1. EXERCICIOS
05. Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. A função social da escola é a de promover o acesso aos
conhecimentos socialmente produzidos pela humanidade a fim
de possibilitar ao educando condições de emancipação humana.
II. A função essencial da escola pública consiste na socialização
do saber sistematizado, indispensável ao exercício da cidadania,
assim como na produção e sistematização de um
novo saber, nascido da prática social.
III. A concepção de educação progressista está,
epistemologicamente, vinculada à pedagogia socialista, cuja
intencionalidade está na transformação do status quo e não
para adequar as necessidades do educando ao meio social,
preparando-o para a vida.
IV. A escola está para humanizar, oferecer condições à
emancipação, à participação e não para adaptar os indivíduos à
situações de dominação.
do mérito individual.
2. CORRETA
(A) Estão corretas apenas I, II e III
(B) Estão corretas apenas I e II
(C) Todas estão corretas
(D) Estão corretas apenas II, III e IV
06. Analise as afirmativas abaixo referente às características da
aprendizagem escolar e assinale a alternativa correta:
I. É uma atividade planejada, intencional e dirigida, e não
casual e espontânea;
II. Resulta da reflexão proporcionada pela percepção prático
sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o
pensamento;
III. Há influência de fatores culturais e sociais;
IV. Trabalho docente que dá unidade ao binômio ensino
aprendizagem.
3. CORRETA
(A) Apenas I e III estão corretas
(B) Apenas I, II e IV estão corretas
(C) Apenas II, III e IV estão corretas
(D) Todas estão corretas
07.São princípios da educação libertadora (Paulo Freire)
EXCETO:
(A) Acreditar na igualdade fundamental entre os seres
humanos, independentemente de quaisquer diferenças.
(B) Buscar a transformação social, constituindo-se como meio
de contribuir para a justiça social e para a participação.
(C)Conceber a participação como um processo que favoreça
cada vez mais a centralização das decisões tendo em vista a
unidade institucional.
(D) Organizar-se como um processo em que as pessoas sejam
sujeitos de sua própria formação.
4. CORRETA
(C)Conceber a participação como um processo que
favoreça cada vez mais a centralização das decisões
tendo em vista a unidade institucional.
08. “Não há docência sem discência”. Em seu texto, Freire
(2000) discute a importância de uma reflexão envolvendo a
formação docente e a prática educativo-crítica em favor da
autonomia dos educandos. Avalie as afirmativas abaixo:
I. A temática abordada incorpora a análise de saberes
fundamentais, apresentando elementos constitutivos para a
compreensão da prática docente enquanto dimensão social da
formação humana.
II. A tarefa do educador não se resume apenas em ensinar os
conteúdos, mas ensinar a pensar certo, exigindo rigorosidade
metódica. Ensinar, aprender e pesquisar envolvem dois
momentos do ciclo gnosiológico.
5. III. O ato de ensinar exige a corporeificação das palavras
através do exemplo. Uma vez que, não há pensar certo fora de
uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de desdizê-lo.
IV. Na formação permanente dos professores, ensinar exige
reflexão crítica a respeito da prática, é pensando criticamente a
prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima
prática. Verifica-se que estão CORRETAS as afirmativas:
(A)Apenas I, II e III
(B)Apenas I, II
(C)Apenas I, II e IV
(D)Todas estão corretas
6. CORRETA
(D) Todas estão corretas
09. Leia atentamente o trecho extraído do livro “Pedagogia da
Autonomia: Saberes necessários à prática educativa”:
O ato de cozinhar, por exemplo, supõe alguns saberes
concernentes ao uso do fogão, como acendê-lo, como equilibrar
para mais, para menos, a chama, como lidar com certos riscos
mesmo remotos de incêndio, como harmonizar os diferentes
temperos numa síntese gostosa e atraente. A prática de
cozinhar vai preparando o novato, ratificando alguns daqueles
saberes, retificando outros, e vai possibilitando que ele vire
cozinheiro.
7. A prática de velejar coloca a necessidade de saberes fundantes,
como o do domínio do barco, das partes que o compõem e da
função de cada uma delas, como o conhecimento dos ventos,
de sua força, de sua direção, os ventos e as velas, a posição
das velas, o papel do motor e da combinação entre motor e
velas. Na prática de velejar se confirmam, se modificam ou se
ampliam esses saberes.
