1. II – Economia de mercado
Consumidor / Empresas
Prof. Mestre Peter Wilhelms Aula de 15 de Agosto de 2013
Bibliografia:
Introdução ao Direito Econômico – Luiz Carlos Barnabé de Almeida
Ed. Saraiva – Cap. 6 História e Falhas do Mercado.
Cap. 7 Microeconomia.
Mercados:
Toda instituição social na qual os bens e serviços são objeto de troca.
Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico se
preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento de preços.
Preocupam-se em resolver isoladamente seus próprios negócios.
Os economistas do século XVIII acreditavam que a ação de cada indivíduo era
dirigida por uma mão invisível, a fim de contribuir para o bem estar geral e o bom
funcionamento do sistema produtivo.
- O que produzir? Será decidido pela procura dos consumidores no mercado. O
consumidor sempre procurará maximizar a utilidade.
- Como Produzir? Será determinado pela concorrência entre os produtores.
- Para quem produzir? Será determinado pela oferta e procura. A produção
destina-se a quem tem renda para pagar e o preço é o instrumento de exclusão.
Noção de utilidade:
A noção de utilidade explica a capacidade de satisfação das necessidades sentidas,
inerente aos bens. Assim, se o indivíduo possuí doses de determinados bens as quais, ao
serem consumidas, lhe gerassem a satisfação de alguma de suas necessidades, então
esses bens teriam para o indivíduo certa utilidade.
Utilidade marginal
Observa-se que a medida que se processa o consumo de um bem, o estado de
insatisfação do consumidor em relação a esse bem vai tendo sua intensidade diminuída.
Esse fato permite concluir que a utilidade total cresce a taxas decrescentes, ou seja, os
seqüenciais aumentos de utilidade total, decorrentes do sucessivo consumo de novas
doses do bem, são cada vez menores. Assim, a variação de utilidade total gerada pelo
consumo da quarta dose de um bem é menor do que a variação da utilidade total que foi
gerada pelo consumo da segunda dose, e assim sucessivamente.
TEORIA DA DEMANDA.
A demanda ou procura, é uma relação que demonstra as quantidades de um bem
ou serviço que os compradores estariam dispostos e seriam capazes de adquirir a
diferentes preços de mercado.
Quatro determinantes da procura individual.
I - Preço do bem.
II - Preço de outros bens.
III - Renda do consumidor.
2. IV - Gosto ou preferência do indivíduo.
Relação entre a procura e o preço do bem.
Dx = f(Px) Ceteris Paribus (tudo mais permanecendo constante).
Normalmente teremos uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade
demandada. Quando o preço do bem cai, este fica mais barato e, desta forma, os
consumidores deverão aumentar seu desejo de comprá-lo. Consequentemente,
resumindo, quando o preço de um bem ou serviço cai, a quantidade procurada aumenta.
Px ⇑ Dx ⇓
Px ⇓ Dx ⇑
Esta é uma hipótese plausível e já testada várias vezes para diversos produtos.
Mas há uma limitação: “tudo mais permanecendo constante”. É um efeito isolado. Na
realidade, muitos efeitos aparecem conjuntamente, e é difícil fazer a separação de cada
um.
Podemos construir uma curva mostrando a relação entre a demanda e o preço da
mercadoria. Esta curva, chamada curva da procura, mostra a relação entre o preço do
bem e a quantidade deste bem que o consumidor está disposto a adquirir num certo
período de tempo, tudo mais permanecendo constante, ou seja, não variando o preço de
outros bens, a renda do consumidor e o gosto do consumidor.
Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens.
Um aumento no preço de um bem pode causar um deslocamento na curva de
demanda de outro bem. Para esta função não temos uma relação geral: o aumento do
preço do bem “i” poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem “x’. A relação depende
do tipo de relação existente entre os dois bens.
Bens complementares.
Dx = f(Pc) Ceteris Paribus (tudo mais permanecendo constante).
