1. Os idosos e a educação a distância<br />Portado em Artigos, Publicações por admin – Be the first to comment Confira na íntegra e excelente reportagem da edição nº 9, da Revista Dirigida.<br />Apesar de terem um perfil ideal de adaptação à educação a distância, idosos ainda estão esquecidos quando do planejamento de oferta de cursos na modalidade<br />Ainda não existem estudos que indiquem quais são as hipóteses corretas. Mas alguns já dão conta que o uso da internet pode ajudar a superar depressão, desamparo e solidão, todos de incidência relativamente comum a idosos. O que é interessante é que a população idosa, na sociedade brasileira, não tem sido prestigiada como público, quando se trata de educação a distância.<br />Masako Masuda, atual presidente da Fundação Cecierj (Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro), que abrange o Consórcio Cederj (Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro), dá como exemplo de mudança de perfil a própria história. Professora desde 1970, Masako teve seu primeiro contato com a educação a distância em 2002, “já sexagenária”, como fez questão de frisar, e atua na área desde 2002.<br />Apesar de não conhecer qualquer levantamento específico sobre faixas etárias na EAD, a professora Masako confirmou a suspeita de que a modalidade costuma, sim, atrair um público mais velho. “Geralmente, nossos alunos (do Cederj) estão acima dos 30 anos de idade e já atuam no mercado de trabalho, embora em alguns casos seja a primeira graduação.”<br />Pela sua experiência na área, Masako Masuda acredita que a EAD pode e deve ser mais explorada e direcionada a pessoas de idade mais avançada. Na sua opinião, pessoas mais maduras, já aposentadas ou próximas da terceira idade, têm o perfil ideal para se adaptar com maior facilidade à modalidade de ensino, a despeito da prática e habilidade de lidar com as novas tecnologias. “É mais fácil aprender a lidar com o computador do que adquirir disciplina e disposição, fatores fundamentais para ingressar com tranquilidade em qualquer curso de EAD”, disse a presidente da Fundação Cecierj/Consórcio Cederj.<br />O idoso não deve ser excluído do EAD<br />Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, considera-se idoso quem completa 60 anos. Nos países desenvolvidos, a idade sobe para 65 anos.<br />Como cresceu a expectativa de vida dos indivíduos, consequentemente, aumentou também seu período produtivo, esteja ele inserido no mercado formal ou não. Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo. Tais alterações são naturais e gradativas — a alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a exposição moderada ao sol, o controle do estresse, o apoio psicológico, atitudes positivas perante a vida e a estimulação mental, são alguns fatores que podem retardar os efeitos da passagem do tempo.<br />Nesse último quesito, a EAD poderia ter um papel fundamental a cumprir. Em sua tese de mestrado, o professor José Carlos Belo Rodrigues Jr., que atua no Núcleo de Tecnologias da Educação da Universidade Estadual do Maranhão, abordou essa questão: “Idosos com dificuldades de locomoção adquirem nova mobilidade graças à teleparticipação, uma vez que podem acompanhar de forma virtual reuniões, aulas e fóruns de discussão”.<br />2-Opção pelo EAD no Brasil derruba distâncias <br />Por Débora Thome, da Revista Dirigida (maio/2010)<br />Presidente da Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância aponta os fatores que explicam o avanço da modalidade no país<br />A EAD, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), foi utilizada por 2,6 milhões de brasileiros em 2008. Em diversos países desenvolvidos, como no Canadá, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Espanha, a modalidade faz um enorme sucesso. Seria estranho que no Brasil fosse diferente. A explicação, segundo Carlos Alberto Chiarelli, presidente da Aced (Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância), é simples. “Se em países com territórios mínimos a EAD é a grande aposta, imaginem em nosso país, que possui uma dimensão enorme, o que dificulta o acesso às aulas presenciais àqueles que vivem em cidades mais distantes”, disse.<br />É preciso entender ainda, na opinião do ex-ministro da Educação, que nenhuma modalidade é melhor ou pior: elas são apenas diferentes e têm um único propósito, que é levar a educação a todos. “E o Ensino a Distância tem alcançado este fim. Acredito que a qualidade dos materiais e dos professores contratados para a EAD supera qualquer dúvida a respeito desse método”, disse Chiarelli. Para o educador, quanto mais acesso ao ensino, mais cidadãos se tornarão conscientes e ativos na sociedade. “O momento, a partir de agora, é de união e não de dúvidas. A educação a distância é válida e primordial para o país e é também, com certeza, uma grande aposta atual e, seguramente, para o futuro”, disse Chiarelli, que ainda defendeu a modalidade, resumidamente, em três pontos- chave.Por que EAD?