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ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS EM MOVIMENTO
 Em sociedades contemporâneas, a escrita está presente em boa parte das
situações de convívio e interação, e o uso efetivo dessa linguagem exige das
pessoas o emprego de competências cada vez mais sofisticadas.
 Imersos na cultura letrada, nos deparamos diariamente com a necessidade de
falar apoiados em textos escritos, de comentá-los, de escutá-los, de ler e de
escrever, usando tanto os artefatos de papel como a televisão e o cinema, o
computador, o telefone celular ou o caixa eletrônico do banco.
 Além disso, a linguagem escrita é um instrumento cultural por meio do qual se
estabelecem relações sociais, se ordena e regula a vida em sociedade, se
produzem, registram e fazem circular conhecimentos e informações, se
promovem o acesso e a interação com a cultura, entre tantas outras coisas.
 Ter domínio ou não dessa linguagem e saber ou não usá-la em múltiplas
práticas sociais afeta de muitas maneiras os papéis que as pessoas assumem ou
lhes são atribuídos nas mais diferentes atividades.
 No Brasil, há um enorme contingente de pessoas que não sabem ler e escrever
ou que não puderam se escolarizar.
 Esse conjunto é muito heterogêneo quanto às suas características sociais,
necessidades formativas e às peculiaridades dos diversos subgrupos que o
compõem.
 Um aspecto que unifica esse grupo, no entanto, é o fato de que seus integrantes
não correspondem às expectativas sociais relacionadas à escolarização e aos
diversos usos da linguagem escrita – o que afeta suas vidas, restringindo os
lugares sociais que podem ocupar, as possibilidades e os recursos de que
podem lançar mão para agir – nos mais variados âmbitos sociais.
 São identificadas como analfabetas pela falta de conhecimentos e pouca
familiaridade com a linguagem escrita, e, por essa razão, são estigmatizadas e
discriminadas socialmente.
 Essas parecem razões suficientes para que a alfabetização seja um processo a
que todos tenham acesso, independente do ciclo de vida em que se
encontram, da condição de sexo, etnia, do grupo social a que pertencem, dos
locais onde residem, de sua ocupação e renda.
 Além de uma necessidade básica, a promoção da alfabetização é também um
dever do Estado, representando apenas a primeira etapa da educação a que
todos constitucionalmente têm direito – o ensino fundamental.
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
 Durante boa parte do século XX, considerava-se que uma pessoa estava
alfabetizada quando sabia escrever seu nome e ler algumas palavras ou
pequenas frases.
 Acreditava-se que, em alguns meses, com a aprendizagem de letras, sílabas e
palavras, as pessoas estariam aptas a usar a escrita em seu cotidiano e,
posteriormente, dar prosseguimento aos estudos.
 A maior parte das políticas e práticas de alfabetização de jovens e adultos
estava pautada também na crença de que a alfabetização tinha o potencial de
catalisar mudanças individuais e societárias.
 A mobilização social em torno do direito de todos à educação, as mudanças
socioculturais verificadas no final do século XX e o desenvolvimento dos
estudos científicos transformaram a compreensão, até então hegemônica,
sobre o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, atualizando as
diretrizes de políticas e as orientações didáticas para a alfabetização.
 Entretanto, essa renovação não se processa sem tensões, já que as
concepções de alfabetização emergentes convivem e disputam o campo
intelectual e as diretrizes das políticas educacionais com as visões até então
dominantes, o que se reflete na diversidade das orientações e práticas
pedagógicas.
ALFABETIZAÇÃO E MUDANÇA SOCIAL
 Durante a maior parte de sua história, a alfabetização de jovens e adultos no
Brasil esteve sob influência de pelo menos duas formas de conceber a relação
entre educação e mudança social.
 A adesão a esta ou àquela concepção afeta o modo como se concretizam
programas de alfabetização de jovens e adultos.
 Uma dessas concepções é a da educação como meio de emancipação e
transformação das pessoas e sociedades.
 O modelo emancipatório foi inaugurado nas experiências inovadoras de
alfabetização de jovens e adultos, realizadas por Paulo Freire na década de
1960, e continuado pela corrente da educação popular.
 Nessas experiências, promovidas majoritariamente por grupos e organizações
da sociedade civil, os processos de alfabetização estão conectados à
formação mais geral dos sujeitos e à realização de atividades nos âmbitos de
convivência social, da participação cidadã e profissional.
 São iniciativas que comportam uma heterogeneidade de ações e apontam
para uma visão pluralista e múltipla da alfabetização.
