SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 34
Baixar para ler offline
PROCESSO DE TREFILAÇÃO
TREFILAÇÃO
O QUE É?
A trefilação é uma operação em que aA trefilação é uma operação em que a
matériamatéria--prima é estirada através de umaprima é estirada através de uma
matriz em forma de canal convergentematriz em forma de canal convergente
(FIEIRA ou TREFILA) por meio de uma(FIEIRA ou TREFILA) por meio de uma
forçaforça tracionadoratracionadora aplicada do lado deaplicada do lado de
saída da matriz.saída da matriz.
O escoamento plástico é produzido pelaO escoamento plástico é produzido pela
combinaçãocombinação da forçada força tracionadoratracionadora com ascom as
forças compressivas provenientes daforças compressivas provenientes da
reação da matriz sobre o material.reação da matriz sobre o material.
DISPOSITIVO BÁSICO: A FIEIRADISPOSITIVO BÁSICO: A FIEIRA
A fieira é o dispositivo básico da trefilação, e compõe todos osA fieira é o dispositivo básico da trefilação, e compõe todos os
equipamentosequipamentos trefiladorestrefiladores. Sua geometria é dividida em quatro zonas:. Sua geometria é dividida em quatro zonas:
•• de entradade entrada
•• de redução (de redução (άά = semi= semi--ângulo de trefilaângulo de trefilaçção)ão)
•• de calibrade calibraçção (zona cilão (zona cilííndrica)ndrica)
•• de sade saíídada
MATERIAL DA FIEIRA:
O material é escolhido conforme as exigências do processo
(dimensões, esforços) e o material a ser trefilado. Os materiais
mais utilizados são:
Carbonetos sinterizados (sobretudo WC – Widia)
Aços de alto C revestidos de Cr (cromagem dura)
Aços especiais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc.)
Ferro fundido branco
Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados)
Diamante (p/ fios finos ou de ligas duras)
Trefilados de diferentes formasTubos
Ø < 0,02mmEspeciais
Finos: Ø = 0,7...1,6mm
Médios: Ø = 1,6…5,0mm
Grossos: Ø = 5...25mmComunsArames
Ø < 25mmBarras
PRODUTOS MAIS COMUNSPRODUTOS MAIS COMUNS
VANTAGENS
O material pode ser estirado e reduzido em secção transversal
mais do que com qualquer outro processo;
A precisão dimensional obtida é maior do que em qualquer outro
processo exceto a laminação a frio, que não é aplicável às
bitolas comuns de arames;
A superfície produzida é uniformemente limpa e polida;
O processo influi nas propriedades mecânicas do material,
permitindo, em combinação com um tratamento térmico
adequado, a obtenção de uma gama variada de propriedades
com a mesma composição química.
MÉTODOS DE TREFILAÇÃO DE TUBOSMÉTODOS DE TREFILAÇÃO DE TUBOS
BANCADA DEBANCADA DE
TREFILAÇÃOTREFILAÇÃO
Na figura ao ladoNa figura ao lado
podepode--se observarse observar
o aspectoo aspecto
esquemático deesquemático de
uma bancada deuma bancada de
trefilação, com ostrefilação, com os
respectivosrespectivos
componentes.componentes.
EQUIPAMENTOSEQUIPAMENTOS
ClassificamClassificam--se em dois grupos:se em dois grupos:
