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Aula 5
Regra da Cadeia
MA211 - Cálculo II
Marcos Eduardo Valle
Departamento de Matemática Aplicada
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
Universidade Estadual de Campinas
Motivação:
A regra da cadeia é usada para derivar uma função composta.
Para funções de uma única variável, se y = f(x) e x = g(t),
tem-se
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
,
se ambas f e g forem deriváveis. Para funções de duas
variáveis, tem-se:
Regra da Cadeia - Caso I
Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e
y, em que x = g(t) e y = h(t) são funções diferenciáveis em t.
Então z é uma função diferenciável de t e
dz
dt
=
∂f
∂x
dx
dt
+
∂f
∂y
dy
dt
.
Motivação:
A regra da cadeia é usada para derivar uma função composta.
Para funções de uma única variável, se y = f(x) e x = g(t),
tem-se
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
,
se ambas f e g forem deriváveis. Para funções de duas
variáveis, tem-se:
Regra da Cadeia - Caso I
Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e
y, em que x = g(t) e y = h(t) são funções diferenciáveis em t.
Então z é uma função diferenciável de t e
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
.
Ideia da demonstração:
Vamos denotar z(t) = f(x(t), y(t)). Devemos calcular
dz
dt
= lim
∆t→0
z(t + ∆t) − z(t)
∆t
.
Agora, uma variação ∆t em t, resulta variações:
∆x = x(t + ∆t) − x(t),
∆y = y(t + ∆t) − y(t),
∆z = z(t + ∆t) − z(t).
Além disso, sendo f diferenciável, temos que
∆z =
∂f
∂x
∆x +
∂f
∂y
∆y + E(x, y),
em que lim
(∆x,∆y)→(0,0)
E(x, y)
||(∆x, ∆y)||
= 0.
Dividindo ambos os lados da equação por ∆t, encontramos:
∆z
∆t
=
∂f
∂x
∆x
∆t
+
∂f
∂y
∆y
∆t
+
E(x, y)
∆t
=
∂f
∂x
∆x
∆t
+
∂f
∂y
∆y
∆t
+
E(x, y)
||(∆x, ∆y)||
∆x
∆t
2
+
∆y
∆t
2
.
Note que
lim
∆t→0
∆x
∆t
= lim
∆t→0
g(t + ∆t) − g(t)
∆t
= g (t) =
dx
dt
.
Similarmente,
lim
∆t→0
∆y
∆t
= lim
∆t→0
h(t + ∆t) − h(t)
∆t
= h (t) =
dy
dt
.
Assim, como ambos ∆x → 0 e ∆y → 0 quando ∆t → 0, temos
dz
dt
= lim
∆t→0
z(t + ∆t) − z(∆t)
∆t
= lim
∆t→0
∆z
∆t
=
∂f
∂x
dx
dt
+
∂f
∂y
dy
dt
+ 0
dx
dt
2
+
dy
dt
2
=
∂f
∂x
dx
dt
+
∂f
∂y
dy
dt
.
Exemplo 1
Se z = x2y + 3xy4, em que x = sen 2t e y = cost, determine
dz
dt quando t = 0.
Exemplo 1
Se z = x2y + 3xy4, em que x = sen 2t e y = cost, determine
dz
dt quando t = 0.
Resposta:
dz
dt t=0
= 6.
Considere agora a situação z = f(x, y), em que x e y também
são funções de duas variáveis s e t, ou seja,
x = g(s, t) e y = h(s, t).
Neste caso, s e t são as variáveis independentes, x e y são
as variáveis intermediárias e z é a variável dependente.
Regra da Cadeia - Caso II
Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e
y, em que x = g(s, t) e y = h(s, t) são funções diferenciáveis
de s e t. Então,
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
,
e
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
,
são as derivadas parciais de z com respeito a s e t,
respectivamente.
Exemplo 2
Se z = ex sen y, em que x = st2 e y = s2t, determine ∂z
∂s e ∂z
∂t .
Exemplo 2
Se z = ex sen y, em que x = st2 e y = s2t, determine ∂z
∂s e ∂z
∂t .
Resposta:
∂z
∂s
= t2
est2
sen(s2
t) + 2stest2
cos(st2
),
e
∂z
∂t
= 2stest2
sen(s2
t) + s2
est2
cos(s2
t).
