O documento discute a tolerância à seca em cafeeiros. Resume três pontos principais:
1) Existem desafios em compreender os mecanismos de tolerância à seca devido à sua natureza poligênica e variabilidade de respostas entre genótipos e ambientes.
2) Vários aspectos fisiológicos influenciam a tolerância, como a eficiência do transporte e absorção de água, a densidade do lenho, e a capacidade antioxidativa.
3) Diferentes clones apresentam estratégias distintas de tolerância, como cont
3. O papel da fisiologia vegetal &
tolerância à seca em café
Compreender os mecanismos de tolerância à
seca
Buscar índices e critérios que permitam
identificar materiais genéticos mais
promissores, em termos de crescimento e
produção, sob condições de seca
5. Definição da tolerância à seca
Clone A Clone B
Irrigado Seca Irrigado Seca
↓ 50% ↓ 33%
100sc/ha 50 sc/ha 60 sc/ha 40 sc/ha
Pergunta-se: qual o clone mais tolerante à seca?
Certamente, o clone B ! (maior estabilidade de
produção)
6. Desafios para compreenderem-se os
mecanismos de tolerância à seca
A seca é um estresse multidimensional e de
herança poligênica;
Conhece-se apenas uma pequena proporção
de genes envolvidos com as respostas das
plantas ao déficit hídrico;
Há genótipos que são afetados não apenas
pela disponibilidade de água do solo, mas
também pela disponibilidade hídrica da
atmosfera;
7. Desafios para compreenderem-se os
mecanismos de tolerância à seca
As respostas das plantas variam com a
intensidade e duração da seca (forte
interação genótipo x ambiente);
Vários ciclos de produção para seleção de
uns poucos materiais promissores;
Tolerância à seca & sistema radicular:
relação de difícil estudo;
Pesquisas feitas com plantas em pequenos
vasos e em casa de vegetação.
11. Capacidade de perder
água: estômatos abertos
→ maior fotossíntese
Capacidade de transporte
de água: condutância
hidráulica do xilema
Capacidade de absorção
de água: quantidade e
profundidade de raízes
12. Densidade de
venação em
conilon: ~7
mm/mm2
Densidade de venação &
taxa de fotossíntese
14. Lei de Hagen-Poiseuille: a taxa de fluxo
aumenta com a 4a potência do raio
Jv = (π.r 4.ΔΨ)/8.η.L
• Jv = fluxo de água
• r = raio do conduto do xilema
• ΔΨ = diferença de pressão
• η = viscosidade da água
• L = comprimento do vaso do xilema
15. Relação entre a densidade do caule
(lenho) & condutividade hidráulica
16. Eficiência & segurança hidráulica
• Ao se aumentar o diâmetro dos
vasos, aumenta-se a condutividade
hidráulica do xilema; no
entanto, também se aumenta a
vulnerabilidade à cavitação
39. Capacidade de tolerar a falta
de água dentro da planta:
clones tolerantes têm um
sistema antioxidativo de
proteção mais robusto
contra a escaldadura
40. Atividades de enzimas antioxidativas e danos celulares em
2 clones de conilon sob condições irrigadas e sob seca
Clone 109A Clone 120
Enzimas Controle Seca Controle Seca
SOD 17.8 35.7 24.8 163.2
CAT 14.3 22.6 19.0 39.8
APX 0.31 0.83 0.42 1.34
Danos ~ 325% ~ 120%
MDA 75 322 103 233
Eletrólitos 2.7 11.3 3.1 6.6
42. Profundidade do sistema radicular de clones
de conilon cultivados durante 18 meses em
tambores com 150 L de solo (1,2 m altura) –
depende do clone e propriedades do solo
43. No de dias para se atingir -3,0 MPa após suspensão da
irrigação em pés-francos (109 e 120) e enxertias recíprocas
Tratamento No de dias
109 18 1c
109/109 18 1c
120 25 1a
120/120 27 2a
109/120 25 1a
120/109 22 1b
46. Clones sensíveis à seca (clones 46, 109...)
Controle deficiente da transpiração e/ou
baixa capacidade de absorção da água →
colapso do metabolismo sob seca
prolongada → grande desfolha → produção
altamente comprometida
Exploração econômica requer irrigação
47. Estratégias de sobrevivência (ex. clone 14)
Alto controle estomático da
transpiração, sistemas radiculares
relativamente profundos, alta densidade do
caule e baixa condutância hidráulica →
mantêm boa hidratação dos tecidos e
mantêm a área foliar, porém produzem
pouco, mesmo sob irrigação
Clones com essas características
normalmente respondem de forma
insatisfatória à irrigação
48. Clones de aptidão dupla (clone 120...)
Sistema radicular relativamente profundo e
sensibilidade estomática satisfatória à
disponibilidade de água, mas com alta
condutância hidráulica
Tolerância protoplasmática à dessecação
Clones com estabilidade de produção
relativamente elevada, podendo alcançar
altas produções mesmo sem irrigação
49. Tolerância à seca em Coffea canephora
Não há um mecanismo único que explique a
diversidade genética da tolerância à seca
A divergência genética da tolerância à seca
parece largamente governada pela capacidade
de absorção e taxas do uso da água
Potencial hídrico e densidade do lenho podem
ser ferramentas úteis, e de fácil determinação,
para investigar a tolerância à seca
Estudos complexos: se fossem fáceis, já teriam sido feitos!!!
50. UFV e INCAPER: parceria em busca de soluções
Paulinho Volpi
Paulo César Cavatte
Abraão Verdin
Samuel Martins
Maria Amélia Ferrão
Paulo M. Silva
Romário Ferrão
Elias Morais
Aymbiré Fonseca
Hugo A. Pinheiro
Sebastião (Tião) Silveira