•• BANCADAS DE TREFILAÇÃOBANCADAS DE TREFILAÇÃO –– Utilizadas para produção deUtilizadas para produção de
componentes não bobináveis, como barras e tubos.componentes não bobináveis, como barras e tubos.
••TREFILADORAS DE TAMBORTREFILADORAS DE TAMBOR –– Utilizadas para produção deUtilizadas para produção de
componentes bobináveis, ou seja, fios e arames.componentes bobináveis, ou seja, fios e arames.
TREFILADORAS DE TAMBORTREFILADORAS DE TAMBOR
ClassificamClassificam--se em três grupos:se em três grupos:
•• Simples (um só tambor)Simples (um só tambor) –– Para arames grossosPara arames grossos
•• DuplasDuplas –– Para arames médiosPara arames médios
•• Múltiplas (contínuas)Múltiplas (contínuas) –– Para arames médios e finosPara arames médios e finos
Os elementos das máquinas de trefilação dependem das
características de cada máquina. Existem entretanto componentes
básicos que usualmente sempre estão presentes nas trefiladoras.
Eles são:
Carretel alimentador
Porta-fieira
Garra ou mordaça para puxar a primeira porção do arame
Tambor para enrolar o arame trefilado
TREFILAÇÃO
CONTINUA DE FIOS PESADOS
Máquina Rotativas
O PROCESSO PRODUTIVO
• Matéria-prima: Fio-máquina (vergalhão laminado a quente)
• Descarepação:
- Mecânica (descascamento), dobramento e escovamento.
- Química (decapagem): com HCl ou H2S04 diluídos.
• Lavagem: em água corrente.
• Recobrimento: comumente por imersão em leite de cal Ca(OH)2 a
100°C a fim de neutralizar resíduos de ácido, prote ger a superfície
do arame, e servir de suporte para o lubrificante de trefilação.
• Secagem (em estufa) - Também remove H2 dissolvido na superfície
do material.
• Trefilação - Primeiros passes a seco. Eventualmente: recobrimento
com Cu ou Sn e trefilação a úmido.
DEFEITOS EM TREFILADOS
Podem resultar:
- de defeitos na matéria-prima (fissuras,lascas, vazios, inclusões);
- do processo de deformação.
Exemplo de defeito:Trincas internas em ponta de flecha ("chevrons") - veja
figura abaixo
TRATAMENTO TÉRMICO
DE FIOS TREFILADOS
• RECOZIMENTO:
Indicação: principalmente para arames de baixo carbono
Tipo: subcrítico, entre 550 a 650°C
Objetivo: remover efeitos do encruamento.
• PATENTEAMENTO:
Indicação:aços de médio a alto carbono (C> 0,25 %)
Tipo: aquecimento acima da temperatura crítica (região g) seguido
de resfriamento controlado, ao ar ou em banho de chumbo mantido
entre 450 e 550°C. A seguir, encruamento em trefila .
Objetivo: obter uma boa combinação de resistência e ductilidade,
pela estrutura resultante de perlita fina ou bainita encruadas.
PRODUTOS TREFILADOS:
FIOS DE AÇO
PRODUTOS TREFILADOS
CONDUTORES ELÉTRICOS
PRODUTOS TREFILADOS
TUBOS MICROTUBOS
Parâmetros de Trefilação
Os mais importantes são:
- Quantidade de redução (r)
A = seção final
A0 = seção inicial
- semi-ângulo de trefilação (α)
- Lubrificação
- propriedades mecânicas do arame antes, durante e
após redução
1001
0
x
A
A
r 