 Orientam-se por finalidades, práticas e atividades que proporcionam
aprendizagens, para que as pessoas possam agir em uma variedade maior de
contextos sociais.
 Apesar da riqueza de princípios e da criatividade como as propostas
educativas foram geradas, as repercussões dessas experiências ainda são
tênues nos programas de alfabetização mantidos pelas redes estaduais e
municipais de ensino.
 A outra concepção tem um caráter compensatório, reporta-se à educação
regular e atribui à educação de jovens e adultos a função de recuperar o
“atraso” escolar daqueles que não puderam estudar em idade considerada
“própria”.
 Esse paradigma tem como principal consequência enquadrar o
funcionamento e organização de programas de alfabetização de jovens e
adultos em modelos da alfabetização escolarizada.
 Um dos seus efeitos negativos é a adoção de uma perspectiva assistencialista,
que concebe a ação alfabetizadora como uma doação ou missão, motivada
pela ajuda aos menos favorecidos.
A ALFABETIZAÇÃO NOS CENSOS DEMOGRÁFICOS
 Uma das formas de captar as alterações e a progressiva extensão do conceito de
alfabetização é acompanhar os critérios adotados no Censo Demográfico para
distinguir, no conjunto da população, as pessoas alfabetizadas e não
alfabetizadas.
 Até 1940, era considerado alfabetizado aquele que simplesmente declarasse que
sabia ler e escrever, o que era interpretado como a capacidade de escrever o
próprio nome.
 A partir de 1950 até o momento atual, a obtenção de informações sobre o
analfabetismo da população se dá por meio da aplicação de duas perguntas,
uma delas de auto avaliação (sabe ler e escrever?) e a outra de determinação da
série ou ciclo escolar concluído (o tempo de estudo).
 Ser alfabetizado passou, então, a abarcar a capacidade de ler e escrever um
bilhete simples, ou seja, exercer uma prática de leitura e escrita comum em
nossa sociedade. Implícita ao critério do tempo de estudo, subjaz a
consideração de que, após alguns anos de aprendizagens escolares, as
pessoas não só terão aprendido a ler e escrever, como a fazer uso da leitura e
da escrita no cotidiano, consolidando tais habilidades, de modo a afastar o
risco de regressão ao analfabetismo.

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  • 1. ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM MOVIMENTO
  • 2.  Em sociedades contemporâneas, a escrita está presente em boa parte das situações de convívio e interação, e o uso efetivo dessa linguagem exige das pessoas o emprego de competências cada vez mais sofisticadas.  Imersos na cultura letrada, nos deparamos diariamente com a necessidade de falar apoiados em textos escritos, de comentá-los, de escutá-los, de ler e de escrever, usando tanto os artefatos de papel como a televisão e o cinema, o computador, o telefone celular ou o caixa eletrônico do banco.  Além disso, a linguagem escrita é um instrumento cultural por meio do qual se estabelecem relações sociais, se ordena e regula a vida em sociedade, se produzem, registram e fazem circular conhecimentos e informações, se promovem o acesso e a interação com a cultura, entre tantas outras coisas.
  • 3.  Ter domínio ou não dessa linguagem e saber ou não usá-la em múltiplas práticas sociais afeta de muitas maneiras os papéis que as pessoas assumem ou lhes são atribuídos nas mais diferentes atividades.  No Brasil, há um enorme contingente de pessoas que não sabem ler e escrever ou que não puderam se escolarizar.  Esse conjunto é muito heterogêneo quanto às suas características sociais, necessidades formativas e às peculiaridades dos diversos subgrupos que o compõem.  Um aspecto que unifica esse grupo, no entanto, é o fato de que seus integrantes não correspondem às expectativas sociais relacionadas à escolarização e aos diversos usos da linguagem escrita – o que afeta suas vidas, restringindo os lugares sociais que podem ocupar, as possibilidades e os recursos de que podem lançar mão para agir – nos mais variados âmbitos sociais.
  • 4.  São identificadas como analfabetas pela falta de conhecimentos e pouca familiaridade com a linguagem escrita, e, por essa razão, são estigmatizadas e discriminadas socialmente.  Essas parecem razões suficientes para que a alfabetização seja um processo a que todos tenham acesso, independente do ciclo de vida em que se encontram, da condição de sexo, etnia, do grupo social a que pertencem, dos locais onde residem, de sua ocupação e renda.  Além de uma necessidade básica, a promoção da alfabetização é também um dever do Estado, representando apenas a primeira etapa da educação a que todos constitucionalmente têm direito – o ensino fundamental.
