Aposentados reclamam de aumento em planos de saúde e perda de renda
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CUSTO DE PLANO DE SAÚDE E PERDA DE
RENDA COMPROMETEM QUALIDADE DE VIDA
DOS APOSENTADOS
Queixas foram feitas em audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do
Senado Federal, na semana passada
O aumento no valor das mensalidades dos planos de saúde e o rebaixamento
da renda devido ao corte de 50% das gratificações recebidas no período da
ativa são causas do empobrecimento dos aposentados do serviço público
federal. As queixas foram feitas em audiência na Comissão de Assuntos
Sociais (CAS) do Senado Federal, na semana passada.
A audiência foi sugerida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), para debater a
qualidade de vida dos aposentados, e reuniu representantes de entidades do
setor.
A diretora da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em
Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Cleuza Faustino
do Nascimento, defendeu o retorno da paridade salarial entre aposentados e
servidores da ativa e pediu a extinção da política de valorização das
gratificações, em favor da melhoria do salário básico. Segundo ela, quando o
servidor se aposenta, só incorpora a seu pagamento 50% das gratificações
recebidas.
O assessor jurídico da Fenasps, Luis Fernando Silva, salientou que o modelo
remuneratório baseado nas gratificações vem sendo adotado ao extremo em
diversos órgãos. No Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), por
exemplo, 70% dos salários já seriam vinculados a gratificação de desempenho,
sendo apenas de 30% a remuneração básica. Nesse caso, a renda do servidor
cai 35% assim que se aposenta.
Com relação aos planos de Saúde, Luis Fernando disse que cerca de 500 mil
“vidas”, entre servidores contribuintes e dependentes, estão vinculados à Geap
- Fundação de Seguridade Social. Ele criticou a decisão da entidade de mudar
a forma de custeio de seus planos: no lugar do sistema de contribuição
solidária, em que as pessoas que menos usam financiam os que mais utilizam,
adotou regime com base na idade e faixa salarial. A revisão dos valores das
mensalidades teve início em 2012 e causou impacto negativo do sistema para
quem ocupa as faixas mais altas de idade.
O interventor da Geap – Previdência, Aubiérgio Barros de Souza Filho, que na
época respondia pela área de saúde da instituição, afirmou que a revisão do
modelo foi necessária por causa do desequilíbrio atuarial. Segundo ele, o
problema maior estava na área dos planos de saúde e os estudos indicaram a
necessidade de um reajuste de 17% naquele momento. Mesmo assim ele
explicou que foi adotado apenas 12%, para minimizar o sacrifício imposto aos
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associados e foram aplicados valores relativamente maiores para os mais
jovens.
Pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a secretária de Gestão
Pública, Ana Lúcia Amorim de Brito, afirmou que os servidores a caminho da
aposentadoria de fato exigem atenção e cuidados. A secretária reconheceu a
existência de “discrepâncias” na aplicação do sistema e revelou que já há
iniciativa para correção gradativa das distorções.
O senador Paim disse ao final que o debate cumpriu o objetivo de mostrar a
realidade enfrentada pelos aposentados. Depois, apelou para que a Geap e o
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão levem em conta as
dificuldades e reivindicações dos servidores. (Fonte: Agência Senado)