−=
Métodos analíticos de cálculo
Método da deformação homogênea






−
=






=
r
Y
ou
A
A
Y
f
f
1
1
ln.
ln. 0
σ
σ
Seção circular Barras (estado plano
deformação)








=








=
ff
f
D
D
Y
D
D
Y 0
2
0
ln2.ln.σ 





=
A
A
Yf
0
ln.
3
2
σ
σf ≤ σe do material já trefilado
σf = tensão frontal
Y = tensão de escoamento média
r = redução
rA
A
−
==
1
1
lnln 0
ε
u
uvolvolLFW
f
f
=
===
σ
σ ..
Método dos Blocos
Equação de equilíbrio na direção 1:
( ) ( ) 0
coscos
cos
44
2
1
2
11 =





++−++
α
πα
α
απµπ
σ
π
σσ
dx
Dpsen
DdxpD
dDDd
Dividindo por π, por D
0tan
42
11
=+++ αµ
σσ
pdxpdx
DddD
αtan2
dD
dx =como
0
2tan242
11
=+++
pdDpdDDddD
α
µσσ
Multiplicando por 4
( )[ ] 0cot12 11 =+++ αµσσ gpdDDd
para µ e α pequenos
µ
σ2 = σ3 = -p
Usando Tresca
Yp =+1σ Admitindo YY = e constante
( )( )[ ] 0cot12 111 =+−++ αµσσσ gYdDDd
1σ−= Yp
αµ gB cot=considerando
( )[ ] 012 11 =++−+ BYBdDDd σσ
( )[ ] 012 11 =+−− BYBdDDd σσ
( ) D
dD
BYB
d
2
11
1
=
+−σ
σ
Integrando e sabendo que B e Y são constantes
( )[ ] CDBYB
B
+=+− ln21ln
1
1σ
( )
2
B
CDBYB =+− 11σ
Para D=D0
σ1 = 0
( )
B
D
BY
C 2
0
1+
−=
Para D=Df
σ1 = σf
( ) ( )














+−++=
2
B
0
11
D
D
BYBYB
f
fσ
( )














−+
+
=
2
B
0
1
1
D
D
B
B
Y
f
fσ
Fios:
Barras:
( ) ( )[ ]
αµ
σ
gB
reduçãor
r
B
B
Y
B
f
cot
11
1
=
=
−−
+
=
( )














−
+
=
B
f
f
D
D
B
B
Y
2
0
1
1
σ
( ) ( )[ ]B
f r
B
B
Y −−
+
= 11
1
3
2
σ
µ= coeficiente de atrito
Solução Final
ou
Cálculo de redução máxima
Yf =σConsidera-se:
( ) ( )[ ] 111
1
=−−
+
=
Bf
r
B
B
Y
σ
Exercício: Obtenha a redução máxima possível para os seguintes
casos:
a) Considerando somente o trabalho ideal (método da deformação
homogênea);
b) Admitindo µ = 0,05 e α=100
Eficiência η
R
i
rfiR
W
W
WWWW
=
++=
η
Normalmente 0,5 ≤ η ≤ 0,65
Um material com uma curva tensão-deformação real representada
por é usado em um processo de trefilação de
fios.Pede-se:
(a) considerando somente a deformação homogênea calcule a força
de trefilação para reduzir um fio desse material de 0,2 in para 0,15
in.
(b) Assumindo que o trabalho devido ao atrito mais o trabalho
redundante corresponde a 40% do trabalho ideal de deformação,
estime a força real para trefilar o fio do item (a); calcule a máxima
redução em área possível num único passe;
Exemplo 1
psi5,0
10000εσ =
Uma placa de metal de 10 mm de largura e 0,5 mm de espessura
é trefilada para 0,3 mm de espessura numa matriz cujo semi-
ângulo é 10o. A tensão de escoamento média é 550 N/mm2 e o
coeficiente de atrito µ=0,08.
(a) Estime a carga de trefilação;
(b) (b) se o trabalho total feito aparece na forma de calor , qual seria
o aumento de temperatura da placa. Dado: γmetal= 8,8x103 kg/m3:
C = 400 J/kg°C.
Exemplo 2
a) Determine a força de trefilação necessária para produzir 20%
de redução num fio de aço inox com 10 mm de diâmetro. Dado:
α = 6°e µ = 0,09;
b) Determine a máxima redução possível.
c) Se o fio é trefilado a uma velocidade de 0,5 m/s, determine a
potência requerida para produzir a deformação.
MPa3,0
1300εσ =
Exemplo 3
Uma tira de aço de 10 mm de largura e 0,4 mm de espessura é
trefilada para 0,3 mm de espessura numa matriz cujo semi-ângulo é
12o, a uma velocidade de 2,0 m/s. A tensão de escoamento média é
250 N/mm2 e o coeficiente de atrito µµµµ=0,1.
(a) Qual o trabalho total gasto para trefilar uma bobina de 50 kg. Dado
γγγγaço= 7,8x103 kg/m3 .
(b) Se a eficiência do processo é 85%, qual a potência requerida e a
energia consumida pela bobina;
(c) Qual deve ser o imput de corrente do motor principal de 220V.
Exemplo 4
3
Referências Adicionais
-Dieter, G.E. Mechanical metallurgy, 1988, SI metric edition, McGraw-
Hill, ISBN 0-07-100406-8.
-Edwards, L. and Endean, M., Manufacturing with materials, 1990,
Butterworth Heinemann, ISBN: 0-7506-2754-9.
-Beddoes, J. and Bibbly M.J., Principles of metal manufacturing process,
1999, Arnold, ISBN: 0-470-35241-8.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Processos de conformação
Processos de conformaçãoProcessos de conformação
Processos de conformaçãoLais Figueiredo
 