  • 5. CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS  Durante boa parte do século XX, considerava-se que uma pessoa estava alfabetizada quando sabia escrever seu nome e ler algumas palavras ou pequenas frases.  Acreditava-se que, em alguns meses, com a aprendizagem de letras, sílabas e palavras, as pessoas estariam aptas a usar a escrita em seu cotidiano e, posteriormente, dar prosseguimento aos estudos.  A maior parte das políticas e práticas de alfabetização de jovens e adultos estava pautada também na crença de que a alfabetização tinha o potencial de catalisar mudanças individuais e societárias.
  • 6.  A mobilização social em torno do direito de todos à educação, as mudanças socioculturais verificadas no final do século XX e o desenvolvimento dos estudos científicos transformaram a compreensão, até então hegemônica, sobre o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, atualizando as diretrizes de políticas e as orientações didáticas para a alfabetização.  Entretanto, essa renovação não se processa sem tensões, já que as concepções de alfabetização emergentes convivem e disputam o campo intelectual e as diretrizes das políticas educacionais com as visões até então dominantes, o que se reflete na diversidade das orientações e práticas pedagógicas.
  • 7. ALFABETIZAÇÃO E MUDANÇA SOCIAL  Durante a maior parte de sua história, a alfabetização de jovens e adultos no Brasil esteve sob influência de pelo menos duas formas de conceber a relação entre educação e mudança social.  A adesão a esta ou àquela concepção afeta o modo como se concretizam programas de alfabetização de jovens e adultos.  Uma dessas concepções é a da educação como meio de emancipação e transformação das pessoas e sociedades.
  • 8.  O modelo emancipatório foi inaugurado nas experiências inovadoras de alfabetização de jovens e adultos, realizadas por Paulo Freire na década de 1960, e continuado pela corrente da educação popular.  Nessas experiências, promovidas majoritariamente por grupos e organizações da sociedade civil, os processos de alfabetização estão conectados à formação mais geral dos sujeitos e à realização de atividades nos âmbitos de convivência social, da participação cidadã e profissional.  São iniciativas que comportam uma heterogeneidade de ações e apontam para uma visão pluralista e múltipla da alfabetização.
  • 9.  Orientam-se por finalidades, práticas e atividades que proporcionam aprendizagens, para que as pessoas possam agir em uma variedade maior de contextos sociais.  Apesar da riqueza de princípios e da criatividade como as propostas educativas foram geradas, as repercussões dessas experiências ainda são tênues nos programas de alfabetização mantidos pelas redes estaduais e municipais de ensino.
  • 10.  A outra concepção tem um caráter compensatório, reporta-se à educação regular e atribui à educação de jovens e adultos a função de recuperar o “atraso” escolar daqueles que não puderam estudar em idade considerada “própria”.  Esse paradigma tem como principal consequência enquadrar o funcionamento e organização de programas de alfabetização de jovens e adultos em modelos da alfabetização escolarizada.  Um dos seus efeitos negativos é a adoção de uma perspectiva assistencialista, que concebe a ação alfabetizadora como uma doação ou missão, motivada pela ajuda aos menos favorecidos.
  • 11. A ALFABETIZAÇÃO NOS CENSOS DEMOGRÁFICOS  Uma das formas de captar as alterações e a progressiva extensão do conceito de alfabetização é acompanhar os critérios adotados no Censo Demográfico para distinguir, no conjunto da população, as pessoas alfabetizadas e não alfabetizadas.  Até 1940, era considerado alfabetizado aquele que simplesmente declarasse que sabia ler e escrever, o que era interpretado como a capacidade de escrever o próprio nome.  A partir de 1950 até o momento atual, a obtenção de informações sobre o analfabetismo da população se dá por meio da aplicação de duas perguntas, uma delas de auto avaliação (sabe ler e escrever?) e a outra de determinação da série ou ciclo escolar concluído (o tempo de estudo).
  • 12.  Ser alfabetizado passou, então, a abarcar a capacidade de ler e escrever um bilhete simples, ou seja, exercer uma prática de leitura e escrita comum em nossa sociedade. Implícita ao critério do tempo de estudo, subjaz a consideração de que, após alguns anos de aprendizagens escolares, as pessoas não só terão aprendido a ler e escrever, como a fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, consolidando tais habilidades, de modo a afastar o risco de regressão ao analfabetismo.