Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Geologia, subsistemas e rochas
1. BIOGEO- 10º Ano
Unidade 01: Geologia, geólogos e os seus métodos
A Terra é um planeta ativo, manifestando-se essa atividade por diferentes processos que alteram a morfologia
da sua superfície. O dinamismo terrestre sempre despoletou a curiosidade humana, e a permanente
interrogação sobre os fenómenos naturais contribuiu para o nascimento de uma nova ciência, autónoma e com
importância fundamental no bem-estar do Homem - a Geologia.
A Geologia (geo = Terra + logos = estudo) tem como objeto de estudo a Terra, em todas as suas dimensões.
Os geólogos procuram compreender os fenómenos que estiveram na base da génese da Terra, bem como a
sua evolução. Estudam a estrutura e as sucessivas transformações que vão afetando os diferentes subsistemas
terrestres.
Muitas das questões que afetam o futuro da civilização vão procurar respostas nos mais recentes
desenvolvimentos da Geologia, uma vez que esta pode fornecer uma série de conhecimentos imprescindíveis
para a compreensão e proteção do ambiente quer a nível do controlo da poluição, quer da preservação do
património arquitetónico e cultural, assim como do armazenamento de resíduos perigosos.
Sistemas e subsistemas
Um sistema é uma porção limitada do Universo onde se verifica a interação de vários componentes de um modo
organizado. A fronteira entre o sistema e o meio envolvente designa-se parede do sistema.
Um sistema diz-se composto, se nele existirem outros subsistemas mais pequenos que estabelecem relações
entre si.
Na Natureza, podem considerar-se três tipos de sistemas: sistemas abertos, sistemas fechados e sistemas
isolados.
Tipos de sistemas.
A Terra é um sistema fechado que estabelece trocas de energia com o meio envolvente, mas onde o intercâmbio
de matéria não é significativo.
2. O sistema Terra é um sistema composto formado por quatro grandes subsistemas, abertos e dinâmicos, que
interagem entre si: a geosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera.
Subsistemas terrestres:
Geosfera:
_ representa a parte sólida, quer superficial quer profunda da Terra;
_ inclui as grandes massas continentais e as bases dos oceanos;
_ serve de suporte a muitos seres vivos.
Hidrosfera:
compreende os reservatórios de água da Terra;
inclui oceanos, rios, lagos, glaciares e águas subterrâneas;
a água é a substância comum a todos os subsistemas terrestres;
a água movimenta-se na Natureza formando o ciclo hidrológico.
Atmosfera:
formada pela camada gasosa que envolve a Terra;
constituída por uma mistura de gases: azoto, oxigénio, árgon, dióxido de carbono, vapor de água em
quantidades variáveis e outros gases.
Biosfera:
corresponde ao conjunto de seres vivos que povoam a Terra e no qual se inclui o Homem;
os seres vivos distribuem-se pela geosfera, hidrosfera e atmosfera.
Os diferentes subsistemas interagem entre si e estão relacionados uns com os outros, encontrando-se em
equilíbrio dinâmico. A alteração das condições de equilíbrio de um deles pode ter repercussões em todos os
outros.
Como a Terra é um sistema fechado, os recursos naturais são limitados e os resíduos provenientes da atividade
do Homem acumulam-se, podendo provocar desequilíbrios perigosos.
Nos subsistemas da Terra ocorrem trocas permanentes e recíprocas de matéria e de energia.
3. Na crosta terrestre existe uma grande diversidade de rochas, que representam arquivos de acontecimentos
que ocorreram durante a história da Terra.
Tendo em conta as características e as condições de formação, consideram-se três categorias de
rochas: rochas sedimentares, rochas magmáticas e rochas metamórficas.
Rochas sedimentares:
As rochas sedimentares são formadas à superfície da Terra, ou próximo dela, a partir da deposição de
sedimentos oriundos de rochas preexistentes ou de material resultante da atividade dos seres vivos.
A génese das rochas sedimentares envolve duas fases: sedimentogénese e diagénese.
Sedimentogénese:
engloba os processos de meteorização, transporte e sedimentação;
na meteorização ocorre a alteração química e/ou física originando
partículas ou fragmentos de dimensões variadas, designados por
detritos ou clastos;
os materiais resultantes da meteorização são transportados pelos
agentes erosivos, nomeadamente, a água, o vento e a ação da
gravidade;
em condições propícias, os materiais transportados depositam-se,
constituindo os sedimentos;
o processo de deposição denomina-se sedimentação e é determinado
pela força gravítica; a ordem de sedimentação dos sedimentos é
condicionada pelas dimensões e densidade dos materiais;
a contínua deposição de sedimentos vai originando camadas - os
estratos, que se apresentam originalmente em posição horizontal,
podendo, posteriormente, sofrer deformações.
o estrato é delimitado pelo teto (limite superior da camada) e pelo muro
(limite inferior da camada).