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisCiências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisFelipe Machado
 
Trabalho processos de fabricação
Trabalho processos de fabricaçãoTrabalho processos de fabricação
Trabalho processos de fabricaçãoPaulo Seabra
 
Trabalho sobre Laminação
Trabalho sobre LaminaçãoTrabalho sobre Laminação
Trabalho sobre Laminaçãojohanncroce
 
Fabricação mecânica i furação 1
Fabricação mecânica i   furação 1Fabricação mecânica i   furação 1
Fabricação mecânica i furação 1Levi Oliveira
 
Apostila de metalografia preparação de amostras - colpaert
Apostila de metalografia   preparação de amostras - colpaertApostila de metalografia   preparação de amostras - colpaert
Apostila de metalografia preparação de amostras - colpaertRafael Bressiani
 
Apostila aço inox. soldagem
Apostila aço inox.   soldagemApostila aço inox.   soldagem
Apostila aço inox. soldagemVerlaine Verlaine
 
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosLista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosGlaucoVelosodosSantos
 

Mais procurados (20)

Estampagem
EstampagemEstampagem
Estampagem
 
Processos de conformação
Processos de conformaçãoProcessos de conformação
Processos de conformação
 
Trabalho trefilacao
Trabalho trefilacaoTrabalho trefilacao
Trabalho trefilacao
 
Extrusão
ExtrusãoExtrusão
Extrusão
 
Slide laminacao
Slide laminacaoSlide laminacao
Slide laminacao
 
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiaisCiências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
Ciências dos Materiais - Aula 20 - Tratamentos Térmicos dos materiais
 
Extrusão.ppt 2
 Extrusão.ppt 2 Extrusão.ppt 2
Extrusão.ppt 2
 
Trabalho processos de fabricação
Trabalho processos de fabricaçãoTrabalho processos de fabricação
Trabalho processos de fabricação
 
Tratamentos térmicos
Tratamentos térmicosTratamentos térmicos
Tratamentos térmicos
 
Metalografia
MetalografiaMetalografia
Metalografia
 
Trabalho sobre Laminação
Trabalho sobre LaminaçãoTrabalho sobre Laminação
Trabalho sobre Laminação
 
Fabricação mecânica i furação 1
Fabricação mecânica i   furação 1Fabricação mecânica i   furação 1
Fabricação mecânica i furação 1
 
Apostila de metalografia preparação de amostras - colpaert
Apostila de metalografia   preparação de amostras - colpaertApostila de metalografia   preparação de amostras - colpaert
Apostila de metalografia preparação de amostras - colpaert
 
Processo de laminacao
Processo de laminacaoProcesso de laminacao
Processo de laminacao
 
Extrusão
Extrusão Extrusão
Extrusão
 
Forjamento
ForjamentoForjamento
Forjamento
 
Laminação a quente
Laminação a quenteLaminação a quente
Laminação a quente
 
Apostila aço inox. soldagem
Apostila aço inox.   soldagemApostila aço inox.   soldagem
Apostila aço inox. soldagem
 
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosLista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
 