Regra da Cadeia - Caso Geral
No caso mais geral, a variável dependente u é dada por
u = f(x1, . . . , xn),
em que cada variável intermediária xj é uma função de m
variáveis independentes t1, . . . , tm.
Se u e cada xj, j = 1, . . . , n, são funções diferenciáveis, então a
derivada parcial de u com respeito à uma variável
independente ti, para i ∈ {1, . . . , m}, é
∂u
∂ti
=
∂u
∂x1
∂x1
∂ti
+
∂u
∂x2
∂x2
∂ti
+ . . . +
∂u
∂xn
∂xn
∂ti
,
ou ainda,
∂u
∂ti
=
n
j=1
∂u
∂xj
∂xj
∂ti
.
Exemplo 3
Escreva a regra da cadeia para o caso em que w = f(x, y, z, t),
com x = x(u, v), y = y(u, v), z = z(u, v) e t = t(u, v).
Exemplo 3
Escreva a regra da cadeia para o caso em que w = f(x, y, z, t),
com x = x(u, v), y = y(u, v), z = z(u, v) e t = t(u, v).
Resposta:
∂w
∂u
=
∂w
∂x
∂x
∂u
+
∂w
∂y
∂y
∂u
+
∂w
∂z
∂z
∂u
+
∂w
∂t
∂t
∂u
,
e
∂w
∂v
=
∂w
∂x
∂x
∂v
+
∂w
∂y
∂y
∂v
+
∂w
∂z
∂z
∂v
+
∂w
∂t
∂t
∂v
.
Exemplo 4
Se
u = x4
y + y2
z3
,
em que
x = rset
, y = rs2
e−t
e z = r2
s sen t,
determine o valor de ∂u
∂s quando r = 2, s = 1 e t = 0.
Exemplo 4
Se
u = x4
y + y2
z3
,
em que
x = rset
, y = rs2
e−t
e z = r2
s sen t,
determine o valor de ∂u
∂s quando r = 2, s = 1 e t = 0.
Resposta:
∂u
∂s
= (64)(2) + (16)(4) + (0)(0) = 192.
Exemplo 5
Se g(s, t) = f(s2 − t2, t2 − s2) e f é diferenciável, mostre que g
satisfaz a equação
t
∂g
∂s
+ s
∂g
∂t
= 0.
Exemplo 6
Se z = f(x, y) tem derivadas parciais de segunda ordem
contínuas e x = r2 + s2 e y = 2rs, expresse
(a)
∂z
∂r
,
(b)
∂2z
∂r2
,
em termos de derivadas parciais de z com respeito a x ou y.
Exemplo 6
Se z = f(x, y) tem derivadas parciais de segunda ordem
contínuas e x = r2 + s2 e y = 2rs, expresse
(a)
∂z
∂r
,
(b)
∂2z
∂r2
,
em termos de derivadas parciais de z com respeito a x ou y.
Resposta:
∂z
∂r
=
∂z
∂x
(2r) +
∂z
∂y
(2s),
e
∂2z
∂r2
= 2
∂z
∂x
+ 4r2 ∂2z
∂x2
+ 8rs
∂2z
∂x∂y
+ 4s2 ∂2z
∂y2
.
Derivação Implícita
A regra da cadeia é usada para deduzir o Teorema da Função
Implícita que fornece condições para os quais
F(y, x1, x2, . . . , xn) = 0 define y implicitamente como uma
função de x1, . . . , xn. Ela também é usada para calcular a
derivada de uma função implícita.
Exemplo 7
Calcule ∂z
∂x , em que z seja dado implicitamente como uma
função z = z(x, y) por uma equação da forma F(x, y, z) = 0.
Exemplo 7
Calcule ∂z
∂x , em que z seja dado implicitamente como uma
função z = z(x, y) por uma equação da forma F(x, y, z) = 0.
Resposta: Pela regra da cadeia, se F e z forem
diferenciáveis, então
∂F
∂x
∂x
∂x
+
∂F
∂y
∂y
∂x
+
∂F
∂z
∂z
∂x
= 0.
Mas ∂x
∂x = 1 e ∂y
∂x = 0. Logo, se ∂F
∂z == 0, isolamos ∂z
∂x e
obtemos
∂z
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂z
.
Exemplo 8
Determine ∂z
∂x se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1.
Exemplo 8
Determine ∂z
∂x se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1.
Resposta:
∂z
∂x
= −
x2 + 2yz
z2 + 2xy
.