Sobreposição dos estratos.
Diagénese:
ocorre um conjunto de processos químicos e físicos que provocam a
alteração dos sedimentos;
os sedimentos perdem água, são compactados e ligados por um cimento,
originando rochas sedimentares consolidadas, com diferentes graus de evolução e
com diferente composição, consoante a natureza dos sedimentos.
As rochas sedimentares constituem uma fina película que recobre cerca de
75% da superfície da crosta.
As rochas sedimentares apresentam estratificação e são normalmente
ricas em fósseis, contribuindo, desta forma, para o desvendar dos
mistérios da história da Terra e da vida.
Os conglomerados, as areias, as argilas, o calcário, o carvão e o
petróleo são exemplos da diversidade das rochas sedimentares.
4. ESTRUTURA
SEDIMENTAR
INDICAÇÕES PALEOSSEDIMENTARES
Estratificação
paralela
Na sua posição original, os estratos são horizontais a subhorizontais.
A individualização de um novo estrato pode resultar:
– da variação do tipo de sedimento;
– de uma pausa na sedimentação;
– de uma alteração nas condições físico-químicas do meio de
sedimentação.
A espessura ou possança dos estratos depende das condições de
sedimentação e da natureza dos sedimentos.
Estratificação
entrecruzada
Na sua posição original, os estratos não são paralelos. As diferentes
inclinações dos planos sedimentares devem-se, essencialmente, à variação
na direção das correntes de água ou de vento sendo frequentes,
respetivamente, na foz de rios e em dunas.
Sequência
granulométrica
positiva
Numa coluna de sedimentação, os sedimentos de maior dimensão estão na
sua base e os de menor dimensão no seu topo. Em ambientes litorais, este
tipo de sequência indicia um aumento do nível médio do oceano, com
transgressão marinha, o que ocorre em períodos de interglaciação ou
degelo.
Sequência
granulométrica
negativa
Numa coluna de sedimentação, os sedimentos de menor dimensão estão
na sua base e os de maior dimensão no seu topo. Em ambientes litorais,
este tipo de sequência indicia uma diminuição do nível médio do oceano,
com regressão marinha, o que ocorre em períodos de glaciação.
5. Rochas magmáticas:
As rochas magmáticas resultam do arrefecimento e consolidação, no interior ou à superfície da Terra, do magma.
O magma é uma mistura de minerais e gases em estado de fusão que se encontra no interior da Terra.
Atendendo às condições da consolidação do magma, consideram-se dois grandes grupos de rochas
magmáticas: intrusivas ou plutonitos e as extrusivas ou vulcanitos.
Rochas intrusivas ou plutonitos:
o magma consolida no interior da crosta;
resultam de um arrefecimento lento;
as rochas apresentam minerais bem
desenvolvidos, visíveis à vista desarmada –
Textura Fanerítica ou Granular
o granito, o gabro e o diorito constituem exemplos
de rochas intrusivas.
Rochas extrusivas ou vulcanitos:
magma consolida à superfície ou próximo dela;
resultam de um arrefecimento rápido;
rochas apresentam minerais de pequenas dimensões -Textura
afanítica ou agranular.;
o basalto, o riólito e o andesito são exemplos de rochas
extrusivas.
ESTRUTURA
MAGMÁTICA
INDICAÇÕES PALEOMAGMÁTICAS
Lava em
almofada
(pillow lava)
Associadas a extrusões magmáticas, em meio marinho, de lavas de baixa
viscosidade (fluídas).
Soleira
vulcânica ou
filão-camada
Formam-se por intrusão e cristalização de magmas de baixa viscosidade entre
camadas sedimentares ainda próximas da superfície terrestre, onde a pressão já
não é muito elevada, ou entre camadas de lava mais antigas. As soleiras são
concordantes com a estrutura encaixante, isto é, são paralelas às camadas onde
se instalam.
Dique Formam-se por preenchimento e cristalização de magmas em fraturas que
intersetam estratos ou massas rochosas preexistentes. Os vulcões têm sistemas
complexos de diques por onde a lava circula e por onde pode ser libertada por
erupção ou consolidada por arrefecimento.
São discordantes da estrutura encaixante, isto é, intersetam as rochas onde se
instalam.
6. Plutão
(stocks e
batólitos)
São intrusões magmáticas, de grandes dimensões, designando-se batólitos
quando a sua dimensão, em representação a duas dimensões, é superior a 100
km
2
. Os plutões com dimensões inferiores a 100 km
2
designam-se stocks. A
formação de um batólito pode implicar atividade intrusiva durante milhões de
anos.
