O documento discute a história da educação física no Instituto de S.Manuel do Porto, uma escola para pessoas com deficiência visual. A educação física sempre fez parte do plano curricular desde o início da instituição. Anteriormente à década de 1960, os métodos eram baseados em ginástica higiênica e paramilitar, mas depois foram substituídos por métodos como psicomotricidade e não-diretividade para proporcionar maior autonomia aos alunos.
1. Resumo
A Educação Física no Instituto de S.Manuel do Porto. Subsídios para a sua
história.
José Vítor Ferreira* **
José Moura e Castro ***
* Instituto Superior da Maia (ISMAI)
**Centro de Investigação Interdisciplinar do Século XX da Universidade de
Coimbra (CEIS 20-UC)
*** Professor Associado aposentado da FADE-UP
A Santa Casa da Misericórdia do Porto, instituição com mais de cinco séculos de
existência, tem-se empenhado com grande labor e dedicação em assistir, ao longo da
sua história, as populações menos favorecidas.
O Instituto de S. Manuel, pertença da Santa Casa da Misericórdia do Porto, é um
relevante núcleo educativo, que tem sido no tempo uma referência no atendimento ao
indivíduo com deficiência visual. Nesta escola modelar de Educação Especial, a
Educação Física, como componente curricular, fez parte dos planos curriculares,
desde o seu início, o que, certamente, muito contribuiu para a formação do indivíduo
com deficiência.
Nesta nossa comunicação, iremos, pois, dar a conhecer e mostrar a realidade
organizacional da Educação Física neste universo pedagógico, desde os seus inícios
até à década de setenta do séc. XX.
Para tal, recorremos a uma investigação qualitativa, centrada na compulsação e
análise de documentos, bem como em algumas entrevistas semi-estruturadas, que
nos permitiram coligir que, na verdade, a Educação Física foi uma dimensão
considerada desde o início da instituição, pelo que sempre integrou os planos
curriculares estabelecidos. Se, desde o seu dealbar até à década de sessenta do séc.
XX, a metodologia empregue se baseava na ginástica higiénica e para-militar, a partir
deste último momento, estes estilos foram substituídos por outras formas de
movimento que tinham como linhas orientadoras a psicomotricidade e a não
directividade, metodologias que proporcionavam ao cego uma maior autonomia e
independência.
Palavras-chave: Instituto S. Manuel, Porto, Educação Física, história.
Referências Bibliográficas
2. BASTO, M. – História da Santa Casa da Misericórdia do Porto. Porto: Edição da Santa
Casa da Misericórdia, 1934. Vol. 1.
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RODRIGUES, B. – Estatutos da Escola de Cegos do Porto. Porto: Tipografia Aliança,
1903.