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Aula5

  • 1. Aula 5 Regra da Cadeia MA211 - Cálculo II Marcos Eduardo Valle Departamento de Matemática Aplicada Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas
  • 2. Motivação: A regra da cadeia é usada para derivar uma função composta. Para funções de uma única variável, se y = f(x) e x = g(t), tem-se dy dt = dy dx dx dt , se ambas f e g forem deriváveis. Para funções de duas variáveis, tem-se: Regra da Cadeia - Caso I Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e y, em que x = g(t) e y = h(t) são funções diferenciáveis em t. Então z é uma função diferenciável de t e dz dt = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt .
  • 3. Motivação: A regra da cadeia é usada para derivar uma função composta. Para funções de uma única variável, se y = f(x) e x = g(t), tem-se dy dt = dy dx dx dt , se ambas f e g forem deriváveis. Para funções de duas variáveis, tem-se: Regra da Cadeia - Caso I Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e y, em que x = g(t) e y = h(t) são funções diferenciáveis em t. Então z é uma função diferenciável de t e dz dt = ∂z ∂x dx dt + ∂z ∂y dy dt .
  • 4. Ideia da demonstração: Vamos denotar z(t) = f(x(t), y(t)). Devemos calcular dz dt = lim ∆t→0 z(t + ∆t) − z(t) ∆t . Agora, uma variação ∆t em t, resulta variações: ∆x = x(t + ∆t) − x(t), ∆y = y(t + ∆t) − y(t), ∆z = z(t + ∆t) − z(t). Além disso, sendo f diferenciável, temos que ∆z = ∂f ∂x ∆x + ∂f ∂y ∆y + E(x, y), em que lim (∆x,∆y)→(0,0) E(x, y) ||(∆x, ∆y)|| = 0.
  • 5. Dividindo ambos os lados da equação por ∆t, encontramos: ∆z ∆t = ∂f ∂x ∆x ∆t + ∂f ∂y ∆y ∆t + E(x, y) ∆t = ∂f ∂x ∆x ∆t + ∂f ∂y ∆y ∆t + E(x, y) ||(∆x, ∆y)|| ∆x ∆t 2 + ∆y ∆t 2 . Note que lim ∆t→0 ∆x ∆t = lim ∆t→0 g(t + ∆t) − g(t) ∆t = g (t) = dx dt . Similarmente, lim ∆t→0 ∆y ∆t = lim ∆t→0 h(t + ∆t) − h(t) ∆t = h (t) = dy dt . Assim, como ambos ∆x → 0 e ∆y → 0 quando ∆t → 0, temos dz dt = lim ∆t→0 z(t + ∆t) − z(∆t) ∆t = lim ∆t→0 ∆z ∆t = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt + 0 dx dt 2 + dy dt 2 = ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt .
  • 6. Exemplo 1 Se z = x2y + 3xy4, em que x = sen 2t e y = cost, determine dz dt quando t = 0.
  • 7. Exemplo 1 Se z = x2y + 3xy4, em que x = sen 2t e y = cost, determine dz dt quando t = 0. Resposta: dz dt t=0 = 6.
  • 8. Considere agora a situação z = f(x, y), em que x e y também são funções de duas variáveis s e t, ou seja, x = g(s, t) e y = h(s, t). Neste caso, s e t são as variáveis independentes, x e y são as variáveis intermediárias e z é a variável dependente. Regra da Cadeia - Caso II Suponha que z = f(x, y) seja uma função diferenciável de x e y, em que x = g(s, t) e y = h(s, t) são funções diferenciáveis de s e t. Então, ∂z ∂s = ∂z ∂x ∂x ∂s + ∂z ∂y ∂y ∂s , e ∂z ∂t = ∂z ∂x ∂x ∂t + ∂z ∂y ∂y ∂t , são as derivadas parciais de z com respeito a s e t, respectivamente.
  • 9. Exemplo 2 Se z = ex sen y, em que x = st2 e y = s2t, determine ∂z ∂s e ∂z ∂t .
  • 10. Exemplo 2 Se z = ex sen y, em que x = st2 e y = s2t, determine ∂z ∂s e ∂z ∂t . Resposta: ∂z ∂s = t2 est2 sen(s2 t) + 2stest2 cos(st2 ), e ∂z ∂t = 2stest2 sen(s2 t) + s2 est2 cos(s2 t).