FREIRE, 2000, P. 23 e 24
O texto acima permite analisar que:
(A)Ensinar é um processo que pode tornar o aprendiz mais e
mais criador. Quanto mais criticamente se exerça a
capacidade de aprender, mais se constrói e se desenvolve o
que pode ser chamado de “curiosidade epistemológica.
(B)Existe uma relação entre o ato de ensinar e a prática de
cozinhar, mostrando que o professor precisa diversificar sua
prática, promovendo atividades fora do ambiente escolar.
(C)Na prática pedagógica, é importante estabelecer atividades
que relacionem com o cotidiano dos alunos, utilizando
receitas familiares e atraentes.
8. (D) Com o objetivo de criar “espaços inovadores”, cabe aos
professores utilizarem com frequência todo o espaço escolar.
CORRETA
(A)Ensinar é um processo que pode tornar o aprendiz
mais e mais criador. Quanto mais criticamente se exerça
a capacidade de aprender, mais se constrói e se
desenvolve o que pode ser chamado de “curiosidade
epistemológica.
9. 10. Segundo Paulo Freire ensinar exige segurança, competência
profissional e generosidade. Assim o clima de respeito que
nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas em que a
autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem
eticamente deve contribuir para:
(A) Reforçar o autoritarismo na escola pública.
(B) Reforçar o medo que os pais tem dos professores e os
conduz a afastar-se da escola.
(C) Os alunos reagirem negativamente ao exercício do
comando.
(D) Fortalecer o caráter formador do espaço pedagógico.
(E) Estabelecer na escola o mandonismo que tolhe a
criatividade do educando.
10. CORRETA
(D) Fortalecer o caráter formador do espaço pedagógico.
11. A escola X vem trabalhando na construção coletiva do PPP
escolar que tem como base a Pedagogia da Autonomia. Um dos
pontos elencados e operacionalizados pelo grupo foi a formação
continuada dos docentes, partindo do entendimento de ser essa
a forma de favorecer:
(A) Uma prática pedagógica neutra que reflete positivamente
no meio social.
(B) O desenvolvimento de experiências que só servem para
cada profissional do ensino.
(C) O desenvolvimento de atividades pragmáticas que centram
o ensino em atividades descontextualizadas.
(D) Visões distorcidas do mundo do trabalho.
(E) Novas formas de ordenação da experiência humana, com
múltiplos reflexos positivos na cognição dos estudantes.
11. CORRETA
(E) Novas formas de ordenação da experiência humana,
com múltiplos reflexos positivos na cognição dos
estudantes.
12. Os pedagogos e demais profissionais e pessoas que
circulam na escola pública devem considerar, segundo Paulo
Freire, a importância das relações entre educador e educando,
entre autoridade e liberdade, entre pais, mães, filhos e filhas o
que contribui para a:
(A) Reinvenção do ser humano no aprendizado de sua
autonomia.
(B) Elaboração do calendário escolar que marca as lições de
vida e deve inibir as liberdades dos alunos na avaliação da
escola.
(C) Elaboração de um regimento escolar apenas por quem
entende de legislação de ensino.
12. (D) Elaboração das diretrizes escolares por pessoas que detém
o saber pedagógico e encontram-se fora de sala de aula.
(E) Produção de documentos e registros escolares
exclusivamente pelos pedagogos.
CORRETA
(A) Experiências respeitosas da liberdade.
(B) O receio às críticas mesmo construtivas.
(C) A espera para saber onde as pessoas podem ir e em
seguida mostrar o caminho certo.
(D) A licenciosidade que hipertrofia a decisão coletiva.
(E) O espontaneísmo.
13. * Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante
intelectual do século XVIII.
* Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o
corromperia.
* Da mesma forma, o homem nasceria livre, mas por toda parte
se encontraria acorrentado por fatores como sua própria
vaidade, fruto da corrupção do coração.
* O indivíduo se tornaria escravo de suas necessidades e
daqueles que o rodeiam.
* Em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com o
mundo das aparências, do orgulho, da busca por
reconhecimento e status.
* Acreditava que seria possível se pensar numa sociedade ideal,
tendo assim sua ideologia refletida na concepção da Revolução
Francesa ao final do século XVIII.
Jean Jacques Rousseau
14. * Como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo
tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em
sociedade?
* Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato
social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade,
a soberania política da vontade coletiva.
* Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único
móvel das ações humanas.
* Em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o
indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes.
* Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com
que todos desconfiassem de todos.
* No contrato social seria preciso definir a questão da igualdade
entre todos, do comprometimento entre todos.
* Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a
propriedade privada seria a origem da desigualdade entre os
15. * A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da
sociedade civil.
* O homem começa a ter uma preocupação com a aparência. Na
vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas
distintas.
* Rousseau não foi uma pessoa estudada, mas conseguiu mostrar
com sua vida e experiências algumas formas de entender como
se ensina e como se aprende.
* Reconhecia possibilidades, imaginando caminhos e
esclarecendo as falhas no ato de reproduzir, repassar e ensinar
algo.
* Politizou a educação quando entendeu que todos tem que saber
igualmente sobre tudo.
* Frizava bastante a desigualdade como um problema político e
social. O que vemos nos dias de hoje.
16. * A Educação como forma de se tornar ideal, adequada e
moderna resgatando valores ainda não resgatados.
* Sua proposta teve interesse tanto pedagógico quanto político,
pois propunha tanto uma pedagogia da política, quanto uma
política de pedagogia.
* Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da
educação natural. Voltar a unir natureza e humanidade.
* A família, vista como um reflexo do Estado é outro dos
elementos centrais de sua pedagogia.
* Rousseau via a infância como um momento onde se vê, se
pensa e se sente o mundo de um modo próprio.
* Para ele a ação do educador, neste momento, deve ser uma
ação natural, que leve em consideração as peculiaridades da
infância, a ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta
da razão adulta.
17. * A função social da educação para Rousseau propõem a liberação
do indivíduo, a exaltação da atividade criadora.
* Servia para ele como fonte de liberdade de ação consciente e
implacável da criação do homem em relação ao aprender.
* A sociedade para ele limitava a todos com seus hábitos, formatos
e modelos de cada um ser como é cada um.
* A sociedade profunda: marido, só marido, cidadão, só cidadão,
patriota, só patriota e que criança sempre seria inocente sem
saber de nada, ingênua e “boba”.
* Previa os papéis das pessoas em sociedade. Preocupava com a
educação sem a previsão de quem educa, sem rótulos, sem
barreiras, daí uma educação voltada para a espontaneidade e o
prazer de viver a partir dos interesses e individualidades de cada
um.
* Jean Jacques Rousseau; ”Introduziu a concepção de que a criança
era um ser com características próprias em suas ideias e
18. * Causou um impacto grande às pessoas e a educação infantil
daquela época, pois acreditava que a educação inicial não era
uma educação para a vida, pois era mutável a cada dia e em
cada fase da vida possuía características únicas, individuais.
* Jean Jacques Rousseau; “A educação não vem de fora, é a
expressão livre da criança no seu contato com a natureza”.
Sendo assim, o uso da memória em demasia, a disciplina rigorosa e
outros não faziam sentido.
* O pegar, o contato, o envolvimento da criança com o canto, a
massa, a terra, a geometria e outros estaria envolvendo a criança
no caminho do aprender e do seu relacionamento com a vida.
* Daí a função de educar a partir dos interesses dados pela
natureza do educar.
* O papel do professor seria bem mais específico que apenas
oferecer conhecimento, mas iniciar um processo de humanização,
de valorização do ser humano, onde ele possa reconhecer o seu
aprendizado como uma prática na sua vida, no seu viver.
20. CURRÍCULO
1.O QUE É CURRÍCULO?
Em sentido restrito currículo escolar é o conjunto de matérias
a serem ministradas em determinado curso ou grau de ensino.
De forma ampla ou restrita, o currículo escolar abrange as
atividades desenvolvidas dentro da escola.
São atividades que correspondem a uma finalidade e são
executadas de acordo com um plano de ação determinado, isto
é, estão a serviço de um projeto educacional.
21. A seleção intencional de conteúdos, saberes e conhecimentos,
os quais devem ser democratizados para toda a população são
requisitos mínimos para a participação consciente em uma
sociedade.
A escola tem função social que é o compromisso com o
conteúdo escolar e com o acesso ao conhecimento
sistematizado.
Confere à escola, sem uma linearidade racional, a capacidade
de articular conhecimentos do mercado de trabalho, cujas
características se expressam nas novas demandas
organizacionais e tecnológicas, dando novo significado ao
arranjo e dinâmica produtiva.
22. Organização CURRICULAR e conteúdos
A forma como a escola concebe sua função social, a
organização curricular, a gestão escolar e seu próprio Projeto
Político-pedagógico esta circunstanciada pelo conjunto das
reformas educacionais situadas no contexto político,
econômico e social.