<br />“Pela facilidade e excelência de seu método. Atualmente, o Brasil possui apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos cursando o ensino superior. É um índice pequeno se compararmos com o Chile e a Argentina, onde cerca de 40% dos jovens nessa faixa etária ingressam na universidade. Isso sem mencionar a evasão escolar, a falta de estímulo para o professor, as condições precárias das salas de aula e o difícil acesso à educação. O Brasil já beira os três milhões de matriculados em cursos a distância. Isto significa que a EAD é um forte instrumento de democratização. Estes são os maiores diferenciais do método: poder estudar na hora que for mais conveniente, por um valor acessível, tendo todo o apoio da instituição escolhida, com materiais de altíssima qualidade.”<br />Verdade“Diferentemente do que muitas pessoas pensam, realizar um curso a distância não é fácil e exige maior interesse e disciplina por parte do aluno. Apesar de oferecer maior flexibilidade do que um curso presencial, a EAD exige maior esforço estudante, por ter que ser ele o próprio regente do estudo. A flexibilidade oferecida é ideal para pessoas que têm que trabalhar, não possuem tempo de assistir às aulas tradicionais e têm motivação para progredir profissionalmente. Além disso, a EAD é capaz de levar aos lugares mais remotos o acesso à educação, bem como produz materiais consistentes para a formação dos alunos. Polos com tutores preparados para receber os estudantes, professores online e acesso irrestrito para a retirada de dúvidas são apenas algumas das ferramentas utilizadas. Há muita interação com o aluno, mas não na forma tradicional somente.”Mito“O maior mito é a questão da validade do diploma. Os cursos a distância, desde que reconhecidos e autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), têm plena validade para todos os fins legais. Ou seja, desde que o aluno escolha uma instituição autorizada, o diploma deve gerar os mesmos efeitos de um curso realizado em uma instituição qualquer pelos métodos tradicionais, isto é, presenciais, sem nenhuma vedação.”<br />Segundo especialistas, Modelo a distância é pouco explorado<br />Portado em Debates por admin – 1 Comment<br />O número de pessoas com deficiência no ensino superior a distância também cresceu. Somente entre 2007 e 2008, o aumento nas graduações foi de 340%. Hoje, 603 portadores de necessidades especiais estão cursando a faculdade nessa modalidade de ensino. Eles representam 0,08% das matrículas em ensino a distância (EAD) no Brasil.<br />Apesar do crescimento, especialistas afirmam que os números ainda são ínfimos para o potencial desse tipo de educação. Para o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Litto, o País ainda caminha lentamente. “Mas o aluno deve ter autonomia, afinco e dedicação aos estudos”, ressalta.<br />A escassa divulgação da EAD entre os portadores de necessidades especiais, segundo os especialistas, também é outro entrave para o desenvolvimento da modalidade. Para o secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Eduardo Bielschowsky, não falta divulgação, mas sim informações sobre o tema. Ele diz que a possibilidade de cursar EAD não significa que a pessoa com deficiência não possa frequentar um curso presencial.<br />Para o coordenador do Laboratório de EAD da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernando Spanhol, a tecnologia a distância rompe as barreiras físicas. “Os recursos existem e as instituições devem se preparar, desenvolvendo dispositivos específicos para cada deficiência.”<br />O ensino a distância já é visto por alguns educadores como a solução para qualificar pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. “As empresas querem cumprir a cota, mas não encontram profissionais para contratar”, afirma o ex-ministro da Educação Carlos Alberto Chiarelli, que preside a Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância (Aced). Dados do Ministério do Trabalho indicam que existem hoje 323,2 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal – o que significa 1% do total de empregos.<br />Para Tiago Ortega, de 20 anos, que enxerga apenas com o olho esquerdo, o ensino a distância pode ser uma oportunidade de cursar a graduação. Ele havia interrompido o ensino médio para trabalhar e, agora, cursa uma espécie de supletivo a distância em Curitiba para finalizar os estudos. Para estudar em casa, Tiago usa o computador e um MP4. “Com isso, eu passei a sonhar a fazer uma faculdade de Administração ou de Teologia”, conta.<br />