Trefilacao
Trefilacao   Trefilacao
Trefilacao
 

Semelhante a Processo de trefilação: definição, equipamentos e aplicações

14188969 1.ppt
14188969 1.ppt14188969 1.ppt
14188969 1.pptPereiraJr2
 
Trefilacao - Grupo 2 3D3A
Trefilacao - Grupo 2 3D3ATrefilacao - Grupo 2 3D3A
Trefilacao - Grupo 2 3D3Agabrieletec123
 
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.ppt
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.pptSlide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.ppt
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.pptDionathanSousa2
 
03 conformação (1)
03 conformação (1)03 conformação (1)
03 conformação (1)alex martins
 
Processos de conformação parte i
Processos de conformação   parte iProcessos de conformação   parte i
Processos de conformação parte iMaria Adrina Silva
 
Conforma -o dos metais - parte1
Conforma -o dos metais - parte1Conforma -o dos metais - parte1
Conforma -o dos metais - parte1formold
 
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.Anselmo Fabris
 
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃOAPRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃOOMARMALUF
 
Processos de conformação parte ii
Processos de conformação   parte iiProcessos de conformação   parte ii
Processos de conformação parte iiMaria Adrina Silva
 
Processo de Conformacao - Estampagem
Processo de Conformacao - EstampagemProcesso de Conformacao - Estampagem
Processo de Conformacao - EstampagemEstampagem
 
Relatorio ufcd 41 trabalho livre
Relatorio ufcd 41 trabalho livreRelatorio ufcd 41 trabalho livre
Relatorio ufcd 41 trabalho livreAndre Quendera
 

Semelhante a Processo de trefilação: definição, equipamentos e aplicações (20)

14188969 1.ppt
14188969 1.ppt14188969 1.ppt
14188969 1.ppt
 
5 - Trefilacao.pdf
5 - Trefilacao.pdf5 - Trefilacao.pdf
5 - Trefilacao.pdf
 
Conformacao
ConformacaoConformacao
Conformacao
 
Trefilacao - Grupo 2 3D3A
Trefilacao - Grupo 2 3D3ATrefilacao - Grupo 2 3D3A
Trefilacao - Grupo 2 3D3A
 
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.ppt
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.pptSlide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.ppt
Slide Processo de Conformação Mecânica - LAMINAÇÃO.ppt
 
Extrusão
ExtrusãoExtrusão
Extrusão
 
03 conformação (1)
03 conformação (1)03 conformação (1)
03 conformação (1)
 
Processos de conformação parte i
Processos de conformação   parte iProcessos de conformação   parte i
Processos de conformação parte i
 
Conforma -o dos metais - parte1
Conforma -o dos metais - parte1Conforma -o dos metais - parte1
Conforma -o dos metais - parte1
 
Apostila-estampagem
Apostila-estampagemApostila-estampagem
Apostila-estampagem
 
Engenharia de superfícies.ppt
Engenharia de superfícies.pptEngenharia de superfícies.ppt
Engenharia de superfícies.ppt
 
Tst aula 03
Tst   aula 03Tst   aula 03
Tst aula 03
 
APOSTILA AULA 3.pdf
APOSTILA AULA 3.pdfAPOSTILA AULA 3.pdf
APOSTILA AULA 3.pdf
 
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.
C01-TEORIA GERAL DA USINAGEM-MANUFATURA.
 
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃOAPRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE TREFILAO FABRICA 1 PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO
 
Nitretação de metais por plasma: princípios, comparação com as técnicas tradi...
Nitretação de metais por plasma: princípios, comparação com as técnicas tradi...Nitretação de metais por plasma: princípios, comparação com as técnicas tradi...
Nitretação de metais por plasma: princípios, comparação com as técnicas tradi...
 