Rochas metamórficas:
Resultam de um processo de litogénese designado por metamorfismo,
pelo qual qualquer tipo de rocha pode experimentar transformações
mineralógicas e/ou texturais, mantendo-se no estado sólido, por
alteração das condições de pressão e temperatura em que foram
geradas, bem como de alterações da composição química dos fluidos
envolventes.
Os principais fatores de metamorfismo são: calor, pressão, os fluidos de
circulação e o tempo.
O mármore, o xisto e o gnaisse são algumas rochas metamórficas.
Tipos de metamorfismo
Metamorfismo regional
Metamorfismo de contacto
(térmico)
Metamorfismo de impacto
7. Cerca de 95% dos constituintes da crosta
terrestre são rochas magmáticas e
metamórficas.
Tipicamente, as rochas metamórficas e
magmáticas não são fossilíferas, no
entanto, também fornecem muitas
informações sobre as condições em que se deu a sua
génese, portanto, sobre o passado da Terra.
Argilito
Granito
Calcário
• Xisto
• Gnaisse
• Mármore
Textura Foliada
8. Ciclo das rochas:
A formação e transformação das rochas constituintes da litosfera é um processo contínuo e cíclico, dependente
dos agentes internos e modeladores do globo terrestre, constituindo assim o ciclo litológico ou o ciclo das rochas.
As rochas da litosfera transformam-se praticamente umas nas outras ao longo do tempo. Os materiais
resultantes da alteração e da erosão das rochas superficiais são transportados e depositados, sofrendo,
posteriormente, diagénese dando origem a rochas sedimentares. Estas, quando aprofundam na crosta,
encontram condições diferentes de pressão e temperatura, experimentam grandes transformações
mineralógicas e estruturais originando rochas metamórficas. Em profundidade, o calor interno pode ser suficiente
para fundir parcial ou totalmente as rochas, convertendo-as em magmas. Estes magmas podem então solidificar
em profundidade ou movimentar-se e ascender através da crosta, onde consolidam, dando origem, em ambos
os casos, a rochas magmáticas.
9. Princípios básicos do raciocínio geológico:
A história da Terra é marcada por grandes modificações geológicas e biológicas, que podem ser interpretadas
à luz de várias teorias: catastrofismo, uniformitarismo e neocatastrofismo.
Catastrofismo:
principal defensor: Georges Cuvier;
segundo esta teoria, as alterações que ocorreram na Terra foram provocadas por fenómenos
catastróficos.
Uniformitarismo:
atribuído a James Hutton;
postula que os diferentes aspetos geológicos podem ser interpretados segundo processos naturais
semelhantes aos que se observam atualmente, processando-se, geralmente, de forma lenta e gradual;
assenta em três princípios:
o Princípio do atualismo ou das causas atuais: as causas que provocaram determinados fenómenos
no passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente.
o Princípio do gradualismo: a maior parte das mudanças que ocorrem na Terra desenvolvem-se de uma
forma lenta e gradual.
o As leis naturais são constantes no espaço e no tempo.
Neocatastrofismo:
combina os princípios do uniformitarismo com a possibilidade de ocorrência de fenómenos catastróficos
ocasionais.
10. Mobilismo geológico
Argumentos Morfológicos - As semelhanças morfológicas no contorno dos
continentes, nomeadamente nos contornos da costa atlântica da América do Sul com a costa
Africana e a semelhança entre a costa atlântica da América do Norte com a costa Europeia e
a do Nordeste de África sugerem uma antiga união dos continentes – dados morfológicos.
Argumentos Litológicos- A semelhança entre as cadeias montanhosas e entre as
rochas existentes em zonas continentais separadas pelo oceano atlântico
Argumentos Paleontológicos- A existência de Fósseis da mesma espécie em locais
que distam milhares de quilómetros e estão atualmente separados por oceanos. É pouco
provável que estes seres vivos pudessem ter percorrido estas elevadas distâncias.
Argumentos Paleoclimáticos- Foram descobertos indícios geológicos de glaciares
antigos, característicos de climas muito frios, em zonas quentes atuais. Regiões como a
Gronelândia ou a Antártida, atualmente muito frias, tinham há 430 M.a. um clima tropical,
com florestas luxuriantes, como atestam os extensos depósitos de carvão entretanto
descobertos
A teoria de Wegner caiu no descrédito da comunidade científica da época.
Wegener não conseguiu responder foi: “que tipo força conseguiria mover tão grandes
massas a tão grandes distâncias?”.
Wegener acreditava que era a rotação da Terra e o movimento das marés provocado
pela força de atração exercida pela Lua e pelo Sol, que moviam os continentes.