  • 11. Regra da Cadeia - Caso Geral No caso mais geral, a variável dependente u é dada por u = f(x1, . . . , xn), em que cada variável intermediária xj é uma função de m variáveis independentes t1, . . . , tm. Se u e cada xj, j = 1, . . . , n, são funções diferenciáveis, então a derivada parcial de u com respeito à uma variável independente ti, para i ∈ {1, . . . , m}, é ∂u ∂ti = ∂u ∂x1 ∂x1 ∂ti + ∂u ∂x2 ∂x2 ∂ti + . . . + ∂u ∂xn ∂xn ∂ti , ou ainda, ∂u ∂ti = n j=1 ∂u ∂xj ∂xj ∂ti .
  • 12. Exemplo 3 Escreva a regra da cadeia para o caso em que w = f(x, y, z, t), com x = x(u, v), y = y(u, v), z = z(u, v) e t = t(u, v).
  • 13. Exemplo 3 Escreva a regra da cadeia para o caso em que w = f(x, y, z, t), com x = x(u, v), y = y(u, v), z = z(u, v) e t = t(u, v). Resposta: ∂w ∂u = ∂w ∂x ∂x ∂u + ∂w ∂y ∂y ∂u + ∂w ∂z ∂z ∂u + ∂w ∂t ∂t ∂u , e ∂w ∂v = ∂w ∂x ∂x ∂v + ∂w ∂y ∂y ∂v + ∂w ∂z ∂z ∂v + ∂w ∂t ∂t ∂v .
  • 14. Exemplo 4 Se u = x4 y + y2 z3 , em que x = rset , y = rs2 e−t e z = r2 s sen t, determine o valor de ∂u ∂s quando r = 2, s = 1 e t = 0.
  • 15. Exemplo 4 Se u = x4 y + y2 z3 , em que x = rset , y = rs2 e−t e z = r2 s sen t, determine o valor de ∂u ∂s quando r = 2, s = 1 e t = 0. Resposta: ∂u ∂s = (64)(2) + (16)(4) + (0)(0) = 192.
  • 16. Exemplo 5 Se g(s, t) = f(s2 − t2, t2 − s2) e f é diferenciável, mostre que g satisfaz a equação t ∂g ∂s + s ∂g ∂t = 0.
  • 17. Exemplo 6 Se z = f(x, y) tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas e x = r2 + s2 e y = 2rs, expresse (a) ∂z ∂r , (b) ∂2z ∂r2 , em termos de derivadas parciais de z com respeito a x ou y.
  • 18. Exemplo 6 Se z = f(x, y) tem derivadas parciais de segunda ordem contínuas e x = r2 + s2 e y = 2rs, expresse (a) ∂z ∂r , (b) ∂2z ∂r2 , em termos de derivadas parciais de z com respeito a x ou y. Resposta: ∂z ∂r = ∂z ∂x (2r) + ∂z ∂y (2s), e ∂2z ∂r2 = 2 ∂z ∂x + 4r2 ∂2z ∂x2 + 8rs ∂2z ∂x∂y + 4s2 ∂2z ∂y2 .
  • 19. Derivação Implícita A regra da cadeia é usada para deduzir o Teorema da Função Implícita que fornece condições para os quais F(y, x1, x2, . . . , xn) = 0 define y implicitamente como uma função de x1, . . . , xn. Ela também é usada para calcular a derivada de uma função implícita.
  • 20. Exemplo 7 Calcule ∂z ∂x , em que z seja dado implicitamente como uma função z = z(x, y) por uma equação da forma F(x, y, z) = 0.
  • 21. Exemplo 7 Calcule ∂z ∂x , em que z seja dado implicitamente como uma função z = z(x, y) por uma equação da forma F(x, y, z) = 0. Resposta: Pela regra da cadeia, se F e z forem diferenciáveis, então ∂F ∂x ∂x ∂x + ∂F ∂y ∂y ∂x + ∂F ∂z ∂z ∂x = 0. Mas ∂x ∂x = 1 e ∂y ∂x = 0. Logo, se ∂F ∂z == 0, isolamos ∂z ∂x e obtemos ∂z ∂x = − ∂F ∂x ∂F ∂z .
  • 22. Exemplo 8 Determine ∂z ∂x se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1.
  • 23. Exemplo 8 Determine ∂z ∂x se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1. Resposta: ∂z ∂x = − x2 + 2yz z2 + 2xy .