O currículo escolar é um produto histórico, resultado de um
conjunto de forças sociais, políticas e pedagógicas que
expressam e organizam os saberes na formação dos sujeitos
que, por sua vez, são também históricos e sociais.
O currículo deve oferecer, não somente vias para
compreender tanto os saberes nele inseridos, como também,
os movimentos contraditórios pelos quais a sociedade vem
enfrentando e de que forma os sujeitos se inserem neles.
23. As análises mais divulgadas do processo do trabalho escolar
tomam por fundamento a função social da escola como
instituição transmissora de conhecimentos.
Tanto as abordagens feitas pelo prisma das pedagogias mais
tradicionais como as abordagens feitas pelas pedagogias mais
progressistas, centram suas questões nas formas de
transmissão e apropriação do conhecimento.
A necessidade de se romper com a fragmentação dos
conteúdos, no próprio currículo disciplinar, na perspectiva dita
“conteudista” do currículo e na lógica do desenvolvimento
competências e habilidades cognitivas no lugar de ensinar
conteúdos.
24. O currículo acaba se manifestando nas tensões e
contradições entre o caminho que se almeja percorrer, a
intenção deste caminho e o ponto de chegada dele.
Ao se caracterizar neste projeto de escola e de sociedade,
o currículo se revela, antes de tudo, no Projeto Político
Pedagógico da escola, o qual envolve todas as ações,
aspirações e concepções sobre o ato educativo.
O currículo é a expressão das concepções (de homem, de
mundo, de ensino e aprendizagem, de método e de
educação), das aspirações sobre a escola e seu papel social,
das práticas pedagógicas e das relações nela vividas.
25. Interferem no ato pedagógico determinações internas de
caráter estruturais e funcionais, tais como a organização
curricular em todos os seus aspectos.
Estão inseridos no currículo aspectos de:
seleção e organização de turmas;
distribuição de espaços e tempos;
organização funcional e hierárquica das relações que
se estabelecem no interior do processo;
seleção e organização dos saberes escolares.
26. Como se constitui um currículo escolar?
Sabe-se que o currículo escolar é um dos pontos mais difíceis a
serem enfrentados pela escola.
Duas questões podem ser inicialmente levantadas em relação a
esse aspecto:
Quem define o que e como a escola deve ensinar?
Tradicionalmente, as escolas públicas têm a sua prática
pedagógica determinada ou por orientações oriundas das
secretarias de educação ou pelos próprios livros didáticos.
Isso resulta em uma prática curricular muito pobre, que não
leva em conta nem a experiência trazida pelo próprio professor,
nem a trazida pelo aluno, ou mesmo às características da
comunidade em que a escola está inserida.
27. Relacionada a isso, existe uma concepção restrita de currículo,
próxima do conceito de programa ou, pior ainda, de uma
simples grade curricular, ou de mera listagem dos conteúdos
que devem ser tratados.
O currículo abrange tudo o que ocorre na escola: as atividades
programadas e desenvolvidas que envolvem a aprendizagem
dos conteúdos escolares pelos alunos, na própria escola ou fora
dela, e isso precisa ser muito bem pensado na hora de elaborar
um projeto político-pedagógico.
É indispensável que a escola se reúna para discutir a concepção
atual de currículo que estão expressas nos seguintes
documentos:
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional
Diretrizes Curriculares Nacionais
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s).
28. BASE COMUM E PARTE DIVERSIFICADA
De acordo com o artigo 26 da lei nº. 9 394/96,
"os currículos do ensino fundamental e médio devem ter
uma base nacional comum, a ser complementada em
cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por
uma parte diversificada, exigida pelas características
regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
da clientela".
Trata-se de um conjunto de matérias consideradas obrigatórias
para todos os estabelecimentos de ensino fundamental e para
todos os alunos dos mesmos.
São aqueles estudos necessários para dar ao educando uma
formação geral sólida e abrangente.
29. No parágrafo 1º do artigo 26, a lei estabelece que:
"os currículos (...) devem abranger, obrigatoriamente, o
estudo da língua portuguesa, o conhecimento do mundo
físico e natural e da realidade social e política,
especialmente do Brasil".
Sugere como base nacional comum as cinco matérias
tradicionalmente consideradas como necessárias e obrigatórias
para a formação geral do cidadão.
I - Língua Portuguesa, incluindo a literatura nacional;
II – Matemática
III - Ciências, destinadas ao estudo do mundo físico e
natural;
IV - História, especialmente do Brasil;
V - Geografia, também especialmente do Brasil.
