (Monumento Natural da Pedra
da Mua, pelo Decreto n.º 20/97; cabo Espichel, Portugal), apresenta pegadas de
terópodes e de saurópodes em vários níveis. As pistas de saurópodes paralelas são
consideradas uma evidência de comportamento gregário entre animais adultos e juvenis.
Para além das jazidas com pegadas de dinossauro do cabo Espichel, também
estão classificadas de Monumento Natural as da Ribeira do Cavalo e a da Pedreira
do Avelino, do Jurássico Superior.
Em janeiro de 2021, foi publicada a descoberta
de mais de 600 pegadas de dinossauro na região
do cabo Espichel, na Formação Areia do Mastro,
constituindo a maior jazida de pegadas do
Cretácico em Portugal (fig. 3).
Além do seu interesse científico, todos os
fósseis descobertos desempenham um papel
importante para aumentar a consciência pública
do património geológico e, consequentemente,
contribuem para o sucesso das estratégias de
geoconservação. Estas jazidas são elementos
importantes e bem conhecidos do património
geológico de Sesimbra.
Figura 2. A jazida de Lagosteiros (Monumento
Natural dos Lagosteiros, pelo Decreto n.º 20/97;
cabo Espichel, Portugal), do Cretácico Inferior,
apresenta uma longa pista de um ornitópode,
algumas pegadas de terópodes e uma pista que
indica um terópode a deslocar-se a cerca de
14 km/h.
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Figura 3. O Parque Natural da Arrábida (PNA), situado na zona sul da península de
Setúbal, é constituído por uma área terrestre e por uma área marinha. O parque visa a
proteção de valores como as grutas calcárias e os monumentos naturais.
Baseado em Figueiredo, S., Carvalho, C., Cunha, P. & Carvalho, I. New Dinosaur Tracks from the Lower Barremian
of Portugal (Areia do Mastro Formation, Cape Espichel). Journal of Geoscience and Environment Protection, 9(01), 84.
(2021). DOI: 10.4236/gep.2021.91007
1.Identifique a Era em que viveram os dinossauros.
2.Estabeleça a idade relativa das duas pistas de pegadas no cabo Espichel
classificadas como Monumento Natural.
3.Estabeleça uma datação relativa entre os estratos da zona de Sesimbra e as
ardósias da pedreira de Canelas, Arouca, que contêm fósseis de trilobites.
4.Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, relativas ao Monumento
Natural da Pedra da Mua.
A. Movimentos tectónicos compressivos verticalizaram as camadas.
B. Deposição de sedimentos finos numa bacia sedimentar.
C. Os dinossauros passaram, marcando os sedimentos com as suas
pegadas.
D. Processos divergentes levaram à formação de uma bacia sedimentar.
E. A meteorização e a erosão expuseram as pistas.
5.Refira o evento catastrofista que se crê ter provocado a extinção global dos
dinossauros.
6.Os sedimentos que se depositaram na região da Arrábida, no Quaternário, são
ricos em fósseis marinhos e continentais. Explique a sua importância na datação
e reconstituição dos ambientes.
7.Faça uma pesquisa sobre outros locais, em Portugal, onde existem pegadas de
dinossauros.