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Ananda Helena Nunes Cunha 
Lúcia Helena Oliveira Nunes 
Fernanda Pereira Gomes 
TEMAS E DISCUSSÕES PARA INTRODUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS 
VOLUME 3 - A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA NATUREZA 
Anápolis – GO 
2014
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Educação Ambiental – a importância da água na natureza 
Apresentação: 
O projeto de Educação Ambiental conta com 4 volumes, sendo este o volume 3. A presente proposta tem como tema identificar e discutir a importância da água e de compreender e preservar o meio ambiente; apresentar as considerações gerais sobre a água, abordar conceitos, relatos teóricos e metodologias sobre como trabalhar a ferramenta água na educação ambiental. O volume 1 apresenta considerações teóricas e metodológicas sobre educação ambiental, para aprendizagem significativa; o volume 2 traz aspectos relevantes à conservação da natureza, em todas as suas frentes como a vegetação, água e animais. 
O homem deverá interagir de forma complementar com o ambiente buscando a importância devida de sua participação do mesmo que compõe. Sendo assim, a educação ambiental procura contribuir para a conscientização ecológica e para a formação de cidadãos com mente aberta, visão ampla e crítica.
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Sumário 
1. Origem da água na Terra............................................................................................................4 
2. A água no Brasil.............................................................................................................................6 
3. A água em Goiás...........................................................................................................................11 
4. A água em Anápolis.....................................................................................................................14 
5. Meio ambiente: água e o homem..............................................................................................17 
6. Conceituação de poluição..........................................................................................................18 
6.1. Poluição hídrica.....................................................................................................................19 
7. Formas de utilização da água..................................................................................................19 
7.1. De onde vem e para onde vai a água que usamos..........................................................22 
8. Efeitos da degradação de recursos hídricos sobre a saúde humana.............................23 
8.1. Quando a saúde fica doente..............................................................................................24 
8.2. Prevenir é o melhor remédio.............................................................................................25 
8.2.1. Dicas de medidas preventivas.........................................................................................25 
8.2.2. Dengue..................................................................................................................................26 
8.3. Fatores ambientais associados às Helmintoses intestinais......................................27 
9. Para refletir...............................................................................................................................29 
10. Considerações finais.................................................................................................................29 
11. Referências.................................................................................................................................29
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1. A origem da água na Terra 
A origem e evolução da água (oceanos) estão ligadas à origem da atmosfera, que são os dois fluídos da biosfera. Eles evoluíram na escala do tempo geológico e o aparecimento das formas de vida está ligado à composição da atmosfera. A atmosfera da Terra primitiva de 4,6 bilhões de anos foi perdida. A atmosfera atual é secundária e seus constituintes são oriundos do interior da Terra. 
Há três bilhões de anos, os registros geológicos mostram a água de forma líquida. E a 1,5 bilhões de anos o oxigênio livre. Entre cem e duzentos milhões de anos a concentração de oxigênio na atmosfera resulta do balanço entre produção e consumo. As bacias oceânicas atuais surgiram cerca de 250 milhões de anos atrás. 
O ciclo hidrológico é o processo pelo qual a água é transportada entre o oceano, os continentes e a atmosfera (Figura 1). A quantidade de água nos vários reservatórios da Terra, não é totalmente conhecida. É conhecido que os oceanos perfazem 97% da água da Terra e a atmosfera perfaz 0,001%.
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FIGURA 1 – Ciclo da água. Fonte: FARIA, 2014. 
Os rios desempenharam função elementar no surgimento das primeiras civilizações: eram utilizados para transporte de pessoas (Figura 2) e mercadorias, apresentando papel importante na história do homem. Abasteceu civilizações com peixes e água potável e, posteriormente, o desenvolvimento da agricultura. 
FIGURA 2 – Transporte de pessoas (Fonte: BRASIL, 2007). 
Em regiões áridas como Mesopotâmia e Egito Antigo, com poucas condições de sobrevivência, as águas dos rios foram fundamentais para o desenvolvimento territorial. As necessidades humanas e o crescimento da população com o tempo passaram a exigir quantidades cada vez maiores de água e facilidade de acesso às fontes existentes, como eram procuradas novas fontes de suprimento. 
Na América, foram construídos numerosos sistemas de canalização de águas para irrigação, principalmente nas terras áridas da costa do Peru pelos incas e as civilizações mais antigas. Durante a Idade Média, a situação se agravou com o início do desenvolvimento industrial (século VIII), e as áreas industriais cresciam rapidamente e os serviços de saneamento básico não acompanhavam essa expansão. Essa época foi marcada por epidemias como cólera e febre tifóide, transmitidas pela água contaminada.
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Uma grande reforma sanitária foi realizada pela Inglaterra, de acordo com Silva (2013), seguida de outros países europeus, onde foram instaladas descargas líquidas para transporte dos detritos para canalizações pluviais. 
2. A água no Brasil 
No Brasil, período do descobrimento, cerca de 3,5 milhões de índios aqui viviam. Dividiam-se em quatro grupos linguístico-culturais: Tupi, Jê, Aruaque e Caraíba. Os Tupis se instalaram no litoral (Figura 3) dominavam as outras tribos que foram para o interior. Formavam comunidades primitivas, onde todos trabalhavam sem forma de dominação. Utilizavam da caça e pesca para subsistência. Começou-se a atividade agrícola apenas em locais férteis, próximos a água. 
FIGURA 3 – Índios Tupis instalados no litoral do Brasil (Fonte: BRASIL, 2007). 
Devido à colonização os povoadores europeus (Figura 4) sentiam a necessidade de aprender termos locais e havia medo de se perderem na terminologia, mas aprenderam a compreender e traduzir as águas brasílicas como os termos igarapés, igapós, paranás, ipueras e tantas outras designações hídricas do tupi. A carta de Pero
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Vaz Caminha relata a água em abundância na terra descoberta (BRASIL, 2007). A água tem importância vital para os povos indígenas, considerada um ser vivo que deve ser respeitado. Relacionam seres da água e humanos, que causa harmonia e desarmonia. É considerada um elemento que estimula o crescimento físico e o amadurecimento psicossocial. Diferenciam água viva, a do rio e água morta dos lagos e lagoas. 
FIGURA 4 – Caravelas portuguesas (Fonte: BRASIL, 2007). 
No século XVI, D. João III dá instruções para que Tomé de Souza fundasse a cidade de Salvador da Baía, que devia ser planejada, estruturada e organizada. No século XVII, cidades com traçados regulares como Belém do Pará, São Luís do Maranhão. Espanha e Portugal influenciam a engenharia militar entre 1580 a 1640. Não houve nenhuma orientação para qualquer saneamento básico, que não existia em Lisboa e em nenhuma cidade européia. 
Em Olinda (sede da capitania hereditária) nas primeiras décadas a população da vila que foi instalada próximo ao rio Beberibe, sofre dificuldades para obter água para o consumo, pois a água era salinizada. O crescimento populacional e a poluição do rio dificultam a situação da água. A capitania, por ser hereditária, não contava com investimentos públicos, o donatário devia arcar com os serviços públicos. Não havia comércio local e dois terços da população eram de escravos. As ações governamentais
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e serviços públicos, como abastecimento de água, eram decretos, para permitir o acesso público, proteger nascentes e mananciais e garantir a limpeza das fontes. 
Na divisão das capitanias hereditárias, a abundância dos mananciais de água era considerada necessária e importante. Na formação dos povoados e cidades, aumentava a demanda por água e também a poluição dos rios, onde se lavavam roupas, utensílios e usado por animais. Os escravos levavam os dejetos humanos para as praias e rios e nas mesmas vasilhas traziam água para as residências. A agricultura desenvolvida no Brasil, cana-de-açúcar, mandioca, café estão diretamente ligadas às regiões hidrográficas. 
Na época não havia conhecimento tecnológico para solução de problemas das cidades, como saneamento. No final do século XVI e início do século XVII a economia açucareira vivia o apogeu em Olinda. Mas a questão da água continuava sendo um problema para a população. Os abastados, padres e militares possuíam mananciais, tanques e cisternas. Aqueles que não tinham esses recursos e nem dinheiro para compor água na porta, se abasteciam em cacimbas e bicas públicas. Com o crescimento populacional da vila, tentara algumas soluções como captar água pluvial, do rio Beberibe (1602-1603), a obra não deu certo. Outra tentativa no rio Paratibe, através de arqueduto, a água escoou pelo sumidouro, já poluída. Nova tentativa frustrada no rio Beberibe. A cidade de Recife já tinha drenagens e ramificações de canais. O rio Beberibe abastecia a cidade, a água era buscada por escravos. 
O Estado inicia a política de gestão em Olinda (século XVI) com a regulamentação da água e controle dos mananciais. Com os aspectos normativos e fiscalizadores da forma que parte com o açúcar seria aplicados em desenvolvimento urbano da vida, e recursos hídricos seguiam intocados (BRASIL, 2007). 
No século XIX, até a metade, o rio era a principal via de locomoção e a via que transportava água, que era comercializada com os consumidores. Era uma água suja e contaminada. Em 1837 a Câmara de Olinda determina normas para o transporte da água, onde os barris deviam ser limpos e controlados com valor de taxa a ser paga. Só
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no século XX, com o desenvolvimento da tecnologia, é que o abastecimento de água teve desenvolvimento, mas os problemas existem, devido à degradação ambiental, o desmatamento das nascentes, a deposição de poluentes e soluções usadas para a captação de água. 
Na cidade do Rio de Janeiro (Figura 5), desde o início da ocupação, inicia também a história do abastecimento de água como fonte de água o rio Carioca (Figura 6). Em 1565 foi aberto um poço para abastecer os que chegavam de Portugal. Em 1607 os padres franciscanos instalaram no Morro de Santo Antônio até a beira da Lagoa de Santo Antônio. A lei estabelecera um curtume, para lavar couros nas águas locais. O mau cheiro incomodou os padres e houve necessidade de esgotamento da Lagoa, que foi considerada a primeira obra de saneamento da cidade. 