Morfologia dos fundos oceânicos
Hipótese da deriva continental
⚫ No século XX. Wegener propôs o mobilismo dos continentes.
⚫ Segundo Wegener, as atuais massas continentais já estiveram unidas num supercontinente
denominado Pangeia.
⚫ Apoiou-se em diversos argumentos litológicos, morfológicos, paleontológicos e paleoclimáticos
para suportar a existência de um supercontinente.
11. O registo
paleomagnético caracteriza-se pela existência de um
padrão de bandas de polaridade normal a alternar
com polaridade inversa, sendo simétricas
relativamente ao rifte.
O paleomagnetismo permitiu concluir que ocorre expansão dos fundos oceânicos nos riftes localizados
nas dorsais oceânicas.
A idade das rochas aumenta com o afastamento ao rifte
12. Placas Tectónicas
Na década de 60 do século XX, com o contributo de vários investigadores foi formulada a
Teoria da Tectónica de Placas, que integra a Hipótese da Deriva Continental de Wegener e
o modelo da Expansão dos Fundos Oceânicos de Hess.
A teoria da tectónica das placas, que admite que a superfície da Terra está dividida em diferentes placas
litosféricas, que se movimentam umas em relação às outras.
A superfície terrestre e o limite das placas litosféricas.
As placas litosféricas são constituídas por crusta e pela parte mais externa do manto e estão assentes sobre
uma camada com propriedades plásticas - a astenosfera.
Estrutura da parte mais externa da Terra.
13. Os limites das placas litosféricas, marcados por intensa atividade geológica, podem ser de diversos tipos:
divergentes, convergentes e conservativos.
Limites Divergentes
As placas deslocam-se em sentido contrário, afastando-se uma da outra. Situam-se nas zonas de rifte das
dorsais oceânicas, onde se verifica a ascensão de magma e consequente formação de nova litosfera.
Limites Convergentes
Zona de colisão de placas, o sentido do movimento relativo das duas placas faz com que elas se aproximem.
Localizam-se, geralmente, em zonas de fossas oceânicas - zonas de subducção, onde se verifica a destruição
da placa litosférica, que mergulha.
Limites Conservativos
Zonas onde não se verifica formação nem destruição de litosfera. O sentido
do movimento relativo entre as duas placas litosféricas faz com que haja
apenas a deslizamento de uma placa em relação à outra. Situam- se em
determinadas falhas – falhas transformantes.
É possível determinar a idade de diversos acontecimentos geológicos, recorrendo a dois tipos de métodos:
datação relativa e datação absoluta ou radiométrica.
Datação relativa:
Apoia-se em vários princípios geológicos:
14. _ Princípio da horizontalidade inicial: postula que a deposição de materiais, provenientes da ação da
geodinâmica externa sobre as rochas, obedece a um plano horizontal na formação inicial dos estratos.
Camadas de estratos horizontais.
_ Princípio da sobreposição: estabelece que, numa série de rochas sedimentares não deformadas, um
estrato é mais velho que aqueles que o recobrem e mais novo do que os que lhes estão subjacentes.
_ Princípio da identidade paleontológica: admite que estratos que possuam o mesmo conjunto de fósseis,
pode ser atribuída a mesma idade.
A datação relativa baseia-se, portanto, na presença de fósseis nas rochas e/ou na posição relativa das
formações geológicas.
Os fósseis que permitem inferir a datação de determinado acontecimento geológico designam-se fósseis de
idade ou estratigráficos, constituindo as trilobites e as amonites um bom exemplo deste tipo de fósseis.
Os fósseis de idade correspondem a formas que sobreviveram durante intervalos de tempo curtos e tiveram
grande área de dispersão.
Datação absoluta:
Permite atribuir uma idade numérica às formações geológicas, baseada na desintegração regular de isótopos
radioativos naturais.
Os isótopos radioativos, presentes nos minerais, desintegram-se espontaneamente a uma velocidade constante.
A determinação dessa velocidade e das quantidades dos elementos radioativos permite datar as rochas, que
continham esses minerais.
15. Memória dos tempos geológicos:
A história da Terra pode ser dividida em intervalos temporais de duração variável, sendo possível
construir uma escala de tempo geológico.
Esta escala baseia-se em acontecimentos que marcaram a história da Terra, desde a génese até aos
nossos dias, como, por exemplo, a ocorrência de mudanças climáticas acentuadas, bem como grandes
alterações no mundo vegetal e animal, com extinções em massa ou desenvolvimento súbito de
determinado grupo de seres vivos.
A escala de tempo geológica ou estratigráfica divide o tempo geológico em Eons, os Eons em Eras e
estas em Períodos.
Escala geológica