O aumento do preço de um bem complementar desloca a reta da demanda para a
esquerda.
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Px
Qx
CURVA DE PROCURA
3. Depois de um aumento no preço da gasolina, as pessoas terão, por exemplo,
menos vontade de possuir automóveis. Portanto, a curva de demanda por automóveis
será deslocada para a esquerda com cada aumento no preço da gasolina. Os bens deste
tipo - bens utilizados em combinação, de maneira que um aumento no preço de um
deles leva a uma queda na demanda do outro - chamam-se bens complementares.
Bens substitutos ou concorrentes.
Dx = f(Ps) Ceteris Paribus (tudo mais permanecendo constante).
O aumento do preço de um bem concorrente desloca a reta da demanda para a
direita.
Para os substitutos ou concorrentes, prevalece justamente a relação oposta aos
complementares. As maças e as bananas são substitutas, por exemplo. Com uma
duplicação no preço das bananas, os compradores seriam incentivados a substituí-las
por maçãs. Um aumento no preço das bananas provocará um aumento na demanda de
maçãs. Ocorre o mesmo com outros produtos: chá e café, manteiga e margarina,
passagens de ônibus e trem.
Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor.
Dx = f(R) Ceteris Paribus (tudo mais permanecendo constante).
O aumento da renda do consumidor desloca a reta da demanda para a direita.
Quando a renda aumenta, as pessoas podem consumir mais. Para um bem típico
ou normal, a curva de demanda desloca-se para a direita, quando a renda aumenta.
Há exceções a regra. Com um aumento de renda, as pessoas podem reduzir o
consumo de feijão e batatas e comer mais carne, um alimento mais caro que, pelo
aumento de renda, passa a ser consumido. Nesta situação - quando o aumento de renda
produz um deslocamento para a esquerda na curva de demanda por batata, por exemplo
- o bem é um bem inferior.
Relação entre a procura de um bem e o gosto do consumidor.
Dx = f(G) Ceteris Paribus (tudo mais permanecendo constante).
O aumento do gosto do consumidor pelo produto desloca a reta da demanda para
a direita.
O tempo passa e os gostos mudam. Talvez devido ao maior número de jogos de
tênis transmitidos pela televisão, mais pessoas estão jogando tênis. Esta tendência há
alguns meses aumenta a demanda por raquetes de tênis. Os gostos, e, portanto a
demanda, são bens voláteis para alguns produtos, especialmente as manias, como
uniformes da seleção ou musicas sertanejas.
TEORIA DA OFERTA.
Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores
desejam vender por unidade de tempo. Do mesmo modo que a demanda, a oferta de um
bem depende de inúmeros fatores que discutiremos a seguir.
Quatro determinantes da oferta.
I - Preço do produto.
4. II - Preço dos demais produtos.
III - Tecnologia de produção
IV - Custo de produção.
Relação entre quantidade ofertada e o preço do bem.
A oferta de um bem depende de seu próprio preço, admitindo a hipótese ceteris
paribus, quanto maior for o preço de um bem, mais interessante se torna produzi-lo e,
portanto, a oferta é maior. Relacionando a quantidade ofertada de um bem com seu
preço obtemos a curva de oferta.
Relação entre quantidade ofertada e o preço dos demais produtos.
A oferta de um bem pode ser alterada por mudanças nos preços dos demais bens
produzidos. Se os preços dos demais bens subirem e o preço do bem “x” permanecer
idêntico, sua produção torna-se menos atraente em relação a produção dos outros bens,
consequentemente diminuindo sua oferta, deslocando a curva da oferta para a esquerda.
Relação entre quantidade ofertada e o custo de produção.