FIGURA 5 – Policiais no Rio de Janeiro (Fonte: BRASIL, 2007). 
FIGURA 6 – Fonte de água (Fonte: BRASIL, 2007).
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Em 1617 já morava na cidade do Rio de Janeiro 4.000 pessoas e criou-se uma taxa para quem bebesse vinho, que seria aplicado na ampliação dos sistemas de água. Em 1723 foi construído o arqueduto Carioca para captação de água no alto de Santa Tereza, chegando aos Arcos da Lapa. 
Foi construído um chafariz para abastecimento de água, devido à construção defeituosa e imperfeita, havia falta de água na cidade, havia brigas na fila de água. O local era distante e perigoso e os senhores que não tinham escravos para buscar a água passaram a comercializar a água, que era exercido por escravos e índios. 
No século XVII construíram cisternas para recolher água da chuva como no convento de Santo Antônio. Com o aumento da população da cidade começaram a utilizar a água dos mananciais da Tijuca. 
O fato da existência de mananciais não assegura que a água estará acessível em quantidade e qualidade compatível com a demanda. Nos primeiros tempos da colonização eram núcleos pequenos, casas, igreja, sede da câmara municipal e cadeia. Em alguns locais se encontrava o forte, o colégio dos jesuítas e a Santa Casa de misericórdia. As primeiras cidades que surgiram foram: São Vicente, Olinda, Igaraçu, Salvador, Rio de Janeiro, Filipéia de Nossa Senhora das Neves. Sendo assim, os esgotos eram lançados nos fundos dos quintais, fossas eram raras e condenadas pelo poder público, pois contaminavam os mananciais. Os dejetos das casas eram lançados, por escravos, nas praias, nos rios ou em qualquer lugar afastado. A água era trazida nos mesmos potes que carregavam os dejetos (BRASIL, 2007). 
A sociedade da vila detinha o controle e abastecimento de água, que explica que o acesso à sua utilização tem relação direta com o poder e a soma que estes diversos seguimentos sociais são detentores. Os poderosos cobravam taxas injustas dos escravos, homens livres e pobres, sendo indevidas face à quantidade e qualidade de água adquirida (BRASIL, 2007).
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Em se tratando de redes de coleta para escoamento das águas das chuvas o Brasil foi um dos primeiros países a implantar o sistema, porém só foi instalado no Rio de Janeiro atendendo apenas a aristocracia. O desenvolvimento da tecnologia e das ciências atuais propiciou observar que fontes contaminadas tornariam limpas após o tratamento. O lixo e o esgoto, após tratamento através de métodos diversificados, permite que ambos não afetem a saúde e o meio ambiente (SILVA, 2013). O uso dos recursos hídricos no Brasil começa a preocupar uma vez que detemos 16% da água doce no planeta, e estão distribuídos de modo irregular, ou seja, desse total 68% estão no Norte, onde têm menos pessoas, 3% estão no Nordeste e 6% no Sudeste onde a população é maior. 
Decorridos vários séculos, a água continua sendo essencial, mas é finito, ou seja, terá um fim. Somente 2,5% de toda água presente no mundo é potável e 97% é de água salgada. Desse percentual de água doce (3%), apenas 0,3% representa águas de rios e lagos, o restante (2,2%) de água potável se encontra em lençóis freáticos e geleiras, sendo que apenas um pequena parte da água está disponível para o consumo humano (CARVALHO, 2013). 
3. A água em Goiás 
No Século XVII bandeirantes paulistas chegavam a território goiano, que descobriram e apropriaram das minas de ouro dos índios goiases. A nação Goiá foi extinta e Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) funda o Arraial de Sant’Ana (1726), passa a vila administrativa Vila Boa (1736), pertencendo a capitania de Goiás (1748) teve como 1º governador Marcos Noronha. Foram construídos vários prédios e a Casa de Fundição (1750). Fins do Século XVIII, marco do esgotamento do ouro, reduz a população da vila e reorienta atividades econômicas para a agropecuária (BRASIL, 2007).
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Segundo o mesmo autor, no início de Século XX, iniciam as manifestações culturais e artísticas e o ritual da Procissão do Fogaréu, na Semana Santa. Torna a cidade de Goiás, em 1818 por meio da Carta Régia de D. João VI, mas a publicação oficial para cidade foi fundada nos anos de 1932, o interventor foi Pedro Ludovico Teixeira, muda a capital para Goiânia, que foi construída à margem dos rios. 
Goiás possui área de 340.000 Km2 e população estimada seis milhões de habitantes. Goiás é possuidor de latifúndios que servem para plantio da soja e milho, tomate e pecuária (GOIÁS, 2013). As principais cidades são Goiânia, Anápolis, Caldas Novas, Goiás Velho, Pirenópolis e Formosa. 
Em 1988, o Estado de Goiás foi dividido e a parte norte se tornou Tocantins e a parte do sul continuou Goiás. Nele nascem os rios de três importantes bacias hidrográficas do País (Figura 7): Bacia Amazônica: rios Araguaia (Figura 8) e Tocantins; Bacia do São Francisco: rios Preto e Urucuia; Bacia do Paraná: rio Paranaíba (SEPIN, 2004). O aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do mundo e está localizado nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocupa uma área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 70% estão no Brasil (SILVA, 2013).
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FIGURA 7 – Bacias hidrográficas, principais rios e lagos (SEPIN, 2004). 
FIGURA 8 – Rio Araguaia (SEPIN, 2004).
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Conforme Sepin (2004), no rio Paranaíba, foram represados e formados lagos para a construção de hidrelétricas: Lago Azul: área de 444 Km2 e profundidade de 180 m, represa da Emborcação no município de Três Ranchos; Lago das Brisas: área de 778 Km2, 150 m profundidade e 50 m de largura, represa de Itumbiara, no encontro dos rios Corumbá e Paranaíba, no município de Buriti Alegre; Lago de Cachoeira Dourada: com 65 Km2 de barragem de Cachoeira Dourada no município de Cachoeira Dourada; Lago de São Simão: área de 722 Km2 nos municípios de São Simão e Paranaiguara é o 5º maior do Brasil, e o 1º volume de água 54 milhões m3, usina Hidrelétrica de Serra da Mesa (Figura 9); Lago Cana Brava: lago com 139 Km2 no município de Minaçu e Cavalcante no rio Tocantins; Lago do Corumbá: 65 Km2, represa do rio Corumbá municípios de Caldas Novas, Ipameri, Corumbaíba. 
FIGURA 9 – Lago de Serra da Mesa (SEPIN, 2004). 
4. A água em Anápolis, Goiás 
Em 1819, o francês Auguste de Saint-Hilaire, viajando, hospeda-se na região da Fazenda das Antas. Em 1824 o desbravador marechal Raimundo da Cunha Matos citou a propriedade na região do rio das Antas. Na região havia residências de vários
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fazendeiros, à beira do Córrego Góes, Ribeirão das Antas, Córrego dos Nunes, Córrego Capuava, Córrego dos Cesáreos, Córrego Água Fria, Córrego João de Aí (ANÁPOLIS, 2013). 
O local se tornou ponto de encontro para viajantes e tropeiros. Em 1859, conta a tradição, em viajem de Jaraguá, Dona Ana das Dores perde um dos animais de carga que conduzia a imagem de Sant’Ana, quando encontrado o animal não conseguia se erguer ela interpretou o fato como se a santa ali quisesse permanecer. Assim, foi construída a primeira capela e a imagem de Sant’Ana foi doada (ANÁPOLIS, 2013). 
Em 1870, o filho de Dona Ana das Dores Gomes de Souza Ramos, o 1º líder do povoado, consegue dos moradores, a doação de uma gleba de terra para o patrimônio de Sant’Ana. Em 1873, vem a dominação do local como Capela de Sant’Ana das Antas. Em 1882, designado pelo governador provincial chega o professor José da Silva Batista (Zeca Batista). 
A Lei nº 811 de 15 de novembro de 1887, o povoado de Sant’Ana das Antas se torna emancipado de Meia Ponte, e em 1889 Zeca Batista torna seu líder com a morte de Gomes de Souza. 
Devido a dificuldades pirenopolinas, o advento da Lei Áurea (1888), a Proclamação da República (1889), em 10 de março de 1892, José da Silva Batista foi nomeado presidente da Junta Administrativa da Vila de Santana das Antas. Em 1893 o povo antense escolheu o 1º intendente Lopo de Souza Ramos (ANÁPOLIS, 2013). 
Com o Decreto Lei 320 de 31 de julho de 1907, assinado pelo presidente do Estado de Goiás, Miguel da Rocha Lima, a vila de Santana das Antas foi elevada a categoria de cidade, Anápolis, cidade de Ana. Em 9 de janeiro de 1924 foi inaugurada a luz elétrica na cidade, a primeira do Estado de Goiás com o benefício. Em 1926 instalado o telégrafo e fundado o Hospital Evangélico Goiano, a mais moderna instituição de saúde do Centro-oeste brasileiro. Em 1935 chegou a ferrovia, em 1943 surgiu o primeiro bairro Jundiaí, lançado por Jonas Duarte. Em 1972 inicia a construção da Base Aérea de Anápolis, com o Mirage. Hoje é a 1ª Ala de Defesa Aérea
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e conta com o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Em 1976 é inaugurado o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), instalado entre a BR 060/153 e GO 330, interligado ao Porto de Santos por ramal Ferrovia Centro Atlântica e marco zero da Ferrovia Norte Sul. Maior polo farmacêutico de Genéricos da América Latina. 
A história e formação de Anápolis se fundem com a história do rio das Antas e demais córregos da região. Em 1947 as águas do rio das Antas foram captadas para o abastecimento da cidade de Anápolis, até o ano de 1976, e depois passa para o córrego Piancó. Antes disso, a população era abastecida por cisternas. 
