1. História Versus Cidadania
Por Adilson Motta, 2012
Os dicionários definem que a história se conceitua como
Ciência que estuda a vida humana através dos tempos. É necessário
como cidadãos estudarmos história mais do que nessa simples visão
informativa e inteirativa; o essencial é estudá-la como um instrumento
de mudança, que nos permita olharmos para trás e sabermos o que
queremos para o futuro que começa em cada presente. O passado e
o presente são inseparáveis, pois somos produtos do passado e
perspectiva de um futuro. O passado histórico, além de ser de
extrema importância para se compreender o presente, as atuais
formas de relacionamento entre os homens, as comunidades e entre
os países, pode servir para conscientizar a todos da tarefa de
construirmos um mundo mais justo, mais digno; ajudando então a
transformar o país, estado e municípios para melhor. Conhecer
nossa história, a transformação de nossa sociedade e sua análise
(apreender os fatos e compreendê-los diante de outras variáveis)
pode ajudar-nos, a saber, onde estamos e a escolher para onde
vamos.
A dialética de Karl Marx aponta que o eixo das
transformações históricas são alimentadas ou produzidas a partir da
dinâmica das contradições que permeiam os acontecimentos sociais
e leva a seus opostos. Já outros autores apontam que as ações
próprias do homem – passadas, presentes ou futuras - se lhe
aparecem sob o manto da necessidade e que o indivíduo pode ser
uma grande força social de transformação. Principalmente numa
sociedade onde exista pessoas informadas de direitos e deveres,
enfim dotadas de espírito crítico. É nesse sentido que é válida a
afirmação de que as particularidades das personalidades
determinam o aspecto individual dos acontecimentos históricos. É
2. dessa forma que o indivíduo vai cumprir o seu papel na história –
enquanto conhecedor e participante no processo (Plekhanov, 2002,
p.110, 117,118 e 152).
A história acontece no cenário das lutas “lutadas”, “calada”,
“reclamadas”, “confiadas”, “omissas”, e muitas vezes, sob manobras
sociais em formas diversas. E às vezes, até na atividade ou
passividade de cada cidadão.
A política é o instrumento central onde se desenvolve todo
cenário de acontecimentos que se constitui o fazer histórico.
Segundo Creusa Capalbo (apud SANTOS, 2000, P. 98), “a
conscientização utilizará uma pedagogia que proporcionará ao
homem condições para descobrir-se, conquistar-se, formar-se como
sujeitos de sua própria história.” Corroborando com o que foi
afirmado, veja o que diz Marilena Chauí (1980, p. 114): “ Enquanto
não houver um conhecimento da história real, enquanto a teoria não
mostrar o significado da prática imediata dos homens, enquanto a
experiência comum de vida for mantida sem crítica e sem
pensamento, a ideologia de dominação se manterá.”
Não é apenas em uma grande cidade, estado e país que a
história acontece; uma pequena comunidade no interior de um
município é também um espaço ou cenário onde acontece história. E
nessa relação sociedade & história, veja o que diz a doutora Rita
Santos em (SANTOS, 2000, P. 112):
“Cada sociedade é, pois, um espaço de vida, no qual a sua própria
história se vai escrevendo.”