A oferta do bem “x” depende dos preços dos fatores de produção. De fato, o preço
dos fatores determina o custo de produção. Havendo aumento do preço do fator,
aumentaria o custo de produção. Os bens em cuja produção se empregam grandes
quantidades deste fator sofrerão aumentos de custo significativos, enquanto aqueles que
empregam pouco sofrerão menos. Assim, um aumento no preço de um fator acarretará
alterações na lucratividade relativa das produções, e isto ocasionará um deslocamento
para a esquerda da curva de oferta deste produto.
Relação entre quantidade ofertada e a tecnologia.
O mesmo raciocínio se pode fazer em relação à mudança de tecnologia de
produção. Os bens que mais se beneficiam da mudança de tecnologia terão uma
lucratividade maior, e assim surgirão deslocamentos nas curvas de oferta de diversos
bens e serviços.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 10 20 30 40 50
Px
Qx
CURVA DA OFERTA
5. O EQUILÍBRIO DE MERCADO.
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta quanto
pela procura. Coloquemos em um único gráfico as curvas de oferta e de procura.
Sabemos que a curva de procura, que representa o desejo dos consumidores, é
decrescente. A curva de oferta é crescente.
Chamemos o cruzamento das curvas de “P”, ao qual correspondem o preço e a
quantidade de equilíbrio. Este ponto, se existir, será único, pois a curva de procura é
decrescente e a curva de oferta crescente. Neste ponto a quantidade que os
consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidades que os produtores
desejam vender. Existe uma coincidência de desejos.
Para quaisquer preços superiores ao preço de equilíbrio, a quantidade que os
ofertantes desejam vender é maior que a quantidade que os consumidores desejam
comprar. Em linguagem técnica, dizemos que existe um excesso de oferta. Quanto
maior o preço, maior será o excesso de oferta. De outra parte, para qualquer preço
inferior ao preço de equilíbrio, surgirá um excesso de demanda. Quanto menor o preço,
maior será o excesso de demanda. Em qualquer destas situações não existe
compatibilidade de desejos.
ELASTICIDADE.
Relação existente entre as modificações relativas observadas nas quantidades
procuradas ou ofertadas, decorrentes de alterações relativas introduzidas nos preços.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 10 20 30 40 50
ponto de equilíbrio
Px
Qx
curva da oferta
curva da demanda
6. Elasticidade da procura.
Q Variação na quantidade
Conceito.
A elasticidade preço da procura “E” pode ser definida como a razão entre a
variação relativa na quantidade procurada do bem em consideração, dada uma variação
relativa de seus preços. Equivalentemente, em termos percentuais, essa elasticidade
expressaria a relação existente entre certa variação percentual de quantidade procurada
do bem considerado face a uma variação percentual dos seus preços.
Procura elástica.
A expansão relativa das quantidades procuradas é mais do que proporcional à
redução relativa dos preços.
E > /1/
Procura de elasticidade unitária
A expansão relativa das quantidades procuradas é rigorosamente proporcional à
redução relativa dos preços.
E = /1/
Procura inelástica.
A expansão relativa das quantidades procuradas é menos que proporcional à
redução relativa dos preços.
E < /1/
E =
Modificação percentual da quantidade procurada
Modificação percentual do preço
E =
Q
Q 0
P
P 0
E Elasticidade da procura
Q 0 Quantidade inicial
P Variação do preço
P 0 Preço inicial
7. Elasticidade da oferta.
N =
Modificação percentual da quantidade ofertada
Modificação percentual do preço
Oferta elástica.
A expansão relativa das quantidades ofertadas é mais do que proporcional a
expansão relativa dos preços.
N > 1
Oferta de elasticidade unitária.
A expansão relativa das quantidades ofertadas é rigorosamente proporcional a
expansão relativa dos preços.
N = 1
Oferta inelástica.
A expansão relativa das quantidades ofertadas é menos que proporcional a
expansão relativa dos preços.
N < 1
N =
Q
Q 0
P
P 0
N Elasticidade da procura
Q Variação na quantidade
Q 0 Quantidade inicial
P Variação do preço
P 0 Preço inicial