A degradação das águas do rio das Antas se deu devido a geografia da sua bacia, ligações de águas pluviais, uso de fossas negras pela população, processos erosivos e ausência de matas ciliares. O município de Anápolis, desde a sua fundação até os anos 1980, não teve nenhum planejamento ou plano de ocupação, para preservação de recursos naturais como córregos, nascentes e matas. 
O primeiro Plano Diretor Físico de Anápolis, a lei municipal nº160/1969, que norteava a política urbana do município, não constituía recurso efetivo, com loteamentos aleatórios, sem infraestrutura básica. O segundo Plano Diretor Físico de Anápolis data de 1986, compõe a organização territorial e diretrizes do uso e ocupação do solo com infraestrutura, considerando recursos naturais. O terceiro Plano Diretor Físico de Anápolis, lei nº2077/1992 em vigor até 2005 avançou no zoneamento, na implantação da infraestrutura para o solo, preservação das áreas verdes, dos córregos e restrição do perímetro urbano (CORRÊA, 2005). 
A lei complementar nº128/2006, dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Anápolis, o qual garantiu o direito a cidades sustentáveis, a gestão democrática por meio da participação popular, a proteção, preservação e a recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico. Já a lei complementar nº268/2011, considerou- se condomínio urbanístico de chácaras de recreio a divisão de glebas em unidades autônomas destinadas à edificação, às quais correspondem frações ideais das áreas de
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uso comum dos condôminos, sendo admitida a abertura de vias de domínio privado e vedada a de logradouros públicos internamente ao perímetro do condomínio. 
Anápolis é um município com cerca de 342 mil habitantes e área de 918 Km2 (IBGE, 2012). Cortada pelas BR 153, GO 060 e GO 330. Na cidade se encontra a sede da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). É a principal cidade industrial de Goiás e o centro logístico do Brasil. Surge então, a importância de aplicar a educação ambientais pautado na ferramenta recursos hídricos dentro da cidade de Anápolis. 
5. Meio ambiente: água e o homem 
Segundo o Consumo sustentável (2011), o crescimento da demanda mundial por água de boa qualidade é previsto nos meios técnicos e científicos internacionais, mas este crescimento tende a tornar uma das maiores pressões antrópicas sobre os recursos naturais do planeta no próximo século. 
Como visto na Figura 10, as fontes hídricas são mal distribuídas entre as diferentes atividades e também entre Países desenvolvidos e Países em desenvolvimento. 
FIGURA 10 – Consumo de água no mundo, em Países desenvolvidos e em desenvolvimento.
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Água doce de fácil acesso, dos rios, lagos e represas, representam pouco no total de água doce disponível. Mas a água doce também não significa água potável (MORAES & JORDÃO, 2002). 
Segundo Moraes e Jordão (2002): 
 Em todas as partes povoadas da Terra, a qualidade da água doce natural está sendo perturbada, mas é nos países tropicais que esses problemas são rapidamente agravados,onde os custos do tratamento de água poluídas tem compartilhado fundos com outras atividade mais urgentes. 
 Estima-se que no inicio deste século, mais da metade da população mundial viverá em zonas urbanas. 
 Até 2025, a população mundial chegará a 10 bilhões de pessoas. 
 Crescimento rápido da população urbana e da industrialização está submetendo a graves pressões os recursos hídricos e a capacidade de proteção ambiental de muitas cidades. 
Importante fator que contribui para perda da qualidade das águas: desmatamento (retirada da vegetação sem devida proteção das nascentes, principalmente áreas urbanas). Em 90% dos casos de desmatamento, ocorre erosão. 
6. Conceituação de poluição 
Define-se por poluição das águas como sendo a alteração das características físicas, químicas ou biológicas da água que prejudiquem um ou mais de seus usos preestabelecidos. Chamam-se usos preestabelecidos porque toda a água disponível, para ser utilizada associada a usos atuais ou futuros, que deverão ser compatíveis com sua qualidade, também atual ou futura (BASSOI e GUAZELLI, 2004). 
De acordo com Bassoi e Guazelli (2004) as principais fontes de poluição são: 
* poluição natural
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* poluição devida aos esgotos domésticos 
* poluição devida aos efluentes industriais 
* poluição devida à drenagem de áreas agrícolas e urbanas 
+ Esgotos e excrementos humanos são causas importantes de deterioração da qualidade da água em países em desenvolvimento 
+ Tais efluentes contém misturas tóxicas, como pesticidas, metais pesados, produtos industriais e uma variedade de outras substâncias 
+ Certos metais pesados causam forte impacto na estabilidade de ecossistemas, sendo capazes de provocar efeitos tóxicos agudos e câncer em mamíferos devido a danos que causam no DNA. 
+ O impacto dos efluentes genotóxicos no ambiente e o significado para saúde humana são difíceis de predizer, pois eles são misturas complexas de substâncias químicas. 
6.1. Poluição hídrica 
Existem muitas toxinas presentes na água potável, cujos efeitos no organismo humano são cumulativos. A mortandade de peixes pode ser efeito de substâncias tóxicas na água ou condições de anóxia (falta de oxigênio). 
O Brasil tem 8% de toda essa reserva de água, sendo que 68% da água doce do país encontra-se na região norte, ficando restante 32% circunscritos ao abastecimento das áreas no território brasileiro onde se concentram 95% da população. A região que mais sofre com a falta de água no país é, sem dúvida, a região nordeste. 
7. Formas de utilização da água (A importância da água para a vida, 2014) 
A utilização da água pelo homem depende da captação, tratamento e distribuição e também, quando necessário, da depuração da água utilizada.
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As formas de utilização da água são: 
a) Doméstico (Figura 11): 
como bebida; 
fins culinários; 
higiene pessoal; 
lavagens diversas na habitação; 
lavagem de carros; 
irrigação de jardins e pequenas hortas particulares; animais domésticos, etc. 
FIGURA 11 – Uso doméstico da água (VIEIRA, 2006). 
b) Público: 
escolas, hospitais e demais prédios ou estabelecimentos; 
irrigação de parques e jardins públicos; 
lavagem de ruas e demais logradouros públicos 
fontes ornamentais e chafarizes; 
combate a incêndios; 
indústrias onde a água é usada para fabricação de vapor (caldeiraria), etc. 
navegação.
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c) Industrial: 
indústria onde a água é utilizada como matéria prima (indústrias alimentícias e farmacêuticas, gelo, etc); 
indústrias onde a água é utilizada para refrigeração (por exemplo, metalúrgica); 
indústria onde a água é usada para lavagem (matadouros, papel, tecido, etc); 
d) Comercial: escritórios, armazéns, oficinas, etc; restaurantes, lanchonetes, bares, sorveterias; aqüicultura 
e) Recreacional: piscinas; higiene pessoal; lagos, rios, etc (Figura 12). 
FIGURA 12– Uso recreacional da água (VIEIRA, 2006). 
f) Agrícola e pecuário: irrigação; lavagem de instalações maquinário e utensílios; bebidas de animais, etc. 
g) Energia elétrica: uso em derivação das águas do seu curso natural, gerando energia. 
h) Transferência de bacias: sistema de inter-relações de uso e descarte da água
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entre municípios. 
O Setor Agrícola é claramente o responsável pelo maior consumo de água, porém em todos os outros setores o que é perceptível a olho nu é o DESPERDÍCIO que existe em demasia. 
7.1. De onde vem e para onde vai a água que usamos? 
A água que chega até nós ou que é utilizada de alguma forma, também retorna para a natureza. Captada por um córrego, rio, lago ou reservatório é levada até uma ETA – Estação de Tratamento de Água (Figura 13) para se tornar potável, fica armazenada em reservatórios, de onde será distribuída por meio das redes adutoras para as nossas torneiras. A maior parte da população urbana é abastecida por este processo. No meio rural, muitas comunidades têm que se virar para a obtenção da água, individual ou coletivamente. 
FIGURA 13 – ETA (VIEIRA, 2006). 
Toda a água utilizada em casa transforma-se em esgoto ou efluente, devendo ser direcionada por meio de uma rede oficial coletora para uma ETE – Estação de
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Tratamento de Esgoto (Figura 14). Na estação, o esgoto tratado se transforma em água, sendo devolvida aos rios em condições de não prejudicá-los, incluindo peixes e outros organismos aquáticos. Nem sempre o acesso à água tratada, à coleta e ao tratamento de esgotos é realidade para todos. 
FIGURA 14 – ETE (VIEIRA, 2006). 
O adensamento urbano associado ao precário saneamento básico compõem um quadro de difícil equacionamento, em que crescem demandas por água para abastecimento público e eleva-se a geração de esgotos não-coletados e não-tratados, que ocasionalmente atingem os mananciais de abastecimento, requerendo maiores cuidados no tratamento da água para sua distribuição à população, agregando maiores ônus, sobretudo em termos de riscos à saúde pública. A cidade de São Paulo exemplifica muito bem essa situação, acarretando, inevitavelmente, o uso de águas residuárias (CUTOLO & ROCHA, 2002), inclusive para abastecimento público. 
8. Efeitos da degradação de recursos hídricos sobre a saúde humana 
as, será enfrentada por todos, mas serão as populações mais pobres as mais sujeitas a contaminações diretas, pois
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continuarão a usar os córregos e rios, muitas vezes poluídos, para higiene e abastecimento de água. o, pelo menos dois bilhões de pessoas, em 48 países, sofrerão com a falta de água. 
8.1. Quando a saúde fica doente 
A OMS – Organização Mundial da Saúde – considera a saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência da doença. A água tem um importante papel nos três estados da saúde citados pela OMS, sendo fator de inclusão ou exclusão social. Populações sem acesso a água tratada e saneamento ambiental são expostas a doenças, ambientes sem estética e má qualidade de vida (Figura 15). 
FIGURA 15 – População exposta a doenças (VIEIRA, 2006). 