Os conteúdos que constituem a Base Nacional comum
30. Cumpre ressaltar que as duas últimas se destinam, conforme a
lei, ao conhecimento da realidade social e política.
Tanto a História quanto a Geografia devem priorizar os aspectos
sociais e políticos da sociedade, especialmente da sociedade
brasileira.
A lei dedica um parágrafo especial (art. 26, § 4) ao ensino da
História do Brasil, que deverá "levar em conta as
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e européia".
O povo brasileiro resulta da combinação de três matrizes
principais: a indígena, a européia e a africana, que
precisam ter igual tratamento por parte da escola.
31. A base nacional comum vai além das cinco matérias citadas,
incluindo mais quatro:
VI - O ensino da Arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Claro que
todas as matérias, em maior ou menor grau, promovem o
desenvolvimento cultural dos alunos (art. 26, § 2º).
Mas não existe "a arte"; o que há são "artes", como a pintura, a
música, a escultura, o teatro, o cinema, etc.
E o ensino da "arte" não se dá em abstrato, e sim por meio de
uma determinada arte, e esta está na dependência direta das
aptidões dos alunos.
32. Não é para obrigar todos os alunos a estudar música ou cinema;
e, em música, não tem cabimento obrigar todos a estudar
flauta, por exemplo.
A lei dispõe que devem ser formadas turmas especiais,
independentemente da série em que se encontram os alunos,
cada uma delas dedicada ao estudo e à prática de uma
determinada arte (art. 24, IV).
VII - A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da
escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-
se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo
facultativa nos cursos noturnos (art. 26, § 3º).
Temos aqui quatro determinações especiais, que devem ser
levadas em conta pelo estabelecimento escolar:
33. 1º a Educação Física deve estar integrada à proposta
pedagógica da escola.
2º a Educação Física deve ajustar-se às faixas etárias dos
alunos, com exercícios próprios para cada idade;
3º a Educação Física deve ajustar-se às condições da
população escolar, incluindo, por exemplo, a possibilidade de
que cada grupo de alunos se dedique a exercícios diferentes,
de acordo com seus interesses e aptidões;
4º nos cursos noturnos a Educação Física é facultativa, o
que constitui um avanço, pois, na legislação anterior, para ser
dispensado da Educação Física o estudante precisava
apresentar atestado de trabalho.
34. VIII - Língua Estrangeira Moderna, incluída pela lei na
parte diversificada, mas obrigatória, a partir da quinto ano,
e cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro
das possibilidades da instituição (art. 26, § 5º).
Sendo obrigatória a partir do quinto ano, nada impede que o
estudo de Língua Estrangeira seja incluído nas séries
anteriores, mesmo porque tal estudo será tanto mais eficiente
quanto mais cedo começar.
IX - O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, constitui
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, sendo oferecido de acordo com as preferências
manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis,
35. Em caráter confessional, de acordo com a opção religiosa do
aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou
orientadores religiosos preparados e credenciados pelas
respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou interconfessional,
resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que
se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa
(art. 33).
Ser interconfessional, quer dizer que não se estuda uma
determinada religião, mas o fenômeno religioso ou a
religiosidade comum a todas as confissões religiosas.
Observação importante: Nos anos iniciais do ensino
fundamental, as matérias devem ser desenvolvidas
predominantemente sob a forma de atividades.
36. PARTE DIVERSIFICADA
A base nacional comum do currículo será complementada,
em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas características
regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela (art. 26).
É preciso considerar que, com oito matérias obrigatórias
nacionalmente, excluído o ensino religioso, facultativo para
os alunos, sobra pouco espaço para a parte diversificada do
currículo.
37. De acordo com o disposto na lei, pressupõe-se que o sistema de
ensino deva incluir no currículo matérias de interesse
regional, ficando para o estabelecimento escolar a
inclusão de conteúdos de interesse local.
Ainda em relação aos conteúdos curriculares da educação
básica, a lei (art. 27) estabelece as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos
direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à
ordem democrática“;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em
cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
desportivas não-formais.
38. É através da construção da proposta pedagógica da escola que
a Base Nacional Comum e a Parte Diversificada se integram.
A composição curricular deve buscar a articulação entre os
vários aspectos da vida cidadã: a saúde, a sexualidade, a
vida familiar e social, o meio ambiente, o trabalho, a
ciência e a tecnologia, a cultura, as linguagens com as
áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática,
Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira,
Educação Artística, Educação Física e Educação Religiosa.