Processos de conformação parte ii
Processos de conformação   parte iiProcessos de conformação   parte ii
Processos de conformação parte ii
 
Processo de Conformacao - Estampagem
Processo de Conformacao - EstampagemProcesso de Conformacao - Estampagem
Processo de Conformacao - Estampagem
 
Rpacks
RpacksRpacks
Rpacks
 
Relatorio ufcd 41 trabalho livre
Relatorio ufcd 41 trabalho livreRelatorio ufcd 41 trabalho livre
Relatorio ufcd 41 trabalho livre
 

Processo de trefilação: definição, equipamentos e aplicações

  • 2. TREFILAÇÃO O QUE É? A trefilação é uma operação em que aA trefilação é uma operação em que a matériamatéria--prima é estirada através de umaprima é estirada através de uma matriz em forma de canal convergentematriz em forma de canal convergente (FIEIRA ou TREFILA) por meio de uma(FIEIRA ou TREFILA) por meio de uma forçaforça tracionadoratracionadora aplicada do lado deaplicada do lado de saída da matriz.saída da matriz. O escoamento plástico é produzido pelaO escoamento plástico é produzido pela combinaçãocombinação da forçada força tracionadoratracionadora com ascom as forças compressivas provenientes daforças compressivas provenientes da reação da matriz sobre o material.reação da matriz sobre o material.
  • 3. DISPOSITIVO BÁSICO: A FIEIRADISPOSITIVO BÁSICO: A FIEIRA A fieira é o dispositivo básico da trefilação, e compõe todos osA fieira é o dispositivo básico da trefilação, e compõe todos os equipamentosequipamentos trefiladorestrefiladores. Sua geometria é dividida em quatro zonas:. Sua geometria é dividida em quatro zonas: •• de entradade entrada •• de redução (de redução (άά = semi= semi--ângulo de trefilaângulo de trefilaçção)ão) •• de calibrade calibraçção (zona cilão (zona cilííndrica)ndrica) •• de sade saíídada
  • 4. MATERIAL DA FIEIRA: O material é escolhido conforme as exigências do processo (dimensões, esforços) e o material a ser trefilado. Os materiais mais utilizados são: Carbonetos sinterizados (sobretudo WC – Widia) Aços de alto C revestidos de Cr (cromagem dura) Aços especiais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc.) Ferro fundido branco Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados) Diamante (p/ fios finos ou de ligas duras)
  • 5. Trefilados de diferentes formasTubos Ø < 0,02mmEspeciais Finos: Ø = 0,7...1,6mm Médios: Ø = 1,6…5,0mm Grossos: Ø = 5...25mmComunsArames Ø < 25mmBarras PRODUTOS MAIS COMUNSPRODUTOS MAIS COMUNS
  • 6. VANTAGENS O material pode ser estirado e reduzido em secção transversal mais do que com qualquer outro processo; A precisão dimensional obtida é maior do que em qualquer outro processo exceto a laminação a frio, que não é aplicável às bitolas comuns de arames; A superfície produzida é uniformemente limpa e polida; O processo influi nas propriedades mecânicas do material, permitindo, em combinação com um tratamento térmico adequado, a obtenção de uma gama variada de propriedades com a mesma composição química.
  • 7. MÉTODOS DE TREFILAÇÃO DE TUBOSMÉTODOS DE TREFILAÇÃO DE TUBOS