O consumo de água contaminada, a falta de acesso ao saneamento ambiental e as condições de higiene adequadas são responsáveis pelos problemas mais graves de saúde, especialmente nas populações empobrecidas. Vejamos alguns números (VIEIRA, 2006):
25 
; de doenças relacionadas à ingestão de água contaminada e à falta de saneamento, sendo a maioria crianças abaixo de 5 anos de idade; –muitas delas relacionadas à qualidade da água – matam 2 vezes mais do que o câncer (John, 2014); A cada 14 segundos, morre uma criança vítima de doenças hídricas; -se que 80% de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento sejam causados pelo consumo de água contaminada, e, em média, até um décimo do tempo produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas à água. 
Censo IBGE 2000, registrou que cerca de 59% da população brasileira não possui rede coletora de esgoto, o que pode explicar por que quase 7% das mortes, em 1998, de crianças menores de 5 anos, foram causadas por diarréia aguda (VIEIRA, 2006). 
8.2. Prevenir é o melhor remédio 
Muito sofrimento e gastos poderiam ser evitados oferecendo melhorias no acesso à água de boa qualidade e no saneamento básico. Outras ações, como ferver a água antes de beber, purificar a água com cloro, lavar as mãos e cuidados de higiene ao preparar os alimentos, também podem ajudar a reduzir grande parte dos problemas (VIEIRA, 2006). Assim como ações de prevenção contra o mosquito da dengue, que se reproduz em água parada. 
8.2.1. Dicas de medidas preventivas (VIEIRA, 2006): 
• Melhorar a distribuição e oferecer água de boa qualidade;
26 
• Promover a desinfecção adequada da água; 
• Oferecer sistema de esgotamento sanitário adequado; 
• Melhorar o saneamento diretamente nos domicílios; 
• Evitar o consumo de fontes opcionais de água que possam estar contaminadas; 
• Coletar regularmente, acondicionar e dar um destino final adequado ao lixo e às embalagens descartáveis; 
• Conscientizar os grupos de risco; 
• Promover educação sanitária; 
• Melhorar os hábitos de higiene das pessoas; 
• Isolar açudes e reservatórios contaminados; 
• Evitar e controlar a retenção de água em locais que proporcionem locais apropriados para o desenvolvimento das larvas dos mosquitos; 
• Investir em medicamentos preventivos, em vacinações e em drenagem dos criadouros. 
8.2.2. Dengue 
De acordo com o “Dengue Manual de Enfermagem – Adulto e Criança”, preparado pelo Ministério da Saúde, está sob suspeita de dengue todo paciente que apresenta doença febril aguda com duração de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos sintomas como cefaléia, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas articulações, manchas vermelhas no corpo e associados ou não à presença de hemorragias.
27 
O mosquito da dengue se reproduz em água parada, por isso cuidados com água parada devem ser tomados, como por exemplo: água parada em pneus deve ser retirada; areia deve ser misturada à água depositada nos pratos que são colocados embaixo dos vasos de plantas; vasilhas e outros utensílios devem ficar com boca para baixo e evitar que água se acumule. 
Aedes aegypti, uma espécie hematófaga originária da África que chegou ao continente americano na época da colonização. Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia. década de 50, nas Filipinas e Tailândia. Após a década de 60, a presença do vírus intensificou-se nas Américas. es identificaram vários sorotipos da doença, que foram numerados de 1 a 4, dependendo do grau de letalidade do vírus. Jamaica, mas foi a partir de 1980 que foram notificadas epidemias em vários países. O sorotipo 2, encontrado em Cuba, foi o responsável pelo primeiro surto de febre hemorrágica ocorrido fora do Sudoeste Asiático e Pacífico Ocidental. O segundo surto ocorreu na Venezuela, em 1989. 
8.3. Fatores ambientais associados às Helmintoses intestinais 
em seres humanos.
28 
ambiental ausente ou deficiente, práticas de higiene inadequadas e condições precárias nas quais vivem milhões de pessoas constituem os mais importantes. cerca de um bilhão de indivíduos infectados por Ascaris lumbricoides, entre 800 e 900 milhões albergando Trichuris trichiura e ancilostomídeos, 400 milhões infectados por Entamoeba histolytica e 200 milhões por Giardia lamblia (WHO, 1997). 
Frente à falta de emprego e de renda, problema de ocupação de assentamentos subnormais vem se agravando nos últimos anos, expondo milhões de brasileiros a condições de vida precárias, principalmente em relação à habitação, ao saneamento e às condições de higiene. 
Os fatores associados a estas parasitoses incluíram: 
• Idade da criança: Quanto maior a idade da criança, maior o risco da mesma apresentar parasitoses intestinais. Este achado é explicado pelo fato de as crianças mais velhas deslocarem-se por toda a área do assentamento subnormal, muitas vezes descalças, o que aumenta em muito o risco de se infectarem com helmintos pelo contato da pele com o solo contaminado. 
• Renda familiar: A renda familiar consiste em um fator de proteção para as helmintoses intestinais, com um risco decrescente à medida que a renda familiar aumenta, como era esperado. Tal achado confirma serem as helmintoses intestinais uma doença característica da camada mais pobre da população. 
• Deficiências no esgotamento sanitário: Quanto ao esgotamento sanitário, há evidências de que o maior risco para as helmintoses intestinais está associado à disposição dos esgotos no terreno ou nas ruas. Conclui-se com evidência em diversos estudos existentes na literatura que existe uma associação estatisticamente significativa entre disposição inadequada de esgotos no terreno e a prevalência de
29 
helmintoses intestinais. Esses parasitas são persistentes no ambiente e medidas de disposição de excretas têm um papel mais importante na limitação dos mecanismos de sua transmissão do que as práticas de higiene. 
9. Para refletir (VIEIRA, 2006): 
Por que, em pleno século 21, quando pesquisas para combater doenças graves como o câncer e a AIDS estão tão avançadas, ainda gastamos recursos com doenças do tempo de nossos antepassados? As doenças transmitidas pela água atingem somente as classes sociais menos favorecidas ou também as elites? 
10. Considerações finais 
Assim como a Terra que buscou em seu interior elementos e substâncias para se desenvolver e desenvolver condições favoráveis à vida, também o homem poderá buscar em seu interior sensações e motivações para formar uma consciência de si mesmo como parte do ambiente, como também elemento desse meio. 
Cabe aos professores, multiplicadores da educação ambiental, despertar a curiosidade dos alunos e aprendizes, para que, façam a mudança da atitude. 
Sendo assim, a educação ambiental procura contribuir para a conscientização ecológica e para a formação de cidadãos com mente aberta, visão ampla e crítica. 
11. Referências 
A importância da água para a vida. Disponível em: <http://www.caema.ma.gov.br/portalcaema/index.php?option=com_docman&task=doc_ download&gid=282&Itemid=83> Capturado em 20-06-14.
30 
ANÁPOLIS, Cidades. Disponível em: http://www.cidades.com.br/cidade/anapolis/000885.html. Capturado em 10-08-13. 
BASSOI, Lineu José & GUAZELLI. Milo Ricardo. Controle Ambiental da Água. In: Curso de Gestão Ambiental. Editores: Arlinod Phillippi Jr. et al. Barueri-SP: Manole, 2004. 
BRASIL, Agência Nacional de Águas. A história do uso da água no Brasil: do descobrimento ao século XX. Brasília-DF, 2007. Disponível em: historiadaagua.ana.gov.br Capturado em: 16-03-13. 
CARVALHO, Leandro. Mundo sem água. 2013. Disponível em: http://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/mundo-sem-agua.htm. Capturado em: 13-06-13. 
CONSUMO SUSTENTÁVEL. Consumo sustentável. 2011. Disponível em: http://consumosustentavel3a.blogspot.com.br/ capturado em: 16-09-14. 
CORRÊA, F. M. Impactos antrópicos sobre a qualidade da água no Rio das Antas na área urbana da cidade de Anápolis – Goiás: Uma abordagem para gestão ambiental. Dissertação de Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental. Universidade Católica de Brasília. 2005. 146p. 
CUTOLO, S. A.; ROCHA, A. A. Reflexões sobre o uso de águas residuárias na cidade de São Paulo. Revista Saúde e Sociedade. vol. 11, n. 2, p. 89-105. 2002. 
FARIA, C. Ciclo hidrológico (ciclo da água). Disponível em: http://www.infoescola.com/geografia/ciclo-hidrologico-ciclo-da-agua/. Capturado em: 16-09-14. 
GOIAS, Estados brasileiros. Estado de Goiás.2013. Disponível em: http://estados- brasileiros.info/mos/view/Estado_de_Goi%C3%A1s/ Capturado em: 26-06-13. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE, 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=520110. Capturado em 10-08-13.
31 
JOHN, L. Degradação ambiental agrava pobreza e acentua desigualdades. 2014. Disponível em: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00306/0030601desigualdades.htm. Capturado em 5-06-14. 
LEI COMPLEMENTAR nº128 de 10 de outubro de 2006. Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Anápolis, Estado de Goiás, revoga as Leis Ordinárias Nº 2.077/1992, Nº 2.079/1992 e as Leis Complementares Nº 025/2002, Nº 058/2003 e dá outras providências. 
LEI COMPLEMENTAR Nº 268 de 21 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os condomínios urbanísticos de chácaras de recreio e dá outras providências. Anápolis, Goiás. 
MORAES, D. S.; JORDÃO, B. Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Revista Saúde Pública, v. 36, n. 3. São Paulo. Junho, 2002. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA – UNESCO. Water for People, water for life. The United Nations World Development Report. 2003. 593p. 
SEPIN-Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação. Recursos hídricos, 2004. Disponível em: www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/GOdados/2004/dados/01- water.htm. Capturado em: 26-06-13. 
SILVA, Ana Flávia da Cruz, S. A água na história do homem. Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia/a-agua-na-historia-do-homem. Capturado em 13- 06-13. 
VIEIRA, A. de R. Caderno de educação ambiental Água para a vida, Água para todos: Livro das águas. Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto (coord.) – Brasília: WWF-Brasil, 72p. 2006. 
WHO (World Health Organization), 1997. Oral Health Surveys. Basic Methods. Geneva: WHO.
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Manual de educação ambiental vol 3

  • 1. 1 Ananda Helena Nunes Cunha Lúcia Helena Oliveira Nunes Fernanda Pereira Gomes TEMAS E DISCUSSÕES PARA INTRODUÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS VOLUME 3 - A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA NATUREZA Anápolis – GO 2014
  • 2. 2 Educação Ambiental – a importância da água na natureza Apresentação: O projeto de Educação Ambiental conta com 4 volumes, sendo este o volume 3. A presente proposta tem como tema identificar e discutir a importância da água e de compreender e preservar o meio ambiente; apresentar as considerações gerais sobre a água, abordar conceitos, relatos teóricos e metodologias sobre como trabalhar a ferramenta água na educação ambiental. O volume 1 apresenta considerações teóricas e metodológicas sobre educação ambiental, para aprendizagem significativa; o volume 2 traz aspectos relevantes à conservação da natureza, em todas as suas frentes como a vegetação, água e animais. O homem deverá interagir de forma complementar com o ambiente buscando a importância devida de sua participação do mesmo que compõe. Sendo assim, a educação ambiental procura contribuir para a conscientização ecológica e para a formação de cidadãos com mente aberta, visão ampla e crítica.
  • 3. 3 Sumário 1. Origem da água na Terra............................................................................................................4 2. A água no Brasil.............................................................................................................................6 3. A água em Goiás...........................................................................................................................11 4. A água em Anápolis.....................................................................................................................14 5. Meio ambiente: água e o homem..............................................................................................17 6. Conceituação de poluição..........................................................................................................18 6.1. Poluição hídrica.....................................................................................................................19 7. Formas de utilização da água..................................................................................................19 7.1. De onde vem e para onde vai a água que usamos..........................................................22 8. Efeitos da degradação de recursos hídricos sobre a saúde humana.............................23 8.1. Quando a saúde fica doente..............................................................................................24 8.2. Prevenir é o melhor remédio.............................................................................................25 8.2.1. Dicas de medidas preventivas.........................................................................................25 8.2.2. Dengue..................................................................................................................................26 8.3. Fatores ambientais associados às Helmintoses intestinais......................................27 9. Para refletir...............................................................................................................................29 10. Considerações finais.................................................................................................................29 11. Referências.................................................................................................................................29
  • 4. 4 1. A origem da água na Terra A origem e evolução da água (oceanos) estão ligadas à origem da atmosfera, que são os dois fluídos da biosfera. Eles evoluíram na escala do tempo geológico e o aparecimento das formas de vida está ligado à composição da atmosfera. A atmosfera da Terra primitiva de 4,6 bilhões de anos foi perdida. A atmosfera atual é secundária e seus constituintes são oriundos do interior da Terra. Há três bilhões de anos, os registros geológicos mostram a água de forma líquida. E a 1,5 bilhões de anos o oxigênio livre. Entre cem e duzentos milhões de anos a concentração de oxigênio na atmosfera resulta do balanço entre produção e consumo. As bacias oceânicas atuais surgiram cerca de 250 milhões de anos atrás. O ciclo hidrológico é o processo pelo qual a água é transportada entre o oceano, os continentes e a atmosfera (Figura 1). A quantidade de água nos vários reservatórios da Terra, não é totalmente conhecida. É conhecido que os oceanos perfazem 97% da água da Terra e a atmosfera perfaz 0,001%.
  • 5. 5 FIGURA 1 – Ciclo da água. Fonte: FARIA, 2014. Os rios desempenharam função elementar no surgimento das primeiras civilizações: eram utilizados para transporte de pessoas (Figura 2) e mercadorias, apresentando papel importante na história do homem. Abasteceu civilizações com peixes e água potável e, posteriormente, o desenvolvimento da agricultura. FIGURA 2 – Transporte de pessoas (Fonte: BRASIL, 2007). Em regiões áridas como Mesopotâmia e Egito Antigo, com poucas condições de sobrevivência, as águas dos rios foram fundamentais para o desenvolvimento territorial. As necessidades humanas e o crescimento da população com o tempo passaram a exigir quantidades cada vez maiores de água e facilidade de acesso às fontes existentes, como eram procuradas novas fontes de suprimento. Na América, foram construídos numerosos sistemas de canalização de águas para irrigação, principalmente nas terras áridas da costa do Peru pelos incas e as civilizações mais antigas. Durante a Idade Média, a situação se agravou com o início do desenvolvimento industrial (século VIII), e as áreas industriais cresciam rapidamente e os serviços de saneamento básico não acompanhavam essa expansão. Essa época foi marcada por epidemias como cólera e febre tifóide, transmitidas pela água contaminada.
  • 6. 6 Uma grande reforma sanitária foi realizada pela Inglaterra, de acordo com Silva (2013), seguida de outros países europeus, onde foram instaladas descargas líquidas para transporte dos detritos para canalizações pluviais. 2. A água no Brasil No Brasil, período do descobrimento, cerca de 3,5 milhões de índios aqui viviam. Dividiam-se em quatro grupos linguístico-culturais: Tupi, Jê, Aruaque e Caraíba. Os Tupis se instalaram no litoral (Figura 3) dominavam as outras tribos que foram para o interior. Formavam comunidades primitivas, onde todos trabalhavam sem forma de dominação. Utilizavam da caça e pesca para subsistência. Começou-se a atividade agrícola apenas em locais férteis, próximos a água. FIGURA 3 – Índios Tupis instalados no litoral do Brasil (Fonte: BRASIL, 2007). Devido à colonização os povoadores europeus (Figura 4) sentiam a necessidade de aprender termos locais e havia medo de se perderem na terminologia, mas aprenderam a compreender e traduzir as águas brasílicas como os termos igarapés, igapós, paranás, ipueras e tantas outras designações hídricas do tupi. A carta de Pero
  • 7. 7 Vaz Caminha relata a água em abundância na terra descoberta (BRASIL, 2007). A água tem importância vital para os povos indígenas, considerada um ser vivo que deve ser respeitado. Relacionam seres da água e humanos, que causa harmonia e desarmonia. É considerada um elemento que estimula o crescimento físico e o amadurecimento psicossocial. Diferenciam água viva, a do rio e água morta dos lagos e lagoas. FIGURA 4 – Caravelas portuguesas (Fonte: BRASIL, 2007). No século XVI, D. João III dá instruções para que Tomé de Souza fundasse a cidade de Salvador da Baía, que devia ser planejada, estruturada e organizada. No século XVII, cidades com traçados regulares como Belém do Pará, São Luís do Maranhão. Espanha e Portugal influenciam a engenharia militar entre 1580 a 1640. Não houve nenhuma orientação para qualquer saneamento básico, que não existia em Lisboa e em nenhuma cidade européia. Em Olinda (sede da capitania hereditária) nas primeiras décadas a população da vila que foi instalada próximo ao rio Beberibe, sofre dificuldades para obter água para o consumo, pois a água era salinizada. O crescimento populacional e a poluição do rio dificultam a situação da água. A capitania, por ser hereditária, não contava com investimentos públicos, o donatário devia arcar com os serviços públicos. Não havia comércio local e dois terços da população eram de escravos. As ações governamentais
  • 8. 8 e serviços públicos, como abastecimento de água, eram decretos, para permitir o acesso público, proteger nascentes e mananciais e garantir a limpeza das fontes. Na divisão das capitanias hereditárias, a abundância dos mananciais de água era considerada necessária e importante. Na formação dos povoados e cidades, aumentava a demanda por água e também a poluição dos rios, onde se lavavam roupas, utensílios e usado por animais. Os escravos levavam os dejetos humanos para as praias e rios e nas mesmas vasilhas traziam água para as residências. A agricultura desenvolvida no Brasil, cana-de-açúcar, mandioca, café estão diretamente ligadas às regiões hidrográficas. Na época não havia conhecimento tecnológico para solução de problemas das cidades, como saneamento. No final do século XVI e início do século XVII a economia açucareira vivia o apogeu em Olinda. Mas a questão da água continuava sendo um problema para a população. Os abastados, padres e militares possuíam mananciais, tanques e cisternas. Aqueles que não tinham esses recursos e nem dinheiro para compor água na porta, se abasteciam em cacimbas e bicas públicas. Com o crescimento populacional da vila, tentara algumas soluções como captar água pluvial, do rio Beberibe (1602-1603), a obra não deu certo. Outra tentativa no rio Paratibe, através de arqueduto, a água escoou pelo sumidouro, já poluída. Nova tentativa frustrada no rio Beberibe. A cidade de Recife já tinha drenagens e ramificações de canais. O rio Beberibe abastecia a cidade, a água era buscada por escravos. O Estado inicia a política de gestão em Olinda (século XVI) com a regulamentação da água e controle dos mananciais. Com os aspectos normativos e fiscalizadores da forma que parte com o açúcar seria aplicados em desenvolvimento urbano da vida, e recursos hídricos seguiam intocados (BRASIL, 2007). No século XIX, até a metade, o rio era a principal via de locomoção e a via que transportava água, que era comercializada com os consumidores. Era uma água suja e contaminada. Em 1837 a Câmara de Olinda determina normas para o transporte da água, onde os barris deviam ser limpos e controlados com valor de taxa a ser paga. Só
  • 9. 9 no século XX, com o desenvolvimento da tecnologia, é que o abastecimento de água teve desenvolvimento, mas os problemas existem, devido à degradação ambiental, o desmatamento das nascentes, a deposição de poluentes e soluções usadas para a captação de água. Na cidade do Rio de Janeiro (Figura 5), desde o início da ocupação, inicia também a história do abastecimento de água como fonte de água o rio Carioca (Figura 6). Em 1565 foi aberto um poço para abastecer os que chegavam de Portugal. Em 1607 os padres franciscanos instalaram no Morro de Santo Antônio até a beira da Lagoa de Santo Antônio. A lei estabelecera um curtume, para lavar couros nas águas locais. O mau cheiro incomodou os padres e houve necessidade de esgotamento da Lagoa, que foi considerada a primeira obra de saneamento da cidade. FIGURA 5 – Policiais no Rio de Janeiro (Fonte: BRASIL, 2007). FIGURA 6 – Fonte de água (Fonte: BRASIL, 2007).