  • 8. BANCADA DEBANCADA DE TREFILAÇÃOTREFILAÇÃO Na figura ao ladoNa figura ao lado podepode--se observarse observar o aspectoo aspecto esquemático deesquemático de uma bancada deuma bancada de trefilação, com ostrefilação, com os respectivosrespectivos componentes.componentes. EQUIPAMENTOSEQUIPAMENTOS ClassificamClassificam--se em dois grupos:se em dois grupos: •• BANCADAS DE TREFILAÇÃOBANCADAS DE TREFILAÇÃO –– Utilizadas para produção deUtilizadas para produção de componentes não bobináveis, como barras e tubos.componentes não bobináveis, como barras e tubos. ••TREFILADORAS DE TAMBORTREFILADORAS DE TAMBOR –– Utilizadas para produção deUtilizadas para produção de componentes bobináveis, ou seja, fios e arames.componentes bobináveis, ou seja, fios e arames.
  • 9.
  • 10. TREFILADORAS DE TAMBORTREFILADORAS DE TAMBOR ClassificamClassificam--se em três grupos:se em três grupos: •• Simples (um só tambor)Simples (um só tambor) –– Para arames grossosPara arames grossos •• DuplasDuplas –– Para arames médiosPara arames médios •• Múltiplas (contínuas)Múltiplas (contínuas) –– Para arames médios e finosPara arames médios e finos
  • 11. Os elementos das máquinas de trefilação dependem das características de cada máquina. Existem entretanto componentes básicos que usualmente sempre estão presentes nas trefiladoras. Eles são: Carretel alimentador Porta-fieira Garra ou mordaça para puxar a primeira porção do arame Tambor para enrolar o arame trefilado
  • 14. O PROCESSO PRODUTIVO • Matéria-prima: Fio-máquina (vergalhão laminado a quente) • Descarepação: - Mecânica (descascamento), dobramento e escovamento. - Química (decapagem): com HCl ou H2S04 diluídos. • Lavagem: em água corrente. • Recobrimento: comumente por imersão em leite de cal Ca(OH)2 a 100°C a fim de neutralizar resíduos de ácido, prote ger a superfície do arame, e servir de suporte para o lubrificante de trefilação. • Secagem (em estufa) - Também remove H2 dissolvido na superfície do material. • Trefilação - Primeiros passes a seco. Eventualmente: recobrimento com Cu ou Sn e trefilação a úmido.
  • 15. DEFEITOS EM TREFILADOS Podem resultar: - de defeitos na matéria-prima (fissuras,lascas, vazios, inclusões); - do processo de deformação. Exemplo de defeito:Trincas internas em ponta de flecha ("chevrons") - veja figura abaixo
  • 16. TRATAMENTO TÉRMICO DE FIOS TREFILADOS • RECOZIMENTO: Indicação: principalmente para arames de baixo carbono Tipo: subcrítico, entre 550 a 650°C Objetivo: remover efeitos do encruamento. • PATENTEAMENTO: Indicação:aços de médio a alto carbono (C> 0,25 %) Tipo: aquecimento acima da temperatura crítica (região g) seguido de resfriamento controlado, ao ar ou em banho de chumbo mantido entre 450 e 550°C. A seguir, encruamento em trefila . Objetivo: obter uma boa combinação de resistência e ductilidade, pela estrutura resultante de perlita fina ou bainita encruadas.
  • 20. Parâmetros de Trefilação Os mais importantes são: - Quantidade de redução (r) A = seção final A0 = seção inicial - semi-ângulo de trefilação (α) - Lubrificação - propriedades mecânicas do arame antes, durante e após redução 1001 0 x A A r       −=
  • 22. Método da deformação homogênea       − =       = r Y ou A A Y f f 1 1 ln. ln. 0 σ σ Seção circular Barras (estado plano deformação)         =         = ff f D D Y D D Y 0 2 0 ln2.ln.σ       = A A Yf 0 ln. 3 2 σ σf ≤ σe do material já trefilado σf = tensão frontal Y = tensão de escoamento média r = redução rA A − == 1 1 lnln 0 ε u uvolvolLFW f f = === σ σ ..
  • 23. Método dos Blocos Equação de equilíbrio na direção 1: ( ) ( ) 0 coscos cos 44 2 1 2 11 =      ++−++ α πα α απµπ σ π σσ dx Dpsen DdxpD dDDd