  • 10. 10 Em 1617 já morava na cidade do Rio de Janeiro 4.000 pessoas e criou-se uma taxa para quem bebesse vinho, que seria aplicado na ampliação dos sistemas de água. Em 1723 foi construído o arqueduto Carioca para captação de água no alto de Santa Tereza, chegando aos Arcos da Lapa. Foi construído um chafariz para abastecimento de água, devido à construção defeituosa e imperfeita, havia falta de água na cidade, havia brigas na fila de água. O local era distante e perigoso e os senhores que não tinham escravos para buscar a água passaram a comercializar a água, que era exercido por escravos e índios. No século XVII construíram cisternas para recolher água da chuva como no convento de Santo Antônio. Com o aumento da população da cidade começaram a utilizar a água dos mananciais da Tijuca. O fato da existência de mananciais não assegura que a água estará acessível em quantidade e qualidade compatível com a demanda. Nos primeiros tempos da colonização eram núcleos pequenos, casas, igreja, sede da câmara municipal e cadeia. Em alguns locais se encontrava o forte, o colégio dos jesuítas e a Santa Casa de misericórdia. As primeiras cidades que surgiram foram: São Vicente, Olinda, Igaraçu, Salvador, Rio de Janeiro, Filipéia de Nossa Senhora das Neves. Sendo assim, os esgotos eram lançados nos fundos dos quintais, fossas eram raras e condenadas pelo poder público, pois contaminavam os mananciais. Os dejetos das casas eram lançados, por escravos, nas praias, nos rios ou em qualquer lugar afastado. A água era trazida nos mesmos potes que carregavam os dejetos (BRASIL, 2007). A sociedade da vila detinha o controle e abastecimento de água, que explica que o acesso à sua utilização tem relação direta com o poder e a soma que estes diversos seguimentos sociais são detentores. Os poderosos cobravam taxas injustas dos escravos, homens livres e pobres, sendo indevidas face à quantidade e qualidade de água adquirida (BRASIL, 2007).
  • 11. 11 Em se tratando de redes de coleta para escoamento das águas das chuvas o Brasil foi um dos primeiros países a implantar o sistema, porém só foi instalado no Rio de Janeiro atendendo apenas a aristocracia. O desenvolvimento da tecnologia e das ciências atuais propiciou observar que fontes contaminadas tornariam limpas após o tratamento. O lixo e o esgoto, após tratamento através de métodos diversificados, permite que ambos não afetem a saúde e o meio ambiente (SILVA, 2013). O uso dos recursos hídricos no Brasil começa a preocupar uma vez que detemos 16% da água doce no planeta, e estão distribuídos de modo irregular, ou seja, desse total 68% estão no Norte, onde têm menos pessoas, 3% estão no Nordeste e 6% no Sudeste onde a população é maior. Decorridos vários séculos, a água continua sendo essencial, mas é finito, ou seja, terá um fim. Somente 2,5% de toda água presente no mundo é potável e 97% é de água salgada. Desse percentual de água doce (3%), apenas 0,3% representa águas de rios e lagos, o restante (2,2%) de água potável se encontra em lençóis freáticos e geleiras, sendo que apenas um pequena parte da água está disponível para o consumo humano (CARVALHO, 2013). 3. A água em Goiás No Século XVII bandeirantes paulistas chegavam a território goiano, que descobriram e apropriaram das minas de ouro dos índios goiases. A nação Goiá foi extinta e Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) funda o Arraial de Sant’Ana (1726), passa a vila administrativa Vila Boa (1736), pertencendo a capitania de Goiás (1748) teve como 1º governador Marcos Noronha. Foram construídos vários prédios e a Casa de Fundição (1750). Fins do Século XVIII, marco do esgotamento do ouro, reduz a população da vila e reorienta atividades econômicas para a agropecuária (BRASIL, 2007).
  • 12. 12 Segundo o mesmo autor, no início de Século XX, iniciam as manifestações culturais e artísticas e o ritual da Procissão do Fogaréu, na Semana Santa. Torna a cidade de Goiás, em 1818 por meio da Carta Régia de D. João VI, mas a publicação oficial para cidade foi fundada nos anos de 1932, o interventor foi Pedro Ludovico Teixeira, muda a capital para Goiânia, que foi construída à margem dos rios. Goiás possui área de 340.000 Km2 e população estimada seis milhões de habitantes. Goiás é possuidor de latifúndios que servem para plantio da soja e milho, tomate e pecuária (GOIÁS, 2013). As principais cidades são Goiânia, Anápolis, Caldas Novas, Goiás Velho, Pirenópolis e Formosa. Em 1988, o Estado de Goiás foi dividido e a parte norte se tornou Tocantins e a parte do sul continuou Goiás. Nele nascem os rios de três importantes bacias hidrográficas do País (Figura 7): Bacia Amazônica: rios Araguaia (Figura 8) e Tocantins; Bacia do São Francisco: rios Preto e Urucuia; Bacia do Paraná: rio Paranaíba (SEPIN, 2004). O aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do mundo e está localizado nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocupa uma área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 70% estão no Brasil (SILVA, 2013).
  • 13. 13 FIGURA 7 – Bacias hidrográficas, principais rios e lagos (SEPIN, 2004). FIGURA 8 – Rio Araguaia (SEPIN, 2004).
  • 14. 14 Conforme Sepin (2004), no rio Paranaíba, foram represados e formados lagos para a construção de hidrelétricas: Lago Azul: área de 444 Km2 e profundidade de 180 m, represa da Emborcação no município de Três Ranchos; Lago das Brisas: área de 778 Km2, 150 m profundidade e 50 m de largura, represa de Itumbiara, no encontro dos rios Corumbá e Paranaíba, no município de Buriti Alegre; Lago de Cachoeira Dourada: com 65 Km2 de barragem de Cachoeira Dourada no município de Cachoeira Dourada; Lago de São Simão: área de 722 Km2 nos municípios de São Simão e Paranaiguara é o 5º maior do Brasil, e o 1º volume de água 54 milhões m3, usina Hidrelétrica de Serra da Mesa (Figura 9); Lago Cana Brava: lago com 139 Km2 no município de Minaçu e Cavalcante no rio Tocantins; Lago do Corumbá: 65 Km2, represa do rio Corumbá municípios de Caldas Novas, Ipameri, Corumbaíba. FIGURA 9 – Lago de Serra da Mesa (SEPIN, 2004). 4. A água em Anápolis, Goiás Em 1819, o francês Auguste de Saint-Hilaire, viajando, hospeda-se na região da Fazenda das Antas. Em 1824 o desbravador marechal Raimundo da Cunha Matos citou a propriedade na região do rio das Antas. Na região havia residências de vários
  • 15. 15 fazendeiros, à beira do Córrego Góes, Ribeirão das Antas, Córrego dos Nunes, Córrego Capuava, Córrego dos Cesáreos, Córrego Água Fria, Córrego João de Aí (ANÁPOLIS, 2013). O local se tornou ponto de encontro para viajantes e tropeiros. Em 1859, conta a tradição, em viajem de Jaraguá, Dona Ana das Dores perde um dos animais de carga que conduzia a imagem de Sant’Ana, quando encontrado o animal não conseguia se erguer ela interpretou o fato como se a santa ali quisesse permanecer. Assim, foi construída a primeira capela e a imagem de Sant’Ana foi doada (ANÁPOLIS, 2013). Em 1870, o filho de Dona Ana das Dores Gomes de Souza Ramos, o 1º líder do povoado, consegue dos moradores, a doação de uma gleba de terra para o patrimônio de Sant’Ana. Em 1873, vem a dominação do local como Capela de Sant’Ana das Antas. Em 1882, designado pelo governador provincial chega o professor José da Silva Batista (Zeca Batista). A Lei nº 811 de 15 de novembro de 1887, o povoado de Sant’Ana das Antas se torna emancipado de Meia Ponte, e em 1889 Zeca Batista torna seu líder com a morte de Gomes de Souza. Devido a dificuldades pirenopolinas, o advento da Lei Áurea (1888), a Proclamação da República (1889), em 10 de março de 1892, José da Silva Batista foi nomeado presidente da Junta Administrativa da Vila de Santana das Antas. Em 1893 o povo antense escolheu o 1º intendente Lopo de Souza Ramos (ANÁPOLIS, 2013). Com o Decreto Lei 320 de 31 de julho de 1907, assinado pelo presidente do Estado de Goiás, Miguel da Rocha Lima, a vila de Santana das Antas foi elevada a categoria de cidade, Anápolis, cidade de Ana. Em 9 de janeiro de 1924 foi inaugurada a luz elétrica na cidade, a primeira do Estado de Goiás com o benefício. Em 1926 instalado o telégrafo e fundado o Hospital Evangélico Goiano, a mais moderna instituição de saúde do Centro-oeste brasileiro. Em 1935 chegou a ferrovia, em 1943 surgiu o primeiro bairro Jundiaí, lançado por Jonas Duarte. Em 1972 inicia a construção da Base Aérea de Anápolis, com o Mirage. Hoje é a 1ª Ala de Defesa Aérea
  • 16. 16 e conta com o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Em 1976 é inaugurado o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), instalado entre a BR 060/153 e GO 330, interligado ao Porto de Santos por ramal Ferrovia Centro Atlântica e marco zero da Ferrovia Norte Sul. Maior polo farmacêutico de Genéricos da América Latina. A história e formação de Anápolis se fundem com a história do rio das Antas e demais córregos da região. Em 1947 as águas do rio das Antas foram captadas para o abastecimento da cidade de Anápolis, até o ano de 1976, e depois passa para o córrego Piancó. Antes disso, a população era abastecida por cisternas. A degradação das águas do rio das Antas se deu devido a geografia da sua bacia, ligações de águas pluviais, uso de fossas negras pela população, processos erosivos e ausência de matas ciliares. O município de Anápolis, desde a sua fundação até os anos 1980, não teve nenhum planejamento ou plano de ocupação, para preservação de recursos naturais como córregos, nascentes e matas. O primeiro Plano Diretor Físico de Anápolis, a lei municipal nº160/1969, que norteava a política urbana do município, não constituía recurso efetivo, com loteamentos aleatórios, sem infraestrutura básica. O segundo Plano Diretor Físico de Anápolis data de 1986, compõe a organização territorial e diretrizes do uso e ocupação do solo com infraestrutura, considerando recursos naturais. O terceiro Plano Diretor Físico de Anápolis, lei nº2077/1992 em vigor até 2005 avançou no zoneamento, na implantação da infraestrutura para o solo, preservação das áreas verdes, dos córregos e restrição do perímetro urbano (CORRÊA, 2005). A lei complementar nº128/2006, dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Anápolis, o qual garantiu o direito a cidades sustentáveis, a gestão democrática por meio da participação popular, a proteção, preservação e a recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico. Já a lei complementar nº268/2011, considerou- se condomínio urbanístico de chácaras de recreio a divisão de glebas em unidades autônomas destinadas à edificação, às quais correspondem frações ideais das áreas de
  • 17. 17 uso comum dos condôminos, sendo admitida a abertura de vias de domínio privado e vedada a de logradouros públicos internamente ao perímetro do condomínio. Anápolis é um município com cerca de 342 mil habitantes e área de 918 Km2 (IBGE, 2012). Cortada pelas BR 153, GO 060 e GO 330. Na cidade se encontra a sede da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). É a principal cidade industrial de Goiás e o centro logístico do Brasil. Surge então, a importância de aplicar a educação ambientais pautado na ferramenta recursos hídricos dentro da cidade de Anápolis. 5. Meio ambiente: água e o homem Segundo o Consumo sustentável (2011), o crescimento da demanda mundial por água de boa qualidade é previsto nos meios técnicos e científicos internacionais, mas este crescimento tende a tornar uma das maiores pressões antrópicas sobre os recursos naturais do planeta no próximo século. Como visto na Figura 10, as fontes hídricas são mal distribuídas entre as diferentes atividades e também entre Países desenvolvidos e Países em desenvolvimento. FIGURA 10 – Consumo de água no mundo, em Países desenvolvidos e em desenvolvimento.
  • 18. 18 Água doce de fácil acesso, dos rios, lagos e represas, representam pouco no total de água doce disponível. Mas a água doce também não significa água potável (MORAES & JORDÃO, 2002). Segundo Moraes e Jordão (2002):  Em todas as partes povoadas da Terra, a qualidade da água doce natural está sendo perturbada, mas é nos países tropicais que esses problemas são rapidamente agravados,onde os custos do tratamento de água poluídas tem compartilhado fundos com outras atividade mais urgentes.  Estima-se que no inicio deste século, mais da metade da população mundial viverá em zonas urbanas.  Até 2025, a população mundial chegará a 10 bilhões de pessoas.  Crescimento rápido da população urbana e da industrialização está submetendo a graves pressões os recursos hídricos e a capacidade de proteção ambiental de muitas cidades. Importante fator que contribui para perda da qualidade das águas: desmatamento (retirada da vegetação sem devida proteção das nascentes, principalmente áreas urbanas). Em 90% dos casos de desmatamento, ocorre erosão. 6. Conceituação de poluição Define-se por poluição das águas como sendo a alteração das características físicas, químicas ou biológicas da água que prejudiquem um ou mais de seus usos preestabelecidos. Chamam-se usos preestabelecidos porque toda a água disponível, para ser utilizada associada a usos atuais ou futuros, que deverão ser compatíveis com sua qualidade, também atual ou futura (BASSOI e GUAZELLI, 2004). De acordo com Bassoi e Guazelli (2004) as principais fontes de poluição são: * poluição natural
  • 19. 19 * poluição devida aos esgotos domésticos * poluição devida aos efluentes industriais * poluição devida à drenagem de áreas agrícolas e urbanas + Esgotos e excrementos humanos são causas importantes de deterioração da qualidade da água em países em desenvolvimento + Tais efluentes contém misturas tóxicas, como pesticidas, metais pesados, produtos industriais e uma variedade de outras substâncias + Certos metais pesados causam forte impacto na estabilidade de ecossistemas, sendo capazes de provocar efeitos tóxicos agudos e câncer em mamíferos devido a danos que causam no DNA. + O impacto dos efluentes genotóxicos no ambiente e o significado para saúde humana são difíceis de predizer, pois eles são misturas complexas de substâncias químicas. 6.1. Poluição hídrica Existem muitas toxinas presentes na água potável, cujos efeitos no organismo humano são cumulativos. A mortandade de peixes pode ser efeito de substâncias tóxicas na água ou condições de anóxia (falta de oxigênio). O Brasil tem 8% de toda essa reserva de água, sendo que 68% da água doce do país encontra-se na região norte, ficando restante 32% circunscritos ao abastecimento das áreas no território brasileiro onde se concentram 95% da população. A região que mais sofre com a falta de água no país é, sem dúvida, a região nordeste. 7. Formas de utilização da água (A importância da água para a vida, 2014) A utilização da água pelo homem depende da captação, tratamento e distribuição e também, quando necessário, da depuração da água utilizada.
  • 20. 20 As formas de utilização da água são: a) Doméstico (Figura 11): como bebida; fins culinários; higiene pessoal; lavagens diversas na habitação; lavagem de carros; irrigação de jardins e pequenas hortas particulares; animais domésticos, etc. FIGURA 11 – Uso doméstico da água (VIEIRA, 2006). b) Público: escolas, hospitais e demais prédios ou estabelecimentos; irrigação de parques e jardins públicos; lavagem de ruas e demais logradouros públicos fontes ornamentais e chafarizes; combate a incêndios; indústrias onde a água é usada para fabricação de vapor (caldeiraria), etc. navegação.
  • 21. 21 c) Industrial: indústria onde a água é utilizada como matéria prima (indústrias alimentícias e farmacêuticas, gelo, etc); indústrias onde a água é utilizada para refrigeração (por exemplo, metalúrgica); indústria onde a água é usada para lavagem (matadouros, papel, tecido, etc); d) Comercial: escritórios, armazéns, oficinas, etc; restaurantes, lanchonetes, bares, sorveterias; aqüicultura e) Recreacional: piscinas; higiene pessoal; lagos, rios, etc (Figura 12). FIGURA 12– Uso recreacional da água (VIEIRA, 2006). f) Agrícola e pecuário: irrigação; lavagem de instalações maquinário e utensílios; bebidas de animais, etc. g) Energia elétrica: uso em derivação das águas do seu curso natural, gerando energia. h) Transferência de bacias: sistema de inter-relações de uso e descarte da água
  • 22. 22 entre municípios. O Setor Agrícola é claramente o responsável pelo maior consumo de água, porém em todos os outros setores o que é perceptível a olho nu é o DESPERDÍCIO que existe em demasia. 7.1. De onde vem e para onde vai a água que usamos? A água que chega até nós ou que é utilizada de alguma forma, também retorna para a natureza. Captada por um córrego, rio, lago ou reservatório é levada até uma ETA – Estação de Tratamento de Água (Figura 13) para se tornar potável, fica armazenada em reservatórios, de onde será distribuída por meio das redes adutoras para as nossas torneiras. A maior parte da população urbana é abastecida por este processo. No meio rural, muitas comunidades têm que se virar para a obtenção da água, individual ou coletivamente. FIGURA 13 – ETA (VIEIRA, 2006). Toda a água utilizada em casa transforma-se em esgoto ou efluente, devendo ser direcionada por meio de uma rede oficial coletora para uma ETE – Estação de
  • 23. 23 Tratamento de Esgoto (Figura 14). Na estação, o esgoto tratado se transforma em água, sendo devolvida aos rios em condições de não prejudicá-los, incluindo peixes e outros organismos aquáticos. Nem sempre o acesso à água tratada, à coleta e ao tratamento de esgotos é realidade para todos. FIGURA 14 – ETE (VIEIRA, 2006). O adensamento urbano associado ao precário saneamento básico compõem um quadro de difícil equacionamento, em que crescem demandas por água para abastecimento público e eleva-se a geração de esgotos não-coletados e não-tratados, que ocasionalmente atingem os mananciais de abastecimento, requerendo maiores cuidados no tratamento da água para sua distribuição à população, agregando maiores ônus, sobretudo em termos de riscos à saúde pública. A cidade de São Paulo exemplifica muito bem essa situação, acarretando, inevitavelmente, o uso de águas residuárias (CUTOLO & ROCHA, 2002), inclusive para abastecimento público. 8. Efeitos da degradação de recursos hídricos sobre a saúde humana as, será enfrentada por todos, mas serão as populações mais pobres as mais sujeitas a contaminações diretas, pois
  • 24. 24 continuarão a usar os córregos e rios, muitas vezes poluídos, para higiene e abastecimento de água. o, pelo menos dois bilhões de pessoas, em 48 países, sofrerão com a falta de água. 8.1. Quando a saúde fica doente A OMS – Organização Mundial da Saúde – considera a saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência da doença. A água tem um importante papel nos três estados da saúde citados pela OMS, sendo fator de inclusão ou exclusão social. Populações sem acesso a água tratada e saneamento ambiental são expostas a doenças, ambientes sem estética e má qualidade de vida (Figura 15). FIGURA 15 – População exposta a doenças (VIEIRA, 2006). O consumo de água contaminada, a falta de acesso ao saneamento ambiental e as condições de higiene adequadas são responsáveis pelos problemas mais graves de saúde, especialmente nas populações empobrecidas. Vejamos alguns números (VIEIRA, 2006):
  • 25. 25 ; de doenças relacionadas à ingestão de água contaminada e à falta de saneamento, sendo a maioria crianças abaixo de 5 anos de idade; –muitas delas relacionadas à qualidade da água – matam 2 vezes mais do que o câncer (John, 2014); A cada 14 segundos, morre uma criança vítima de doenças hídricas; -se que 80% de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento sejam causados pelo consumo de água contaminada, e, em média, até um décimo do tempo produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas à água. Censo IBGE 2000, registrou que cerca de 59% da população brasileira não possui rede coletora de esgoto, o que pode explicar por que quase 7% das mortes, em 1998, de crianças menores de 5 anos, foram causadas por diarréia aguda (VIEIRA, 2006). 8.2. Prevenir é o melhor remédio Muito sofrimento e gastos poderiam ser evitados oferecendo melhorias no acesso à água de boa qualidade e no saneamento básico. Outras ações, como ferver a água antes de beber, purificar a água com cloro, lavar as mãos e cuidados de higiene ao preparar os alimentos, também podem ajudar a reduzir grande parte dos problemas (VIEIRA, 2006). Assim como ações de prevenção contra o mosquito da dengue, que se reproduz em água parada. 8.2.1. Dicas de medidas preventivas (VIEIRA, 2006): • Melhorar a distribuição e oferecer água de boa qualidade;
  • 26. 26 • Promover a desinfecção adequada da água; • Oferecer sistema de esgotamento sanitário adequado; • Melhorar o saneamento diretamente nos domicílios; • Evitar o consumo de fontes opcionais de água que possam estar contaminadas; • Coletar regularmente, acondicionar e dar um destino final adequado ao lixo e às embalagens descartáveis; • Conscientizar os grupos de risco; • Promover educação sanitária; • Melhorar os hábitos de higiene das pessoas; • Isolar açudes e reservatórios contaminados; • Evitar e controlar a retenção de água em locais que proporcionem locais apropriados para o desenvolvimento das larvas dos mosquitos; • Investir em medicamentos preventivos, em vacinações e em drenagem dos criadouros. 8.2.2. Dengue De acordo com o “Dengue Manual de Enfermagem – Adulto e Criança”, preparado pelo Ministério da Saúde, está sob suspeita de dengue todo paciente que apresenta doença febril aguda com duração de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos sintomas como cefaléia, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas articulações, manchas vermelhas no corpo e associados ou não à presença de hemorragias.