  • 24. Dividindo por π, por D 0tan 42 11 =+++ αµ σσ pdxpdx DddD αtan2 dD dx =como 0 2tan242 11 =+++ pdDpdDDddD α µσσ Multiplicando por 4 ( )[ ] 0cot12 11 =+++ αµσσ gpdDDd para µ e α pequenos µ σ2 = σ3 = -p Usando Tresca Yp =+1σ Admitindo YY = e constante
  • 25. ( )( )[ ] 0cot12 111 =+−++ αµσσσ gYdDDd 1σ−= Yp αµ gB cot=considerando ( )[ ] 012 11 =++−+ BYBdDDd σσ ( )[ ] 012 11 =+−− BYBdDDd σσ ( ) D dD BYB d 2 11 1 = +−σ σ Integrando e sabendo que B e Y são constantes
  • 26. ( )[ ] CDBYB B +=+− ln21ln 1 1σ ( ) 2 B CDBYB =+− 11σ Para D=D0 σ1 = 0 ( ) B D BY C 2 0 1+ −= Para D=Df σ1 = σf ( ) ( )               +−++= 2 B 0 11 D D BYBYB f fσ ( )               −+ + = 2 B 0 1 1 D D B B Y f fσ
  • 27. Fios: Barras: ( ) ( )[ ] αµ σ gB reduçãor r B B Y B f cot 11 1 = = −− + = ( )               − + = B f f D D B B Y 2 0 1 1 σ ( ) ( )[ ]B f r B B Y −− + = 11 1 3 2 σ µ= coeficiente de atrito Solução Final ou
  • 28. Cálculo de redução máxima Yf =σConsidera-se: ( ) ( )[ ] 111 1 =−− + = Bf r B B Y σ Exercício: Obtenha a redução máxima possível para os seguintes casos: a) Considerando somente o trabalho ideal (método da deformação homogênea); b) Admitindo µ = 0,05 e α=100
  • 30. Um material com uma curva tensão-deformação real representada por é usado em um processo de trefilação de fios.Pede-se: (a) considerando somente a deformação homogênea calcule a força de trefilação para reduzir um fio desse material de 0,2 in para 0,15 in. (b) Assumindo que o trabalho devido ao atrito mais o trabalho redundante corresponde a 40% do trabalho ideal de deformação, estime a força real para trefilar o fio do item (a); calcule a máxima redução em área possível num único passe; Exemplo 1 psi5,0 10000εσ =
  • 31. Uma placa de metal de 10 mm de largura e 0,5 mm de espessura é trefilada para 0,3 mm de espessura numa matriz cujo semi- ângulo é 10o. A tensão de escoamento média é 550 N/mm2 e o coeficiente de atrito µ=0,08. (a) Estime a carga de trefilação; (b) (b) se o trabalho total feito aparece na forma de calor , qual seria o aumento de temperatura da placa. Dado: γmetal= 8,8x103 kg/m3: C = 400 J/kg°C. Exemplo 2
  • 32. a) Determine a força de trefilação necessária para produzir 20% de redução num fio de aço inox com 10 mm de diâmetro. Dado: α = 6°e µ = 0,09; b) Determine a máxima redução possível. c) Se o fio é trefilado a uma velocidade de 0,5 m/s, determine a potência requerida para produzir a deformação. MPa3,0 1300εσ = Exemplo 3
  • 33. Uma tira de aço de 10 mm de largura e 0,4 mm de espessura é trefilada para 0,3 mm de espessura numa matriz cujo semi-ângulo é 12o, a uma velocidade de 2,0 m/s. A tensão de escoamento média é 250 N/mm2 e o coeficiente de atrito µµµµ=0,1. (a) Qual o trabalho total gasto para trefilar uma bobina de 50 kg. Dado γγγγaço= 7,8x103 kg/m3 . (b) Se a eficiência do processo é 85%, qual a potência requerida e a energia consumida pela bobina; (c) Qual deve ser o imput de corrente do motor principal de 220V. Exemplo 4 3
  • 34. Referências Adicionais -Dieter, G.E. Mechanical metallurgy, 1988, SI metric edition, McGraw- Hill, ISBN 0-07-100406-8. -Edwards, L. and Endean, M., Manufacturing with materials, 1990, Butterworth Heinemann, ISBN: 0-7506-2754-9. -Beddoes, J. and Bibbly M.J., Principles of metal manufacturing process, 1999, Arnold, ISBN: 0-470-35241-8.