  • 27. 27 O mosquito da dengue se reproduz em água parada, por isso cuidados com água parada devem ser tomados, como por exemplo: água parada em pneus deve ser retirada; areia deve ser misturada à água depositada nos pratos que são colocados embaixo dos vasos de plantas; vasilhas e outros utensílios devem ficar com boca para baixo e evitar que água se acumule. Aedes aegypti, uma espécie hematófaga originária da África que chegou ao continente americano na época da colonização. Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia. década de 50, nas Filipinas e Tailândia. Após a década de 60, a presença do vírus intensificou-se nas Américas. es identificaram vários sorotipos da doença, que foram numerados de 1 a 4, dependendo do grau de letalidade do vírus. Jamaica, mas foi a partir de 1980 que foram notificadas epidemias em vários países. O sorotipo 2, encontrado em Cuba, foi o responsável pelo primeiro surto de febre hemorrágica ocorrido fora do Sudoeste Asiático e Pacífico Ocidental. O segundo surto ocorreu na Venezuela, em 1989. 8.3. Fatores ambientais associados às Helmintoses intestinais em seres humanos.
  • 28. 28 ambiental ausente ou deficiente, práticas de higiene inadequadas e condições precárias nas quais vivem milhões de pessoas constituem os mais importantes. cerca de um bilhão de indivíduos infectados por Ascaris lumbricoides, entre 800 e 900 milhões albergando Trichuris trichiura e ancilostomídeos, 400 milhões infectados por Entamoeba histolytica e 200 milhões por Giardia lamblia (WHO, 1997). Frente à falta de emprego e de renda, problema de ocupação de assentamentos subnormais vem se agravando nos últimos anos, expondo milhões de brasileiros a condições de vida precárias, principalmente em relação à habitação, ao saneamento e às condições de higiene. Os fatores associados a estas parasitoses incluíram: • Idade da criança: Quanto maior a idade da criança, maior o risco da mesma apresentar parasitoses intestinais. Este achado é explicado pelo fato de as crianças mais velhas deslocarem-se por toda a área do assentamento subnormal, muitas vezes descalças, o que aumenta em muito o risco de se infectarem com helmintos pelo contato da pele com o solo contaminado. • Renda familiar: A renda familiar consiste em um fator de proteção para as helmintoses intestinais, com um risco decrescente à medida que a renda familiar aumenta, como era esperado. Tal achado confirma serem as helmintoses intestinais uma doença característica da camada mais pobre da população. • Deficiências no esgotamento sanitário: Quanto ao esgotamento sanitário, há evidências de que o maior risco para as helmintoses intestinais está associado à disposição dos esgotos no terreno ou nas ruas. Conclui-se com evidência em diversos estudos existentes na literatura que existe uma associação estatisticamente significativa entre disposição inadequada de esgotos no terreno e a prevalência de
  • 29. 29 helmintoses intestinais. Esses parasitas são persistentes no ambiente e medidas de disposição de excretas têm um papel mais importante na limitação dos mecanismos de sua transmissão do que as práticas de higiene. 9. Para refletir (VIEIRA, 2006): Por que, em pleno século 21, quando pesquisas para combater doenças graves como o câncer e a AIDS estão tão avançadas, ainda gastamos recursos com doenças do tempo de nossos antepassados? As doenças transmitidas pela água atingem somente as classes sociais menos favorecidas ou também as elites? 10. Considerações finais Assim como a Terra que buscou em seu interior elementos e substâncias para se desenvolver e desenvolver condições favoráveis à vida, também o homem poderá buscar em seu interior sensações e motivações para formar uma consciência de si mesmo como parte do ambiente, como também elemento desse meio. Cabe aos professores, multiplicadores da educação ambiental, despertar a curiosidade dos alunos e aprendizes, para que, façam a mudança da atitude. Sendo assim, a educação ambiental procura contribuir para a conscientização ecológica e para a formação de cidadãos com mente aberta, visão ampla e crítica. 11. Referências A importância da água para a vida. Disponível em: <http://www.caema.ma.gov.br/portalcaema/index.php?option=com_docman&task=doc_ download&gid=282&Itemid=83> Capturado em 20-06-14.
  • 30. 30 ANÁPOLIS, Cidades. Disponível em: http://www.cidades.com.br/cidade/anapolis/000885.html. Capturado em 10-08-13. BASSOI, Lineu José & GUAZELLI. Milo Ricardo. Controle Ambiental da Água. In: Curso de Gestão Ambiental. Editores: Arlinod Phillippi Jr. et al. Barueri-SP: Manole, 2004. BRASIL, Agência Nacional de Águas. A história do uso da água no Brasil: do descobrimento ao século XX. Brasília-DF, 2007. Disponível em: historiadaagua.ana.gov.br Capturado em: 16-03-13. CARVALHO, Leandro. Mundo sem água. 2013. Disponível em: http://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/mundo-sem-agua.htm. Capturado em: 13-06-13. CONSUMO SUSTENTÁVEL. Consumo sustentável. 2011. Disponível em: http://consumosustentavel3a.blogspot.com.br/ capturado em: 16-09-14. CORRÊA, F. M. Impactos antrópicos sobre a qualidade da água no Rio das Antas na área urbana da cidade de Anápolis – Goiás: Uma abordagem para gestão ambiental. Dissertação de Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental. Universidade Católica de Brasília. 2005. 146p. CUTOLO, S. A.; ROCHA, A. A. Reflexões sobre o uso de águas residuárias na cidade de São Paulo. Revista Saúde e Sociedade. vol. 11, n. 2, p. 89-105. 2002. FARIA, C. Ciclo hidrológico (ciclo da água). Disponível em: http://www.infoescola.com/geografia/ciclo-hidrologico-ciclo-da-agua/. Capturado em: 16-09-14. GOIAS, Estados brasileiros. Estado de Goiás.2013. Disponível em: http://estados- brasileiros.info/mos/view/Estado_de_Goi%C3%A1s/ Capturado em: 26-06-13. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE, 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=520110. Capturado em 10-08-13.
  • 31. 31 JOHN, L. Degradação ambiental agrava pobreza e acentua desigualdades. 2014. Disponível em: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00306/0030601desigualdades.htm. Capturado em 5-06-14. LEI COMPLEMENTAR nº128 de 10 de outubro de 2006. Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Anápolis, Estado de Goiás, revoga as Leis Ordinárias Nº 2.077/1992, Nº 2.079/1992 e as Leis Complementares Nº 025/2002, Nº 058/2003 e dá outras providências. LEI COMPLEMENTAR Nº 268 de 21 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os condomínios urbanísticos de chácaras de recreio e dá outras providências. Anápolis, Goiás. MORAES, D. S.; JORDÃO, B. Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Revista Saúde Pública, v. 36, n. 3. São Paulo. Junho, 2002. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA – UNESCO. Water for People, water for life. The United Nations World Development Report. 2003. 593p. SEPIN-Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação. Recursos hídricos, 2004. Disponível em: www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/GOdados/2004/dados/01- water.htm. Capturado em: 26-06-13. SILVA, Ana Flávia da Cruz, S. A água na história do homem. Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia/a-agua-na-historia-do-homem. Capturado em 13- 06-13. VIEIRA, A. de R. Caderno de educação ambiental Água para a vida, Água para todos: Livro das águas. Larissa Costa e Samuel Roiphe Barreto (coord.) – Brasília: WWF-Brasil, 72p. 2006. WHO (World Health Organization), 1997. Oral Health Surveys. Basic Methods. Geneva: WHO.
  • 32. 32